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MEDCURSO ANEMIA FERROPRIVA 3 ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA 3 ANEMIA MEGALOBLÁSTICA 3 ANEMIA SIDEROBLÁSTICA 4 ANEMIA HEMOLÍTICA 5 LEUCEMIAS 8 LINFOMA 10 MIELOMA MÚLTIPLO 11 HEMOSTASIA 13 1 MEDCURSO – Hematologia HEMATO 1 Hematopoiese: - Vida embrionária: sistema reticuloendotelial (baço, fígado e linfonodos) responsáveis pela hematopoiese - Ao nascimento: início da hematopoiese intramedular (sem distinção entre MO amarela ou vermelha) - >5 anos: hematopoiese na MO vermelha (ilíaco, crânio, esterno, costelas, ossos longos) * Patológico: hematopoiese extramedular Hematopoiese medular: - Célula tronco → - Linhagem linfóide → linfócitos T e B - Linhagem mielóide → granulócitos, monócitos (dentro do sangue) ou macrófagos (fora só sangue), hemácias e plaquetas (fragmentos do megacariócito) Eritropoiese: - Eritroblasto → reticulócito → eritrócito ou hemácia (célula anucleada – mais espaço para transportar O2) - Combustíveis: eritropoietina (EPO), ferro, ácido fólico, vitamina B12 - Hemácia adulta serve para transportar oxigênio - A MO nunca joga hemácia pronta na corrente sanguínea, ela joga o precursor mais imediato da hemácia (o reticulócito) – depois de 1 a 2 dias se transforma em hemácia adulta (bicôncava) - Vida média: 120 dias → baço percebe hemácia velha e tira de circulação - Hemocaterese: morte fisiológica das hemácias (fagocitose pelo macrófago). Hemólise é patológico (morte prematura) * A hemácia é um "saco de hemoglobina". * Heme: ferro + protoporfirina * Globina: 2alfa e 2β → defeito quantitativo: talassemia; defeito qualitativo: falciforme Investigação inicial de anemia: 1. Dosar RETICULÓCITOS: - ↑ (hiperproliferativa): MO consegue responder. Reticulocitose > 2% - Sangramento agudo - Anemia hemolítica - ↓ (hipoproliferativa): MO não consegue responder. Reticulocitose ≤ 2% - Anemias carenciais (ferropriva, folato, B12) - IRC (↓ eritropoietina) - Anemia de doença crônica - Anemia sideroblástica (falta de protoporfirina) 2. Hemograma: - Série vermelha: - Eritrócitos: 4 a 6 milhões - Hb: 12 a 17 - Hematócrito: 36 a 50% - Reticulócitos: 0,5 a 2% - VCM (tamanho): 80 a 100 → micro ou macrocítica - HCM (cor): 28 a 32 → hipo ou hipercrômica - CHCM: 32 a 35 - RDW (anisocitose): 10 a 14% - Série branca: leucócitos 5 a 11.000 - Plaquetas: 150 a 400.000 Anemia micro hipo: - Ferropriva - Doença crônica - Talassemia - Sideroblástica Anemia normo normo: - Ferropriva - Doença crônica - IRC - Hemólise - Anemia aplásica Anemia macrocítica: - Megaloblástica - Hemólise - Álcool - Anemia aplásica Anemia hipercrômica: - Esferocitose hered- itária 2 MEDCURSO – Hematologia 3 ANEMIA FERROPRIVA - Mais comum - Clínica: - Síndrome anêmica: palidez, astenia, cefaleia, angina - Qualquer carência nutricional: glossite (língua vermelha e lisa), queilite angular - Carência de ferro: perversão do apetite (pica – comer gelo ou terra), coiloníquia (unha em forma de colher), disfagia (Plummer-vinson – membrana na luz esofágica) - Metabolismo do ferro: - Dieta (Fe III) → absorção no delgado proximal (Fe II pela ferro-redutase) → acúmulo (ferritina) ou circulação (Fe III + transferrina) → MO → receptor de transferrina → acúmulo (ferritina) ou mitocôn- dria (heme: Fe II + protoporfirina + globinas = hemoglobina) → enucleação → hemácia → baço (hemocaterese) - Laboratório: 1. ↓ Ferritina < 30 (VR 30 a 100) 2. ↑ Transferrina e ↑ TIBC > 360 (VR 250 a 360) → TIBC: capacidade total de ligação de ferro 3. ↓ Ferro sérico < 30 (VR 60 a 150) e ↓SatTransferrina < 10% (VR 20 a 40%) 4. Anemia normo normo (MO prioriza a qualidade das hemácias) 5. Anemia hipo micro 6. ↑RDW: anisocitose (VR 10 a 14%) 7. ↑plaquetas (mesma origem da hemácia – compensação) * 1 a 3: cinética do ferro - Tratamento: - Investigar a causa - Criança: prematuridade, gemelaridade, desmame, ancilostomíase - Adulto: gravidez, hipermenorreía, má-absorção (doença celíaca), sangramento GI crônica* → > 40 anos é mandatório fazer EDA e colonoscopia - Repor ferro (sulfato ferroso) - 300mg 3x dia longe das refeições (ou 60mg de Fe elementar) - Avaliar resposta: elevação de RETICULÓCITOS – começa a aumentar com 2-3 dias e o pico entre 5 a 10 dias de tratamento - Serie vermelha normaliza em média de 2 meses de