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INTRODUÇÃO ÀS TEORIAS PSICANALÍTICAS. ARA 0889 Universidade Estácio de Sá Professora: Ingrid Gabri da Rosa Ingrid.rosa@estacio.br 22 98828-8824 Plano de ensino: 1. FREUD E A ORIGEM DA PSICANÁLISE 1.1 HISTÓRIA: HISTERIA E HIPNOSE 1.2 A HIPNOSE E O MÉTODO CATÁRTICO 1.3 A DESCOBERTA DO INCONSCIENTE 2. A TEORIA DA SEXUALIDADE 2.1 SEXUALIDADE INFANTIL 2.2 AS PULSÕES 2.3 DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 2.4 COMPLEXO EDIPIANO E CASTRAÇÃO Plano de ensino: 3. O APARELHO PSÍQUICO E A PRIMEIRA TÓPICA 3.1 PRÉ CONSCIENTE, INCONSCIENTE E CONSCIENTE 3.2 AS FORMAÇÕES DO INCONSCIENTE: CHISTES, ATOS FALHOS E SONHOS 3.3 A TEORIA DOS SONHOS 4. A SEGUNDA TÓPICA DO APARELHO PSÍQUICO – 4.1 ID 4.2 EGO 4.3 SUPEREGO 4.4 O MAL-ESTAR NA CIVILIZAÇÃO Plano de ensino: 5. OS MECANISMOS DE DEFESA 5.1 OS PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA 5.2 OS MECANISMOS DE DEFESA E A FORMAÇÃO DO SINTOMA 6. SEGUIDORES E DISSIDENTES DE FREUD (CRÉDITO DIGITAL) 6.1 CARL GUSTAV JUNG 6.2 SÁNDOR FERENCZI 6.3 DONALD WOODS WINNICOTT 6.4 JACQUES LACAN Bibliografia: NASIO, J. D. Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan.. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. R. Horacio Etchegoyen. Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed. Sigmund Freud. Compêndio de Psicanálise e outros escritos inacabados. Rio de Janeiro: Autêntica, 2014. David E. Zimerman. Manual da técnica psicanalítica. Porto Alegre. Denise Maurano. Pra que serve a Psicanálise?. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. JORGE, M. A. C. & FERREIRA, N. P. Freud: o criador da Psicanálise. Col. Psicanálise passo a passo.. Rio de Janeiro. JORGE, M. A. C. & FERREIRA, N. P. Lacan: o grande freudiano. Col. Psicanálise passo a passo. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. Sigmund Freud. Fundamentos da clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Autêntica. Avaliação: s avaliações serão presenciais e digitais, divididas da seguinte forma: Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2), Avaliação Digital (AVD) e Avaliação 3 (AV3): AV1 - Contemplará os temas abordados na disciplina até a sua realização e será assim composta: – - Prova individual com valor total de 7 (sete) pontos; Atividades acadêmicas avaliativas com valor total de 3 (três) pontos. AV2 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina e será composta por uma prova teórica no formato PNI - Prova Nacional Integrada, com valor total de 10 pontos. AVD - Avaliação digital do(s) tema(s) / tópico(s) vinculado(s) ao crédito digital no valor total de 10 (dez) pontos ou AVDs - Avaliação digital do(s) tema(s) / tópico(s) vinculado(s) ao crédito digital no valor total de 10 (dez) pontos. AV3 - Contemplará todos os temas abordados pela disciplina. Será composta por uma prova no formato PNI - Prova Nacional Integrada, com total de 10 pontos, substituirá a AV1 ou AV2 e não poderá ser utilizada como prova substituta para a AVD O processo histórico! Histeria Descrita em pergaminhos egípcios. Hipócrates (Séc IV a.C) “Sufocação da matriz ou hystero“ Uma doença do útero. O útero, ou hystero, seria um organismo vivo, como um animal que poderia se deslocar e se sobrepor a outros órgãos Sintomas: Resfriamento das pernas; sufocação; vômitos, ansiedade, perda da fala; dores de cabeça. Causa: Ausência de relações sexuais. Prevenção: Casamento; sexo e filhos. Platão (Séc IV e III a.C) Os deslocamentos do útero se davam pelo desejo de fazer crianças. Tradição grega Histeria como uma questão da mulher, ligada a insatisfação sexual e ao desejo de procria O processo histórico Soranos de Éfesos (Séc I – II d.C) O útero não é uma animal e não se desloca. Ocorre uma inflamação da matriz. Acrescenta sintomas: Falas delirantes e recordação das crises. Tratamento: Descanso, águas termais e viagens. Galeno É a retenção da semente feminina – pode ser causada pela falta de sexo. Contração dos membros, desmaios sem causas e a mulher fica privada de sentimentos e movimentos. O processo histórico! Idade das trevas europeia (Séc IV ao XV) Proibição da ciência, detenção do espaço médico pelo clero. Nesse momento as histéricas eram vistas como bruxas, possuídas por demônios, deviam ser queimadas. Tribunal da inquisição: São bruxas ou doentes? Idade moderna (Séc XV a XVIII) As doenças não descendem de pecados, não são punições. Começo do questionamento de a histeria seria algo do útero para o cérebro ou do cérebro para o corpo. Divisão entre os médicos quanto a etiologia da histeria; Estaria nos órgãos reprodutores Estaria ligada a disfunções do sistema nervoso (mulheres teriam corpo e nervo mais frágeis) O processo histórico! Século XVIII (Racionalismo; Rechaço ao intuitivo; Comprovações; O corpo não passa de órgãos) Acentuam a histeria como algo da mulher, devido a diferença entre os sexos Mulher histérica Homem Hipocondríaco Família nuclear burguesa Produtora e reprodutora Mulher ganha novo valor – Governa o espaço doméstico, é a responsável pela produção da vida e cuidado com a saúde. Medicalização do corpo feminino (deve estar saudável para ser mãe) Maternidade – Destino politicamente desejável As mulheres desviadas do destino eram tidas como histéricas O processo histórico! Franz Mesmer (século XVIII) Vienense, muito rico, teólogo, filósofo, advogado e médico. Acreditava que nosso sistema nervoso e nossos sentidos estão sujeitos a influências misteriosas, impulsos internos e externos. Que nosso ser foge aos limites orgânicos. Pregava sobre as ondas invisíveis, intangíveis, que somente a alma seria capaz de perceber, um “fluído misterioso” ou matéria primordial, que poderia produzir efeitos em enfermidades psíquicas e fisiológicas. Tem em sua prática os métodos sugestivos e hipnóticos. Foi praticamente expulso de Viena quando transformou sua casa em uma espécie de hospital que tratava os “doentes dos nervos” com suas práticas incomuns ao circulo médico da época. Mudasse para Paris, onde obtém grande sucesso com sua clínica. Via a eficácia terapêutica acontecer com base na fé da possibilidade de cura e dessa forma fazia-se rodear por um cerimonial que beirava à magia. O processo histórico! Século XIX Neurologia x Psiquiatria Psiquiatria Bénédict-Augustin Morel – Histeria como degeneração psíquica, uma desordem nos centros nervosos que poderia ser hereditária e/ou adquirida, alguém que sucumbe a um processo civilizatório deficitário (um risco). Tratamentos coercitivos Hyppolyte Bernheim – Escola de Nancy Contestava a hipótese neurológica e acreditava que a histeria fosse produto direto da sugestão. Para ele a sugestão comprovava o caráter psicológico e relacional das afecções nervosas. Separava neurologia de fato psíquico. O processo histórico! Neurologia Jean Martin Charcot – Salpêtrière Uma alteração do sistema nervoso, seria hereditária e produto de alguma degeneração, podendo ser disparada por traumas e choques mecânicos. Tais alterações possibilitariam a sugestionabilidade dos histéricos. Hipnose – Acreditava que por meio dela a histeria latente se revelaria pela expressão sintomática. Charcot prova que a histeria não estava ligada a fatores fisiológicos, já que os sintomas podiam desaparecer durante o momento de transe hipnótico. Freud Nasceu em Freiberg, na Morávia, no dia 6 de maio de 1856 e mudou-se para Viena com sua família aos 4 anos Foi o primogênito de Jacob Freud, e Amalie Nathanson, de origem judaica. 1873-1881 Formação em medicina pela Universidade de Viena. Em 1885, Freud obteve o mestrado em neuropatologia. 