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Caso Concreto 7 - PRATICA CIVIL

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DA ARAÇATUBA-SP
(10) LINHAS
MARIA (SOBRENOME), brasileira, viúva, profissão, portadora do RG n. xxx e CPF n. xxx, residente e domiciliada na rua Bérgamo, nº 123, apto 205, Araçatuba/SP, CEP n. xxx, endereço eletrônico, representante legitima do senhor MARCO (SOBRENOME), vem, respeitosamente perante V.Ex.ª, através de seu advogado ao final subscrito (Procuração em anexo), com escritório de advocacia, endereço completo, onde recebe intimações e notificações sob pena de nulidade para efeito do artigo 105,106 I e 77,V do Código de Processo Civil, com fulcro nos artigos 927, 944 do Código Civil, propor, AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS, em face de ROBERTO (SOBRENOME), brasileiro, estado civil, comerciante, portador do RG n.xxx e CPF n. xxx, residente e domiciliado (Endereço Completo), Recife/PE, CEP n. xxx, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos passa a expor:
I- GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Preliminarmente, requer a autora, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto da Lei 1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.
II- AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A, AUTORA, vem com o devido acatamento perante V.Exª, no sentido de busca e pacificação do conflito, requerer que seja designada a Audiência de Conciliação, fixada no artigo 334 do CPC, determinando o dia e a hora e assim intimando o RÉU, a comparecer para todos os fins de direito.
III- FATOS
O Marcos, esposo de Maria (AUTORA), caminhava por uma Rua na cidade de Recife-PE, quando foi a tingido por um aparelho de ar -condicionado que era manejado de forma imprudente per Roberto (RÉU), que é comerciante e proprietário de uma padaria. Marcos, ainda vivo, mas gravemente ferido, foi encaminhado a um hospital particular. Contudo, em virtude da gravidade dos ferimentos, o mesmo veio a óbito após a internação por um dia. 
A AUTORA, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda repentina e trágica do seu esposo, tive que se deslocar até a cidade de Recife – PE para efeituar o translado do corpo de volta para casa, na cidade de Araçatuba – SP, onde ocorrera o sepultamento. O falecido não deixou filhos, sendo que o mesmo já possuía 50 anos de idade , era o único responsável pelo seu sustento e de sua esposa, e conseguia obter renda media mensal de um salário mínimo, obtida através de muito esforço com serviços de pedreiro.
Todo o desenrolar do caso resultou em gastos hospitalares que somaram o total de R$ 3.000,00, junto com os gastos com transporte do corpo e funeral cujo valor consolidou -se em mais R$ 3.000,00. Cumpre relatar que no desfecho do inquérito policial que fora instaurado por ocasião do fato, o laudo da perícia técnica apontou como causa da morte, traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. O RÉU foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo.
IV- FUNDAMENTOS
Diante dos fatos acima narrado fica evidente a responsabilidade civil do RÉU, uma vez que cometeu um ato ilícito causando dano à AUTORA, alias danos permanente, pois o ato causou a morte de seu esposo, assim tem a obrigatoriedade de repara-lo, independente de culpa conforme o artigo 927 do Código Civil. Além do mais, em se tratando de responsabilidade civil, a doutrina é unânime no sentido de que não existe responsabilidade civil sem a produção de um dano. Para que o agente seja responsável por um ressarcimento, é necessária a produção daquele, ou seja, como o RÉU agiu com imprudência e houve o dano ele é obrigado a repara-lo. Na mesma esfera Maria Helena Diniz leciona;
“Os elementos da responsabilidade civil: existência de uma ação, comissiva ou omissiva; ocorrência de um dano moral ou patrimonial causado à vítima; e nexo de causalidade entre o dano e a ação, o que constitui o fato gerador da responsabilidade civil, e no caso em questão se enquadra nos requisitos da responsabilidade civil”.
