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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: DIFERENTES CONCEPÇÕES E 
FORMAS DE ATUAÇÃO 
 
 
Cristiani Maria Jora Lorensini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lajeado, junho de 2015
Cristiani Maria Jora Lorensini 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: DIFERENTES CONCEPÇÕES E 
FORMAS DE ATUAÇÃO 
 
 
 
Monografia apresentada na disciplina 
Trabalho de Conclusão de Curso II, do 
Curso de Pedagogia do Centro Universitário 
Univates, como parte de avaliação para a 
obtenção do título de Licenciatura em 
Pedagogia. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Morgana Domênica 
Hattge 
 
 
 
 
Lajeado, junho de 2015
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos queridos e amados avós: Ivo Kummer (in memoriam) e Herminda 
Kummer. Agradeço por Deus tê-los colocado em minha vida. Sou-lhes grata por 
muito do que sou hoje. 
AGRADECIMENTOS 
Ao final desta trajetória, entre idas e vindas, cumprindo longo percurso diário, 
parte de ônibus e parte pilotando minha moto, passando por invernos rigorosos e 
gelados e verões escaldantes, chuvas e barro na estrada ou ainda, contando com as 
forças das próprias pernas nas importunas falhas mecânicas, vislumbro mais uma 
grande conquista. Conquista essa que tem inúmeros personagens, os quais foram 
muito importantes, pois sem eles essa conquista não teria sentido e com quem 
compartilho esse mérito. 
Em primeiro lugar, agradecer a Deus por ter me dado a vida, este presente 
divino e magnífico e por Ele estar presente em minha vida, me dando força e 
coragem e ouvindo minhas orações em horas de aflição e medo. 
Agradecer a minha querida mãe Liane, que nunca mediu esforços para que 
eu pudesse estudar e que sempre esteve ao meu lado dando força e carinho. 
Obrigada querida mãe, seus ensinamentos me fizeram ser a pessoa que sou hoje. 
Ao meu querido e amado esposo Roberto, que sempre esteve presente em 
todos os momentos, que me auxiliou, que perdeu horas de sono, mas que diante de 
momentos bons e ruins, me dava forças para continuar minha caminhada. Hoje, não 
tenho palavras para expressar seu carinho e gratidão, só posso dizer “amo muito 
você” e agradeço a Deus por tê-lo colocado em minha vida. 
A minha Família que sempre me deu apoio, esteve presente em todos os 
momentos. Juntos soubemos passar por várias frustações e perdas, mas 
continuamos unidos, firmes e fortes para que nossos laços não se rompessem. Pedir
desculpas pelas ausências durante minha trajetória acadêmica, pelos finais de 
semana em que não estive presente, pois os estudos eram prioridade. Obrigada 
pela compreensão e afeto. Meu carinho a todos. 
Ao meu avô Ivo (in memoriam), que já não se encontra mais conosco, mas 
que deixou muita saudade, que me ensinou que a vida deve ser aproveitada em 
seus pequenos detalhes. Gostaria muito que estivesse aqui para compartilhar 
comigo esta vitória, mas esteja onde estiver, estará sempre em meu coração. 
A minha querida avó Herminda, a “Muda”, como carinhosamente lhe 
chamamos, que sempre me esperava nos finais de semana, para me dar seu abraço 
carinhoso e suas palavras de fé e confiança. Suas atitudes como pessoa me servem 
de exemplo e sou grata a Deus por tê-la em minha vida. 
A minha querida Orientadora, Morgana, pessoa admirável, a quem dedico 
enorme admiração e carinho, que nunca mediu esforços para me auxiliar, tanto no 
planejar como na escrita. Que se aventurou comigo nesta caminhada, onde ambas 
aprendemos juntas. Sempre disposta a solucionar os problemas, me fez repensar 
várias vezes, a pensar de formas diferentes, ir além. Não tenho palavras suficientes 
para agradecer o quão importante você foi nesta trajetória. O fruto de nossas 
inquietações está aqui. Compartilho minha vitória com você, pois é parte muito 
importante deste caminho. Obrigada por tudo. 
Não posso deixar de agradecer a todos os professores do Centro 
Universitário Univates, especialmente os do Curso de Pedagogia, pois cada 
disciplina, cada estudo, cada prática, valeu muito a pena. O conhecimento que tenho 
hoje tem uma raiz em cada professor. Só tenho a agradecer e me sentir muito feliz 
por tê-los como mestres e que me fizeram ser a pessoa que sou hoje. Obrigada a 
todos (as). 
Agradecer também a todas as pessoas que voluntariamente me ajudaram a 
concluir minha pesquisa. Sem eles, o resultado não seria o mesmo. 
Esta vitória não é somente minha, compartilho-a e agradeço por tê-los em 
minha vida. Meu muito obrigado de coração a todos (as). Que Deus abençoe a vida 
de cada um. 
RESUMO 
Este trabalho apresenta reflexão e análise da Pedagogia Empresarial e da atuação 
do profissional Pedagogo no contexto das empresas. Percebeu-se a Pedagogia 
Empresarial como um novo campo de atuação para o Pedagogo. A partir disso, 
realizou-se uma pesquisa bibliográfica para uma abordagem inicial do tema. Em 
seguida, foram analisadas as respostas obtidas a partir de um questionário 
direcionado a pedagogos atuantes em empresas de diferentes estados do Brasil. Os 
resultados da pesquisa possibilitam compreender a grande importância desse 
profissional dentro das empresas, atuando em diferentes frentes e promovendo o 
desenvolvimento e a capacitação dos colaboradores das empresas. 
 
Palavras-chave: Pedagogia Empresarial. Educação Não Formal. Educação de 
pessoas. 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - A educação em outros espaços .............................................................. 13 
Quadro 2 - Gestão de pessoas: desafio para as empresas ...................................... 32 
Quadro 3 - Conhecimento dentro do contexto empresarial ....................................... 33 
Quadro 4 - Importância do pedagogo empresarial na empresa ................................ 34 
Quadro 5 - Visão do pedagogo ................................................................................. 37 
Quadro 6 - Tarefas que podem ser exercidas pelo pedagogo no contexto 
empresarial ................................................................................................................ 38 
Quadro 7 - Pedagogo empresarial e a importância da gestão .................................. 39 
Quadro 8 - Pedagogo empresarial e o “olhar” pedagógico ....................................... 41 
Quadro 9 - Pedagogo Empresarial e suas competências ......................................... 43 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Número de participantes e locais que residem ........................................ 27 
Tabela 2 – Formação ................................................................................................ 28 
 
 
SUMÁRIO 
1 O CONTEXTO DA PESQUISA: CALÇANDO OS SAPATOS ................................. 9 
1.1 Propondo uma reflexão: início do percurso ................................................... 12 
1.2 Pedagogia empresarial e educação não formal ............................................. 14 
 
2 PROBLEMATIZANDO A TEMÁTICA: PERCALÇOS AO LONGO DO CAMINHO
 .................................................................................................................................. 17 
 
3 ALAVANCANDO NOVAS PERCEPÇÕES: PESQUISANDO O CAMINHO ......... 22 
3.1 As redes sociais como fissuras de um novo campo de pesquisa ................ 25 
 
4 ANALISANDO O CAMINHO PERCORRIDO ........................................................ 27 
 
5 PEDAGOGIA EMPRESARIAL: FORMAS DE ATUAÇÃO .................................... 31 
5.1 Pedagogia empresarial: foco no fator humano .............................................. 34 
5.2 Pedagogia empresarial e a gestão do conhecimento e de pessoas ............. 37 
5.3 Pedagogia empresarial e a educação de pessoas ......................................... 40 
5.4 Pedagogia empresarial e a preparação de pessoas (treinamento) ............... 42 
 
6 PALAVRAS FINAIS – O FIM DO PERCURSO .....................................................44 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47 
 
APÊNDICES ............................................................................................................. 50 
APÊNDICE A - Esboço de e-mail enviado as empresas ...................................... 51 
APÊNDICE B - Perguntas a serem respondidas pelos participantes da pesquisa
 .................................................................................................................................. 52 
 
 
9 
 
1 O CONTEXTO DA PESQUISA: CALÇANDO OS SAPATOS 
Após onze anos cursando Pedagogia, me deparei com uma gama enorme de 
conteúdos que me foram colocados à disposição. Conteúdos que envolvem 
educação infantil, séries iniciais do ensino fundamental, processos de gestão, enfim, 
foram tantos assuntos, tantas leituras e discussões realizadas que fica difícil 
escolher uma opção para escrever o trabalho de conclusão. 
A escolha do tema sobre o qual escrevo este trabalho se deu após a 
realização de umas das disciplinas do curso de Pedagogia, sendo esta a Prática 
Investigativa II1, que foi ministrada pela professora Angélica Vier Munhoz2. Nessa 
Disciplina, a professora Angélica nos mostrou uma proposta diferente em relação à 
atuação do pedagogo em espaços não formais (denominadas instituições não 
escolares, onde ocorre uma ação educativa), enfatizando aspectos da pedagogia 
empresarial3 e da pedagogia hospitalar. Mostrou que é muito importante rever a 
atuação do pedagogo e que existem novas possibilidades de atuação. 
Como na época eu não possuía nenhuma prática em escolas e sim em 
empresas, o assunto pedagogia empresarial ficou em meu pensamento; o interesse 
e a curiosidade foram aumentando, sendo assim, comecei a procurar autores e 
 
1
 Disciplina Obrigatória no Curso de Pedagogia cursada no ano de 2010. 
 
2
 Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (2009). Professora 
titular do Centro Universitário Univates, Brasil. 
 