1885-1886 Ganhou bolsa para estudar durante 4 meses com Jean Martin Charcot, em Paris. 1886 Retorna à Viena e reencontra com Josef Breuer. 1886 Casa-se com Martha e tem 6 filhos 1939 Morte Freud, Breuer e a histeria Freud e a histeria Se interessou pela histeria ao final da faculdade Ficou impressionado com os estudos de Charcout Era a prova de que a histeria não estava ligada a fatores fisiológicos, já que os sintomas podiam desaparecer durante o momento de transe. Os estudos o fizeram repensar toda teoria estudada anteriormente. Ao retornar a Viena reencontrou Breuer e iniciou o atendimento das histéricas Freud e BreuerSe conheceram antes do curso de Freud com Charcout Os dois faziam uso da hipnose para o tratamentos das mulheres adoecidas. Escreveram em conjunto o artigo, “Estudos sobre a histeria” (1885 - 1893). O caso Anna O. Anna O. / Bertha Pappenheim (21 anos) Era detentora de diversos sintomas específicos; Alucinações; impossibilidade de beber líquidos, exceto suco; perda da capacidade de falar alemão, só falava em inglês; paralisias; dores pelo corpo; perturbações visuais, intesas dores abdominais... Acompanhada por Breuer que conversava sobre o caso com Freud. Fazia sessões de hipnose diárias “A cura pela palavra” através da “Limpeza da chaminé”, podia falar sem ser interrompida. Se disse apaixonada e grávida de Breuer. Nesse momento Breuer abandona o caso Freud percebe algo crucial A Transferência A presença de algo da ordem do sexual é evidenciada Etiologia da histeria Freud retomou a teoria do trauma de Charcot e, a partir disso, elaborou a sua teoria da sedução. De acordo com a teoria de Freud, qual a causalidade da histeria? Etiologia da histeria As observações sobre as pacientes histéricas fizeram com que Freud e Breuer percebessem a existência de algo traumatizante no passado. As histéricas sofrem de reminiscências (lembrança vaga ou incompleta) Breuer Histeria de retenção Uma limitação social nos impede de manifestar os afetos, o que nos faria retê-los e não agir de forma condizente a eles. O afeto retido geraria uma dissociação da consciência, sendo desviado da sua representação, sendo enviado para outra parte do corpo, definindo assim os sintomas principais da histeria. Freud Concordava com Breuer, mas pensava em uma causa mais especifica. A divisão histérica estaria ligada a algo de natureza sexual Histeria de defesa Todo sintoma é uma defesa contra um desejo patógeno. Freud e a histeria Rechaço da teoria do trauma do Charcot Uma lesão orgânica. Diante dos casos atendidos Freud elabora sua teoria da sedução. O trauma não é somente físico, podemos ser traumatizados emocionalmente. As pacientes teriam sofrido algum abuso sexual durante sua infância ou vida adulta. Teriam sido seduzidas por algum adulto. As pacientes deveriam lembrar de seus traumas para se livrarem dos sintomas Durante os relatos das cenas vivenciadas as pacientes expunham suas reações, que não haviam sido expressas na ocorrência do trauma. A ideia de que isso era necessário. Hipnose catártica Diante do transe hipnótico não se sugeria mais o fim dos sintomas As pacientes eram hipnotizadas e colocadas a falar A hipnose catártica era utilizada para despertar lembranças. A paciente era ouvida Diminuição dos sintomas No método catártico é o sujeito consegue eliminar seus afetos e, então, ab- reagi-los, revivendo os acontecimentos traumáticos a eles ligados. A fala é o meio pelo qual estes afetos são eliminados. Nesse momento Freud e Breuer já entendiam que havia algo para além da consciência, que teria ocorrido uma deslocação do afeto. Contudo com a hipnose, mesmo que a catártica ainda havia uma questão Quando a paciente acordava do transe não se recordava da experiência que havia tido, e em alguns casos os sintomas eram deslocados ou