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MÓDULO 1 2 - Estrutura de atividades comerciais

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Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 1 – 
 
ORGANIZAÇÃO 
EMPRESARIAL 
 
 
ESTRUTURA DE ATIVIDADES 
COMERCIAIS 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 Toda e qualquer ação na criação e desenvol-
vimento de uma atividade comercial tem como 
base a plena satisfação do público-alvo a que se 
direciona, por isso, qualquer organização, institui-
ção ou formas de negócios, formal ou informal, 
deve tomar como prática a excelência da presta-
ção de serviço como norma, no modo, lugar, es-
trutural e operacionalmente, caso queira sobrevi-
ver em um ambiente competitivo. 
 
 Pela experiência prática pode-se dizer que ser-
viço ao cliente é a execução de todos os meios 
possíveis em dar satisfação ao consumidor, ofere-
cendo tantas facilidades quanto possível a fim de 
que ele adquira o bem ofertado, e tantas satisfa-
ções quanto possível em função do bem adquiri-
do. 
 
 Nesse raciocínio, a ação de pós-venda é tão ou 
mais importante que uma atuação pré-venda. Ex.: 
troca de produtos com defeitos em curto prazo é 
tão importante quanto a própria venda em si, pois 
aos olhos do consumidor o relacionamento de 
confiança com a organização não termina quando 
ele tira o produto do mercado, mas quando obtém 
a certeza de que fez negócios com pessoas sérias 
e comprometidas com seu sucesso ou com pes-
soas em quem pode confiar, que lhe darão supor-
te, seja através da troca, do suporte técnico, do 
treinamento de usuários, na entrega em domicílio 
etc. 
1. ORGANIZAÇÃO 
 
 Recorrendo ao conceito clássico, podemos 
definir qualquer organização como um conjunto de 
duas ou mais pessoas que realizam tarefas, seja 
em grupo, seja individualmente mas de forma co-
ordenada e controlada, atuando num determinado 
contexto ou ambiente, com vista a atingir um obje-
tivo predeterminado através da afetação eficaz de 
diversos meios e recursos disponíveis, liderados 
ou não por alguém com as funções de planear, 
organizar, liderar e controlar. Desta definição de 
organização, convém reter alguns conceitos fun-
damentais para a sua adequada compreensão: 
 
1. Atuação coordenada: para que exista uma 
organização, não basta que um conjunto de pes-
soas atuem com vista a atingir um objetivo co-
mum; é necessário também que essas pessoas se 
organizem, ou seja, que desenvolvam as suas 
atividades de forma coordenada e controlada para 
atingir determinados resultados. Esta coordena-
ção e controle é geralmente efetuada por um líder 
mas encontram-se muitas vezes organizações em 
que estas tarefas são efetuadas por todos os 
membros em conjunto através, por exemplo, de 
um órgão colegial. 
 
2. Recursos: representam todos os meios colo-
cados à disposição da organização e necessários 
à realização das suas atividades/tarefas. Nestes 
recursos, incluem-se os recursos humanos, os 
recursos materiais, os recursos tecnológicos, os 
recursos financeiros, a imagem de mercado e cre-
dibilidade perante o exterior. 
 
3. Afetação eficaz: os recursos organizacionais 
descritos no ponto anterior são, por definição, es-
cassos, daí que a sua alocação deva ser efetuada 
eficazmente por forma a que a probabilidade de 
atingir os objetivos predefinidos seja a maior pos-
sível. É daqui que surge a principal justificação 
para a necessidade da gestão nas organizações. 
 
4. Objetivos: Representam as metas ou resulta-
dos organizacionais pretendidos e a obter no futu-
ro ou, por outras palavras, o propósito que justifica 
toda a atividade desenvolvida ou mesmo a própria 
existência da organização. Naturalmente, todas as 
organizações devem determinar não apenas os 
seus objetivos, mas também definir as medidas e 
formas de atuação e de alocação de recursos que 
se pensam mais adequadas para os atingir. 
 
5. Contexto: Representa toda a envolvente ex-
terna da organização que, de forma direta ou indi-
reta, influencia a sua atuação e o seu desempe-
nho. Nesta envolvente externa, inclui-se o contex-
to econômico, tecnológico, sociocultural, político, e 
ainda um conjunto de elementos que atuam mais 
próximo e diretamente com a organização, tais 
como os clientes, os fornecedores, os concorren-
tes, as organizações sindicais, a comunicação 
social, entre outros. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 2 – 
 Como facilmente nos apercebemos, o conceito 
anteriormente descrito para organização, pode ser 
aplicado a qualquer tipo de organização seja ela 
empresarial ou não. A única diferença reside nos 
objetivos de base a que cada uma se propõe. 
 
 No caso das organizações empresariais, o ob-
jetivo base ou fim último será a maximização do 
seu valor para os seus proprietários conseguida 
através da satisfação de todos os seus membros 
e colaboradores e da produção e/ou distribuição 
de bens e serviços afim de satisfazer necessida-
des concretas dos seus consumidores. 
 
 Se nos referirmos a organizações não empre-
sariais como são os hospitais, as escolas, os clu-
bes, as associações sindicais, ou outras, os prin-
cipais objetivos diferem ligeiramente, embora o fim 
último seja sempre a satisfação de necessidades 
ou a defesa de interesses de um conjunto particu-
lar de pessoas ou da sociedade em geral. Desta 
forma, no caso dos hospitais, o principal objetivo 
será a saúde da população a que se destina en-
quanto que o das escolas será a aprendizagem 
dos seus alunos, o dos clubes desportivos será a 
obtenção de bons resultados desportivos e o das 
associações sindicais será a defesa dos direitos 
dos trabalhadores. 
 
1.1.EMPRESA 
 
 Empresa é um tipo específico de organização 
que se caracteriza pelo fato do seu fim último ser 
a maximização dos seus lucros; em última análise, 
numa empresa todos os restantes objetivos são 
na verdade meios utilizados para maximizar os 
lucros. No caso de uma empresa pública, o fim 
último poderá ser ligeiramente diferente e estar 
mais associado a objetivos de rendibilidade social. 
 
 A definição de empresa, no sistema brasileiro, 
filia-se ao italiano, onde o conceito jurídico de em-
presa se volta para a sua atividade comercial, 
tendo afirmado Carvalho de Mendonça a inexis-
tência de uma diferença de ambos os conceitos 
na determinação do que vem a ser uma empresa. 
Do ponto de vista jurídico inicialmente a definimos 
como a atividade desenvolvida pelo empresário. 
 
 O professor Alberto Asquini lançou um artigo 
na “Rivista del Diritto Commerciale” fazendo um 
estudo dos diversos perfis que uma empresa pode 
ter, chegando à conclusão de que o conceito de 
empresa é poliédrico, ou seja, possui várias defi-
nições diferentes dependendo do ponto de vista 
adotado. 
 
 Embora a empresa possa se apresentar sob a 
forma de uma sociedade, cabe uma ressalva so-
bre a divergência entre esses dois elementos do 
direito. A sociedade é um sujeito de direito, en-
quanto a empresa é um objeto de direito, ou seja, 
a empresa não detém personalidade jurídica, a 
sociedade sim. 
 A empresa abarca o estabelecimento empresa-
rial, ou seja, nas palavras de Fábio Ulhôa, “o con-
junto de bens que o empresário reúne para explo-
ração de sua atividade econômica”, e a atividade 
realizada dentro desse complexo, podendo ser 
dividida em espécies: empresas comerciais e in-
dustriais, empresas de serviços e empresas públi-
cas. 
 
 As empresas comerciais e industriais são as 
que mais adaptam ao conceito econômico de em-
presa, pois visam atividades comerciais. Já as 
empresas de serviços são compostas por profis-
sionais liberais com autônomos ou, então, assu-
mem a forma de sociedades civis de fins lucrati-
vos, as chamadas sociedades simples. As empre-
sas públicas já se encontram numa gama diferen-
te das empresas privadas, gozando de uma legis-
lação diferente, com seus princípios constantes na 
Constituição Federal, no art. 173. 
 
 Para se abrir uma empresa é necessário regis-
tro na junta comercial e escolha de uma das pos-
sibilidades de sua exploração, pessoa física, sob a 
forma de empresário individual, ou pessoa jurídi-
ca, como sociedadesimples ou sociedade empre-
sária, existindo uma diferença nas obrigações e 
formas de organização e controle de acordo com 
a maneira adotada. 
 
RESUMINDO: 
 
Organização: conjunto de duas ou mais pessoas 
que realizam tarefas, seja em grupo ou individu-
almente. Alguns conceitos fundamentais para a 
sua adequada compreensão: atuação coordenada 
(organizar de forma coordenada e controlada para 
atingir determinados resultados; recursos (todos 
meios colocados a disposição da organização e 
necessários a realização das suas tarefas); afeta-
ção eficaz (alocação dos recursos de forma eficaz 
para que a probabilidade de atingir os objetivos 
seja a maior possível); objetivos (metas e resulta-
dos pretendidos); contexto (toda envolvente exter-
na da organização que, de forma direta ou indire-
ta, influencia a sua atuação e seu desempenho). 
 
Empresa: Para se abrir uma empresa é necessá-
rio registro na junta comercial e escolha de uma 
das possibilidades de sua exploração: pessoa 
física ou jurídica. 
 