3
 Projeto de pesquisa realizado na Disciplina de Processos de Gestão – Organização do Trabalho 
Pedagógico, orientado pela Professora Daiani Clesnei da Rosa, no ano de 2008, tendo como 
componentes do grupo: Cristina Knobloch, Cristiani Maria Jora, Graziela Windberg, Lia Bottoni e 
Rosane Souza da Rosa. 
10 
 
estudar sobre o assunto. 
Após várias pesquisas realizadas, não tive dúvida, esse seria o assunto 
escolhido para meu trabalho de conclusão, enfatizando a minha experiência na 
gestão de pessoas na empresa em que trabalhei e na criação de minha própria 
empresa, uma agroindústria familiar, há quase dois anos. 
Acredito na importância de se mostrar a todos os pedagogos e pedagogas 
que existem novas possibilidades, novas formas de atuação, não desvalorizando o 
espaço desse profissional nas escolas, mas propondo novos possíveis rumos e 
atuações. 
Tendo em vista que a pedagogia é a ciência da educação, a mesma ocorre 
em todos os espaços, pois é fruto da socialização. O pedagogo é o 
profissional competente para desenvolver uma práxis comprometida com a 
transformação social, que não colabore para perpetuar o distanciamento 
entre o saber da experiência e o saber sistematizado, mas que valorize 
esses saberes que são distintos, porém complementares (ALMEIDA, 2010, 
p. 130). 
 
Este trabalho que foi batizado como “Pedagogia Empresarial: diferentes 
concepções e formas de atuação” apresenta reflexões sobre a atuação do 
profissional Pedagogo em ambientes empresariais, considerando a empresa como 
um novo campo de atuação. No primeiro momento procurou-se diferentes 
concepções sobre esse “novo” tipo de profissional a partir de vários autores. O eixo 
de pesquisa está embasado numa tentativa de descoberta sobre a função exercida 
pelo Pedagogo Empresarial, verificando a sua atuação e as tarefas exercidas por ele 
junto às empresas. Na primeira movimentação, esta pesquisa foi direcionada para 
empresas de diferentes segmentos localizadas no Vale do Taquari/RS, mas que 
após verificações, não houve resultado significativo. Na segunda movimentação, à 
procura de novos resultados, foi necessária uma mudança de rumos, onde a busca 
de respostas se associou ao uso da internet, mais precisamente, com o uso da rede 
social, o Facebook, para a coleta de dados de diversos participantes, com vistas à 
obtenção de respostas que fossem ao encontro do tema principal deste trabalho. 
Este trabalho está dividido em seis capítulos que se originaram da pesquisa 
sobre o tema em destaque. 
No primeiro capítulo propõe-se uma relação entre a Pedagogia Empresarial e 
11 
 
a Educação Não Formal, sendo que a prática educativa do Pedagogo Empresarial 
ocorre neste espaço, apresentando uma breve análise sobre este âmbito 
educacional. 
No segundo, promove-se a problematização, fazendo um questionamento, 
propondo uma reflexão e buscando respostas com profissionais atuantes sobre a 
função exercida pelo profissional Pedagogo no contexto empresarial. 
No terceiro, revelam-se os métodos que foram utilizados para alcançar as 
respostas, promovendo novas reflexões e percepções sobre a Pedagogia 
Empresarial e explana-se o uso das redes sociais como “brechas” para um novo 
campo de pesquisa, sobre o qual este trabalho foi desenvolvido, apresentando a 
importância da internet e especialmente às redes sociais para a obtenção de 
informações em complemento da pesquisa. 
O quarto capítulo apresenta uma análise de resultados obtidos através da 
pesquisa, a partir de um questionário composto por sete questões. Sendo assim, 
neste capitulo, faz-se uma pequena introdução, caracterizando participantes e locais 
onde residem, sendo que as análises das respostas dos questionários serão 
realizadas de modo a produzir uma composição entre o referencial teórico estudado 
ainda por ocasião da construção do projeto e os dados produzidos no decorrer da 
pesquisa. Ao invés de apresentá-los em blocos separados, descritos 
individualmente, serão colocados em tabelas ao longo do trabalho, proporcionando a 
ligação entre o teórico e o prático, de acordo com as respostas dadas pelos 
participantes. Utiliza-se a abreviação (P) para participante e uma numeração em 
ordem crescente que identifica o participante, por exemplo: (P1, P2, P3,...). 
No quinto, são listadas algumas atribuições dadas à Pedagogia Empresarial 
nas empresas, verificando pontos de importância que devem ser observados pelo 
profissional Pedagogo e formas de atuação desse profissional em diferentes 
funções; ressalta-se a importância do fator humano dentro das empresas, a gestão 
do conhecimento e de pessoas, a educação de pessoas e o treinamento associado 
à prática do profissional da Pedagogia na empresa. 
No capítulo final, são apresentadas considerações acerca dos conhecimentos 
adquiridos na trajetória do Curso, enriquecidos pela pesquisa. Está proposta uma 
12 
 
reflexão envolvendo concepções e formas de atuação do profissional Pedagogo no 
contexto empresarial. 
 
1.1 Propondo uma reflexão: início do percurso 
Os estudos realizados durante a minha trajetória acadêmica envolveram 
diferentes disciplinas, muitas voltadas para a área da educação no âmbito escolar, 
tanto para a educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental e ensino médio, e 
algumas direcionadas para outras áreas em espaços não formais, como o trabalho 
de ONGs, problemáticas do terceiro setor, educação ambiental, etc. Nesse sentido, 
o Curso de Pedagogia proporciona inúmeras reflexões em diferentes âmbitos da 
educação e possibilita a formação do pensamento crítico. 
O curso de Pedagogia será destinado à formação de profissionais 
interessados em estudos do campo teórico-investigativo da educação e no 
exercício técnico-profissional, como pedagogos no sistema de ensino, nas 
escolas e em outras instituições educacionais, inclusiveas não-escolares. 
(LIBÂNEO, 2001 p. 14). 
 
O pedagogo com seu vasto conhecimento em diferentes áreas de estudo, o 
que o Curso de Pedagogia proporciona, possibilitará que seu trabalho seja também 
reconhecido em outros campos de atuação. 
[...]. O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática 
educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos 
de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista 
objetivos de formação humana previamente definidos em sua 
contextualização histórica (LIBÂNEO, 2001, p.11). 
 
Nesse contexto, o pedagogo pode ser atuante em diversos espaços de 
conhecimento, onde possa promover a educação como um todo em contextos 
diferenciados, englobando um caráter educativo e pedagógico (ALMEIDA, 2010). 
Portanto. 
Para além de razões históricas, pensamos que a identificação do pedagogo 
com o docente incorre num equivoco lógico conceitual. A Pedagogia é uma 
reflexão teórica a partir e sobre as práticas educativas. Ela investiga os 
objetivos sociopolíticos e os meios organizativos e metodológicos de 
viabilizar os processos formativos em contextos socioculturais específicos. 
Todo educador sabe, hoje, que as práticas educativas ocorrem em muitos 
lugares, em muitas instâncias formais, não-formais, informais. Elas 
acontecem nas famílias, nos locais de trabalho, na cidade e na rua, nos 
meios de comunicação e, também, nas escolas. Não é possível mais afirmar 
que o trabalho pedagógico se reduz ao trabalho docente nas escolas [...] 
13 
 
(PIMENTA, 2002, p. 29). 
 
Pensar em Pedagogia, primeiramente nos remete ao trabalho com crianças e 
em escolas, especialmente na área da educação infantil e anos iniciais do ensino 
fundamental, mas a Pedagogia vai além dos muros escolares, ela ultrapassa e 
mostra novas práticas pedagógicas, fazendo com que se ampliem e criem novas 
possibilidades de aprendizagem, englobando espaços formais, informais e não 
formais. 
Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo 
sistemático da educação – do ato educativo, da prática educativa como 
componente integrante da atividade humana, como fato da vida social, 
inerente ao conjunto dos processos sociais. Não há sociedade sem práticas 
educativas. Pedagogia diz respeito a uma reflexão sistemática sobre o 
fenômeno educativo, sobre as práticas educativas, para poder ser uma 
instância orientadora do trabalho educativo. Ou seja, ela não se refere 
apenas às práticas escolares, mas a um imenso conjunto de outras práticas. 
O campo do educativo é bastante vasto, uma vez que a educação ocorre 
em muitos lugares e sob variadas modalidades: na família, no trabalho, na 
rua, na fábrica, nos meios de comunicação, na politica, na escola. De modo, 
que não podemos reduzir a educação ao ensino e nem a Pedagogia aos 
métodos de ensino. Por consequência, se há uma diversidade de práticas 
educativas, há também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a 
pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação etc., além, é 
claro, da pedagogia escolar (LIBÂNEO, 2001, p. 6-7). 
 
O tema Pedagogia Empresarial me instigou a preparar este trabalho, para 
sanar minhas dúvidas, aprender mais e para que este trabalho possa inspirar outros 
pedagogos (as) a garimparem esse novo campo de atuação. E neste aspecto, 
ressalto a resposta dada por um dos participantes que enfatiza a escolha da 
Pedagogia Empresarial. 
Quadro4 1 - A educação em outros espaços 
 
 
 
 
 
Primeiramente fiz uma pesquisa bibliográfica em livros, sites, utilizando 
plataformas de pesquisa como o Google Acadêmico, Scielo, entre outros. Foram 
vários os artigos encontrados englobando o assunto Pedagogia Empresarial, 
diferentes concepções e formas de atuação do Pedagogo Empresarial. 
 
