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AS BASES DA INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA Professores: Dr. Giancarlo Lucca Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal DIREÇÃO NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; LUCCA, Giancarlo; VAN DAL Jorge Luiz Garcia. Gestão Estratégica da Informação. Giancarlo Lucca; Jorge Luiz Garcia Van Dal. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 25 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Informação 2. Estratégica 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 650 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Pós-graduação e Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Pós-graduação e Extensão Fellipe de Assis Zaremba Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Lilian Vespa Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Monique Coloni Boer Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 01 02 03 sumário 06| O CONCEITO DE DADOS, DE INFORMAÇÃO E DE CONHECIMENTO 12| O CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 15| OS NÍVEIS DE ABRANGÊNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer os principais conceitos e as principais diferenças entre dados, informação e conhecimento. • Apresentar os conceitos e as definições sobre os sistemas de informação. • Discutir os diferentes tipos de sistemas de informação e seus níveis de abrangência. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • O Conceito de Dados, de Informação e de Conhecimento • O Conceito de Sistemas de Informação • Os Níveis de Abrangência dos Sistemas de Informação AS BASES DA INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA INTRODUÇÃO introdução Olá, caro(a) aluno(a)! A gestão estratégica da informação é um assunto extremamente interessante, pois trata do processo decisório das organizações com base na aplicação de diversas técnicas e de ferramentas consagradas. Nesse sentido, a informação é o elemento essencial para a gestão das organizações contemporâneas, principalmente, quando consideramos o ambiente competitivo em que atuam. Nesse cenário corporativo dinâmico e disruptivo, as organizações têm que lidar com análises de competitividade e com tomadas de decisão cada vez mais complexas e sofisticadas. Aos gestores, cabe estarem atualizados para atuar de forma reativa, quando imprescindível, adequando suas estratégias e táticas às demandas do mercado, mas, principalmente, atuarem de forma proativa, projetando cenários futuros e traçando perspectivas para a organização sob suas lideranças. Para isso, compreenderemos e diferenciaremos os conceitos de dados, de informação e de conhecimento e os aproximaremos dos principais conceitos de Sistemas de Informação, de Tecnologia da Informação e de Gestão do Conhecimento. Veremos também que conhecimento é, antes de essencial para o desenvolvimento de uma organização, uma tarefa muito prazerosa para os que gostam de desafios e de competitividade, além de incitar os jogadores de plantão a desafiarem a si mesmos em busca de soluções, de técnicas, de ferramentas e de meios diversos para conduzir as organizações empresariais à melhoria contínua de seu desempenho. Nesse encontro, estudaremos os aspectos básicos essenciais da gestão estratégica da informação, de forma a constituir um conjunto de conhecimentos de suporte ao entendimento das ferramentas e das técnicas que permitirão a implantação de um projeto prático de gestão estratégica da informação. Devemos entender os elementos que definem a qualidade da informação nas organizações para fins decisórios. Esse é apenas o início de uma jornada valiosa e essencial para as organizações, sobretudo para o planejamento de ações futuras. Bons estudos! Pós-Universo 6 Em nossa sociedade, assim como no mundo dos negócios, as transformações são cada vez mais rápidas e impactantes. A agilidade e a dinâmica frenética do mercado, cada vez mais conectado e globalizado, exige que seus gestores tomem decisões em um volume muito maior e muito mais rápido, se comparado há 5 ou há 10 anos, e essa velocidade só tende a aumentar. Por isso, é fundamental, para empresas e para profissionais de qualquer área, o entendimento do processo de tomada de decisão. Conhecendo cada etapa e aplicando