Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Int�icaçã� por álcoo� � droga� ilícita� Cocaín� � derivad� Cocaína, oxi e crack. Fisiopatologia: inibição da recaptação de noradrenalina, dopamina e serotonina. São drogas excitatórias do SNC e também causam o bloqueio dos canais de sódio. Geram efeito anestésico (deve-se ter cuidado com a hipotensão). Estimulam os receptores: alfa 1, alfa 2, beta 1 e beta 2 adrenérgicos. Aumentam a concentração de aspartato e glutamato (aminoácidos excitatórios). Efeito: dura de 3 a 5 minutos. Atinge o pico de 10 a 20 minutos. → crack: segundos. Manifestações clínicas: ● elevação do humor, euforia, redução do cansaço, sono e apetite ● estímulo simpático → aumento da PA, taquicardia, midríase, diaforese ● sintomas cardiovasculares e emergências hipertensivas → causam vasoconstrição e formação de trombos ● arritmias, quadros isquêmicos agudos ● rabdomiólise e lesão renal ● aterosclerose acelerada e hipertrofia do VE a longo prazo ● após o pico → disforia pela suspensão abrupta da droga Diagnóstico: Anamnese e exame físico. Atenção a sinais como marcas de injeção e presença da droga nas vibrissas nasais. Dosagem sérica ou urinária de benzioilefonina. Coletar: ● hemograma ● função renal ● eletrólitos ● CPK e ECG ● gasometria (medir lactato) ● enzima cardíaca se dor precordial Considerar TC de crânio se sintomas neurológicos persistentes. Avaliar angioTC se suspeita de dissecção aórtica. Considerar Rx de tórax ou abdome se o paciente apresentar dor torácica ou abdominal. Suspeita dos body-packers (turistas que ingerem cocaína para contrabando)→ Rx de abdome. Manejo: Baseia-se em: suporte e estabilização. Avaliar a necessidade de: drogas vasoativas, expansão volêmica e oxigênio. Se IOT necessária: não usar succinilcolina, preferir rocurônio. → cocaína é degradada pela colinesterase plasmática. Monitorização por ECG e PA. Possíveis medicamentos: ● benzodiazepínico: 5 mg / EV diazepam. Repetir em intervalos de 5 minutos em casos de agitação. ● fentolamina: bloqueador alfa adrenérgico. 1,4 mg a cada 5 ou 15 minutos. Administrar se a hipertensão permanecer após o uso de benzodiazepínicos. Não utilizar haloperidol e clorpromazina pois reduz o limiar convulsivo. Efeitos adversos e manejo: ● Síndrome coronariana aguda ou síndrome hipertensiva: realizar o tratamento habitual para essas condições e acrescentar o diazepam. ● Taquiarritmias pós cocaína: bolus 1-2 mEq de bicarbonato. Bloqueia canal de sódio. ● carvão em menos de 1 hora. ● Body-packers: lavagem intestinal contínua, com infusão de polietilenoglicol via sonda até a eliminação total dos pacotes. ● Se sintomas: cirurgia imediata. Dica� Em casos de pacientes com < 30 ou 35 anos com dor precordial, pensar em uso de cocaína. São potentes vasoconstritores e tem ação trombogênica. Taquicardia, aumento da PA e aumento do consumo de O2 pelo miocárdio. NÃO fazer uso de betabloqueadores durante as primeiras 24 após o uso da droga. Se necessário, administrar o betabloqueador após o alfa bloqueador. Ecstas�, MDA, crysta�-ic�, ev�, DOI � DOB O ecstasy pode ser de uso oral, inalatório e IV. Fisiopatologia: são drogas simpaticomiméticas. Compostos lipofílicos que atravessam a barreira hematoencefálica. Tem metabolismo hepático e excreção renal. Ocorre liberação no SNC e SNP de monoaminas (dopamina, noradrenalina, etc.). Manifestações clínicas: semelhante a cocaína, pois ambas são síndromes simpaticomiméticas. ● euforia ● redução de fadiga ● dificuldade de concentração ● náuseas, vômitos e diarreia ● aumento da sociabilidade e disposição sexual ● efeitos adrenérgicos Diagnóstico: Anamnese e exame físico. Avaliação de metabólitos urinários ou sanguíneos. Solicitar: ● eletrólitos ● função hepática ● função renal ● CPK ● hemograma ● urina tipo 1 ● ECG Considerar TC de crânio se sintomas neurológicos persistentes. Tratamento: Evitar beta-bloqueadores e haloperidol. Realizar ECG seriado pois essas drogas causam prolongamento de QT e aumento do risco de arritmia. Benzodiazepínicos podem ser utilizados. Cannabi� Seu princípio ativo é o THC, que atua em receptores específicos (canabinóides) no SNC. Fisiopatologia: Inibe a liberação de: ➔ acetilcolina ➔ glutamato ➔ gaba ➔ dopamina ➔ noradrenalina Manifestações clínicas: A inibição da liberação dos neurotransmissores listados acima resulta em: ● relaxamento ● euforia leve ● redução de concentração ● hiperemia conjuntival ● taquicardia Efeitos crônicos (uso prolongado): ● dependência e tolerância ● redução da capacidade vital pulmonar ● déficit cognitivo ● alterações na espermatogênese Diagnóstico: Anamnese e exame físico. Avaliação de metabólitos urinários ou sanguíneos. Dosagem de THC. Tratamento: Intoxicação aguda não demanda intervenção. Em casos de disforia intensa, colocar o paciente em um local calmo e sem muitos estímulos. LSD Também conhecido como ácido, doce ou ponto. De uso sublingual (cartelas). Fisiopatologia: trata-se de um alucinógeno com efeito nos receptores: ➔ serotonina ➔ dopamina ➔ glutamato Liga-se aos receptores serotoninérgicos e alucinógenos. Possui metabolismo hepático e excreção renal. Manifestações clínicas: ● efeitos adrenérgicos ● ilusões ● sinestesias ● labilidade do humor ● crise de pânico Efeitos crônicos (uso prolongado): ● déficit de memória ● psicose esquizofreniforme Diagnóstico: Anamnese e exame físico. Manejo: Deixa o paciente em um lugar calmo, com poucos estímulos sonoros e visuais. Não é recomendado: descontaminação com carvão ou lavagem gástrica. Antipsicóticos e benzodiazepínicos (em baixas doses) podem ser administrados se o paciente estiver muito irrequieto. Álcooi� 1. Etanol: O etanol é a droga mais utilizada no mundo. Tem efeito depressor no SNC. Está presente em bebidas alcoólicas, perfumes, combustíveis e medicamentos. Fisiopatologia: potencializa o efeito GABA por bloqueio dos receptores NMDA glutamato. Inibe a glicogênese, acarretando risco de hipoglicemia. Cerca de 80 a 90% de absorção no TGI. É absorvido em cerca de 60 minutos. Possui metabolismo hepático. Manifestações clínicas: Dependem do nível sérico e da tolerância do paciente. 0.5 - 1.5 g/L: ➔ diminuição dos reflexos ➔ visão turva ➔ verborragia ➔ excitação ou depressão mental 1.51 - 3.99 g/L: ➔ ataxia ➔ confusão mental ➔ logorreia ➔ hipoglicemia 4.0 - 5.0 g/L: ➔ incoordenação motora ➔ hipotermia ➔ hipoglicemia ➔ torpor ➔ convulsões > 5.0 g/L: ➔ coma ➔ falência respiratória ➔ colapso hemodinâmico ➔ óbito Diagnóstico: É clínico. Podemos solicitar: ● alcoolemia sérica ● glicemia ● hemograma ● eletrólitos ● gasometria ● função renal e hepática ● ECG OBS: acidose metabólica com ânion gap aumentado é comum nesse tipo de intoxicação! Manejo: Estabilização clínica. Se o paciente apresentar RNC: avaliar capacidade de proteção de vias aéreas. Se o paciente apresentar hipoglicemia: correção rápida com 5 ampolas de glicose 50% até correção e manter paciente em soro glicosado a 5%. Se o paciente apresentar convulsões: administrar diazepam EV ou midazolam IM. Para pacientes que são etilistas crônicos, pode ser feita a profilaxia para encefalopatia de Wernicke através da tiamina. 2. Metanol: Álcool utilizado como adulterante, combustíveis, bebidas, limpadores de para-brisas, biodiesel e solvente. Dose letal: 30 a 240 mL. Fisiopatologia: Após a absorção, ele é transformado em formaldeído pela enzima alcoólica desidrogenase, forma ácido fórmico, resulta em acidose metabólica e causa lesões, como: ➔ lesões no nervo óptico ➔ lesões no SNC Diagnóstico: Dosagem sérica de metanol. Coletar exames laboratoriais e solicitar ECG. Manejo: Estabilização hemodinâmica. Corrigir acidose e DHE. Considerar hemodiálise se: ● acidose metabólica grave e refratária ● alterações visuais ● IRA ● instabilização hemodinâmica ● DHE ● nível sérico maior que 50 mg/dL Não fazer carvão ativado ou lavagem gástrica. Antídoto: Etanol! Ele satura a enzima álcool desidrogenase, diminuindo a metabolização dos metabólicos tóxicos do metanol. Dose de ataque: 0.8 g/kg EV em 1 hora. Dose de manutenção: 120 mg/kg/h(bomba de infusão). Deve ser diluído em solução a 10% com soro glicosado a 5%. 3. Etilenoglicol: Utilizado para a produção de tintas, resinas, vernizes, líquidos de enfraquecimento de motores, fluidos anticoagulantes. Dose letal: 1.4 mL/kg. Fisiopatologia: é transformado em gliceraldeído pela enzima álcool-desidrogenase. O gliceraldeído é somado ao ácido lático e resulta em acidose metabólica e ânion gap aumentado. Oxalato se liga ao cálcio, vira oxalato de cálcio, é depositado nos túbulos renais e resulta em IRA e hipocalcemia. Manifestações clínicas: Semelhantes ao etanol. Acidose metabólica grave após 4 - 12h. Não há alterações visuais (fundo de olho). Diagnóstico: Pode ser feito através da dosagem sérica do etilenoglicol. No exame de sedimento urinário: presença de cristais de oxalato de cálcio. TC sem alterações. Manejo: Semelhante ao metanol. Pode utilizar tiamina, piridoxina 100 mg EV de 6/6h para aumentar a eliminação.
Compartilhar