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Sustentabilidade e meio ambiente Aloísio André dos Santos Sustentabilidade e meio ambiente Aloísio André dos Santos Santos, Aloísio André dos Sustentabilidade e meio ambiente. Sorocaba/SP, 2020. 95 f. Ed. 1. Validador: Homero Nunes Pereira. Centro Universitário Facens | ED+ Content Hub, 2020. Assuntos: 1. Sustentabilidade; 2. Meio ambiente; 3. Questões Ambientais. Formato: digital. Recurso: PDF e HTML. Requisitos do sistema operacional: • Windows 8.1 ou superior; • Mac OSX 10.6 ou superior; • Linux - ChromeOS. Configurações técnicas: • 2GB de memória RAM; • 2.5GHz de processador; • 10GB de espaço em disco. Navegadores: • Google Chrome – Versão mais atualizada; • Mozilla Firefox – Versão mais atualizada. Dispositivos móveis: • iOS 10 ou superior; • Android 5 ou superior. Modo de acesso: área restrita - Ambiente Virtual de Aprendizagem. Todos os direitos desta edição são reservados ao Centro Universitário Facens. Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, 1425, km 1,5 – Sorocaba/SP CEP: 18.085-784 | tel.: 55 15 3238 1188 Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Todas as imagens, vetores e ilustrações são creditados ao Shutterstock Inc., salvo quando indicada a referência. Conteúdo Unidade 1 Biodiversidade .................................................................................... 6 Unidade 2 Sustentabilidade ............................................................................... 39 Unidade 3 Desenvolvimento sustentável ........................................................ 58 Unidade 4 Recursos, Exploração e Esgotamento ............................................. 83 Unidade 5 Pobreza e superpopulação ............................................................ 105 Unidade 6 Consciência Ecológica ..................................................................... 127 Unidade 7 Pegada ecológica e biocapacidade ............................................... 149 Unidade 8 Globalização ambiental ................................................................. 169 Unidade 1 - Biodiversidade 5 Sustentabilidade e meio ambiente PALAVRAS DO AUTOR Inicialmente, a proposta é compreender a importância da biodiversidade e dos ecossistemas para a nossa vida, assim como identificar os biomas brasileiros e as ameaças à biodiversidade no Brasil e no mundo. Em seguida, serão abordados os conceitos de sustentabilidade ambiental, social e econômica, de modo a compreender as relações entre o homem e o ambiente, e as consequências da interação, vislumbrando as atitudes sustentáveis como forma de contribuir para a preservação do meio ambiente. Ao longo da disciplina, serão tratadas as contradições entre a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, estudando os indicadores de sustentabilidade, assim como as tecnologias para o desenvol- vimento sustentável. Na prática, o desenvolvimento tecnológico, embora necessário para a evolução da humanidade, ocasiona sérios problemas ao meio ambiente e, por isso, precisa ser debatido nas esferas ambiental, social e econômica. Nessa disciplina, será oportunizado reconhecer os efeitos danosos do mau uso de recursos naturais e os custos associados ao meio ambiente frente ao desmatamento, à agropecuária, à mineração e a outras ações do homem no meio ambiente. Dessa forma, poderemos estabelecer as relações entre ciência, tecnologia, sociedade e meio ambiente, bem como as questões relacionadas à pobreza, concentração de recursos econômicos, superpopulação e poluição. Evidenciar a consciência ambiental também será foco de estudo na disciplina, por meio da educação ambiental indisciplinar, dando ênfase ao consumo, ao consumismo e a própria consciência ecológica. Também será promovida a conscientização sobre a importância da preservação ambiental para a susten- tabilidade das sociedades e do planeta, explicitando pegada ecológica e biocapacidade. Por fim, ao final da disciplina, serão contextualizadas as questões ambientais em relação ao modo de vida contemporâneo, ao consumo, à preservação e aos impactos ambientais, estudando a influência do aquecimento global e do efeito estufa, bem como os acordos internacionais sobre o meio ambiente. Unidade 1 - Biodiversidade 6 Sustentabilidade e meio ambiente Unidade 1 Biodiversidade Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, você compreenderá o conceito de biodiversidade e a importância de sua conservação frente às ameaças provenientes dos seres humanos ao longo dos séculos. Assim, terá a oportunidade de entender a importância da biodiversidade para a preservação dos ecossistemas e dos biomas. Entenderá que os ecossistemas são compostos também por ambientes não vivos (clima, terra, sol, solo e atmos- fera). Poderá compreender que os ecossistemas são os alicerces da biosfera e determinam a saúde de todo o sistema terrestre. Em um ecossistema e em um bioma, cada organismo tem seu próprio nicho ou papel a desempenhar. Por fim, aprenderá a diferença entre ecossistemas e biomas, assim como quais são os biomas brasileiros e as especificidades de cada um. Você irá: • Ser capaz de explicar o conceito de biodiversidade; • Diferenciar ecossistemas de biomas; • Identificar os biomas brasileiros; • Analisar as ameaças do homem à biodiversidade. Tópicos de estudo: • Biodiversidade; • Ecossistemas; • Biomas; • Conservação e ameaças. Iniciando os estudos: A Organização das Nações Unidas (ONU) designou o período entre 2011 e 2020 como a Década das Nações Unidas sobre Biodiversidade. Na biodiversidade, cada espécie, não importando quão grande ou pequena seja, tem um papel importante a desempenhar no ecossistema. Várias espécies vegetais e animais dependem umas das outras e as diversas espécies garantem a sustentabilidade natural para todas as formas de vida. Uma biodiversidade saudável e sólida pode se recuperar da variedade de desas- tres que encontramos na atualidade, como terremotos, tsunamis, furacões, entre outros. Na atualidade, os seres humanos são a causa mais perigosa de destruição da biodiversidade da Terra, o que ocasiona a destruição do habitat pelo desmatamento, superpopulação, poluição e aquecimento Unidade 1 - Biodiversidade 7 Sustentabilidade e meio ambiente global. Espécies que são fisicamente grandes e aquelas que vivem em florestas ou oceanos são as mais afetadas pela redução do habitat. Nesse sentido, pode-se notar que a biodiversidade, crucial para o bem-estar da vida na Terra, está sob a ameaça de muitos fatores relacionados às atividades humanas. Há uma necessidade urgente de tomar medidas para proteger a magnífica biodiversidade do nosso planeta, de forma a criar políticas econômicas para manter a biodiversidade da Terra e tomar medidas apropriadas para proteger o habitat e as espécies. Por isso, é importante para nós, enquanto seres humanos e responsáveis pela conservação dos nossos recursos naturais, entendermos os conceitos de biodiversidade, ecossistemas e biomas, de forma a procurar meios que mitiguem as ameaças utilizando recursos de maneira sustentável e em equilíbrio. Unidade 1 - Biodiversidade 8 Sustentabilidade e meio ambiente 1 BIODIVERSIDADE Biodiversidade ou diversidade biológica é um termo que descreve a variedade de seres vivos na Terra. Em suma, é descrito como o grau de variação da vida. A diversidade biológica engloba microrganismos, plantas, animais e ecossistemas, como recifes de corais, florestas, florestas tropicais, desertos, entre outros. A biodiversidade também se refere ao número ou abundância de diferentes espécies que vivem dentro de uma região particular, além de representar a riqueza dos recursos biológicos disponíveis para a humanidade. Segundo Barbosa e Viana (2014), “etimologicamente, a palavra biodiversidade significa diversidade da vida (do grego bios, que significa vida), ou seja, a variedadee a multiplicidade de seres vivos que há em nosso planeta” (BARBOSA; VIANA, 2014, p. 29). Para Dias (2015), a biodiversidade: É uma medida da variedade entre os ecossistemas, espécies, populações de uma mesma espécie e da diversidade genética. A biodiversidade natural é um componente de ecossistemas saudáveis e cada vez mais se reconhece que o nosso contínuo acesso aos recursos do planeta, incluindo ar limpo, água e solo, depende dessa diversidade biológica (DIAS, 2015, p. 165). Figura 1 - Biodiversidade. Unidade 1 - Biodiversidade 9 Sustentabilidade e meio ambiente As decisões humanas que influenciam a biodiversidade afetam o bem-estar do homem. Logo, a biodi- versidade é a base dos serviços ecossistêmicos aos quais o bem-estar humano está intimamente ligado. Apesar de muitas ferramentas e fontes de dados, a biodiversidade continua difícil de quantificar com precisão. De fato, segundo Rosa et al. (2012), “o avanço tecnológico permitiu e exigiu a amplificação e inten- sificação da complexidade dos efeitos da ação do homem sobre o meio ambiente” (ROSA et al., 2012, p. 157). Mas respostas precisas raramente são necessárias para elaborar um entendimento efetivo de onde a biodiversidade está; como ela está mudando no espaço e no tempo; os motivadores responsáveis por tais mudanças; as consequências de tais mudanças para os serviços ecossistêmicos e o bem-estar humano; e as opções de resposta. Idealmente, para avaliar as condições e tendências da biodiversidade, é necessário medir a abundância de todos os organismos no espaço e no tempo, usando taxonomia (como o número de espécies), características funcionais (por exemplo, tipo ecológico, como plantas fixadoras de nitrogênio, como leguminosas versus plantas que não fixam nitrogênio) e as interações entre espécies que afetam sua dinâmica e função (predação, parasitismo, competição e facilitação, como polinização, por exemplo, e quão fortemente tais interações afetam os ecossistemas). Ainda mais importante seria estimar também a rotatividade da biodiversidade, não apenas