seus conhecimentos de forma dinâmica, aumentam-se as chances de obter resultados mais satisfatórios, isto é, fazer melhores escolhas e mensurá-las, por meio do processo sistematizado de tomada de decisão. Nesse contexto, interessa-nos compreender a relação de causa e de efeito existente no processo decisório pelos elementos: dados, informação e conhecimento. “A nova fonte de poder não é o dinheiro nas mãos de poucos, mas a informação nas mãos de muitos” (John Naisbitt). reflita O CONCEITO DE DADOS, DE INFORMAÇÃO E DE CONHECIMENTO Pós-Universo 7 É muito fácil perceber essa relação ao avaliar questões do dia a dia, por exemplo: imagine uma pequena loja de conserto de sapatos que possui apenas dois funcionários, Seu José, o proprietário, e sua esposa Magali. Seu José anota os dados dos pedidos e as ordens de serviços dos clientes em um pequeno caderno manualmente, conforme a Figura 1: SAPATARIA BEM INFORMADA Mês agosto de 2013 Data do pedido Nome do cliente Descrição do serviço Valor Data do término Data da entrega Data do pagamento Figura 1: Caderno de Registro de Pedidos e Ordens de Serviço Fonte: o autor. De acordo com Turban, McLean e Wetherbe (2004, p. 63): “ [...] dados são itens referentes a uma descrição primária de objetos, eventos, atividades e transações que são gravados, classificados e armazenados, mas não chegam a ser organizados de forma a transmitir algum significado específico. Portanto, os dados podem ser definidos como a unidade elementar que, em conjunto, podem produzir informações. Nesse caso, os dados registrados por Seu José e Dona Magali são: 1. Data do pedido. 5. Data do término. 2. Nome do cliente. 6. Data da entrega. 3. Descrição do serviço. 7. Data do pagamento. 4. Valor. Pós-Universo 8 É interessante perceber que, de forma isolada, os dados não têm muita utilidade, mas, quando relacionados, agrupados, classificados, calculados, enfim, processados, podem produzir informações valiosas. No caso da sapataria do Seu José, os dados são anotados em um caderno linha a linha. Podemos dizer que esse caderno é o banco de dados da sapataria. É a “tecnologia da informação” que a organização tem disponível no momento, para apoiar o seu sistema de informação. Para Turban, McLean e Wetherbe (2004, p. 63): “ Informação é todo conjunto de dados organizados de forma a terem sentido e valor para seu destinatário. Este interpreta o significado, tira conclusões e faz deduções a partir deles. Os dados processados por um programa aplicativo têm uso mais específico e maior valor agregado do que aqueles simplesmente recuperados de um banco de dados. Esse aplicativo pode ser um sistema de gerenciamento de estoques, um sistema de matrículas online de uma universidade, ou um sistema de Internet para compra e venda de ações. Com base nos dados: data do pedido; nome do cliente; telefone; descrição do serviço; valor; data do término, data da entrega e data do pagamento, Seu José e Dona Magaliconseguem obter algumas informações estratégicas muito úteis para conseguir administrar seu negócio. Ao fim de cada mês, ao realizar o processamento de dados registrados no caderno (por meio da análise das folhas individualmente e de alguns cálculos), conseguem obter o conjunto de informações: 1. Total recebido no mês. 2. Total de valores a receber no mês. 3. Relação de clientes devedores e seus respectivos telefones. 4. Relação dos clientes mais lucrativos do mês. 5. Relação dos serviços realizados e não entregues. 6. Relação dos serviços em andamento. 7. Relação dos serviços com maior procura. 8. Tempo médio gasto para o atendimento de cada um dos serviços prestados. Pós-Universo 9 9. Tempo médio de atraso dos pagamentos em relação à entrega. 