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28/10/2020 Amochamento e descorna de bezerros leiteiros | Carla Bittar | MilkPoint
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Amochamento e descorna de bezerrosAmochamento e descorna de bezerros
leiteirosleiteiros
POR CARLA MARIS MACHADO BITTAR
CARLA BITTAR
EM 29/01/2018
44 MIN DE LEITURA
Início > Colunas > Carla Bittar > Amochamento e descorna de bezerros leiteiros
Atualizado em 29/01/2018
Por Carla Maris Machado Bittar e Mariana Gavanski Coelho*
A retirada do chifre dos bovinos é frequente em todo o mundo e tem por justi�cativa evitar a ocorrência
de lesões e acidentes entre os animais e aos tratadores. Além disso, permitir que maior número de
animais tenha acesso ao comedouro, facilidade de manejo e transporte e diminuição da competição e
dos comportamentos de dominância.
Essa remoção pode ser realizada através do amochamento ou da descorna. O amochamento consiste
na destruição das células queratogênicas que ainda não se fundiram ao crânio e, portanto, é realizado
em animais com até dois meses de idade; após essa idade o procedimento é cirúrgico, chamado de
descorna que tem por objetivo amputar o corno já formado e fundido (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura anatômica do botão queratogênico que dará origem ao corno e corno já formado e
fundido ao crânio em bovinos.
Fonte: Adaptado de Cardoso (2014).
Independente da prática, ambas causam um forte estímulo mecânico, químico ou térmico devido à lesão
tecidual aplicada de forma aguda e com alta intensidade. Segundo uma pesquisa realizada com
veterinários neozelandeses, o amochamento ou  descorna, juntamente com a castração, são
considerados os procedimentos mais dolorosos e que acarretam maior prejuízo ao desempenho dos
bezerros (Laven et al., 2009). E por esse motivo, a mitigação da dor se torna essencial. Assim, sempre
que possível, a experiência da dor não deve ser sentida ou deve ser minimizada, o que inclui o uso de
fármacos assim como métodos adequados de contenção do animal são contidos a �m de assegurar o
bem-estar.
Os animais de produção não são propensos a demonstrar reação a um estímulo doloroso como parte de
sua estratégia evolutiva, já que são presas e, portanto é impossível compreender o que estão realmente
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vivenciando através de sua linguagem (Currah et al., 2009). Por esse motivo, a �m de evitar que o
sofrimento passe despercebido é necessário instituir o “principio da analogia”, de que a dor vivenciada
por seres humanos seja da mesma forma dolorosa para os animais.
Porém, frequentemente práticas são realizadas sem o apoio de qualquer tipo de analgesia ou anestesia,
com base em argumentos econômicos, de falta de mão-de-obra, procedimento doloroso de curta
duração ou status subdesenvolvido do sistema neurológico dos animais. Contudo, a implementação de
legislações por pressão da sociedade e consumidores com o intuito de assegurar o bem-estar dos
animais, tem mudado esse cenário em diversos países.
A intensidade e a duração do estímulo doloroso são de grande importância na determinação do
medicamento a ser utilizado no tratamento da dor, assim como seu mecanismo de ação. Apesar do
maior número de analgésicos disponíveis para uso veterinário, além do maior interesse e preocupação
na mitigação da dor, o quanto disso se converte no controle efetivo da dor ainda é incerto.
Anestesia
A anestesia geral ou sedação apenas é obrigatória no procedimento de descorna cirúrgica e tem por
objetivo auxiliar na contenção do bovino, porém não elimina o desconforto induzido pela dor e por isso
seu uso deve estar associado a anestesia local. O uso da anestesia local se tornou obrigatória pela
Resolução n°877, de 15 de fevereiro de 2008, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em
ambos procedimentos, e deve ser aplicada próximo ao nervo cornual (Figura 2) para correta
sensibilização. A lidocaína (2 ou 5%) é o anestésico local mais utilizado em ruminantes no pré-
operatório.
Figura 2- Representação da localização do nervo cornual e sua insensibilização com aplicação de
anestesia local.
Fonte: Cardoso (2014); Farmers Weekly (2012).
A mensuração da dor nos animais, geralmente é realizada através da concentração de cortisol
plasmático circulante e salivar. E, portanto em trabalhos desenvolvidos para avaliar o efeito da aplicação
de anestesia local, e a combinação com anti-in�amatórios (AINES) em procedimentos de amochamento,
obtiveram respostas de diminuição da concentração de cortisol durante a ação do anestésico local,
entretanto a concentração do hormônio aumentava a medida que o fármaco era dissipado, tornando
necessário a associação de AINES (Milligan et al., 2004; Vickers et al, 2005).
