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Órteses Espinhais Disciplina : Prótese e Órtese Prof. Alain Oliveira Classificação Cervicais Torácicas Toracolombares Lombossacrais Órteses para desvios posturais Órteses cervicais- CO Coluna cervical: sete vértebras, segmento mais móvel da coluna. Cabeça: centro de massa anterior ao ponto de sustentação (coluna cervical). Para ficar em posição neutra é necessário que grupos musculares posteriores mantenham uma certa tensão. Peso do crânio + ação da gravidade + ação muscular posterior = tensão no sentido crânio caudal sobre a coluna cervical (compressão das estruturas cervicais e dores locais ou irradiadas para tronco, MMSS e cabeça- cervicalgias, cervicobraquialgias ou cervicocefalalgias). Pode ser necessário o uso de órteses na fase aguda. Órteses cervicais - CO Indicação: ❖ Estimular o posicionamento cervical adequado ❖ Diminuir mobilidade local ❖ Imobilização entre a cabeça e o tronco Classificação: ❖ Colares cervicais sem apoio mentoniano ❖ Colares cervicais com apoio mentoniano ❖ Colares cervicais com apoio occipito-mentoniano-torácico ❖ Colares cervicais com halo craniano ➢Sem apoio mentoniano: • Termoplástico semirrígido. • Espuma recoberta com malha tubular. • Permitem mobilidade, mas despertam necessidade de manutenção da cabeça em posição neutra. ➢Com apoio mentoniano: • Órtese cervical rígida • Termoplástico • Prolongamento anterior apoia o mento • Maior suporte da cabeça e menor mobilidade. • Síndromes compressivas: uso noturno. ➢Com apoio occipito-mentoniano torácico: • Diminuem a mobilidade podendo chegar a total imobilização. • Materiais flexíveis ou rígidos. • Termoplásticos ou metálicos. ➢Com halo craniano: • Halo fixo a calota craniana por meio de parafusos. • Estrutura torácica única por hastes ao halo. • Única que não permite movimento em nenhum dos planos. Órteses de hiperextensão toracolombar (TLSO) Indicação: • Fraturas estáveis de vértebras toracolombares. • Fraturas estáveis lombares sem comprometimento neurológico. • Osteoporose em estado avançado com risco de fratura. Objetivo: • Estabilizar a região toracolombar em hiperextensão (força anterior no esterno e púbis e apoio na região toracolombar). • Evitar movimentos de flexão toracolombar e lombar. • Movimentos da cintura pélvica e escapular mantidos ( maior liberdade AVDS). ➢ Tipos: • Jewett • CASH Não controlam flexão lateral Cuidado com doenças que requerem maior imobilização TLSO tipo Jewett Estrutura anterior única: placa esternal, hastes laterais e placa suprapubiana. Tirantes em velcro fixadas as hastes laterais fixam a placa posterior. O apoio esternal pode ser substituído por dois apoios peitorais. O usuário não pode conseguir flexionar o tronco. TLSO tipo CASH Conhecido como colete de hiperextensão em cruz. Pontos de apoio anterior (esterno e púbis) e posterior (toracolombar) Haste vertical une pontos entre esterno e púbis. Haste horizontal fixa velcros que estão unidos a placa posterior. Permite flexão lateral: redução da estabilidade. Apoio esternal pode ser substituído por apoios peitorais. Indicado qdo não é possível usar o colete de Jewett: • seios volumosos • bolsas de colostomia Órteses de contenção e imobilização tóraco lombar (TLSO) Também conhecidas como body jacket. Confeccionadas em termoplástico com pressão abdominal e alívio em saliências ósseas ( crista ilíaca, últimas costelas, escápulas e processos espinhosos). Pré-fabricadas ajustáveis: pacientes acamados ou em PO inicial. Indicação: imobilizar a região torácica- reabsorção óssea com risco de fratura, fraturas (T7-T12), PO. Lesões torácicas mais altas: necessário associar componentes cervicotorácicos. Tipos: ❖ Knight. ❖ Taylor. ➢ Colete Knight: ❖Possui banda torácica e banda pélvica unidas