4
 Os excertos dos questionários serão apresentados em quadros para diferenciá-los das demais 
citações. Os participantes serão identificados através da letra (P) seguida de um numeral. 
- Amo educar e tenho verdadeira paixão em ensinar, repassar meus conhecimentos, ter troca de 
experiências. Então resolvi cursar a faculdade, pois na época vi como um mercado promissor, ter 
a capacidade de ser um educador dentro das empresas, fazendo com que a educação tivesse um 
espaço em outros ambientes e não somente no âmbito escolar. Não me arrependo em nenhum 
momento da profissão que escolhi, sou muito feliz como pedagoga empresarial (P4). 
14 
 
1.2 Pedagogia empresarial e educação não formal5 
Após a produção dos recortes dos textos lidos, meu próximo passo foi separar 
em tópicos os pontos mais abordados nas leituras, para serem os pontos de 
discussão deste trabalho. Cada item abaixo será um ponto de pesquisa e escrita 
relacionado ao tema Pedagogia Empresarial. 
Além de quatorze artigos lidos, realizei a leitura de livros, englobando autores 
como Amélia Escotto do Amaral Ribeiro6 e José Abrantes7. Uma dificuldade 
encontrada foi a escassez de publicações enfatizando o tema Pedagogia 
Empresarial e a ausência de livros para venda nas livrarias, sendo que a maioria que 
engloba o conceito pedagogia empresarial encontra-se esgotada. 
Dentre os artigos lidos, quatro deles focaram a importância da gestão de 
saberes, conhecimentos e pessoas no contexto da pedagogia empresarial, sendo 
assim, esta temática será descrita no item 5.2. Em oito artigos, foi abordada a 
educação de pessoas, dentro das empresas referidas como recursos humanos8, 
temática descrita no item 5.3. Apenas em dois artigos englobou-se a preparação de 
pessoas, mais especificamente, o treinamento, tema detalhado no item 5.4 deste 
trabalho. 
Como balizamento inicial, achei conveniente começar a descrever o que se 
entende por educação não formal, sendo um espaço de ensino no qual o pedagogo 
vai pode atuar e desenvolver diferentes ações ligadas à educação, no caso da 
Pedagogia Empresarial, a empresa como local educativo. 
A educação não formal, uma realidade educacional que existe há muito 
 
5
 De acordo com a nova ortografia a palavra não formal encontra-se sem o emprego do hífen, mas 
sempre em citações de textos anteriores a 2009 será mantida a grafia original. 
 
6
 Doutora em Educação. Especialista em Pedagogia Empresarial. Citada em todos os artigos lidos 
como uma das principais referências sobre o tema Pedagogia Empresarial. Livros publicados que 
serão utilizados neste trabalho: Pedagogia Empresarial – Atuação do Pedagogo na Empresa e 
Temas Atuais em Pedagogia Empresarial. 
 
7
 Doutor em Engenharia de Produção. Autor citado em vários artigos lidos, tendo como referência seu 
livro: A Pedagogia Empresarial: nas organizações que aprendem. 
 
8
 No cenário da empresa, as pessoas são muito importantes, por possuírem características de 
aprendizagem e serem capazes de executar muitas tarefas, portanto, são vistas como recursos 
humanos, que podem ser moldados através da educação e de praticas pedagógicas. 
15 
 
tempo, mas que só começou a ser popularizada a partir do ultimo terço do século 
XX, e a partir disso, a se fixar na linguagem pedagógica (TRILLA, 2008) mostra-se 
como uma vasta área a ser descobertae um novo modo para a atuação do 
pedagogo, mas é uma área do conhecimento que ainda está em construção (GOHN, 
2006). 
Toda e qualquer ação educativa fora do âmbito da escola denomina-se 
educação não formal. É a educação através de compartilhamento de experiências, 
principalmente em espaços coletivos (GOHN, 2006). 
A Educação não formal busca capacitar o cidadão, promovendo projetos de 
desenvolvimento pessoal e social que podem acontecer em diversos 
espaços: comunidades, empresas, penitenciárias, organizações não 
governamentais, entre outros (TOZETTO, 2011, p. 1). 
 
Sendo assim, Trilla (2008) acrescenta que a educação não formal se mostra 
sem as características da escola: 
Em suma, quando se fala em metodologiasnão-formais, o que se quer dar 
a entender é que se trata de procedimentos que, com maior ou menor 
radicalismo, se distanciam das formas canônicas ou convencionais da 
escola. Assim, como um sentido muito semelhante ao dessa acepção de 
educação não-formal, alguns autores utilizaram expressões como “ensino 
não convencional” ou “educação aberta” (TRILLA, 2008, p. 40). 
 
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº9. 394/96 enfatiza 
em seu artigo 40 que a educação profissional precisa desenvolver habilidades e 
competências para promover um aprendizado. Entende como sendo o espaço fora 
do ambiente escolar, também um local de aprendizagem. 
Artigo 40: A educação profissional será desenvolvida em articulação com o 
ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em 
instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. (SOUZA, 1997, 
p.67). 
 
A educação não formal não é organizada em séries/idades/conteúdo, ela 
ajuda na construção da identidade coletiva do grupo, fundamenta-se no critério de 
solidariedade e identificação de interesses comuns (GOHN, 2006). 
Algo de destaque sobre a educação não formal enfatiza que ela abrange e 
atinge uma parte da população que é excluída do sistema escolar. 
A educação não-formal, por sua vez, supõe também a intenção de estender 
a educação e, por isso, a maioria da população que atinge é de pessoas 
menos incluídas no sistema no sistema escolar convencional, ainda que não 
esteja dirigida a determinados grupos de idade, sexo, classe social, hábitat 
16 
 
urbano ou rural etc. Essas pessoas apresentam grande motivação 
intrínseca, sua adesão a programas costuma ser voluntária, e, sendo seus 
interesses e necessidades mais claramente assumidos, podem seguir ou 
abandonar os programas conforme entendam que estes satisfazem ou não 
suas expectativas (TRILLA, 2008, p. 71-72). 
 
A educação não formal se destaca por ser uma educação que se aprende no 
“mundo da vida”, voltada para o ser humano como um todo, cidadão do mundo, 
cidadão pleno e se baseia em temas de aprendizagem que surgem da necessidade 
de um determinado grupo (GOHN, 2006). “[...] é mais difusa, menos hierárquica e 
menos burocrática” (GADOTTI, 2005). 
No entanto, a educação não formal não deve ser vista em substituição à 
educação formal (escolas), pois a educação não formal é um espaço concreto de 
formação na aquisição de aprendizagens envolvendo um coletivo que envolve [...] 
“habilidades corporais, técnicas, manuais, referentes a um trabalho a ser realizado”. 
(GOHN, 2009). 
[...]. O formal é aquilo que assim é definido, em cada país em cada 
momento, pelas leis e outras disposições administrativas; o não-formal, por 
outro lado, é aquilo que permanece à margem do organograma do sistema 
educacional graduado e hierarquizado. Os conceitos de educação formal e 
não-formal apresentam, portanto, uma clara relatividade histórica e política: 
o que antes era não-formal pode mais tarde passar a ser formal, do mesmo 
modo que algo pode ser formal em um pais e não formal em outro (TRILLA, 
2008, p. 40). 
 
A educação não formal representa a inserção do pedagogo em um novo 
campo de atuação, no qual se utilizará de técnicas e métodos de aprendizagens 
para atingir um determinado público e uma determinada causa, no caso da 
Pedagogia Empresarial, a empresa como local de aprendizagens e aquisição de 
conhecimentos. 
17 
 
2 PROBLEMATIZANDO A TEMÁTICA: PERCALÇOS AO LONGO DO 
CAMINHO 
De acordo com o tema principal deste trabalho, a Pedagogia Empresarial é 
um novo campo de atuação do profissional pedagogo, mas atualmente, não é muito 
fácil encontrar este profissional atuante em empresas. 
Neste contexto, pergunta-se: 
 Qual o espaço de atuação do profissional pedagogo no contexto 
empresarial em Municípios do Vale do Taquari/RS? 
 Quantas empresas do Vale do Taquari/RS possuem um profissional 
pedagogo atuante dentro da empresa? 
Estes questionamentos surgiram da curiosidade incessante em ter as 
respostas para tais questionamentos e pelo aprofundamento sobre a prática de 
trabalho deste novo cenário de atuação do pedagogo empresarial. 
Por aqui, o problema de pesquisa não é descoberto, mas engendrado. Ele 
nasce desses atos de rebeldia e insubmissão, das pequenas revoltas com o 
instituído e aceito, do desassossego em face das verdades tramadas, e 
onde nos tramaram. Mas, como é que se faz isso? Como é que nos 
tornamos fortes para explodir as formas como lemos, compreendemos, 
pensamos? Ao modo do trabalho foucaultiano, desfocando os olhos das 
coisas vistas e elevando-os até as visibilidades de uma época; bem como, 
deslocando-nos da moradia confortável das palavras e das frases, para 
chegar aos enunciados. O que funciona é exercitar a suspeição sobre a 
própria formação histórica que nos constituiu e constitui, e interrogá-la sobre 
se tudo o que dizemos é tudo o que pode ser dito, bem como, se aquilo que 
vemos é tudo o que se pode ver (CORAZZA, 1996, p. 119). 
 
A partir de tantos questionamentos e dúvidas, inicialmente o problema de 
18 
 
pesquisa foi construído da seguinte forma: 
 Como se dá a atuação do pedagogo empresarial em empresas do Vale do 
Taquari/RS? 
Portanto, pensar neste problema de pesquisa vai além dos conhecimentos já 
existentes, ele abre novas janelas para se verificar como as empresas do Vale do 
Taquari/RS estão englobando em seu contexto de trabalho esse novo perfil de 
profissional e qual o espaço destinado ao pedagogo empresarial dentro da empresa. 
Antes de iniciar a primeira aproximação com as empresas, foi elaborado um 
esboço de um e-mail que seria enviado para as empresas, especificando alguns 
itens para que entendessem o que estaria pesquisando e o meu propósito de 
pesquisar tal assunto. 
Para dar início à pesquisa de campo, foram contatadas algumas associações 
do Vale do Taquari, onde estão inseridas várias empresas, de pequeno, médio e 
grande porte para obter contatos telefônicos e outros dados para que se pudesse 
fazer uma primeira aproximação com as empresas. 
O contato com as associações se deu através de e-mails, sendo no mês de 
janeiro, período em que muitas empresas proporcionam férias coletivas, resolveu-se 
usar esta ferramenta eletrônica também por ser um meio mais rápido de obter as 
informações. 
Após o envio dos e-mails, mais precisamente no dia 17 de janeiro de 2015, 
para quinze associações de empresas do Vale do Taquari, ficou-se na expectativa 
de respostas. Para algumas associações, houve problema no envio, pois o endereço 
eletrônico já não existia mais e apenas três associações se propuseram a responder 
meu e-mail. 
Em resposta, as três associações, de primeira mão comunicaram que em sua 
organização não havia nenhum profissional Pedagogo, e somente uma delas, se 
prontificou a repassar uma lista com os nomes das empresas associadas para que 
se pudesse aprofundar a pesquisa com as empresas associadas e outra informou 
que iria buscar estas informações e que se obtivesse algum resultado, entraria em 
contato. 
19 
 
