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PATRICIA LIMA NOGUEIR GIACCHETTI Professora autora/conteudista É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação pública, sob pena de responsabilização civil e criminal. SUMÁRIO Gestão de pessoas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Cultura organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Clima organizacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Qualidade de vida no trabalho (QVT) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Gestão por competências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Competências individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Competências organizacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Avaliação de desempenho (AD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Treinamento e desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Gestão do conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Liderança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Gestão de equipes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Gestão de mudanças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Rotinas administrativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Recrutamento e seleção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Recrutamento interno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Recrutamento externo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Recrutamento misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Cargos, salários e benefícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Plano de carreiras e retenção de talentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75 Estudo de gerenciamento de equipes em engenharia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Pág. 4 de 86 GESTÃO DE PESSOAS Estruturar boas equipes de trabalho demanda esforços principalmente no entendimento das reais capacidades dos integrantes da equipe de trabalho. Além disso, estimular o desenvolvimento de cada integrante no sentido de gerar benefícios para a organização justifica os esforços da gestão dessas pessoas. Sendo assim, a gestão de equipes depende da correta gestão de pessoas, o que será discriminado nesta disciplina. Qualquer gestor pode ser um gestor de pessoas, mas somente um tem meios necessários para se tornar um bom gestor de pessoas. É o titular (ou a titular) da área de pessoas. Mas, para se tornar um excelente gestor terá de agir estrategicamente. (ARAÚJO; GARCIA, 2009, p. 1). Agir de forma estratégica exige conhecimento em alguns temas abordados na estrutura de gestão de pessoas, tais como: • Gestão por competências • Coaching • Liderança • Equipes de alta performance • Avaliação de desempenho • Cultura organizacional • Treinamento e desenvolvimento • Gestão do conhecimento • Empreendedorismo • Rotinas administrativas Esses temas serão tratados com a finalidade de proporcionar um conhecimento mais profundo sobre a gestão de pessoas e formações de equipes. Inicialmente, entender a gestão faz parte de um entendimento maior da gestão de pessoas. Sendo assim, de acordo com a definição de administração, gestão é o “[...] conjunto de esforços que tem por objetivo: planejar; organizar; dirigir ou liderar; coordenar e controlar as atividades de um grupo de indivíduos que se associam para atingir a um resultado comum” (LACOMBE, 2004 apud ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 1). Mesmo assim, para isso é necessário levar em consideração algumas variáveis, tais como: • Todas as áreas da empresa devem ser vistas como se ela estivesse próxima ao consumidor, e a empresa deve ser vista como um todo, e não como conjunto de setores isolados. Pág. 5 de 86 • Aspectos externos à organização podem alterar o rumo das ações organizacionais, pois a empresa deve responder às questões de mercado para se manter competitiva. • As necessidades de união dos esforços fazem com que a interatividade ocorra de forma mais prática, considerando planejamento, organização, direção, liderança, coordenação e controle com visão empresarial e ambiental unidos na mesma prática. Gerir o capital humano no contexto organizacional é fundamental, já que as pessoas são responsáveis pela execução das atividades e serviços na empresa. Figura 1 – A gestão de pessoas Fonte: Syda Productions / shutterstock A gestão de pessoas, de acordo com os enfoques comportamental e administrativo, relaciona-se na organização com: • novas tecnologias • reduções de posições da empresa • determinação de novas posições na empresa • contratação, recrutamento e seleção das pessoas • treinamento e desenvolvimento • remuneração e benefícios • banco de talentos • segurança e saúde no trabalho • qualidade de vida • comunicação com os empregados • inovações tecnológicas • sistema de gestão da qualidade • desenvolvimento sustentável • marketing social • competência integrada aos aspectos socioeconômicos e pessoais • Os objetivos das relações apresentadas e suas práticas são: • informar aos gestores os conceitos comportamentais relacionados à prática administrativa de recursos humanos; • contribuir com a evolução da gestão de pessoas na organização; • apoiar a gestão integrada de pessoas e organizações; • estimular a visão crítica da gestão de pessoas; • estimular a melhoria da gestão de pessoas; • relacionar a gestão de competências às práticas administrativas. Pág. 6 de 86 A gestão por pessoas deve ser, no entanto, encaminhada por alguém devidamente capacitado. Logo, o gestor de pessoas deve levar em conta algumas competências e metodologias de trabalho que permitirão que ele atue transformando a ação das pessoas em resultados. Noâmbito da organização, o titular da área de pessoas encontra novos processos, em face da terceirização que se transformou nos últimos 15 anos num modismo de consequências ainda não mensuradas. A área de pessoas terceirizou um número expressivo de atividades. (ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 378). Sendo assim, as ações do gestor de pessoas devem incluir: • planejar suas atividades; • alinhar expectativas que possam ter resultados positivos; • ajustar comportamentos e estilos individuais para o trabalho em equipe; • estabelecer a estratégia de forma específica; • iniciar a mudança cultural; • alinhar as decisões com a chefia superior; • estabelecer canais de comunicação; • estimular proatividade; • utilizar as falhas como base para a melhoria. No ambiente externo, o gestor de pessoas competente é aquele que melhor entende a volatilidade do mercado [...] Para incorporar o novo papel do titular da área de pessoas, é exigida boa percepção dos negócios (ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 378). Além do entendimento das atividades-fim da empresa, o gestor de negócios deve ter como comportamentos principais: • Ser ético. • Ter habilidade em fortalecer a imagem do gestor de pessoas, realizando atividades onde outros gestores não querem. • Determinar as atividades que devem e as que não devem ser executadas, evitando a perda de tempo. • Possuir controle sobre si mesmo e sobre a própria equipe. Para isso é necessário que o gestor: ◊ se autoconheça; ◊ conheça os outros; ◊ identifique as questões; ◊ forme a sua equipe; ◊ fixe objetivos; Pág. 7 de 86 ◊ realize as ações. • Saber questionar padrões antigos de tomada de decisões para evitar a sua repetição. • Desenvolver imagem positiva. • Possuir comportamentos que não extrapolem os limites organizacionais. • Enfrentar pessoas que se comportam fora dos padrões organizacionais para ajustar as pendências. • Ser transparente com relação ao que se espera do colaborador. • Monitorar performance da equipe. • Buscar o atingimento dos objetivos organizacionais. • Possuir atitudes firmes em situações de corte de pessoal, tornando-o, no entanto, menos doloroso. As várias ações do gestor têm como principal objetivo: tornar as estratégias organizacionais reais e executáveis. Araújo (2004 apud ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 383-6) estabelece como modelo de ação estratégica: • conhecer como a organização pensa; • conhecer objetivos e metas de curto, médio e longo prazo; • conhecer o ambiente e suas tendências (setoriais e organizacionais); • analisar as ameaças e oportunidades do mercado; • identificar forças e fraquezas internas como resposta à variação ambiental; • adaptar a organização às variações de mercado; • tornar a estratégia clara e transparente; • conhecer as áreas da organização de forma clara, incluindo a área de gestão de pessoas; • relacionar sua área estratégica com o negócio; • desenvolver a estratégia de cada área; • tornar a estratégia da sua área aceita; • comunicar a estratégia da área à estrutura organizacional. No entanto, o gestor não atua sozinho. Ele precisa de pessoas competentes para executar as suas tarefas de forma eficiente, garantindo a melhoria do desempenho organizacional. Pág. 8 de 86 Figura 2 – Recursos humanos Fonte: garagestock/ shutterstock.com Aconteceu “A política de recursos humanos do Magazine Luiza se tornou um dos pilares de sustentação do crescimento da empresa. Todos os 10 mil colaboradores têm incentivos e recebem bolsa de estudos. O subsídio varia de 30% a 70% do valor total do curso. Nesses anos de crescimento acelerado da empresa não esquecemos da qualificação profissional. A evolução das nossas pessoas acompanha as estratégias de negócios da empresa. Investimos nas pessoas porque são elas que movem o Magazine, diz Luiza Helena Trajano, principal executiva da