reposição - Duração: até ferritina > 50 ou 6 meses ANEMIA DA DOENÇA CRÔNICA - Tem que ter uma doença em curso (infecção, inflamação, neoplasia) → citocinas inflamatórias → fígado libera hepcidina → aprisiona ferro (↓ transferrina) e ↓síntese de transferrina) - Laboratório: - ↓ferro sérico - ↑ ferritina - ↓TIBC - ↓ Sat transferrina - Anemia normo normo e depois hipo micro - Tratamento: tratar a causa de base *** Ferropriva x Doença crônica: ferritina e TIBC ANEMIA MEGALOBLÁSTICA - Deficiência de B12 ou folato - Folato da dieta é inativo → passa por reação de ativação → ativado → síntese DNA - B12 é cofator dessa reação de ativação do ácido fólico. Então na falta de B12 falta folato ativado, também diminuindo a síntese de DNA. Essa reação CONSOME HOMOCISTEÍNA para produzir metionina - Carência de B12 faz carência de folato e hiper-homocisteína - Consequências: ↓DNA - Macroovalócito (hemácia gigante) - Polilobócitos (neutrófilo hipersegmentado) → patognomônico de anemia megaloblástica - Anemia por eritropoiese ineficaz → menos hemácias são fabricadas, e as que vingam são grandes - Anemia macrocítica sem reticulocitose (MO hipofuncionante) - Elevação de marcadores de hemólise: ↑LDH e ↑BI - Possibilidade de pancitopenia MEDCURSO – Hematologia 4 corpúsculos de Pappenheimer sideroblasto em anel Metabolismo de ácido fólico: - Fonte: folhas verdes - Absorção: delgado proximal (duodeno e jejuno) - Absorve ácido fólico inativo que é ativado por uma reação dependente de B12 e consome homocisteína - Causas: - Alcoolismo (come pouco) - ↑ necessidade: gestante, hemólise crônica → toda criança com hemólise tem que repor folato - ↓ absorção: doença celíaca, fenitoína - ↓ regeneração: metotrexate Metabolismo de vitamina B12 (cobalamina): - Fontes: bichos - Absorção: íleo terminal - Estômago: acidez libera a B12 e liga ao ligante R, além de produzir FI → duodeno desliga B12 do LR e liga ao FI → absorção no íleo terminal (reconhece o FI) - Causas: - Má nutrição: vegetariano - Anemia perniciosa (doença autoimune contra célula parietal) - Gastrectomia (não produz FI) - Pancreatite crônica (não desfaz a ligação B12 + LR) - Doença ileal (Crohn, BK, linfoma) * B12 também participa da reação de transformação do ácido metilmalônico em succinil-coA. O acúmulo de ácido metilmalônico é tóxico para os neurônios (atrapalha a síntese e manutenção de bainha de mielina) → sintomas neurológicos - Clínica: - Carência nutricional: glossite, queilite, diarreia - B12: outras auto-imunidades (vitiligo, tireoidite de hashimoto) síndrome neurológica (demência, parestesia, alteração motora, equilíbrio…) - Laboratório: - Anemia macrocítica e polilobócitos - Pancitopenia leve - ↑LDH e ↑BI - ↑Homocisteína: ambas - ↑Ácido metil-malônico: SOMENTE B12 - Tratamento: - B12: 1000UI IM por dia 7 dias; semanal por 1 mês, depois mensal - Ácido fólico: 5mg dia VO * ATENÇÃO: há risco de hipoK na terapêutica → acompanhar a calemia pelo menos na primeira semana de tratamento. * Se a carência for de B12 → repor B12 * Se carência for de folato → repor folato e B12!!! (pelo risco neurológico) ANEMIA SIDEROBLÁSTICA - Ausência de protoporfirina - Causas: hereditária ou adquirida (álcool, ↓B6, chumbo) - Laboratório: - Anemia hipo micro (mais evidente nas causas hereditárias – causas adquiridas são mais agudas e não da tempo de alterar a morfologia) - ↑ Ferro sérico - ↑ Ferritina - ↑ SatTransferrina - Tratamento: tratar a causa, repor B6 * Risco de hemocromatose!!* Acúmulo de ferro na linhagem eritrocitária: * Mielograma: * Hematoscopia (sangue periférico): (> 15% = diagnóstico) MEDCURSO – Hematologia 5 Causa Laboratório Tratamento Ferropriva ↓Fe * Hemorragia GI em >50a (colono/EDA) micro/hipo (ou normo normo) ↑RDW, ↓ferritina ↑TIBC sulfato ferroso 300mg 3x Doença crônica inflamação crônica micro/hipo (ou normo normo) ↓Fe, ↑ferritina ↓TIBC tratar doença de base Megaloblástica ↓B12 ou folato * anemia perniciosa ↑VCM, pancito, ↑LDH ↑BI, ↑homocisteína, polilobócito * B12: ↑metilmalônico B12 ou folato *risco hipoK Sideroblástiva ↓protoporfirina (álcool, ↓B6, chumbo) ↑Fe ↑ferritina * Risco hemocromatose tratar a causa HEMATO 2 ANEMIA HEMOLÍTICA - Hemocaterese: morte fisiológica das hemácias com 120 dias ou mais. A hemácia velha fica mais durinha (fica difícil de passar pelos