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Hermenêutica jurídica - trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 
FACULDADE DE DIREITO DA UFMG 
 
 
Gustavo Guimarães - 2018090580 
Juliana Bie Ferreira de Souza - 2017066804 
Miquéias Rosa Pereira - 2019105645 
Rogério Domingues 
Vinícius 
 
 
1º Trabalho de Hermenêutica Jurídica - O objetivo da 
Hermenêutica 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2021 
 
1 
Gustavo Guimarães 
Juliana Bie Ferreira de Souza - 2017066804 
Miquéias Rosa Pereira - 2019105645 
Rogério Domingues 
Vinícius 
 
 
1º Trabalho de Hermenêutica Jurídica - O objetivo da 
Hermenêutica 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a matéria de Hermenêutica 
Jurídica ao curso de graduação de Direito da 
Universidade Federal de Minas Gerais, como 
requisito parcial para obtenção de nota. 
Professora Dra. Nathalia Lipovetsky e Silva 
 
 
 
Belo Horizonte 
2021 
2 
 
Sumário 
 
1 - A obra 3 
2 - O texto 4 
3 - O discurso 5 
4 - O texto jurídico 6 
5 - Estrutura da lei 8 
6 - Antinomias das normas e interpretação 10 
Referências 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1 - A obra 
A origem da hermenêutica é arcaica e esteve presente em tempos remotos da 
civilização, assim, há quem diga que sua origem etimológica vem dos gregos com o termo 
hermeneuein. Entendida como filosofia da interpretação, o entendimento de hermenêutica é, 
para os gregos, associada ao deus Hermes, o responsável por traduzir as questões não 
compreendidas da mente humana e denominado como “o deus-intérprete” . Entretanto, apesar 
do entendimento de hermenêutica ser de origem grega, o termo hermenêutica, foi criado 
apenas em 1654, na obra “ Hermenêutica sacra sive methodus exponendarum sacrarum 
litterarum'' de J.C. Dannhauer. 
Após a popularização do termo e com a evolução da hermenêutica, muito se debateu a 
respeito do seu conceito e definição, da sua aplicação, bem como do objeto de aplicação, isto 
é, quais obras e textos devem ser apreciados com a hermenêutica. Nesse sentido, foi só com 
Friedrich Schleiermacher, por volta do séc XIX, que elevaram o “status” da hermenêutica ao 
patamar de uma ciência, a distinguiram da até então chamada exegese, ambas muito 
confundidas, e, finalmente, passaram a responder de fato as questões anteriormente 
colocadas. 
Destarte, após uma breve contextualização da origem da hermenêutica, tem-se, dentre muitos 
temas que são objetos da hermenêutica, como elemento inicial de sua aplicação, a escolha de 
uma obra, seja ela, jurídica, ficcional, romântica, científica, religiosa, dentre muitas outras. 
Passou-se a universalizar a possibilidade de compreensão de qualquer texto, rompendo com a 
visão primordialmente colocada de se interpretar apenas os textos sagrados da bíblia, a 
chamada exegese bíblica. Assim, a hermenêutica, continuou sendo muito relacionada aos 
textos religiosos no período anterior à Filologia clássica, haja vista a sua própria definição no 
dicionário internacional, Webster's Third New International Dictionary , sendo: "estudo dos 
princípios metodológicos de interpretação e compreensão; hermenêutica específica: o estudo 
dos princípios gerais de interpretação bíblica" (PALMER, 2002, p. 16). 
Nesse sentido, o entendimento de pensar em uma hermenêutica geral da compreensão, 
buscando ser a mesma independente do objeto/obra a ser analisada, partiu do filósofo 
Schleiermacher, o qual estava insatisfeito com técnicas interpretativas advindas do 
renascimento, e, portanto, propunha um deslocamento de “como se interpreta” para “o que 
significa interpretar” (as razões da regra e do procedimento), denominando como a arte da 
compreensão geral. (SCHLEIERMACHER, 1999, p.15). Ademais, o autor entende que tal 
compreensão é alcançada a partir do chamado círculo hermenêutico, em uma relação dialética 
entre o todo e a parte, não sendo possível compreender a parte sem o todo e vice-versa. 
Todavia, faz-se necessário um mínimo de conhecimento prévio para atingir a compreensão do 
todo e das partes presentes no círculo, dessa forma, deve ser feito uma interpretação 
gramatical (extraído da linguagem do texto) juntamente com uma interpretação psicológica 
daquele que fala, o autor (reconstrução psicológica). 
Todavia, essa compreensão de parte e totalidade, muito abordada na hermenêutica, 
possui grande dificuldade quando na ausência de um dado universal e/ou uma pré 
4 
compreensão. Assim, na busca pela reconstrução linguística e psicológica de uma 
determinada obra e de seu autor, em que haja uma impossibilidade de aplicação de uma regra 
geral de entendimento a um caso particular, é que a filósofa alemã Hannah Arendt, dispõe em 
seu livro “A condição humana” de 1958, a possibilidade de explorar o campo dos juízos 
reflexivos e raciocinantes que entreabre a faculdade de pensar o particular (ARENDT, 1958, 
p.275). 
Por fim, apesar dos entraves existentes na aplicação da hermenêutica, é notório o 
avanço da pluralidade de obras literárias que esta alcançou. Permitiu-se adotar um olhar 
hermenêutico sobre inúmeros objetos, sejam eles religiosos ou não. A hermenêutica sempre 
está em uma constante evolução, e sua universalização foi a primeira dessas. 
 