acabavam por retornar após algum tempo. O caso Emmy Von N. Emmy Von N. / Fanny Moser (41 anos) Casou-se com um homem mais velho Após o falecimento de seu marido, a família começa a suspeitar de que ela o houvesse envenenado. A partir desse fato começa a apresentar sintomas histéricos; Ansiedade e inquietude permanente, não podia ser surpreendida pois a partir disso iniciava um ataque de nervos. Além disso apresentava alguns tiques. É ela quem oferece uma alternativa ao hipnotismo Solicitou que não fosse hipnotizada, que o Freud não se manifestasse e que não a interrompesse. – Freud deixa de hipnotiza-la mas solicita que ela falasse tudo o que fosse lembrando Freud inicia o métod da pressão e começa a abandonar a hipnose. Abandono da hipnose Abandono da hipnose Tem um poder decrescente Depende da autoridade do hipnotizador Depende se o paciente é apto ou não a ser hipnotizado Freud um mal hipnotizador Não há sujeito, assim como na ciência O saber sobre o sintoma não está do lado do sujeito Não é um saber do inconsciente Freud nunca desautorizou os efeitos terapêuticos da hipnose A hipnose deixa para a clinica psicanalítica um resquício O divã Etiologia da histeria "Eu não acredito mais em minha neurótica" Freud descarta a sua teoria da sedução Seriam todos os pais perversos em Viena? Carta de Freud a Fliess (1986) Por que seria tão difícil se chegar até a tal lembrança traumática? Por que tanta resistência? A fantasia inconsciente é real como o fato. É impossível distinguir a verdade da ficção afetivamente investida. A fantasia é sexual. Associação Livre A única regra da psicanálise! “Consiste em simplesmente não dirigir o reparo para algo específico e em manter a mesma ‘atenção uniformemente suspensa’ em face de tudo que se escuta [...] Ver-se-á que a regra de prestar igual reparo a tudo constitui a contrapartida necessária da exigência feita ao paciente, de que comunique tudo o que lhe ocorra, sem crítica ou seleção.” (Recomendação aos Médicos que Exercem a Psicanálise – 1912) Associação livre Freud percebe que não há a necessidade da sugestão para que os elementos estejam presentes. Uma palavra que não está a serviço do mestre. A palavra ganha espaço principal “Fale tudo o que lhe vier a mente” É um falar sem se preocupar da onde parte e para onde vai, sem um domínio sobre a própria fala. Pela fala o paciente pode se perceber em suas ideias recalcadas. Através da fala ele passa a ter uma nova compreensão de sua memória, criando novas associações. Falar para construir um novo discurso sobre si mesmo. Associação livre e atenção uniformemente suspensa Diante da associação livre é importante que o sujeito se sinta livre para falar tudo o que lhe vier a mente e essa liberdade vem do fato de não ser oferecido ponto de partida. É de suma importância que o analista mantenha-se sob uma atenção uniformemente suspensa. Deve buscar se afastar de suas tendências pessoais para que não favoreça partes do discurso do analisando. Significa não buscar coisas fixas no discurso do paciente. É se colocar sempre atento a novos fatos que possam surgir no discurso do sujeito. Ouvir o que o paciente expõe através da associação livre. A descoberta do Inconsciente Descoberta? É irracional? É a mesma coisa de subconsciente ? O que isso tem a ver com a histeria? E os sonhos? O que tem de mim nisso? A histeria e o Inconsciente A consciência é dual! Tem algo em nós mesmos que não sabemos! Ou não queremos saber?! As lembranças não estão esquecidas, estão recalcadas Ao acompanhar as pacientes histéricas Freud nomeia isso que aparece em nós mesmos e que supostamente não nos faz parte como inconsciente. Não o supõe como algo irracional, mas como uma estrutura regida pelas suas próprias leis. Todos temos inconsciente O que ocorre no adoecimento histérico