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Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 SETEMBRO AMARELO CONCEITOS: Suicídio: Ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção é a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal; Comportamento suicida: pensamentos, planos e tentativa de suicídio; Suicidabilidade: ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se suicidaram, ter ideias e/ou planos de suicídio. É a pessoa estar em um circo de circunstâncias que fazem com que ela tenha risco para suicídio. DADOS SOBRE SUICÍDIO NO MUNDO: A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo; Para cada suicídio que ocorre, outras 40 pessoas realizam uma tentativa (Mello-Santos et, al, 2005); Em 2012, cerca de 804 mil pessoas morreram por suicídio. (Atualmente é, no mínimo, um milhão de pessoas por ano. Só aqui no Brasil, segundo a OMS, deu 12 mil pessoas por ano); A taxa de suicídio mundial ajustada para idade é de 11,4 a cada 100 mil habitantes por ano (OMS, 2014); o 15 para homens; o 8 para mulheres. Aproximadamente 1,5 milhões morrerão por essa causa em 2020; Cada suicídio gera um sério impacto na vida de pelo menos outras seis pessoas (familiares amigos, companheiros, etc.); A idade médias das pessoas que cometem suicídio está cada vez menor (sendo que, entre mulheres de 15 a 29 anos, é a segunda causa de morte); A cada ano, o número de suicídios é maior que a soma das mortes causadas por homicídios, acidentes de transporte, guerras e conflitos civis (Varnick, 2012; WHO, 2014) Hungria, Finlândia, Japão e Uruguai são os países com as maiores taxas de suicídio segundo o mapa; O Brasil tem uma taxa baixa de suicídios, menor que a média mundial. Mas que vem aumentando, e precisamos atuar nisso com prevenção, já que é possível; Além disso existe um grande problema que é a subnotificação que não nos permite ter os dados reais de mortes por suicídio. DADOS SOBRE O SUICÍDIO NO BRASIL: A média de suicídios é de 5 a cada 100 mil habitantes; O país é o oitavo em número absoluto de suicídios; Em 2012 registrou-se 30 mortes por suicídio por dia; Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4%, sendo observada uma alta de mais de 30% em jovens; Os números devem ser analisados com cautela: Existe uma grande quantidade de pessoa que se automutilam, porém, na maioria dos casos, a intenção dessas pessoas não é a morte. Logo, não podemos caracterizar isso como uma tentativa de suicídio, ainda que, por um engano esse ato leve à morte). Comportamento de automutilação é risco para suicídio, mas não pode ser confundido com a tentativa de suicídio em si. Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 o Subnotificação: estima-se que para cada tentativa documentada existam outras quatro que não são registradas (Vidal et al, 2013); o Grande variabilidade regional nas taxas; o 17% pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. Mas a grande maioria não comete o ato e encontra meios adequados de lidar com os problemas. Interpretando o gráfico acima: 17 tiveram pensamentos suicidas (observe que quando se fala em pensamentos suicidas, quer dizer que a pessoa teve pensamentos intensos, intrusivos, que vem o tempo todo sem que a pessoa queira e tenha controle); Desses 17, 5 irão fazer planos concretos (ex.: “eu vou tomar chumbinho”, “vou me enforcar com a corda” “vou comprar a corda que irei me enforcar”); 3 vão tentar, e apenas 1 vai ser atendido em um pronto-socorro. Há uma variação significativa no que tange ao gênero, e os homens se matam muito mais que as mulheres. Isso se dá porque os meios para tentar suicídio por homens em geral se tornam mais letais (armas de fogo, enforcamento, etc.). Enquanto eu as mulheres têm mais facilidade para pedir ajuda; muitas delas não têm dificuldade para procurar um tratamento e segui-lo. Além disso, segundo estatísticas, os meios usados por mulheres são menos letais (medicação, produtos de limpeza). POR QUE É IMPORTANTE SABER SOBRE O SUICÍDIO: É responsável por aproximadamente 10 a 15 mortes a cada 100 mil