rede.” Fonte: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/magazine-luiza-cresce-com-foco-em-gestao-de- pessoas/6590/> CULTURA ORGANIZACIONAL Como a base de estudo é a parte relacionada à gestão de pessoas, é fundamental abordar o tema da cultura organizacional. Muitas vezes, os colaboradores agem de forma diferente com funcionários de outras empresas. Esse comportamento, no entanto, não é específico do colaborador. Muitas vezes é fruto da cultura organizacional. Sendo assim, pode-se conceituar cultura organizacional como: Um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos que, em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir identidade organizacional, tanto age como elemento de comunicação e consenso, como oculta e instrumentaliza as relações de dominação (FLEURY apud HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p. 25). Sendo assim, apesar de não existir materiais escritos sobre as formas de comportamento dentro de uma organização, as pessoas acabam se encaixando nos preceitos básicos dessa estrutura organizacional e agem conforme o padrão da empresa. Pág. 9 de 86 A cultura de uma empresa é um sistema coerente de significações (valores, crenças, normas etc.) e funciona como um “cimento” que procura unir todos os membros em torno dos mesmos objetivos e das mesmas formas de agir (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p. 26) A cultura organizacional é muito importante para as empresas. A depender de como ela é estruturada, pode influenciar os colaboradores de forma positiva ou de forma negativa. Ao comparar culturas saudáveis com culturas não saudáveis tem-se exemplos como: • foco no cliente x foco no funcionário; • atitude “devemos fazer” x atitude “dá para fazer”; • comprometimento em longo prazo com a organização x preocupação com o emprego em curto prazo; • entendimento que a organização é uma força para o bem x entendimento que a organização é uma fonte para fabricar dinheiro. São várias as formas de ter acesso à cultura organizacional. Os principais níveis de cultura organizacional são: • Artefatos visíveis: Os artefatos visíveis compõem o que podem sinalizar de forma objetiva, a partir da visualização, a cultura da organização, tais como tipo de decoração, vestimenta dos funcionários, distribuição espacial dos funcionários e chefia, layout, comportamento das pessoas e a presença de cartazes com missão, visão e valores na empresa. • Valores declarados: Os valores declarados são definidos a partir de questões. Os valores abertos são passíveis de discussão, pois ainda não estão consolidados na empresa. • Certezas tácitas compartilhadas: As certezas envolvem valores cujos comportamentos resolvem problemas. São valores introjetados, que não são questionados porque funcionam da sua estrutura. Os principais elementos da cultura organizacional são: • Valores declarados, explicitados pela empresa como importantes. • Pressupostos ou pontos centrais de uma cultura. • Crenças ou convicções que servem de base para o entendimento de algo. • Ritos e cerimônias que são atividades representativas de uma cultura. • Rituais que dramatizam valores e crenças que dão sentido e identidade à empresa. • Histórias ou narrativas baseadas em eventos reais. • Tabus que relacionam os aspectos disciplinares da cultura com relação ao que não é permitido. Pág. 10 de 86 • Heróis como personificação dos valores e que condensam a força da organização. • Normas, que são as leis que uma empresa possui sobre o que é certo ou errado. A cultura organizacional pode ser dividida em quatro tipos de acordo com Charles Handy (MARCOUSE; SURRIDGE; GILLESPIE, 2013): • Cultura de poder: uma rede de poder cresce na empresa a partir do centro da organização. A chefia ou o poder são valorizados e os colaboradores tentam agradá-los. Possui características, como: ◊ Poucas regras ◊ Poucos procedimentos ◊ Comunicação mais pessoal ◊ Liderança autocrática • Cultura de função: Ocorre em organizações estabelecidas, ou seja, de forma burocrática. Funciona em um ambiente de competitividade estável. Possui características como: ◊ Regras formaisdurante seu crescimento ◊ Poder relacionado à posição do indivíduo na empresa ◊ Pouca ênfase na qualidade do colaborador ◊ Liderança autocrática ou paternalista • Cultura de tarefa: Não possui uma fonte de poder simples. Funciona em ambientes competitivos de rápida mudança. Possui características como: ◊ Foco em projetos com equipes multifuncionais ◊ Objetivos baseados em projetos ◊ Poder baseado na experiência do indivíduo ◊ Liderança paternalista e democrática • Cultura de pessoas: As pessoas com treinamentos e experiências similares formam equipes para aumentar experiência e compartilhar conhecimento. Possui características como: ◊ Departamentos funcionais em grandes organizações ◊ Liderança democrática Figura 3 – Cultura organizacional Fonte: iQoncept / shutterstock Pág. 11 de 86 Uma vez estabelecida, a cultura organizacional pode ser impactada: • pelos fundadores: Os fundadores da empresa são responsáveis pela criação e pela disseminação dos valores e pressupostos organizacionais. A ideia é que os funcionários contratados pensem da mesma forma que os fundadores, para manter a cultura estável. • pelo processo de socialização: O processo de socialização pode ocorrer com base em: ◊ Estratégias formais e informais: O processo formal prepara o colaborador para ocupar um status, enquanto que o processo informal o prepara para desempenhar um papel na organização. ◊ Estratégias individuais e coletivas: Inserir o novo funcionário em grupos de programas de socialização ou para abordagem individualizada. ◊ Estratégias fixas e variáveis: O processo de socialização fixo determina informações e prazos padronizados para que o colaborador passe por um estágio, enquanto que o processo variável depende da capacidade e do desempenho de cada colaborador. ◊ Estratégias por competição: O processo considera as habilidades e ambições do indivíduo, permitindo uma melhor análise de suas capacidades e, consequentemente, uma melhor alocação de recursos. ◊ Estratégias em série e isoladas: Os processos de socialização em série consideram o desenvolvimento de grupos de colaboradores com capacidades semelhantes para dividir conhecimentos e criar alternativas de substituição, enquanto que, na socialização isolada, o funcionário é deixado sem padrões a ser seguido e por iniciativa própria. ◊ Estratégias de investidura e despojamento: Processo que pode confirmar ou destruir a identidade de um colaborador de acordo com suas bagagens anteriores. A cultura organizacional, no entanto, não se estabelece de forma automática e padronizada. Para entender a cultura organizacional é fundamental a análise de aspectos como: • Histórico organizacional • Características dos processos de socialização • Valores transmitidos nas políticas de recursos humanos • Processos de comunicação • Desenvolvimento dos processos decisórios • Desenvolvimento dos processos de trabalho A partir da análise, pode-se mapear a cultura organizacional e torná-la compatível com a necessidade da empresa para gerar valor. O desenvolvimento da cultura organizacional depende de: • Requisitos de recrutamento e seleção • Programas de treinamento e desenvolvimento • Sistema de recompensas • Gestão de carreiras • Avaliação de desempenho Pág. 12 de 86 • Solidificação da imagem de pessoas com comportamentos exemplares • Veiculação de histórias que apoiem os valores • Desenvolvimento de lideranças • Mapeamento do sistema de comunicações Figura 4 – Pilar da cultura organizacional: desenvolvimento de lideranças Fonte: Syda Productions / shutterstock As estratégias de implantação de uma cultura organizacional dependem de: • Aspectos técnicos: Conhecimentos científicos aplicados ao desempenho organizacional e à resolução dos problemas de produção e estabelecimento de metas. • Aspectos políticos: Alocação de recursos e poder nas decisões relacionadas à gestão de pessoas e da organização (desenvolvimento de carreiras, estruturas de poder e plano de orçamentos). • Aspectos culturais: Valores que devem ser empregados, objetivos a serem perseguidos, crenças a serem comprometidas e interpretações das situações presentes e passadas como base para beneficiar a empresa. Para definir estratégias e buscar o crescimento da empresa é fundamental conhecer a cultura organizacional. Com base nessas informações, as decisões podem ser mais assertivas, já que envolvem as pessoas e seus comportamentos. A cultura organizacional, no entanto, não é estática. A mudança da cultura organizacional depende de alguns fatores, principalmente quando ocorre a junção de duas ou mais empresas. A perspectiva de ter que abrir mão de “sua cultura” ou a percepção de falta de alternativas futuras podem criar nos membros de uma organização sensações de perda, fracasso e stress generalizado [...] quando uma empresa é incorporada à outra, obrigatoriamente, se encontram duas culturas diferentes, tendo cada uma delas pressupostos, crenças e modos distintos de interpretar a realidade, de organizar os processos e de fazer acontecer. A integração desses dois mundos varia em função dos objetivos a serem atingidos com a aquisição, determinando a maneira de conduzir a gestão de pessoas. (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p. 37). Pág. 13 de 86 Saiba mais Figura 5 – Símbolos, rituais e heróis Heróis Rituais Metas Fonte: 4.bp.blogspot.com “Símbolos, rituais e heróis de uma cultura organizacional No modelo teórico concebido por Hofstede, os símbolo, heróis e rituais constituem as