é que o afeto é desassociado da cena, para que assim o sujeito se defenda daquilo que não quer saber, do desejo que não pode ser suportado. Esse afeto desligado é que ocupa o inconsciente e que fará pressão para ser ligado O Inconsciente e o recalque Em um primeiro momento o inconsciente é compreendido por Freud como tudo aquilo que foi recalcado. Recalque? Recalque Está para além da repressão, é o que constituí o aparelho psíquico. Está na gênese dos conflitos psíquicos. Negação de um desejo que não pode ser tolerado. Recalque primário Inaugura o inconsciente Recalque secundário Só é possível por já haver algo recalcado. É o que se repete a partir do primário. Resistência – Algo que impossibilita que aquilo que foi esquecido emerja a consciência. Sobre o que age a resistência? – Sobre o recalcado! Sexualidade No que consiste a sexualidade? Podemos diferenciar sexualidade e genitalidade? Freud: O pressuposto da sexualidade depende da separação entre sexualidade e genitalidade. Psicanálise pansexualista! Ao pensar sobre a sexualidade humana, Freud elencauma nova teoria, que em sua época (e por alguns ainda hoje), foi tomada como algo descabido. O sexual é algo presente desde o início da vida do individuo. A sexualidade é parte primordial da constituição do sujeito. Até este momento suas ideias eram bem recebidas pela comunidade médica, suas teorias relativas as histerias e demais doenças nervosas eram escutadas sempre com atenção. Contudo, a partir de sua teoria sobre a sexualidade, Freud é excluído de diversos ciclos médicos. A psicanálise começou de ser chamada de pansexualista, Freud discordava do termo e dizia que assim se buscava amesquinhar e desqualificar uma das maiores descobertas feita pela psicanálise. O que Freud queria dizer com tanta sexualidade? De modo geral o conceito de ‘sexual’ é interpretado como algo impróprio, que tem o ato sexual como ponto central e a função reprodutora como núcleo da sexualidade. Dessa froma muitos atos sexuais como a masturbação e o beijo seriam colocados de lado se só se levasse em consideração à função reprodutora. Para Freud, no entanto, o ‘sexual’ é muito mais abrangente, para ele a única definição correta para tal conceito é observando “tudo o que se relaciona com a distinção entre os dois sexos.” [In conferencia XX; p. 309]. Ao contrário do que a ciência postulava a sexualidade não é uma reta com um único alvo, para Freud ela pode ser compreendia como um labirinto, no qual cada um terá que encontrar seu caminho. A sexualidade não é instintiva Instinto Possui objeto definido Todos os animais possuem Pode ser satisfeito Pulsão Não possui objeto definido – É o que há de mais variável na pulsão, pode ser variada infinita vezes. É característico do Humano Não se reduz a sua fonte – Possui fonte no corpo, mas possui função psíquica Exige um trabalho – Deseja ser satisfeita Está lá o tempo todo – ao contrário do que a ciência trazia sobre o instinto sexual que é satisfeito no ato, a pulsão sexual está nas trocas do sujeito com o mundo, inclusive da criança com o mundo. E esse labirinto sexual pulsional? Pulsão sexual X Pulsão de auto conservação Primeiro dualismo pulsional estabelecido por Freud O que isso quer dizer? Pulsão sexual Percorre seus próprios fins, busca pelo prazer. Pulsão de auto conservação São necessidades biológicas, distintas do instinto propriamente dito. Elas visam preservar o individuo. “O individuo leva de fato uma dupla existência: uma em que persegue seus próprios fins e outra que é um elo de uma corrente, à qual serve involuntariamente e, às vezes, até contra a sua vontade.” A teoria da sexualidade Durante os estudos sobre a histeria algo da ordem do sexual sempre esteve em evidência. A histeria seria produzida por uma transgressão na experiência