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Otites Externas

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CLÍNICA MÉDICA - OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 
 
ANATOMIA 
 Orelha externa: Vai até a membrana 
timpânica. Formação: 
o Conduto auditivo: Porção óssea (mais 
interna) e cartilaginosa. 
o Pavilhão auricular. 
 
 
 Pavilhão da orelha: Rico em cartilagem 
(deforma com facilidade) e pobre em tecido 
subcutâneo. Área doadora para reconstrução 
de nariz, pálpebra. No lóbulo tem um pouco de 
tecido subcutâneo. Região pobre em irrigação 
porque a cartilagem se nutre por embebição do 
pericôndrio que está em cima e embaixo. 
 Inervação cutânea: 
o VII, X, V: São os principais que mais 
participam da inervação. 
 
 
 Funções orelha externa: 
o Proteção mecânica: Para evitar que a onda 
sonora atinja a membrana timpânica. 
Principal função de todas – proteger a 
orelha média e interna. A orelha média 
protege a interna. Também protege do livre 
acesso de corpo estranho. 
o Manutenção da temperatura e umidade: 
Para que a membrana timpânica 
mantenha sua capacidade vibratórias. 
o Localização da fonte sonora: Pode ser 
afetada em situações de acúmulo de rolha 
de cerume. 
o Condução e amplificação do som (10 à 
25dB): É feito na orelha média (sistema de 
alavanca da cadeia ossicular e também 
através da reverberação da onda sonora 
pelas paredes do conduto auditivo, capta e 
conduz até a membrana timpânica. 
 Atenção: Proximidade da orelha (externa, média e interna) 
com a fossa média do crânio o que pode acarretar em 
complicações intracranianas. 
 Outra proximidade é com a articulação temporomandibular 
(ATM) o que pode levar o paciente a queixar-se de dor no 
ouvido quando o problema está na ATM, apresentando 
tontura, zumbido, sensação de surdez, dor no ouvido. 
 Também está próxima a loja parotídea. 
 Pacientes com paralisia facial apresentam alterações de 
sensibilidade na orelha, alteração de movimentação da 
cadeia ossicular (por causa do estribo – inervado pelo n. 
estapédio). 
 Conduto auditivo cartilaginoso é sinuoso, isso é para 
proteger a orelha externa e a membrana timpânica. 
 Na otoscopia se faz um reposicionamento desse conduto 
para que fique retificado e seja possível enxergar as 
estruturas. 
CLÍNICA MÉDICA - OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 
 
OTITES EXTERNAS 
 Definição: Processo inflamatório da orelha 
externa. 
 Formas clínicas: 
OTITE EXTERNA DIFUSA AGUDA 
o Mais comum. Aumento do calor e umidade. 
o Inflamação difusa da orelha externa (pele), 
orelha do nadador. 
o Celulite da pele do conduto auditivo 
externo - CAE (etiologia bacteriana). 
o Agentes etiológicos: 
 Pseudomonas aeruginosa. 
 Staphylococcus aureus. 
o Diagnóstico: Clínico. 
o Fatores predisponentes: 
 Climas quentes e úmidos. 
 Trauma localizado (uso de cotonetes). 
 Uso de aparelho de amplificação sonora 
(aparelhos auditivos e uso exacerbado de 
fones). 
 Aumento do Ph (orelha precisa de Ph ácido 
para manter seu equilíbrio bacteriano, é a 
cera que protege). 
o Papel do ph alcalino: Quando remove cera 
em excesso transforma o ph em alcalino. O 
uso de cotonetes favorece o aumento do ph 
por remoção do cerume. 
o Imersão em água do mar e/ou piscina: 
Quando se passa muito tempo na água a 
pele vai macerando (amolecendo), além de 
remover a cera que recobre a pele, perde a 
camada superficial, ocorre uma 
descamação que vai ficar acumulada 
dentro do conduto, resto de células é meio 
de cultura para infecção bacteriana. 
o Uso de sabonetes detergentes (sem 
sabão): O sabão ele ajuda a alterar o ph da 
pele, favorecendo infecção da orelha 
externa, além de diminuir a tensão 
superficial da água, tornando a água mais 
fluida, favorecendo a entrada de água no 
ouvido. 
o Sintomas: 
 Otalgia. 
 Plenitude auricular: Sensação de ouvido 
entupido- ocorre por causa do edema. 
 Prurido. 
o É doença inflamatória e ocorre todas as 
fases da inflamação: 
 Tumor (edema). 
 Calor. 
 Rubor (hiperemia). 
 Dor (otalgia). 
o Fases: 
 Pré-inflamatória: Existe uma 
predominância do prurido. 
 Fase inflamatória aguda: O prurido 
aumenta, porém, aparece a otalgia. 
 Fase crônica 
o Sinais (exame físico): 
 Dor à mobilização tragus e/ou pavilhão 
auricular. 
 Hiperemia da pele do conduto. 
 Edema difuso. 
 Otorreia: Escassa e espessa. 
o Tratamento: 
 Analgesia. 
 Limpeza: Mais importante – remoção da 
otorreia e da descamação com objetivo de 
melhorar ph, proteção auricular contra 
 Cerume: Proteção mecânica e garante ph ácido. 
 