10. Período do mês com maior procura dos serviços. Observe que as informações obtidas foram resultantes de um processamento dos dados existentes. Isso significa dizer que os dados são os elementos básicos da informação, ou seja, são a matéria-prima da informação. Assim como na manufatura de produtos tangíveis, em que a matéria-prima de baixa qualidade causa danos ao processo produtivo, gerando desperdícios, retrabalho etc., na produção de informação, a qualidade dos dados tem papel decisivo. Um bom estrategista tem em mente que informações de qualidade deverão possuir, necessariamente, dados de qualidade. atenção Se quisermos avançar nessa análise, poderemos expandir a visão do Seu José, para além do mês corrente. Imagine que ele faça análise de todos os meses do ano, de forma a avaliar mês a mês o que ocorre. Algumas informações estratégicas podem surgir, como, por exemplo, a variação do faturamento ou dos índices de inadimplência. Seu José poderia criar gráficos para melhor visualizar essas informações estratégicas. A Figura 2 ilustra a variação anual no faturamento: Faturamento jan /1 3 fev /1 3 ma r/1 3 ab r/1 3 ma i/1 3 jun /1 3 jul /1 3 ag o/ 13 se t/1 3 ou t/1 3 no v/1 3 de z/1 3 Figura 2: Informação de Faturamento Fonte: o autor Pós-Universo 10 Da mesma forma, a Figura 3 ilustra a variação anual no índice de inadimplência: Inadimplência jan /1 3 fev /1 3 ma r/1 3 ab r/1 3 ma i/1 3 jun /1 3 jul /1 3 ag o/ 13 se t/1 3 ou t/1 3 no v/1 3 de z/1 3 Figura 3: Informação do Índice de Inadimplência Fonte: o autor A produção de informação de qualidade levará Seu José a conhecer melhor a sua organização. Por exemplo, seu José terá conhecimento dos seus tempos de produção, da viabilidade de prestar determinados serviços, da sazonalidade de sua demanda, bem como dos clientes problemáticos e do índice de inadimplência. Seu José transformará as informações em conhecimentos ao mentalizar esses dados processados. Se quisermos melhor denominação, poderemos chamar o resultado desse processamento de relatórios gerenciais. As informações dos relatórios se juntarão aos conhecimentos mentais pré-existentes do Seu José para produzir novo conhecimento e, assim, conduzir o empresário ao processo decisório de melhor qualidade. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p. 67), o “conhecimento humano é criado e expandido através da interação social entre conhecimento tácito e o conhecimento explícito”. O conhecimento tácito é o conhecimento mantido na mente do tomador de decisões, e o conhecimento explícito está nos relatórios dos sistemas de informação, nos livros e nas publicações diversas. A Figura 4 representa essa relação de causa e de efeito: Pós-Universo 11 DADOS (Registro dos elementos) INFORMAÇÕES (Relatórios gerenciais) Interpetação das informações Conhecimento pré-existente Conhecimento novo PROCESSAMENTO DOS DADOS (Cáuculos, contagens, classi�cações, agrupamentos) Figura 4: Relação de Causa e de Efeito entre Dados, Informação e Conhecimento Fonte: o autor Portanto, como você pode perceber, podemos dizer que a informação é a matéria- prima do conhecimento, assim como os dados são a matéria-prima da informação. A relação de causa e de efeito desses elementos gerará novo conhecimento. Pós-Universo 12 Administrar a variedade e o volume crescente de informações é uma tarefa que exige competências específicas. Precisamos, então, desenvolver habilidades que nos permitam compreender o sistema como um todo e a melhor maneira de gerenciar tal processo se faz por meio da visão sistêmica e integrada. O conceito de sistemas foi discutido inicialmente por Karl Ludwig Von Bertalanffy. De acordo com Bertalanffy (2008), os primeiros estudos surgiram nos anos 1920 e tratavam das relações de interação e de interdependência entre os seres orgânicos. A partir dos estudos de Bertalanffy, outras ciências passaram a adotar sua teoria, entre elas as ciências empresariais. Adotando a visão sistêmica, podemos entender as organizações empresariais como sistemas abertos, ou seja, um conjunto de partes integradas, interdependentes e interagentes com objetivos comuns. Assim como o corpo humano, que possui diversos sistemas (respiratório, circulatório, digestivo etc.), as organizações empresariais possuem os sistemas de responsabilidades, sistemas de autoridade e poder, sistemas de informação, sistemas de decisão, sistemas operativos de finanças, marketing, produção, logística, recursos humanos etc. O CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Pós-Universo 13 Podemos definir os sistemas de informação como o conjunto integrado de procedimentos para transformar dados em informação, que resulta em conhecimento. No exemplo da sapataria do Seu José, podemos dizer que o sistema de informação é composto pelos seguintes procedimentos: 1. Ouvir as necessidades dos clientes. 