por hastes laterais e posteriores. ❖Controle das movimentos no plano frontal e sagital. ➢Colete Taylor: ❖Limita flexão e extensão da coluna toracolombar. ❖Bom controle sobre a inclinação lateral. ❖Controle parcial da rotação axial. Órteses de contenção e imobilização lombossacra Objetivo: diminuir a mobilidade e dar suporte local. Podem ser flexíveis, semirrígidas ou rígidas. Compressão abdominal resulta em alívio das estruturas musculares, ligamentares e articulares da região lombar e toracolombar. Indicação: lombalgias, lombociatalgias, osteoporose avançada, PO, trauma local etc. Uso contínuo: atrofia e hipotonia. Cuidado qto a prescrição e orientação qto ao uso. Órteses para desvios posturais São empregadas no tratamento desses desvios desde os primeiros séculos. Atualmente são utilizadas como recurso terapêutico complementar associados a diversas técnicas fisioterapêuticas. Cifose dorsal acentuada: aumento da curvatura fisiológica primária encontrada nos seres humanos. Escoliose: deformidade morfológica tridimensional da coluna vertebral. Ocorre inclinação lateral das vértebras no plano frontal e rotação no plano sagital. Ângulo de Cobb A medida do ângulo da escoliose é realizada através do método de Cobb. A vértebra caudal da curva é determinada como sendo a ultima vértebra rodada para a concavidade e a vértebra apical é determinada com sendo a primeira vértebra rodada para a concavidade. Uma vez determinadas as vértebras apical e caudal de cada curva podemos medir o ângulo entre elas. Deve-se traçar uma reta tangenciando o platô superior da vértebra apical e uma tangenciando o platô inferior da vértebra caudal. Se os platôs não forem visualizados com clareza pode-se usar uma linha tangenciando os pedículos da mesma vértebra ao invés do platô. Deve-se então traçar duas retas perpendiculares as primeiras e o ângulo formado entre elas será a medida da curvatura da escoliose Órteses para cifose dorsal acentuada Causas: ❖ Fatores posturais ❖ Encunhamento das vértebras (perda da altura do corpo vertebral) ❖ Fatores neuromusculares ❖ Malformações ❖ Condições inflamatórias persistentes ❖ Traumas ❖ Osteoporose ❖ Idiopática Redutibilidade: ❖ Curvas redutíveis/funcionais ❖ Curvas irredutíveis/estruturadas Sintomatologia: ❖ Dolorosas ❖ Indolores Ângulo de Cobb>40° Compensações: ❖ Protusão da cabeça ❖ Ombros enrolados ❖ Hiperlordose cervical e lombar Colete de Milwaukee (CTLSO) Indicado para cifose dorsal acentuada Componentes: cesto pélvico em termoplástico, anel cervical, três hastes metálicas ( uma anterior e duas posteriores), almofadas torácicas. Devem ser utilizadas durante 23 horas diárias, associada a fisioterapia (RPG). Reavaliação mensal para reajustes ou reparos. Outra opção é a TLSO: não impede a protusão da cabeça. Cesto pélvico: pressão abdominal e sacral, posiciona pelve em posição neutra diminuindo a lordose compensatória. Almofadas posteriores: fixas nas hastes posteriores na altura do vértice da curvatura. Pressão no sentido posteroanterior e pequena inclinação no sentido cranial. Anel cervical: alinhado com o cesto pélvico, impede a protusão da cabeça. Colete de Milwaukee (CTLSO) Órteses para atitude cifótica Indicadas para hipercifose redutíveis ou não estruturadas. Chamadas corretores posturais ou tirantes corretores. Induz o melhor posicionamento postural na criança ou adolescente por meio da memória cinestésica. Tirantes elásticos nos ombros , cruzam-se posteriormente ao tronco e unem-se na região anterior com velcro. Dispositivos proprioceptivos, conscientização da postura correta. Tirantes com forte tensão: impedem a ação da musculatura interescapular, levando a perda de força e atrofia, aumentando a atitude cifótica. A longo prazo podem aumentar a pressão sobre a região anterior dos corpos vertebrais, causando alterações morfológicas e uma hipercifose estruturada.