EXERCICIOS 
 
1- O que representam os recursos dentro de uma 
organização? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
2- O que é uma empresa? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 3 – 
2. ADMINISTRAÇÃO 
 
 A administração de empresas supõe a exis-
tência de uma instituição a ser administrada ou 
gerida, ou seja, uma Entidade Social de pessoas e 
recursos que se relacionem num determinado 
ambiente, físico ou não, orientadas para um obje-
tivo comum, estabelecido pela empresa. Empre-
sa, aqui, significa o empreendimento, os esforços 
humanos organizados, feitos em comum, com um 
fim específico, um objetivo. 
 
 As instituições (empresas) podem ser públicas, 
sociedades de economia mista ou privadas, com 
ou sem fins lucrativos. 
 
 A necessidade de organizar os estabelecimen-
tos nascidos com a revolução industrial levou os 
profissionais de outras áreas mais antigas e ma-
duras a buscar soluções específicas para proble-
mas que não existiam antes. Assim a aplicação de 
métodos de ciências diversas para administrar 
estes empreendimentos deu origem aos rudimen-
tos da ciência da administração. 
 
 Não se deve confundir a gerência de uma casa 
ou de nossa vida pessoal, que tem sua arte pró-
pria, porém empírica, com a gerência de uma ins-
tituição. A gerência de instituições requer conhe-
cimento e aplicação de diversos modelos e técni-
cas administrativas, ao passo que a gerencia pes-
soal pode ser feita por pessoas sem qualificações 
adicionais. 
 
 
 2.1. DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO 
 
 Como ciência é um ramo das ciências huma-
nas, ditas sociais, pois trata dos agrupamentos 
humanos, mas com uma peculiaridade que é o 
olhar holístico, buscando a perfeita sinergia entre 
pessoas, estrutura e recursos. 
 
 Além dos princípios específicos da ciência Ad-
ministrativa, a técnica de administrar utiliza-se de 
diversos outros ramos do pensamento humano, 
tais como: Direito, Contabilidade, Economia, Ma-
temática e Estatística, a Psicologia, a Sociologia, 
a Informática, dentre outros diversos. 
 
 Instituições de Direito Público ou Instituições de 
Direito Privado criadas com fins lucrativos ou para 
finalidades sociais, dependem da ciência da ad-
ministração para funcionarem. 
 
 Administrar é o processo de dirigir ações que 
utilizam recursos para atingir objetivos. Embora 
seja importante em qualquer escala de aplicação 
de recursos, a principal razão para o estudo da 
administração é seu impacto sobre o desempenho 
das organizações. É a forma como são adminis-
tradas que torna as organizações mais ou menos 
capazes de utilizar corretamente seus recursos 
para atingir os objetivos corretos. 
 A administração é uma ciência social aplicada, 
fundamentada em um conjunto de normas e fun-
ções elaboradas para disciplinar elementos de 
produção. A administração estuda os empreendi-
mentos humanos com o objetivo de alcançar um 
resultado eficaz e retorno financeiro de forma sus-
tentável e com responsabilidade social, ou seja, é 
impossível falar em Administração sem falar em 
objetivos. 
 
 Em síntese, o administrador é a ponte entre os 
meios (recursos financeiros, tecnológicos e huma-
nos) e os fins (objetivos). Como elo entre os re-
cursos e os objetivos de uma organização, cabe 
ao administrador combinar os recursos na propor-
ção adequada e para isso é necessário tomar de-
cisões constantemente num contexto de restri-
ções, pois, nenhuma organização por melhor que 
seja dispõe de todos os recursos e também a ca-
pacidade de processamento de informações do 
ser humano é limitado. 
 
 Administrar envolve a elaboração de planos, 
pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e lau-
dos, em que é exigida a aplicação de conhecimen-
tos inerentes às técnicas de Administração. 
 
 A Administração se divide, modernamente, em 
cinco áreas: finanças, administrativo, marke-
ting, vendas ou produção e recursos humanos. 
Alguns doutrinadores modernos inserem nessa 
divisão a TI (Tecnologia da Informação) e a P&D, 
ou seja, a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. 
Pelo fato de a Administração ter diversas ciências 
como base, o administrador disputa seu espaço 
com profissional de diferente áreas. Em finanças, 
disputa espaço com economistas e contadores. 
Em marketing, disputa espaço com publicitários. 
Em produção, disputa espaço com engenheiros. 
Em recursos humanos, disputa espaço com psicó-
logos. 
 
 A profissão de administrador é historicamente 
recente e foi regulamentada no Brasil em 9 de 
setembro de 1965, data em que se comemora o 
Dia do Administrador. 
 
 Os primeiros administradores profissionais 
(administrador contratado, que não é o dono do 
negócio) foram os que geriram as companhias de 
navegação inglesas a partir do século XVII. Se-
gundo Jonh W. Riegel, "o êxito do desenvolvimen-
to de executivos em uma empresa é resultado, em 
grande parte, da atuação e da capacidade dos 
seus gerentes no seu papel de educadores. Cada 
superior assume este papel quando ele procura 
orientar e facilitar os esforços dos seus subordi-
nados para se desenvolverem". 
 
2.2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
 Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas 
do Administrador: planejar, organizar, controlar, 
coordenar e comandar - POCCC. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 4 – 
 Atualmente, sobretudo com as contribuições da 
Abordagem Neoclássica da Administração, em 
que um dos maiores nomes é Peter Drucker, os 
princípios foram retrabalhados e são conhecidos 
como Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar 
(PODC). 
 
 Ressalte-se, então, que destas funções as que 
sofreram transformações na forma de abordar 
foram "comandar e coordenar" que atualmente 
chama-se apenas Dirigir (Liderança). 
 
 Atualmente, as principais funções administrati-
vas são: 
 
- Fixar objetivos (planejar); 
- Analisar: conhecer os problemas; 
- Solucionar problemas; 
- Organizar e alocar recursos (recursos financeiros 
e tecnológicos e as pessoas); 
- Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar); 
- Negociar; 
- Tomar as decisões (rápidas e precisas); 
- Mensurar e avaliar (controlar). 
 
 
2.3. O PAPEL DO ADMINISTRADOR 
 
 As funções do gestor foram, num primeiro mo-
mento, delimitadas como: planejar, organizar, co-
mandar, coordenar e controlar. No entanto, por 
ser essa classificação bastante difundida, é co-
mum encontrá-la em diversos livros e até mesmo 
em jornais de forma condensada em quatro cate-
gorias. São elas: planejar, organizar, liderar e con-
trolar. 
 
Planejar: "definir o futuro da empresa, principal-
mente, suas metas, como serão alcançadas e 
quais são seus propósitos e seus objetivos" , ou 
como "ferramenta que as pessoas e as organiza-
ções usam para administrar suas relações com o 
futuro. É uma aplicaçãoespecífica do processo 
decisório." 
 
 O planejamento envolve a determinação no 
presente do que se espera para o futuro da orga-
nização, envolvendo quais as decisões deverão 
ser tomadas, para que as metas e propósitos se-
jam alcançados. 
 
Organizar: pode-se constatar que [...] se fosse 
possível sequenciar, diríamos que depois de tra-
çada(s) a(s) meta(s) organizacional (ais), é neces-
sário que as atividades sejam adequadas às pes-
soas e aos recursos da organização, ou seja, 
chega a hora de definir o que deve ser feito, por 
quem deve ser feito, como deve ser feito, a quem 
a pessoa deve reportar-se, o que é preciso para a 
realização da tarefa. 
 
 Logo, "organizar é o processo de dispor qual-
quer conjunto de recursos em uma estrutura que 
facilite a realização de objetivos. 
 O processo organizacional tem como resultado 
o ordenamento das partes de um todo, ou a divi-
são de um todo em partes ordenadas." 
 
Liderar: envolve influenciar as pessoas para que 
trabalhem num objetivo comum. "Meta(s) traça-
da(s), responsabilidades definidas, será preciso 
neste momento uma competência essencial, qual 
seja, a de influenciar pessoas de forma que os 
objetivos planejados sejam alcançados." 
 
 A chave para tal está na utilização da sua afeti-
vidade, na sua interação com o meio ambiente 
que atua. 
 
 Na gestão não basta apenas ser uma pessoa 
boa, é necessário que tenha nascido para vencer, 
vitória essa que está relacionada com a busca 
constante de desafios, com a coragem de mobili-
zar-se, de assumir seu papel diante de seus pa-
res, de seus colaboradores e de seus superviso-
res. 
 
 Falar de afetividade pode significar aderir a um 
sistema de gestão de pessoas de forma parcial. 
 
 Quando se fala de gerir pessoas é importante 
ter em atenção ser competente, reconhecer com-
petência e competências. 
 
 Trabalhar ou liderar pessoas é uma tarefa ár-
dua, em que mais depressa se detectam os fra-
cassos do que os sucesso, já que no primeiro ca-
so toda a empresa se poderá ressentir, no segun-
do, o mérito é geralmente assumido de forma soli-
tária. 
 
 Trabalhar com seres humanos exige conhecer, 
compreender para posteriormente se desenvolver. 
 
 Para identificar competências, há que conhecer 
muito bem a empresa e todos os seus colaborado-
res. Desta forma, partimos para a implementação 
de todo um sistema organizado, planejado e for-
malizado com o objetivo de reter talentos, desen-
volver as capacidades individuais, prever cons-
trangimentos, e acima de tudo criar e gerir as o-
portunidades. Desta forma, motivamos todos os 
intervenientes, gerimos as suas expectativas e 
potenciamos a produtividade. 
 
 Liderar significa análise, responsabilidade e 
justiça. 
 