2 - O texto 
O texto nada mais é do que uma unidade linguística materializada e provida de 
intenção comunicativa, apresentando um sentido completo, desenvolvido numa estrutura 
formal e se manifestado de forma verbal ou não verbal. Todavia, o que se entende por isso? 
Qual a relação do texto com a obra, com o discurso e com a hermenêutica em si? 
A preocupação com a unidade linguística do texto é de fundamental importância para 
o alcance de sua finalidade, portanto, a coerência e a congruência linguística de uma estrutura 
textual se fazem necessárias para a transmissão de um discurso coeso e acessível, realizado 
pelo emissor e pretendido a um destinatário. 
Entretanto, a estrutura textual é, por essência, muito mais do que uma simples unidade 
linguística, visto que, segundo a linguista e professora ORLANDI (2001), a unidade textual é 
complexa e dotada de regularidades e irregularidades, exigindo, em sua análise interpretativa, 
as condições de sua produção, ou seja, é necessário compreender o contexto 
sócio-histórico-ideológicoda obra, bem como a situação de seus interlocutores, pois o sentido 
do texto se constrói no espaço discursivo destes. 
Outrossim, em suma, tanto a linguística como a hermenêutica, visualizam o texto e/ou 
a linguagem como uma unidade que requer uma reconstrução. Dessa forma, esta é realizada 
através da interpretação gramatical, utilizando-se do método histórico-comparativo, do 
divinatório e do comparativo (partir do genérico para o particular; projeção do intérprete no 
lugar do leitor; comparação da obra analisada com outras do mesmo período), empregados 
por Schleiermacher, juntamente com uma interpretação psicológica do autor, reconstruindo a 
sua experiência mental através de suas expressões linguísticas. 
De modo geral, o texto/a linguística devem trabalhar com o discurso pretendido, haja 
vista que ambos se complementam para a transmissão de determinada mensagem. Porém, 
para evitar possíveis falhas comunicativas, segundo KOCH (1999, p. 9) a linguagem deve 
adotar três concepções, são elas: a linguagem como representação do mundo e do 
pensamento, a linguagem como instrumento de comunicação e a linguagem como forma de 
5 
ação ou interação. Em síntese, o que a linguista Ingedore Koch quis dizer é que a linguagem 
deve fazer uma papel de espelho, representando nossos pensamentos e a realidade que nos 
cerca, como também, uma ferramenta de comunicação, a fim de transmitir mensagens entre 
um emissor e um receptor, e, por fim, a linguagem deve ser fruto de um processo de interação 
dos seres humanos, estando ligada, estritamente, com o contexto sócio-histórico-ideológico 
do qual participa, como anteriormente falado. 
 