CLÍNICA MÉDICA - OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 
 
água (colocar algodão fechando conduto 
com substância oleosa- vaselina, glicerina, 
óleo de cozinha, óleo de amêndoas). 
 Gota tópica (otológicas ou 
oftalmológicas): As otológicas são 
manipuladas em veículo ácido, conferindo 
acidez necessária para tratar infecção, as 
gotas oftalmológicas não são ácidas, é 
para utilizar em pacientes sensíveis a dor 
(primeiro momento da infecção, depois 
trocar para otológica). 
 Fluoroquinolonas ou aminoglicosídeos: 
Principalmente ciprofloxacino. No caso dos 
aminoglicosídeos (utilizados garamicina e 
sulfato de neomicina) são ototóxicos 
potentes, além de mexerem com o 
equilíbrio microbiano da pele. As gotas a 
base de ciprofloxacino pega espectro de 
pseudomonas e staphylococcus aureus. 
OTITE EXTERNA LOCALIZADA 
o Foliculite do 1/3 lateral do conduto 
auditivo, devido a obstrução das unidades 
pilossebáceas. 
o Etiologia: 
 Staphylococcus aureus. 
o Quadro: 
 Otalgia. 
o Tratamento: 
 Com ponto de flutuação – drenagem 
cirúrgica + antibióticoterapia sistêmica 
(cefalosporina de 1° - cefalexina, 
cefadroxila). As quinolonas também 
pegam, porém tem espectro bem maior do 
que as cefalosporinas. 
 Sem ponto de flutuação – gota tópica e/ou 
antibioticoterapia sistêmica. 
OTITE EXTERNA FÚNGICA 
o Otomicose. 
o Uso prolongado de antimicrobiano tópico. 
o Quadro clínico: 
 Prurido. 
 Otorreia. 
 Zumbido. 
o Etiologia: 
 Aspergillus sp: Bem mais numeroso do que 
cândida. 
 Cândida. 
o Tratamento: 
 Limpeza mecânica. 
 Acidificação. 
 Gota tópica contendo antifúngico: 
Fungirox (base: ciclopirox olamina). 
 
 Os pelos do conduto ajudam na proteção porque eles vão 
manter a temperatura do conduto auditivo adequada, assim 
como a umidade. 
 O uso de cotonetes causa remoção desse pelos o que pode 
causar foliculite, devido a obstrução das unidades 
pilossebáceas. 
 Tratamento vai ser como se fosse um abcesso. 
 Ponto de flutuação num abcesso: Pega um estilete porta 
algodão e vai montar uma espécie de pequeno cotonete e 
vai palpar o furúnculo. 
 Ponto de flutuação: É quando tem o aumento da necrose 
central e ele fica amolecido. 
 As quinolonas também pegam, porém tem espectro bem 
maior do que as cefalosporinas de 1 geração. Na otite 
externa localizada a preocupação é o S. aureus. Já na otite 
externa difusa além do S. aureus tem a pseudomonas 
aeruginosa. Cefalexina não pega pseudômonas aeruginosa 
por isso que usa um antibiótico com espectro maior. 
CLÍNICA MÉDICA - OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 
 
 
OTITE EXTERNA CRÔNICA 
o Inflamação crônica do canal auditivo. 
o Etiologia: 
 Hipersensibilidade. 
 Cultura negativas / flora não patogênica. 
o Quadro clínico: 
 Prurido. 
 Otorreia. 
o Pode ser encontrada em pacientes com 
dermatites tópicas, portadores de psoríase. 
o Tratamento: 
 Limpeza local: Geralmente forma rolha 
epidérmica, devido ao acúmulo de pele 
descamada. 
 Gotas acificantes, gota tópicas com 
corticoide: Ácido salicílico com 
betametasona. OBS: Não usa antibiótico 
porque é uma flora não patogênica que 
não precisa ser tratada e se usar vai 
favorecer o aparecimento de otomicose. 
OBS²: Corticoide com passimonio, pois elesozinho favorece o surgimento de 
otomicoses. 
 