Após conversar com o gerente geral da associação que se propôs a oferecer 
material de pesquisa, obteve-se uma lista impressa com 403 nomes de empresas 
cadastradas a essa associação, tendo descrito o nome da empresa, bairro, fone, 
ramo de atividade, endereço, cidade, e-mail e qual segmento de atuação. 
Com o material em mãos, iniciou-se uma análise das empresas e de seus 
respectivos ramos de atividade. Verificou-se que na lista havia muitas empresas, 
então fez-se um apanhado de nomes para que pudesse ser feito o primeiro contato. 
Foram então escolhidas 108 empresas de diferentes segmentos para iniciar a 
trajetória de pesquisa. A escolha das empresas se deu aleatoriamente. 
Com o endereço eletrônico em mãos, encaminhou-se às empresas um e-mail 
para que tivessem conhecimento da origem, o motivo e objetivo da pesquisa. Após 
alguns dias, começaram a chegar respostas de alguns e-mails.Depois de uma 
semana, foram obtidas apenas 30 confirmações de respostas de diferentes 
empresas. 
Em análise das respostas obtidas pelas empresas, muitas delas referiam: 
“nossa empresa não possui”, “não temos”, “no momento não temos este profissional 
aqui”, “não temos o referido cargo na empresa”, “infelizmente não temos pedagogos 
aqui na empresa”, “não temos este profissional trabalhando conosco”, “não 
utilizamos pedagogos em nossa operação”, “não possuímos esse profissional no 
nosso quadro de funcionários”, e assim, sucessivamente as respostas foram as 
mesmas. 
O que mais chamou à atenção nas respostas obtidas, que em grande maioria 
foram dadas pelos profissionais do setor administrativo e de recursos humanos, foi 
verificar que afirmam não haver tal profissional na empresa, mas manifestam 
disposição em auxiliar na pesquisa e a maioria das empresas desejou que se fizesse 
um bom trabalho. 
Outra resposta obtida de uma cooperativa que chamou a atenção foi: “Não 
temos profissionais pedagogos atuando na Cooperativa. Atualmente temos 
psicólogos ou administradores com especialização em gestão de pessoas em 
cooperativas, para atuar na área de gestão de pessoas.” Neste caso, percebe-se 
que dão importância ao trabalho das pessoas nas empresas e que há outros 
20 
 
profissionais realizando essa tarefa, pois uma vez que a Psicologia e a 
Administração também atuam junto à gestão de pessoas. Possivelmente ainda não 
haja conhecimento suficiente acerca das funções possíveis para um pedagogo nas 
empresas. 
Uma empresa de ensino em resposta ao e-mail da pesquisa, “assinada” por 
uma Pedagoga, explicou o seguinte: “Atuo como pedagoga na escola, que é minha 
formação. Tenho especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional e 
direcionei meu trabalho final para a atuação do Psicopedagogo no meio empresarial, 
mais focado nas dificuldades de aprendizagem dos colaboradores. Não consegui 
fundamentar da forma como gostaria, pois na psicopedagogia essa área é nova. Na 
empresa hoje, estamos reorganizando os setores, pois acabamos de fazer mudança 
de sede e reestruturar algumas funções. Hoje atuo mais na coordenação e 
acompanhamento a professores e alunos, fugindo um pouco da parte empresarial, 
pois a ideia é que um profissional de RH faça esse acompanhamento.” Neste caso, 
verifica-se que a profissional tentou elaborar um trabalho na área empresarial, mas 
como há pouco material sobre o assunto, e pouco conhecimento sobre essa nova 
modalidade de atuação do pedagogo, pouco êxito obteve em sua pesquisa. 
Assim, frente a essas constatações, fez-se necessária uma mudança de 
rumos, que promovesse a saída da zona de conforto e ultrapassasse novas 
barreiras. Nesse momento a pesquisa estava sem rumo, sem foco definido, sem 
munição, sem luz. Era necessário achar uma forma de transpor os obstáculos, sair 
da escuridão e promover uma nova visão, buscar algum alvo, direcionar o 
pensamento e acalentar inquietações. 
Como visualizo tais labirintos? Eles são construídos com repartimentos 
polimorfos, de disposição esteticamente enredada, tortuosa, intrincada, que 
nunca repetem sua própria forma, sendo que tais feitios são justamente 
aqueles que os tornam um lugar complicado e, muitas vezes, inextricável e 
admiravelmente emaranhado. Seus corredores estão dispostos em uma 
ordem tumultuosa, que depois de neles entrar é quase impossível encontrar 
a saída, mesmo que desejemos. O traçado de seu desenho é formado por 
linhas sinuosas e imprevisíveis, das quais, quando se está dentro, não se 
tem a mínima ideia de onde levarão, nem onde estão seus pontos de fuga, 
ou mesmo aqueles de aprisionamento. Lugar onde muitas vezes é preciso 
voltar sobre os próprios passos, para encontrar outras possibilidades de 
continuar em movimento; ou então gritar bem alto, para que o som da 
própria voz seja a única a fazer companhia, e não se morra de solidão 
(CORAZZA, 1996, p. 107-108). 
 
Era necessário rever e repensar, portanto, o problema da pesquisa passa a 
21 
 
ser apresentado na forma do seguinte questionamento: 
 De que forma se define a função e a atuação do Pedagogo no contexto 
empresarial em diferentes estados do Brasil? 
Sendo assim, passei a buscar profissionais formados em Pedagogia e em 
atuação dentro de empresas como Pedagogos Empresariais para verificar o tipo de 
trabalho exercido por esse profissional no contexto empresarial. 
 
 
 
22 
 
3 ALAVANCANDO NOVAS PERCEPÇÕES: PESQUISANDO O 
CAMINHO 
Pesquisar algo é muito importante para aumentar nosso conhecimento sobre 
um determinado assunto, sendo que isso proporciona novas verificações e modos 
de se posicionar frente a um novo conhecimento. 
Pesquisar é uma atividade que corresponde a um desejo de produzir saber, 
conhecimentos, e quem conhece, governa. Conhecer não é descobrir algo 
que existe de uma determinada forma em um determinado lugar do real. 
Conhecer é descrever, nomear, relatar, desde uma posição que é temporal, 
espacial e hierárquica. O que chamamos de “realidade” é o resultado desse 
processo. A realidade ou “as realidades” são, assim, construídas, 
produzidas na e pela linguagem. Isto não quer dizer que não existe um 
mundo fora da linguagem, mas sim que o acesso a este mundo se dá pela 
significação mediada pela linguagem (COSTA, 2007, p. 104-105). 
 
Retomando a pesquisa, primeiramente foi feita uma aproximação com 
empresas do Vale do Taquari, através de suas associações, a fim de realizar o 
mapeamento de profissionais pedagogos atuantes no contexto empresarial. 
O primeiro contato se deu através de e-mail enviado as associações as quais 
pertencem a maioria das empresas e após o recebimento das respostas foi realizada 
uma análise quantitativa do número de empresas que possuem um pedagogo 
empresarial no seu contexto de trabalho. Em seguida, foi feita uma análise 
qualitativa através da realização de entrevistas com os profissionais pedagogos 
atuantes em empresas, verificando aspectos do seu trabalho no âmbito empresarial 
e buscando compreender a atuação desse profissional na área. 
A entrevista se mostra como uma ferramenta para uma aproximação com o 
23 
 
profissional, verificando seu trabalho e atribuições no contexto empresarial. 
Partimos da constatação de que a entrevista face a face é 
fundamentalmente uma situação de interação humana, em que estão em 
jogo as percepções do outro e de si, expectativas, sentimentos, 
preconceitos e interpretações para os protagonistas: entrevistador e 
entrevistado. Quem entrevista tem informações e procura outras, assim 
como aquele que é entrevistado também processa um conjunto de 
conhecimentos e pré-conceitos sobre o entrevistador, organizando suas 
respostas para aquela situação. A intencionalidade do pesquisador vai além 
da mera busca de informações; pretende criar uma situação de 
confiabilidade para que o entrevistado se abra. Deseja instaurar 
credibilidade e quer que o interlocutor colabore, trazendo dados relevantes 
para seu trabalho. A concordância do entrevistado em colaborar na 
pesquisa já denota sua intencionalidade – pelo menos a de ser ouvido e 
considerado verdadeiro no que diz -, o que caracteriza o caráter ativo de 
sua participação, levando-se em conta que também ele desenvolve atitudes 
de modo a influenciar o entrevistador (SZYMANSKI, 2002, p. 12). 
 
Portanto, a entrevista serviu como um modo de aproximação, promovendo a 
busca de novos conhecimentos com pessoas que atuam na área da Pedagogia 
Empresarial e sanando as dúvidas sobre a atuação desse profissional dentro da 
empresa. 
Após verificar que não havia respostas significativas para o primeiro problema 
de pesquisa, pensou-se em uma forma de problematizar um novo desafio. Desafio 
este, que no primeiro momento me causou abalo, pois estava sem rumo, não se 
havia conseguido encontrar pedagogo atuante dentro de alguma empresa do Vale 
do Taquari. Mas, tendo que seguir em frente, sair da zona de conforto epossibilitar 
um novo pensamento, um novo ponto de interrogação. Conduziu-se a pesquisa a 
outro rumo, a exemplo da citação de Meyer (2012, p. 15): 
Uma metodologia de pesquisa é sempre pedagógica porque se refere a um 
como fazer, como fazemos ou como faço minha pesquisa. Trata-se de 
caminhos a percorrer, de percursos a trilhar, de trajetos a realizar, de formas 
que sempre têm por base um conteúdo, uma perspectiva ou uma teoria. 
Pode se referir a formas mais ou menos rígidas de proceder ao realizar uma 
pesquisa, mas sempre se refere a um como fazer. Uma metodologia de 
pesquisa é pedagógica, portanto, porque se trata de uma condução: como 
conduzo ou conduzimos nossa pesquisa. 
 
