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SEGURANÇA NO TRABALHO - AULA 6

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20/03/2021 UNINTER - SEGURANÇA NO TRABALHO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/16
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEGURANÇA NO TRABALHO
AULA 6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Karla Knihs
20/03/2021 UNINTER - SEGURANÇA NO TRABALHO
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CONVERSA INICIAL
Olá, seja bem-vindo(a) novamente! Nesta aula, estudaremos o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO), a importância da medicina do trabalho e os princípios da ergonomia.
Analisaremos também de que forma os equipamentos de proteção individual (EPIs) podem ser
instrumentos de proteção do trabalhador e como eles influenciam (ou não) nos pagamentos dos
adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Veremos, ainda, como o direito tutela o trabalhador que sofre acidente do trabalho ou que
adquire doença ocupacional, fazendo a diferenciação desses dois conceitos e compreendendo a
proteção previdenciária e trabalhista em torno da matéria. Concluindo, abrangeremos as diferenças
entre reintegração e readmissão e em que hipóteses elas podem ocorrer. Bons estudos!
TEMA 1 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL (PCMSO)
A Norma Regulamentadora (NR) n. 7/1978 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e
implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, do PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto
dos seus trabalhadores. Ela estabelece, também, os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem
observados na execução do PCMSO, que podem ser ampliados mediante negociação coletiva de
trabalho (Brasil, 1978b).
Caberá à empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços informar à empresa
contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de
trabalho onde os serviços estão sendo prestados. O PCMSO só pode ser realizado por médicos dos
serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho.
As diretrizes do PCMSO são as seguintes, segundo a NR n. 7/1978:
7.2.1 O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da
saúde dos trabalhadores [...].
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7.2.2 O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de
trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre
sua saúde e o trabalho.
7.2.3 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência
de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.
7.2.4 O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores
[...]. (Brasil, 1978b)
Compete ao empregador garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como
zelar pela sua eficácia. Ele deverá custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos
relacionados ao PCMSO, bem como indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) da empresa, um coordenador responsável
pela execução do PCMSO. No caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho,
deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o
PCMSO.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
a. admissional;
b. periódico;
c. de retorno ao trabalho;
d. de mudança de função;
e. demissional.
Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) do
empregado, em duas vias, sendo que a primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do
trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do
trabalho, e a segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na
primeira via.
O ASO deverá conter, no mínimo:
a. nome completo do trabalhador, número de registro de sua identidade e sua função;
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b. descrição dos riscos ocupacionais específicos existentes ou a ausência deles, na atividade
do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde
no Trabalho (SSST);
c. indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os
exames complementares e a data em que foram realizados;
d. nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo registro no Conselho
Regional de Medicina (CRM);
e. definição de aptidão ou inaptidão para a função específica que o trabalhador vai exercer,
exerce ou exerceu;
f. nome do médico encarregado do exame e seu endereço ou forma de contato;
g. data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de
inscrição no CRM.
Por fim, a NR n. 7/1978 prevê que todo estabelecimento deverá estar equipado com material
necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se as características da atividade
desenvolvida, e manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa
treinada para esse fim (Brasil, 1978b).
TEMA 2 – MEDICINA DO TRABALHO E ERGONOMIA
A medicina do trabalho cuida das relações entre trabalhadores e seu trabalho, visando não
somente à prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho, mas a promoção da saúde e da
qualidade de vida. Nesse sentido, a observância das regras de ergonomia é fundamental.
O termo ergonomia vem do grego ergon, que significa trabalho, e nomos, que quer dizer leis ou
normas. Assim, a ergonomia, também chamada de engenharia dos fatores humanos, é a ciência que
estuda as relações entre homem e máquina e se preocupa com a segurança e a eficiência do modo
com que aqueles dois interagem entre si e com o meio. Assim, a aplicação da ergonomia no trabalho
melhora a produtividade e a qualidade de vida do trabalhador, diminui o retrabalho, reduz o número
de afastamentos, tendo em vista que oferece ao indivíduo o conforto adequado e os métodos de
prevenção de acidentes e de patologias específicas para cada tipo de atividade executada.