3 - O discurso 
No âmbito dos estudos do discurso, a língua deve ser entendida como um sistema. 
Esse sistema foi concedido por Saussure, pelo qual, a concepção sobre possibilidades de 
descrição das restrições semânticas, tanto de uma formação discursiva, como do corpo do 
enunciador, apresenta a fundamentação da linguística estrutural e, apresenta proposições 
contempladas pelas ciências humanas e, mais especificamente, pelos estudos do discurso 
(DISCINI, 2017). 
Pensar que o signo linguístico é unidade constituída por meio da relação entre uma 
imagem acústica e um conceito leva a aceitar que não há conceitos dados de 
antemão, naquilo que parece ser a organização natural de tudo que nos cerca. O 
signo, no interior do sistema linguístico, classifica as coisas que “estão aí”, ao 
nomeá-las. Além disso, para os estudos do discurso, um signo definido não 
como entidade em si, mas conforme um sistema de valores que compõe um 
todo leva a interrogar a relação das partes com o todo, e deste com elas, seja 
esse todo relativo ao enunciado ou à enunciação (grifo nosso) (DISCINI, p. 959, 
2017). 
Há dessa forma, uma mudança nas investigações da língua, que além de ser vista 
como sistema de signos, implica na fala. Essa fala, sistematicamente organizada, se postula 
sobre a língua e se reúnem sobre o arcabouço da linguagem. Com esses parâmetros é possível 
observar que a análise linguística serve como ponto de partida para a análise da fala, 
confirmada no avanço dos estudos linguísticos ao discurso (DISCINI, 2017). 
O estudo do processo do significado da comunicação, se apresenta através da natureza 
do discurso com elementos ligados no momento da produção, seja de um texto, de um debate, 
escrita ou linguagem. O discurso, quando ocorre, é feito de maneira coerente adequada ao 
momento em que foi produzido, nas circunstâncias em que foi produzido, com a finalidade 
para a qual foi produzido. Nesse sentido, há de se inferir que o discurso tem malha de 
significações, envolvida por uma circunstancialidade que a condiciona em seu entendimento 
e interpretação (FURQUIM, 2015). 
O discurso sempre ocorre no tempo e na história, com isso, é determinado por 
situações e constantes dialéticas para a sua produção, com valores em relação à realidade 
sobre a qual atua, passando da apreensão para a compreensão da realidade e assim, da 
interpretação de sequência ininterrupta de fatos e sentidos para a posição de sujeito agente do 
juízo discursivo. “Passa-se a perceber que um sujeito que age por meio da significação, antes 
6 
de fazê-lo, interage com outras significações, de modo a criar e a recriar essa mesma 
“realidade”, a partir de seus valores, de sua cultura, etc.” (FURQUIM, p. 4, 2015). 
Os discursos predominantes em determinadas instituições, principalmente as jurídicas, 
possuem uma estratégia de poder para se instalar determinados paradigmas econômicos, 
sociais, políticos e jurídicos (STRECK e KOCHE, p.221, 2017). No âmbito jurídico, o 
Direito continua refratário a tais viradas paradigmáticas, que se caracteriza no Direito 
brasileiro como um pensamento coletivo massificado, um imaginário acrítico e técnico, que 
molda os discursos predominantes na cotidianidade. Esse modo de reproduzir o direito, 
principalmente na perspectiva epistemológica, reduz o conhecimento a certas verdades 
jurídicas consagradas. Assim, como é possível perceber a criação dessa realidade a partir de 
valores consagrados dentro de um ordenamento jurídico (VIEITO, p. 162, 2016). 
 