pessoas por ano; Para cada morte por suicídio existe 20 a 40 tentativas (essas tentativas, dependendo do meio usado, pode deixar sequelas na pessoa para o resto da vida. (Ex.: pessoas que se jogam de alturas e ficam com sequelas, com algum tipo de deficiência); Aumentou 60% nos últimos 45 anos; 3ª maior causa de morte entre 15 e 30 anos (a mortalidade de jovens por doenças diminuiu muito no Brasil, por isso, as mortes são externas: homicídio, acidente de trânsito e suicídio. Destes, o suicídio é a 3ª causa). P.s.: Suicídio não é crime e não pode ser visto como tal. FATORES DE RISCO PARA SUICÍDIO: Tentativa prévia de suicídio: Aumenta em cinco a seis vezes as chances de tentar suicídio novamente; Estima-se que 50% daqueles que suicidaram já haviam tentado previamente; História de tentativa de suicídio é considerada o principal fator de risco para o suicídio. Sexo: Homens suicidam 3 vezes mais que as mulheres; Mulheres tentam 3 vezes mais que homens; Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 Conflitos em torno da identidade sexual (subnotificado, já que o atestado de óbito caracteriza apenas o sexo); Doenças clínicas crônicas debilitantes; Populações especiais: imigrantes, indígenas, alguns grupos étnicos; Perdas recentes. História familiar e genética: O risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio; Componentes genéticos e ambientais envolvidos; O risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou; A estimativa da influência na hereditariedade na propensão para a tentativa suicida é de 0,55 (55%); Portanto, é importante estarmos atentos para a história familiar de casa pessoa quando pensamos na prevenção do suicídio; Eventos adversos na infância e na adolescência: maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, etc.; Principalmente para adolescentes: o Suicídio de figuras proeminentes ou de algum indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente. Há um efeito de contágio nisso; o Conflitos familiares, incerteza quanto à orientação sexual e falta de apoio social (A população trans se mata mais); Doença mental: Muitas vezes não diagnosticada; Frequentemente não tratada ou tratada de forma inadequada; Transtorno de personalidade Bordeline, anorexia nervosa, depressão maior e transtorno bipolar são as doenças psiquiátricas que apresentam os riscos mais altos para o suicídio (Chesney, 2014). Sentimentos de desesperança, desespero, desamparo e impulsividade; Viver sozinho (divorciados, sem filhos, viúvos ou que nunca se casaram); Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados: maior risco nos 3 primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego; Aposentados; Moradores de rua; Acesso aos meios. FATORES DE PROTEÇÃO: São menos estudados e geralmente são dados não muito consistentes, incluindo: autoestima elevada, bom suporte familiar, laços sociais bem estabelecidos com família e amigos, religiosidade e razão para viver, ausência de doença mental, estar empregado, ter crianças em casa, senso de responsabilidade com a família,gravidez desejada e planejada, resiliência, acesso à serviços e cuidados de saúde mental. MODELO DE NEUROBIOLOGIA DO SUICÍDIO: COMO RECONHECER INDIVÍDUOS SUSCETÍVEIS: Portadores de doença psiquiátrica; História pessoal e familiar de comportamento suicida; Presença de outros comportamentos auto lesivos e sentimentos de desespero, desesperança e desamparo; Personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável; Respostas anteriores a situações estressoras; Presença de vários fatores de risco poucos fatores de proteção; Pacientes com doenças físicas graves, ameaça de vida, pessoa desfigurada, dor intensa e incapacitação; Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 Situações agudas de crise; Mudança súbita na apresentação clínica do paciente, melhora (uma pessoa que vinha passando por tratamento e de repente diz que está ótima. É possível que essa pessoa esteja fazendo um esforço muito grande para aparentar para a família que está melhor e eles a deixarem sozinha) ou piora (uma