Após algumas conversas com a orientadora, decidiu-se buscar profissionais 
Pedagogos através de ferramentas como as redes sociais, mais precisamente o 
Facebook, para poder responder o segundo questionamento. Poder utilizar uma 
ferramenta diferente para realizar uma pesquisa seria algo interessante e instigador, 
mas logo de início, veio a frustração. 
24 
 
Para começar esta segunda etapa da pesquisa, publicou-se uma mensagem 
em um grupo fechado do Facebook intitulado “Pedagogia Empresarial”, composto 
por mais de três mil membros. A primeira postagem ocorreu no dia 26 de fevereiro 
de 2015 com a seguinte mensagem: “Boa Tarde Grupo da Pedagogia Empresarial. 
Sou estudante concluinte do Curso de Pedagogia - Univates - RS, e estou fazendo 
meu trabalho de conclusão sobre o tema "Pedagogia Empresarial", no entanto, fiz 
uma pesquisa para procurar algum profissional da Pedagogia atuando onde resido e 
nos municípios vizinhos e não tive êxito, não consegui encontrar nenhum Pedagogo 
atuando no âmbito empresarial, portanto, venho através deste grupo verificar se 
algum integrante possui formação no curso de Pedagogia e que já esteja 
trabalhando na área empresarial e que se propusesse a me ajudar. Gostaria se 
possível a ajuda de vocês para conseguir realizar a minha pesquisa.” Após a 
postagem, a espera. Espera esta que angustiava, pois a cada visualização que era 
realizada, não se encontrava nada, nem curtida e nem comentário. O que fazer? 
Nova postagem no dia 27 de fevereiro. Depois de dois dias, uma pessoa que estava 
cursando Pedagogia e fazendo estágio em empresas se manifestou e outra pessoa 
indicou um amigo para ajudar, mas este amigo não se manifestou. 
Um desânimo foi se formando: e agora? Se não conseguir algum profissional 
o que fazer? De que forma será possível continuar a pesquisa? Enfim, vários 
questionamentos e angústias foram tomando conta do que antes era entusiasmo. 
Após pensar muito, a próxima tentativa foi selecionar alguns membros do 
grupo e encaminhar uma mensagem individual para cada integrante escolhido. 
Foram enviadas inúmeras mensagens que até o sistema do Facebook informou não 
ser possível enviar mais mensagens naquele dia daquele endereço. 
O próximo passo seria esperar, mas para surpresa e alívio, as respostas não 
demoraram a chegar. Respostas essas que foram das mais variadas, sendo que 
algumas pessoas não atuavam na área empresarial, outras se propuseram a ajudar, 
alguns que estavam no grupo apenas por interesse e curiosidade, enfim, foram 
várias as respostas, mas que no final se obteve a ajuda de 14 pessoas que se 
propuseram a responder um questionário para contribuir com a pesquisa. 
Um questionário composto por sete questões foi elaborado para se obter os 
25 
 
conhecimentos desejados. Mas havia outro problema, como proceder em relação ao 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido? Como fazer para que os participantes 
assinassem este termo? Eis aí, mais um desafio que foi enfrentado. 
Sendo assim, usou-se como principal fonte para solucionar este obstáculo, o 
texto de Jeane Félix, intitulado “Entrevistas on-line ou algumas pistas de como 
utilizar bate-papos virtuais em pesquisas na educação e saúde”, que se encontra em 
Meyer (2012). 
Neste texto, a autora sinaliza sua forma de conseguir aprovação de seus 
pesquisados para o uso do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido: “[...] 
Considerei, como assinatura dos/as jovens, um e-mail indicando concordância com 
a utilização do material para fins acadêmicos [...]”. (FÉLIX, 2012, p. 145). Desta 
forma, fez-se o mesmo procedimento em relação aos que se dispuseram a ajudar; 
foi solicitado leitura e retorno autorizando o uso das informações no questionário que 
seria enviado no segundo momento. 
Sendo assim, encontrados os Pedagogos Empresariais e enviados o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido e o questionário composto por sete questões, 
o próximo passo foi esperar para que os questionários voltassem para realizar minha 
análise sobre as respostas obtidas. 
 
3.1 As redes sociais como fissuras de um novo campo de pesquisa 
A internet está praticamente em todos os lugares. Utiliza-se a internet para 
pesquisar, ver vídeos, mandar e-mails, falar com os amigos através das redes 
sociais, enfim, ela tem se tornado uma ferramenta importante e indispensável no 
nosso contexto, tanto pessoal como profissional. Esta ferramenta foi extremamente 
importante para que este trabalho fosse desenvolvido. Neste sentido, Félix (2012, p. 
133) complementa: 
Nos últimos anos, a internet vem sendo utilizada como objeto, local e 
instrumento de pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. Por 
tratar-se de algo de certo modo ainda recente, a utilização da internet no 
âmbito das pesquisas traz muitas potencialidades, mas também vários 
desafios e limites, e nos coloca diante de questões éticas novas e 
específicas [...]. 
26 
 
As redes sociais são locais onde podemos encontrar amigos de ontem e de 
hoje, trocam-se informações sobre negócios, criam-se novos laços de amizade, 
enfim, várias funções, inclusive como meio de pesquisa, finalidade para a qual foi 
utilizada neste trabalho. 
Dando sequência, o próximo capítulo contém uma espécie de feedback, 
utilizando as leituras feitas durante todo o processo de escrita e questionários 
respondidos como ferramentas de análise, onde se procura responder o problema 
de pesquisa desta pesquisa. 
Portanto, realiza-se um diagnóstico sobre o caminho percorrido ao longo 
deste trabalho, enfatizando todos os dados obtidos e propondo uma reflexão 
associada à teoria. 
 
27 
 
4 ANALISANDO O CAMINHO PERCORRIDO 
Tempo de espera, assim designo esta etapa, era necessária muita paciência 
para aguardar o retorno das respostas dos questionários. Espera que não foi tão 
angustiante como inicialmente se supôs, pois em menos de dois dias a caixa de e-
mails estava recheada de questionários respondidos. Isto foi um alívio, pois se 
poderia assim, iniciar uma coleta de dados significativos para a pesquisa. 
Para esta parte da pesquisa em que foi utilizado um questionário, obteve-se a 
participação de catorze pessoas, de diferentes estados do país, de acordo com as 
informações descritas na tabela abaixo. 
Tabela 1 – Número de participantes e locais que residem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Da autora (2015). 
Participantes Local que reside 
P1 Rio de Janeiro – RJ 
P2 Recife – PE 
P3 Rio de Janeiro – RJ 
P4 Gravataí – RS 
P5 São Caetano do Sul – SP 
P6 Fortaleza – CE 
P7 Rio de Janeiro – RJ 
P8 Padre Miguel – RJ 
P9 Rio de Janeiro – RJ 
P10 Cachoerinha – RS 
P11 Rio de Janeiro – RJ 
P12 Rio de Janeiro – RJ 
P13 Salvador – BA 
P14 Rio de Janeiro - RJ 
28 
 
Nesta pesquisa para manter em sigilo a identidade dos participantes que 
responderam os questionários, será utilizada a letra P (que indica participante) 
associada a um numeral para identificar a participação dos mesmos em ordem 
crescente, por exemplo, (P1, P2...). 
De acordo com a Tabela 1, os participantes residem em diferentes estados 
brasileiros, sendo que oito participantes são do Rio de Janeiro, dois do Rio Grande 
do Sul, um de Pernambuco, um do Ceará, um de São Paulo e um da Bahia. Cada 
participanteaceitou voluntariamente participar desta pesquisa. 
Verifica-se que a maior parte dos pedagogos empresariais atuantes se 
localiza no Estado do Rio de Janeiro, talvez por ter mais oportunidades e um 
reconhecimento da atuação e função do Pedagogo Empresarial pelas empresas. 
Ao seguir verifiquei a formação de cada participante, se possuía Graduação 
em Pedagogia e outro curso de pós ou especialização. 
Tabela 2 – Formação 
Participante Formação Pós- especialização 
P1 Graduação em Pedagogia 
Especialização em 
Psicopedagogia e em 
Educação Corporativa 
P2 Graduação em Pedagogia 
Especialização em 
Psicopedagogia Institucional e 
Clínica 
P3 Graduação em Pedagogia 
Especialização em Gestão de 
RH, Gestão Estratégica, 
Designer Instrucional e 
Gestão de EAD 
P4 Graduação em Pedagogia 
MBA em Gestão Estratégica 
de Pessoas 
P5 Graduação em Pedagogia 
Pós-graduação em Pedagogia 
Empresarial 
P6 Graduação em Pedagogia 
MBA – Pedagogia e 
Psicopedagogia Empresarial 
P7 Graduação em Pedagogia 
Pós-graduação em Pedagogia 
Empresarial 
P8 Graduação em Pedagogia Empresarial - 
P9 Graduação em Pedagogia 
Pós-graduação em Pedagogia 
Empresarial, Educação a 
Distância e Designer 
Instrucional 
P10 
Graduação em Pedagogia – Habilitação em 
matérias pedagógicas do Ensino Médio e 
Pedagogia Empresarial 
- 
P11 Graduação em Pedagogia - 
P12 Graduação em Pedagogia - 
(Continua...) 
29 
 