4 - O texto jurídico 
Uma das diferenças entre as linguagens do direito positivo e da Ciência do Direito se 
apresenta ao se analisar o sujeito que a emana e o tipo que a reveste. O direito positivo, sendo 
criado pelo legislador, apresenta-se em linguagem técnica utilizando palavras e expressões 
científicas. Já na Ciência do Direito, a linguagem é elaborada pelo jurista, que se caracteriza 
por uma linguagem científica na qual procura substituir as palavras carregadas de imprecisão 
significativa por outras que se mostrem mais exatas (CAMPILONGO, et al. 2017). 
Consistindo no conjunto de normas jurídicas válidas, o direito positivo tem por 
escopo a regulação das condutas intersubjetivas. Traduz-se em linguagem 
prescritiva, expedindo comandos dirigidos ao comportamento humano, por meio 
dos modais deônticos (obrigatório, proibido, permitido). Suas proposições não são 
verdadeiras ou falsas, mas válidas ou não-válidas, valores lógicos da linguagem 
prescritiva. E, por essemesmo motivo, a lógica que lhe corresponde é a Lógica 
Deôntica (CAMPILONGO, et al. p. 6, 2017). 
A Ciência do Direito, por sua vez, representa um discurso descritivo, capaz de 
transmitir conhecimentos acerca do seu objeto, composto pelo conjunto de normas jurídicas. 
Enquanto o direito positivo dirige-se para a região material das condutas, a Ciência do Direito 
apenas o descreve, sem nele interferir (CAMPILONGO, et al. 2017). 
No texto jurídico, o uso da linguagem se mostra extremamente importante, já que com 
ela, seu efeito argumentativo ou uso persuasivo se tornam aptas a fundamentar com sucesso 
certas afirmações conclusivas (WARAT, 1984). 
Na teoria da argumentação, estabelece-se uma classificação das estruturas 
argumentativas utilizadas para persuadir. Essas estruturas, constituem estruturas 
argumentativas com repertórios persuasivos através de falácias não formais a fim de indicar 
diferentes maneiras de trabalho das opiniões generalizadas para obtenção da aceitação de 
pontos de vista não comprovados logicamente (WARAT, 1984). 
7 
O direito usado como comunicação, para Robles, assume caráter linguístico do direito, 
assumindo métodos analíticos e hermenêuticos para produção de texto no âmbito jurídico. 
O texto jurídico não é narrativo como diz Robles, mas prescritivo. Através dele o 
Estado se revela comunicando-se com a sociedade para impor organização social e 
comportamentos (ROBLES, p. 206, 1998). O autor considera que todo sistema legal é um 
texto verbalizado ou verbalizável, capaz de ser interpretado em termos escritos, com normas 
de fatores sociais, devendo ser aberto, claro e de fácil entendimento capaz de se fixar no texto 
escrito. 
Assim, pelo texto jurídico é capaz de permanecer em transformação, formando novas 
leis por meio de decisões diárias, em novas sentenças judiciais, entre outro. Por ser 
prescritivo, ele é dotado de determinada função pragmática que torna-o um conjunto de 
mensagens cujo significado permanente é dirigir, guiar ou regular as ações humanas. Além 
disso, o próprio texto cria aquelas ações que podem ser consideradas como legal (ROBLES, 
1998). 
A função regulatória ou prescritiva do texto legal não é a exaustão em ação, na 
determinação dos requisitos para isto ocorrer. Também se estende a modalidades deônticas 
não constitutiva da ação, mas pressupõe a constituição disso, como ordenar um 
comportamento, proibir, permitir, autorizar, etc. E, além disso, essa função também se 
estende à determinação do quadro espaço-temporal da ação, das disciplinas e suas respectivas 
competências, elementos todos os quais. Embora não afetem diretamente a ação, eles a 
condicionam indiretamente, e nesse sentido também o regulam. A função prescritiva é 
relativa à ação é, portanto, elevada à categoria central para a teoria do direito (ROBLES, 
1998). 
Dessa forma, com acesso fácil e direto às informações, a justiça precisa ampliar-se, 
levando ao jurisdicionado o direito de entender e acompanhar os processos judiciais de seu 
interesse, bem como as leis e normas que o afetam diretamente. E isso só será viável a partir 
da elaboração de textos jurídicos que adotem uma linguagem direta e clara. Devem ser 
evitados os exageros, os preciosismos, os estrangeirismos, o pedantismo e outros “vícios” que 
apenas dificultam o entendimento e precisão do texto, quando não o tornam incompreensível 
(SOUZA, 2010). 
 
