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FACULDADE INTEGRADA CETE – FIC ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL LTDA – ME CURSO BACHARELADO EM FÁRMACIA DISCIPLINA: ANATOMIA HUMANA DOCENTE: TACIANA MIRELLY ACADÊMICO: MAXWELL DE ARANDAS PIMENTEL ATIVIDADE DE SISTEMA MUSCULAR I. Como acontece a contração muscular? O corpo é formado por três tipos de tecido muscular e cada um é caracterizado em conformidade com a sua finalidade e estrutura. Músculos que atuam em união com o sistema esquelético e que podemos controlá-los para desempenharmos movimentos voluntários dos membros é constituído de tecido muscular estriado esquelético. Enquanto os sistemas digestório, circulatório, urinário e reprodutor apresentam tecido muscular não estriado, facilitando a movimentação de materiais pelo corpo e para bombear o sangue, o coração, tem um tecido muscular especializado, chamado de tecido muscular estriado cardíaco. Independentemente de onde os tecidos musculares estão situados no organismo, todos possuem em comum uma característica: a contração. Para entender a contração muscular de forma descomplicada é melhor considerarmos a estrutura de uma fibra muscular, como está ilustrada na Figura 1. A unidade funcional e estrutural básica do músculo esquelético é o Sarcômero, em razão de ser a menor parcela capaz de contrair. A contração dos músculos esqueléticos acontece devido o encurtamento do sarcômero. Nesse contexto, quando os sarcômeros encurtam-se, miofibrilas, fibras musculares, fascículos musculares e músculos encurtam-se para gerar a contração muscular. E para ocorrer o relaxamento muscular, é necessário que os sarcômeros alongam-se, por meio de uma força externa aplicada a um músculo por outros músculos ou pela gravidade. Exemplificando, uma contração muscular faz uma articulação flexionar, já a extensão da articulação e o alongamento do músculo é resultante da contração dos músculos que realizam o movimento inverso. Figura 1. Componentes de uma fibra muscular O sistema nervoso controla a contração dos músculos esqueléticos, por meio dos axônios. Os axônios dos neurônios partem do encéfalo e da medula espinal até às fibras musculares esqueléticas, conduzindo os sinais elétricos, também conhecidos como potenciais de ação, responsáveis pela a contração das fibras. De forma resumida, como pode ser verificado na Figura 2, para se obter uma contração muscular é fundamental que o potencial de ação percorra por toda a extensão da membrana de um axônio até a junção neuromuscular. Em resposta os canais de Ca2+ permite que o Ca2+ adentre no terminal pré- sináptico e a acetilcolina é secretada pelas vesículas pré-sinápticas. Com isso a acetilcolina impulsiona os canais de Na+ na membrana pós-sináptica ficarem abertos. Com isso o Na+ propaga-se para o interior fibra muscular, estabelecendo a transferência de um potencial de ação através do sarcolema e das membranas dos túbulos T. Assim, os potenciais de ação nos túbulos T faz com que o reticulo sarcoplasmático libere Ca+2, onde irá se unir com a troponina, que conduz a tropomiosina e disponibiliza os sítios de ligação de actina à cabeça de miosina. Para deslocar as cabeças de miosina, as moléculas de ATP são quebradas em ADP e P, liberando a energia necessária, sendo assim, as cabeças dos miofilamentos de miosina se dobram, permitindo a actina deslizar sobre a miosina. O Mecanismo irá continuar durante o tempo que o Ca2+ estiver existente. Figura 2. II. E como ocorre a contração muscular em um indivíduo com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)? A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa atípica, reconhecida pela paralisia progressiva da musculatura voluntária promovendo a degeneração dos neurônios motores no córtex motor primário, vias corticoespinais, tronco cerebral e medula espinal. Os sintomas são importantes para designar uma síndrome relacionada ao neurônio motor