pessoa com depressão que, na maioria das vezes, é uma condição crônica e recorrente. Ou seja, os profissionais podem até controlar, mas a pessoa pode ter pioras) dos seus sintomas, apesar do tratamento); Situações de perda real ou imaginada; Exposição a estressor psicossocial, vergonha ou humilhação. DIFICULDADES NA AVALIAÇÃO: Negação das ideias suicidas; Ambivalência; Raiva e ressentimento; Contato emocional difícil (uma pessoa que tem esquizofrenia ou algum transtorno de personalidade, os quais dificultam o contato); Não cooperação do paciente; Comportamento difícil e rígido; Senso de realidade distorcido (muitas doenças mentais distorcem o senso de realidade e provocam o estreitamento cognitivo. EXPRESSÕES COMUNS DE UM SUICIDA: “Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada que carrego e que não consigo mais suportar”; “Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim”; “Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...”; “Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel”. O QUE FAZER SE IDENTIFICAR SINAIS DE RISCO: Ser um bom ouvinte, com bastante atenção, observando não só os fatos, mas também a dor, medo e ansiedade; Não julgar, não aconselhar; Mostrar apoio, disponibilidade para ajudar (“me conta o que está acontecendo com você para que possamos resolver isso juntos”; Compreender a dor emocional do outro, face às suas vivências presentes; Demonstre empatia: procure compreender as coisas não do seu ponto de vista, mas segundo o posto de vista do outro. Não faça comparações; Não mude assunto e nem faça comentários do tipo: “se anima, vai ficar tudo bem”; Não hesite em questionar aberta e diretamente a ideia de suicídio como uma opção válida (perguntar: “você está pensando em morte? ” “Você pensa em se ferir, pensa em suicídio? “ A abordagem a esse tema sensível varia em função da situação e relação de confiança estabelecida. P.s.: É preferível que se chame o SAMU (Disque 192) caso a pessoa fale que vai se suicidar ou caso já esteja cometendo o ato, pois isso de configura um risco de vida iminente, uma emergência médica que precisa ser tratada. Para esses quadros, é preciso encaminhar o paciente para um psiquiatra qualificado. COMO ABORDAR O PACIENTE: Comumente os pacientes chegam ao profissional de saúde da atenção primária com queixas adversas. Todo médico precisa investigar e abordar a suicidabilidade, sabendo ouvir e entender suas motivações. Estudos mostram que não existe risco iatrogênico em avaliar a estabilidade; ou seja, perguntar não aumenta o risco. CURIOSIDADE! O covid-19 aumentou as taxas de suicídio e de doenças mentais por todo o mundo. Quem já sofria dessa condição piorou e quem nunca tinha passado por esse tipo de situação antes, adoeceu. Os profissionais da área estão tendo novos pacientes por conta disso, não só por causa do estresse da situação, mas também, principalmente idosos, pós covid, por estresse confusional, neurológico e psiquiátrico. Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 P.s.: É MITO quando dizem que “quem fala que quer se matar não se mata”. Por impulsividade ou por erro de cálculo da tentativa, a fatalidade acontece. O QUE É PRECISO PERGUNTAR: “Você tem planos para o futuro? ” (O paciente com plano suicida geralmente não tem planos para o futuro); “ Para você, a vida vale a pena ser vivida? “; “ Se a morte viesse agora para você, ela seria bem-vinda? ” (Se a resposta for sim, perguntar se o paciente tem a intenção de se matar ou se quer morrer naturalmente “). Após serem feitas essas perguntas e o profissional achar que com as respostas possui risco de suicídio, novas perguntas terão que serem feitas: “ Você pensa em se ferir? “; “ Você tem planos de se matar? “; “ Você tentou se matar recentemente? (Há pelo menos 1 ou 2 anos atrás) ”; AVALIAÇÃO E MANEJO DO PACIENTE: O primeiro passo é a identificação dos indivíduos de risco por meio da avaliação clínica periódica, considerando que o risco pode mudar rapidamente. Ninguém é realmente capaz de prever com exatidão qual paciente irá se suicidar; apenas