5 - Estrutura da lei 
Em sua lição introdutória ao estudo do direito, Paulo Nader determina a essencial 
importância do estudo da norma jurídica para que se compreenda o direito, afinal, segundo o 
autor, a norma jurídica é o elemento essencial do direito objetivo. De tal forma que, a norma 
e outras regras jurídicas estão para o direito de um povo, assim como as células estão para um 
organismo vivo (NADER, 2014, p. 83). Assim, para que haja equilíbrio numa sociedade, não 
basta que os homens estejam dispostos a praticar a justiça, é necessário que haja uma fórmula 
8 
indicativa de justiça que oriente a sociedade em determinado momento histórico. É neste 
sentido que, segundo o autor, atua a norma jurídica, como um instrumento definidor da 
conduta exigida pelo estado, esclarecendo ao agente como e quando agir (NADER, 2014, p. 
83). Assim, ao conceituar norma jurídica, Paulo Nader apresenta a seguinte determinação: 
 
O Direito Positivo, em todos os sistemas, compõe-se de normas jurídicas, que são 
padrões de conduta ou de organização social impostos pelo Estado, para que seja 
possível a convivência dos homens na sociedade. São fórmulas de agir, 
determinações que fixam as pautas do comportamento interindividual. Pelas regras 
jurídicas o Estado dispõe também quanto à sua própria organização. Em síntese, 
norma jurídica é a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social 
(NADER, 2014, p. 83). 
 
Nesse viés, Dirceu Marques Galvão Filho, ao tratar sobre as normas, conclui que a 
norma é o sentido de um ato através do qual uma conduta é prescrita ou facultada. Em suma, 
é a norma um conteúdo de dever ser, e o ato em si, é um ser (GALVÃO FILHO, 2000). Há, 
contudo, uma distinção entre a norma jurídica e a lei. Onde a lei é apenas umas das formas de 
expressão da norma, que também pode se expressar pelo direito costumeiro, e em alguns 
casos, pela jurisprudência (NADER, 2014, p. 83). Nesse contexto, dentre as várias formas de 
classificação, destaca-se a classificação quanto à sua fonte. Dessa forma, de acordo com o 
sistema jurídico a que pertencem, as normas podem ser legislativas, consuetudinárias e 
jurisprudenciais (NADER, 2014, p. 89). 
 Num recorte analítico, as normas classificadas como legislativas, são normas jurídicas 
escritas, corporificadas nas leis, medidas provisórias e decretos. Especificamente, as leis são 
emanadas do Poder Legislativo, enquanto as outras subespécies são postas pelo Poder 
Executivo (NADER, 2014, p. 89). Ao tratar do tema, aprofundando na conceituação da lei 
propriamente dita e suas fontes, Paulo Nader se expressa da seguinte forma: 
 