• Importante fazer técnicas de equilíbrio, reeducação e conscientização postural antes da órtese. Escolioses Atitude escoliótica: não apresenta rotação dos corpos vertebrais, sem gibosidade. Escoliose estruturada: apresenta rotação dos corpos vertebrais e gibosidade. Itens importantes na avaliação: ❖ Etiologia. ❖ alterações posturais. ❖ maturidade esquelética. ❖ nível da curvatura. ❖ comprimento dos membros. ❖ angulação e rotação vertebral. Etiologia Escolioses estruturadas: ❖ Idiopáticas ❖ Neuromusculares ❖ Congênitas ❖ Traumáticas ❖ Neoplásicas Atitude escoliótica: ❖ Assimetria de comprimento dos MMII ❖ Assimetrias posturais decorrentes de contraturas ao redor do quadril ❖ Assimetrias posturais antálgicas Alterações posturais Avaliação postural: visa anterior, lateral e posterior. Plano frontal: ❖ Inclinação e rotação da cabeça para um dos lados ❖ Diferença na altura dos ombros ❖ Assimetrias da caixa torácica ❖ Desvio da linha alba ❖ Assimetria do ângulo de Talles ❖ Altura das espinhas ilíacas ❖ Curva em “S” ou “C” ❖ Assimetria na altura da prega glútea ❖ Assimetria na altura da linha poplítea ➢Plano sagital: ❖Curvas associadas a escoliose: hipercifose dorsal ou hiperlordose lombar ❖Alterações nos joelhos: flexo ou recurvatum Comprimento dos membros Medição entre estruturas ósseas Escanometria Maturidade esquelética Determinada pela calcificação da epífise de crescimento visualizada na borda superior da asa ilíaca. Exame radiográfico da pelve. Risser de I-V. Pacientes com Risser V não são candidatos a órteses. A linha de calcificação aparece na boda lateral e migra para a borda medial. • Risser 0: ausência de ossificação; • Risser I: 25 % de ossificação; • Risser II: 50%; • Risser III 75%; • Risser IV 100%; • Risser V já existe fusão completa da epífise. Nível da curvatura Cervicais: ápice da curva entre C1-C6. Cervicotorácicas: ápice da curva entre C7-T1. Torácicas: ápice da curva entre T2 –T11. Toracolombares: ápice da curva entre T12 e L1. Lombares: ápice entre L2-L4. Lombossacra: ápice L5-S1. A curva principal é a que apresenta maior angulação e maior rotação vertebral. Direção da curva Descrita pelo lado convexo da curva. Dextroconvexa: convexidade a direita. Sinistroconvexa: convexidade a esquerda. Angulação ➢Método de Cobb ➢Raio-x em AP na posição ortostática Rotação vertebral ➢Deslocamento do processo espinhoso para o lado da concavidade. ➢Quanto maior o deslocamento, maior a rotação vertebral. ➢Gibosidade do lado da convexidade Órteses para escoliose Objetivo: prevenir a evolução das curvaturas e reduzir a necessidade de correções cirúrgicas. A indicação dependerá do nível, grau de curvatura, rotação do corpo vertebral e maturidade esquelética. Curvas entre 20-25° e 40-45°(método de Cobb): órtese + tratamento conservador. Curvas inferiores a 20-25°:tratamento conservador. Curvas superiores a 45°: indicação cirúrgica, principalmente se tiver comprometimento cardiorrespiratório, processos álgicos importantes e desconforto emocional. Risser de I-IV ou V com escoliose flexível e evolução. Colete de Milwaukee (CTLSO) Escolioses torácicas ou toracolombares. Deve ser utilizada durante 23h/dia (retirar apenas para banho, fisioterapia e algumas atividades esportivas). Estética não muito aceitável leva ao uso inadequado que compromete o tratamento. ❖ Espera-se com a órtese a redução de aproximadamente 50% da rotação e da angulação. ❖ Radiografar sem a órtese num período de 4-6 meses de uso para avaliar a evolução. Colete de Milwaukee (CTLSO) Cesto pélvico (pelve em posição neutra), três hastes metálicas (uma anterior e duas posteriores),anel cervical (alinhado com o cesto pélvico-alinhamento cervical), almofada