2. Registrar os dados dos pedidos e das ordens de serviços usando a tecnologia: caderno e caneta. 3. Realizar mensalmente análise dos registros do caderno e processar os dados para a obtenção das informações relevantes. 4. Interpretar as informações e compará-las aos períodos anteriores, de forma a planejar os próximos. 5. Memorizar as informações relevantes a partir das novas informações interpretadas, embasadas nos conhecimentos pré-existentes. No caso da loja de sapatos do Seu José, as tecnologias da informação que apoiam os procedimentos de registro são: caderno, caneta e, provavelmente, calculadora comum. Você até pode questionar-se se caderno e caneta são considerados tecnologia da informação. De fato, há tecnologias mais modernas e eficientes para realização da mesma tarefa, como computadores, scanners, impressoras etc., mas, para o porte da empresa do Seu José, vale a pena avaliar os custos e os benefícios da aquisição de tecnologias mais avançadas. Imagine que a pequena loja de sapatos tome outras proporções e, agora, o empresário tem uma fábrica de sapatos. Com certeza, esse novo empreendimento precisará de sistema de informação mais robusto, apoiado por tecnologias de informação mais adequadas, para que tome decisões estratégicas mais acertadas. reflita Pós-Universo 14 Na medida em que as organizações se tornam maiores e os tomadores de decisões se afastam dos níveis operacionais, os sistemas de informação se tornam mais complexos e seu entendimento também precisa ser sistematizado. A sistemática básica de funcionamento do sistema de informação é ilustrado na Figura 6: Entradadas de dados brutos Retroalimentação (Feedback) Processamento (transformação dos dados em informações) Saída de informações Figura 6: Sistemática de Funcionamento dos Sistemas de Informação Fonte: o autor. Todo o sistema de informação é composto pela etapa de entrada de dados brutos, que serão validados, armazenados e transformados em informação na etapa de processamento e oferecidos ao usuário da informação. A retroalimentação é a etapa de controle dos sistemas de informação, na qual é possível avaliar a qualidade da informação oferecida e a necessidade de adaptação ou melhoria do sistema como um todo. Cada etapa do sistema de informaçãopode e deve ser suportada por tecnologias da informação adequadas e otimizadas para a eficácia e a eficiência do sistema. Tecnologias da informação modernas, que usam recursos da informática como: computadores, leitores de rádio frequência, scanners de códigos de barras, impressoras, smartphones, tablets etc. podem garantir a entrada de dados segura e rápida, a validação efetiva dos dados, o armazenamento produtivo, a geração de informações em tempo real e a emissão de relatórios dinâmicos e de alto nível. Pós-Universo 15 Na medida em que as estruturas organizacionais crescem em complexidade, mais definidos se tornam os níveis de abrangência dos sistemas de informação. Os três níveis de abrangência são: estratégico, tático e operacional. É claro que os níveis de abrangência têm relação de interdependência e não podem funcionar isoladamente. O nível operacional é responsável pela coleta dos dados em sua forma mais elementar, no dia a dia das organizações, e fornece subsídios para a geração de informações táticas de curto e de médio prazos. O acúmulo de informação temporal possibilita o estudo de tendências e de comportamentos de longo prazo para o nível de abrangência estratégico. A Figura 7 ilustra os níveis de abrangência dos sistemas de informação e sua interabilidade: OS NÍVEIS DE ABRANGÊNCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Pós-Universo 16 Nível estratégico (Análise temporal) Nível tático (Análise dos relatórios gerenciais) Nível operacional (Registro dos dados e fatos do ambiente organizacional) Figura 7: Níveis de Abrangência dos Sistemas de Informação Fonte: o autor. Para melhor compreensão dos sistemas de informação, neste estudo, vamos classificá- los conforme seu nível de abrangência: sistema de informação operacional (nível operacional); sistema de informação gerencial (nível tático); e sistema de apoio à decisão estratégica (nível estratégico). O Sistema de Informação Operacional O sistema de informação operacional tem relação direta com