 Maximiano ao invés de liderar, define o terceiro 
passo como executar, "o processo de execução 
consiste em realizar as atividades planejadas que 
envolvem dispêndio de energia física e intelectual" 
E por último controlar, que "estando a organização 
devidamente planejada, organizada e liderada, é 
preciso que haja um acompanhamento das ativi-
dades, a fim de se garantir a execução do plane-
jado e a correção de possíveis desvios"(ARAÚJO, 
170, 2004). 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 5 – 
 Cada uma das características podem ser defi-
nidas separadamente, porém dentro da organiza-
ção, são executadas em conjunto, ou seja, não 
podem ser trabalhados disjuntas. 
 
2.4. PRINCÍPIOS PARA UM BOM ADMINIS-
TRADOR 
 
- Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas 
administrativas; 
 
- Saber decidir e solucionar problemas; 
 
- Saber lidar com pessoas: comunicar eficiente-
mente, negociar, conduzir mudanças, obter coo-
peração e solucionar conflitos; 
 
- Ter uma visão sistêmica e global da estrutura da 
organização; 
 
- Ser proativo, ousado e criativo; 
 
- Ser um bom líder; 
 
- Gerir com responsabilidade e profissionalismo; 
 
- Ter visão de futuro. 
 
RESUMINDO: 
 
Administração: Requer conhecimento e aplica-
ção de diversos modelos e técnicas administrati-
vas. 
 
Desenvolvimento do conceito: Administrar é o 
processo de dirigir ações que utilizam recursos 
para atingir objetivos. 
 
Funções administrativas: planejar; analisar: co-
nhecer os problemas; solucionar problemas; orga-
nizar e alocar recursos; comunicar, dirigir e moti-
var as pessoas; negociar; tomar as decisões; 
mensurar e avaliar. 
 
Papel do administrador: Planejar, organizar, 
comandar, coordenar e controlar. 
 
Princípios para um bom administrador: saber 
utilizar princípios e ferramentas administrativas; 
saber solucionar problemas; saber lidar com pes-
soas; ter uma visão geral da estrutura da organi-
zação; ser proativo, ousado, criativo, um bom lí-
der; gerir com responsabilidade e profissionalis-
mo; ter visão do futuro. 
 
EXERCICIOS 
 
1- O que é administrar? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
2- A administração se divide, modernamente em 
cinco áreas, quais? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
 
3- Cite as principais funções administrativas: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
 
4- Relacione: 
 
 (a) Planejar 
 (b) Organizar 
 (c ) Liderar 
 
( ) influenciar as pessoas para que trabalhem 
num objetivo comum. 
 
( ) dispor de qualquer conjunto de recursos em 
uma estrutura que facilite a realização de objeti-
vos. 
 
( ) definir o futuro da empresa, suas metas e co-
mo serão alcançadas. 
 
 
5- Quais são os princípios para se tornar um bom 
administrador? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 6 – 
3. DEPARTAMENTALIZAÇÃO 
 
 Departamentalização é o agrupamento, de 
acordo com um critério específico de homogenei-
dade, das atividades e correspondente recursos 
(humanos, financeiros, materiais e equipamentos) 
em unidades organizacionais. 
 
 Existem diversas maneiras básicas pelas quais 
as organizações decidem sobre a configuração 
organizacional que será usada para agrupar as 
várias atividades. 
 
 O processo organizacional de determinar como 
as atividades devem ser agrupadas chama-se 
Departamentalização. 
 
 Formas de Departamentalizar: 
 
1- Função 
 
2- Produto ou serviço 
 
3- Território4- Cliente 
 
5- Processo 
 
6- Projeto 
 
7- Matricial 
 
8- Mista 
 
 Deve-se notar, no entanto, que a maioria das 
organizações usam uma abordagem da contin-
gência à Departamentalização, isto é, a maioria 
usará mais de uma destas abordagens em algu-
mas das maiores organizações. A maioria usa a 
abordagem funcional na cúpula e outras nos ní-
veis mais baixos. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES: A 
Departamentalização funcional agrupa funções 
comuns ou atividades semelhantes para formar 
uma unidade organizacional. Assim todos os indi-
víduos que executam funções semelhantes ficam 
reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pes-
soal de contabilidade, todo o pessoal de secretari-
a, todas as enfermeiras, e assim por diante. 
 
 A Departamentalização funcional pode ocorrer 
em qualquer nível e é normalmente encontrada 
muito próximo à cúpula. 
 
Vantagens: As vantagens principais da aborda-
gem funcional são: 
 
• Mantém o poder e o prestígio das funções prin-
cipais. 
 
• Cria eficiência através dos princípios da especia-
lização. 
• Centraliza a perícia da organização. 
 
• Permite maior rigor no controle das funções pela 
alta administração. 
 
• Segurança na execução de tarefas e relaciona-
mento de colegas. 
 
• Aconselhada para empresas que tenham poucas 
linhas de produtos. 
 
Desvantagens: Existem também muitas desvan-
tagens na abordagem funcional. 
 
 Entre elas, podemos dizer: 
 
• A responsabilidade pelo desempenho total está 
somente na cúpula. 
 
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função es-
treita. 
 
• O treinamento de gerentes para assumir a posi-
ção no topo é limitado. 
 
• A coordenação entre as funções se torna com-
plexa e mais difícil quanto à organização em ta-
manho e amplitude. 
 
• Muita especialização do trabalho. 
 
 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE PRODUTO: É 
feito de acordo com as atividades inerentes a ca-
da um dos produtos ou serviços da empresa. 
 
 
 
 Exemplos de Departamentalização de produto: 
 
1 - Lojas de departamentos 
 
2 - A Ford Motor Company tem as suas divisões 
Ford, Mercury e Lincoln Continental. 
 
3 - Um hospital pode estar agrupado por serviços 
prestados, como cirurgia, obstetrícia, assistência 
coronariana. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 7 – 
Vantagens: Algumas das vantagens da Departa-
mentalização de produtos são: 
 
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas 
de produtos ou serviços. 
 
• A coordenação de funções ao nível da divisão de 
produto torna-se melhor. 
 
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quan-
to ao lucro. 
 
• Facilita a coordenação de resultados. 
 
• Propicia a alocação de capital especializado para 
cada grupo de produto. 
 
• Propicia condições favoráveis para a inovação e 
criatividade. 
 
Desvantagens: 
 
• Exige mais pessoal e recursos de material, po-
dendo daí resultar duplicação desnecessária de 
recursos e equipamento. 
 
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas du-
plicidades de atividade nos vários grupos de pro-
dutos. 
 
• Pode criar uma situação em que os gerentes de 
produtos se tornam muito poderosos, o que pode 
desestabilizar a estrutura da empresa. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL: Al-
gumas vezes mencionadas como regional, de 
área ou geográfica. É o agrupamento de ativida-
des de acordo com os lugares onde estão locali-
zadas as operações. Uma empresa de grande 
porte pode agrupar suas atividades de vendas em 
áreas do Brasil como a região Nordeste, região 
Sudeste, e região Sul. Muitas vezes, as filiais de 
bancos são estabelecidas desta maneira. 
 
 
 As vantagens e desvantagens da Departamen-
talização territorial são semelhantes às dadas pa-
ra a Departamentalização de produto. Tal grupa-
mento permite a uma divisão focalizar as necessi-
dades singulares de sua área, mas exige coorde-
nação e controle da administração de cúpula em 
cada região. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE: A 
Departamentalização de cliente consiste em agru-
par as atividades de tal modo que elas focalizem 
um determinado uso do produto ou serviço. 
 A Departamentalização de cliente é usada prin-
cipalmente no grupamento de atividade de vendas 
ou serviços 
 
 A principal vantagem da Departamentalização 
de cliente é a adaptabilidade a uma determinada 
clientela. 
 
 As desvantagens são: 
 
• Dificuldade de coordenação. 
 
• Subutilização de recursos e concorrência entre 
os gerentes para concessões especiais em bene-
fício de seus próprios clientes. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO 
OU EQUIPAMENTO: É o agrupamento de ativi-
dades que se centralizam nos processos de pro-
dução ou equipamento. É encontrada com mais 
frequência em produção. As atividades de uma 
fábrica podem ser grupadas em perfuração, esme-
rilamento, soldagem, montagem e acabamento, 
cada qual em seu departamento. 
 
Vantagens: 
 
• Maior especialização de recursos alocados. 
 
• Possibilidade de comunicação mais rápida de 
informações técnicas. 
 
Desvantagens: 
 
• Possibilidade de perda da visão global do anda-
mento do processo. 
• Flexibilidade restrita para ajustes no processo. 
 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO: 
Aqui as pessoas recebem atribuições temporárias, 
uma vez que o projeto tem data de inicio e térmi-
no. Terminado o projeto as pessoas são desloca-
das para outras atividades. Por exemplo: uma 
firma contábil poderia designar um sócio (como 
administrador de projeto), um contador sênior, e 
três contadores juniores para uma auditoria que 
está sendo feita para um cliente. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 8 – 
 Uma empresa manufatureira, um especialista 
em produção, um engenheiro mecânico e um 
químico poderiam ser indicados para, sob a chefia 
de um administrador de projeto, completar o proje-
to de controle de poluição.Em cada um destes 
casos, o administrador de projeto seria designado 
para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre 
seus membros para a atividade específica do pro-
jeto. 
 
 
 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ: A De-
partamentalização de matriz é semelhante à de 
projeto, com uma exceção principal. No caso da 
Departamentalização de matriz, o administrador 
de projeto não tem autoridade de linha sobre os 
membros da equipe. Em lugar disso, a organiza-
ção do administrador de projeto é sobreposta aos 
vários departamentos funcionais, dando a impres-
são de uma matriz. 
 
