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Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano A insuficiência cardíaca é uma doença caracterizada pela incapacidade do coração de suprir a demanda dos tecidos ou suprir com elevadas pressões de enchimento. Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA) é definida como início rápido ou mudança clínica do sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, resultando em necessidade urgente de terapia. A ICA ocorre geralmente em pacientes entre 70 e 75 anos de idade. Fatores de risco: • Isquemia (DM, dislipidemia, tabagismo). • Hipertensão arterial sistêmica • Uso de álcool • Doença de Chagas • Valvopatia reumática • Uso de drogas quimioterápicas • Causas genéticas /familiares. • Cardiomiopatias Mecânica da contração cardíaca Existem 3 determinantes da contração cardíaca: • Pré-carga -Está diretamente ligado com o retorno venoso (volume de sangue que entra na câmara durante a diástole – Relaxamento e a pressão diastólica final. Para compreender a Pressão diastólica final é necessário entender o mecanismo de Frank-Starling é um importante resposta fisiológica de curto prazo, baseada na relação comprimento-tensão do músculo cardíaco. Quanto mais sangue na câmara, maior será o comprimento do sarcômero antes da contração (sístole), maior será a tensão muscular. A parte vermelha representa a contração ideal, a esquerda a capacidade de tensão diminui devido a diminuição do comprimento e a direita a tensão aumenta devido o estiramento do sarcômero. Exemplos de pré -carga aumentada: hipervolemia, insuficiências valvares e insuficiência cardíaca. • Contratilidade – está relacionada com inotropismo (quanto mais cálcio dentro do sarcômero, maior a interação entre a actina e a miosina e mais força o coração consegue fazer para se contrair). • Pós-carga- é a resistência que precisa ser vencida para ejetar o sangue (realizar sístole), ou seja, a pressão que as câmaras vão enfrentar para ejetar o sangue. A pós-carga vai depender da resistência dos vasos e valvas. Quanto mais contraído estiver os vasos, mais força o coração deverá fazer (pós-carga) e menor será a capacidade de ejeção do coração. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Outros mecanismos Sistema renina-angiotensina -aldosterona (SRAA) – reabsorve mais água e sódio e realiza vasoconstrição periférica (aumentando pré e pós carga). Sistema simpático-(SNS) na queda do débito cardíaco, os barorreceptores ativam o sistema nervoso central, aumentam a FC, o inotropismo, retem água e sódio e realiza vasoconstrição. Em curto prazo isso é bom pois aumenta o débito cardíaco, já a longo prazo leva a : fibrose, remodelamento , aumento da pós carga e da pré- carga. Vasoconstritores O endotélio produz vasoconstritores e vasodilatadores. Na insuficiência cardíaca a longo prazo, aumentam-se os vasoconstrictores (endotelina e vasopressina) e diminuem os vasodilatadores (óxido nítrico e bradicinina). Com o aumento da constrição, aumenta a resistência vascular periférica e aumenta a pós-carga. Peptídeos natriuréticos ANP (peptídeo natriurético atrial) e BNP (peptídeo natriurético Quando a pressão ventricular aumenta, eles fazem o contrário do sistema renina, causando vasodilatação, excreção de água e sódio, o que diminui a hipertrofia e a fibrose. Fisiopatologia A IC pode ocorrer como um distúrbio progressivo iniciado quando um evento índice lesa o músculo cardíaco, resultando em perda da função dos miócitos cardíacos ou diminuição da capacidade do miocárdio gerar força, impedindo assim, que o coração se contraia normalmente. Com isso, o débito cardíaco reduz e ocorre um acúmulo de sangue nas veias, aumentando a pressão venosa. Para manter a homeostase, diversos mecanismos compensatórios são ativados (SRAA, SNS e o Sistema de citocinas). Além disso são ativadas moléculas vasodilatadoras para compensar a vasoconstrição vascular periférica excessiva (ANP, BNP, óxido nítrico e prostaglandinas). Em curto prazo, esses mecanismos são capazes de manter a capacidade da função cardiovascular dentro do limite da homeostase normal, o que faz o paciente possuir IC e ser assintomático. Quando o débito cardíaco cai para níveis precariamente baixos, ocorre uma forte estimulação do SNS, o qual ative os barorreceptores e exerce dois efeitos principais sobre a circulação: primeiro, sobre o próprio coração, e segundo, sobre a vasculatura periférica. Coração: Se a musculatura ventricular estiver difusamente lesionada, porém com a função preservada, o SNS fortalecerá a musculatura danificada. Se parte do músculo estiver não funcional, o SNS estimulará a outra parte que está normal , a qual se hipertrofia para compensar a musculatura não funcional. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano A estimulação simpática também aumenta o retorno venoso por aumentar o tônus da maior parte dos vasos sanguíneos da circulação, especialmente das veias, elevando a pressão média de enchimento sistêmico de modo tão intenso que o coração começa a receber mais quantidade de sangue que o usual e a pressão arterial continua a aumentar, ajudando o coração a bombear quantidades ainda maiores de sangue. Estágio Crônico da Insuficiência Após os primeiros minutos do ataque cardíaco agudo, começa o estado semicrônico prolongado, caracterizado, em grande parte, por dois eventos: 1-retenção de líquido pelos rins; 2-variados graus de recuperação do próprio coração por período de semanas a meses. Essa retenção de liquido pode ser benéfica (quando moderada, aumenta o retorno venoso) ou prejudicial (quando grave, aumenta carga sobre o coração danificado, filtração de líquidos nos pulmões gerando edema pulmonar e edema extensor no corpo). Quadro clínico Sintomas • Fadiga • Dispneia aos esforços • Ortopneia (dispneia em posição ortostática – deitado) No momento em que o paciente deita, o fluxo sanguíneo é redistribuído, dos MMII para a circulação central, o que gera um aumento da pressão capilar pulmonar. • Dispneia paroxística noturna (episódios de dispneia que costumam ocorrer à noite e despertam o paciente, em forma de tosse ou sibilos). Ocorre devido a pressão nas artérias brônquicas, levando a compressão das vias respiratórias junto com o edema intersticial pulmonar, o que produz aumento da resistência nas vias respiratórias. • Edema de MMII – é uma das principais manifestações, porém costuma estar ausente nos pacientes tratados adequadamente com diuréticos (edema gravitacional). O edema periférico costuma ser simétrico e postural, ocorrendo predominantemente nos tornozelos e na região pré-tibial nos pacientes ambulatoriais. Nos pacientes restritos ao leito, o edema pode ser observado na região sacral (edema pré-sacral) e escrotal. O edema de longa duração pode estar associada com pele endurecida e pigmentada. • Edema agudo de pulmão É causado pelo excesso de líquido nos alvéolos. Uma das causas é quando o coração tem dificuldade de bombear o sangue e ao invés do sangue continuar a circulação, ele volta para o pulmão, aumentando a pressão hidrostática naquele local. Com o aumento da pressão hidrostática , ocorre um extravasamento de líquidos, os quais saem dos capilares e geram um edema intersticial. Nos casos mais graves resultam em edema alveolar. Como os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa, ocorre hipoxemia. Exame físico • Crepitações pulmonares ou estertores Resulta da transudação de líquido do espaço intravascular para os alvéolos. Em pacientes com edema pulmonar os sons são auscultados em ambos os pulmões. É importante ressaltar que os estertores com frequência estão ausentes em paciente com IC crônica, mesmo nos casos com pressões deenchimento elevadas, em razão do aumento na drenagem linfática do líquido alveolar. • Respiração de Cheyne-Stones (varia entre taquipneia e bradpneia) • B3 (galope - IC sistólica) costuma estar presente em pacientes com sobrecarga volumétrica que tenham taquicardia ou taquipneia e em geral comprometimento hemodinâmico. • B4 (IC diastólica)- geralmente está presente nos pacientes com disfunção diastólica. IC avançada. • Ictus cordis desviado inferiormente (abaixo do 5° espaço intercostal e/ou lateralmente para a linha clavicular média, passado o batimento a ser palpável sobre dois espaços. • Taquicardia • Turgência jugular A distensão da veia jugular ocorre pois o aumento da pressão da veia cava superior faz com que a veia jugular se inche, tornando-a mais visível no lado direito do pescoço do paciente. A aparência da veia é semelhante a uma corda ou tubo levantado abaixo da superfície da pele e sua altura pode ser medida. Nos estágios iniciais de IC, a pressão venosa pode estar normal em repouso, mas elevar acima do normal com a pressão mantida 15 s sobre o abdome (refluxo abdominojugular positivo). Ocorre em pacientes com IC do ventrículo direito (geralmente quem tem IC de VD já teve em VE) • Hepatomegalia, Ascite • Hipotensão, Perfusão inadequada. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Critérios diagnósticos ( de Framingham) Diagnóstico: 2 critérios maiores ou 1 maior e 2 menores Exames complementares Radiografia de tórax- As linhas B de Kerley (setas) são linhas horizontais na periferia do pulmão que se estendem até a superfície pleural. Elas denotam septos interlobulares espessados e edematosos, muitas vezes decorrentes de edema pulmonar. Cisurite – acúmulo de líquido na cisura entre os lobos superior e inferior. Congestão hilar – no hilo da artéria pulmonar Cardiomegalia- área cardíaca ocupa mais da metade um hemitórax. (membros inferiores – tornozelos) Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Eletrocardiograma Seu principal objetivo é avaliar o ritmo cardíaco, determinar a presença de hipertrofia do VE ou IM prévio (presença ou ausência de ondas Q), assim como determinar a largura do completo QRS para avaliar se o paciente pode ser beneficiado com a terapia de ressincronização. Critérios de Sokolow: S(V1) + R (V5 OU V6) > 35 mm Soma os quadradinhos da onda S em v1 com a onda R em V5 ou V6, se der > 35, sobrecarga de VE. Ecocardiograma É o teste de imagem preferencial para avaliação inicial dos pacientes com suspeita de IC. Pode identificar acuradamente a presença de alterações estruturais cardíacas, incluindo anormalidades no miocárdio, das valvas cardíacas e do pericárdio, estimativa da PAS na artéria pulmonar, função sistólica do VD e análise da função diastólica e estimativa das pressões de enchimento do VE. Observar a contração do ventrículo esquerdo. Se contrair pouco significa que o paciente tem uma fração de ejeção reduzida no VE. Peptídeos natriuréticos Os peptídeos natriuréticos agem para compensar a IC, assim pacientes com IC possuem esses peptídeos aumentados. Pacientes ambulatoriais(crônicos) BNP > 35 pg/mL NT-proBNP> 125 pg/mL Pacientes no PS (agudos) IC provável IC possível IC muito provável BNP < 100 100 - 400 >400 NT -proBNP < 300 >900 > 1800 ( se >75ª) Classificação A IC pode ser classificada em: Sintomas Achados do exame IC DIREITA Edema periférico, dor no quadrante superior direito, Ascite, ausência de sintomas pulmonares. Edema periférico, dor no quadrante superior direito, hepatomegalia, reflexo hepatojugular, distensão venosa jugular. IC ESQUERDA Dispneia , ortopneia, dispneia paroxística noturna, fadiga, enfraquecimento, tosse. Taquipneia, sibilos ou estalos pulmonares, B3 ou B4 Alto Débito Baixo débito Tireotoxicose Anemia Fístulas AV Béri-béri Isquemia HAS Classificação funcional Classe I Ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais. Classe II Sintomas desencadeados por atividades cotidianas. Classe III Sintomas desencadeadas em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços. Classe IV Sintomas em repouso. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Fração de ejeção ICFE reduzida ICFE intermediária ICFE preservada < 40% 40 a 49 % >50% PERFIL CLÍNICO HEMODINÂMICO QUENTE E SECO perfusão periférica adequada sem congestão pulmonar e/ou sistêmica QUENTE E UMIDO perfusão periférica inadequada com congestão pulmonar e/ou sistêmica FRIO E ÚMIDO má perfusão periférica com congestão pulmonar e/ou sistêmica FRIO E SECO má perfusão periférica sem congestão pulmonar e/ou sistêmica Diagnósticos diferenciais Dispneia • Exacerbação da doença obstrutiva pulmonar crônica ou asma • Pneumonia • Pneumotórax • Embolia pulmonar • Efusão pleural • Falta de condicionamento físico ou obesidade Edema periférico • Trombose venosa profunda • Hipoproteinemia (insuficiência hepática, síndrome nefrótica, insuficiência renal) Débito cardíaco diminuído • Infarto agudo do miocárdio • Efeito farmacológico • Tamponamento pericárdico • Insuficiência valvular • Disritmia • Hidra ou pneumotórax hipertensivo Tratamento Não farmacológico O tratamento não farmacológico é recomendado para todos os pacientes é : • Restrição hidrossalina (até 1,5L de água por dia) e evitar o consumo exagerado de sal e sódio. • Cessar tabagismo e etilismo. • Reabilitação cardiopulmonar. • Vacinação (Influenza e Pneumococo) , Para pacientes com ICFE reduzida Tratamento clássico IECA/BRA Inibem o sistema renina-angiotensina- aldosterona Ex: IECA OU BRA IECA – captopril. enalapril, lisinopril. BRA- valsartana, losartana