axilar e almofada torácica. Almofadas: responsáveis pela correção passiva, diminuição da angulação e rotação vertebral. Devem ser checadas semanalmente. Almofada torácica: posicionada do lado da convexidade. Se houver rotação será posicionada posterolateralmente ao tronco. Almofada axilar: posicionada do lado da concavidade. Lateralmente ao tronco. Impede a depressão do ombro do lado da concavidade, realinha o anel cervical em posição neutra e com isso aumenta a pressão da almofada torácica. Colete TLSO baixo- Boston Indicado para escolioses baixas, toracolombares e lombares. Sob medida a partir de molde de gesso. Geralmente confeccionada em polipropileno. Pressões na região abdominal e sacral: pelve em posição neutra. Pressão no vértice da curvatura no plano frontal do lado da convexidade. Pressão na borda superior próxima a axila do lado da concavidade. Alívios ou recortes na região anterolateral do lado da concavidade permitem o deslocamento do segmento no sentido da correção. ➢ Melhor estética e peso reduzido quando comparado ao Milwaukee. Pode ser usado embaixo da roupa. Deve ser usado durante 23h. Colete TLSO alto Indicado para escolioses torácicas. Tem vários modelos com características próprias. Abertura anterior ou posterior, peça única ou duas peças... Se indicado para curvaturas mais altas é necessário paredes laterais mais latas ao nível axilar. Maior aceitação em relação ao CTLSO. Contraindicado para curvaturas com ápices acima de T8. King em 1983 classificou as escolioses idiopáticas em 5 grupos de acordo com o padrão da curvatura no Rx em PA. ❖ Tipo 1 – Curva em formato de S em que tanto a curva torácica como a curva lombar cruzam a linha média. A curva lombar é maior e mais rígida que a curva torácica. ❖ Tipo 2 - Curva em formato de S em que tanto a curva torácica como a curva lombar cruzam a linha média. A curva torácica é maior e mais rígida que a curva lombar. ❖ Tipo 3 – Curva torácica estruturada e uma curva lombar que não cruza a linha média. ❖ Tipo 4 – Curva longa torácica em que L5 é centrado sobre o sacro e L4 inclinam-se em direção a curva. ❖ Tipo 5 – Curva dupla torácica em que T1 está inclinada para convexidade da curva superior. Curva superior também rígida. Colete de Charleston Desenvolvido com a finalidade de reduzir o tempo de uso de 23h para 8 h durante a noite. Melhorar aceitação do paciente ao tratamento. Indicada para escolioses com curvaturas maior que 20° e menor que 45°. Posiciona o tronco em hipercorreção. Confeccionado sob medida em termoplástico. Tem como princípio a inversão da curvatura. Mantendo o paciente com uma inclinação oposta ao da curvatura. Pode ser utilizado em decúbito dorsal ou ventral, mas nunca em pé. Pode começar usando 2h e aumentar semanalmente até atingir as 8, devido a grande pressão sobre os arcos costais. A utilização apenas a noite permite a realização de atividades físicas evitando hipotrofias e hipotonias por desuso. Colete Providence Moldado com uma borda inferior baixa do lado da concavidade e uma borda superior alta do lado da convexidade. Uso noturno. Não realiza inclinação lateral contrária a curva, apenas alinha a coluna, mantendo a vértebra do vértice no eixo central. Brace dinâmico para escoliose Indicado para escolioses idiopáticas, com Risser de 0-3 e angulação de 15-45°. Uso de 20-14h. 4h de repouso devem ser divididas em 2 de 2h. Raio-x de 4-6 meses após início do uso. Um movimento de correção é executado e a órtese é aplicada de acordo com as instruções obtidas em um software específico. A tensão das faixar permite movimento de repetição e ampliação do movimento de correção durante as atividades cotidianas. Isso resulta em uma correção progressiva da curva. Latmachine
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