Analgesia
Drogas anti-in�amatórias são amplamente utilizadas e imprescindíveis na maioria desse tipo de prática
realizadas rotineiramente nos animais, visando aliviar a condição in�amatória, sendo a principal
ferramenta no tratamento da dor. Em adição à analgesia, são conhecidos por seus efeitos anti-
in�amatórios e antipiréticos.
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Estudos têm demonstrado os benefícios da analgesia preemptiva (aplicação pré-operatória que irá
auxiliar na dor e desconforto pós-operatório) sendo essa uma das maiores inovações na mitigação da
dor em bovinos e ovinos. Os fármacos mais efetivos incluem o �unexin-meglumine, cetoprofeno,
fenilbutazona e carprofeno, que é um fármaco especí�co.
Animais que recebem AINE antes da descorna em associação ao anestésico tendem a demonstrar
melhora na frequência dos comportamentos de dor e maior ganho de peso nos dias subsequentes,
demonstrando a e�ciência desses fármacos no combate à dor pós amochamento, seja por ferro quente
ou pasta cáustica.
Práticas de amochamento
O procedimento de amochamento tanto por ferro quente/elétrico ou através de cauterização química
(uso de pastas cáusticas) deve ser realizado em animais com idade inferior a dois meses, pois nesse
período o botão cornual que dará origem ao chifre ainda está �utuante na pele, o que facilita a prática de
remoção e o processo de cicatrização, diminuindo o trauma ao qual o animal é submetido e evitando
complicações pós-operatórias como as sinusites.
A cauterização química com uso de pasta cáustica causa dor intensa com elevados níveis de cortisol
por até 6 horas, contudo causa dor por menos tempo quando comparado ao uso de ferro quente.
Figura 3- Aplicação de pasta cáustica para amochamento.
Fonte: Ag Animal Health, (2010).
A pasta cáustica deve ser aplicada apenas no botão cornual com prévia tosa dos pelos. O uso de
quantidade excessiva pode fazer com que o produto escorra pela pele ocasionando lesões, inclusive nos
olhos. Outra forma de prevenir as lesões na pele é criar um circulo de contençãocom pomada à base de
bálsamo (Figura 3), evitando que a pasta cáustica escorra para área indesejada.
Algumas pesquisas apontam que o amochamento com ferro quente tende a elevar em até cinco vezes a
resposta de dor, além de apresentar cicatrização mais lenta e, portanto que demanda maiores cuidados.
No entanto, com o uso de anestesia e analgesia adequadas, as concentrações de cortisol tendem a se
manter normais.
Para o uso de ferro quente, o pelo também deve ser previamente retirado do local, e quando o ferro
estiver candente, deve ser pressionado sobre o botão córneo, evitando utilizar força excessiva. O
equipamento deve ser movimentado circularmente, de forma cuidadosa para que a pele não seja
queimada, e então o botão será extraído. A queimadura não deve ser aprofundada para que não atinja
estruturas do crânio (Figura 4). Após o procedimento pomada cicatrizante e repelente deve ser utilizada
para facilitar o processo de cicatrização.
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É
CARLA MARIS MACHADO BITTAR
Prof. Do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP
Figura 4- Amochamento por ferro quente.
Fonte: Farmers Weekly (2012).
Conclusão
Independente da descorna ser um procedimento rápido e que soluciona diversos problemas associados
ao manejo, a dor provocada pela prática é signi�cativa e causa diversos prejuízos ao desenvolvimento do
animal. Práticas para redução da dor, como uso de anestésicos, analgésicos e anti-in�amatórios  devem
adotadas a �m de garantir o bem-estar das bezerras e manter o desempenho animal.
Referências
LAVEN, R. A.  et al. Results of a survey of attitudes of dairy veterinarians in New Zealand regarding painful
procedures and conditions in cattle. New Zeland Veterinary Journal, Palmerston North, v. 57, p. 215-220,
2009.
CURRAH, J. M.; HENDRICK, S. H.; STOOKEY, J. M. The behavioural assessment and alleviation of pain
associated with castration in beef calves treated with �unexin meglumine and caudal lidoicaine epidural
anesthesia with epinephrine. The Canadian Veterinary Journal, Ottawa, V.50, p. 375-382, 2009.
MILLIGAN, B. N. et al. The utility of ketoprofen for alleviating pain following dehorning in young dairy
calves. . The Canadian Veterinary Journal, Ottawa, V.45, p. 140-143, 2004.
VICKERS, K.J.; NIEL, L.; KIEHLBAUCH, L.M.; WEARY, D.M. Calf response to caustic paste and hot-iron
dehorning using sedation with and without local anaesthetic. Journal of Dairy Science, v.88, p.1454-1459,
2005.
CANNOZI, M. E. A. Castração e descorna/amochamento em bovinos de corte: revisão sistemática e
meta-análise. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
* Aluna de mestrado em Ciência Animal e Pastagens, ESALQ/USP
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