sinusóides do baço e acabam morrendo – "passou devagar pelo baço o macrófago atropela") - Hemólise: morte patológica das hemácias (< 120 dias). Atenção: nem sempre hemólise causa anemia – compensação: por hiperplasia da MO (transforma pró-pré-hemácia em pré-hemácia, ou seja, reticulóci- tos. Para isso precisa de ácido fólico) - Causas de reticulocitose: - Anemia hemolítica - Sangramento agudo - Melhora da anemia ferropriva com o tratamento (faz um pico de reticulócitos inicialmente) * Se não tem medula funcionante, não tem ácido fólico ou se as hemácias morrem com < 20 dias, temos anemia hemolítica. * Quando uma hemácia morre, libera LDH * Hemólise = * ↑LDH * ↑bilirrubina indireta < 5mg/dl * ↓haptaglobina * Anemia normo, ↑VCM, leucocitose * Reticulócitos ≥ 2,5% ou IPR > 2 (VR: 1 a 2,5%, IPR 1,8 a 2) Como investigar? - É auto-imune? Solicitar Coombs indireto - É intravascular ou extravascular? - Os exames só são capazes de mostras a hemólise intravascular, mas é no baço o lugar onde mais morrem hemácias - Se for intravascular → hemoglobinemia (sangue) e hemoglobinúria, hemossiderinúria (urina) - Qual doença? - Hematoscopia (inicial): avaliar a lâmina e ver o formato das hemácias – esferócito, drepanócito… - Após (conforme a suspeita): eletroforese de hemoglobina, teste da fragilidade osmótica … Formato de hemácias: - Acantócito: hemácia em espora – ocorre por alteração de lecitina e colesterol (pode ocorrer na insuficiên- cia hepática grave – raro) - Esquizócito: hemácia fragmentada – se fragmenta ao passar por um capilar doente (anemia hemolítica microangiopática ou prótese vascular) - Leptócito (célula em alvo): pode se apresentar em qualquer anemia hemolítica, mas é mais exuberante na hemoglobinopatia SC (variante falcêmica) Complicações: - Crônicas: - Cálculo biliar de bilirrubina + Câncer (bilirrubinato de cálcio) → Aparece no Raio X!! - Agudas: - Crises anêmicas agudas "de repente anemião" - Aplásica: reticulocitopenia MEDCURSO – Hematologia 6 - Causa: infecção do eritroblasto pelo parvovírus 19 - Tratamento: transfusão - Megaloblástica: reticulocitopenia + polilobócitos - Causa: falta de ácido fólico - Tratamento: ácido fólico diariamente - Hemólise aguda grave: "rabdomiólise por hemólise" - Faz hemoglobinúria maciça com lesão renal: NTA com IRA oligúrica - Causas: falta de G6PD, veneno de loxocelles (aranha marrom) * Hemoglobinúria x mioglobinúria: quando é por hemólise, tem hemoglobina livre sendo liberada (urina es- cura) – nesse caso, o plasma e urina estarão pigmentados. Na rabdomiólise, entretanto, somente a urina fica pigmentada (plasma límpido) Anemias hemolíticas hereditárias: Deficiência de G6PD: - + comum em homens - Suspeitar: pessoa com anemia hemolítica que piora após um processo de superoxidação – infecções, dro- gas (sulfa, primaquina, dapsona), naftalina, nitrofurantoína - Laboratório: anemia hemolítica + corpúsculos de HEINZ - Diagnóstico: medida da atividade da G6PD - Tratamento: prevenção * G6PD é a vassoura que varre o lixo da hemácia (radicais livres) * Gaveta Seis P D: naftalina, sulfa, primaquina e dapsona Esferocitose: - NÃO é definida pela presença de esferócitos (qualquer anemia hemolítica pode fazer) - Ocorre por deficiência de espectrina, perdendo o formato bicôncavo da hemácia - + comuns em brancos, europeus - Suspeitar: criança com esplenomegalia + anemia hemolítica hipercrômica (esferócito) - Diagnóstico: teste de fragilidade osmótica. Procurar nos familiares - Tratamento: esplenectomia após os 5 anos (cura!!) - Indicações de esplenectomia: - Anemia grave (Hb< 8 ou reticulócitos> 10) e/ou - Repercussões clínicas - Mais velho com AVE * Esplenectomia: pode ser parcial (depende do grau da doença), por vídeo. Não esquecer que o baço é um órgão imune fundamental, principalmente contra germes encapsulados → VACINAÇÃO contra pneu- mococo, haemophilus e meningococo 2 semanas antes da cirurgia. * O baço também é responsável por retirar corpúsculos de Howell-Jolly → são achados obrigatórios pós esplenectomia bem sucedida. Se não aparecerem, tem baço acessório * Hemoglobinúria paroxística noturna: * Desordem genética rara adquirida extraútero * Mutação deixa a hemácia + fácil de ser lisada por complemento * A mutação ocorre em todas as células → pancitopenia * Início 30 a 40 