Assim como o artigo 186 do Código Civil, afirma que aquele, por ação ou omissão voluntária, negligencia ou imprudência violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ou seja, no caso em questão o REU cometeu uma imprudência, então terá que ressarci o dano material já causado assim como os danos morais, uma vez que a AUTORA perdeu seu esposo que era o único que provia seu sustento.
Além disso, o artigo 948 do Código Civil, afirma que em caso de homicídio, a indenização consiste sem excluir outras reparações, ou seja, o RÉU devera repor os gastos que a AUTORA teve com o hospital devido a internação do seu esposo, assim como os gastos fúnebres, como o traslado até a cidade onde iria ser sepultado o corpo.
Cabe ressaltar Excelência, que a AUTORA terá direito ao dano moral e material do artigo 944, assim como ao dano emergencial no valor de 6 mil referente aos procedimentos hospitalares e fúnebres, gastos que a AUTORA teve, quando ocorreu o acidente com seu esposo. Ademais a Constituição Federal consagrou o direito à reparação por danos materiais e morais no art. 5º, incisos V e X, sendo este preceito elevado à condição de cláusula pétrea, podendo inclusive serem cumuladas as indenizações por danos materiais e morais quando oriundos do mesmo fato, conforme a Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça, de 17.03.1992.
Lembrando ainda Excelência que o artigo 648 inciso II, afirma que caso de homicídio o autor do fato deve prestar o alimentos para as pessoas a quem o morto as provia, levando em conta a provável duração da vida da vitima, ou seja, de acordo com o IBGE, a estimativa de vida de um homem é de aproximadamente de 72 anos, e no caso em questão o RÉU deverá prestar pensão mensal á AUTORA, pelo tempo de 22 anos, que seria o tempo estimado que seu esposo viveria se não tivesse sofrido o homicídio causado pelo RÉU. 
Vejamos então a seguinte jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FERIADO LOCAL. COMPROVAÇÃO. ATO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO. I - O presente feito decorre de ação que objetiva indenização por danos materiais e morais em decorrência de assassinato dentro de estabelecimento prisional. Na sentença, julgou-se procedente o pedido. No Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, a sentença foi parcialmente reformada. II - A Corte Especial, no julgamento do AREsp n. 957.821, em 20/11/2017, chegou à conclusão de que, na vigência do Código de Processo Civil de 2015, não é possível a pretensão de comprovação da tempestividade após a interposição do recurso. III - Agravo interno improvido.
(STJ - AgInt no AREsp: 1362697 MA 2018/0236381-1, Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento: 05/02/2019, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/02/2019).
Portando Excelência, assim como a jurisprudência acima citado, julgou a ação de indenização por danos, procedente, peço que esta seja com o mesmo resultado uma vez, que se trata de situação parecida com esta, assim como, a argumentação já citada acima com todos os artigo da lei.
V- PEDIDO
Antes ao exposto a AUTORA, vem com o devido acatamento, perante Vossa Excelência, REQUERER;
a) Gratuidade de justiça conforme Lei 1.060/50;
b) Designação da audiência de conciliação, devendo ser designado o dia e a hora para comparecimento das partes, que devem ser intimados da feito;
c) Citação dos RÉU, para responder os termos da ação, querendo, sob pena de não o fazendo ser-lhe aplicação a pena de confissão revelia quanto a matérias de fato;
d) Procedência da AÇÃO DE IDENIZAÇÃO POR DANOS, com a responsabilidade civil, incluído danos morais, matérias e emergenciais, na forma da fundamentação;e) Pensão mensal, de um salário mínimo, referente a 22 anos, que serio a idade media do falecido se não sofresse o homicidio já mencionado;
f) Pedido Emergencial no valor de R$ 6,000 ( seis mil reais)
g) Ônus de sucumbência.
VI- PROVAS
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidas, principalmente pela oitiva de testemunhas, documentos e tudo o que se fizer necessário ao esclarecimento da verdade.
VII- VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor da soma dos pedidos de R$6.000.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Araçatuba / DATA/ SP
ADVOGADO
OAB/SP

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