Participante Formação Pós- especialização 
P13 Graduação em Pedagogia 
Especialização em 
andamento em Educação 
Permanente em Saúde 
P14 Pedagogia em formação – 7º período - 
Fonte: Da autora (2015). 
De acordo com a Tabela 2, verifica-se que a maioria dos participantes tem 
formação em Pedagogia, em dois casos houve uma formação já direcionada à 
Pedagogia Empresarial e um participante está concluindo sua formação em 
Pedagogia. 
Em relação a algum outro curso como pós-graduação ou especialização, 
verifica-se que alguns participantes possuem especialização em diferentes áreas de 
interesse da Pedagogia Empresarial, englobando a Educação Corporativa, 
Especialização em Gestão de RH, Gestão Estratégica de Pessoas, Psicopedagogia 
Empresarial e Designer Instrucional. 
Em continuidade, os participantes foram questionados sobre o porquê da 
escolha da Pedagogia Empresarial e neste ponto, verificou-se através das respostas 
obtidas, uma grande ênfase em relação ao Curso de Pedagogia ampliar o campo de 
atuação do Pedagogo, proporcionar novos rumos e formas de atuação. 
Seguindo, a próxima pergunta enfatizava as tarefas exercidas dentro das 
empresas, sendo que verificou-se interessantes associações entre o pensamento de 
autores pesquisados e o que os participantes descreveram, cujo detalhamento é 
feito ao longo deste trabalho. 
Outro questionamento enfatizava a importância atribuída à atuação do 
pedagogo no contexto empresarial, acerca do que, obtive inúmeras respostas muito 
significativas e que vem ao encontro do que este trabalho enfatiza, sendo que as 
respostas obtidas complementam e enriquecem a escrita. 
Em seguida, pergunta-se se estes profissionais encontraram alguma barreira 
ao iniciar a trajetória de Pedagogo Empresarial e em havendo, quais seriam estas 
barreiras. No total, nove participantes afirmaram que encontraram muitas barreiras, e 
citam a falta de legitimação da identidade do pedagogo nas organizações, mercado 
de trabalho muito restrito competindo com pessoas da área da Psicologia, a pouca 
(Conclusão) 
30 
 
visão das empresas nacionais em comparação as multinacionais perante a questão 
de treinamentos e desenvolvimento de pessoas, o fato das empresas desejarem 
resultados imediatos sobre o processo de treinamento e desenvolvimento que é de 
médio a longo prazo, a falta de conhecimentos de formação administrativa que não 
nos Cursos de Pedagogia e o preconceito em relação ao desenvolvimento 
profissional do Pedagogo dentro das empresas. Os outros cinco participantes 
afirmaram não ter tido nenhuma barreira ao iniciar sua trajetória de Pedagogos 
Empresariais. Neste caso, verifica-se que existem barreiras, mas que podem ser 
rompidas e valorizando o trabalho do Pedagogo no contexto empresarial, 
promovendo oportunidades. 
O último questionamento abordou o que os participantes esperam do futuro 
do Pedagogo no contexto empresarial. Neste quesito, na grande maioria das 
respostas, deseja-se a real valorização deste profissional e que ele se torne 
essencial para o planejamento estratégico da empresa, mostrando seu valor à 
gestão do conhecimento e de pessoas, que o mercado assimile e consiga entender 
a atuação do Pedagogo Empresarial, enfim, que esta profissão de dissipe e tenha a 
sua importância para as empresas e que os currículos das universidades 
contemplem amplamente todas as áreas de atuação do Pedagogo. Nesta questão, 
apenas um participante não acredita no futuro promissor a curto e médio prazo para 
a Pedagogia Empresarial, pois enfatiza que as empresas de treinamento são muito 
fechadas e novos profissionais encontram muitas dificuldades no mercado de 
trabalho, mas enfatiza que cada vez mais se faz necessário o Pedagogo em todas 
as áreas , tanto empresarial, como escolar e profissional. 
 
31 
 
5 PEDAGOGIA EMPRESARIAL: FORMAS DE ATUAÇÃO 
O termo denominado “Pedagogia Empresarial” é algo muito recente, por isso 
encontram-se poucas referências bibliográficas e trabalhos que enfoquem seu 
conteúdo. 
A Pedagogia na Empresa caracteriza-se como uma das possibilidades de 
formação/atuação do pedagogo bastante recente, especialmente no 
contexto brasileiro. Tem seu surgimento vinculado à ideia da necessidade 
de formação e/ou preparação dos Recursos Humanos nas empresas 
(RIBEIRO, 2010, p. 9). 
 
Sendo assim, a Pedagogia Empresarial mostra-se como um novo modo de 
atuação dentro das empresas, englobando várias funções. Por isso, enfatiza-se: 
Considera-se também que a pedagogia empresarial implanta programa de 
qualificação e requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, 
estrutura o setor de treinamento, desenvolve e adéqua metodologias de 
informação e da comunicação às práticas de treinamento (ARAÚJO, 2011, 
p. 2). 
 
O pedagogo neste novo contexto educativo trabalhará com um grupo de 
pessoas baseando-se em atividades com objetivos específicos para que haja 
aprendizagem e buscando estratégias e metodologias que garantam um ganho de 
conhecimento significativo (RIBEIRO, 2010). Mas, para que haja êxito em suas 
práticas dentro da empresa, o pedagogo empresarial necessita ter um profundo 
conhecimento dos comportamentos humanos dentro do contexto da organização, 
pois toda sua prática estará centrada no desenvolvimento de pessoas (ALMEIDA, 
2012). 
 
 
32 
 
Quadro 2 - Gestão de pessoas: desafio para as empresas 
 
 
 
 
Esse espaço de trabalho dentro da empresa proporcionará ao pedagogo uma 
prática vinculada ao caráter educativo, promovendo o desenvolvimento das pessoas 
envolvidas, além de avaliar e diagnosticar problemas no contexto da empresa. 
(ALMEIDA, 2010). Por isso, enfatiza- se o papel da Pedagogia nesse espaço 
educativo: 
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, 
estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade 
com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também 
aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que 
garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e 
conhecimentos, tendo sempre como pano de fundo a realização de ideias e 
objetivos precisamente definidos. Tem como finalidade principal provocar 
mudanças no comportamento das pessoas de modo que estas melhorem 
tanto a qualidade do seu desempenho profissional quanto pessoal 
(RIBEIRO, 2010, p. 11). 
 
A empresa ou organização (CHIAVENATO, 2009) se mostra no contexto da 
Pedagogia Empresarial como local de aprendizagens, onde todos aprendem. 
A Pedagogia Empresarial pode ser definida como relacionadaà 
aprendizagem das empresas e de seus funcionários ou, como é conhecida 
atualmente, capital intelectual. A proposta da Pedagogia Empresarial é 
ajudar as empresas a “aprender a aprender”, isto dentro do contexto da 
educação continuada, ou seja, para um mundo em constante mudança. O 
saber de hoje, com certeza, estará ultrapassado em pouco tempo. O 
sucesso de uma empresa hoje não lhe garante o futuro. Todos, empresa e 
funcionários, precisam aprender a aprender (ABRANTES, 2009, p. 95). 
 
Ribeiro (2010a) complementa tal afirmação e foca a função do pedagogo 
empresarial nesse processo de aprendizagem, direcionando sua prática no 
planejamento, gestão, controle e avaliação: 
Entendendo-se as organizações como espaços privilegiados de 
aprendizagem e estímulo ao desenvolvimento profissional e pessoal, a 
atuação do pedagogo empresarial está diretamente relacionada com as 
atividades de planejamento, gestão, controle e avaliação da aprendizagem 
de modo que se promova a melhoria da qualidade dos diferentes processos 
organizacionais. Em outras palavras, atuando na área de gestão de 
pessoas, busca formas educacionais para aprendizagens organizacionais 
cada vez mais efetivas por meio do conhecimento aprofundado de como as 
pessoas constroem e utilizam os conhecimentos para resolver situações do 
cotidiano (RIBEIRO, 2010a, p. 9) 
- Nenhuma mudança se faz sem educação. A empresa tem desafios de fazer a gestão de 
pessoas, a gestão de talentos. Na era da informação o capital intelectual é o capital humano. O 
conhecimento e a aprendizagem fazem parte da estratégia da empresa, uma forma de torna-la 
competitiva, através do desenvolvimento de talentos com diferencial [...].(P8). 
33 
 
As empresas em seu âmbito de trabalho querem que sua equipe de 
funcionários seja competente e qualificada para poder atuar em qualquer situação 
que possa ocorrer dentro da empresa, sendo assim, o pedagogo empresarial 
também deve possuir seus requisitos fundamentais. 
O perfil do pedagogo desejado pelas empresas baseia-se nas seguintes 
habilidades: criatividade, espírito de inovação, compromisso com os 
resultados, pensamento estratégico, trabalho em equipe, capacidade de 
realização, direção de grupos de trabalho, condução de reuniões, 
enfrentamento e análise em conjunto das dificuldades cotidianas das 
empresas, bem como problemas profissionais (ARAÚJO, 2009, p. 16). 
 
O pedagogo empresarial além de possuir muitas habilidades, deve 
desenvolver competências das pessoas com as quais está trabalhando (FERREIRA, 
2011). 
Eis o que descreve um dos participantes sobre o que considera ser 
importante na atuação do pedagogo no contexto empresarial. 
Quadro 3 - Conhecimento dentro do contexto empresarial 
 
 
 
 
No contexto da empresa, o Pedagogo pode ter muitas funções e atribuições, 
envolvendo atividades pedagógicas, técnicas, sociais, burocráticas e administrativas. 
Pascoal (2007) elenca estas atribuições e funções: 
Conceber, planejar, desenvolver e administrar atividades relacionadas à 
educação na empresa; diagnosticar a realidade institucional; elaborar e 
desenvolver projetos, buscando conhecimento também em outras áreas 
profissionais; coordenar a atualização em serviço dos profissionais da 
empresa; planejar, controlar e avaliar o desempenho profissional dos 
funcionários da empresa; assessorar as empresas no que se refere ao 
entendimento dos assuntos pedagógicos atuais (PASCOAL, 2007, p. 190). 
 
Nos textos lidos, percebe-se que a Pedagogia Empresarial é entendida como 
uma importante ferramenta para qualquer empresa, pois é através da atuação do 
profissional pedagogo que a empresa se fortificará e atingirá seus objetivos. 
Nesse cenário conclui-se que a participação do pedagogo empresarial 
representa um fator importante no trabalho dinâmico, visando a interação, 
comunicação de equipes atuantes, também a permanente capacitação e 
aprendizado no interior das organizações, diferenciando as pessoas, 
- Adotar como princípio essencial o desenvolvimento de valores humanos nos processos 
educacionais da organização e implementar abordagens pedagógicas pautadas em processos de 
ensino-aprendizagem que propiciem a aplicação prática do conhecimento na formação 
profissional e continuada (P9). 
34 
 
valorizando o trabalho do grupo sem excluir o individual, transformando as 
empresas, criando novas estratégias e sendo um importante personagem 
no desenvolvimento organizacional [...] (MACHADO, 2011, p. 4). 
 