anos, + frequente no sexo masculino * TRÍADE: trombose abdominal, pancitopenia, hemólise * Diagnóstico: citometria de fluxo com deficiência de CD55 e CD59 * Tratamento: eculizumab (inibe complemento) * Tipos de hemoglobina: HbA (97%), HbA2 (2%), HbF (1%) Anemia falciforme: - Mutação na cadeia β contra o parasitismo da malária (mais comum em negros) - Alteração da qualidade da hemoglobina → hemoglobina S - NÃO tem hemoglobina a MEDCURSO – Hematologia 7 - A hemácia, ao passar pelo capilar, fica na forma de foice pela desoxigenação e depois volta ao normal. Na anemia falciforme, essa alteração é irreversível (fica em forma de foice – drepanócito). A hemácia polimerizada é grudenta (oclusão capilar) → isquemia - No traço falcêmico (heterozigoto): acaba produzindo uma quantidade de hemoglobina (tem as duas). É uma pessoa normal com pouquíssimo sintoma - Manifestações clínicas: - Até 6 meses: assintomático (predomínio de hb fetal) - > 6 meses: predomínio da HbS - Agudas: crises vaso-oclusivas: - Síndrome mão-pé (até 2-3 anos): dor óssea por isquemia periosteal, DACTILITE. Rx é normal (não da pra ver a isquemia óssea) - Crise óssea (>3 anos): dor por isquemia de ossos longos, mas SEM dactilite. Rx normal - Sequestro esplênico: criança < 5 anos com bação (obstrução → congestão esplênica) e ane- mião (pelo sequestro de hemácias pelo baço). Só acontece até 5 anos porque vai fazendo isquemia e múltiplos infartos esplênicos, que vai evoluir com fibrose (não consegue mais se- questrar hemácias) – auto esplenectomia → fazer esplenectomia cirúrgia após a 1ª crise * Atenção: existem casos raros de esplenomegalia > 5 anos, devido a produção de um outro tipo de hemoglobina → mantém a produção de HbFetal (protege contra o sequestro esplênico e auto esplenectomia) - Crise abdominal: dor abdominal pós isquemia mesentérica + peristase NORMAL - Diagnóstico diferencial: salmonella → dar ceftriaxone!! - Síndrome torácica aguda: + comum na criança, + grave no adulto. Gatilho: pneumonia (pneu- mococo) - Clínica: infiltrado pulmonar novo + febre, tosse, dor torácica, expectoração purulenta, dispnéia, hipoxemia - AVE: isquêmico em crianças; hemorrágico em adultos - Priaprismo: ereção noturna prolongada dolorosa → depois fibrosa e evolui com disfunção erétil - Crônicas: - Lesão renal: hipostenúria - Lesão óssea: necrose da cabeça do fêmur, osteopenia, osteomielite (por salmonella) - Tratamento: - Prevenção com ácido fólico diário - Profilaxia com antibiótico (penicilina VO dos 2-3 meses até 5 anos) - Vacinação (pneumococo, meningococo, haemophilus) - Febre → internar!!! Pode ser parvovirose - Hidroxiuréia: em doses altas e tempo prolongado fazcom que a pessoa produza HbFetal - Transplante de MO - Crises vaso-oclusivas: hidratação (cuidado para não hiper hidratar) + oxigênio (se StO2 <92%) + analgesia (morfina) + antibiótico (se T≥38,5ºC, hipotensão, hb<5, leucocitose >30.000) - Transfusão: - Agudo: se Hb< 5 que não melhorou - Crônico: fase crônica do AVE, nefropatia crônica progressiva - Exsanguíneo-transfusão: fase aguda do AVE, priaprismo, síndrome torácica Talassemias: - Alteração da quantidade de hemoglobina - Alfa talassemia: - Raro - Hb de BART: mais grave, incompatível com a vida - Βeta talassemia: - β0: não produz β - β+: produz β em menor quantidade - Genótipo: - Talassemia major: β0 β0 – gravíssimo - Talassemia intermediaria: β0 β+ – anemia + esplenomegalia - Talassemia minor: β+ β+ – assintomático - Anemia hipo micro!! → diagnóstico diferencial de ferropriva * As cadeias alfa libres formam agregados de cadeia alfa: ↓meia vida das hemácias, faz hemossiderose secundária MEDCURSO – Hematologia 8 - Tratamento: transfusão crônica, deferasirox (quelante de Fe), esplenectomia, transplante de MO, ácido fólico (pela hemólise). Fazer aconselhamento genético HEMATO 3 LEUCEMIAS As leucemias agudas ocorrem por um bloqueio de maturação, devido a uma mutação gênica. Cursam com a tríade de pancitopenia devido a ocupação medular. * Mutação → expressão de proto-oncogenes → bloqueio de maturação * Fatores de risco para mutação genética: radiação ionizante, quimioterapia, HTLV-1, síndrome de Down * Fisiopatologia: proliferação do clone leucêmico (blasto) → ocupa a medula (pancitopenia) e passa a infil- trar tecidos (leucemização – esplenomegalia, exoftalmia, adenomegalia) * Cuidado! o contador automático de células conta o blasto como se fosse um leucócito maduro – "leucoci- tose por blasto" As leucemias crônicas, por sua vez, tende a ser assintomática e acumulam células maduras neo- plásicas. Leucemia mielóide aguda (LMA): - 30% (2ª mais comum) - Subtipos: M0, M1, M2, M3, M4, M5, M6, M7 - Pior prognóstico (pior resposta a quimio e raros): M0, M1, M6, M7 (ponta) - Melhor prognóstico e mais comuns: M2, M3, M4, M5 (meio) - M2: + comum e acumula muitos blastos: sarcoma granulocítico (cloroma) - M3: leucemia pro-mielocítica aguda. O blasto libera material tromboplastico no sangue, que con- some os fatores de coagulação rapidamente (CIVD – é o que mais sangra). Tem tratamento (ácido transretinóico): para de sangrar em pouco tempo - M4: hipertrofia gengival. É chamado de M4Eo, pois o blasto se parece com eosinófilo - M6: eritroleucemia. - M7: leucemia megacariocítica aguda. Relação com síndrome de Down - Tríade classica: pancitopenia - Astenia (anemia) - Sangramento (plaquetopenia) - Febre (neutropenia) - Dica para pensar em leucemia (quando tiver pancito): - Hepatoesplenomegalia - Infiltracão cutânea (leukemia cutis) - Cloroma (M2) - Hiperplasia gengival (M4) - CIVD (M3) - Síndrome de leucoestase - Diagnóstico: aspirado + biópsia da MO: > 20% de blastos - Classificação - Imunofenotipagem: 3433-1413 - Citogenética: - T(8,21): M2 - T(15,17): M3 Bom prognóstico - Inv0(16): M4 - Mau prognóstico: - Cd 34 - Subtipos de ponta - Proteína MDR - Idosos - Hiperleucocitose (> 50.000) - Tratamento: - Específico: arabinosideo C + daunorrubicina (7 + 3 dias): cura de 30 a 50% → risco de síndrome de lise tumoral → Hiperuricemia, hiperK, hiperfosfatemia, hipoCa - Suporte: - Transfusão de plaquetas (1U/10kg) se - < 50.000 plaquetas com sangramento MEDCURSO – Hematologia 9 - < 10.000 plaquetas sem sangramento (profilaxia) - < 20.000 plaquetas com febre/infecção - Antibiótico: se neutropenia febril: < 500 neutrófilos e T> 38,3ºC (ou 38ºC por >1hr). O paciente tem que ser internado, colher cultura (≥2 amostras). Tratar com monoterapia de CEFEPIME - Se febre após 4-7 dias de antibiótico: anfotericina B - Se hipotensão ou taquicardia: vancomicina Leucemia linfocítica aguda (LLA): - Leucemia mais frequente na infância. É o principal câncer na infância - 10% das leucemias (no total) - Igual a LMA, só muda o tipo de blasto (linfóides) Leucemia aguda LMA LLA Idade Adultos Crianças Patogenia mutação → bloqueio (blastos mielóides) mutação → bloqueio (blastos linfóides) Clínica e laboratório Cloroma hiperplasia gengival CIVD Neutropenia com leucocitose Adenomegalia Invasão de testículo Neutropenia com linfocitose Diagnóstico CD 3433-1413 CD 10 19 20 Citogenética t(8,21): M2 t(15,17): M3 inv(16): M4 hiperploidia t(12,21) Cura 30 a 50% 85% Leucemia mielóide crônica (LMC): - 15% - Célula neoplásicas: mielócitos maduros (granulócitos) - É uma síndrome mieloproliferativa: clone neoplasico – acúmulo de granulócitos - Leucocitose com desvio a esquerda NÃO escalonado + BASOFILIA - Patogênese: cromossoma philadelfia = t(9,22) em 95% dos casos→ forma o gene híbrido bcr/abr → pro- dução de tirosina quinase P210 → clone neoplásico → mieloproliferação e acúmulo de mielócitos maduros - Clínica: - Hepatoesplenomegalia (abdome globoso): por infiltração de granulócitos maduros neoplásicos - Assintimáticos - Não há infecção - Evolução: - Fase crônica (assintomático) - Crise blástica (leucemia aguda): bloqueio de maturação – principal mecanismo de óbito * O ideal é diagnosticar o paciente antes da crise blástica. - Diagnóstico: aspirado + biópsia da MO - Cariótipo da MO (cromossomo Ph) 95% - PCR (busca do gene híbrido) 5% - Tratamento: inibidor da tirosina quinase P210 – mesilato de imatinibe (400mg/dia) – Remissão completa > 90% * Reação leucemóide: qualquer indivíduo com >25.000 leucócitos. Pode ser causado por hepatite alcoóli- ca, inflamação, pancreatite aguda grave, LMC * FA leucocitária baixa: LMC * FA leucocitária alta: sepse, pancreatite, hepatite alcoólica Leucemia linfocítica cronica (LLC): - Mais comum (45%) - Não ocorre na infância (faixa etária > 85 anos) - Linfócito B maduro neoplásico (bloqueado na diferenciação de plasmócito) – não produz anticorpos - Acúmulo de linfócitos CD5 