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A Associação Internacional de Ergonomia (IEA, citada por Abergo, [20--]) definiu os principais
tipos de ergonomia: física, cognitiva e organizacional. Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia
(Abergo, [20--]), pode-se definir cada uma delas da seguinte forma:
Ergonomia física | está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo
da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-
esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
Ergonomia cognitiva | refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e
resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um
sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão,
desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se
relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.
Ergonomia organizacional | concerne à otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas
estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações,
gerenciamento de recursos de tripulações (CRM – domínio aeronáutico), projeto de trabalho,
organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do
trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão
da qualidade.
No Brasil, a NR n.17/1978 regulamenta a matéria e estabelece parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo
a proporcionar-lhes um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (Brasil, 1978d).
A NR n. 17/1978 (Brasil, 1978d) está estruturada da seguinte forma, contemplando:
levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
mobiliário dos postos de trabalho;
equipamentos dos postos de trabalho;
condições ambientais de trabalho;
organização do trabalho;
anexo 1: trabalho dos operadores de check-out;
anexo 2: trabalho em teleatendimento/telemarketing.
Entre as principais regras encontradas na NR n. 17/1978, podemos citar:
17.3.1 Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve
ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2 Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura,
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visualização e operação e devem atender aos [...] requisitos mínimos [...].
17.3.3 Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos
mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento
da perna do trabalhador.
17.3.5 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados
assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores
durante as pausas.
[...]
17.4.1 Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
[...]
17.5.3.1 A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. (Brasil, 1978d)
A NR n. 17/1978 determina que a organização do trabalho leve em consideração os seguintes
aspectos (Brasil, 1978d):
normas específicas de produção;
operações a serem realizadas;
exigência de tempo;
determinação do conteúdo de tempo;
ritmo de trabalho;
conteúdo das tarefas.
A observância das regras pertinentes à ergonomia pode diminuir o índice de doenças
ocupacionais, aumentar a motivação dos trabalhadores, prevenir e reduzir o número de acidentes de
trabalho, aumentar a produtividade, diminuir o número de afastamentos e de atestados médicos.
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De acordo com a NR n. 17/1978, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica
do trabalho (AET), em que deve constar, no mínimo, as condições de trabalho. A norma se preocupa
especialmente com os trabalhos realizados em pé durante toda a jornada, com a possibilidade de
haver lesões por esforços repetitivos ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
(LER/Dort), levantamentos de cargas e monotonia (Brasil, 1978d). Assim, especialistas em ergonomia
devem fazer a análise ergonômica da empresa, aplicando técnicas e princípios da ergonomia a fim de
que se garanta maior conforte, eficiência e segurança para a realização das atividades pelos
colaboradores, bem como se previnam danos à saúde do trabalhador.
Existem, também, outras normas técnicas que abordam a ergonomia, por exemplo, a NBR ISO
11228-3:2014, a NBR ISO 11226:2013, entre outras (ABNT, 2013, 2014).
TEMA 3 – EPI, INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
Podemos conceituar EPI como qualquer meio ou dispositivo destinado a ser utilizado, de
maneira individual, por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua segurança ou saúde
durante o exercício de uma determinada atividade. O uso desse tipo de equipamento deve ser feito
quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se
desenvolve a atividade.
A NR n. 6/1978 trata acerca dos EPIs, dispondo que
compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho -
SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de
manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade. (Brasil, 1978a)
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção
individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as
medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à
saúde dos empregados. (Brasil, 1943)
Isso também deve acontecer enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas e para atender a situações de emergência.