práticas (sub- elementos) da empresa, ou seja, as manifestações que se apresentam como resultado de sua cultura. Para o autor, existem elementos na cultura de uma empresa que só conseguem ser identificados a partir do convívio dos indivíduos entre si. Hofstede ainda ressalta que uma cultura forte é mais eficaz e possui um melhor desempenho do que as demais, pois ela gera um maior senso de união e colaboração entre os seus participantes, promovendo uma maior estabilidade organizacional em torno das metas da empresa.” Saiba mais clicando no link: <http://www.portal-administracao.com/2014/10/cultura-organizacional-conceito- aspectos.html>. Esses fatores são: • Assimilação cultural: Ocorre quando a empresa adquirida assume a cultura da empresa adquirente. • Mescla cultural: Ocorre quando há mescla das duas culturas e elas convivem com as melhores práticas de cada uma delas. • Pluralidade cultural: Não há influência da cultura adquirente na empresa adquirida. Ambas as culturas convivem apesar da fusão. Pág. 14 de 86 CLIMA ORGANIZACIONAL Na análise de seus desempenhos, muitas organizações perceberam que um ambiente de trabalho positivo impacta na performance dos seus funcionários e, consequentemente, em suas ações. Gerir de forma eficiente o ambiente laboral pode trazer bons resultados no negócio. Neste caso, devem ser considerados parte de um ambiente de trabalho salutar: • Respeito à individualidade do colaborador • Participação do funcionário na vida da organização • Atuação em equipes • Utilização de competências individuais na empresa • Fortalecimento do clima organizacional. O clima organizacional “[...] refere-se ao ambiente interno no qual convivem as pessoas que trabalham na organização, e está intimamente relacionado com o grau de motivação e satisfação de seus participantes”. (TACHIZAWA; SCAICO, 2006, p. 313). Ao analisar a participação das pessoas na organização, é importante entender que as suas ações contribuem para a definição do clima organizacional em uma determinada empresa. O clima organizacional apoia o atingimento dos resultados empresariais. O clima organizacional é gerado com base em: • Normas e valores formais da organização • Interpretação informal das normas e valores • Histórico das disputas organizacionais internas e externas • Perfil dos funcionários • Processos de trabalho • Comunicação interna • Fatos • Percepção dos fatos Um clima organizacional positivotem como características: • Equidade: Os níveis superiores são justos com relação a avaliações, remuneração e mediação de conflitos. • Realização: A realização profissional e pessoal está relacionada com o bem-estar na organização. • Companheirismo: Relações amistosas e colaborativas entre colegas de trabalho afetam o clima organizacional. Pág. 15 de 86 O gestor de pessoas deve ser hábil no sentido de identificar eventuais ruídos no relacionamento entre as pessoas, visando ao melhor clima possível, garantindo um desenvolvimento regular dos trabalhos na organização (ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 5). No entanto, mesmo em um clima organizacional bom, conflitos podem ocorrer. Conflitos bem- estruturados e mediados corretamente podem gerar muitas alternativas, principalmente para a tomada de decisão. De forma contrária, o conflito predatório pode impactar negativamente, gerando instabilidades e queda nos resultados organizacionais. Outro item importante na gestão de pessoas e na determinação dos conflitos organizacionais é a comunicação. O processo de comunicação possui seis principais etapas: 1. Fonte: É a origem da mensagem que pode ser uma pessoa ou um representante de um grupo de pessoas. 2. Mensagem: Conjunto de símbolos que traduzem algo. 3. Codificador: Expressa o objetivo da fonte em forma de mensagem. 4. Canal: Condutor da mensagem. 5. Recebedor: É quem recebe a mensagem. 6. Decodificador: É quem decifra a mensagem. Figura 6 – O processo de comunicação Fonte AMBIENTE RETROAÇÃO Transmissor Codifica o significado desejado Envia a mensagem desejada Recebe a mensagem percebida Decodifica o significado percebido Canal Receptor Destino Ruído Fonte: deagri.com.br Pág. 16 de 86 Uma vez que a comunicação ocorra desta forma e as mensagens sejam claramente repassadas, evitam-se conflitos gerando melhorias no clima e no desempenho organizacional. Apesar de a manutenção do clima organizacional ser realizada cotidianamente pelo gestor da área, é necessário que pesquisas de clima sejam inseridas nas ações da empresa para um entendimento mais amplo da sua realidade. Pesquisas junto ao público interno podem permitir a avaliação do clima organizacional e, com isso, o fator motivacional dos funcionários. De fato, a utilização dos resultados da pesquisa de clima organizacional pode refletir na motivação do quadro de pessoal. Tal motivação é fundamental, para que os recursos humanos atuantes na organização sintam-se apoiados e seguros. (TACHIZAWA; SCAICO, 2006, p. 315). A pesquisa de clima organizacional tem, então, como objetivos: • avaliar a cultura organizacional da organização; • analisar a imagem que os diversos setores e funcionários tem da própria organização, de seus objetivos e missão; • avaliar o grau de satisfação dos colaboradores com relação aos diversos aspectos empresariais; • avaliar os padrões motivacionais; • avaliar a satisfação do corpo laboral; • identificar necessidades e expectativas dos colaboradores; • avaliar a relação entre os objetivos organizacionais e dos empregados; • identificar o nível de integração entre áreas e departamentos; • avaliar padrões de produtividade; • analisar a integração dos colaboradores de diversos setores com suas atividades, clientes internos e clientes externos; • levantar e analisar outros indicadores relacionados. Pág. 17 de 86 Figura 7 – Pesquisa de clima organizacional Por Olga Danylenko / shutterstock A pesquisa de clima deve possuir questionamentos relacionados a: • Liderança ◊ Determinação da alta gestão ◊ Valores institucionais ◊ Gestão da qualidade ◊ Responsabilidade comunitária • Informação e análise ◊ Gestão de dados e informações ◊ Benchmarking • Planejamento estratégico ◊ Metas e planos • Gestão de pessoas ◊ Envolvimento dos funcionários ◊ Treinamento e formação ◊ Avaliação de desempenho dos colaboradores ◊ Bem-estar e moral do pessoal • Garantia da qualidade ◊ Projeto do produto ou serviço ◊ Controle da qualidade de processos ◊ Melhoria dos processos ◊ Avaliação da qualidade ◊ Documentação ◊ Qualidade do processo de negócio ◊ Qualidade dos serviços de apoio ◊ Qualidade nos fornecedores • Resultados obtidos • Satisfação dos clientes Pág. 18 de 86 ◊ Requisitos e expectativas dos clientes ◊ Gestão de relacionamentos com o cliente ◊ Padrões de serviços ◊ Solução de reclamações ◊ Comparações e resultados de pesquisas As pesquisas devem ser realizadas sem interferências para que possam emitir resultados fidedignos com a realidade do seu corpo de trabalho. Por isso, normalmente são contratadas empresas terceirizadas para realizar essas pesquisas. A pesquisa é realizada em três fases: • 1ª fase: Pesquisa da avaliação dos elementos relacionados ao público interno, de forma qualitativa e exploratória, utilizando roteiros nas entrevistas. • 2ª fase: Mensurar e analisar os resultados da pesquisa exploratória. • 3ª fase: Utilizar dados das fases anteriores para identificar os principais questionamentos e problemas para determinar as ações futuras na organização. Figura 8 – Etapas da pesquisa organizacional ETAPAS P R O D U TO S COMO TRANSFORMAR OS RESULTADOS EM PLANO DE AÇÃO Relatórios quantitativos qualitativos Análise PESQUISA Plano de ação por dimensão Recomendações PLANO Acompanhamento das ações Pesquisas pontuais AÇÃO Fonte: pt.slideshare.net Pág. 19 de 86 Saiba mais “Quando uma empresa faz uma pesquisa de clima organizacional, ela recebe uma série de dados sobre a liderança, o engajamento, e até a produtividade dos funcionários. Mas, o que fazer com tantas informações?” Conheça os próximos passos nessa matéria do site Great place to work publicada em 8 de abril de 2016 por Christh Teixeira, disponível em: <https://www.gptw.com.br/institucional/noticias/pesquisa-de-clima- e-plano-de-acao.htm>. Disponível em: <https://www.gptw.com.br/institucional/noticias/pesquisa-de-clima-e-plano-de-acao.htm>. Acesso em: 7 jun. 2018. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) O desenvolvimento das atividades laborais muitas vezes pode expor os colaboradores da empresa a riscos relacionados à sua saúde, seja ela física, mental ou social. A saúde e o trabalho atualmente têm sido integrados, pois afetam diretamente o colaborador e o resultado das organizações. No ambiente do trabalho, qualidade de vida, saúde e ergonomia associa-se à ética da condição humana. A atitude ética compreende desde a identificação, eliminação, neutralização ou controle dos riscos ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de relações de trabalho, carga física e mental requerida para cada atividade, implicações políticas e ideológicas, dinâmica da liderança empresarial e do poder formal ou informal, o significado do trabalho em si até o relacionamento e satisfação das pessoas no seu dia-a-dia. (FRANCA, 2010, p. 167). Assim, para que os funcionários possam cada vez mais contribuir para a melhoria da performance organizacional, é necessário garantir que o ambiente de trabalho seja sempre saudável e que haja qualidade de vida no trabalho. Figura 9 – Ambiente de trabalho saudável Fonte: Rawpixel.com / shutterstock Pág. 20 de 86 Algumas situações de doenças no ambiente laboral são: • Estresse • LER (lesão por esforço repetitivo) e Dort (doença ocupacional relacionado ao trabalho) • Distúrbios cardíacos e respiratórios • Distúrbios de visão • Depressão A qualidade de vida no trabalho está relacionada à percepção de bem-estar que os colaboradores possuem ao desenvolver a sua atividade de laborar em uma determinada organização. Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho é definida como a capacidade de administrar o conjunto de ações, incluindo diagnostico, implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho alinhada e construída na cultura organizacional, com prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas da organização. (FRANCA, 2010, p. 167). Por outro lado,é importante ressaltar que a adoção de programas de qualidade de vida socialmente responsáveis não pode ser confundida com práticas paternalistas (HANASHIRO; TEIXEIRA; ZACCARELLI, 2008, p. 100). Isso ocorre porque a qualidade de vida no trabalho (QVT) envolve valores ambientais e humanos que não são considerados no ambiente produtivo, que se preocupa apenas com a quantidade e qualidade produzida, e não com o bem-estar de seu funcionário. A QVT foi criada com base nos conceitos de ciências relacionados às áreas de saúde, ecologia, ergonomia, psicologia, economia, sociologia, administração e engenharia, conforme imagem a seguir. Pág. 21 de 86 Figura 10 – Relação entre ciências e qualidade de vida no trabalho Saúde expectativas de vida Ecologia ecossistema/ desenvolvimento sustentado Ergonomia conforto e desempenho Psicologia afetos e valores pessoais Economia desfronteirização Sociologia influências simbólicas QVT Administração velocidade e mudanças Engenharia tecnologia e produção enxuta Fonte: Franca (2010, p. 171). A gestão da qualidade de vida no trabalho pode ser caracterizada da seguinte maneira: • Está relacionada à imagem corporativa e deve ser declarada na missão e política organizacional. • Define os objetivos, metas e produtividade organizacional, e está relacionada às responsabilidades e atribuições das lideranças empresariais com relação à saúde do trabalhador. • Está relacionada às boas práticas de bem-estar associadas às questões de competitividade, produtividade e desenvolvimento da organização. Para a gestão da qualidade de vida no trabalho, as ferramentas mais utilizadas são: • Diagnóstico de clima organizacional • Grupos para a gestão da QVT • Indicadores da QVT • Avaliações associadas a relatórios médicos, incidentes e insatisfações • Identificação de perfil sociofamiliar • Pesquisa de opinião da comunidade • Requisitos legais de saúde e segurança no trabalho • Avaliação de desempenho dos funcionários A qualidade de vida no trabalho, após a identificação da situação da empresa e a execução de ações, deve ser avaliada constantemente para garantir a manutenção da saúde organizacional. Para isso, devem ser estabelecidas ferramentas, como indicadores, para auxiliar na gestão da qualidade de vida no trabalho, bem como em seu controle. Pág. 22 de 86 Afirma França (2010, p. 173) que “Indicadores são ferramentas de planejamento e decisão que permitam clareza de critérios, objetividade de avaliação, facilidade de levantamento de informações, visibilidade de dados, efeitos de determinadas ações”. Com os indicadores é possível entender a capacidade estratégica, gerencial e operacional da QVT. A utilização deles permite que a gestão de pessoas envolvidas com a QVT possa amadurecer, tanto em conceitos quanto na metodologia. A construção de indicadores envolve alguns critérios. Na visão biopsicossocial, os critérios para a construção de indicadores são: • Critérios organizacionais. Ex.: ◊ Imagem ◊ Treinamento e desenvolvimento ◊ Processos e tecnologia ◊ Comitês de decisão ◊ Ausência de burocracia ◊ Rotinas de pessoal • Critérios biológicos. Ex.: ◊ Semana interna de prevenção de acidentes ◊ Controle de riscos ergonômicos - PPRA ◊ Ambulatório médico ◊ Ginástica laboral ◊ Comissão - CIPA ◊ Saúde - PCMSO • Critérios psicológicos. Ex.: ◊ Recrutamento e seleção ◊ Avaliação de desempenho ◊ Clima organizacional ◊ Gestão de carreiras ◊ Salários e promoções • Critérios sociais. Ex.: ◊ Convênios ◊ Folgas ◊ Cesta básica ◊ Previdência privada ◊ Incentivo a cursos Pág. 23 de 86 Figura 11 – Critérios bem utilizados têm como resultado um bom clima organizacional Fonte: shutterstock.com / cvorovic No Brasil, os critérios de qualidade de vida mais utilizados, segundo Walton (1975 apud FRANCA, 2010, p. 174), estão relacionados: • à compensação justa e adequada; • a condições de trabalho; • à integração social na organização; • à oportunidade de crescimento e segurança; • ao uso e desenvolvimento das capacidades pessoais; • à cidadania; • ao trabalho e espaço total de vida; • à relevância social do trabalho. No entanto, não há apenas uma metodologia para a criação de indicadores de QVT. Cada empresa pode considerar diversos fatores, de acordo com a sua cultura organizacional. Portanto, podem ser considerados também aspectos para a criação de indicadores: • Carreira • Clima organizacional • Integração entre as pessoas da organização • Produtos ecologicamente corretos • Cultura No entanto, na QVT há algumas questões críticas que devem ser abordadas nesta disciplina por gerarem impactos nas discussões sobre suas influências. Os fatores culturais da gestão da qualidade de vida no trabalho são: • Visão de pessoa: Consolidando a gestão de pessoas, a visão de pessoas envolve os vínculos e estrutura da vida pessoal, os fatores socioeconômicos, metas empresariais e as pressões organizacionais. • Produtividade: Quanto maior a produtividade, maior a tendência da exploração da mão de obra. No entanto, a tecnologia facilita não somente a comunicação, mas a segurança das atividades laborais. • Legitimidade: É o conjunto formado pela justiça e qualidade, que é aceito como tomada de decisão pela maioria e considera a aceitação da opinião das minorias e o respeito aos direitos e deveres. Pág. 24 de 86 • Perfil do gestor: O gestor deve inserir na sua formação algumas informações que possam suprir as demandas da QVT. • Cultura organizacional: O ambiente laboral pode ser melhorado, ou não, a depender da cultura organizacional, ou seja, quando houver a melhoria da cultura organizacional, possivelmente haverá melhoria na QVT. A avaliação da qualidade de vida no trabalho (QVT) pode ser realizada a partir de entrevistas, observações das condições de trabalho e avaliação de documentos. Em caso de entrevistas podem ser realizados questionamentos sobre: • Esforço físico e repetição ◊ Repetitividade das tarefas ◊ Utilização de força física ◊ Trabalho contínuo • Pressão no trabalho ◊ Hora extra ◊ Tempo de refeição ◊ Meta de produtividade ◊ Competição no ambiente de trabalho • Aspectos da qualidade de vida • Fatores de stress ◊ Exaustão e atividades realizadas ◊ Dificuldades na tomada de decisão ◊ Irritabilidade ◊ Depressão ◊ Insônia ◊ Distúrbio de alimentação (falta de apetite ou fome em excesso) • Condições ambientais no trabalho ◊ Ruído ◊ Calor intenso ◊ Frio intenso ◊ Umidade ◊ Luminosidade ◊ Falta de ventilação ◊ Vibrações ◊ Desconforto ◊ Postura Pág. 25 de 86 Esses questionários podem auxiliar na identificação de questões específicas de QVT e, consequentemente, nas tomadas de decisão para a melhoria do ambiente de trabalho. Outra forma de avaliação das condições de trabalho é analisar os riscos de trabalho a partir das atividades desenvolvidas. Esse levantamento inclui: • Identificar as atividades que serão realizadas por cada trabalhador • Descrever os riscos para cada função • Propor sistemática de: ◊ controle ◊ reparação ◊ acompanhamento Figura 12 – Formato do questionário Fonte: Jirsak / shutterstock GESTÃO POR COMPETÊNCIAS A base para a gestão de pessoas é a gestão por competência. Anteriormente, o conceito de postos de trabalho com atividades padronizadas e burocráticas tinha como principal base a qualificação do colaborador. A qualificação para desempenho de atividades em postos de trabalhos considera: • Atuação na estabilidade da atividade econômica • Concorrência localizada • Lógica predominante da indústria, com processos e padrões produtivos estabelecidos • Emprego formal e base sindical • Organização com base em postos de trabalho com tarefas prescritas e programadas • Foco no processo O conceito de competência surge com a intensificação da evolução tecnológica e da concorrência, principalmente após 1990, quando as organizações se deparam com as novas lógicas de trabalho, Pág. 26 de 86 caracterizadas pelabaixa previsibilidade das tarefas e intensa informatização. (MASCARENHAS, 2009, p. 178). Com a necessidade de tomar decisões de forma mais assertivas e com a presença de variáveis cada vez mais independentes, busca-se um novo perfil de colaborador que esteja mais preparado para as diversidades impactantes na organização. A função de postos de trabalho passa a ser substituída por ações multidisciplinares originárias de um conhecimento específico e individual de um colaborador da empresa, surgindo assim o conceito de competência. Competência é o conjunto de habilidades, formação, treinamento e experiência que permitem que o funcionário desenvolva suas atividades com excelência. A capacidade de aplicar na prática os conhecimentos teóricos caracteriza a competência de um determinado colaborador. Sendo assim, a competência para desempenho de atividades na organização considera: • Atuação na baixa previsibilidade de negócios e atividades • Ampliação da abrangência da concorrência • A lógica predominante