 A organização de matriz proporciona uma hie-
rarquia que responde rapidamente às mudanças 
em tecnologia. Por isso, é tipicamente encontrada 
em organização de orientação técnica, como a 
Boeing, General Dynamics, NASA e GE onde os 
cientistas, engenheiros, ou especialistas técnicos 
trabalham em projetos ou programas sofisticados. 
Também é usada por empresas com projetos de 
construção complexos. 
 
Vantagens: Permitem comunicação aberta e co-
ordenação de atividades entre os especialistas 
funcionais relevantes. Capacita a organização a 
responder rapidamente à mudança. São aborda-
gens orientadas para a tecnologia. 
 
Desvantagens: Pode haver choques resultantes 
das prioridades. 
 
 
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALI-
ZAR: Para evitar problemas na hora de decidir 
como departamentalizar, pode-se seguir certos 
princípios: 
 
• Princípio do maior uso – o departamento que 
faz maior uso de uma atividade, deve tê-la sob 
sua jurisdição. 
 
• Principio do maior interesse – o departamento 
que tem maior interesse pela atividade deve su-
pervisioná-la. 
 
• Principio da separação e do controle – As 
atividades do controle devem estar separadas das 
atividades controladas. 
 
• Principio da supressão da concorrência – 
Eliminar a concorrência entre departamentos, a-
grupando atividades correlatas no mesmo depar-
tamento. 
 
 Outro critério básico para departamentalização 
está baseado na diferenciação e na integração, os 
princípios são: 
 
• Diferenciação, cujo princípio estabelece que as 
atividades diferentes devem ficar em departamen-
tos separados. A diferenciação ocorre quando: 
 
- O fator humano é diferente,- A tecnologia e a natureza das atividades são 
diferentes, 
- Os ambientes externos são diferentes, 
- Os objetivos e as estratégias são diferentes. 
 
 A integração – quanto mais atividades traba-
lham integradas, maior razão para ficarem no 
mesmo departamento. 
 
 Fatores de integração são: 
• Necessidade de coordenação. 
 
DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA 
 
 
 
 
 É o tipo mais frequente, cada parte da empresa 
deve ter a estrutura que mais se adapte à sua 
realidade organizacional. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 9 – 
RESUMINDO: 
 
Departamentalização: agrupamento das ativida-
des e correspondentes recursos, com um critério 
especifico de homogeneidade (humanos, financei-
ros, materiais e equipamentos) em unidades or-
ganizacionais. 
 
Formas de departamentalizar: por funções; por 
produto; territorial; por processo ou equipamento; 
por projeto; matricial e mista. 
 
EXERCICIOS 
 
1- Cite vantagens e desvantagens para cada de-
partamentalização? 
 
- por funções: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por produto e serviço: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
-por território: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por cliente: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por processo ou equipamento: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por projeto: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por matriz: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
- por departamentalização mista: 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
4. GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO 
 
4.1.ORGANOGRAMA 
 
 O organograma é um diagrama que é usado 
para demonstrar relações de hierarquia dentro de 
uma empresa, ou seja, quem é chefe de quem – 
em poucas palavras. Além disto, o organograma 
também tem a capacidade de demonstrar a distri-
buição de cargos, setores e a comunicação entre 
eles. 
 
 O termo organograma foi criado por volta de 
1856 pelo norte americano Daniel C. MacCallum 
quando ele administrava ferrovias nos EUA. Des-
de esta época, o organograma é uma ferramenta 
fundamental para as organizações, é através des-
te diagrama que todos conseguem se basear so-
bre a hierarquia da empresa. Então tornou-se um 
padrão que hoje é muito utilizado. 
 
 Existem alguns tipos de organogramas: 
 
Organograma vertical (também chamado de 
clássico), é mais usado para representar clara-
mente a hierarquia na empresa; 
 
Organograma circular (ou radial), é exatamente 
o contrário, usado quando se quer ressaltar o tra-
balho em grupo, não há a preocupação em repre-
sentar a hierarquia. É o mais usado em institui-
ções modernas ou do terceiro setor onde o se 
quer ressaltar a importância do trabalho em grupo; 
 
Organograma horizontal também é criado com 
base na hierarquia da empresa, mas tem essa 
característica amenizada pelo fato dessa relação 
ser representada horizontalmente, ou seja, o car-
go mais baixo na hierarquia não está numa posi-
ção abaixo dos outros (o que pode ser interpreta-
do como discriminação, ou que ele tem menos 
importância), mas ao lado; 
 
Organograma funcional é parecido com o orga-
nograma vertical, mas ele representa não as rela-
ções hierárquicas, e sim as relações funcionais da 
organização; 
 
Organograma matricial é usado para representar 
a estrutura das organizações que não apresentam 
uma definição clara das unidades funcionais, mas 
grupos de trabalhos por projetos que podem ser 
temporários (estrutura informal). 
 
4.2. FLUXOGRAMA 
 
 Um fluxograma é um diagrama que tem como 
finalidade representar processos ou fluxos de ma-
teriais e operações (diagramação lógica, ou de 
fluxo). Geralmente confundido com o organogra-
ma, o fluxograma possui a diferença de represen-
tar algo essencialmente dinâmico, já o organo-
grama é uma representação da estrutura funcional 
da organização. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 10 – 
 O fluxograma também pode ser usado por pro-
gramadores para elaboração de algoritmos (pro-
gramação estruturada), porém, neste caso, ele 
possui algumas representações próprias. 
 
 O fluxograma sempre possui um início, um sen-
tido de leitura, ou fluxo, e um fim. Alguns símbolos 
básicos são usados na construção de qualquer 
fluxograma porém eles podem variar. Veja abaixo 
algumas definições básicas: 
 
• Geralmente, usa-se um círculo alongado para 
indicar o início e o fim do fluxo; 
• A seta é usada para indicar o sentido do fluxo; 
• No retângulo são inseridas as ações; 
• O losango representa questões / alternativas; 
• O losango sempre terá duas saídas; 
• As linhas ou setas nunca devem cruzar umas 
sobre as outras; 
• O texto deve ser sempre claro e sucinto; 
• Recomenda-se iniciar as ações sempre com um 
verbo no infinitivo (fazer, dizer…); 
 
 O importante é estabelecer o fluxograma de 
forma que ele fique o mais claro possível, ou seja, 
que fique fácil identificar as ações que devem ser 
executadas, ou dependendo do tipo de fluxogra-
ma, as alternativas do processo. 
 
 Outros símbolos e modelos podem ser usados 
para montar fluxogramas, o que vai determinar 
quais símbolos utilizar ou não, ou ainda, que tipo 
de fluxograma se deve usar é o objetivo dele e o 
que ele descreve. 
 
RESUMINDO: 
 
Gráficos de organização. 
Organograma: Vertical, circular, horizontal, fun-
cional, matricial. 
Fluxograma: representa processos ou fluxos de 
materiais e operações (diagramação lógica ou de 
fluxo). 
 
EXERCICIOS 
 
1- O que é organograma? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
2- O que é fluxograma? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
3- Quais são os tipos de organograma? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
5. ATRIBUIÇÕES DAS UNIDADES ORGANIZA-
CIONAIS 
 
• As atribuições das unidades organizacionais da 
empresa têm como base a especialização do tra-
balho. 
 
• Especialização Maior, conhecimento dos aspec-
tos do trabalho. 
 
• Divisão do trabalho. 
 
• Deve haver um perfeito equilíbrio da especializa-
ção do trabalho na estrutura para evitar problemas 
de motivação e coordenação das atividades da 
empresa. 
 
• A especialização do trabalho na estrutura em-
presarial é mais interessante nos níveis mais bai-
xos que pode levar a maior rapidez e qualidade na 
realização dos trabalhos. 
 
• A especialização do trabalho pode levar a uma 
situação de economia de escala. Ao agrupar as 
atividades semelhantes, pode resultar em econo-
mias originadas de produção em escala maior. 
 
Vantagens 
 
• Maior qualidade de trabalho. 
 
• Maior eficiência (o indivíduo faz mais vezes o 
trabalho). 
 
• Maior facilidade de treinar os funcionários.• Mais barato operacionalizar as atividades. 
 
Desvantagens 
 
• Funcionário perde a visão do conjunto. 
 
• Pode provocar desmotivação para os vários fun-
cionários da empresa. 
 
• Maior dependência entre as várias unidades or-
ganizacionais. Na falta de um funcionário, pode 
provocar problemas nas etapas posteriores. 
 
• Menor flexibilidade pela maior rigidez de aloca-
ção das atividades. 
 
Observação 
 
• Nas tarefas de rotinas, as vantagens de divisão 
do trabalho assumem peso maior. 
 
• Nas tarefas de inovação, as desvantagens da 
divisão de trabalho assumem peso maior. 
 
5. 1. MANUAL DA ORGANIZAÇÃO 
 
• É o relatório formal do plano de atividades e do 
respectivo organograma da empresa. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 11 – 
• Mostra todos os funcionários e sua participação 
no conjunto. 
 
• Dever ser dinâmico e não estático. 
 
• Deve espelhar com fidelidade toda a situação da 
empresa. 
 
• Deve adaptar-se a qualquer alteração ocorrida 
na empresa. 
 
5.2. CONSTITUIÇÃO DO MANUAL 
 
1. Considerações gerais. Aspectos teóricos e as 
considerações sobre a empresa. 
 
2. Fichas de funções. Estabelecem a posição 
hierárquica de cada unidade organizacional, sua 
finalidade, e suas atribuições específicas. 
 