e CD23 - Marco da doença: - Grande linfocitose - Adenomegalia + hepatoespleno - Anemia + plaquetopenia - Diagnóstico: linfocitose >10.000 + >30% de linfócitos na MO - Estadiamento de Rai: MEDCURSO – Hematologia 10 - E0: só linfocitose (não trata). Sobrevida 10 anos - E1: adenomegalia. Sobrevida 10 anos - E2: hepatoesplenomegalia. Sobrevida 6 anos → iniciar quimioterapia - E3: anemia (hb < 11). Sobrevida 2 anos - E4: plaquetopenia < 100.000. Sobrevida 10 anos - Tratamento: - Iniciar ≥ E2: fludarabina + rituximab (anti-CD20) Tricoleucemia (células pilosas): - 1% dos casos - Sexo masculino - Célula neoplásica com projeções ("pilosa") → libera na MO vermelha substâncias fibróticas → mielofi- brose - Aspirado de MO: seco/nulo - Biópsia: fibrose e células cabeludas - Induz monocitopenia → reativação de foco latente de tuberculose!! - Esplenomegalia de monta - Tratamento: clorodeoxiadenosina. Remissão completa 80% LMC LLC Pilosa Idade Adulto Idoso Adulto/homem Clone leucêmico Granulócitos (baso/eosi) Linfócitos CD5-23 Células pilosas Citogenética Ph t(9,21) Principal mecanismo de óbito Crise blástica Infecção Infecção (BK) Marco laboratorial Leucocitose Linfocitose Monocitopenia Cura > 90% 40 a 70% 80% LINFOMA Os linfócitos T e B são armazenados no tecido linfóide, onde fazem a limpeza da linfa. * No linfonodo: * Córtex: linfócito B * Área paracortical: linfócito T * Medula: plasmócito linfócito B maturado; produz Ig) * Linfócito T adora ficar na pele Quando biopsiar um linfonodo? - > 2cm ou >1,5x1,5cm - Supraclavicular ou escalênico - Crescimento progressivo - Endurecido e aderido Clínica dos linfomas: - Linfonodomegalia - Sintomas B (LH 35%, LNH 40%): febre > 38ºC, sudorese noturna intensa, emagrecimento >10% em 6 meses - Fadiga - Prurido (eosinofilia) - Quilotorax Estadiamento: - I: 1 cadeiaganglionar afetado - II: ≥ 2 cadeiras ganglionares afetadas - III: linfonodo acima e abaixo do diafragma - IV: acometimento extranodal * Sem sintomas B = A * Com sintomas B = B MEDCURSO – Hematologia 11 Linfoma Hodgkin: - É o menos comum, mas o que mais cai em prova - Clínica: distribuição bimodal, homem branco - Mulher 20 a 30 anos - Homens > 50 anos - Adenomegalia cervical, supraclavicular ou mediastinal - Febre de Pel Ebstein: dias com febre e dias sem febre - Dor a ingestão alcoólica - Laboratório: leucocitose neutrofílica, linfopenia, eosinofilia e trombocitose - Pode fazer síndrome nefrótica → lesão mínima - Célula de Reed-Sternberg (coruja): NÃO é patognomônico de LH (pode aparecer na mononucleose, LNH e outros sarcomas e carcinomas). - Diagnóstico: biópsia EXCISIONAL do linfonodo suspeito (sempre! não pode ser por punção) - Tipos: - A (LH clássico): CD15 e CD30 - I: esclerose nodular. Mais comum em jovens - II: celularidade mista. Mais comum em homem com doença infecciosa viral imunossupresso- ra (HIV, EBV) - III: predomínio linfocítico: melhor prognóstico - IV: depleção linfocitário: pior prognóstico, + em idosos - B (LH com predomínio linfocitário): CD20 - Tratamento: - Doença localizada (I e II): Qtx + Rtx. Chance de cura de 80 a 90% - Doença avançada (III e IV): Qtx +- Rtx . Chance de cura 60% - Recidiva: Qtx + transplante MO * Alargamento do mediastino: timoma, tireóide e terrível linfoma Linfoma não hodgkin (LNH): - Mais comum - Doença tende a se espalhar: pior prognóstico - Pode haver acometimento extra-nodal (medula) - + comum: B difuso de grandes células - 2º: B folicular - Colagenose mais comum: Sjögren - Classificação: - Indolente: - Mais comum: B folicular - Curso insidioso – sobrevida medida em anos - Diagnóstico tardio (III, IV) – doença avançada em 80% dos casos - Tratamento paliativo → exceto nos 20% em estágio I e II – Rtx - Agressivo: - Mais comum: B difuso de grandes células (+ comum de todos) - Curso rápido – sobrevida medida em meses - Faz grandes massas - Doença localizada em 55% dos casos - Tratamento: Qtx (curativa em 40 a 60%) - Altamente agressivo: - Linfomas infantis: linfoblástico (1º na infância) e linfoma de Burkitt (2º) - Curso muito rápido – sobrevida medida em semanas - Tratamento: Qtx (curativa em 50 a 80%) * Micose fungóide (linfoma de células T): eritrodermia esfoliativa, prurido e linfonodomegalia * Sempre internar criança com suspeita de linfoma!! MIELOMA MÚLTIPLO - Discrasia