de serviços • Relações de trabalhos informais e flexíveis • Relação das atividades com metas, delegação de responsabilidades e multifuncionalidade • Foco nos resultados Neste conceito pode-se então encontrar dois tipos de competências: • Competências individuais • Competências coletivas ou organizacionais Competências individuais As competências individuais estão relacionadas às competências dos profissionais da empresa. Alguns conceitos de competências individuais definem que: • Competência é a capacidade ou aptidão para resolver qualquer assunto (Dicionário Aurélio). • Competência é a qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidade ou força para determinada atividade (Dicionário Webster). Resumindo os dois conceitos, pode-se definir que, para uma pessoa ser competente, deve possuir não somente o conhecimento, mas a habilidade de aplicar esse conhecimento. Pág. 27 de 86 Em alguns lugares (Inglaterra, por exemplo), a competência pode ser caracterizada em input e output. O input está relacionado a toda forma de entrada de conhecimento, tais como treinamentos, formação e experiência. O output é a aplicação dessas entradas, gerando um resultado. As competências podem ser de três tipos: • Competências de negócio: São competências relacionadas à estrutura e gestão do negócio e da atividade-fim da organização, bem como sua relação com o mercado. • Competências técnicas: São conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser realizado; • Competências sociais: São competências relacionadas a atitudes que sustentam os comportamentos das pessoas e à capacidade de interagir com outras pessoas. São exemplos de competências individuais: • Proatividade • Raciocínio indutivo • Capacidade de pensar de forma abstrata • Criatividade • Relacionamento interpessoal As competências individuais são desenvolvidas por meio do aprendizado individual. O aprendizado será abordado no tópico T&D (treinamento e desenvolvimento). Competências organizacionais Como afirma Fernandes (2014, p. 49), “As competências individuais, articuladas a outros recursos, ajudam a construir competências organizacionais”. A competência de uma empresa ou e uma de suas unidades não equivale à soma das competências de seus membros. Nesta área, o valor do capital [de competências] depende não tanto de seus elementos construtivos, mas da “qualidade da combinação ou da articulação” entre esses elementos (LE BOTERF, 2003 apud MASCARENHAS, 2009, p. 185). Sendo assim, as competências organizacionais são o resultado das relações entre recursos, tais como: • recursos humanos • recursos tecnológicos • recursos organizacionais Pág. 28 de 86 As principais competências organizacionais são: • Representações compartilhadas: É o compartilhamento de um sistema comum de referências baseadas no cotidiano. • Comunicação: É o estabelecimento de uma linguagem operativa comum aos colaboradores que integram a equipe às práticas diárias. • Cooperação: É o compartilhamento de conhecimentos e o fazer coletivo. Os indivíduos interagem para um objetivo comum. • Aprendizado coletivo: É o aprendizado resultante das experiências individuais ou coletivas no contexto corporativo. As competências organizacionais são divididas em: • básicas: contribuem decisivamente para a sobrevivência da organização. • seletivas: contribuem para a diferenciação da empresa no mercado competitivo, permitindo posicionamentos bem-sucedidos. • essenciais: são de difícil imitação e contribuem com o pioneirismo, a diferenciação e a liderança da empresa no mercado competitivo. Figura 13 – As competências são integradas Fonte: Lightspring / shutterstock Além de entender como cada tipo de competência pode ser caracterizada, é importante saber como elas podem ser integradas. Sendo assim, pode-se relacionar as competências individuais e coletivas com a estratégia organizacional, como mostra o quadro a seguir: Pág. 29 de 86 Quadro 1 – Relação entre estratégia, competências coletivas e competências individuais Estratégia Competências organizacionais Competências individuais Excelência operacional Redução de custos Qualidade nos processos de produção Excelência na distribuição Orientação a custos Orientação à qualidade Planejamento de produção Capacidade de negociação Operação de sistemas de produção Liderança em produtos Inovação de produtos Excelência em pesquisa e desenvolvimento Inovação e monitoramento tecnológico Monitoramento de mercado Desenvolvimento de marca e imagem corporativa Capacidade de inovação Capacidades interpessoais: comunicação, persuasão, negociação, questionamento Liderança e trabalho em equipe Orientação aos clientes Flexibilização, customização e qualidade do processo produtivo Monitoramento tecnológico e de mercado Desenvolvimento de marca e imagem Relacionamento com clientes Excelência em apoio pós-venda. Criatividade e flexibilidade no trato interpessoal Capacidades interpessoais: comunicação, persuasão, negociação, questionamento Autonomia e visão estratégica Liderança e trabalho em equipe Fonte: Adaptado de Mascarenhas (2009, p. 194-5). Uma vez conhecidas as competências, faz-se necessário entender a gestão por competências. “Trata-se de uma sistemática alternativa à análise e a gestão da atuação, dos relacionamentos e da contribuição dos indivíduos à organização segundo critérios de desempenho, com base no conceito de competência.” (MASCARENHAS, 2009, p. 196). Pág. 30 de 86 É o alinhamento básico entre as competências individuais e coletivas que colocam a gestão por competências como base para a gestão de pessoas. Logo a gestão por competências tem como objetivo incorporar de maneira sistematizada as competências dos indivíduos aos critérios de avaliação e regulação para fins da gestão por pessoas [...]. A adoção de gestão por competências permite a reorganização da função gestão de pessoas para termos um sistema integrado baseado em novos critérios para a avaliação, a comparação e o acompanhamento dos indivíduos nas organizações. (MASCARENHAS, 2009, p. 199). Quadro 2 – Sistema integrado de gestão por competências Desenvolvimento de pessoas O desenvolvimento dos indivíduos seria entendido como o desenvolvimento de suas competências, vistas como estoque de conhecimentos e padrões de entrega. As pessoas se desenvolvem na medida em que lidam com atribuições e responsabilidades de maior complexidade. A gestão por competências requer que facilitemos o desenvolvimento das competências individuais de maneira a viabilizar a aprendizagem organizacional. Remuneração Sistemas de remuneração por competências associariam o desenvolvimento das competências dos indivíduos aos seus níveis de compensação. O conceito de complexidade pode ser considerado um critério de mensuração legítimo para diferenciar as contribuições das pessoas. (HIPÓLITO, 2000). Avaliaçãode desempenho Adotar a gestão por competências implica avaliarmos as competências das pessoas segundo critérios de desempenho associados ao desenvolvimento dos indivíduos da organização. Desempenho passa a ser conceituado como “conjunto de entregas e resultados de determinada pessoa para a empresa ou o negócio” (DUTRA, 2004, p. 69). Administração de carreiras e movimentações de pessoas A gestão por competências substitui paradigmas tradicionais de progressão nas carreiras, que passa a depender do desenvolvimento e do crescimento das responsabilidades e da complexidade da atuação individual, o que não necessariamente coincide com o crescimento na estrutura hierárquica. Salienta-se a importância do conceito de espaço organizacional. À medida que o indivíduo se desenvolve assumindo responsabilidades de maior complexidade, amplia-se o seu espaço organizacional, situação esta que deve estar atrelada ao seu crescimento salarial. Pág. 31 de 86 Recrutamento e seleção de pessoas A gestão de pessoas por competências requer que os indivíduos recrutados e selecionados demonstrem compatibilidade com a organização em termos de habilidades e conhecimentos que lhes permitam atuar de forma efetiva no desenvolvimento organizacional. O potencial para o desenvolvimento individual paralelo ao organizacional passa a ser valorizado. Fonte: Adaptado de Mascarenhas (2009, p. 200-1). A avaliação de competência será abordada no próximo item, que é a avaliação de desempenho (AD). AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO (AD) Em uma organização é fundamental conhecer o seu capital humano e entender como ele pode contribuir para o crescimento da organização seja na execução de suas atividades individuais, seja no resultado global. Para que isso ocorra é importante avaliar os colaboradores não só dentro de uma função específica, mas também no desempenho global. É bastante simples imaginar que todas as organizações necessitam de sistemáticas de avaliação capazes de acompanhar o crescimento das pessoas que nela exercem suas atribuições. Contudo, a questão é: de que forma é possível obter um acompanhamento eficiente e, ao mesmo tempo, fazer um link (ligação) com os propósitos maiores não só das unidades a que essas pessoas estejam vinculadas, mas também com o propósito da organização como um todo?” (ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 148). As avaliações de desempenho são realizadas por vários motivos: • Servir de base para a tomada de decisão do gestor com relação a aumentos, remanejamentos, demissões e promoções. Isso, no entanto, precisa ser feito com transparência. • Nortear a área de treinamento e desenvolvimento levando em consideração os conhecimentos, habilidades e atitudes. As informações de AD (avaliação de desempenho) serão importantes para a programação dos treinamentos e das ações de desenvolvimento. • Com a avaliação de desempenho, as pessoas podem ter um feedback mais claro das suas ações. • O acompanhamento do desempenho de pessoal possibilita o entendimento da sua dinâmica e a identificação dos pontos críticos, positivos e negativos da organização. As razões citadas são importantes para a decisão em aplicar a avaliação de desempenho. Alguns cuidados devem ser tomados na prática da AD: Pág. 32 de 86 • A avaliação de desempenho não deve estar relacionada a atuações passadas específicas ou acontecimentos recentes, para que não haja a ideia de uma punição ou recompensa. • Não se deve avaliar somente o resultado final, e sim levar em conta todo o processo. • A avaliação deve obedecer a critérios de forma transparente e justa. O colaborador não pode se sentir injustiçado com relação aos demais que estão sendo avaliados nos mesmos critérios. • Os avaliadores devem realizar a mensuração de maneira uniforme. Devido às diferenças entre as gerências, é difícil padronizar a avaliação, no entanto, deve-se cuidar para que isso não interfira nos resultados. • A avaliação deve ser consistente. Deve ser baseada em fatores pertinentes à realidade e que agregam valor. • O avaliador não pode basear toda a avaliação em características específicas do avaliado de forma a influenciar na análise das outras características. • Não há como nivelar as pessoas, pois cada colaborador possui competências diferenciadas, sendo necessário abordagens específicas para cada um deles. • A implementação da avaliação de desempenho (AD) deve estar relacionada aos seus objetivos. Na Figura 14 tem-se os cuidados na avaliação de desempenho de forma resumida. Figura 14 – Cuidados na avaliação de desempenho Avaliar o desempenho Cuidados - Quanto à participação das pessoas; - Quanto às ênfases; - Quanto ao processo; - Quanto ao grupo de avaliadores; - Quanto à consistência da avaliação; - Quanto ao avaliador; - Quanto ao avaliador em relação aos avaliados; e - Quanto às formas de implementação. Fonte: Araujo e Garcia (2009, p. 154). Uma vez aplicada, a avaliação de desempenho tem por finalidades: • avaliar qualitativamente o valor das pessoas para a empresa onde trabalham; • identificar pontos fortes e fracos, e com isso propor melhorias para a mão de obra laboral; Pág. 33 de 86 • identificar elementos de avaliação subjetivos, o que torna possível gerar subsídios para outras atividades relacionadas à gestão de pessoas; • recolher informações sobre o quadro funcional, identificar potenciais talentos e identificar o que as pessoas geram para a organização; • repetir as avaliações de desempenho de forma frequente. Na Figura 15 tem-se as finalidade da avaliação de desempenho de forma resumida. Figura 15 – Resumo da avaliação de desempenho Processo de AD Finalidades - Identificar o valor das pessoas para a organização; - Desenvolver talentos; - Fornecer informações essenciais; - Tornar transparente a relação entre avaliadores e avaliados; e - Abastecer as organizações com avaliações periódicas. Fonte: Araujo e Garcia (2009, p. 155). Com isso, pode-se dizer que as vantagens para a aplicação da avaliação de desempenho (AD) estão relacionadas: • à descoberta de novos talentos; • ao feedback para as pessoas da organização; • ao direcionamento dos esforços da organização; • ao aprimoramento da qualidade de vida; • à contextualização das pessoas na estrutura organizacional; • à utilização do coaching. Por outro lado, a avaliação de desempenho possui algumas limitações ou pontos fracos: • Como situa as pessoas na estrutura organizacional, possibilita questionamentos por parte do colaborador quanto a promoções e aumentos salariais. • Como o processo é conduzido por gerentes, pode dar acesso a informações inadequadas sobre comportamentos de superiores, tornando o processo vulnerável. • As pessoas que não estão envolvidas diretamente não possuem a oportunidade de opinar, defender ou discutir sobre o processo, o que leva a uma exclusão dos não envolvidos. Pág. 34 de 86 • Como não há mecanismos internos que garantem a periodicidade das análises, há uma dificuldade em manter as avaliações periódicas. • Por estar sendo alvo constante de avaliações, o corpo laboral pode começar a inibir seu potencial criativo, com receio de que isso possa prejudicar a sua avaliação. • A individualização dificulta a avaliação do trabalho em grupos. De qualquer forma, mesmo com as dificuldades citadas, é importante ter uma estrutura bem definida para tentar minimizar os pontos fracos da avaliação de desempenho. Para executar corretamente o processo de avaliação de desempenho, é necessário conhecer um pouco mais sobre as competências vistas no tópico anterior. Segundo Fernandes (2014, p. 83), o modelo mais comum a ser utilizado para a avaliação de desempenho engloba: 1. Para identificação e desenvolvimento de competências • Análise do negócio • Análise da intenção estratégica • Análise de fatores-chave de sucesso • Identificação das competências organizacionais • Identificação dos recursos constitutivos das competências organizacionais • Identificação das competênciashumanas • Implementação de ações para seu desenvolvimento 2. Para identificação e desenvolvimento de competências • Definição do modelo de mensuração corporativo • Definição do modelo de mensuração para áreas/processos • Alinhamento dos modelos de competência e desempenho Para a avaliação de desempenho é necessário identificar, ou seja, perceber ações positivas ou negativas de pessoas na empresa e remanejar esses colaboradores para atender a suas necessidades. O remanejamento será realizado de acordo com o desempenho. Outro item a ser considerado é a mensuração que vai determinar como a avaliação de desempenho será relacionada a padrões de medidas. Como o desempenho de um funcionário é subjetivo, a mensuração visa tornar essa avaliação objetiva, facilitando o procedimento. A mensuração utiliza três perspectivas: Pág. 35 de 86 • Desenvolvimento: Quanto maior o desenvolvimento de um colaborador, mais apto ele está para absorver mais atividades em um determinado período de tempo. Isso não está relacionado à quantidade de atividades, e sim à complexidade delas. • Esforço: O esforço é uma variável instável, pois depende da motivação de cada um. Logo, é fundamental considerar algo além do esforço individual para o desempenho. • Comportamento: Entender os comportamentos pessoais que afetam o ambiente da organização é fundamental, e a avaliação deve abranger diversas realidades e fontes no intuito de minimizar a subjetividade da análise. São as principais formas de implantação da mensuração: • Escalas gráficas • Observação direta • Listas de verificação ou checklists • Pesquisa de campo • Incidentes críticos • Avaliações por escrito • Métodos comparativos • Padrões de trabalho • Escolhas forcadas • Avaliações por objetivos (APO) • Avaliação 360 graus • Balanced scorecard (BSC) Não verdade não há apenas uma forma de avaliação de desempenho confiável. Faz-se necessário combinar alguns dos sistemas de avaliação para ter resultados mais confiáveis. Pág. 36 de 86 Figura 16 – O feedback é muito importante para o funcionário Fonte: Cartoon Resource / shutterstock TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Na administração de pessoas é fundamental incentivar que o colaborador melhore suas capacidades para desenvolver suas habilidades, tanto nas empresas quanto para o mercado competitivo. A área de treinamento e desenvolvimento vem atendendo a esta demanda no sentido de aprimorar as competências dos colaboradores, uma vez que treinar permite o acesso a mais informações, e o desenvolvimento é a resposta que o colaborador dá ao estímulo do treinamento. Há diferenças entre treinamento e desenvolvimento. Essa diferença é importante na medida em que é necessário considerar os diferentes níveis de aprendizado para capacitar o ser humano para trabalhar. (MILKOVICH; BOUDRAU, 2000 apud FRANCA, 2010, p. 88). Apesar de serem complementares, os conceitos de treinamento e desenvolvimento são diferentes. Treinamento é um processo sistemático para promover a promoção de habilidades, regras, conceitos e atitudes que busquem a melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais. (MILKOVICH; BOUDRAU, 2000 apud FRANCA, 2010, p. 88). Pág. 37 de 86 O objetivo do treinamento é ajudar o funcionário a desenvolver habilidades já existentes ou adquirir novas. É importante que o treinamento tenha foco na excelência organizacional. O treinamento é, portanto, um investimento na excelência das suas atividades e, como tal, possui custos associados. Os principais custos a serem considerados no treinamento são: • Custos no fornecimento do treinamento • Custos na avaliação de eficácia • Cursos da perda de produção, no caso de o treinamento ocorrer durante o processo produtivo • Custo da gestão do conhecimento, no caso do funcionário que, após o treinamento, saiu da empresa Por outro lado, os benefícios de treinamentos são: • aumentar as habilidades disponíveis para a empresa, aumentando a produtividade e qualidade. • gerar flexibilidade na empresa, o que permite resposta à mudança em tecnologia e processos. • elevar o grau de motivação dos colaboradores. Os objetivos para a realização de treinamentos, seja individuais ou corporativos, estão associados à formação profissional, especialização e reciclagem. A formação profissional visa atingir um grau de capacitação com base no qual a atividade laboral é desenvolvida. A