A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do Poder 
Legislativo, que estabelece normasde acordo com os interesses sociais. Não 
constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual ( L’État c’est moi ), 
pois traduz as aspirações coletivas. Apesar de uma elaboração intelectual que exige 
técnica específica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na 
realidade social. A sua fonte material é representada pelos próprios fatos e valores 
que a sociedade oferece (NADER, 2014, p. 141) 
. 
A lei, assim conceituada, pode ser examinada em seu sentido amplo, onde o vocábulo 
lei é utilizado para indicar todo o direito escrito. Essa forma de exame abrange a lei 
propriamente dita, a medida provisória e o decreto, estes, atos executivos com suas limitações 
e formalidades estabelecidas constitucionalmente (NADER, 2014, p. 147). Noutro aspecto, 
considerada em sentido estrito, a lei, em sua constituição, reúne duas formas de caracteres, os 
9 
caracteres substanciais e os caracteres formais. Quanto à primeira caracterização, observa-se 
que a lei agrupa normas jurídicas, são taxados como características substanciais a sua 
generalidade, abstratividade, bilateralidade, imperatividade e coercibilidade. 
Por outro lado, também existem exigências quanto à forma da lei, e nesse sentido, 
estabelece-se como características formais, a necessidade de ser escrita, emanada do Poder 
Legislativo por meio do devido processo previsto, promulgada e publicada (BARBOSA). A 
lei ainda pode ser concebida em sentido formal e em sentido formal material. Tratando-se da 
primeira concepção, em sentido formal, a lei atende apenas os requisitos de forma, como 
mencionado, faltando-lhe ainda características conteudistas, como a generalidade, ou por 
ainda estarem ausentes a sanção ou substância jurídica desta. Considerada em sentido 
formal-material, a lei, além de atender os requisitos formais, carrega conteúdo próprio do 
direito, portando todos os caracteres formais e substanciais mencionados (NADER, 2014, p. 
148). 
Completa com tais requisitos, a lei, pode se apresentar em forma substantiva e 
adjetiva. Em sua forma substantiva, é também chamada de lei material, e caracterizada por 
reunir normas de conduta social que determinam os direitos e deveres das pessoas em suas 
relações. Em contrapartida, as leis adjetivas, também denominadas formais, conforme lição 
de Paulo Nader, são aquelas que contém um agrupamento de regras que definem os 
procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões judiciais (NADER, 2014, p. 
148). Além dessas tipificações de leis, existem ainda, as leis de ordem pública, as quais 
carregam determinações fundamentais ao equilíbrio e à segurança da sociedade, ao passo que, 
estabelecem regras sobre o bem-estar coletivo. Por isso, independe das vontades privadas, por 
tratarem de questões personalíssimas, geralmente indisponíveis, dentre outras questões 
relevantes concernentes ao equilíbrio da sociedade. 
Posto isso, para a devida estruturação da lei, existe todo um processo estabelecido na 
Constituição Federal referente à formação da lei e todo o processo legislativo previsto para 
que seja considerada válida. Nesse sentido, conforme estabelecido na Constituição Federal 
brasileira, na seção VII - do Processo legislativo, e especificado na subseção III – das leis, o 
processo de criação das leis há de seguir sequentemente, as seguintes etapas: apresentação de 
projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e 
publicação (BRASIL, 1988). 
Tratada a estrutura e formação da lei, tal mandamento é sempre criado visando a 
aplicação. Nesse ponto, segundo estudo apresentado por Vicente Rao, existem fases de 
interpretação do direito. O autor conclui que, inicialmente, ocorre a diagnose do fato, onde se 
analisa os pormenores do caso apresentado, e firma-se o diagnóstico quanto à matéria de fato. 
Feito isso, ocorre a diagnose do direito, onde observa-se a existência de lei relativa aos fatos 
narrados. Tomado o conhecimento dos fatos, constatando-se a existência de lei que verse 
sobre o fato, o aplicador passa à crítica formal, onde deve observar na lei o cumprimento de 
todos os requisitos formais necessários. Constatados, o aplicador faz a crítica substancial, 
onde verifica a presença de todos os elementos intrínsecos de validade e efetividade da lei, 
voltados para o conteúdo da lei. Etapa na qual observa a competência do órgão legislador, o 
10 
patamar e a natureza da lei em jogo. Vencido isso, o aplicador passa para a etapa de 
interpretação da lei, onde, nas palavras do citado autor, cumpre a tarefa de conhecer o espírito 
da lei. Acrescenta que interpretar o direito consiste em revelar o sentido e o alcance das 
normas jurídicas. Por fim, cumpridas todas as etapas, haverá condições para a aplicação da lei 
de fato, feita sob forma de silogismo. Contudo, além da tarefa lógica da aplicação, esta, não 
se reduz apenas à uma operação lógica, contando também com contribuições subjetivas do 
aplicador. (RAO apud NADER, 2014, pp. 152-153). 
 