a automatização de tarefas e a coleta de dados, para gerar informações com alto nível de exatidão. As pessoas que trabalham nos níveis operacionais das organizações precisam de mecanismos de registros de dados ágeis para fins de controle minucioso de suas ações diárias. Um exemplo é o operador de caixa de um supermercado, que precisa registrar a venda de milhares de produtos diariamente, além disso, apurar o total da venda e informar ao cliente, identificar a forma de pagamento e, se for o caso, oferecer o troco em dinheiro. Esse é um típico caso de sistema de informação operacional, que requer alto índice de exatidão de automação das operações. Imagine o cliente ser cobrado por algo que não adquiriu ou pagar um valor a menos, devido a erros de cálculo do sistema e ao fato de o operador de caixa trabalhar pressionado pelas extensas filas Pós-Universo 17 de clientes com seus carrinhos lotados de produtos esperando impacientemente pelo atendimento. Nesse caso, as tecnologias da informação modernas oferecem equipamentos de automação de tarefas, como os scanners de códigos de barras, teclados ágeis e monitores de visualização com grande acessibilidade para a racionalização do processo. Os sistemas de informação operacionais estão presentes em praticamente todas as áreas funcionais das organizações, nas operações produtivas, comerciais, financeiras, contábeis, de recursos humanos etc. Na área funcional de operações produtivas, podemos observar conforme a série de aplicações do sistema de informação operacional: controle de materiais; programação e controle da produção; registro de não conformidades; controle de manutenções; medição de tempos e de movimentos; controle logístico. Com relação à área funcional de operações comerciais, existem muitos recursos de controle que os sistemas de informação operacional precisam abranger: controle de clientes; controle de vendas; controle de pós-vendas; pesquisa de satisfação dos clientes; controle de atendimento e de visitas; faturamento. Muitos controles operacionais são necessários para conduzir a área funcional financeira ao desempenho desejado: fluxo de caixa; controle de contas a pagar; controle de contas a receber; controle de bancos e de conciliação; controle de operações financeiras; controle de cobrança. A área contábil, assim como a área financeira, precisa de controle apurado de todas as transações que impactam no patrimônio das organizações. Sendo assim, o sistema de informação operacional contábil possui os aspectos: registro dos fatos contábeis; controle tributário; controle do patrimônio; controle de custos; controle acionário; auditoria das operações. Outra área funcional de extrema importância é a de recursos humanos. Nela, os sistemas de informação operacionais precisam registrar os dados dos colaboradores da organização em termos de: controle de recrutamento e de seleção; controle de cargos e de salários; folha de pagamento; controle de contratação e de demissões; avaliação do desempenho; controle de higiene e de segurança no trabalho. Muitas outras aplicações dos sistemas de informação operacionais podem ser destacadas, até porque existe uma infinidade de tipos e de portes de organizações, cada qual com suas especificidades. Pós-Universo 18 O Sistema de Informação Tático O nível de abrangência tático é, de fato, um nível decisório, pois os sistemas de informação oferecem suporte à tomada de decisão de curto e de médio prazos e têm como matéria-prima os dados gerados pelo sistema de informação operacional. A coleta, o tratamento e o armazenamento dos dados operacionais no dia a dia das organizações resultarão em um banco de dados muito valioso e útil à tomada de decisão de curto e de médio prazos. O sistema de informação tático, também é conhecido como sistema de informação gerencial, pois atua diretamente na gestão das áreas funcionais das organizações. A seguir, algumas informações de nível tático para dar suporte à gestão da produção: curva ABC de materiais; pontos de reposição de materiais; processos críticos; indicadores de qualidade, de produtividade e de confiabilidade. A área comercial é muito beneficiada pelas informações produzidas pelos sistemas de informação gerenciais, tais como: indicadores de metas de vendas; indicadores