o risco pode ser estimado. A avaliação para o risco de suicídio inclui uma entrevista clínica e, frequentemente, a coleta de dados junto à terceiros. A OMS aponta três características psicopatológicas comuns no estado mental dos suicidas. São elas: Ambivalência: o desejo de viver e de morrer se confundem no sujeito. Há urgência em sair da dor e do sofrimento com a morte, entretanto há o desejo de sobreviver a esta tormenta. Muitos não aspiravam realmente morrer, apenas queriam sair do sentimento momentâneo de infelicidade, acabar com a dor, fugir dos problemas, encontrar descanso ou final mais rápido para seus sofrimentos. Se for dado oportunidade ou apoio emocional necessário para reforçar o desejo de viver, logo a intenção e o risco de suicídio diminuirão. Impulsividade: o suicídio, por mais planejado que seja, parte de um ato que é usualmente motivado por eventos negativos. O impulso para cometer suicídio é transitório e tem duração de alguns minutos ou horas. Pode ser desencadeado por eventos psicossociais negativos do dia a dia e por situações como: rejeição, recriminação, fracassos, falência, morte de ente querido, entre outros. Acolher a pessoa durante a crise com ajuda empática adequada pode interromper o impulso suicida do paciente. Rigidez: quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Estas pessoas pensam rígida e dramaticamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe. Todo o comportamento está inflexível quanto à sua decisão: as ações estão direcionadas ao suicídio e a única saída possível que se apresenta é a morte; por isso é tão difícil encontrar, sozinho, alguma alternativa. O funcionamento mental gira em torno de três sentimentos: intolerável (não suportar), inescapável (sem saída) e interminável (sem fim). Existe uma distorção da percepção de realidade com avaliação negativa de si mesmo, do mundo e do futuro. Há um medo irracional e uma preocupação excessiva. O passado e o presente reforçam seu sofrimentoe o futuro é sombrio, sem perspectiva e com ausência de planos. Médicos devem saber identificar e manejar toda a gama de características que Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 envolvem o comportamento suicida, já que a diminuição da morbidade (ideação e tentativa) deve levar à diminuição da mortalidade (suicídio). Deve-se ter em mente que pode variar em breve escala temporal. TODAS AS AVALIAÇÕES DEVEM INCLUIR: Doença mental: avaliar de a pessoa tem doença mental e qual a doença, bem como os sintomas proeminentes, principalmente para: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos de personalidade, transtornos relacionados ao álcool ou à outras drogas, etc.; História pessoal ou familiar de comportamento suicida: se o indivíduo tem histórico suicida ou antecedentes familiares de tentativas e/ou suicídio; Suicidabilidade: se a pessoa tem pensamentos atuais de morte, pensamentos de suicídio, se tem planos e/ou meios para se matar. Avaliar desespero, desesperança e desamparo; Características de personalidade: resiliência, respostas anteriores a situações estressoras, tolerância à dor psíquica, julgamento adequado ou não à realidade. Considerar sempre a presença de impulsividade e agressividade; Fatores estressores crônicos e recentes: a pessoa passa por situações estressoras recentes, como migração, separação conjugal ou perda de uma pessoa próxima. Estressores considerados socialmente humilhantes podem ter risco ainda maior: falência, prisão, traição conjugal, perda de emprego (claro que tudo isso depende de cada pessoa, pois o que pode ser considerado humilhante para um pode não ser para outro); Fatores psicossociais e demográficos: destaque para a situação laboral (estar desempregado ou aposentado), estado marital (viúvos, separados, solteiros), religiosidade, história de abuso físico ou sexual na infância/adolescência, idade entre 15 e 30 anos ou acima dos 65 anos, e ser do sexo masculino; Presença de outras doenças: doenças neurológicas, lesões medulares, cerebrais, etc. AVALIAÇÃO DO RISCO: Risco baixo: Caracterizar: A pessoa teve alguns pensamentos suicidas, mas não fez nenhum plano. Manejar: Escuta acolhedora para compreensão e amenização de sofrimento; Facilitar a vinculação do sujeito ao suporte e ajuda possível ao seu redor – social e institucional; Tratamento de possível transtorno psiquiátrico. Encaminhar: Caso não haja melhora, encaminhe para um profissional especializado; Esclareça ao paciente o motivo do encaminhamento; Certifique-se do atendimento e agilize ao máximo, tendo em vista a excepcionalidade do caso; Tente obter uma contrarreferência do atendimento. Risco médio: Caracterizar: A pessoa tem pensamentos e planos, mas não pretende cometer suicídio imediatamente. Manejar: Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de crise e sofrimento; Escuta terapêutica que possibilite falar e clarificar para si a sua situação de crise e sofrimento; Realização de contrato terapêutico de não suicídio; Investimento nos possíveis fatores protetivos do suicídio; Faça da família e amigos do paciente os verdadeiros parceiros no acompanhamento do mesmo. Fernanda Carvalho, 3º semestre – TUT 04 Encaminhar: Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação e conduta ou agendar uma consulta o mais breve possível; Peça autorização para entrar em contato com a família, os amigos e/ou colegas e explique a situação sem alarmar ou colocar panos quentes, informando o necessário e preservando o sigilo de outras informações sobre particularidades do indivíduo; Oriente sobre medidas de prevenção, como: esconder armas, facas, cordas, deixar medicamentos em local que a pessoa não tenha acesso, etc. Risco alto: Caracterizar: A pessoa tem um plano definido, tem os meios para fazê-lo e planeja fazê-lo prontamente; Tentou suicídio recentemente e apresenta rigidez quanto à uma nova tentativa; Tentou várias vezes em um curto espaço de tempo. Manejar: Estar junto da pessoa. Nunca deixá-la sozinha; Total cuidado com possíveis meios de cometer suicídio que possam estar no próprio espaço de atendimento; Realização de contrato de “não suicídio”; Informar a família da forma sugerida. Encaminhar: Encaminhar para o serviço de psiquiatria para avaliação, conduta e, se necessário, internação. Caso não seja possível, considere o caso como emergência e entre em contato com um profissional de saúde mental ou do serviço de emergência mais próximo. Providencie uma ambulância e encaminhe a pessoa ao pronto- socorro psiquiátrico, de preferência. P.s.: O paciente com alto risco de suicídio e suporte social fraco precisa ser internada em leito psiquiátrico especializado. Em casos graves a eletroconvulsoterapia é uma opção (choque), para reduzir o risco de suicídio em poucas semanas. O SUICÍDIO E A IMPORTÂNCIA DA REDE DE SAÚDE: Sabe-se hoje que praticamente 100% dos suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada e não tratada. De fato, dos que morrem por suicídio, cerca de 50% a 60% nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida. PORTANTO, falar de uma rede de saúde para prevenção do suicídio é reforçar a importância de ter uma rede bem integrada. A prevenção não deve se iniciar apenas nos centros com foco em saúde mental, mas deve ser observada em todos os âmbitos do sistema de saúde. Considerando que a porta de entrada do paciente em risco de suicídio no serviço de saúde pode ser variada (emergências clínicas/psiquiátricas, etc.), melhorar a capacidade dos profissionais de saúde em detectar e lidar com essas pessoas é uma forma de prevenção. O QUE COMPETE À ATENÇÃO PRIMÁRIA: Identificar; Avaliar; Manejar; Encaminhar. O QUE COMPETE À ATENÇÃO SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA: Receber/avaliar; Acompanhar; Tratar; Encaminhar. A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, mas deve ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para diminuição das taxas de suicídio. A prevenção do suicídio deve ser também um movimento que leva em consideração o biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.
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