estimativas pontuais no espaço ou no tempo. Figura 2 - As decisões humanas que influenciam a biodiversidade afetam o bem-estar do homem. Unidade 1 - Biodiversidade 10 Sustentabilidade e meio ambiente Existem três elementos essenciais relacionados à biodiversidade: BIODIVERSIDADE Genética Sistema ecológico Espécies ou diversidade orgânica Os seres vivos são formados por genes que contêm as características de cada espécie. Evoluções de determinados animais que possuem características em comum. Quando as espécies, que podem ser iguais ou não, se unem e formam unidades e, por meio de interação com o meio onde vivem, formam também um ecossistema e os biomas. Recentemente, um novo aspecto foi adicionado: diversidade molecular (variedade nas sequências de DNA dentro da população). A biodiversidade se distribui de forma desigual, variando globalmente e dentro das regiões. Os fatores que influenciam a biodiversidade incluem temperatura, altitude, precipitação, solos e sua relação com outras espécies. Por exemplo, a biodiversidade oceânica é 25 vezes menor que a diversidade terrestre. A biodiversidade também aumenta sua forma à medida que se move dos polos para os trópicos. Diagrama 1 - Elementos relacionados à biodiversidade geral. Fonte: elaborado pelo autor. ED+ Content Hub © 2020 Unidade 1 - Biodiversidade 11 Sustentabilidade e meio ambiente 1.1 IMPORTÂNCIA DA BIODIVERSIDADE A produtividade do ecossistema aumenta devido à biodiversidade, pois cada espécie, independente- mente do tamanho, tem um papel importante a desempenhar. Por exemplo: um maior número de espécies de plantas significa uma maior variedade de culturas; uma maior diversidade de espécies garante sustentabilidade natural para todas as formas de vida; ecossistemas saudáveis podem resistir e se recuperar melhor de uma variedade de desastres. Assim, enquanto dominamos este planeta, ainda precisamos preservar a diversidade na vida selvagem. A biodiversidade tem várias funções na Terra. Entre elas, pode-se destacar: • Manter o equilíbrio do ecossistema: reciclando e armazenando nutrientes; combatendo a polu- ição e estabilizando o clima; protegendo os recursos hídricos; formando e protegendo o solo; e mantendo o equilíbrio ecológico. • Fornecer recursos biológicos: fornecimento de medicamentos e produtos farmacêuticos; alimentos para a população humana e animais; plantas ornamentais; produtos de madeira, reprodutores; e di- versidade de espécies, ecossistemas e genes. • Trazer benefícios sociais: recreação e turismo; valor cultural; e educação e pesquisa. Figura 3 - Biodiversidade terrestre. Unidade 1 - Biodiversidade 12 Sustentabilidade e meio ambiente De acordo com Barbosa e Viana (2014): A importância da biodiversidade em nosso ambiente nos propicia inúmeros benefícios, que vão além dos interesses econômicos e sociais e que apesar de aparentemente irrelevantes, tendem a desapa- recer em um desenvolvimento que não priorize a sustentabilidade das atividades produtivas e das ações humanas (BARBOSA; VIANA, 2014, p. 31). Para a maioria dos aspectos de nossas vidas, a biodiversidade é importante. Valorizamos a biodiversidade por vários motivos, alguns utilitários, outros intrínsecos. Isso significa que valorizamos a biodiversidade tanto pelo que ela proporciona aos humanos quanto pelo valor que ela tem por si só. Os valores utili- taristas incluem as muitas necessidades básicas que os seres humanos obtêm da biodiversidade, como alimentos, combustível, abrigo e remédios. Além disso, os ecossistemas fornecem serviços cruciais, como polinização, dispersão de sementes, regulação do clima, purificação da água, ciclagem de nutrientes e controle de pragas agrícolas. Podemos valorizar a biodiversidade pelo modo como ela molda quem somos, nossos relacionamentos uns com os outros e as normas sociais. Esses valores relacionais fazem parte do senso individual ou coletivo de bem-estar, responsabilidade e conexão com o meio ambiente. Os diferentes valores colocados sobre a biodiversidade são importantes porque podem influenciar as decisões de conservação que as pessoas tomam todos os dias. Nesse sentido, é possível destacar que a biodiversidade é ainda importante porque tem relação com as seguintes áreas: Alimentação A biodiversidade fornece variedade de alimentos para o planeta. Da oferta de alimentos destinados a humanos, 80% vêm de 20 tipos de plantas e 40 mil espécies dessas plantas são destinadas à comida, roupa e abrigo. Saúde humana Neste âmbito, a biodiversidade desempenha um papel importante na descoberta de me- dicamentos (retirados da natureza, responsáveis pelo uso de 80% da população mundial) e recursos medicinais. Indústria A biodiversidade fornece muitos materiais industriais (fibra, óleo, corantes, borracha, água, madeira, papel e alimentos) por meio de fontes biológicas. Cultura A biodiversidade aumenta as atividades recreativas, como a observação de pássaros, a pesca etc. Quadro 1 - A importância da biodiversidade em várias áreas. Fonte: elaborado pelo autor. Unidade 1 - Biodiversidade 13 Sustentabilidade e meio ambiente 2 ECOSSISTEMAS Um ecossistema inclui todos os seres vivos (plantas, animais e organismos) em uma determinada área, interagindo uns com os outros e também com seus ambientes não vivos (clima, terra, sol, solo e atmos- fera). Ele é o alicerce da biosfera e determina a saúde de todo o sistema terrestre. Nele, cada organismo tem seu próprio nicho ou papel a desempenhar. Reflita Considere uma pequena poça na parte de trás de sua casa. Nela, você pode encontrar todos os tipos de seres vivos, de microrganismos a insetos e plantas. Esses podem depender de coisas não vivas, como água, luz solar, turbulência na poça, temperatura, pressão atmosférica e até mesmo nutrientes na água para a vida. Essa interação muito complexa e maravilhosa dos seres vivos e de seu ambiente tem sido a base do fluxo deenergia e da reciclagem de carbono e nitrogênio. Sempre que um estranho (coisa viva ou fator externo, como aumento de temperatura) é introduzido em um ecossistema, pode ser desastroso para esse ecossistema. Isso ocorre porque o novo organismo (ou fator) pode distorcer o equilíbrio natural da interação e potencialmente prejudicar ou destruir o ecossistema. Figura 4 - Ecossistemas. Unidade 1 - Biodiversidade 14 Sustentabilidade e meio ambiente Conforme Barbosa e Viana (2014): Os ecossistemas são constituídos por fatores bióticos e abióticos, bem como pela biocenose, cujos conceitos básicos são os seguintes: Fatores bióticos: são as relações que acontecem entre os seres vivos, como os processos da cadeia alimentar, da reprodução ou da competição; Fatores abióticos: são todos os fatores que compõem o ambiente, ou seja, suas condições físicas e químicas, por exemplo, a luz, o solo, a umidade ou os compostos orgânicos; Biocenose: é o conjunto dos seres vivos presentes nos ecossistemas, como animais, vegetais e os microrga- nismos (BARBOSA; VIANA, 2014, p. 20). Geralmente, os membros bióticos de um ecossistema, juntamente com seus fatores abióticos, dependem uns dos outros. Isso significa que a ausência de um membro ou de um fator abiótico pode afetar todas as partes do ecossistema. Infelizmente, os ecossistemas foram destruídos até mesmo por desastres natu- rais, como incêndios, inundações, tempestades e erupções vulcânicas. As atividades humanas também contribuíram para a perturbação de muitos ecossistemas e biomas. Ecossistemas vêm em tamanhos indefinidos. Eles podem existir em uma pequena área, como debaixo de uma rocha, um tronco de árvore em decomposição ou uma lagoa em sua aldeia. Também podem existir em grandes formas, como uma floresta inteira. Tecnicamente, a Terra pode ser chamada de um enorme ecossistema. Para simplificar, classificam-se os ecossistemas em três escalas principais: 1. Micro: um ecossistema de pequena escala (como uma lagoa, poça ou tronco de árvore) sob uma rocha. Figura 5 - Microecossistema. Unidade 1 - Biodiversidade 15 Sustentabilidade e meio ambiente 2. Meso: um ecossistema de média escala, como uma floresta ou um grande lago. 3. Bioma: um ecossistema muito grande ou uma coleção de ecossistemas com fatores bióticos e abióticos semelhantes, como uma floresta tropical inteira com milhões de animais e árvores com muitos corpos d’água diferentes correndo por eles. Os limites do ecossistema não são marcados (separados) por linhas rígidas. Eles são frequentemente separados por barreiras geográficas, como desertos, montanhas, oceanos, lagos e rios. Como essas fronteiras nunca são Figura 7 - Bioma. Figura 6 - Mesoecossistema. Unidade 1 - Biodiversidade 16 Sustentabilidade e meio ambiente rígidas, os ecossistemas tendem a se misturar. É por isso que um lago pode ter muitos pequenos ecossistemas com suas próprias características únicas, o que é chamado de ecótono. Os ecossistemas podem ser colocados em dois grupos. Se o ecossistema existe em um corpo d’água, como um oceano, água doce ou poça, ele é chamado de ecossistema aquático. Já aqueles que existem fora dos corpos d’água, são chamados de ecossistemas terrestres. Unidade 1 - Biodiversidade 17 Sustentabilidade e meio ambiente Infográfico 1 - Níveis de pertencimento em um ecossistema. Fonte: elaborado pelo autor. ED+ Content Hub © 2020 Unidade 1 - Biodiversidade 18 Sustentabilidade e meio ambiente Aprofunde-se Para você saber mais sobre o conceito de espécie e organismo, acesse o site Mundo Educação e pesquise Biologia, Biologia evolutiva e Espécie biológica. Link: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ 3 BIOMAS Os biomas são definidos como as principais comunidades do mundo, classificadas de acordo com a vegetação predominante e caracterizadas por adaptações de organismos àquele ambiente particular. Eles são frequentemente definidos por fatores abióticos, como clima, relevo, geologia, solos e vegetação. São áreas ecológicas muito grandes na superfície da Terra, com fauna e flora (animais e plantas) se adap- tando ao seu ambiente. Figura 8 - Bioma: Pantanal. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ Unidade 1 - Biodiversidade 19 Sustentabilidade e meio ambiente Embora de certa forma possa parecer um ecossistema gigantesco, um bioma não é um ecossistema. Analisando mais de perto, percebe-se que plantas ou animais em qualquer bioma têm adaptações espe- ciais que possibilitam a existência deles na área. Logo, pode-se encontrar muitas unidades de ecossis- temas dentro de um bioma. Os biomas mudaram algumas vezes durante a história da vida na Terra. Mais recentemente, as ativi- dades humanas alteraram drasticamente essas comunidades. Assim, a conservação e a preservação dos biomas devem ser uma grande preocupação para toda a humanidade. Existem cinco categorias principais de biomas na Terra: deserto, aquático, floresta, pastagem e tundra, no entanto, conforme destacado por Townsend et al. (2010), alguns geógrafos acreditam na existência de muito mais. Ainda segundo o autor: A perspectiva do cientista é tão importante quanto o sistema estudado; os “detalhistas” tendem a desconfiar de generalizações amplas e enfatizam a diversidade do mundo natural, enquanto os “generalistas” restringem a diversidade a um mínimo de categorias facilmente mapeáveis (TOWN- SEND et al., 2010, p. 147). Nas categorias de biomas, existem muitos ecossistemas bem definidos. Veja detalhadamente cada uma das categorias de biomas: • Deserto Pode ser quente e seco, semiárido, litorâneo e frio. Cobre cerca de um quinto da superfície da Terra e ocorre onde a precipitação é inferior a 50 cm/ano. Embora a maioria dos desertos, como o Saara do Norte da África e os desertos do sudoeste dos EUA, México e Austrália, ocorra em baixas latitudes, outro tipo de deserto, o deserto frio, ocorre na bacia e na área de alcance de Utah e Nevada, bem como em partes da Ásia Ocidental. A maioria dos desertos tem uma quantidade considerável de vegetação especializada, bem como animais vertebrados e invertebrados especializados. Os solos costumam ter nutrientes abundantes, pois precisam apenas de água para se tornarem muito produtivos e terem pouca ou nenhuma matéria orgânica. Os distúrbios são comuns na forma de incêndios ocasionais ou, em climas frios, com chuvas repentinas (infrequentes, mas intensas), que causam inundações. Unidade 1 - Biodiversidade 20 Sustentabilidade e meio ambiente • Aquático Pode ser de água doce (lagos e lagoas, rios e riachos, zonas úmidas) ou marinho (oceanos, recifes de corais e estuários). A água é o elo comum entre os cinco biomas e constitui a maior parte da biosfera, cobrindo quase 75% da superfície da Terra. As regiões aquáticas abrigam numerosas espécies de plantas e animais, grandes e pequenos. Na verdade, é aqui que a vida começou há bilhões de anos, quando os aminoácidos começaram a se unir. Sem água, a maioria das formas de vida seria incapaz de se sustentar e a Terra seria um lugar árido e deserto. Embora as temperaturas da água possam variar amplamente, as áreas aquáticas tendem a ser mais úmidas, enquanto a temperatura do ar dessas áreas geralmente é mais fria. Figura 9 - Deserto do Saara. Unidade 1 - Biodiversidade 21 Sustentabilidade e meio ambiente • Florestas Compõem esse bioma as florestas tropicais, temperadas e boreais (também chamada de taiga). As florestas ocupam aproximadamente um terço da área terrestre da Terra, são responsáveis por mais de dois terços da área foliar das plantas terrestres e contêm cerca de 70% do carbono presente nos seres vivos. Entretanto, as florestas estão se tornando grandes vítimas da civilização à medida que as popu- lações humanas aumentaram nos últimos milhares de anos, trazendo problemas de desmatamento, poluição e uso industrial para esse importante bioma. Figura 10 - Rio Amazonas. Unidade 1 - Biodiversidade 22 Sustentabilidade e meio ambiente • Pastagem Composta pelas savanase os campos temperados, elas são caracterizadas como terras dominadas por gramíneas, em vez de grandes arbustos ou árvores. Nas épocas do Mioceno e do Plioceno, que duraram cerca de 25 milhões de anos, as montanhas se elevaram no oeste da América do Norte e criaram um clima continental favorável aos pastos. Florestas antigas declinaram e as pastagens se tornaram difun- didas. Após a Idade do Gelo do Pleistoceno, as pradarias se expandiram à medida que os climas mais quentes e secos prevaleceram em todo o mundo. Figura 11 - Floresta boreal. Figura 12 - Savana. Unidade 1 - Biodiversidade 23 Sustentabilidade e meio ambiente • Tundra Tundra vem da palavra finlandesa tunturia, que significa planície sem árvores. É conhecida por suas paisagens moldadas pelo gelo, temperaturas extremamente baixas (a mais fria de todos os biomas), pouca precipitação, nutrientes pobres e estações de crescimento curtas. O material orgânico predominantemente morto funciona como um pool de nutrientes. Os dois prin- cipais nutrientes são nitrogênio e fósforo. O nitrogênio é criado pela fixação biológica e o fósforo é criado pela precipitação. A tundra é separada em dois tipos: tundra ártica (localizada em latitudes próximas à região do Ártico) e tundra alpina (localizada em regiões de altitudes elevadas, como cadeias montanhosas). Os biomas desempenham um papel crucial na manutenção da vida na Terra. Por exemplo, o bioma aquático abriga milhões de espécies de peixes e a origem do ciclo da água. Também desempenha um papel muito importante na formação do clima. Os biomas terrestres fornecem alimentos, enriquecem o ar com oxigênio e absorvem dióxido de carbono e outros gases ruins do ar. Eles também ajudam a regular o clima e assim por diante. Em resumo, um bioma é uma grande área ecológica na superfície da Terra com grupos de plantas e animais distintos adaptados a esse ambiente específico. Figura 13 - Tundra. Unidade 1 - Biodiversidade 24 Sustentabilidade e meio ambiente 3.1 BIOMAS BRASILEIROS O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em termos de biodiversidade. A Floresta Amazônica, conhecida como pulmão do mundo, é reconhecida como a região mais diversi- ficada do mundo. Contudo, o Brasil esconde biomas mais ricos que a floresta tropical, mas muito mais desconhecidos e com um alto grau de problemas que afetam a sua conservação. O Brasil, segundo recentes publicações científicas, é o país com a flora mais rica do mundo, com 46100 espécies de plantas, fungos e algas descritas, sendo 43% endêmicas. Esse número aumenta a cada ano, já que muitas biodiversidades brasileiras ainda são desconhecidas. De fato, estima-se que 20 mil espé- cies ainda não tenham sido descritas. Botânicos descrevem cerca de 250 novas espécies de plantas a cada ano no Brasil. Outro fato surpreendente é que 57% das 8900 espécies de plantas de sementes no Brasil são endêmicas, ou seja, são restritas ao local. Essas e outras conclusões estão nos estudos publi- cados pela Rodriguésia – Revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, de dezembro de 2015. Figura 14 - Biomas brasileiros. Fonte: adaptado de https://www.flickr.com/photos/ marialuziano/31715001654/ Acesso em: 04 maio 2020. ED+ Content Hub © 2020 https://www.flickr.com/photos/marialuziano/31715001654/ https://www.flickr.com/photos/marialuziano/31715001654/ Unidade 1 - Biodiversidade 25 Sustentabilidade e meio ambiente No Brasil, atualmente existem seis tipos de biomas. Veja: 1. Amazônia A área da bacia amazônica é a maior floresta do mundo e o bioma mais biodiverso do Brasil. Essa área ocupa quase 50% do país e está seriamente ameaçada devido ao desmatamento causado pelas indús- trias madeireiras e pela soja. A origem da diversidade amazônica permanece um mistério. Recentes estudos científicos explicam que a ascensão dos Andes, que começou há pelo menos 34 milhões de anos, originou essa riqueza biológica. Os Andes foram formados pelo colapso da placa tectônica americana sob a placa oceânica do Pacífico. Esse processo geológico mudou o regime de ventos na área, afetando os padrões de precipitação no lado leste dos Andes. Isso também mudou a direção do Rio Amazonas, que antes ia para o Oceano Pací- fico e, devido à elevação da cadeia de montanhas, foi redirecionado para o Oceano Atlântico. Esses fenômenos geológicos e climáticos originaram a formação de uma grande área de zonas úmidas na parte oriental dos Andes, causando o aparecimento de muitas espécies novas. A Amazônia é uma floresta tropical fechada com um solo arenoso, pobre em nutrientes e com uma vege- tação rasteira inexistente. Existem milhares de espécies de plantas, sendo 55% delas encontradas na área. Figura 15 - Bioma: Amazônia. Unidade 1 - Biodiversidade 26 Sustentabilidade e meio ambiente Aprofunde-se O Brasil possui a maior diversidade de plantas do mundo. Botânicos registram 46 mil espécies e identificam em média 250 por ano no país, de acordo com a revista Pesquisa Fapesp, disponível no link: https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/a-maior- diversidade-de-plantas-do-mundo/ 2. Floresta Atlântica É uma floresta tropical que cobre a região costeira do Brasil e, portanto, é caracterizada por ventos úmidos vindos do mar e relevos íngremes. É composta de uma variedade de ecossistemas, uma grande variedade de altitudes, latitudes e climas que vão desde florestas estacionais semideciduais até campos abertos nas montanhas e florestas de araucárias no sul. Figura 16 - Bioma: Mata Atlântica. https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/a-maior-diversidade-de-plantas-do-mundo/ https://revistapesquisa.fapesp.br/2016/03/21/a-maior-diversidade-de-plantas-do-mundo/ Unidade 1 - Biodiversidade 27 Sustentabilidade e meio ambiente Embora muito menos conhecida do que a Floresta Amazônica, a Floresta Atlântica possui a maior diver- sidade de angiospermas, pteridófitas e fungos do país, com um alto nível de endemismo (50% de suas espécies são exclusivas), mas está em um nível pior de conservação. De fato, até a chegada dos euro- peus, era a maior floresta tropical do mundo. Atualmente, permanece apenas 10% do seu comprimento original devido à pressão antrópica. Uma das primeiras explorações desse bioma foi o pau-brasil (Caesal- pinia echinata), valorizada por sua madeira e pelo corante vermelho de sua resina, que deu nome ao país. O pau-brasil foi então seguido por outros impactos humanos, como a cana-de-açúcar, o cultivo de café e a mineração de ouro. Mas foi só no século XX que a degradação do meio ambiente se agravou, já que as principais capitais econômicas e históricas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, estão dentro de seu domínio. 