Cabe ao empregador, quanto ao EPI:
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a. adquirir aquele adequado ao risco de cada atividade;
b. exigir seu uso;
c. fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
d. orientar e treinar o trabalhador para o uso adequado, a guarda e a conservação do EPI;
e. substituí-lo imediatamente quando danificado ou extraviado;
f. responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
g. comunicar à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho qualquer irregularidade
observada;
h. registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou
sistema eletrônico para isso.
Cabe ao empregado, quanto ao EPI:
a. utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
b. responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;
c. comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
d. cumprir as determinações do empregador sobre o seu uso adequado.
O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde no trabalho da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Os tipos de EPIs
podem variar dependendo do tipo de atividade ou de riscos que poderão ameaçar a segurança e a
saúde do trabalhador e da parte do corpo que se pretende proteger, tais como:
proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
proteção respiratória: máscaras e filtros;
proteção visual e facial: óculos e viseiras;
proteção da cabeça: capacetes;
proteção de mãos e braços: luvas e mangotes;
proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas;
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proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.
A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a
empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho. É dever da empresa prestar
informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.
Já estudamos, nas aulas anteriores, o tratamento legal acerca dos adicionais de insalubridade e
periculosidade. Uma questão muito comum diz respeito a se o uso de EPI pode eliminar a obrigação
de pagamento de adicional de insalubridade. Nos termos do art. 189 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT),
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições
ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima doslimites
de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição
aos seus efeitos. (Brasil, 1943)
Trabalhadores que realizam suas atividades profissionais em condições de insalubridade têm
direito ao recebimento de adicionais, que podem variar de acordo com o grau de insalubridade:
40%, para grau máximo de insalubridade;
20%, para grau médio de insalubridade;
10%, para grau mínimo de insalubridade.
Na execução de atividades profissionais em condições de insalubridade, faz-se necessário o uso
de EPI. É possível que haja a eliminação da insalubridade com o uso do EPI. Com relação à eliminação
da insalubridade pela utilização do EPI, a CLT, em seu art. 191, diz o seguinte:
Art. 191 – A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a
intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. (Brasil, 1943)
Assim, o uso do EPI pode chegar a eliminar a insalubridade, desde que se atenda aos requisitos
especificados no art. 191 da CLT (Brasil, 1943). No entanto, o simples fornecimento de EPI não afasta
o pagamento de adicional de insalubridade. É necessário que se comprove a eficácia do EPI na
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neutralização ou eliminação da insalubridade, bem como que haja o treinamento e a fiscalização do
empregador quanto ao uso do equipamento.
Já o agente de periculosidade não se neutraliza. Assim, no caso do adicional de periculosidade,
só se afasta o seu pagamento caso o trabalhador deixe de trabalhar na atividade perigosa. Ou seja,
mesmo que se forneça EPI a ele para a execução das atividades perigosas, não se pode afastar a
periculosidade pelo seu fornecimento, fiscalização e controle.
Por fim, é importante ressaltar os anexos da NR n. 16/1978, que oferecem normas acerca das
atividades consideradas perigosas, em especial o seu anexo 3, que afirma que
1. As atividades ou operações que impliquem em exposição dos profissionais de segurança pessoal
ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física são consideradas perigosas.
2. São considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que
atendam a uma das seguintes condições:
a) empregados das empresas prestadoras de serviço nas atividades de segurança privada ou que
integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo
Ministério da Justiça, conforme lei 7102/1983 e suas alterações posteriores.
b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações
metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados
diretamente pela administração pública direta ou indireta. (Brasil, 1978c)
Tais profissionais fazem jus, portanto, ao adicional de periculosidade de 30% sobre seu salário.
TEMA 4 – TRATAMENTO JURÍDICO DO ACIDENTE DE TRABALHO E
DA DOENÇA DE TRABALHO
Conforme dispõe o art. 19 da Lei n. 8.213/1991,
acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
(Brasil, 1991)
Nos termos do art. 20 da Lei n. 8.213/1991, consideram-se acidente do trabalho, também:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do
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Trabalho e da Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente [...]. (Brasil, 1991)
Deve-se perceber que há diferença entre doença profissional e doença do trabalho.