3. Quadro de competência. São estabelecidos 
os níveis de autoridade e responsabilidades. 
 
4. Comitês. Estabelecem suas atividades e seus 
membros e a periodicidade de reuniões. 
 
5. Relação dos titulares, centro de custos e 
siglas. Visa facilitar a comunicação. 
 
6. Organograma. É a representação gráfica da 
estrutura organizacional da empresa. 
 
 
5.2.1. FICHAS DE FUNÇÕES 
 
• São apresentadas todas as funções conjunta-
mente. 
 
• Na elaboração de um manual de organização, 
julga-se que esta é a melhor forma de apresenta-
ção. 
 
 
5.2.2. QUADRO DE COMPETÊNCIAS 
 
Características: 
 
1. Uma listagem das atividades, agrupadas se-
gundo os assuntos ou áreas afins, tais como: ati-
vidades de recursos humanos, financeiras, admi-
nistração de materiais, comerciais, técni-
cas/operacionais e gerais. 
 
2. Símbolos que identificam a vinculação de cada 
decisão a determinada espécie de autoridade, tais 
como: 
 
• Competência simples, relacionada a determina-
da pessoa ou área; 
 
• Competência comum a determinado nível hierár-
quico; e 
 
• Competência conjunta. 
5.3. ORGANIZAÇÃO DE FICHÁRIOS E ARQUI-
VOS 
 
 Arquivo é um conjunto de documentos criados 
ou recebidos por uma organização, firma ou indi-
víduo, que os mantém ordenadamente como fonte 
de informação para a execução de suas ativida-
des. Os documentos preservados pelo arquivo 
podem ser de vários tipos e em vários suportes. 
As entidades mantenedoras de arquivos podem 
ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici-
pal), institucionais, comerciais e pessoais. 
 
 No Brasil, a política de arquivos públicos e pri-
vados é gerenciada pelo Conselho Nacional de 
Arquivos (Conarq), órgão ligado ao Arquivo Na-
cional. 
 
5.3.1. ETIMOLOGIA 
 
 Do latim archívum, lugar onde se guardam os 
documentos. 
 
- Lugar onde se guardam documentos 
 
- Conjunto de documentos escritos, fotográficos, 
microfilmes, etc. 
 
- Conjunto de dados organizados, segundo a sua 
natureza e o seu uso, em suporte magnético. 
 
 
5.3.2. FINALIDADE 
 
Servir a administração: Fornecem informações e 
documentos necessários ao desenvolvimento das 
atividades, facilitam o acesso aos documentos, 
preservam a documentação da empresa, possibili-
tam o controle da produção de documentos e co-
locam à disposição dos usuários documentos que 
fornecem informações de caráter probatório ou 
simplesmente informativo. 
 
Servir a História: Fornecem informações e/ou 
documentos para reconstituir ou escrever a histó-
ria política, social ou econômica de uma nação. 
Também servem de memória de uma empresa e 
constituem uma importante fonte de pesquisa. 
 
 
5.3.3. FUNÇÕES DO ARQUIVO 
 
- Recolher e ordenar todos os documentos que 
circulam na empresa; 
 
- Avaliar e selecionar os documentos, tendo em 
vista sua preservação ou eliminação; 
 
- Garantir o fluxo dos pedidos de documentos pro-
venientes dos diversos órgãos da empresa; 
 
- Arquivar os documentos, visando à recuperação 
da informação; 
 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 12 – 
- Conservar e assegurar a integridade dos docu-
mentos, evitando danos que possam ocasionar a 
sua perda; 
 
- Executar as funções específicas conforme a or-
ganização e administração da instituição. 
 
5.3.4. CLASSIFICAÇÕES 
 
Quanto ao uso (Teoria das três idades) 
 
 Teoria das três idades é baseada no Ciclo 
vital dos documentos, segundo o qual, os mesmos 
passam por três fases: corrente, intermediária e 
permanente. 
 
Arquivo corrente (Primeira idade): Segundo o 
Dicionário de Terminologia Arquivística (D.T.A.) de 
1996, página 6, é o “conjunto de documentos es-
tritamente vinculados aos objetivos imediatos para 
os quais foram produzidos e recebidos no cum-
primento de atividades fim e meio e que se con-
servam junto aos órgãos produtores em razão de 
sua vigência e da freqüência com que são por 
eles consultados”. Essa idade corresponde a pro-
dução do documento, sua tramitação, a finaliza-
ção do seu objetivo e a sua guarda. 
 
Arquivo Intermediário (Segunda idade): “Con-
junto de documentos originários de arquivo cor-
rente, com uso pouco frequente, que aguardam, 
em depósito de armazenamento temporário, sua 
destinação final” (D.T.A. 1996, p. 7). Os documen-
tos são ainda conservados por razões administra-
tivas, legais ou financeiras. É uma fase de reten-
ção temporária que se dá por razões de precau-
ção. 
 
Arquivo permanente (Terceira idade): “Conjunto 
de documentos custodiados em caráter definitivo, 
em função do seu valor” (D.T.A. 1996, p. 8). Cons-
titui-se de documentos produzidos em geral há 
mais de 25 anos pelas instituições administrativas 
públicas ou privadas. 
 
Quanto à natureza 
 
Arquivo Especial: São aqueles que requerem 
tratamento especial de armazenamento, indepen-
dente de sua forma. Certas variáveis precisam ser 
controladas, pois caso contrário, podem deteriorar 
os documentos, (temperatura, luminosidade, umi-
dade etc.). 
 
Arquivo Especializado: São aqueles que tratam 
de um assunto específico, independente da forma 
física,comercial e industrial. 
 
Quanto à abrangência 
 
Arquivo Setorial: São aqueles que cumprem fun-
ção de arquivo corrente e, por esta razão, devem 
ser guardados próximos aos órgãos operacionais 
e por isso costumam ser descentralizados. 
Arquivo Geral: São aqueles que recebem os do-
cumentos de diversos órgãos de uma mesma or-
ganização física. 
 
 
5.3.5. SISTEMAS 
 
Sistema direto: é aquele em que a busca do do-
cumento é feita diretamente no local onde se acha 
guardado. 
 
Sistema indireto: é aquele em que, para se loca-
lizar o documento, é preciso antes consultar um 
índice ou um código. 
 
Sistema semi-indireto: o método alfanumérico – 
combinação de letras e números – não se inclui 
nas classes de métodos básicos e padronizados e 
é considerado do sistema semi-indireto. 
 
 
5.3.6. PRINCIPAIS ORDENAÇÕES DO ARQUI-
VO 
 
 Quando se trata de planejar a organização de 
um arquivo ou fichário, os elementos constantes 
de um documento a considerar são: 
 
- nome (do remetente do destinatário ou da 
 pessoa a quem se refere o documento); 
 
- Local, 
 
- Número, 
 
- Data, 
 
- Assunto. 
 
 De acordo com o elemento mais importante e 
frequentemente procurado, em cada caso, pode-
se organizar os fichários ou arquivos em: 
 
- ordem alfabética; 
 
- ordem geográfica; 
 
- ordem numérica (simples ou cronológica) 
 
- ordem de assunto. 
 
 
RESUMINDO: 
 
 
Atribuições das Unidades Organizacionais 
 
Manual da Organização: Relatório formal do pla-
no de atividades e do respectivo organograma da 
empresa mostra todos os funcionários e sua parti-
cipação no conjunto, deve ser dinâmico e não 
estático, deve espelhar com fidelidade toda situa-
ção da empresa,deve adaptar-se a qualquer alte-
ração ocorrida na empresa. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 13 – 
Constituição do manual: Considerações gerais; 
fichas de funções, quadro de competências; comi-
tês; relação dos titulares, centros de custos e si-
glas; organograma. 
 
Organização de fichários e arquivos: Etimologi-
a, finalidade, funções do arquivo, classificações 
(quanto ao uso, quanto à natureza, quanto à a-
brangência), sistemas, principais ordenações do 
arquivo. 
 
EXERCICIOS 
 
1- Coloque V para Verdadeiro ou F para Falso: 
 
( ) O manual de organização deve ser estático e 
não dinâmico. 
( ) Organograma é a representação gráfica da 
estrutura organizacional da empresa. 
( ) Arquivo é o lugar onde se guardam documen-
tos. 
( ) Arquivo geral é aquele que recebe os docu-
mentos específicos, de apenas um órgão. 
 
 
2- Como é feita a Constituição do Manual? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
 
3- No Brasil, a política de arquivos públicos e pri-
vados é gerenciada por qual órgão? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
 
 
4- Quais são as classificações do arquivo? 
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________
________________________________________ 
6. RACIONALIZAÇÃO 
 
 A racionalização é a luta conta o desperdício. 
É o emprego do raciocínio analítico e resolutivo, 
sem sofrer o impacto emocional, dispondo os e-
lementos necessários de forma que se obtenha o 
mínimo desperdício de tempo, energia, material e 
oportunidade, a fim de obter eficiência. 
 
 Existem quatro elementos fundamentais na 
Racionalização. O primeiro é o emprego da ra-
zão, isto é, da inteligência humana orientada por 
conhecimentos técnicos, obtidos através de pes-
quisa e estudos. O segundo consiste na capaci-
dade de empregar a razão sem sofrer o impacto 
emocional que obscurece a inteligência. O terceiro 
consiste na utilização das experiências anterio-
res, apropriando tempo e oportunidades que re-
presentam tentativas dispendiosas e não podem 
ser desprezadas. O quarto consiste no emprego 
de um esforço sistemático, isto é, a aplicação 
contínua da razão em todas as situações, pois o 
menor descuido pode comprometer uma série de 
longos esforços anteriores. 
 