3. Cerrado É o segundo maior bioma da América do Sul, cobrindo aproximadamente 22% do Brasil. É considerada a savana mais rica do mundo em termos de número de espécies. Contém um alto nível de espécies endê- micas e é considerado um dos hotspots globais no que diz respeito à biodiversidade. Está em áreas do interior do Brasil com duas estações bem marcadas (chuva e seca). Inclui diferentes tipos de habitats, como campo sujo, campo limpo ou cerradão. É composto de pequenas árvores com raízes profundas e folhas com tricomas, bem como uma vegetação rasteira composta por juncos e gramíneas. Os solos do Cerrado são arenosos e pobres em nutrientes, com cores avermelhadas e alto teor de ferro. Figura 17 - Cerrado: Chapada dos Veadeiros. Unidade 1 - Biodiversidade 28 Sustentabilidade e meio ambiente 4. Caatinga É o único bioma exclusivamente brasileiro e ocupa 11% do país. Seu nome vem de uma língua nativa do Brasil, o tupi-guarani, e significa floresta branca. Porém, esse bioma é o mais desvalorizado e pouco conhecido devido a sua aridez. O clima da caatinga é semiárido e os solos são pedregosos. A vegetação é estepe e savana, e é caracteri- zada por uma grande adaptação à aridez (vegetação xerófita), muitas vezes espinhosa. As caatingas perdem as folhas durante a estação seca, deixando uma paisagem cheia detroncos esbran- quiçados. O status de conservação da caatinga também é crítico. Cerca de 80% já é antropizada. O principal motivo para essa degradação é a indústria de alimentos e mineração. 5. Pampa É um bioma que ocupa um único estado no Brasil, o Rio Grande do Sul, cobrindo apenas 2% do país. O bioma pampa está muito bem representado no Uruguai e no norte da Argentina. Ele inclui uma grande diversidade de paisagens, que vão desde planícies, montanhas e afloramentos rochosos, mas os mais típicos são campos de grama com colinas e árvores isoladas próximas a cursos de água. Figura 18 - Caatinga. Unidade 1 - Biodiversidade 29 Sustentabilidade e meio ambiente A região dos pampas tem um patrimônio cultural muito típico compartilhado com os habitantes dos pampas da Argentina e do Uruguai e desenvolvido pelos gaúchos. As atividades econômicas mais desen- volvidas são a agropecuária, que veio junto com a colonização ibérica, deslocando grande parte da vege- tação nativa. 6. Pantanal É uma estepe inundada que ocupa a planície aluvial do Rio Paraguai e seus afluentes. É, portanto, uma planície úmida que inunda durante a estação chuvosa, de novembro a abril. Essas inundações favo- recem uma alta biodiversidade. Ocupa apenas 1,75% do território brasileiro e é, assim, o bioma menos extenso do país. Quando ocorrem enchentes, emerge muita matéria orgânica, pois a água carrega todos os vestígios de vegetação e animais em decomposição, favorecendo a fertilização do solo. Figura 19 - Pampa. Unidade 1 - Biodiversidade 30 Sustentabilidade e meio ambiente Campos de gramíneas configuram a paisagem típica do Pantanal. Áreas não inundadas são ocupadas por arbustos e até árvores. Cerca de 2 mil espécies diferentes de plantas foram catalogadas no Pantanal. Algumas das mais representativas são as palmeiras e macrófitas aquáticas. O Pantanal contém uma alta diversidade de peixes (263 espécies), anfíbios (41 espécies), répteis (113 espécies), aves (650 espécies) e mamíferos (132 espécies), sendo a arara-azul, o jacaré e a onça-preta suas mais emblemáticas espécies. Depois da Amazônia, o Pantanal é o segundo bioma mais preservado do Brasil, já que 80% de sua extensão mantém sua vegetação nativa. Todavia, a atividade humana também gera um grande impacto, especialmente em atividades agrícolas. Pesca e criação de gado são as atividades econômicas mais desenvolvidas no Pantanal. As usinas hidre- létricas também ameaçam o equilíbrio ecológico do meio ambiente, pois se o regime de enchentes for quebrado, a vida selvagem será afetada. Figura 20 - Pantanal. Unidade 1 - Biodiversidade 31 Sustentabilidade e meio ambiente 4 CONSERVAÇÃO E AMEAÇAS Ao longo do último século, os seres humanos passaram a dominar o planeta, causando rápida mudança nos ecossistemas e perda maciça de biodiversidade em todo o planeta. Embora a Terra já tenha experi- mentado mudanças e extinções, hoje elas estão ocorrendo em um ritmo sem precedentes. As principais ameaças diretas à biodiversidade incluem perda e fragmentação de habitat, uso insustentável de recursos, espécies invasoras, poluição e mudanças climáticas globais. As causas subjacentes da perda de biodiversidade, como a crescente população humana e o consumo excessivo, são muitas vezes complexas e derivam de muitos fatores inter-relacionados. A boa notícia é que está ao nosso alcance mudar nossas ações para ajudar a garantir a sobrevivência das espécies, bem como a saúde e a integridade dos sistemas ecológicos. Entendendo as ameaças à biodi- versidade e como elas se desenvolvem no contexto, podemos estar mais bem preparados para geren- ciar os desafios da conservação. Os esforços de conservação das últimas décadas fizeram uma diferença significativa no estado da biodiversidade na atualidade. Mais de 100 mil áreas protegidas, incluindo parques nacionais, refúgios de vida silvestre, reservas de caça e áreas marinhas protegidas, administradas tanto por governos quanto por comunidades locais, fornecem habitat para a vida selvagem e ajudam a manter o desmatamento sob controle. Proteger o habitat não é suficiente, outros tipos de ações de conservação, como a restauração, a reintro- dução e o controle de espécies invasoras, tiveram impactos positivos. Tais atitudes foram fortalecidas por esforços contínuos para melhorar as políticas ambientais nas escalas local, regional e global. Final- mente as escolhas de estilo de vida de indivíduos e comunidades podem ter um grande efeito sobre seus impactos na biodiversidade e no meio ambiente. Embora não possamos evitar todos os impactos negativos sobre a biodiversidade, com o conhecimento podemos trabalhar para mudar a direção e a forma de nossos efeitos sobre o resto da vida na Terra. Há uma série de questões que ameaçam a biodiversidade do nosso planeta, desde a mudança climática até espécies invasoras. A seguir, você aprenderá sobre algumas das maiores ameaças que a biodiversi- dade enfrenta hoje, bem como o que o mundo pode fazer (e está fazendo) para mantê-las sob controle. Assista Acesse na plataforma o vídeo: A destruição permanente das florestas Unidade 1 - Biodiversidade 32 Sustentabilidade e meio ambiente • Desmatamento O desmatamento é uma causa direta de extinção e perda de biodiversidade. Estima-se que 18 milhões de acres de floresta são perdidos a cada ano, em parte devido à extração de madeira e outras práticas humanas, destruindo os ecossistemas dos quais muitas espécies dependem. As florestas tropicais, em particular, como a Amazônia, detêm uma alta porcentagem das espécies conhecidas no mundo, mas as próprias regiões estão em declínio, devido aos próprios seres humanos. As soluções para o desmatamento estão principalmente na política. Empresas e corporações podem adotar melhores práticas e se recusarem a usar fornecedores de madeira e papel que contribuem para o desmatamento. Na mesma linha, consumidores conscientes podem se recusar a patrocinar empresas que fabriquem e pressionar os varejistas que empregam métodos de fabricação insustentáveis. Indiví- duos também podem participar da preservação da Terra por meio de instituições de caridade e corpo- rações privadas. Em última análise, no entanto, os governos internacionais precisam promulgar leis de proteção florestal mais fortes e científicas. Figura 21 - Desmatamento. Unidade 1 - Biodiversidade 33 Sustentabilidade e meio ambiente • Mudança climática As mudanças no clima ao longo da história do nosso planeta, naturalmente, alteraram a vida na Terra a longo prazo. Os ecossistemas vieram e se foram e as espécies rotineiramente são extintas. Mas a rápida mudança climática provocada pelo homem acelera o processo, sem propiciar a ecossistemas e espécies o tempo de adaptação. Por exemplo, o aumento da temperatura oceânica e a diminuição do gelo marinho do Ártico afetam a biodiversidade marinha e podem alterar as zonas de vegetação com implicações globais. Amorim (2015) afirma que o clima é um importante fator de distribuição de espécies, o que causa a acli- matação forçada de determinados grupos. A não adaptação climática, consequentemente, ocasiona a extinção de várias espécies. Os indivíduos podem tomar várias medidas para combater a mudança climática, como reduzir a emissão de carbono, promover a educação e contatar autoridades eleitas. Governos e cidades internacionais podem liderar o movimento de combate às mudanças climáticas. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2015, em Paris, foi o ponto inicial. Figura 22 - Geleira derretendo devido às mudanças climáticas na região. Unidade 1 - Biodiversidade 34 Sustentabilidade e meio ambiente • Superexploração A superexploração refere-se à caça excessiva, à sobrepesca e ao excesso de colheita, que contribuem gran- demente para a perda de biodiversidade, matando numerosas espécies ao longo dos últimos cem anos. A caça furtiva e outras formas de caça aumentam o risco de extinção. A extinção de um predador de ponta – ou um predadorno topo de uma cadeia alimentar – pode resultar em consequências catastróficas para os ecossistemas. Por outro lado, o excesso de colheita de determinados alimentos pode influenciar o aumento de animais e contribuir também para o aumento da caça em determinadas regiões. A conservação e a conscientização contínua em torno da superexploração, especialmente a caça furtiva e a pesca excessiva, são fundamentais. Os governos precisam aplicar ativamente as regras contra tais práticas (caça e pesca excessiva). Já os indivíduos podem estar mais conscientes do que comem e compram. Outras soluções, como a remoção de subsídios concedidos à pesca em grande escala, podem ajudar também no controle dessas práticas. Figura 23 - Caça proibida. Unidade 1 - Biodiversidade 35 Sustentabilidade e meio ambiente • Espécies invasoras A introdução de espécies não nativas em um ecossistema pode ameaçar a vida selvagem endêmica (como predadores ou competidores por recursos naturais, frutas, por exemplo), afetar a saúde humana e perturbar as economias. As soluções frente a essa prática (introdução de novas espécies) incluem a criação de sistemas para prevenir a introdução de espécies invasoras, em primeiro lugar, e o monitora- mento efetivo de novas infestações e a erradicação rápida de novos invasores detectados. • Poluição Desde a queima de combustíveis fósseis (liberando substâncias químicas perigosas na atmosfera e, em alguns casos, esgotando os níveis de ozônio) até despejar 19 bilhões de quilos de plástico no oceano a cada ano, a poluição perturba completamente os ecossistemas da Terra. Embora não necessariamente causem a extinção, os poluentes têm o potencial de influenciar os hábitos das espécies. Por exemplo, a chuva ácida, que normalmente é causada pela queima de combustíveis fósseis, pode acidificar corpos menores de água e solo, afetando negativamente as espécies que vivem lá, alterando os hábitos de reprodução e alimentação. Figura 24 - Espécies invasoras. Unidade 1 - Biodiversidade 36 Sustentabilidade e meio ambiente Para combater a poluição atmosférica e hidrológica, pode-se optar pela reciclagem, a conservação de energia em casa e o uso de transporte público. Conclui-se que, ao longo dos anos, o meio ambiente vem sofrendo com ameaças vindas dos seres humanos, como o desmatamento, a poluição dos rios e lagoas, o aumento do consumo, a caça e a pesca descontrolada, entre outros. Isso faz a humanidade repensar as suas ações de conservação e preser- vação da biodiversidade. Figura 25 - Poluição. Unidade 1 - Biodiversidade 37 Sustentabilidade e meio ambiente CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, você teve a oportunidade de compreender a importância da biodiversidade para o ser humano. Concluiu que um bioma não é um ecossistema, embora de certa forma possa parecer um ecos- sistema gigantesco. Ao estudar a biodiversidade, pôde perceber que plantas ou animais em qualquer bioma têm adaptações especiais que possibilitam a existência deles na área. Logo, é possível encontrar muitas unidades de ecossistemas dentro de um bioma. Por fim, também é possível concluir que os biomas brasileiros, importantes na biodiversidade do planeta, abrigam milhares de espécies e neces- sitam de maior comprometimento do ser humano quanto a sua conservação e que as escolhas de estilo de vida de indivíduos e comunidades podem ter um grande efeito sobre seus impactos na biodiversi- dade e no meio ambiente. Unidade 1 - Biodiversidade 38 Sustentabilidade e meio ambiente REFERÊNCIAS AMORIM, João Alberto Alves. A ONU e o meio ambiente: direitos humanos, mudanças climáticas e segu- rança internacional no século XXI. São Paulo: Atlas, 2015. BARBOSA, R. P.; VIANA. J. V. Recursos naturais e biodiversidade: preservação e conservação dos ecos- sistemas. São Paulo: Érica, 2014. DIAS, Reinaldo. Sustentabilidade: origem e fundamentos; educação e governança global; modelo de desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 2015. RODRIGUÉSIA. Revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. v. 66. n. 1. 2015. SSN 2175-7860. Dispo- nível em: https://rodriguesia.jbrj.gov.br/FASCICULOS/rodrig66-4/Miolo%2066-4.pdf Acesso em: 22 abr. 2020. ROSA, A. H.; FACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. Porto Alegre: Bookman, 2012. TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em ecologia. Tradução de Leandro da Silva Duarte. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. https://rodriguesia.jbrj.gov.br/FASCICULOS/rodrig66-4/Miolo%2066-4.pdf Unidade 2 - Sustentabilidade 39 Sustentabilidade e meio ambiente Unidade 2 Sustentabilidade Objetivos de aprendizagem: Nesta unidade, você irá compreender a importância da sustentabilidade e os seus três pilares: ambiental, econômica e social. Verá ainda a relação da sustentabilidade ambiental com o consumo verde, bem como as empresas e consumidores podem contribuir para a diminuição dos impactos do homem ao meio ambiente. Você entenderá a sustentabilidade social e verá como é possível trabalhar as ações sociais sustentáveis. Por fim, analisará as atitudes sustentáveis valiosas e simples que muito contribuem para a sustentabilidade. Você também irá: • Entender o conceito de sustentabilidade; • Aprender a distinguir os tipos de sustentabilidade; • Identificar ações sociais e atitudes sustentáveis. Tópicos de estudo: • Sustentabilidade; • Sustentabilidade ambiental e consumo verde; • Sustentabilidade social – ações sociais sustentáveis; • Atitudes sustentáveis – atitudes valiosas e simples. Iniciando os estudos: Uma sociedade sustentável se baseia na igualdade de acesso a cuidados de saúde, alimentação, água potável, transporte, moradia, educação, empregos, entre outros. Numa sociedade ideal, a humanidade deve viver sempre em harmonia com o meio ambiente, de forma a conservar os recursos naturais para a geração atual e futura, garantindo assim, condições de vida para os filhos, netos, bisnetos e assim por diante. Em meio a toda a incerteza em torno do futuro, a promessa da ciência brilha intensamente, sendo esperado, pelos otimistas, que as novas tecnologias e toda a infraestrutura urbana (casas, rodovias, parques, saneamento) se voltem para práticas sustentáveis, fornecendo à população melhores condições de vida. A sustentabilidade é um conceito amplo que oferece aos estudantes uma discussão e um entendimento sobre a maioria dos aspectos do mundo, desde as questões voltadas para a tecnologia, os negócios empresariais até os recursos disponibilizados no meio ambiente. Quando falamos em sustentabilidade, pensamos em consumo verde, fontes renováveis de energia e desenvolvimento sustentável, de forma a garantir o equilíbrio entre os ecossistemas em todo o planeta. Sendo assim, a sustentabilidade está relacionada à proteção do ambiente natural, à saúde e à ecologia humana, permitindo que possamos inovar sem comprometermos a vida das futuras gerações. Unidade 2 - Sustentabilidade 40 Sustentabilidade e meio ambiente 1 SUSTENTABILIDADE A sustentabilidade tem sido frequentemente definida como os sistemas biológicos que perduram e permanecem diversificados e produtivos, ou seja, como a biodiversidade se mantém em equilíbrio. Entretanto, a definição de sustentabilidade do século XXI vai muito além desses parâmetros estreitos. Atualmente, refere-se à necessidade de desenvolver os modelos sustentáveis necessários para a sobre- vivência da raça humana e do planeta Terra. Para avançar nos princípios da sustentabilidade, a Comissão Brundtland pediu uma “declaração universal” de normas para promover o desenvolvimento sustentável. Essa meta foi realizada com a Carta da Terra, uma “declaração de consenso global sobre ética e valores para um futuro sustentável”. Desen- volvida em um período de dez anos com ampla consulta global, a Carta da Terra foi formalmente endos- sada por muitas organizações. Ela dá continuidade ao entendimento da Comissão Brundtland sobre as conexões entre a justiça social, o bem-estar ambiental e a segurança econômica.Ao que se refere à sustentabilidade, fala-se em equilíbrio homem-natureza e foi por meio do Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, de 1987, que se observou que o desenvolvimento sustentável deveria atender às necessidades do presente sem comprometer o bem-estar das futuras gerações. Já no ano de 2000 a Carta da Terra melhorou a definição de sustentabili- dade, incluindo a questão de se ter uma sociedade global, e conforme destacado por Brasil (2020a): Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações, respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra como um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento. Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre cele- bração da vida (BRASIL, 2020a). Figura 1 - Sustentabilidade: harmonia. Unidade 2 - Sustentabilidade 41 Sustentabilidade e meio ambiente De fato, de acordo com Lieber e Lieber (2014, p. 767): Conceituar adequadamente sustentabilidade tem sido um desafio imposto em diferentes disci- plinas, não apenas na educação. Biólogos, sociólogos, antropólogos, economistas e mesmo linguistas, entre outros, vêm promovendo debates em diferentes condições, tanto em termos de intradisciplinaridade, como de interdisciplinaridade. A questão se agrava quando a sustentabilidade se define como uma condição, como desenvolvimento sustentável, sem qualificar-se enquanto objeto (LIEBER; LIEBER, 2014, p. 767). Define-se então sustentabilidade como o estudo sobre o funcionamento dos sistemas naturais, assim como a sua diversidade e a sua produção podem permanecer em equilíbrio. É a capacidade de melhorar a qualidade da vida humana enquanto se vive dentro da capacidade de sustentação dos ecossistemas de apoio da Terra, conforme definido pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), cujo trabalho é impulsionado pelo fato de que os padrões globais de produção e consumo estão destruindo a natureza a taxas persistentes e perigosamente altas. A sustentabilidade diz respeito ao fato de vivermos em harmonia com os recursos naturais, de forma a proteger e preservá-los de danos e destruição. A sustentabilidade significa, então, estabilizar a relação atualmente perturbadora entre os dois sistemas mais complexos da Terra – a cultura humana e o mundo vivo. Sustentabilidade não se trata apenas de questões voltadas ao meio ambiente, mas também sobre a saúde da sociedade, como vivemos, alimen- tamo-nos, trabalhamos e, consequentemente, quais os efeitos dessas ações em longo prazo, bem como é possível melhorar e tornar o mundo mais sustentável. A sustentabilidade é um conceito complexo. Uma definição aceita e citada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU é que o: “desenvolvimento sustentável é um desenvolvi- mento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades” (TECHNOCRACY, 2018). Aprofunde-se Para conhecer um pouco mais sobre a Organização das Nações Unidas (ONU), você pode acessar o site da ONU Brasil. Você encontrará também informações sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, assim como diferentes iniciativas e projetos voltados para a área, como, por exemplo: “Empresas brasileiras criam campanha digital sobre metas de desenvolvimento sustentável da ONU” (ONU BRASIL, 2018). Acesse o link: https://nacoesunidas.org/ A sustentabilidade é focada em um princípio simples: a permanência do homem na Terra tem depen- dência direta e indireta dos recursos naturais. Alcançar a sustentabilidade é criar e manter as condi- ções para que haja o equilíbrio entre homem-natureza. E com isso, deixar para as gerações futuras um mundo melhor para se viver. https://nacoesunidas.org/ Unidade 2 - Sustentabilidade 42 Sustentabilidade e meio ambiente A sustentabilidade pode ser definida como o desenvolvimento físico e as práticas operacionais institu- cionais que atendem às necessidades dos usuários atuais sem comprometer a capacidade de as gera- ções futuras atenderem às suas próprias necessidades, particularmente no que diz respeito ao uso e ao desperdício de recursos naturais. As práticas sustentáveis apoiam a saúde e a vitalidade ecológica, humana e econômica. A sustentabili- dade presume que os recursos são finitos e devem ser usados de maneira conservadora e sábia, visando às prioridades e consequências em longo prazo das formas como os recursos são usados. 1.1 OS TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE Segundo Brasil (2020), no ano de 2005, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Social identificou três áreas centrais (pilares da sustentabilidade) que contribuem para o desenvolvimento sustentável. Uma das melhores definições apresentou a sustentabilidade como uma integração de fatores econô- micos, sociais e ambientais. A sustentabilidade pode, então, ter diferentes significados para diferentes pessoas no contexto da responsabilidade social corporativa. Nesse sentido, empresas têm buscado uma abordagem equilibrada para objetivos sociais, ambientais e econômicos em longo prazo. 1.1.1 SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA A sustentabilidade econômica é usada para definir estratégias que promovam a utilização de recursos socioeconômicos para a sua melhor vantagem. Um modelo econômico sustentável propõe uma distri- buição equitativa e uma alocação eficiente de recursos. A ideia é promover o uso desses recursos de forma eficiente e responsável, proporcionando benefícios de longo prazo e estabelecendo rentabilidade. É mais provável que um negócio lucrativo permaneça estável e continue operando de um ano para o outro. As iniciativas sociais têm um impacto no comportamento do consumidor e no desempenho dos funcionários, enquanto iniciativas ambientais, como a eficiência energética e a mitigação da poluição, podem ter um impacto direto na redução do desperdício. Unidade 2 - Sustentabilidade 43 Sustentabilidade e meio ambiente O bom de adotar uma abordagem total para a sustentabilidade é que, se você se concentrar em ques- tões sociais e ambientais, a lucratividade geralmente será seguida. Sustentabilidade econômica é motivar empresas e organizações a observar e obedecer às diretrizes de sustentabilidade, além de suas exigências legislativas normais. Deve também inspirar uma pessoa a fazer a sua parte, seja por meio de ações individuais, como priorizar o consumo verde ou até mesmo investir os recursos financeiros em projetos sustentáveis (horta comunitária, reciclagem) ou em ações coletivas na comunidade e ambiente de trabalho, priorizando a caminhada, a economia de papel e a não utilização de copos descartáveis. 1.1.2 SUSTENTABILIDADE SOCIAL A sustentabilidade social é um aspecto frequentemente negligenciado, uma vez que as discussões sobre desenvolvimento sustentável em geral se concentram nos aspectos ambientais ou econômicos. Porém, todas essas três dimensões da sustentabilidade devem ser abordadas para que se alcance o melhor resultado possível. A sustentabilidade social se institui quando os processos, os sistemas, as estruturas e os relacionamentos dão suporte às gerações de hoje e do futuro para criar ambientes saudáveis, habitáveis e sustentáveis, sendo, portanto, justos, diversificados, democráticos e que possam proporcionar uma boa qualidade de vida. Logo, a sustentabilidade social possibilita a criação de lugares sustentáveis que promovam o bem-estar das pessoas (em todos os locais – em casa, nos parques, na rua, no trabalho), combinado o arranjo ou o layout do mundo físico, real, com o mundo social (infraestrutura de apoio – amenidades sociais, espaços urbanos, ações de engajamento do cidadão junto aosespaços, entre outros). Figura 2 - Sustentabilidade econômica. Unidade 2 - Sustentabilidade 44 Sustentabilidade e meio ambiente O aspecto social da sustentabilidade se concentra em equilibrar as necessidades do indivíduo com as necessidades do grupo. Diferentes empresas fazem isso de maneiras diversas, com alguns dos programas de sustentabilidade corporativa mais bem-sucedidos, adotando uma abordagem que combina com suas missões corporativas, tais como portões abertos (promovendo a participação da comunidade na empresa); inclusão digital (promovendo cursos de informática para os familiares e a sociedade); projetos antitabagismo e de saúde familiar (também no ambiente da empresa ou em espaços cedidos pelos órgãos públicos). Aprofunde-se As iniciativas sociais podem incluir: programas de treinamento de habilidades específicas do mercado; doações de alimentos sustentáveis; iniciativas de segurança do trabalhador e de empoderamento das mulheres; abordagem sobre os impactos da comunidade decorrentes de suas operações, incluindo escassez de água, saúde e bem-estar das comunidades em torno de suas fábricas, além da gestão de terras que honre os direitos de uso da população local; esforços sociais e comunitários por meio de doações voluntárias; programas de assistência e recuperação de desastres; e introdução de tecnologias de economia de energia em escolas, clínicas médicas e instalações de idosos. Sustentabilidade social significa manter o acesso aos recursos básicos sem comprometer a quali- dade de vida. Trata-se de educar e incentivar pessoas a contribuir na sustentabilidade ambiental e educá-las sobre os efeitos da proteção ambiental. Figura 3 - Sustentabilidade social. Unidade 2 - Sustentabilidade 45 Sustentabilidade e meio ambiente 1.1.3 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL O objetivo da sustentabilidade ambiental é preservar os recursos naturais e desenvolver fontes alterna- tivas de energia, o que reduz a poluição e também os danos no meio ambiente. No entanto, a grande questão é como equilibrar o impacto e os danos ao meio ambiente com a crescente necessidade de industrialização para suprir os padrões de consumo da sociedade moderna. A sustentabilidade ambiental ocorre quando processos, sistemas e atividades reduzem o impacto ambiental de instalações, produtos e operações de uma organização. Herman Daly (1989), referindo-se à sustentabilidade ambiental, propõe que: • Para os recursos renováveis, a taxa de colheita não deve exceder a taxa de regeneração; • Para a poluição, as taxas de geração de resíduos de projetos não devem exceder a capacidade de assimilação do meio ambiente; • Para os recursos não renováveis, o seu esgotamento deve exigir desenvolvimento com- parável de substitutos renováveis. As iniciativas ambientais podem incluir: o aumento das importações de fábricas verdes e amarelas; metas de desperdício zero; redução de sacolas plásticas e iniciativas para reduzir a emissão de gás carbônico; uso sustentável da água; reciclagem de equipamentos eletrônicos e equipamentos de telecomunica- ções, reduzindo o uso de energia; e soluções mais eficientes e ecológicas para uso da frota de veículos. Figura 4 - Sustentabilidade ambiental. Unidade 2 - Sustentabilidade 46 Sustentabilidade e meio ambiente 2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E CONSUMO VERDE A sustentabilidade ambiental expressa como deveríamos estudar e proteger os ecossistemas, a quali- dade do ar, a sustentabilidade de nossos recursos naturais, concentrando-nos em componentes que enfatizam o nosso meio ambiente. Os consumidores dizem que querem comprar produtos ecologicamente corretos e reduzir seu impacto no meio ambiente, mas quando chegam à caixa registradora, acabam atraídos por outros produtos não tão ecológicos. Embora as peculiaridades individuais sejam a base de algumas dessas decisões, as empresas podem fazer muito mais para ajudar pessoas em potencial a se tornarem consumidores sustentáveis. Assista Acesse na plataforma o vídeo: Construção verde O impulso de consumo verde está se espalhando mais rápido e organizações de todos os tipos estão lançando campanhas