6 - Antinomias das normas e interpretação 
Com fito em aprofundar-se no estudo do direito como um conjunto de normas num 
mesmo sentido, foi criado no início do século XX, pelo positivismo jurídico, a teoria do 
ordenamento jurídico. A tese surge exatamente diante da necessidade de unificação do 
conjunto de normas jurídicas, evitando a visão unitária das normas, consequentemente, 
evitando-se incertezas e arbítrios judiciais. Nesse sentido, a teoria do ordenamento detém três 
determinações para que o direito seja considerado um conjunto: unidade, coerência e 
completude (BOBBIO, 2006, pp. 197-198). Assim sendo, considera-se que o ordenamento 
jurídico forma uma unidade, ao passo que, todas as normas que o constitui são estabelecidas e 
organizadas direta ou indiretamente pela mesma autoridade, logo, todas são oriundas de uma 
mesma fonte originária (BOBBIO, 2006, pp. 199-200). Concernente às características 
coerência e completude, também determinantes para que o direito seja vislumbrado como um 
conjunto, é notório a vinculação estreita entre elas. Sobretudo, por considerar que a 
deterioração dessas características num ordenamento, necessariamente, gera 
imprevisibilidadee insegurança acerca das decisões e interpretações. 
 Ao tratar da previsibilidade decisória e das formas pelas quais pode ser concebida, 
Maria Helena Diniz expõe que: 
 
[...] Quando o magistrado não encontra norma que seja aplicável a determinado 
caso, e não podendo subsumir o fato a nenhuma norma, porque há falta de 
conhecimento sobre um status jurídico de um certo comportamento, devido a um 
defeito do sistema normativo que pode consistir na ausência de uma solução, ou na 
existência de várias soluções incompatíveis, estamos diante de um problema de 
lacuna normativa, no primeiro caso, ou de lacunas de conflito ou, antinomia, no 
segundo. (2008, pp. 421- 422) 
 
Fazendo-se um recorte acerca da temática, ao tratar especificamente das antinomias 
das normas, Flávio Tartuce a define como a existência de duas normas conflitantes, 
consideradas válidas e emanadas de autoridade competente, sem a possibilidade de afirmar-se 
qual delas merece aplicação em determinado caso concreto (TARTUCE, 2014, p. 38). Nesse 
11 
mesmo sentido leciona Tércio Sampaio Ferraz Jr., que em sua lição conceitua antinomia 
jurídica como: 
[...] Oposição entre duas normas contraditórias (total ou parcialmente), emanadas de 
autoridades competentes num mesmo âmbito normativo que coloca o sujeito numa 
posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos a 
permitir-lhe uma saída nos quadros de um ordenamento dado. (1996, p. 14). 
 