superior ou inferior, como podemos observar na Figura 3. Figura 3. Distribuição da via motora incluindo o neurônio motor superior e o neurônio motor inferior Quando a disfunção ocorre a nível do neurônio motor superior (DNMS) é particularizada pela existência de fraqueza, reflexos tendíneos vivos e reflexos anormais. Já quando acontece a disfunção do neurônio motor inferior (DNMI) é determinada pela presença de fraqueza, fasciculações, atrofia e atonia. À medida que a disfunção atinge os neurônios motores do tronco cerebral é identificada pelo aparecimento de disfagia e disartria. Geralmente, a ELA se desenvolve a partir da meia-idade e no final da vida. Dados mostram que apenas 10% dos casos teve início antes de 40 anos de idade e 5% antes de 30 anos. Segundo alguns estudos, os homens são os principais afetados, frequentemente uma ou duas vezes mais que as mulheres. No momento a causa precursora da ELA ainda é desconhecida e sobre os fatores de risco apontados estão somente a idade e a história familiar. As principais teorias sobre a etiologia da ELA estão associadas as causas infecciosas (inclusive retrovírus), os efeitos dos aminoácidos excitotóxico, desregulação mitocondrial, estresse oxidativo e causas autoimunes, porém, são poucas as comprovações provando alguma uma dessas causas. Normalmente, fraqueza indolor progressiva é a manifestação clínica inicial e peculiar da ELA, em especial nos membros inferiores, nas mãos, nos segmentos proximais dos braços ou nos músculos bulbares. A dor acaba não sendo um dos primeiros sintomas, porém pode ser constada com a evolução da manifestação clínica, quando os membros ficam imóveis por conta da espasticidade e da contratura articular graves. Além disso, a marcha também é comprometida, uma vez que os músculos da perna tendem a ficar fracos, evoluindo para uma marcha espástica. Aos poucos, a fraqueza se intensifica e afeta outras partes do corpo, tornando o paciente cada vez mais dependente. Quase sempre, a disfunção respiratória acontece mais tardiamente e a respiração é prejudicada pela a fraqueza do diafragma e perda parcial dos movimentos dos músculos intercostais. A disfagia pode causar aspiração e pneumonite. O óbito do paciente é provocado por insuficiência respiratória, pneumonite de aspiração ou embolia pulmonar depois de imobilidade prolongada. O tempo médio dos sintomas é em torno de 4 anos e aproximadamente 10% dos pacientes vivem mais de 10 anos. É importante destacar que a atividade sináptica do neurônio motor é intermediada pelo neurotransmissor excitatório glutamato, atuante nos receptores na membrana pós-sináptica. Nesse contexto o neurônio motor apresenta quatro tipos de receptores de glutamato, responsáveis pela sua atividade excitatória, os receptores GLUR2 e GLUR 4 (responsáveis pelo controle do influxo de cálcio intracelular) estão reduzidos nos pacientes com ELA. O cálcio em excesso, causa morte celular. O glutamato faz um trabalho importante na resposta rápida ao estimulo para a cognição, memória, movimento e sensação. Sua função excitatória, quando em excesso, causa despolarização da célula nervosa e ativação de enzimas digestivas e enzimas conhecidas como quinases ativadoras da mitogênese, que provocam a fosforilação dos neurofilamentos do neurônio motor, com isso, tendem a ser conduzidos mais devagar e ficar acumulados no motoneurônio, favorecendo a sua degeneração. REFERÊNCIAS BERTOLUCCI, P. H. F; FERRAZ, H. B; BARSOTTINI, O. G. P; PEDROSO, J. L.; Neurologia Diagnóstico e Tratamento. 2. ed. Editora Manole LTDA, Barueri – SP, 2016. LOUIS, E. D.; MAYER, S. A.; ROWLAND, L. P.; Merritt tratado de neurologia, Tradução: Cosendey, C, H. de A... [et al.] 13. ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro - RJ, 2018. VANPUTTE, C.; REGANM, J.; RUSSO, A.; Anatomia e Fisiologia de Seeley 10. ed. AMGH Editora LTDA, Porto Alegre – RS, 2016.
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