A resposta de um dos participantes sintetiza muito bem essa definição da 
Pedagogia dentro das empresas, uma descrição bem clara e muito importante da 
definição do pedagogo empresarial. 
Quadro 4 - Importância do pedagogo empresarial na empresa 
 
 
 
 
 
 
 
A Pedagogia Empresarial, atrelada ao papel do profissional pedagogo, se 
mostra como uma grande ferramenta para qualquer empresa, pois trará benefícios a 
todos os envolvidos e proporcionará através de práticas educativas, o crescimento 
da empresa e qualidade em tudo o que for feito. 
 
5.1 Pedagogia empresarial: foco no fator humano 
Toda organização funciona com e através das pessoas. Nenhuma 
organização funciona por si própria. É necessário pessoas para dirigir, controlar, 
operar e fazer funcionar algo. E em todo o sucesso alcançado e na continuidade por 
uma determinada organização, é necessário o trabalho das pessoas. 
(CHIAVENATO, 2009). 
Os trabalhadores de uma organização formam sua estrutura. Portanto, o 
desafio das empresas de hoje é formar e integrar uma boa equipe de 
trabalho com conhecimento, capacidade e habilidades especificas para os 
postos de trabalho, para cumprirem as tarefas exigidas e para pensarem 
estrategicamente sobre os destinos da organização (BASSANI et al., 2003, 
p. 43). 
 
As organizações são conjuntos de pessoas que buscam atingir objetivos 
específicos, mas elas representam mais do que isso, pois 
 
- A formação e desenvolvimento nesse espaço, algumas vezes, estão condicionadas à lei do 
retorno, do treinar para aperfeiçoamento de uma prática ou para melhor atendimento nos 
serviços, ou seja, as ações ainda acontecem de modo tecnicista. Dessa forma, a importância do 
Pedagogo nesse espaço, é criar um ambiente de aprendizagem participativa e colaborativa, que 
coloque o sujeito, os trabalhadores, como seres importantes e construtores do seu processo 
formativo permanente, que possam refletir sobre a sua prática na busca por melhorias e 
mudanças que favoreçam ao crescimento da empresa e da sua valorização profissional. Além de 
que, o pedagogo nesse espaço também assume a posição de sujeito acolhedor, que direciona e 
que incentiva o processo de estudo e alcance de uma aprendizagem significativa (P13). 
35 
 
Dentro de uma abordagem mais ampla, as organizações são unidades 
sociais (ou agrupamentos humanos) intencionalmente construídas e 
reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos. Isso significa que as 
organizações são construídas de maneira planejada e elaboradas para 
atingir determinados objetivos. Elas também são construídas, isto é, 
reestruturadas e redefinidas, na medida em que os objetivos são atingidos 
ou que se descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e 
menor esforço. Uma organização nunca constitui uma unidade pronta e 
acabada, mas um organismo social vivo e sujeito a constantes mudanças 
(CHIAVENATO, 2009, p. 12-13). 
 
Na atualidade as empresas verificam que é necessário fazer uma referência 
ao potencial humano e a sua capacitação em vários segmentos, vivenciamos 
cotidianamente isso na empresa a qual estou vinculada. As informações e o 
conhecimento estão disponíveis, mas cabe ao sujeito assimilar e colocar em prática 
os conhecimentos obtidos (BARRETO, 2005). Verifica-se também que o elemento 
humano9 é alguém com sentimentos, percepções e opiniões próprias (RIBEIRO, 
2010). 
Nas organizações, as pessoas se destacam por ser o único elemento vivo e 
inteligente, pelo seu caráter eminentementedinâmico e pelo seu incrível 
potencial de desenvolvimento. As pessoas têm enorme capacidade para 
aprender novas habilidades, captar informações, adquirir novos 
conhecimentos, modificar atitudes e comportamentos, bem como 
desenvolver conceitos e abstrações e alavancar competências. As 
organizações lançam mão de uma variedade de meios para desenvolver as 
pessoas, agregar-lhes valor e torná-las cada vez mais capacitadas, 
qualificadas e habilitadas para o trabalho (CHIAVENATO, 2009, p. 382). 
 
Em uma empresa ou organização, a parte que representa a maneira como as 
organizações procuram lidar com as pessoas que trabalham em conjunto, 
denomina-se área de RH (Recursos Humanos) (CHIAVENATO, 2009). Esta área da 
empresa se constitui como uma das mais importantes, pois 
Cabe ratificar que a área de recursos humanos, sobretudo no contexto da 
sociedade e das organizações contemporâneas, constitui-se na área mais 
importante e imprescindível na estrutura de qualquer organização. Planejá-
la e implantá-la não é algo tão simples, especialmente quando se trata de 
operacionalizar programas que atendam tanto aos interesses 
organizacionais quanto aos aspectos de melhoria de desempenho 
profissional e pessoal (RIBEIRO, 2010, p. 53). 
 
Sendo assim, a área de RH influencia diretamente as pessoas. As pessoas 
que são o capital humano da organização. Capital esse que significa talentos que 
precisam ser mantidos e desenvolvidos (CHIAVENATO, 2009). Esse espaço do RH 
se mostra como um campo de atuação do pedagogo empresarial, no qual trabalhará 
 
9
 O autor utiliza o termo “elemento humano” para descrever as pessoas. Na maioria dos livros lidos, 
esse termo aparece frequentemente e está relacionado às pessoas. 
36 
 
a formação e a preparação de pessoas (RIBEIRO, 2010), pois é o elemento humano 
o ponto-chave de sua atuação, e quanto mais conhecimento dispor sobre o 
comportamento das pessoas, mais efetiva será a sua atuação em todos os sentidos. 
(RIBEIRO, 2010a). 
A área de RH deve procurar tratar as pessoas como pessoas e não apenas 
como importantes recursos organizacionais, rompendo a maneira tradicional 
de tratá-las meramente como meios de produção. Pessoas como pessoas e 
não simplesmente pessoas como recursos ou insumos. Há pouco tempo, as 
pessoas eram tratadas como objetos e como recursos produtivos – quase 
da mesma forma como se fossem máquinas ou equipamentos de trabalho, 
como meros agentes passivos de administração [...] (CHIAVENATO, 2009, 
p. 46-47). 
 
Sendo assim, o setor de RH se mostra atrelado a duas vertentes que devem 
ser levadas em conta ao se trabalhar com pessoas: 
[...]. A área do RH tem duas diferentes vertentes para considerar as 
pessoas: as pessoas como pessoas (dotadas de características próprias de 
personalidade e individualidade, aspirações, valores, atitudes, motivações e 
objetivos individuais) e as pessoas como recursos (dotadas de habilidades, 
capacidades, destrezas e conhecimentos necessários para a tarefa 
organizacional) (CHIAVENATO, 2009, p. 46). 
 
Portanto, neste contexto na área de RH, o pedagogo empresarial irá 
investigar, estudar, aplicar, aperfeiçoar e avaliar ações que potencializem as 
capacidades das pessoas, através de situações de aprendizagem devidamente 
planejadas, englobando outras áreas do conhecimento (RIBEIRO, 2010a). 
Na perspectiva das mudanças nas organizações, os setores de Recursos 
Humanos (e nestes, a Pedagogia Empresarial) estão sendo chamados a 
responder de forma mais efetiva em termos da sua real contribuição para o 
desempenho global da organização. Transformam-se, pois em “centro de 
lucratividade”. Uma das alternativas metodológicas, neste contexto, é a 
gerência de projetos que permite uma capacitação de pessoas e o aumento 
da produtividade tanto em nível pessoal quanto organizacional (RIBEIRO, 
2010, p. 46). 
 
O pedagogo empresarial atuando em conjunto com a área do RH 
proporcionará novos rumos e novas propostas de trabalho, envolvendo as pessoas e 
fazendo com que todos se sintam participantes ativos do crescimento da empresa. 
Um dos participantes enfatiza bem essa questão da valorização das pessoas no 
contexto empresarial: 
 
 
37 
 
Quadro 5 - Visão do pedagogo 
 
 
 
 
 
 
 
5.2 Pedagogia empresarial e a gestão do conhecimento e de pessoas 
Para que alguma tarefa seja feita, é necessário conhecimento. Conhecimento 
que vem através do estudo, de leituras, de dedicação, de querer aprender sempre, 
pois segundo Fernandes et al. (1996), a palavra conhecimento significa: “Ato ou 
efeito de conhecer; idéia10, noção; informação; direito de julgar [...]”. Conhecimento 
que tem inúmeras finalidades. 
O conhecimento serve primeiramente para nos conhecer melhor, a nós 
mesmos e todas as nossas circunstancias. Serve para conhecer o mundo. 
Serve para adquirirmos as habilidades e as competências do mundo do 
trabalho; serve para tomar parte nas decisões da vida em geral, social, 
política econômica. Serve para compreender o passado e projetar o futuro. 
Finalmente, serve para nos comunicar, para comunicar o que conhecemos, 
para conhecer melhor o que já conhecemos e para continuar aprendendo. 
(GADOTTI, 2005, p. 4). 
 
O conhecimento se constrói através de aprendizagens individuais e coletivas, 
por isso 
A aprendizagem é um processo de reflexão, ou seja, recebe-se uma 
informação e, após uma analise reflexiva, adquire-se (ou não) um 
conhecimento. Em resumo, o processo de aprendizagem depende de ações 
pessoais, tanto de quem ou que transmite a informação quanto de quem 
processa esta informação e a transforma em conhecimento (ABRANTES, 
2009, p. 93). 
 