plasmocitária maligna - Clone neoplásico: PLASMÓCITO → produz 1 tipo de Ig contra substância X → ativa osteoclasto e inibe osteoblasto - Homem > 50 anos, negro MEDCURSO – Hematologia 12 - Clínica: - C: calcemia > 11 (inibição do osteoblasto) - A: anemia hb < 10 (doença crônica) - R: renal (creatinina > 2 ou clearance < 40; pela nefrocalcinose) - O: osso com lesão lítica (pela ativação do osteoclasto) - Detalhes da clínica: - DOR ÓSSEA à movimentação - Dor lombar (lesão em boca de peixe pelo achatamento dos corpos vertebrais) - Lesão lítica no esqueleto axial - Poupa pedículo vertebral - Osteopenia - Imunossupressão – produz somente 1 tipo de Ig anti X - Rim do mieloma: - Por hipercalcemia (principal) - Lesão por cadeia leve da Ig anti X → proteinúria de Bence Jones - Lesão tubular proximal (perde tudo pela urina) → Síndrome de Fanconi - Lesão pelo ácido úrico (síndrome da lise tumoral) * Se tem SÍNDROME NEFRÓTICA: tem amiloidose associado!!! * A síndrome de lise tumoral pode ocorrer na evolução do MM (pela velocidade de multiplicação neoplásica) - Laboratório: - Anemia doença crônica - Rouleaux - ↑VHS e LDH - FA e cintilografia: NORMAIS - Pico monoclonal de imunoglobulina (componente M ≥ 3g/dl) na eletroforese de ptns séricas – gamopatia monoclonal - Imunoeletroforese: - IgG: + comum e melhor prognóstico - IgA: - Cadeia leve: - IgD: pior prognóstico - IgE - IgM: raríssimo → macroglobulina – pensar em macroglobulinemia de Waldenström (tem marcadores de linfócito B CD19, 20 e 24; é um linfócito B esquisito, que produz Ig – linfócito plasmocitóide). Clínica: síndrome de hiperviscosidade (cefaleia, vertigem, confusão, gengivor- ragia, epistaxe, hemorragia retiniana – vasos em salsicha, ERITROMELALGIA, alterações vi- suais) Tratamento é feito com plasmaferese e rituximab (anti CD20) * Eritromelalgia: dor em queimação, principalmente dos MMII, que melhora com a elevação dos membros e após a imersão em água fria. - Diagnóstico: - ≥ 10% de plasmócito na MO (obrigatório) + - CARO ou - Biomarcadores: - Plasmócito na MO ≥ 60% - Relação cadeiras leves envolvidas /não envolvidas ≥ 100 - ≥ 1 lesão focal à RM * Mieloma osteoesclerótico: 0,5 a 3% dos casos * Síndrome POEMS: * Polineuropatia simétrica (bota e luva) * Organomegalia: hepatoesplenomegalia * Endocrinopatia: hipogonadismo * Mieloma * Skin: hiperpigmentação * ≥ 10% de plasmócitos + 1 CARO: mieloma múltiplo * > 10% de plasmócitos + Poems: mieloma osteoesclerótico * ≥ 10% de plasmócitos + SEM clínica: mieloma indolente ("smoldering") MEDCURSO – Hematologia 13 * ≥ 10% de plasmócitos + SEM pico monoclonal (ou < 1g/dl): mieloma não secretor/oligossecretor * < 10% de plasmócito + componente M + sem clínica: gamopatia monoclonal de significado indetermi- nado Estadiamento: - Dosar β2-microglobulina Tratamento: - Não tem cura!! é regra recidivar - Pacientes sem comorbidades: Qtx + transplante autólogo de MO - Recidiva: Qtx - Pacientes com comorbidades: MELFALAN + prednisona HEMATO 4 HEMOSTASIA - Hemostasia primária: faz PARAR de sangrar → plaquetas - Hemostasia secundária: não deixar VOLTAR a sangrar → fatores de coagulação (rede de fibrina) Primária Secundária - Superficial, de pele (petéquia < púrpura < equimose) - Mucosas (gengival, nasal) * Petéquia não desaparece à digitopressão ou a vitropessão * NÃO para de sangrar - Profundo (subcutâneo, SNC, hemartrose, hematoma pós vacina) * Inicialmente para, mas depois VOLTA a sangrar Hemostasia primária: PLAQUETAS - Adesão: - Depende do gatilho do colágeno (exposto pela lesão endotelial) - Ganchos: GPVI e Ib - Cimento: fator de Von Willebrand - Ativação (após a degrenulação): - Tromboxano A2 (AAS inibe) - ADP (clopidrogrel inibe) - TROMBINA: prepara a plaqueta para receber a rede de fibrina - Agregação: - GP IIbIIIa - Fibrinogênio: liga a GP IIB IIIA Lesão endotelial → exposição de colágeno → adesão plaquetária → degranulação → libera TXA2 e ADP Avaliação: - Plaquetometria (VR 150 a 450.000) - Plaquetopenia = defeito da quantidade de plaquetas - Tempo de sangramento (VR 3 a 7) - TS alargado = disfunção plaquetária (qualidade) - Só avalia a função se a plaquetometria estiver normal !!! Mecanismos de trombocitopenia: - Destruição periférica *** - Diminuição de produção Para diferenciar: avaliar o setor megacariocítico