6.1. OBJETIVOS DA RACIONALIZAÇÃO 
 
 A Racionalização objetiva dotar o organizador 
e o administrador de um processo mental capaz 
de auxiliá-lo na solução dos problemas. É o aban-
dono da improvisação, a sistematização e coorde-
nação voluntária e metódica das experiências. A 
pesquisa e o método são as verdadeira bases da 
Racionalização. Somente através de estudos mi-
nuciosos é possível realizar a economia de tempo, 
espaço, material e oportunidade, evitando desper-
dício que oneram os custos e os preços, tornando 
as utilidades inacessíveis a muitos, diminuindo o 
padrão de vida social, formando revoltados e con-
dicionando a luta de classes. 
 
 Em resumo, a Racionalização pretende dotar 
os organizadores e administradores de meios para 
resolverem os múltiplos problemas da produção e 
distribuição, oferecendo ao capital a rentabilidade 
desejada, melhorando as relações humanas no 
trabalho e aumentando a produtividade que possi-
bilita a elevação do padrão de vida das massas e 
o bem-estar social. 
 
6.2. IMPORTÂNCIA DA RACIONALIZAÇÃO 
 
 O desenvolvimento tecnológico e a facilidade 
de comunicação aumentaram os anseios e as 
necessidades dos indivíduos, o que determinou o 
incremento da competição social e a derrocada de 
valores éticos, que refletiam a longa evolução da 
espécie humana.Os postulados do nosso sistema 
educacional e a moral pregada pelas religiões não 
mais conseguem disciplinar a ambição do homem 
civilizado, permitindo um afluxo de situações con-
flitivas que ameaçam a todo momento a paz social 
e a própria possibilidade de sobrevivência da es-
pécie humana. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 14 – 
 Torna-se evidente a necessidade de aperfeiço-
amento das estruturas sociais, econômicas e polí-
ticas, tornando-as capazes de se constituírem em 
força disciplinadora que produza o egoísmo escla-
recido, através da educação racionalizada, que 
estimula reflexos condicionados positivos pela 
consciência da existência de forças coercitivas 
que emanam de estruturas bem organizadas. 
 
 
6.3. O PROCESSO DA RACIONALIZAÇÃO 
 
6.3.1. O MECANISMO DO RACIOCÍNIO 
 
 Elaboração mental que produz o raciocínio é 
uma especulação à procura do certo, sem sofrer o 
impacto emocional. 
 
 Começa com a formação de hipóteses, para 
alcançar a suposição de uma diretriz capaz de 
levar a idealização da solução que é obtida atra-
vés do processo de comparação, analogia e clas-
sificação. 
 
 Para que a hipótese formulada seja viável, é 
necessário a aplicação de toda a inteligência e 
acuidade do processo mental de tentativa, erro, 
solução, prova e contraprova. 
 
 
6.3.2. OS FUNDAMENTOS DO RACIOCÍNIO 
APLICADO 
 
 Como processo mental essencialmente analíti-
co, lógico e resolutivo, a racionalização procura 
desenvolver e aplicar os postulados da lógica 
clássica na resolução dos problemas de combate 
ao desperdício e simplificação. 
 
 Utiliza as quatro etapas do método científico, 
universalmente aceitas, que a seguir enumera-
mos: 
 
1) Observação 
 
2) Raciocínio 
 
3) Conclusão 
 
4) Aplicação 
 
 A observação permite chegar ao conhecimento, 
podendo ser observação simples ou experimenta-
ção. 
 
 O raciocínio pode ser: 
 
- indutivo 
 
- dedutivo 
 
 A conclusão é o produto da comparação entre 
a análise e a síntese. A aplicação é a implanta-
ção do produto da adaptação e da correção. 
RESUMINDO: 
 
Racionalização: luta contra o desperdício. Em-
prego da razão, capacidade de empregar a razão, 
utilização das experiências anteriores e emprego 
de um esforço sistemático. 
 
Objetivos da racionalização: Dotar o organiza-
dor e o administrador de um processo mental ca-
paz de auxiliá-lo na solução dos problemas. 
 
Importância da racionalização: É evidente a 
necessidade de aperfeiçoamento das estruturas 
sociais, econômicas e políticas. 
 
Processo de racionalização: O mecanismo do 
raciocínio. Os fundamentos do raciocínio aplicado. 
 
 
EXERCICIOS 
 
1- Existem quatro elementos fundamentais na 
racionalização? Quais são eles? 
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2- Qual a importância da racionalização? 
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3- Quais são as quatro etapas do método cientifi-
co para o raciocínio aplicado? 
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 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 15 – 
7. A EMPRESA 
 
 Uma empresa é uma pessoa jurídica com o 
objetivo de exercer uma atividade particular, públi-
ca, ou de economia mista, que produz e oferece 
bens e/ou serviços, com o objetivo de atender a 
alguma necessidade humana. O lucro, na visão 
moderna das empresas privadas, é consequência 
do processo produtivo e o retorno esperado pelos 
investidores. 
 
7.1. CATEGORIAS DE EMPRESAS 
 
 A concepção de uma empresa, seja ela grande 
ou pequena, com ou sem fins lucrativos, não se 
torna possível sem a adoção de uma série de 
princípios administrativos que irão engendrar a 
organização e o consequente desenvolvimento da 
empresa. 
 
 Segundo a Teoria Sistêmica, esses princípios 
administrativos são dados por quatro fatores: 
 
- Planejamento 
 
- Organização 
 
- Coordenação 
 
- Controle 
 
 Ainda segundo essa Teoria, também chamada 
de Organicista porque aplica nas Ciências Sociais 
algumas teorias das Ciências Biológicas (tomando 
como referência a relação Célula-Tecido-Órgão-
Sistema-Organismo), o conceito de Administração 
pode ser dado pelo ato ou efeito de organizar, de 
criar organismos, que compreendem um conjunto 
de órgãos constituindo uma empresa. 
 
 A racionalização, importante fator de organiza-
ção, é toda ação reformadora que visa a substituir 
processos rotineiros e arcaicos por métodos ba-
seados em raciocínios sistemáticos. Hoje, porém, 
a palavra organização é comumente substituída 
pelo termo “Organização e Método” (O&M). 
 
 A organização pode ainda ser divida em duas 
fases: 
 
Economia Rudimentar: consumo reduzido, baixa 
produção, artesanal, falta de organização. 
 
Economia Evoluída: aumento do consumo, pro-
dução empresarial, desenvolvimento da organiza-
ção. 
 
 É inegável a contribuição das organizações 
militares no enriquecimento do processo organi-
zacional, como a pesquisa operacional e o PERT. 
 
 Dentre os diversos tipos de empresa, temos a 
de produção, construtora e a de serviços. 
 As empresas ainda podem ser classificadas 
quanto a: 
 
Objetivos (comerciais, industriais, de prestação 
de serviços). 
 
Tamanho (grande, média, pequena, micro). 
 
Estrutura (individuais, coletivas, públicas, mistas). 
 
Volume de Trabalho Interno (simples, comple-
xas). 
 
Organização (Linear ou Militar, Funcional, Estado 
Maior ou “Staff”). 
 
 Produzir é o ato de transformar recursos mate-
riais em bens de consumo pela atividade comerci-
al. 
 
 Desperdício é a perda de materiais por negli-
gência, imperícia ou imprudência do agente admi-
nistrativo. O desperdício pode ser causado por 
tipos de origem, fator material, humano ou racio-
nal. 
 
Pelo setor econômico 
 
 Dependendo do tipo de prestação da empresa, 
tem-se as seguintes categorias: 
 
- Setor primário, correspondendo à agricultura; 
 
- Setor secundário, correspondendo à indústria; 
 
- Setor terciário, correspondendo ao setor de ser-
viços. 
 
- Setor quaternário, correspondendo às organiza-
ções não governamentais. 
 
Pelo número de proprietários 
 
 O proprietário da empresa pode ser apenas 
uma pessoa, caso das empresas individuais, co-
mo podem ser mais de uma, formando socieda-
des. 
 
 Existem as seguintes modalidades nas legisla-
ções portuguesa e brasileira: 
 
Empresa individual: Em Portugal, o empresário 
em nome individual é aquela pessoa que opta por 
se dedicar a uma atividade industrial, comercial ou 
de prestação de serviços, por sua conta e risco 
sem a companhia de outras pessoas na assunção 
desse mesmo risco. 
 
 Na maior parte dos casos o empresário em 
nome individual gere a pequena empresa que 
criou e onde empregou um ou dois trabalhadores, 
muitas vezes seus familiares; porém há situações 
de empresários deste tipo que com o decorrer dos 
anos e dos negócios conseguem construir empre-
sas poderosas e sólidas no mercado. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 16 – 
Sociedade por quotas de responsabilidade 
limitada: A sociedade por quotas com responsa-
bilidade limitada, em Direito, no Brasil, refere-se à 
natureza jurídica de uma empresa constituída co-
mo sociedade, é quando duas ou mais pessoas se 
juntam para criar uma empresa, formando uma 
sociedade empresária, através de um contrato 
social, onde constará seus atos constitutivos, for-
ma de operação, as normas da empresa e o capi-
tal social. 
 
 Esse por sua vez será dividido em cotas de 
capital, o que indica que a responsabilidade pelo 
pagamento das obrigações da empresa, é limitada 
à participação dos sócios. 
 
 As sociedades limitadas são aquelas cujo capi-
tal social é representado por quotas. A responsa-
bilidade dos sócios no investimento é limitada ao 
montante do capital social investido. 
 
 É uma sociedade com uma categoria de só-
cios, os de responsabilidade limitada, que respon-
dem, tão-somente, pela integralização do capital 
e, realizando este, sem maior responsabilidade, 
quer para a sociedade, quer para com terceiros. 
 