OTITE EXTERNA NECROSANTE OU MALIGNA 
o “Maligna”. 
o Diabéticos mal controlados, 
imunodeprimidos, idosos. 
o Osteomielite do canal auditivo que se 
estende à base do crânio, causando 
osteomielite. Só vem manifestar 
externamente quando já está 
avançada. 
o Doença de evolução muito rápida. 
o Etiologia: 
 Pseudomonas aeruginosa. 
o Quadro clínico: 
 Otalgia intensa. 
o Sintomas: 
 Otalgia intensa que piora quando 
deita: Paciente geralmente afirma que 
dorme praticamente sentado. 
o Sinais: 
 Tecido de granulação na parede 
inferior do canal auditivo, 
 Otorreia. 
 Pelo prurido intenso paciente pode lesar e precisar realizar 
cirurgia. Geralmente paciente não se queixa de dor. 
 Com o trauma crônico do prurido a pele vai se tornando 
espessa, levando o paciente a ter uma estenose de conduto 
e precisar de cirurgia canaloplastia que é uma plástica do 
conduto auditivo para tentar abrir o conduto. 
 O corticoide vai tratar o processo inflamatório e vai ajudar 
afinando a pele. O ácido salicílico além de acidificar o meio 
vai fazer um peeling superficial, favorecendo a renovação 
celular. 
 O prurido da rinite alérgica é posterior, na tuba auditiva, 
paciente vai se queixar de “coceira dentro”. O prurido de fora 
é de dermatite. 
 Toda vez que pegar paciente com queixa 
otorrinolaringológica deve fazer exame físico completo: 
 Nariz: Se apresenta características de rinite. 
 Otoscopia: Investigar descamação do conduto. 
 É comum a associação de rinite com dermatite atópica, 
paciente pode desenvolver otite externa crônica. 
 O ponto chave para o desenvolvimento dessa doença com o 
pseudomonas é o paciente ser imunodeprimido, neste caso, 
a doença ter caráter mais severo. 
CLÍNICA MÉDICA - OTORRINOLARINGOLOGIA 
 
THAYNÁ FIGUEIRÊDO – MEDICINA 
 
 Envolvimento de pares cranianos: 
Pode ter associação com paralisia 
facial, paciente com sintomas vagais, 
algias faciais importantes, paralisia no 
acessório. 
 Pelo paciente ser imunodeprimido 
paciente pode ter ótico, facial, ocular. 
o Diagnóstico: 
 Cintilografia: Dá a certeza de 
osteomielite de base de crânio. (Com 
galho- controle do tratamento; ou 
com tecnécio- feita no momento do 
diagnóstico). Quando não se tem a 
disposição a cintilografia: 
 Tomografia dos ossos temporais com 
contraste: Avaliar se tem lesões 
osteolíticas na base do crânio. 
o Tratamento: 
 Internação hospitalar, controle de 
glicemia. 
 Controle de glicemia e da função 
renal: Avalia a função renal para saber 
se precisa ajustar dose de antibiótico, 
saber se o clearance dele está 
adequado e se precisa fazer ajuste. O 
controle glicêmico é um dado 
importante que direciona a uma boa 
resposta terapêutica. 
 Debridamento diário: Limpeza diária, 
tirar áreas necróticas. 
 Antibioticoterapia EV (quinolona - 
ciprofloxacino): Direcionada para 
Pseudomonas, caso não responda, 
amplia o espectro para uma 
cefalosporina de terceira geração 
(ceftazidima). Caso não responda, 
cefalosporina de quarta, quinta, pode 
usar aminoglicosídeo como no caso de 
uma amicacina. 
 Cintilografia com gálio a cada 3 
semanas: atb 6 a 8 semanas de 
tratamento). 
 
 
 
 
 
 
 
 Lembrando que os aminoglicosídeos são ototóxico, então 
normalmente ele é de última escolha. 
 O ponto chave para o desenvolvimento dessa doença com o 
pseudomonas é o paciente ser imunodeprimido, neste caso, 
a doença ter caráter mais severo. 
 Independente do paciente está internado ou não, o 
tratamento para otite externa necrotizante é no mínimo 6 a 
8 semanas de antibioticoterapia. 
 A limpeza é realizada em consultório, pelo médico, com 
aspiração e pede para o paciente voltar a depender da 
quantidade de secreção 1x/semana, a cada 4 dias, a cada 2 
dias. 
 Em casa, a única limpeza que se pede para o paciente fazer é 
na secreção que fica do lado de fora. Cuidado! Miíase. 
 
 O n. glossofaríngeo no seu trajeto para a boca passa pela 
orelha, então o paciente pode ter DOR REFERIDA. Paciente 
com dor na garganta sentir irradiação para o ouvido, e 
também paciente com infecção no ouvido sentir desconforto 
na garganta. Infecção no nariz pode extrapolar para o ouvido 
por causa da tuba auditiva.

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