e candesartana. ** um ou outro, nunca usar os 2 juntos. Beta-bloqueadores Utilizados para inibir o sistema nervoso simpático. bloqueia a ação tóxica da noradrenalina sobre os miócitos ao reduzir a liberação de noradrenalina nas sinapses e reduz o consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco (reduz isquemia) e a frequência cardíaca. EX: Carvedilol, Succinato de Metoprolol e Bisoprolol. Antagonistas de mineralocorticoide Inibem a aldosterona, relacionado ao SRAA. Ex: Espironolactona, eplereonona. **Diuréticos (furosemida) Usado apenas em pacientes sintomáticos (com edema e congestão pulmonar ). . Agem aumentando a excreção renal de sódio e água, reduzindo a volemia. Nitroglicerina: a administração de nitroglicerina é a forma mais efetiva e rápida de diminuir a pré-carga em um paciente com insuficiência cadíaca congestiva. Nitroprussiato de sódio: é um potente vasodilatador periférico que diminui a pré e a pós-carga ao dilatar tanto as artérias como as veias que causam a queda imediata da pressão arterial. Sacubitril-Valsartana: faz um melhor controle da pressão arterial com a não degradação pela neprilizina dos peptídeos natriuréticos. Causa vasodilatação arterial e maior poder diurético (edema). Indicado para pacientes com IC com FEVE reduzida. Para aqueles com FEVE preservada, os benefícios do uso são semelhantes ao uso isolado de Valsartana, logo não compensa o custo benefício. Hidralaziu + nitrato – vasodilatadores. Ivabradina – causam bradicardia (usado em pacientes que estão tomando os 3 medicamentos de uso inicial (IECA/BRA, Beta-bloqueador e espirolactona). Digitálicos – apresentam efeito ionotrópico (aumenta a força de contração) e reduz a velocidade de condução no nódulo AV (aumenta a efetividade da contração). Pode causar arritmias (acúmulo de cálcio intracelular). Ex.: digoxina. Dapagliflozina: reduz o risco de hospitalização porICC em paciente diabéticos tipo II. Bloqueia o cotransporte sódioglicose (SGLP2) nos rins, fazendo com que haja excreção de glicose. Em associação com os diuréticos, apresentam efeitos no metabolismo miocárdico, transporte de íons, fibrose, adipócitos e função vascular. Logo, também seriam benéficos para Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano os pacientes com insuficiência cardíaca estabelecida. Indicado para classe funcional NYHA II, III ou IV e Pacientes com IC com fração de ejeção reduzida. Seu uso ainda não é recomendado em não diabéticos. Tratamento ICFEp Controles dos fatores de risco (HAS, DM e obesidade). Drogas que reduziram internações: BRA (Losartana) e espironolactona. Dispositivos cardíacos • Cardiodesfibrilador implantável. • Terapia de ressincronização cardíaca (um eletrodo em casa ventrículo). • Dispositivo de assistência ventricular • Transplante cardíaco. Tratamento alternativo A dedaleira pode ser usada para fins medicinais, por conter digoxina (um importante medicamento cardíaco prescrito em casos de arritmias ou insuficiência cardíaca). Entretanto, sua utilização medicinal deve ser muito criteriosa, pois, em doses altas e se administrada a pessoas que não necessitam de seus efeitos, tem efeitos tóxicos. O uso em altas doses pode provocar um ataque cardíaco podendo matar a pessoa sem deixar rastros da causa da morte. A insuficiência cardíaca pode se descompensar de 2 formas: • IC crônica com descompensação aguda (+ prevalente) – o paciente tem IC, faz o tratamento e por algum motivo descompensou. Nesse tipo de paciente, tem mais edema e os sintomas desenvolvem -se de forma lenta e gradual. • IC aguda nova O paciente não sabia que tinha IC e é a primeira vez que descompensa. Nesse caso, a descompensação é rápida e predomina sintomas de congestão pulmonar. Sempre buscar identificar o fator de descompensação. Fatores de descompensação • Má adesão ao tratamento • Isquemia • Infecção • Arritmias • HAS mal controlada • Uso de drogas/medicações (Álcool e AINH) • Outras (TEP, anemia, tireoide). Fisiopatologia O fator causal diminui o débito cardíaco, inicialmente os mecanismos compensam e aumenta o DC, através do aumento da pré-carga, aumento da pós – carga e aumento da contratibilidade. A longo prazo ocorre um aumento excessivo da pré- carga, pós carga e diminui a contratibilidade. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Essa descompensação pode gerar congestão, aumento da resistência vascular periférica, com DC adequado ou não. Quadro clínico O paciente pode ter 4 perfis: PERFIL CLÍNICO HEMODINÂMICO QUENTE E SECO perfusão periférica adequada sem congestão pulmonar e/ou sistêmica QUENTE E UMIDO perfusão periférica inadequada com congestão pulmonar e/ou sistêmica FRIO E ÚMIDO má perfusão periférica com congestão pulmonar e/ou sistêmica FRIO E SECO má perfusão periférica sem congestão pulmonar e/ou sistêmica SINAIS DE CONGESTÃO SINAIS DE MÁ PERFUSÃO • ORTOPNEIA • ELEVAÇÃO DA PRESSAO VENOSA JUGULAR • EDEMA • HEPATOMEGALIA • REFLUXO HEPATOJUGULAR • ASCITE • ESTERTORES CREPITANTES EM BASES PULMORARES • PRESENÇA DE B3 • REDUÇÃO DA PRESSAO DE PULSO • EXTREMIDADES FRIAS • SONOLÊNCIA • PIORA DA FUNÇÃO RENAL • PULSOS ALTERNANS • HIPOTENSÃO SINTOMÁTICA Exames complementares: HMG, PCR, HMC, EAS, UROC, U/Cr, Na/K, Gaso A + lactato, troponina. ECG, Rx de tórax Ecocardiograma; US pulmonar. O tratamento depende do perfil hemodinâmico QUENTE E SECO- orientar dieta (restrição hidrossalina) e tratamento e indicar retorno ambulatorial. QUENTE E ÚMIDO – diurético (Furosemida, espironolactona e hidroclorotiazida) e vasodilatadores (IECA e Nitratos (VO ou EV)). Em casos de paciente com hipoxemia – máscara de Venturi com pressão positiva (CPAP ou BiPAP). FRIO E ÚMIDO – diuréticos (Furosemida, espironolactona e hidroclorotiazida) e inotrópicos (dobutamina, milrinone ou levosimedan). FRIO E SECO – dar pouco volume (SF ou RL 250 ml). Esses pacientes possuem disfunção diastólica secundária a alterações no SRAA. Esses pacientes também possuem disfunção endotelial. Diagnóstico • Sinais e sintomas de IC + a fração de ejeção preservada (eco) + BNP aumentado ou disfunção diastólica. Doenças que levam ao aparecimento de ICFP • Hipertensão • Doença valvar • Diabetes • Doença renal crônica • Doença coronária crônica • Álcool e drogas • Doença infiltrativa (amiloidose, sarcoidose) • Arritmias Tratamento • Diuréticos para reduzir congestão • Tratar bem DM e HAS. • Controlar e anti-coagular a FA. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano Uma mulher de 63 anos chega ao serviço de emergência (SE) apresentando desconforto respiratório. Os socorristas que a transportaram não conseguiram obter nenhuma informação sobre sua história médica anterior, mas trouxeram sua sacola de medicações. Uma dessas medicações é a furosemida. Ao exame, sua temperatura é de 37,5ºC, a pressão arterial está em 220/112 mmHg, a frequência cardíaca é de 130 bpm, a frequência respiratória é de 36 mpm e a saturação de oxigênio é de 93% sob condições de alto fluxo de oxigenação. A pele da paciente está fria, pegajosa e diaforética. Ela está alerta, mas só consegue responder o que lhe perguntam com sim ou não, devido à dispneia. Ela apresenta distensão venosa jugular no ângulo mandibular, estertores em ambos os campos pulmonares e um edema pré-tibial 2+ bilateralmente. Suas bulhas cardíacas estão regulares, ainda que taquicárdicas, com um galope de B:VB4 . Resumo: a paciente é uma mulher de 63 anos que está com desconforto respiratório, além de apresentar sinais de insuficiência de bomba e sobrecarga líquida. Qual é o diagnóstico mais provável? R: insuficiência cardíaca congestiva (I CC) e edema pulmonar Qual é o próximo passo mais apropriado? R: abordagem de via aérea, respiração, circulação (ABC), redução da pré e pós-carga, e diurese. Essa senhora de 63 anos foi trazida ao SE apresentando sinais de insuficiência cardíaca congestiva grave: dispneia, taquipneia, hipóxia, hipertensão e taquicardia. Entre a suas medicações, está a furosemida, sugerindo fortemente uma história de insuficiência cardíaca congestiva. Essa manifestação clínica é clássica da exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva. Uma rápida avaliação do ABC, acesso intravenoso (IV) e imediata iniciação da diminuição da pré e da pós-carga, bem como a iniciação da diurese constituem a base da terapia. A suplementação com oxigênio deve ser fornecida. Talvez haja necessidade de instituir uma ventilação de pressão positiva não invasiva (VNI) ou intubação endotraqueal para os casos graves, bem como para aqueles refratários ao tratamento. Depois que o paciente é estabilizado, é importante tentar identificar quaisquer fatores precipitantes da exacerbação. Os exames diagnósticos devem ser dirigidos à exclusão da hipótese de infarto do miocárdio, causa comum de piora de ICC.
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