de satisfação dos clientes; indicadores de captação e de fidelização dos clientes; indicadores de captação de clientes; indicadores de produtividade do pessoal de vendas. O sistema de informação gerencial também tem papel fundamental no nível tático da área financeira. A produção de informações gerenciais a respeito da saúde financeira da organização pode definir a sobrevivência das organizações. Da mesma forma, os indicadores táticos podem ser produzidos a partir do banco de dados armazenado pelo sistema de informação operacional, tais como: indicadores de liquidez e de endividamento; indicadores de cobrança; indicadores de rentabilidade; planejamento financeiro e orçamentário. A gestão contábil é prática essencial às organizações e obrigatória pela legislação brasileira. Além da contribuição fiscal, a contabilidade pode fornecer informações de grande valia para os tomadores de decisão nos níveis táticos e estratégicos. Por meio dos sistemas de informação operacionais, pode-se produzir algumas informações gerenciais fundamentais para o nível gerencial ou tático, como: demonstrações contábeis; planejamento tributário; análise de pontos de equilíbrio; análise de formação de preço. Pós-Universo 19 A gestão de pessoas tem papel de destaque no nível tático das organizações. Alguns indicadores que podem ser obtidos pelo sistema de informação gerencial são: indicadores de rotatividade de pessoal; indicadores de produtividade do pessoal; indicadores de satisfação das pessoas; indicadores de higiene e de segurança no trabalho. O Sistema de Informação Estratégico No nível de abrangênciaestratégico, o processo decisório é similar ao nível tático, exceto pela abrangência das decisões, que tem amplitude e longevidade maiores. Por exemplo: uma decisão estratégica pode exceder os limites do exercício social, pode impactar na mudança parcial ou completa do negócio da organização e na maneira como esta concorre para chegar antes dos demais competidores. Os sistemas de informação estratégicos também são conhecidos, na literatura de administração, de sistemas de informação como sistemas de apoio à decisão. Geralmente, trabalham com grandes volumes conhecidos como data warehouses (armazéns de dados). atenção A produção de informações estratégicas demanda, muitas vezes, a análise de informações táticas armazenadas em bancos de dados conhecidos como armazéns de dados. Tais informações, geralmente, ficam agrupadas por dimensões temporais como meses, trimestres, semestres, anos etc. e também pelas dimensões funcionais, como finanças, comercial, produção e pessoas. Seu processamento é feito com tecnologias da informação conhecidas como cubos de decisão, mineração de dados ou outros softwares estatísticos. Na maior parte dos casos, os relatórios são criados e gerados em tempo real pelo tomador de decisões, sem a necessidade de profissional da área para decifrar a complexidade do sistema. atividades de estudo 1. Considerando uma organização fabril que precise controlar o estoque de matérias- primas de forma exata, registrando minuciosamente todas as entradas e saídas de materiais no estoque. A data do registro e a quantidade registrada podem ser consideradas como: a) Informações processadas do estoque. b) Relatórios gerenciais do sistema de controle de estoque. c) Dados brutos. d) Conhecimento adquirido pelo gestor do departamento. e) Dados processados. 2. Os sistemas de informação podem ser considerados: a) Dispositivos eletrônicos que processam dados e os transformam em informações. b) Conjunto de dados, de informações e de conhecimentos adquiridos por uma pessoa. c) O conjunto de partes integradas e interdependentes, que tem como finalidade transformar dados em informação e informação em conhecimento. d) Conjunto de departamentos integrados e interdependentes, trabalhando em prol da visão da organização. e) A maneira pela qual as pessoas trocam experiências profissionais. 