na MO - Diminuído da redução da produção - Normal ou aumentado na destruição periférica Causas de trombocitopenia: - PTI idiopática: principal causa **** - Opsonização da plaqueta com IgG e lise esplênica MEDCURSO – Hematologia 14 - Tipos: - Infantil (2 a 5 anos): CAI MUITO - Aguda e auto limitada - Até 1 mês pós infecção ou vacina - Clínica e exames de PLAQUETOPENIA e mais nada - Tratamento: observação (maioria) e corticóide + IG EV ou IG antiD (se Rh+) se: - plaquetas < 10.000 + sangramento cutâneo intenso - plaquetas < 20.000 + sangramento mucoso - Reposição de plaquetas: só em casos MUITO graves (após o corticóide) - Se persistente (> 3 meses) ou crônica (> 12 meses): rituximab, eltromibopag/romi- plostin - Se ainda não melhorar: esplenectomia - Adulto (20 a 40 anos): - Pode ser idiopática ou secundária (LES, hashimoto, crohn, miastenia, HIV, gestação, heparinas) * PTI por heparinas: * O risco é maior na HBPM * Pode ocorrem em QUALQUER dose induzidae profilática * SEMPRE pedir contagem plaquetária * Mais comum em mulheres e pós cirurgia * Após 5-10 dias do início da droga: Ac contra heparina opsonizam as plaquetas (se ligam ao fator 4 plaquetário) → plaquetopenia e TROMBOSE (pode fazer TVP e TEP) * Conduta: suspender heparina e iniciar fondaparinux, lepirundina, argatroban. WARFARINA NÃO - PTT: - Mulheres de 20 a 40 anos - Alta mortalidade (80 a 90%). Se tratar, cai pra 10% - Fisiopatologia: falta de ADAMTS 13 ("tesoura do FVW") por anticorpo (tem mecanismo imune) → ativação e consumo plaquetário - Trombótica e trombocitopênica - Microtrombos com isquemia no SNC (FVW entope os vasos → ↓ nível de consciência) - Lesão capilar → anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos) - Clínica: - Febre - Plaquetopenia - Anemia hemolítica microangiopática - ↓ consciência - Azotemia leve - Diagnóstico: - Atividade do ADAMTS 13 e depósitos hialinos subendoteliais - Tratamento: - Plasmaferese (se não tiver no hospital, dar plasma. Plaquetas NÃO!) * Muito parecido com síndrome hemolítico urêmica Causas de disfunção plaquetária: TS > 10 min com plaquetas normais - Hereditária: → tratamento com transfusão de plaquetas - Glanzmann: falta GPIIb IIIa - Bernard Soulier: falta GPIb (macroplaquetas) - Doença de Von Willebrand: mais comum - Adquirida: - Uremia - Drogas anti plaquetárias * Doença de Von Willebrand: doença hereditária mais comum * Problema no cimento * Tipos 1e 2: mais comuns. Casos leves com laboratório normal. Tratamento: DDAVP * Tipo 3: raríssima. É a deficiência quase total do fator VW. ↑TS e falta de Fator VIII (↑TTPA) MEDCURSO – Hematologia 15 Hemostasia secundária: - Via intrínseca: TTPA (VR: até 35s) - 8, 9 e 11 → FATORES DA HEMOFILIA!! (A: 8, B:9, C: 11) - Causas: hemofilias e drogas (HNF) - Via extrínseca: TAP/RNI (VR até 14s) - 7 - Causas: redução do fator 7 (raríssimo), drogas (cumarínicos), hepatopatia ou colestase (↓vit K) - Via comum: TTPA e TAP/RNI - 5, 2, 1, 10a (VIIXI) → protrombina → trombina → fibrinogênio (I) → fibrina (XIII estabiliza) - Causas: LMA (M3) * Fatores dependentes de vitamina K: 2, 7, 9, 10 * Avaliação do fibrinogênio: TT. "O TT está para o fibrinogênio assim como o TS está para as plaquetas" Tratamento das coagulopatias: - Plasma: repõe todos os fatores de coagulação (em quantidades diferentes). Dose: 10 a 20ml/kg - Crioprecipitado: reposição de fibrinogênio. Dose: 1U / 5kg * Hemofilia adquirida: comum em puérpera pela produção de anticorpo anti fator 8. * Se der plasma e não melhorou, é sinal que a pessoa tem inibidor de fator (mais comum é fator 8). Tratamento: protrombina Coagulopatias adquiridas: - Acidentes com cumarínicos - Sem sangramento e RNI > 3: suspensão por 24hs - RNI > 5 com ou sem sangramento LEVE: suspensão + vitamina K - Sangramento GRAVE: suspensão + vitamina K EV + plasma - Supercumarínicos (veneno de rato): plasma + vitamina K (fazer tratamento de manutenção com vit K por 2 meses) - Cumarínicos e cirurgias: - Eletiva: suspender 5 dias antes (e começar heparina dependendo do risco) + RNI (se < 1,5, pode operar) - Urgência: suspender + vitamina K + plasma - Heparina: - Sangramento leve: suspender - Sangramento grave: suspender e sulfato de protamina (cada mg antagoniza 100U de HNF ou 1mg HBPM)
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