 A responsabilidade direta de cada sócio limita-
se à obrigação de integralizar as cotas que subs-
creveu, embora exista a obrigação solidária pela 
integralização das quotas subscritas pelos demais 
sócios. 
 
 As sociedades se caracterizam com o início do 
nome de um ou mais quotistas, por extenso ou 
abreviadamente, terminando com a expressão "& 
Cia. Ltda." (firma ou razão social) ou com o objeto 
social no nome da empresa, seguindo-se da ex-
pressão "Ltda" (denominação), nos termos do art. 
1158 do Código Civil Brasileiro. 
 
 Caso a palavra "limitada” não conste do nome 
da sociedade, presume-se ilimitada a responsabi-
lidade dos sócios, passando a ter as característi-
cas jurídicas de uma sociedade em nome coletivo. 
 
 
Sociedade Anônima (SA - terminação no nome 
da empresa): Sociedade anônima é uma forma 
jurídica de constituição de empresas na qual o 
capital social não se encontra atribuído a um no-
me em específico, mas está dividido em ações 
que podem ser transacionadas livremente, sem 
necessidade de escritura pública ou outro ato no-
tarial. Por ser uma sociedade de capital, prevê a 
obtenção de lucros a serem distribuídos aos acio-
nistas. 
 
 No Brasil, as sociedades anônimas ou compa-
nhias são reguladas pela Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976 (Lei das SA), com as altera-
ções dadas pela Lei 9.457, de maio de 1997. Não 
houve alteração em decorrência da entrada em 
vigor do novo Código Civil (art.1089). 
 De acordo com o artigo 1º (primeiro) deste di-
ploma legal "A companhia ou sociedade anônima 
terá o capital dividido em ações e a responsabili-
dade dos sócios ou acionistas será limitada ao 
preço da emissão das ações subscritas ou adqui-
ridas". 
 
 Extrai-se, desse dispositivo legal, o conceito de 
Sociedade Anônima, que na lição de Dylson Dória 
"é a que possui o capital dividido em partes iguais 
chamadas ações, e tem a responsabilidade de 
seus sócios ou acionistas limitada ao preço de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas". (in 
curso de Direito Comercial, Ed. Saraiva,vol. 1). 
 
 Em relação a sua natureza jurídica, podemos 
afirmar que a Sociedade Anônima constitui pes-
soa jurídica de direito privado, nos termos do art. 
16, II, do Código Civil atual, mesmo que constituí-
da com capitais públicos, em todo ou em parte 
(Sociedades de Economia Mista), e qualquer que 
seja o seu objeto, ela será sempre mercantil e se 
regerá pelas leis do comércio. (Art. 2º (segundo), 
parágrafo 1º (primeiro) da Lei 6.404/76). Quando 
entrar em vigor o novo Código Civil em janeiro de 
2003 (publicado em 2002) a Sociedade Anônima 
será uma Sociedade Empresaria, independente-
mente de seu objeto (art. 982, parágrafo único). 
 
 Feitas estas considerações iniciais, vejamos 
quais as principais características da Sociedade 
Anônima: 
 
a) é uma sociedade de capitais. Nelas o que im-
porta é a aglutinação de capitais, e não a pessoa 
dos acionistas, inexistindo o chamado "intuito per-
sonae" característico das sociedades de pessoas; 
 
b) divisão do capital em partes iguais, em regra, 
de igual valor nominal – ações. É na ação que se 
materializa a participação do acionista; 
 
c) responsabilidade do acionista limitada apenas 
ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso 
significa dizer que uma vez integralizada a ação o 
acionista não terá mais nenhuma responsabilida-
de adicional, nem mesmo em caso de falência, 
quando somente será atingido o patrimônio da 
companhia; 
 
d) livre cessibilidade das ações. As ações, em 
regra, podem ser livremente cedidas, o que gera 
uma constante mutação no quadro de acionistas. 
Entretanto, poderá o Estatuto trazer restrições à 
cessão, desde que não impeça jamais a negocia-
ção (art. 36 da Lei 6.404/76). Desta forma, as a-
ções são títulos circuláveis, tal como os títulos de 
crédito; 
 
e) possibilidade de subscrição do capital social 
mediante apelo ao público; 
 
f) uso exclusivo de denominação social ou nome 
de fantasia; 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 17 – 
g) finalmente, pode ser Companhia ABERTA ou 
FECHADA. Na Companhia ou Sociedade ABER-
TA, os valores mobiliários de sua emissão são 
admitidos à negociação no mercado de valores 
mobiliários(art. 4º da Lei 6.404/76). Na FECHADA, 
não há necessidade de que a Sociedade registre 
a emissão pública de ações no órgão competente 
– Comissão de Valores Mobiliários (Lei 6.385, de 
7 de dezembro de 1976). 
 
 A Companhia ou Sociedade Anônima pode ser 
constituída por Subscrição Pública (quando de-
penderá de prévio registro da emissão na Comis-
são de Valores Mobiliários e haverá a intermedia-
ção obrigatória de instituição financeira – art. 82 
da Lei 6.404/76) ou por Subscrição Particular 
(quando poderá fazer-se por deliberação dos 
subscritores em assembleia geral ou por escritura 
pública – art. 88 da Lei 6.404/76). 
 
 Por fim, a Sociedade Anônima deverá ter uma 
estrutura organizacional composta de: Assem-
bleia Geral, Conselho de Administração (facul-
tativo em caso de Companhia Fechada), Diretoria 
e Conselho Fiscal, que terão, além das atribui-
ções fixadas na Lei 6.404/76, aquelas determina-
das no Estatuto Social. 
 
Cooperativas (CRL - terminação no nome da 
empresa): Cooperativa é uma associação autô-
noma de pessoas que se unem, voluntariamente, 
para satisfazer aspirações e necessidades eco-
nômicas, sociais e culturais comuns, por meio de 
uma empresa de propriedade coletiva e democra-
ticamente gerida. (Conceito apresentado no Con-
gresso Centenário da Aliança Cooperativista In-
ternacional, em setembro de 1995, em Manches-
ter, na Inglaterra). 
 
 Uma cooperativa pode ainda ser formada pela 
união de cooperativas singulares, sendo neste 
caso denominada "cooperativa central" ou "coope-
rativa de segundo grau". 
 
 Estas visam racionalizar o uso de meios de 
produção (unidades industriais ou prestação de 
serviços, por exemplo), em especial nas ativida-
des com pouca expressão em cada uma das coo-
perativas singulares. 
 
 
Em Comandita: A sociedade em comandita sim-
ples é a caracterizada pela existência de dois ti-
pos de sócios: os sócios comanditários e os 
comanditados. 
 
 Os sócios comanditários têm responsabilida-
de limitada em relação às obrigações contraídas 
pela sociedade empresária, respondendo apenas 
pela integralização das quotas subscritas. Contri-
buem apenas com o capital subscrito, não contri-
buindo de nenhuma outra forma para o funciona-
mento da empresa, ficando alheio, inclusive, da 
administração da mesma. 
 Já os sócios comanditados contribuem com 
capital e trabalho, além de serem responsáveis 
pela administração da empresa. Sua responsabili-
dade perante terceiros é ilimitada, devendo saldar 
as obrigações contraídas pela sociedade. A firma 
ou razão social da sociedade somente pode con-
ter nomes de sócios comanditados, sendo que a 
presença do nome de sócio comanditário faz pre-
sumir que o mesmo é comanditado, passando a 
responder de forma ilimitada. 
 
 Essa forma de sociedade é pouco utilizada nos 
dias atuais. Uma vez que seus sócios possuem 
responsabilidade ilimitada. Este tipo de sociedade 
possui uma regra específica em caso de faleci-
mento do sócio comanditado que é a continuidade 
da sociedade pelos sucessores do "de cujus" que 
designarão quem os represente na sociedade, 
salvo disposição contratual. Na falta de um sócio 
comanditado, os comanditários, para evitar a so-
lução de continuidade, nomearão um administra-
dor pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) 
dias para tocar a sociedade nesse período. Disso-
lução: Estão contidas no art. 1033 do CC, pela 
falência e pela falta de uma das modalidades de 
sócio num período superior a 180 dias. 
 
Pelo tamanho 
 
 A empresa pode ser ainda categorizada pelo 
seu tamanho, de acordo com um ou uma série de 
critérios, como o número de empregados, volume 
de negócios, etc. Uma forma rápida para traduzir 
genericamente este compêndio de critérios é dizer 
que a empresa pode ser: 
 
- Micro Empreendedor Individual 
 
- Microempresa 
 
- Macroempresa 
 
- Empresa de pequeno porte 
 
- Empresa de médio porte 
 
- Empresa de grande porte 
 
 
Pelo fim 
 
- fim lucrativo 
 
- fim não lucrativo 
 
 Essa divisão, parte da antiga conceituação de 
Empresa, uma associação organizada ou empre-
endimento ou ainda uma firma ou pessoa jurídica 
que explora uma determinada atividade com obje-
tivo de lucro. 
 
 Todavia, deve-se levar em conta uma nota em 
relação a uma certa confusão sobre o que é uma 
empresa sem fim lucrativo. 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
 
– 18 – 
 Uma empresa ao declarar que ter lucros não é 
um fim em si próprio, não implica que a empresa 
não crie lucros, mas antes que esses lucros não 
irão ser redistribuídos pelo(s) dono(s) da empresa. 
A empresa pode aplicar esses lucros para poder 
suportar os custos da sua atividade, e o restante 
(o chamado lucro) poderá muito bem ser aplicado 
na expansão da sua atividade (alargamento), au-
mentos de eficiência (melhoria da qualidade de 
funcionamento), ou ainda como também tem sido 
muito praticado: praticar um preço igual ao custo. 
Esta é uma das razões muito apontadas para fa-
lência financeira deste tipo de empresas, pois não 
incorporam custo de inovação e de eficiência. 
 