3. Ao longo de vários anos, um gestor da produção pode compreender que as demandas de produtos acabados receberam acréscimo em torno de 10% em relação ao ano anterior, sempre ocorrendo no último trimestre. Esse conhecimento foi obtido pela análise de relatórios gerenciais armazenados de vários anos consecutivos. Com isso, pode-se dizer que: a) Esse conhecimento foi obtido pelo sistema de informação operacional de vendas automatizado. b) Esse conhecimento foi obtido pelo sistema de informação estratégico ou de apoio à decisão. c) Esse tipo de análise cabe ao nível de abrangência tático. d) Esse conhecimento só foi obtido pela experiência de vida do gestor. e) Esse tipo de análise é comum nos níveis operacionais. resumo Caro(a) acadêmico(a), neste tópico, apresentaremos o resumo de toda a discussão da unidade, de forma que possamos fixar os principais conceitos que darão suporte ao entendimento das boas práticas da gestão estratégica da informação. O primeiro conceito estudado é o de dado como a célula do processo decisório. A sistematização dos procedimentos de coleta, de validação, de armazenamento, de recuperação, de cálculo, de agrupamento e de classificação dos dados é conhecido como sistema de informação. Os sistemas de informação passam por níveis de abrangência operacional, tático e estratégico. Em cada nível de abrangência, o sistema de informação possui características inerentes, que devem ser observadas para a efetividade do sistema. O sistema de informação operacional tem a tarefa de coletar minuciosa e detalhadamente os dados em seu estado bruto. Os dados brutos passam pelo processo de validação antes de serem armazenados, para que possam gerar informações de qualidade para os demais níveis de abrangência. O sistema de informação tático ou gerencial utiliza os dados armazenados e validados pelo sistema de informação operacional, para gerar relatórios gerenciais que atendam às necessidades de decisão de médio e de curto prazos. Exemplos de relatórios gerenciais são os relatórios de posição de estoque, de ordens de produção, de custos, de ciclos de caixa, de faturamento, de metas de vendas, de eficiência da produção etc. O sistema de informação estratégico é o nível mais abrangente do sistema de informação e cuida das decisões de longo prazo. Geralmente, esses sistemas de informação são apoiados por ferramentas de tecnologia da informação conhecidas Online Analytical Processing (OLAP). Um exemplo da utilização dos sistemas de informação estratégicos está nas ferramentas de Business Intelligence (BI), que geram relatórios dinâmicos sobre agrupamento pesado de dados. material complementar Sistemas de Informação Gerenciais Autor: Kenneth C. Laudon e Jane P. Laudon Editora: Prentice-Hall Ano: 2011 Sinopse: o livro Sistemas de Informação Gerenciais, de Laudon e Laudon, ganhou destaque e se tornou clássico da área por trazer proposta diferenciada, que integra a visão de gestão com a de TI. A partir da nona edição, além de manter essa importante característica, a obra trata de assuntos atuais e de grande relevância, como a utilização e a segurança de plataformas móveis, computação em nuvem, Windows 7 e Office 2010, redes 4G e computação verde. referências BERTALANFFY, L. von. Teoria Geral dos Sistemas: Fundamentos, desenvolvimentos e aplicações. 3. ed. Tradução Francisco M. Guimarães. Petrópolis: Vozes, 2008. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação do Conhecimento na Empresa: como as empresas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus,1997. TURBAN, E; MCLEAN, E.; WETHERBE, J. Tecnologia da informação para gestão. Tradução Renate Schinke. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. resolução de exercícios 1. c) Dados brutos. São dados brutos, pois se referem à descrição primária de objetos, de eventos, de atividades ou de transações, que são registrados em sistema. 2. c) O conjunto de partes integradas e interdependentes, que tem como finalidade transformar dados em informação e informação em conhecimento. Essa é a única alternativa correta, pois traz o conceito adequado de sistemas de informações, em que suas partes interagem e dependem umas das outras para o processamento da informação. 3. b) Esse conhecimento foi obtido pelo sistema de informação estratégico ou de apoio à decisão. Essa é a alternativa correta, pois as informações apresentadas no enunciado se referem ao nível mais amplo da organização e de acesso a alta gerência ou organização, portanto, nível estratégico. O CONCEITO DE DADOS, DE INFORMAÇÃO E DE CONHECIMENTO
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