ecológicas – desde diminuir o fluxo de veículos nas grandes cidades, iniciativas para vender alimentos orgânicos, até a construção de edifícios verdes. Os consumidores também estão recebendo a ideia de ser mais verde e se sentem preocupados, por exemplo, com a mudança climática que vem ocorrendo principalmente desde os anos 2000. Preocupam-se com a elevação dos mares, o declínio da qualidade do ar, o encolhimento dos habitats dos animais, o prolongamento das secas e a criação de novas doenças. Figura 5 - Consumo verde. Unidade 2 - Sustentabilidade 47 Sustentabilidade e meio ambiente Aprofunde-se O que é consumo verde? Barbosa e Campbell (2006) consideram o consumo como fugaz e que, embora seja um pré-requisito para a reprodução física e social de qualquer sociedade humana, de acordo com Batinga e Pinto (2016), “curiosamente só se toma conhecimento dele quando o mesmo é considerado supérfluo ou ostentatório”. Ainda segundo os autores, na visão de Slater (2002): O caráter elusivo do consumo se daria em virtude de que, definido como um processo social, o consumo conecta questões das nossas vidas cotidianas com questões centrais da nossa sociedade e época. Dessa forma, ele se relaciona tanto com a forma com a qual devemos ou queremos viver quanto com as questões relativas à forma de como a sociedade é ou deveria ser organizada, sem falar da estrutura material e simbólica dos lugares em que vivemos e a forma como nele vivemos (SLATER, 2002 apud PINTO; BATINGA, 2016). Nessa linha de pensamento, cita-se o consumo verde, o consumo sustentável, o consumo ético, o consumo ecologicamente correto, o consumo responsável, entre outros. Segundo Batinga e Pinto (2016), esses tipos de consumo possuem diferenças, o consumo verde se refere aos critérios de escolha, levan- do-se em conta a variável ambiental, tendendo a optar por produtos que não agridam o meio ambiente, o que pode também ser compreendido como consumo ecologicamente correto. O consumo verde tende a ser associado a uma atitude mais coletiva, a partir das relações estabelecidas entre as empresas e a sociedade como um todo. Os consumidores querem agir de maneira ecologicamente correta, mas esperam que as empresas liderem o caminho, ou seja, as corporações devem liderar, por exemplo, sobre a questão da mudança climática. Para fazer isso, as empresas precisam desenvolver mais e melhores produtos em conformi- dade com o meio ambiente. As corporações podem colher múltiplos benefícios, tornando-se verdes. Elas podem reduzir o seu consumo de energia, diminuir os seus riscos, enfrentar as ameaças competitivas, melhorar as suas marcas e aumentar as suas receitas. Unidade 2 - Sustentabilidade 48 Sustentabilidade e meio ambiente Infográfico 1 - Barreiras para o consumo verde. Fonte: elaborado pelo autor. ED + Co nt en t H ub © 2 02 0 Unidade 2 - Sustentabilidade 49 Sustentabilidade e meio ambiente Reflita Para aumentar o consumo verde, as empresas devem remover essas cinco barreiras – a saber: falta de consciência, percepções negativas, desconfiança, preços altos e baixa disponibilidade. Em outras palavras, elas devem aumentar a conscientização dos consumidores sobre os produtos verdes, melhorar a percepção deles sobre a qualidade dos produtos ecológicos, fortalecer a confiança dos consumidores, baixar os preços dos produtos verdes e aumentar a sua disponibilidade. A importância de cada barreira varia de acordo com o produto, a indústria e a geografia. Em outras pala- vras, as empresas precisam levar os clientes ao longo de todo o processo de compra – desde o conheci- mento de produtos ecologicamente corretos, a consideração de seus prós e contras, até o pagamento dos produtos para que os mesmos tenham ciência que a produção é realmente sustentável, ou seja, não há utilização de processos contrários ao “sustentável”, comopor exemplo, a contaminação da água por meio de resíduos da produção. Entender essas barreiras é o primeiro passo para o crescimento dos consumidores verdes. Figura 6 - Produtos ecologicamente corretos. Unidade 2 - Sustentabilidade 50 Sustentabilidade e meio ambiente 3 SUSTENTABILIDADE SOCIAL - AÇÕES SOCIAIS SUSTENTÁVEIS A sustentabilidade social é muito mais qualitativa do que quantitativa. Ele aborda as maneiras pelas quais os membros de uma comunidade vivem suas vidas e interagem uns com os outros. Entrelaça a manutenção de necessidades humanas básicas junto com o exercício de liberdades políticas, econômicas e sociais. Pense nisso como a diferença entre uma sociedade sobrevivente e uma sociedade próspera. Em uma sociedade sobrevivente, as pessoas têm comida, abrigo e água suficientes para satisfazer às suas necessi- dades básicas, considerando que em uma sociedade próspera essas necessidades são suplementadas por nutrição, educação, liberdade e outros fatores que melhoram a saúde e o bem-estar da sociedade. Os elementos centrais da sustentabilidade social são: SUSTENTABILIDADE SOCIAL Equidade Oportunidades e resultados equitativos são fornecidos e barreiras são quebradas para todos na comunidade. Isso é especialmente importante no que diz respeito aos membros mais pobres e mais vulneráveis. Diversidade Deve ser promovida e incentivada dentro da comunidade. Coesão social Processos, sistemas e estruturas são fornecidos para promover a conectividade e a inclusão dentro e fora da comunidade. Qualidade de vida As necessidades básicas dos membros da comunidade são satisfeitas e uma boa qualidade de vida (saúde, educação, segurança, emprego, moradia etc.) é assegurada em âmbitos individual, de grupo e comunitário. Democracia e governança A comunidade é governada por processos democráticos que formam estruturas de governança abertas e responsáveis. Maturidade A comunidade é governada por processos democráticos que formam estruturas de governança abertas e responsáveis. Diagrama 1 - Os elementos centrais da sustentabilidade social. Fonte: elaborado pelo autor. ED+ Content Hub © 2020 Unidade 2 - Sustentabilidade 51 Sustentabilidade e meio ambiente Cada um desses elementos é importante para garantir a sustentabilidade social de uma comunidade. Ao fornecer a todos os mesmos serviços e oportunidades, a cidade crescerá e se desenvolverá na comuni- dade sustentável que imaginamos que seja. Como os três pilares da sustentabilidade estão interligados, incorporar o pilar social na sociedade ajudará a apoiar iniciativas ambientais e econômicas no futuro. A consulta pública é um excelente exemplo disso. É uma estratégia que promove a inclusão social e o desenvolvimento sustentável. Ao consultar os membros da sociedade sobre os seus medos e preocupações sobre um tópico, como a mudança climática, por exemplo, pode-se entender melhor como lidar com essas questões. Lembre-se de que a mudança climática e outros problemas ambientais afetam desproporcionalmente as pessoas mais pobres e grupos minoritários, apesar do fato de que essas pessoas raramente são a causa desses problemas. Ao incluir essas pessoas na discussão estratégica, pode-se fornecer a elas serviços e locais seguros em caso de emergência. Para que uma sociedade seja verdadeiramente sustentável, ela deve atender às necessidades sociais e prestar atenção às oportunidades econômicas dentro dos limites impostos pelos ecossistemas e pelo meio ambiente. Infelizmente, existe a percepção de que existe um trade-off entre sucesso econômico e ação ambiental ou social. Pode-se ver isso refletido nas corporações que se recusam a pagar a seus trabalhadores um salário digno ou disputam abertamente provas irrefutáveis de que as suas ações prejudicam o meio ambiente. Essas empresas estão felizes em continuar conduzindo os seus negócios como de costume, já que são capazes de transferir o custo de seus negócios para os seus trabalhadores e a comunidade do entorno, protegendo assim os seus resultados financeiros. 3.1 OS BENEFÍCIOS DA SUSTENTABILIDADE SOCIAL Os membros de uma comunidade fornecem uma riqueza de origens educacionais, culturais e econô- micas. Utilizá-las como um recurso só irá beneficiar o local a longo prazo. Proporcionar às pessoas uma alta qualidade de vida, moradia e serviços a preços acessíveis, com bairros saudáveis e bem planejados, permite que a cidade atraia novos investimentos e migrantes. Isso agrega valor econômico à região, criando empregos e impulsionando o crescimento em direção a densidades ideais, permitindo que serviços como trânsito, água, saneamento, saúde e educação sejam fornecidos de uma maneira mais econômica. Unidade 2 - Sustentabilidade 52 Sustentabilidade e meio ambiente Esse tipo de desenvolvimento e crescimento sustentáveis permite à cidade formar fortes conexões entre comunidades urbanas e rurais, bem como equilibrar o desenvolvimento territorial. Isso proporciona a todos os residentes maior acesso a mercados e empregos, cadeias seguras de fornecimento de alimentos, serviços ecológicos e planejamento territorial bem regulado. À medida que o clima muda, é dever da cidade proteger seus cidadãos e ajudá-los a se tornarem resistentes contra desastres cotidianos e riscos climáticos. O principal mecanismo pelo qual isso é realizado é reduzir a vulnerabilidade dos cidadãos a esses riscos. A vulnerabilidade é reduzida por meio da provisão de serviços básicos universais; cons- trução de edifícios bem regulados; infraestrutura ecológica eficaz, como drenagem de águas pluviais; sistemas de alerta precoce; e gerenciamento eficaz de desastres e serviços de emergência. 