7.2. ABORDAGENS ECONÔMICAS 
 
 O Prof. Giuseppe Ferri observa que a produção 
de bens e serviços para o mercado não é conse-
quência de atividade acidental ou improvisada, 
mas sim de atividade especializada e profissional, 
que se explica através de organismos econômicos 
permanentes nela predispostos. 
 
 Estes organismos econômicos, que se concre-
tizam da organização dos fatores de produção e 
que se propõem à satisfação das necessidades 
alheias, e, mais precisamente, das exigências do 
mercado geral, tomam na terminologia econômica 
o nome de empresa. 
 
 Os economistas clássicos, no século XIX, havi-
am observado as organizações econômicas desti-
nadas à produção, tendo Jean-Baptiste Say 
(1767-1832), exaltado a figura do empresário,mostrando que é ele "o eixo a um tempo da pro-
dução e da repartição, aquele que adapta os re-
cursos sociais às necessidades sociais, e que 
remunera os colaboradores da obra cujo chefe é". 
 
 Na reação socialista dos reformadores, Saint-
Simon colocou no centro da sociedade a figura 
dos grandes empresários. Desde então, a Eco-
nomia Política passou a considerar, com a rele-
vância devida, o papel da empresa, como organi-
zação dos fatores de produção. 
 
 Assim - acentua Ferri - a empresa é um orga-
nismo econômico, isto é, se assenta sobre uma 
organização fundada em princípios técnicos e leis 
econômicas. Objetivamente considerada, apre-
senta-se como uma combinação de elementos 
pessoais e reais, colocados em função de um re-
sultado econômico, e realizada em vista de um 
intento especulativo de uma pessoa, que se cha-
ma empresário. 
 
 Como criação de atividade organizativa do em-
presário e como fruto de sua ideia, a empresa é 
necessariamente aferrada à sua pessoa, dele re-
cebendo os impulsos para seu eficiente funciona-
mento. O conceito jurídico de empresa se assenta 
nesse conceito econômico. 
 
7.3. ABORDAGENS JURÍDICAS 
 
 Em vão, as juristas têm procurado construir um 
conceito jurídico próprio para tal organização. 
Sente-se em suas lições certo constrangimento, 
uma verdadeira frustração por não lhes haver sido 
possível compor um conceito jurídico próprio para 
empresa, tendo o comercialista que se valer do 
conceito formulado pelos economistas. Por isso, 
persistem os juristas no afã de edificar em vão um 
original conceito jurídico de empresa, como se 
fosse desdouro para a ciência jurídica se transpor 
para o campo jurídico um bem elaborado conceito 
econômico. 
 
 Hamel e Lagarde, estudando o fenômeno da 
empresa comercial, recomendam que o jurista 
deve ir mais longe no exame jurídico do que ela 
constitui, não se contentando com uma simples 
descrição, devendo assim aplicar-se a um duplo 
trabalho: o de analisar os elementos constitutivos 
da empresa e o de examinar as regras que, em 
seu interior, presidem às relações recíprocas des-
ses elementos; de outra parte, considerando a 
empresa na síntese de seus elementos constituti-
vos, deve verificar a natureza jurídica desse sis-
tema para pesquisar como ela pode ser ligada, 
eventualmente, por direitos reais ou por relações 
de obrigação, aos elementos do mundo exterior 
ou a pessoas da vida jurídica. Se a empresa é o 
átomo da atividade econômica - prosseguem os 
professores parisienses - a missão primeira do 
jurista é analisar os elementos desse átomo para 
ver como eles reagem, e devem reagir, uns sobre 
os outros; é necessário, em seguida, procurar 
como este átomo se comporta e deve comportar-
se nas relações com o mundo exterior, coisas e 
pessoas. 
 
 Trabalha o jurista, portanto, sobre o conceito 
econômico para formular a noção jurídica de em-
presa. É claro que nem todos os aspectos econô-
micos da empresa interessam ao direito comerci-
al. 
 
 O fenômeno produtivo em si, transformação 
técnica da matéria-prima em produto manufatura-
do, pronto para o consumo, escapa evidentemen-
te ao interesse e à regulamentação jurídica, sendo 
próprio da cogitação do economista. O Prof. Ferri, 
que apresenta essas observações, lembra os ân-
gulos mais expressivos da empresa, pelos quais 
se interessa o direito. E nele nos apoiamos, para 
este resumo: 
 
A empresa como expressão da atividade do 
empresário: A atividade do empresário está sujei-
ta a normas precisas, que subordinam o exercício 
da empresa a determinadas condições ou pressu-
postos ou o titulam com particulares garantias. 
São as disposições legais que se referem à em-
presa comercial, como o seu registro e condições 
de funcionamento. 
 
 Técnico em Transações Imobiliárias – Organização Empresarial – módulo I 
 
– 19 – 
A empresa como ideia criadora, a que a lei 
concede tutela: São as normas legais de repres-
são à concorrência desleal, proteção à proprieda-
de imaterial (nome comercial, marcas, patentes 
etc.). A Empresa como um complexo de bens, que 
forma o estabelecimento comercial, regulando a 
sua proteção (ponto comercial), e a transferência 
de sua propriedade. 
 
 As relações com os dependentes, segundo 
princípios hierárquicos e disciplinares nas rela-
ções de emprego, matéria que hoje se desvincu-
lou do direito comercial para se integrar no direito 
do trabalho. 
 
 É preciso compreender, ainda segundo os en-
sinamentos de Ferri, que a disciplina jurídica da 
empresa é a da atividade do empresário, e a tute-
la jurídica da empresa é a tutela jurídica dessa 
atividade. Essas considerações levam-nos a com-
preender que, no ângulo do direito comercial, em-
presa, na acepção jurídica, significa uma atividade 
exercida pelo empresário. Disso decorre inevita-
velmente que avulta no campo jurídico a proemi-
nente figura do empresário. 
 
 Importante ressaltar as peculiaridades do em-
presário no direito brasileiro. Sob a égide do anti-
go Código Comercial Brasileiro observou-se haver 
as mesmas perplexidades e os mesmos proble-
mas do direito estrangeiro que se refletiram na 
doutrina nacional. 
 
 O Regulamento n° 737, de 1850, no art. 19 
(revogado), ao enumerar os atos de comércio, 
incluiu as empresas, dando início, no campo do 
direito comercial pátrio, aos trabalhos de sua con-
ceituação. 
 
 É evidente que o legislador, ao incluir as em-
presas entre os atos, como figurativas ou compo-
nentes da mercancia, usou da expressão, tal co-
mo Escarra anotou no direito francês, como repe-
tição de atos praticados a título profissional. Aliás, 
nesse sentido conhecemos a preleção de Inglês 
de Sousa: "Por empresa devemos entender uma 
repetição de atos, uma organização de serviços, 
em que se explore o trabalho alheio, material ou 
intelectual. A intromissão se dá, aqui, entre o pro-
dutor do trabalho e o consumidor do resultado 
desse trabalho, com o intuito de lucro". 
 
 Esse estreito conceito de "empresa", usado por 
conveniência de linguagem, evidentemente que 
não mais serve à doutrina moderna. J. X. Carva-
lho de Mendonça, por outro lado, inspirado natu-
ralmente em Vivante, conceituou a empresa como 
"a organização técnico-econômica que se propõe 
a produzir a combinação dos diversos elementos, 
natureza, trabalho e capital, bens ou serviços des-
tinados à troca (venda), com esperança de reali-
zação de lucros, correndo riscos por conta do em-
presário, isto é, daquele que reúne, coordena e 
dirige esses elementos sob sua responsabilidade". 
 Antecipando a crítica ao conceito apresentado, 
evidentemente decalcado sobre o conceito eco-
nômico, J. X. Carvalho de Mendonça adiantou-se 
a ela, declarando que, de fato, "o conceito econô-
mico é o mesmo do jurídico, em que pese a al-
guns escritores que os distinguem sem fundamen-
to". E explica: "O direito comercial considera a 
empresa que se apresenta com caráter mercantil. 
Desse modo, o empresário, organizando e dirigin-
do a empresa, realiza, como todo comerciante, 
uma função de mediação, intrometendo-se entre a 
massa de energia produtora (máquinas, operários, 
capitais) e os que consomem, concorrendo destar-
te para a circulação de riqueza". São, assim, pres-
supostos da empresa, para o mestre, os seguintes 
elementos: a) uma série de negócios do mesmo 
gênero de caráter mercantil; b) o emprego de tra-
balho ou capital, ou de ambos combinados; c) a 
assunção do risco próprio da organização. 
 
 Assim, o direito comercial pátrio vinha se preo-
cupando cada vez mais com o assunto. O Prof. 
Waldemar Ferreira examinou vários aspectos do 
problema, bem como o Prof. Sílvio Marcondes 
Machado, que o estudou exaustivamente no direi-
to comparado e no direito nacional, na sua mono-
grafia de concurso "Limitação da Responsabilida-
de de Comerciante Individual". 
 
 Esse eminente jurista chegou melancolicamen-
te à seguinte conclusão: "É de concluir-se pela 
inexistência de componentes jurídicos que, com-
binados aos dados econômicos, formem um con-
ceito genérico de empresa; ou, considerada

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