Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros Técnica asséptica - Dantas INFECÇÃO • Russo e Mariani (1965) • Relação saprofítica entre ser humano e bactérias → a quebra desse equilíbrio é a infecção • Complicações também podem ser econômicas e sociais • Germes possuem patogenicidade = capacidade do MO de produzir malefícios ao homem; ex: a pneumonia hospitalar é muito mais grave que a pneumonia comunitária devido à maior patogenicidade do agente • Infecção causa aumento de 7,3 dias o tempo de internação • Tipos de contaminação o Direta → contato (cirúrgica) o Indireta → vetor (ar, roupas, alimentos); traje tríplice o A cirurgia com o paciente contaminado é sempre a última do dia, para evitar o risco de contaminação ASSEPSIA: Toda manobra realizada para manter o doente e o ambiente cirúrgico livre de germes • Extremos de idade = maior vulnerabilidade para infecção • Diabetes, desnutrição, corticoides (uso crônico), neoplasias • Tempo cirúrgico e internações prolongadas • Doentes com infecção prévia • Cuidados de enfermaria: alimentos, curativos • Banho na véspera da cirurgia • Tricotomia: 1,5h antes da cirurgia → ocorrem pequelas lesões na pela que podem se infectar de um dia para o outro; evitar uso de gilete • Troca de roupa + lençol (evitar cobertores, roupas anteriores • Não apresentar infecção ativa (exceto em casos de urgência): infecção respiratória alta, infecção urinária • Banho • Roupas de lavagem pré-cirugica • Gorros e toucas • Máscaras: Von Mikulicz-Radecki (1896) → prevenção de gotículas de saliva, respiração no campo cirúrgico (TR e boca são ambientes muito contaminados) o Trocar a cada 3h o Abranger a boca e o nariz o Evitar espirros, expiração forçada, tosse o Máscaras descartáveis de polipropileno ou poliéster = 97,3% de eficácia; as máscaras de pano são muito inferiores A manobra da assepsia 1. Lavagem das mãos e do antebraço → escovação remove a flora transitória e reduz a flora permanente (não é possível eliminar, o que exige o uso de luvas) 2. Aventais cirúrgicos (Neuber, 1882) • De algodão, tramas densas (para não transferir a umidade para a pele do operador), não impermeável ao vapor • Golas mangas e parte inferior são as áreas mais suscetíveis para contaminação 3. Luvas: • Halsted (1889): encorpou luvas nos partos → observou queda da mortalidade materna; Bloodgood (1894) → aceitação na comunidade científica TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros ANTI-SEPSIA: destruição dos germes em tecidos vivos Compostos não halogenados: SABÕES → fraco para cirurgia • Sais de sódio ou potássio de ácidos graxos de cadeia longa • Ação: Gram + e BAAR (bacteriostáticos) • Sintéticos: são acrescentados compostos quaternários de amônio – “Zephirol” → ação: Gram + e - PROVA: ÁLCOOL ETÍLICO • 70 e 90% → álcool absoluto • Desnatura a proteína das bactérias • Álcool isopropílico mais eficaz • Adição de glicerina → evitar o ressecamento da pele Compostos halogenados: TINTURA DE IODO: 1 a 2% de iodo e iodeto de potássio em álcool 70% → “álcool iodado”: usado na pele íntegra (causa lesão em mucosa); é bactericida PROVA: IODO ELEMENTAR (“povidini”) + PVPI (moléculas de polivinil-pirrolidona): • É bactericida; • Nas formas de tintura (fixa na pele) e de degermante (espuma) ÁCIDO HIPOCLOROSO → pouco utilizado HEXACLOROFENO: composto bifenólico - bacteriostático CLORETO DE BEZALCÔNIO PROVA: GLUCONATO DE CLOREXIDINA: Gram + e -, fungos e esporicida em altas temperaturas AGENTES OXIDANTES: água oxigenada 10 e 20 vol; E permanganato de potássio; fracos ÍONS METÁLICOS: Hg e Ag; fracos FORMALDEÍDO • Solução aquosa a 37°C (formalina) → ar e ambiente • Forma sólida (triximetileno) → pastilhas, serras, trépanos etc. Tempo > 20h • OBS: substâncias líquidas → uso desaconselhável Usados em materiais que não podem ser submetidos ao calor! ÓXIDO DE ETILENO (C2H4O) • Inflamável • Cryoride e Carboxide • Material não autoclável ÓXIDO DE PROPRILENO (C3H6O): menos explosivo; não autoclável • Degermação da pele com antiséptico na forma de sabão degermante (forma espuma) • Inicia na região da incisão = área mais limpa → área mais contaminada • Tempo mínimo de 5 minutos utilizando compressa e luva estéril → evitar que as bactérias do operador passem para o paciente • Não é necessário avental nesse momento, paramentação completa TÉCNICA OPERATÓRIA | Victória Ribeiro de Medeiros • “Pintar o doente”: anti-séptico na forma de tintura → fixação do anti-séptico na pele do paciente • Inicia da área mais limpa (área da incisão) para a mais infectada • Após, os campos cirúrgicos são colocados → após três horas, a colônia de bactéria permanente volta a crescer • Necessária paramentação completa ESTERILIZAÇÃO: manobra realizada para garantir ausência de qualquer forma de vida • Lavagem do material o Manual: água fria com detergente o Ultrassom: passagem de alta frequência na água o Geralmente utilizado calor ou radiações • Quando o material é enviado para a esterilização, este deve possuir o menor número de MO possível • Tempo de ação: Tempo de penetração (TP) + Tempo de manutenção (TM) + Tempo de segurança (TS) CALOR SECO • Oxidação do protoplasma celular • Flambagem: não efetiva! • Estufa: resistores elétricos e termostatos • Forno infravermelho (urologia) → não é mais tão utilizado quanto antes; hj em dia CALOR ÚMIDO • Fervura = não efetivo! • Autoclave = calor sob pressão • Arsenal → local onde o material esterilizado é guardado; o material fica envolto em dois campos; o tempo máximo de armazenamento é de 7 dias TEMPERATURA TP TM TS TEMPO TOTAL ESTUFA 160°C 15 a 20min 30min 15min 60 a 65min AUTOCLAVE 775mmHg 121°C 3min 12min 0min 15min 1400mmHg 132°C 1min 2min 1min 4min Check list da anti-sepsia • Retirar jóias, adornos das mãos e antebraços • Prender o cabelo e posicionar a máscara • Abrir a torneira e regular a temperatura e fluxo • Escovar as mãos, antebraços e unhas (5min) • Enxaguar abundantemente com água corrente • Fechar a torneira com cotovelo ou auxílio • Secas as mãos e antebraços com compressa estéril Check list do preparo da pele do paciente • Expor a superfície a ser preparada • Umedecer a compressa com água estéril ou SF e adicionar solução degermente • Friccionar sobre a pele durante 5min, em movimentos uniformes, da área menos contaminada para a mais contaminada, não retornando ao ponto inicial • Retirar o excesso com outra compressa Check list de lembretes gerais • Unhas curtas (LARSON, 1989) • Evitar uso de anéis com bordas ou pedras (JACOBSON et al. 1985) • Não usar unhas postiças ou esmalte nas unhas • Remover relógios, pulseiras (GOULD, 1994)
Compartilhar