4 ATITUDES SUSTENTÁVEIS - ATITUDES VALIOSAS E SIMPLES Os valores de sustentabilidade são frequentemente expressos por meio de atitudes e comportamentos específicos. E uma maneira importante de promover o desenvolvimento humano é trabalhar as atitudes sustentáveis. Levar a sustentabilidade a sério exige que sejam reavaliadas as ideias sobre crescimento, equidade social, consumo e melhor padrão de vida, esse indicador putativo de bem-estar social. Figura 7 - Proporcionar às pessoas uma alta qualidade de vida, moradia e serviços a preços acessíveis, com bairros saudáveis e bem planejados, permite que a cidade atraia novos investimentos e migrantes. Unidade 2 - Sustentabilidade 53 Sustentabilidade e meio ambiente De fato, como destacado por Rosa et al. (2012, p. 19), a ação do homem sobre a natureza vem provo- cando um desequilíbrio no meio ambiente, por exemplo, a poluição das águas. É consequência principalmente de atividades humanas (antrópicas) como: lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento prévio. Condições geoquímicas específicas, como chuvas e atividade vulcânica, também podem elevar a concentração de alguns compostos em determinado ecossistema podendo causar problemas locais (poluição natural) (ROSA et al., 2012, p. 19). Pode-se dizer então que a sustentabilidade é limitada em ambos os extremos do rendimento econômico. No ponto de partida, ela é limitada pela disponibilidade de recursos e, no ponto final, pela acumulação dos produtos de seu uso: desperdício, perda e poluição. O consumo e os sistemas de distribuição de material, os processos que ligam esses dois extremos, vão ao cerne da questão. A escala do consumo global, tanto público quanto privado, depende do tamanho da população e da intensidade do uso de recursos. Nesse sentido, por meio de ações simples, pode-se trabalhar a sustentabilidade, como, por exemplo, usar menos o carro e, sempre que possível, optar pelo transporte sustentável, como andar de bicicleta ou usar o transporte público com mais frequência. No caso de viagens de longa distância, os trens são mais sustentáveis do que os aviões, pois esses causam uma grande quantidade de CO2 emitido na atmosfera. Veja a seguir mais algumas ações simples que contribuem para a sustentabilidade. 1) Coloqueem prática os 3Rs da sustentabilidade: • Reduza (Reduce): consuma menos, com mais eficiência; • Reutilização (Reuse): aproveite os mercados de segunda mão e dê uma nova vida aos itens que você não usa mais. Você estará economizando dinheiro e reduzindo o seu consu- mo. Trocar também é uma solução prática; • Reciclar (Recycle): recicle embalagens, resíduos de eletrônicos etc. Figura 8 - 3Rs. Unidade 2 - Sustentabilidade 54 Sustentabilidade e meio ambiente Reflita Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), conforme Helena Martins (2018) apresenta, dos 5561 municípios brasileiros, menos da metade (2751) declarou ter planos de gestão integrada de resíduos. Para mudar esse cenário e caminhar para uma política de lixo zero, que consiste no máximo aproveitamento e correto encaminhamento dos resíduos recicláveis e orgânicos, especialistas de todo o mundo debateram o tema no Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, realizado em Brasília. 2) Reduza o seu consumo de carne (o gado é um dos maiores contaminadores da atmosfera) e aumente o seu consumo de frutas e verduras. Coma alimentos locais e sazonais: leia o rótulo e coma alimentos produzidos na região, evite as importações que geram mais emissões devido ao transporte. 3) Na medida do possível, evite qualquer material que possa ser incendiado com facilidade. Se você quiser comprar madeira, escolha uma com uma certificação ou selo mostrando sua ori- gem sustentável. Plante uma árvore! Ao longo de sua vida, pode absorver até uma tonelada de CO2. 4) Cobre dos governantes a promoção de energia renovável e medidas regulatórias, como rotular adequadamente os produtos (método de pesca usado, especificação das origens do produto, se são ou não transgênicos etc.). 5) Pense globalmente, aja localmente. Suas ações são necessárias na luta contra as mudanças climáticas. Você consegue pensar em alguma outra coisa para fazer? Compartilhe! 6) O plástico nunca irá desaparecer completamente. Todos os anos a vida marinha é afetada por meio da ingestão de plástico pelas aves marinhas, peixes, focas, tartarugas e muitos outros. Comece a minimizar os impactos ao meio ambiente reduzindo os resíduos de plástico ao subs- tituir, por exemplo, as sacolas plásticas pelas reutilizáveis ao fazer compras, ou não utilizando garrafas plásticas de água, sacos e canudos descartáveis, bem como evitando produtos feitos ou embalados em plástico. 7) A conservação da água também é crítica, principalmente pelo fato de que a população da Terra aumenta a cada ano. Economize água tomando banhos mais curtos, consertando vazamentos, não poluindo os rios e escolhendo aparelhos (máquinas de lavar) de baixo fluxo de água. 8) Mantenha o carro em boas condições de uso, assim como as residências, melhorando a efi- ciência energética. E utilize a luz natural para consumir menos lâmpadas, sempre priorizando as de baixo consumo. A sustentabilidade exige que os seres humanos aprendam a viver em harmonia com o meio ambiente. Fatores importantes, como o tamanho da população humana, a robustez da biosfera, o estoque de recursos, o suprimento de alimentos e a qualidade ambiental devem permanecer equilibrados, em escala global. Esse estado de equilíbrio deve durar o tempo suficiente para que não seja apenas um Unidade 2 - Sustentabilidade 55 Sustentabilidade e meio ambiente pontinho na curva do crescimento insustentável. Mesmo que não se possa realmente atingir esse equilí- brio, você deve se mover nessa direção se a humanidade e o ecossistema quiserem sobreviver. Se as empresas quiserem acompanhar esse mundo em rápida transformação, elas precisam reconhecer os seus impactos mais amplos e o que podem fazer para serem mais do que apenas sustentáveis – uma preocupação fundamental para a geração do milênio. As empresas, portanto, precisam adaptar processos e práticas de produção para tornar seus produtos sustentáveis e aproveitar as oportunidades criadas por essa geração de consumidores em rápido crescimento. A geração do milênio quer que as empresas sejam ativamente investidas na melhoria da sociedade, na solução de problemas sociais e na priorização de “causar impacto” no mundo. Mais do que isso, ela também quer que as empresas sejam abertas e honestas sobre os seus esforços e sejam transparentes sobre a sua cadeia de suprimentos e os seus impactos ambientais. Unidade 2 - Sustentabilidade 56 Sustentabilidade e meio ambiente CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, você concluiu que a sustentabilidade é mais do que importante na atualidade. O esgo- tamento dos recursos naturais em muitas partes do planeta exige que as pessoas mudem o compor- tamento, seja por meio de ações simples, como diminuir o tempo de banho, ou até mesmo em traba- lhar produtos ecologicamente corretos, incentivando o consumo verde. Você concluiu também que as empresas e os governantes têm papel fundamental na sustentabilidade, uma vez que eles podem traba- lhar os três pilares da sustentabilidade, buscando sempre a harmonia e o desenvolvimento sustentável da sociedade. Unidade 2 - Sustentabilidade 57 Sustentabilidade e meio ambiente REFERÊNCIAS BARBOSA, L.; CAMPBELL, C. O estudo do consumo nas ciências sociais contemporâneas. In: BARBOSA, L.; CAMPBELL, C. (org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. BRASIL. Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/L9795.htm Acesso em: 22 abr. 2020. BRASIL. Carta da Terra, 2020a. Disponível em: https://www.mma.gov.br/informma/item/8071-carta-da- -terra Acesso em: 24 abr. 2020. BRASIL. Assessoria de Assuntos Internacionais (ASIN). Disponível em: https://www.mma.gov.br/assun- tos-internacionais/a-assessoria.html Acesso em: 22 abr. 2020. BRASIL. Mudanças climáticas. Disponível em: https://www.mma.gov.br/informma/item/8266-educa%- C3%A7%C3%A3o-ambiental-no-contexto-das-%20mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas.html Acesso em: 22 abr. 2020. LIEBER, R. R.; LIEBER, N. S. R. A sustentabilidade é sustentável? Educando com o Conceito de Risco. In: PHILIPPI JR., Arlindo; PELICIONI, Maria Cecília Focesi (EE.). Educação ambiental e sustentabilidade. 2. ed. Barueri: Manole, 2014. MARTINS, Helena. Experiências ao redor do mundo apontam caminhos para redução do lixo. 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-06/experiencias-ao-redor-do-mundo-apon- tam-caminhos-para-reducao-do-lixo Acesso em: 22 fev. 2020. ONU BRASIL. Empresas brasileiras criam campanha digital sobre metas de desenvolvimento sustentável da ONU, 2018. Disponível em: https://nacoesunidas.org/empresas-brasileiras-criam-campa- nha-digital-sobre-metas-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/ Acesso em: 22 abr. 2020. PINTO, M. R.; BATINGA, G. L. (org.). O consumo consciente no contexto do consumismo moderno: algumas reflexões. Gestão.Org - Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, Recife, v. 14, n. 1, p. 30-43, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/gestaoorg/article/view/22086 Acesso em: 22 abr. 2020. ROSA, A. H.; FACETO, L. F.; MOSCHINI-CARLOS, V. Meio ambiente e sustentabilidade. Porto Alegre: Bookman, 2012. TECHNOCRACY. A ONU quer ser nosso governo mundial por 2030. 2018. Disponível em: https://pt.tech- nocracy.news/the-un-wants-to-be-our-world-government-by-2030/ Acesso em: 23 abr. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9795.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9795.htm https://www.mma.gov.br/informma/item/8071-carta-da-terra https://www.mma.gov.br/informma/item/8071-carta-da-terra https://www.mma.gov.br/assuntos-internacionais/a-assessoria.html https://www.mma.gov.br/assuntos-internacionais/a-assessoria.html https://www.mma.gov.br/informma/item/8266-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental-no-contexto-das-%20mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas.html https://www.mma.gov.br/informma/item/8266-educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental-no-contexto-das-%20mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas.html
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