A doença profissional decorre necessariamente do exercício de uma profissão e, por essa razão,
não é necessária a comprovação do nexo de causalidade entre a atividade exercida pelo trabalhador
e a doença profissional adquirida. Ou seja, não é necessário comprovar que a doença decorreu
necessariamente da atividade laborativa. Exemplos: digitador que desenvolve LER/Dort; soldador que
desenvolve catarata.
Já a doença de trabalho exige a comprovação de existência de nexo causal entre a atividade
laborativa e a doença, ou seja, o médico perito deve emitir laudo afirmando que a doença tem como
causa a atividade laborativa do trabalhador, especialmente tendo em vista o local e as condições a
que o trabalhador é submetido. Exemplos: surdez provocada pelo excesso de ruído; doença
pulmonar decorrente do contato com vapores de tintas e solventes, câncer nos trabalhadores que
têm contato com amianto.
A lei afirma que:
Art. 20. [...]
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa [ou seja, aquela que tenha origem genética, se deva a fatores ambientais,
a má alimentação, sedentarismo, e que provoca a degeneração da estrutura das células e tecidos
afetados e pode envolver todo o organismo: vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos
internos, cérebro, entre outros; exemplos: osteoporose, distrofia muscular];.
b) a inerente a grupo etário, como [por exemplo, catarata, mal de Alzheimer, doenças reumáticas];
c) a que não produza incapacidade laborativa [por exemplo, quedas simples, pequenos cortes];
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo
comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho [por exemplo, a dengue].
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença resultou das condições especiais em que o
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
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I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho,
ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação [trata-se da concausa: não dá
origem à enfermidade, mas acaba fazendo com que esta se agrave];
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.
(Brasil, 1991, grifo nosso)
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção
utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho. (Brasil, 1991, grifo nosso)
O acidente do trabalho enseja o pagamento de auxílio previdenciário específico, pago sob o
código 91, bem como garante estabilidade provisória de 12 meses ao trabalhador. Contudo, a
doença comum, ainda que possa ensejar o pagamento de auxílio previdenciário, não garante
estabilidade ao trabalhador. O art. 118 da Lei n. 8.213/1991 dispõe que “o segurado que sofreu
acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu
contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente” (Brasil, 1991).
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Assim, quando da ocorrência de acidente de trabalho, é de fundamental importância a emissão
da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), documento que serve para reconhecer tanto um
acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. De tal forma que a empresa
é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus
empregados, mesmo que não haja seu afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao
da ocorrência e, em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata. Se a empresa não fizer o
registro da CAT, o próprio trabalhador, o dependente, a entidade sindical, o médico ou a autoridade
pública (magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da União e dos estados
ou do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo
de Bombeiros e da Polícia Militar) poderão efetivar, a qualquer tempo, o registro desse instrumento,
na Previdência Social. A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal
estará sujeita à aplicação de multa.
TEMA 5 – REINTEGRAÇÃO E READMISSÃO
Conforme estudamos nas aulas anteriores, algumas hipóteses garantem a estabilidade do(a)
trabalhador(a), entre elas, ele(a) estar na condição de:
dirigente sindical;
membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa);
gestante;
empregado(a) acidentado(a);
representante dos empregados.
Os empregados que se encontram no período da estabilidade provisória não podem ser
demitidos, exceto se a dispensa se der por justa causa. Assim, caso um acidentado cometa uma falta
grave, prevista no art. 482 da CLT, dentro dos 12 meses após o seu retorno às atividades laborais, ele
pode ser demitido (Brasil, 1943). Contudo, caso a despedida seja considerada ilegal ou a justa causa
seja considerada nula, o empregado faz jus à reintegração ao seu posto de trabalho e, caso não seja
reintegrado, será indenizado pelo período de estabilidade. Caso haja um lapso temporal entre a
rescisão de contrato e a reintegração do empregado, todo esse período será contado como tempo
de serviço, para todos os efeitos legais (trabalhistas e previdenciários).