Tanto na escola quanto na empresa existem vários modos através dos quais 
se pode transmitir o conhecimento às pessoas, por isso é necessário avaliar a 
realidade na qual se está inserido e usar ferramentas que sejam adequadas para 
esta realidade. Contudo 
Hoje, qualquer funcionário de qualquer empresa tem acesso aos mais 
modernos meios de informação, portanto não tem sentido tentar “ensinar” 
da forma clássica. A forma moderna de aprender quebra o conceito 
cartesiano das disciplinas estanques. Cada vez mais, vivemos a 
multidisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade. Tudo 
está interligado e tudo muda constantemente. O aprendizado tem de ser 
 
10
 Bibliografia consultada com grafia original. Não está inserida na nova ortografia. 
- [...] Mas creio que um PEDAGOGO, leva a HUMANIZAÇÃO aos postos de trabalhos em uma 
empresa. Pois, em um mundo onde existe tanta competição a visão do Pedagogo é de um olhar 
diferente, mais acolhedor e CRÍTICO [...] (P14). 
38 
 
feito via contextualização, ou seja, utilizando tudo o que ocorre na prática. 
Adultos, ou seja, funcionários de empresa, aprendem melhor quando se 
contextualiza o que se pretende “ensinar” e, melhor ainda, quando se parte 
da prática ou do concreto para o abstrato (ABRANTES, 2009, p. 94). 
 
A empresa almeja conhecimentos, pois são os conhecimentos que os 
funcionários possuem que vão direcionar o caminho de conquistas e vitórias da 
empresa, tanto na questão de produtividade, quanto no trabalho em equipe e 
também na qualidade do serviço prestado. 
Considerando as constantes mudanças no ambiente organizacional, as 
emergentes alianças empresariais em busca do diferencial competitivo do 
mercado, o surgimento de correntes tecnológicas de otimização de recursos 
frente às promessas de ganho na lucratividade e a obtenção de resultados 
superiores, sabemos que as empresas não terão escolha, senão a de se 
converterem em organizações baseadas em conhecimento. As mudanças 
oriundas dessa nova corrente mundial significam, para muitas organizações 
empresariais, a possibilidade de testarem a sua própria capacidade de se 
reinventar, de se recriar, ou seja, a aptidão para adquirir um novo saber, 
disseminá-lo de umaforma holística e, por fim, integrá-lo a todos os 
processos organizacionais, modelo esse que poderá ser a “nova chave” do 
sucesso corporativo, porque estimula a inovação de forma constante. 
(EBOLI et al., 2010, p. 162). 
 
 
Portanto, conforme Prado (2013), o pedagogo no espaço empresarial irá 
planejar executar, coordenar e avaliar programas educacionais dentro da empresa, 
pois ele possui conhecimento para trabalhar todas estas questões. 
A formação do pedagogo agrega em sua atuação no mercado, o 
conhecimento como referência a inserção em organizações, estando 
capacitado a ocupar cargos que tratem da educação, ao relacionamento 
interpessoal e desenvolvimento de lideranças, bem como qualquer outra 
atividade educativa (MACHADO, 2011, p. 2). 
 
Ao analisar as funções acima descritas para o Pedagogo Empresarial, um dos 
participantes sintetiza bem as funções por ele exercidas em uma empresa e que 
corrobora com o citado pelos diferentes autores estudados. 
Quadro 6 - Tarefas que podem ser exercidas pelo pedagogo no contexto 
empresarial 
 
 
 
 
 
- Estudo das competências institucionais, fundamentais e especificas para pesquisa e trabalho de 
evolução da Gestão por Competências do órgão que trabalho e mapeamento de competências 
para captação e análise das necessidades de capacitação e treinamento do órgão. Participação 
na elaboração de projetos executivos em educação para capacitação inicial, programa de 
integração, aprendizagem em serviço, pós-graduação, cursos modulados, palestras, campanhas, 
seminários e cursos à distância [...]. 
39 
 
Para que o trabalho do pedagogo dentro da empresa seja eficiente e traga 
benefícios a todos, é necessário que ele assuma o papel de gestor e saiba 
direcionar bem a equipe, pois 
A gestão dos recursos humanos empreende ações voltadas à capacitação e 
integração de pessoas, valorização de equipes para a descentralização dos 
processos decisórios exigidos pela redução dos níveis hierárquicos. As 
ações, entretanto, não possuem o caráter de qualificação, mas um sentido 
que leva ao desenvolvimento de novas competências, integrando as 
potencialidades de cada sujeito ao capital organizacional. Somente com 
equipes coesas e desenvolvidas será possível gerir a competitividade, a 
complexidade, as incertezas e as formas de adaptabilidade requeridas para 
o mundo atual (BARRETO, 2005, p. 169). 
 
A gestão de pessoas é de suma importância para qualquer organização, pois 
é através dela que se estrutura a gestão do conhecimento, promovendo melhorias à 
vida das pessoas envolvidas, melhoria da forma de executar alguma tarefa e a partir 
disso, surgem novas oportunidades de desempenho individual dentro do local de 
trabalho (BASSANI et al., 2003). 
O pedagogo empresarial junto com a gestão de pessoas serão os grandes 
responsáveis pelo desenvolvimento daqueles que na organização atuam. 
Para que isso seja possível, o profissional em questão desfrutará do auxilio 
de dinâmicas de grupos e de treinamentos. Desta forma, a Pedagogia tem 
como principal finalidade mudar o comportamento e as ações das pessoas, 
prezando pela qualidade de vida, sem deixar de levar em consideração o 
contexto de vida de cada indivíduo (SILVA, 2009, p. 11). 
 
No contexto da empresa, o pedagogo empresarial focará seu trabalho em 
novos modos de atingir as pessoas para que elas saibam utilizar todo o seu 
potencial e possam atingir os objetivos e metas propostos pela empresa, sendo 
assim, consequentemente, o trabalho realizado por elas será de extrema 
importância para todos os âmbitos da empresa, pois cada pessoa possui uma 
função na empresa, e todas as funções se intercalam para que haja produtividade e 
qualidade. 
Neste sentido, enfatizo a resposta dada por um participante ao ser 
questionado por suas principais atribuições na empresa. Muitas dessas atribuições 
vividas por ele condizem e muito em relação aos autores pesquisados. Segundo ele, 
sua função ligada a gestão é: 
Quadro 7 - Pedagogo empresarial e a importância da gestão 
 - Desenvolvimento de estratégias de treinamento de acordo com as necessidades das áreas 
internas, sendo responsável pelo desenho das grades, definições da metodologia e elaboração; 
organização e gerenciamento do diagnostico de necessidades de treinamento e desenvolvimento 
de toda a instituição, visando propor a solução educacional mais adequada a cada demanda; 
gestão das capacitações via videoconferência; acompanhamento e controle de indicadores da 
área de RH; contratação de consultoria externa para aplicar treinamento, acompanhamento, 
validação e busca de novas estratégias; [...] (P3). 
40 
 
 
 
5.3 Pedagogia empresarial e a educação de pessoas 
Educar, palavra que remete à educação. De acordo com Fernandes et al 
(1996), a palavra educar significa: “Dar educação a; ensinar, doutrinar; plantar, 
aclimatar; instruir-se; cultivar o espirito.” Várias definições para uma pequena 
palavra. 
A educação é um dos requisitos fundamentais para que os indivíduos 
tenham acesso ao conjunto de bens e serviços disponíveis na sociedade. 
Ela é um direito de todo ser humano com condição necessária para ele 
usufruir de outros direitos constituídos numa sociedade democrática [...] 
(GADOTTI, 2005, p. 1). 
 
Ao falarmos em educar ou ensinar, o que nos vem ao pensamento, é o 
simbolismo da escola, local onde se aprende a ler e a escrever, visto por muito 
tempo, o único local destinado a isso. Mas, com a mudança dos tempos, a escola 
continua sendo um local de aprendizagem e outros cenários se configuram como 
espaço educativo, e um desses espaços é a empresa. E nesse novo espaço 
educativo, a Pedagogia Empresarial mostra a sua cara, focando seu trabalho na 
educação de pessoas. 
Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, 
estruturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade 
com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também 
aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que 
garantam uma melhor aprendizagem/apropriação de informações e 
conhecimentos, tendo sempre como pano de fundo a realização de ideais e 
objetivos precisamente definidos [...] (RIBEIRO, 2010, p. 11). 
A educação se mostra como a principal ferramenta usada pelas empresas 
nos tempos atuais, pois ela “[...] promove e integra o desenvolvimento sustentável, 
proporciona um planejamento estratégico [...]” e faz com que haja mais participação 
com todos os segmentos da empresa (EBOLI, et al. 2010). 
Como todo trabalho humano, o ensino é um processo de trabalho 
constituído de diferentes componentes que podem ser isolados 
abstratamente para fins de análise. Esses componentes são o objetivo do 
trabalho, o objeto de trabalho, as técnicas e os saberes dos trabalhadores, o 
produto do trabalho e, finalmente, os próprios trabalhadores e seu papel no 
processo de trabalho. A análise de tais componentes objetiva evidenciar 
seus impactos sobre as práticas pedagógicas (TARDIF, 2002, p. 123). 
 
Conforme Almeida (2010), a Pedagogia é a ciência da educação e ela ocorre 
41 
 
em todos os espaços, através da socialização, promovendo assim a junção do saber 
da experiência e do saber sistematizado. 
Portanto, a empresa através da atuação do profissional pedagogo, estará 
inserida em um novo contexto educativo, promovendo desenvolvimento e novas 
oportunidades de crescimento, tanto ao funcionário como para a empresa. 
As empresas do novo século estão transformando-se em organizações de 
aprendizagem comprometidas com a educação e o desenvolvimento dos 
funcionários. Boa parte das empresas está criando universidades 
corporativas para consolidar uma infra-estrutura de aprendizagem 
corporativa, a fim de desenvolver meios de estimular o conhecimento e 
conduzir a novas oportunidades de negócios, entrar em novos mercados 
globais, criar relacionamentos mais profundos com os clientes e impulsionar 
a empresa para um novo futuro [...] (CHIAVENATO, 2009, p. 435). 
 
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