especialização busca um aprofundamento na área de trabalho com o objetivo de melhorar os resultados. Por fim, a reciclagem tem como ação rever e atualizar conceitos, conhecimentos e práticas laborais. Para cada necessidade da empresa, diferentes treinamentos são estruturados, como: • Formação inicial: A formação inicial permite que, assim que contratado, o funcionário comece a desenvolver as suas atividades organizacionais e, para isso, a formação inclui: ◊ Informações sobre a política ◊ Informações sobre procedimentos ◊ Visita às instalações ◊ Apresentação aos colegas de trabalho ◊ Detalhamento do emprego, tais como: remuneração, benefícios, condições de trabalho e deveres • Treinamento no trabalho: os treinamentos no trabalho, também chamados on-the-job, são caracterizados pelo fato de os funcionários receberem informações durante a execução de suas atividades, ou seja, eles recebem informações enquanto estão produtivos e podem ser complementados com tutorias e rodízios de funções. • Treinamento fora do trabalho: o treinamento fora do trabalho faz com que os funcionários, ao deixar o ambiente laboral, estejam em uma estrutura de treinamento em outras instituições, muitas vezes tendo contato com outras pessoas diferentes do seu ambiente de trabalho. Pág. 38 de 86 O processo de treinamentos deve envolver a área de recursos humanos e as demais áreas da empresa. Figura 17 – Treinamento é tempo para aprender Fonte: Ivelin Radkov / shutterstock No setor de RH, os planos de treinamento interagem com algumas áreas: • A área de recrutamento e seleção é responsável por enviar à área de treinamento as informações sobre capacitação de novos funcionários. • A área de acompanhamento e avaliação informa sobre promoções e vagas, cuja necessidade de capacitação justifica o treinamento. Por outro lado, analisa também as informações relacionadas à avaliação de desempenho que servem de base aos treinamentos escolhidos. • A área de administração de cargos e remuneração é responsável pela informação sobre os cargos, bem como por seus requisitos de competência. • A área de controle de pessoal informa sobre escolaridade, idades e questões trabalhistas que podem impactar, ou não, em capacitações específicas. • A área de administração de benefícios permite a troca de informações sobre as questões sociofuncionais. Logo, nos recursos humanos, várias áreas são envolvidas para que os planos de treinamento sejam aderentes e possam gerar resultados. O processo de treinamento é dividido em algumas etapas: • Definição das competências • Definição do perfil das pessoas • Identificação e validação de talentos • Elaboração do planejamento • Validação e avaliação do treinamento O planejamento prévio está relacionado principalmente com as questões administrativas e logísticas, tais como espaço físico, metodologia do treinamento, detalhes administrativos de participantes, logística de instrutores e o cronograma das atividades. Antes de pensar em treinamentos específicos para os colaboradores, é necessário criar uma estrutura de relação entre os cargos envolvidos e as necessidades de competências. Para isso, Pág. 39 de 86 deve-se levantar, para cada cargo, as competências (CHA – conhecimentos, habilidade e atitudes) necessárias para a sua investidura. Além de identificar as competências, deve-se ordená-las conforme a importância para que possam ser gradativamente supridas. Saiba mais Você sabe o que é o CHA em administração? Figura 18 – CHA C: ConhecimentoH: Habilidade A: Atitude COMPETÊNCIA Saber Saber fazer Treinamento teórico Treinamento prático Querer fazer Depende do profissional Fonte: http://jorgenca.blogspot.com.br/2015/06/conhecimento-habilidade-atitude.html Veja a explicação no vídeo indicado: <https://youtube.com/pClgYAe1qX4> Após essa identificação e ordenação, deve-se alinhar o perfil dos colaboradores aos cargos a que eles pertencem. Por meio da análise de documentos do colaborador, de observação do seu trabalho e de avaliações realizadas pelo supervisor, é possível identificar o perfil dos funcionários. Além de conhecer cada perfil de funcionário, é interessante que a empresa consiga identificar os potenciais talentos, ou seja, aqueles colaboradores cujo potencial pode ser desenvolvido e que trarão muitas vantagens para a empresa. Com todas as informações, torna-se possível realizar o planejamento de treinamentos para que o aprendizado organizacional ocorra. A aprendizagem é a mudança no comportamento da pessoa pela incorporação de novos hábitos, atitudes, conhecimentos e habilidade. [...] A aprendizagem constitui um evento interno, não observável, que é inferido por meio do desempenho das pessoas (FRANCA, 2010, p. 97-8). Pág. 40 de 86 Os tipos de aprendizado são: • Educação formal, considerando ensino fundamental, médio e universitário, bem como as extensões universitárias e pós-graduações. • Cursos específicos para o desenvolvimento de conhecimentos restritos e específicos. • Leitura dirigida, em que há o monitoramento de leituras de textos pelo instrutor e cabe ao estudante o aprofundamento dessa leitura. A aprendizagem pode ser individual ou organizacional. Enquanto a aprendizagem individual foca no desenvolvimento do indivíduo, a organizacional pode ser conceituada como cultura do desenvolvimento de indivíduos nas empresas que envolve – não só os conhecimentos individuais, mas também informações sobre ambientes internos e externos, bem como a determinação dos comportamentos que tornam o aprendizado efetivo. A aprendizagem organizacional pode ocorrer com o intuito de resolver problemas, testar novos conhecimentos, rever as experiências passadas e tirar lições, fazer com que o conhecimento circule e utilizar experiências de outros para desenvolver novas soluções (benchmarking). “Um pressuposto a respeito da aprendizagem organizacional é que o conhecimento pode ser transferido entre indivíduos e equipes e unidades organizacionais.” (FLEURY; OLIVEIRA JÚNIOR, 2008, p. 274). O aprendizado organizacional pode ser entendido a partir da figura a seguir. Figura 19 – Estrutura de aprendizagem Nível mais baixo Programas de sucesso Sistemas gerenciais Nível mais alto Ausência de aprendizagem Esquemas organizacionais Habilidades de discriminaçãoQuadro de referênciaSistemas de crenças Memória Valores e normas Experimentação (Inovação) Fonte: Fleury e Oliveira Júnior (2008, p. 274). Pág. 41 de 86 A aprendizagem organizacional é dividida em dois níveis: a aprendizagem no nível mais baixo e no nível mais alto. Os níveis de aprendizagem estão relacionados ao tipo de empresa a ser aplicado. A aprendizagem no nível mais baixo (explícito) está relacionada ao aprendizado das atividades cotidianas e pode ser codificado e explicado, gerando procedimentos operacionais padronizados a partir de sistemas gerenciais e programas de sucesso. A aprendizagem no nível mais alto está relacionada às missões organizacionais e às normas geradas por novos modelos de referência, habilidades e desconstrução de aprendizados antigos, mesmo que bem-sucedidos. O conhecimento tácito ou inconsciente está envolvido nesta aprendizagem, que é a capacidade de confirmar na memória organizacional e nas capacidades de entendimento os esquemas organizacionais, incluindo as habilidades de separação (discriminação) da organização. Complementarmente, o aprimoramento de habilidades pode ocorrer através de treinamentos práticos que podem ocorrer através de: • Workshops ou oficinas de trabalho • Programas de simulações • Tarefas cotidianas Os treinamentos comportamentais, por outro lado, podem ser realizados por meio de: • grupos de avaliações de desempenhos, em que, a partir de grupos formados por afinidades, sem mistura de grupos hierárquicos, é possível avaliar os desempenhos individuais e coletivos. • orientação por um facilitador, em que um facilitador, tutor ou coach orienta o indivíduo com relação aos seus comportamentos e sobre como melhorá-los. Sendo assim, para que o planejamento seja realizado completamente, deve-se considerar: • Necessidades a ser supridas pelo treinamento e o resultado esperado • Custo e retorno do investimento • Responsável pelo programa de treinamento Por fim, é necessário validar e avaliar o planejamento. O treinamento só é efetivo se, além da sua ocorrência, gerar resultados benéficos para a organização. Por isso, todo treinamento deve ser avaliado em relação ao aprendizado e à quantificação. Esta pode ocorrer através de testes e, posteriormente, através da avaliação da eficácia de treinamento. A avaliação da eficácia de treinamento pode ser realizada com base na ISO10015. Pág. 42 de 86 Curiosidade: A ISO 10015 foi editada em 1999 pela International Organization for Standardization - ISO. No Brasil, uma norma equivalente foi editada e considerada válida a partir de 30.5.2001, a norma ABNT NBR ISO 10015:2001 Gestão da Qualidade - Diretrizes para treinamento. “A função desta Norma é fornecer diretrizes que possam auxiliar uma organização a identificar e analisar as necessidades de treinamento, projetar o treinamento, executar o treinamento, avaliar os resultados do treinamento, monitorar e melhorar o processo de treinamento, de modo a atingir seus objetivos. Esta Norma enfatiza a contribuição do treinamento para a melhoria contínua e tem como objetivo ajudar as organizações a tornar seu treinamento um investimento mais eficiente e eficaz.” Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ISO_10015> A empresa, após a avaliação, deve ter a percepção de que o retorno do que foi gasto foi maior do que os custos efetivos do treinamento, considerando custo do treinamento, redução na produção e tempo gasto. Com base nesta análise, poderão ser determinadas outras perspectivas para liberação de recursos para treinamento e, consequentemente, para desenvolvimento. Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui, além do treinamento, a carreira e outras experiências (MILKOVICH; BOUDRAU, 2000 apud FRANCA, 2010, p. 88). Desta forma, o desenvolvimento do indivíduo está relacionado com a forma com que ele aplica nas suas atividades um conhecimento mais elaborado a partir de treinamentos e práticas com o intuito de melhorar e estruturar sua carreira. O treinamento e o desenvolvimento em uma empresa sempre ocorrem de forma alinhada com os objetivos organizacionais. “É muito difícil listar todas as razões que levam qualquer empresa ao processo de treinar e desenvolver seu pessoal.” (ARAUJO; GARCIA, 2009, p. 99). Pág. 43 de 86 Figura 20 – Conhecimento Fonte: Black Jack / shutterstock As principais razões são: • Novas metas de expansão, admissão e desligamento, o que gera aprimoramento do conhecimento organizacional. • Identificação de gargalos que necessitam de mão de obra qualificada. • Falhas de comunicação, que geram necessidades de melhoria nos processos. • Remanejamento de pessoas, o que gera necessidade de atualização das pessoas remanejadas. • Modernização organizacional, principalmente com relação a máquinas e equipamentos, e, com isso, a necessidade de pessoas capacitadas a operá-las. • Funcionários com menor conhecimento que os exigidos pelo cargo. • Complexidade dos processos, o que exige mais qualificação da mão de obra. • Decisão da alta direção e comprometimento.• Diagnóstico da organização. Dentre vários objetivos descritos anteriormente, as finalidades da área de T&D são: • Adequação de pessoas à cultura organizacional • Mudanças de atitudes • Desenvolvimento de pessoas • Adaptação das pessoas à modernização da empresa • Utilização do aprendizado humano para gerar resultados à empresa • Preparação das pessoas para remanejamento • Disseminação de informações • Redução nos custos As principais vantagens da área de treinamento e desenvolvimento são: • Ganho de competitividade • Melhoria da qualidade • Identificação dos pontos fortes e fracos do capital humano • Capacitação do capital humano • Aumento da lucratividade e produtividade da empresa • Racionalização de procedimentos Pág. 44 de 86 • Clima organizacional saudável • Redução de desperdício e retrabalho No entanto, nem sempre é fácil a implantação de um programa de treinamento e desenvolvimento. Algumas das limitações da aplicação são: • Mobilização de recursos para o programa • Dificuldade de disseminação na empresa • Resistência do corpo de trabalhadores • Dificuldades em mensurar o crescimento individual • Incerteza quanto à continuidade do programa • Dificuldades no remanejamento de pessoas • Condução das pessoas com habilidades acima do necessário • Dificuldade de recolocação no mercado Desenvolver um programa de treinamento e desenvolvimento (T&D) estruturado é fundamental para que ele funcione. Sendo assim, as etapas do processo de T&D são: • Etapa 1: Diagnose. Nem sempre as necessidades de treinamento e desenvolvimento estão claras e precisam ser identificadas ou diagnosticadas. Para isso serão realizados levantamentos sobre: ◊ as capacitações necessárias para resolver um problema específico. ◊ os objetivos gerais do treinamento. ◊ perfis das pessoas que devem ser treinadas. ◊ o momento em que cada colaborador será treinado. • Etapa 2: Planejamento. Nesta etapa, as informações levantadas na diagnose serão transformadas para atingir as metas. Os critérios relacionados ao planejamento são: ◊ meios e modos de implantar treinamento e desenvolvimento com os recursos disponíveis; ◊ identificação dos comportamentos a serem modificados; ◊ definição dos conteúdos; ◊ meios e modos de ensino; ◊ definição da dimensão do programa; ◊ definição do período; ◊ definição do local; ◊ identificação das pessoas que deverão ser treinadas; ◊ identificação do que será avaliado após o treinamento. Pág. 45 de 86 • Etapa 3: Implementação. Nesta etapa será colocado para funcionar o que foi diagnosticado e planejado anteriormente. Logo, devem ser considerados na implantação: ◊ Qualidade dos participantes ◊ Qualidade dos recursos ◊ Facilidades de comunicação viabilizando o conteúdo do programa, bem como suas informações específicas ◊ Comprometimento da alta gestão, principalmente na liberação de recursos ◊ O programa deve estar alinhado às demandas que, como são temporárias, podem ser modificadas • Etapa 4: Avaliação. A avaliação de todas as etapas implementadas devem ser consideradas. Sendo assim, as etapas do processo de T&D podem ser representadas abaixo Quadro 3 – Etapas de um processo de T&D Diagnose Planejamento Levantamento das necessidades Programa de T&D Execução de T&D Análise dos resultados Verificação dos resultados Verificação do alcance dos objetivos Resultados satisfatórios Resultados insatisfatórios Aplicação dos programas Análise dos problemas de produção O que treinar e desenvolver? Em que treinar e desenvolver? Como treinar e desenvolver? Quanto treinar e desenvolver? Quem treinar e desenvolver? Análise dos objetivos da empresa Análise dos problemas de produção Análise da avaliação de desempenho Implementação Avaliação Fonte: Araújo e Garcia (2009, p. 119). GESTÃO DO CONHECIMENTO As organizações são baseadas em pessoas que, a partir de suas competências, transformam informações em produtividade. O grande desafio das empresas é justamente como gerir os conhecimentos gerados na empresa para que ela se torne mais competitiva. O processo desta gestão depende, no entanto, de alguns conceitos determinados a seguir: • Dado: Elemento que não evidencia nenhuma mensagem completa. Exemplo: azul, lápis. • Informação: Conjunto de elementos (dados) inter-relacionados que transmitem uma mensagem específica. Exemplo: Na casa há um lápis azul. Pág. 46 de 86 • Conhecimento: É a análise de uma informação e sedimentação a partir de conhecimentos anteriores. A cada formação, treinamento ou experiência há um aprofundamento dos conhecimentos de cada pessoa. • Fonte de conhecimento: Os conhecimentos podem ser adquiridos a partir de cursos, tutorias, TVs, viagens e outros. • Potencial mental: É a velocidade de uma pessoa para aprender, bem como a capacidade de aprendizagem. O que não é aprendido é perdido. • Aprendizado: Capacidade de assimilar informações, gerando conhecimento. No tópico anterior foram discutidos aspectos do aprendizado. Figura 21 – Potencial mental Fonte: Lightspring / shutterstock Os conhecimentos são divididos em: • Conhecimento operacional: adquirido nas ações do dia a dia da empresa e que podem ser padronizados. • Conhecimento inovador: gerado a partir do questionamento dos conhecimentos operacionais, permitindo a criação de novas soluções, produtos e processos. Dificilmente são padronizados. Os tipos de conhecimento são: • Conhecimento individual: gerado pelo indivíduo de forma única. • Conhecimento coletivo: gerado por uma empresa ou um grupo de pessoas. Isso ocorre normalmente a partir de reuniões ou discussões. • Conhecimento implícito (tácito): gerado de forma inconsciente, ou seja, ainda não foi explicado. • Conhecimento explícito: gerado pela repetição de rotinas. • Conhecimento de fluxo: gerado a partir de uma situação. Normalmente, decorre de experiências e a aplicação pode ser imediata. • Conhecimento de estoque: gerado a partir de uma programação e que será utilizado no futuro. O conhecimento possui algumas características: • Transferibilidade: capacidade de o conhecimento ser transferido. • Agregação: capacidade de o conhecimento que foi transferido ser agregado pelo receptor. • Apropriabilidade: habilidade do proprietário de um recurso ou conhecimento receber pelo valor criado pelo seu recurso. • Especialização: como a habilidade de armazenar conhecimento pelas pessoas é limitada, faz-se necessário que os indivíduos os realizem de forma especializada. Pág. 47 de 86 • Importância: o conhecimento é a principal fonte de valor para a produção e deve agregar valor para o processo produtivo. O conhecimento pode ser relacionado com a estratégia competitiva ao se considerar: • as definições sobre os conhecimentos que serão desenvolvidos pela empresa. • as formas de compartilhamento do conhecimento entre as empresas. • as formas de proteção do conhecimento estratégico. Falconi (1995, p. 31) afirma que “O processo de aquisição de conhecimento pelas pessoas é denominado processo cognitivo e foi amplamente estudado por Abraham H. Maslow”. O processo de aquisição de conhecimento envolve o desenvolvimento da motivação, o desenvolvimento das habilidades e a mudança da maneira de pensar. O indivíduo, a partir de sua motivação (motivos para uma determinada ação), busca aprender para desenvolver melhor suas habilidades. Nesta incorporação de conhecimentos, pode haver a possibilidade de mudar a forma de pensar. Muitas vezes, até, é necessário mudar a forma de pensar para aprender. Ainda na abordagem do conhecimento, ele pode, na estrutura organizacional, ser o meio ou ser o fim. O conhecimento como objeto visa gerar o conhecimento. Neste caso, a empresa utiliza seus recursos para aprimorar as suas informações. Por outro lado, o conhecimento como processo visa aprimorar o conhecimento como parte do processo produtivo. O conhecimento tem sido base do estudo de vários itens desta disciplina, tais como competências
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