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Não se deve confundir a reintegração com a readmissão, portanto. A readmissão consiste na
dispensa e nova contratação. Dá-se pelo empregador, quando demite empregado portador de
estabilidade sem saber de sua condição que garantia a estabilidade, por exemplo, havendo, portanto,
a recontratação do trabalhador.
NA PRÁTICA
Estudamos o tratamento jurídico em caso de acidentes de trabalho. Vamos imaginar o seguinte
caso concreto: Marcos, após trabalhar por diversos anos em um frigorífico, ajoelhado nas câmaras
frias, desenvolve um sério problema nos joelhos que o impede de laborar nessa atividade, ficando
afastado, em gozo de auxílio-doença, por três meses. Um mês pós o retorno do auxílio-doença, o
autor é demitido sem justa causa. Contudo, Marcos acredita que seus problemas nos joelhos se
tratam de doença ocupacional. Nesse caso, Marcos tem direito à estabilidade?
Tudo vai depender da comprovação do nexo de causalidade entre a doença e a atividade
realizada por Marcos. Nesse sentido, trazemos o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho
(TST):
RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO. São pressupostos
para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do
auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde
relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. Extrai-se do acórdão regional ter
sido constatada, pelo perito do juízo, doença profissional que guarda relação de causalidade com a
execução do contrato de emprego. Recurso de revista conhecido e provido. (Brasil, 2015)
Frise-se que, para o reconhecimento da estabilidade, é necessário que se comprove a ocorrência
de acidente do trabalho ou de doença do trabalho, o que nem sempre é de fácil caracterização,
dependendo de perícia.
FINALIZANDO
Em nossos estudos tivemos a oportunidade de estudar o direito individual do trabalho, os
princípios e normas que orientam a proteção do trabalhador, do meio ambiente de trabalho, da
saúde e da qualidade de vida do trabalhador.
20/03/2021 UNINTER - SEGURANÇA NO TRABALHO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/16
Nesta aula, estudamos o PCMSO, compreendemos como funciona a medicina do trabalho e a
importância da ergonomia, bem como de que forma os EPIs são importantes para a preservação do
trabalhador. Vimos, também, como a lei tutela o acidente e a doença decorrente do trabalho,
compreendendo os direitos do trabalhador acidentado.
Bons estudos!
REFERÊNCIAS
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. O que é ergonomia. Rio de Janeiro, [20--].
Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 15
out. 2020.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 11226:2013: ergonomia –
avaliação de posturas estáticas de trabalho. Rio de Janeiro, 23 out. 2013.
_____. ABNT NBR ISO 11228-3:2014: ergonomia – movimentação manual – parte 3:
movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição. Rio de Janeiro, 14 abr. 2014.
BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 9
ago. 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso
em: 15 out. 2020.
_____. Lei n.8.213, de 24 de julho de 1991. Diário Oficial da União, Brasília, 25 jul. 1991.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213compilado.htm >. Acesso em: 15 out.
2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Norma
Regulamentadora n. 6. Diário Oficial da União, Brasília, 6 jul. 1978a. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf>. Acesso em: 15 out.
2020.
_____. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Norma Regulamentadora n. 7. Diário Oficial da
União, Brasília, 6 jul. 1978b. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-07.pdf>. Acesso em: 15 out.
2020.
20/03/2021 UNINTER - SEGURANÇA NO TRABALHO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/16
_____. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Norma Regulamentadora n. 16. Diário Oficial da
União, Brasília, 6 jul. 1978c. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16.pdf>. Acesso em: 15 out.
2020.
_____. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Norma Regulamentadora n. 17. Diário Oficial da
União, Brasília, 6 jul. 1978d. Disponível em:
<https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-17.pdf>. Acesso em: 15 out.
2020.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n. 32800-77.2007.5.02.0027, de 27 de
maio de 2015. Relator: Augusto César Leite de Carvalho. Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho,
Brasília,29 maio 2015.

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