sexual do sujeito. Em um primeiro momento Teoria da sedução Em um segundo momento A fantasia da sedução O que ocorre então na neurose histérica? Um neurótico recalca seus desejos sexuais que são impelidos de se manifestarem pela resistência – Fato que gera o sintoma. Os sintomas são representantes da libido A teoria da sexualidade – Libido Designa uma energia postulada por Freud como substrato da pulsão sexual. Possui um sentido quantitativo, concebida como uma força ou energia capaz de aumentar ou diminuir Em certas etapas do desenvolvimento psicossexual do ser humano estará mais concentrado em certas áreas do que outras. Possui caráter qualitativo – A energia libidinosa se difere de outras energias psíquicas. A libido também poderá se deslocar para fora do eu, investindo nos objetos sexuais. É necessário ressaltar que a libido é invariável e de natureza masculina, mesmo que ocorra na mulher, sendo necessário que se entenda masculino como ativo e feminino como passivo. Os 3 ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) Freud inicia seu processo de investigação sobre a sexualidade pensando sobre as pessoas que se desviavam do padrão cultural pré-estabelecido. Perversos: As atividades perversas se valem de outros métodos, que não os reprodutivos, para a obtenção de prazer. A satisfação pervertida em adultos, visa terminar em um orgasmo. O que a indica como perversa, sendo mal vista socialmente, é o fato dela deixar completamente de lado o objetivo de reprodução. Quando as mesmas ações ditas perversas estão vinculadas ao ato sexual (reprodutivo) como contribuições preparatórias e intensificadoras não são consideradas perversas. Atração por pessoas do mesmo sexo (invertidos Objeto sexual modificado (a parte pelo todo) Finalidade sexual modificada (ato inicial em finalidade) Os 3 ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) Perversão Só pode ser considerada como patologia quando se configura uma fixação em um determinado objeto. As resistências não atuam com tanta força sobre as pulsões sexuais. Ou seja, TAMBÉM HÁ PERVERSÃO NA NEUROSE! Como assim? Há desejo de satisfação sexual sem que ele se relacione diretamente a cópula. Contudo, desde cedo somos restringidos a não manifestarmos nossos desejos e fantasias sexuais. Sexualidade perverso polimorfa Mas de que forma isso se relaciona com a infância? As crianças não são assexuadas. Para Freud seria improvável e geneticamente impossível que a sexualidade só surgisse na puberdade, o que surge nessa idade é a função reprodutora. Caráter perverso polimorfo O bebê não recalca suas fantasias, ele goza sem criar barreiras e nem recalques para seus fetiches. Para Freud não é necessário à maturidade biológica e nem a produção de hormônios sexuais na infância para que exista a sexualidade. Sexualidade infantil – Autoerotismo Uma unidade comparável ao EU não está presente no individuo desde o início. A unidade corporal virá com o tempo, com atos psíquicos. Neste momento a criança ainda não compreende seu corpo como unificado. No primeiro momento de vida as pulsões serão compreendidas como parciais. As Pulsões terão livre satisfação e circulam pelo corpo. Comportamento sexual auto erótico. O autoerotismo está ligado a busca de prazer no próprio corpo, sem a necessidade de objetos externos. Sexualidade infantil Para embasar sua tese Freud faz uso do estudo do comportamento dos bebês. Foi através de várias investigações que ele concluiu que a sexualidade infantil tem seu inicio ligado à satisfação das primeiras e principais necessidades orgânicas. O autoerotismo nasce do apoio as funções somáticas vitais. A partir desse estudo e dos casos de histeria em que acompanhou, Freud irá pensar que a decisão da sexualidade estará diretamente ligada ao desenvolvimento psicossexual do sujeito. Freud postula 3 fases do desenvolvimento psicossexual e acredita que todos passaríamos por elas. Nestas três fases a organização da pulsão sexual e a formação do caráter adulto estariam em desenvolvimento. Fase oral De 0 a 18 meses A saciedade nutritiva gera novos encontros e desejos Os lábios, a mucosa oral, a boca... ao tocarem o seio materno em busca de satisfação de seus instintos desempenham o papel de zona erógena. O primeiro período e mais primitivo. O prazer do bebê nesse caso, não está ligado aos genitais e nem tem finalidade restritamente sexual, mas está ligada a sua saciedade nutritiva. Fase oral O primeiro objeto do componente oral é o seio materno. Entretanto com a progressão da independência do bebê passa a sugar partes do próprio corpo, gerando um maior prazer, pois é estimulado por duas vias. Além do próprio o corpo o bebê pode tentar encontrar esse modo de satisfaço em outro lugar visto que anda não tem noção do seu espaço corporal . Essa fase está dentro do auto erotismo. Fase anal Dos 18 meses aos 3 anos Para Freud o que foi demonstrado pela tomada de alimento se repete nas excreções. Este momento corresponde ao funcionamento bifásico (expulsão e retenção) do esfíncter anal e seu respectivo controle. A membrana da mucosa anal pode ser estimulada por autonomia do bebê. As fezes são um presente! Fase anal A forma de lidar com a musculatura e a membrana da mucosa anal constituem a fonte do sadismo dessa fase. É nesse momento que o mundo externo age como força inibitória, alegandoque tudo o que está ligado as excreções é vergonhoso e deve ser mantido em segredo. “Então pela primeira vez, a criança é obrigada a trocar o prazer pela responsabilidade social”. Fase fálica De 3 a 6 anos É o início das investigações sobre a sexualidade. As crianças se questionam sobre suas diferenças. Querem saber de onde vieram os bebês e como eles são feitos. Criam suas próprias teorias que muita das vezes vão dar conta de explicar as distinções sexuais por um breve momento Ocorrerá uma tendência à unificação das pulsões parciais sob a zona erógena genital, gerando a maior manipulação desses órgãos . Fase fálica As perguntas e teorias levarão a crianças a se posicionarem frente as suas escolhas. É o momento em que há a escolha de um objeto, de uma pessoa e até mesmo a decisão por um dos dois sexos. É nessa fase que eles aprendem a ocultar os fatos. Por isso será nesse momento que o complexo de Édipo ocorrerá. Fase latência A partir dos 6 anos até a adolescência. Ocorre um abandono do objeto sexual no interior das relações parietais para que a pessoa faça uma escolha fora da família. A maior parte das experiências e impulsos mentais anteriores ao início do período de latência agora sucumbe à amnésia infantil Sexualidade A sexualidade para a psicanálise é pulsional Algo constante e que instiga o sujeito. Não possui uma resposta pronta a ser dada Nos direciona a algo – inclusive ao objeto que nos atrai A pulsão busca o objeto, mas isso não se dá de forma simples. Pois a satisfação não está no encontro com o objeto, não há UM objeto relacionado a ela. O que a pulsão objetiva está desde sempre perdido. Sendo apenas possível contornar o objeto desejado – por isso ela nos movimenta. A satisfação se dá nesse contorno do objeto. Nesse sentido podemos pensar a satisfação como distinta do prazer, pois nossas relações de satisfação não estão ligadas a algo que esteja em nossas mãos. É possível estar as voltas com o objeto e mesmo assim ter algo que se satisfaça. Complexo de Édipo · Que loucura de Freud foi essa? · Então não existiria C.E. em casal homo afetivo? · E se a mãe for solteira? · E se os pais não estiverem presente? · E se for uma criança criada em uma instituição? · E se...? · Será que isso realmente existe?