A antinomia real entre duas normas leva à exclusão de ambas, conforme menciona 
Ulrich Klug (apud DINIZ, 1998, p. 21). A partir dessas considerações, Maria Helena Diniz 
determina que, para que haja a real incompatibilidade entre duas normas, será necessário: a) 
que ambas as normas sejam jurídicas; b) ambas sejam vigentes e pertencentes a um mesmo 
ordenamento jurídico; c) ambas emanem de autoridade competente num mesmo âmbito 
normativo; d) ambas devem ter operadores opostos e seus conteúdos devem ser a negação 
interna um do outro; e) e que o sujeito, ao qual a norma se dirige deve ficar numa posição 
insustentável (DINIZ, 1998, pp. 21-23). Assim, em outra lição a autora determina que, para 
que haja antinomia real, é necessário a concorrência de três condições indispensáveis, quais 
sejam: incompatibilidade, indecidibilidade e necessidade de decisão (DINIZ, 2008, p. 392). 
Tais antinomias, podem ser classificadas quanto: ao critério de solução, conteúdo, âmbito, e a 
extensão da contradição (DINIZ, 1998, pp. 27-29). 
 Ao tratar sobre o conflito entre as normas de um mesmo ordenamento, Hans Kelsen 
assevera que, para haver conflito normativo, é necessário que as duas normas em questão 
sejam válidas, ou seja, tenham existência reconhecida juridicamente (apud DINIZ, 1998, p. 
33). Nesse caso, configurada a antinomia normativa, o aplicador e intérprete do direito fica 
diante de um dilema, onde há necessidade de escolha, e a opção por uma delas implicaria a 
violação da outra. É nesse sentido que atua a ciência jurídica, que pela necessidade de 
coerência para o conjunto do sistema jurídico, estabelece critérios interpretativos para 
desembaraçar-se de tal situação conflitante. Esses critérios são considerados normativos, 
concebidos como princípios jurídico-positivos, considerados pressupostos pelo legislador ao 
criar a norma. 
 Assim sendo, pela necessidade posta de saber qual das duas normas conflitantes deve 
ser aplicada de preferência, existe uma previsão de critérios para solucionar antinomias no 
direito interno. O primeiro critério é chamado de hierárquico, baseado no princípio de que 
uma lei superior derroga uma lei inferior. Assim, diante de um conflito de normas de 
diferentes níveis, preferir-se-á a norma de nível mais alto, independentemente da ordem 
cronológica. O segundo critério, por sua vez, é conhecido como cronológico, pautado no 
princípio de que uma lei posterior revoga a lei anterior. Nesse caso, faz-se a remontagem do 
início da vigência da norma, desde que sejam de mesmo escalão, e opta-se pela prevalência 
da lei posterior. O terceiro critério, o de especialidade, pauta-se no princípio em que a norma 
especial derroga a norma geral, considerando a matéria tratada no texto posto. Assim sendo, 
recorre-se aos meios interpretativos, observando-se diante do conflito de normas, qual poderá 
ser considerada especial. Nesse caso, define-se ao intérprete a norma especial como aquela 
12 
que, em sua determinação, possui todos os elementos típicos da norma geral, e em sua 
especificidade, acrescenta alguns elementos típicos de natureza objetiva ou subjetiva (DINIZ, 
1998, pp. 34-39). 
 Contudo, ainda que tais critérios não sejam aplicáveis, o intérprete ainda terá à 
disposição outro recurso. Nesse caso excepcional, não sendo possível a superação da 
antinomia das normas por meio de nenhum dos critérios, surgirá a lacuna de colisão ou de 
conflito, nesse caso, superadas pela aplicação dos princípios que regram o preenchimento de 
lacunas. Como salienta Maria Helena Diniz, é preciso mesmo diante de casos excepcionais, 
que o valor justo prevaleça entre duas normas incompatíveis, devendo-se seguir a mais justa 
ou favorável, procurando, nesses casos, salvaguardar a ordem pública ou social (DINIZ, 
1998, p. 40). Assim o jurista e filósofo alemão Karl Larenz em sua obra, ao tratar sobre a 
conformação e apreciação jurídica da situação de fato e sobre o processo interpretativo na 
aplicação normativa, determina que nas pautas as quais o julgador tem que concretizar, e que 
são carecidas de preenchimento, utiliza-se de certa valoração, adequando a previsão da norma 
à situação de fato, que lhe é remetida para uma determinação mais minuciosa. Algumas 
normas remetem a normas sociais, extrajurídicas e nesse caso, como não são previamente 
definidas, requerem valoração, como no caso dos bons costumes (LARENZ, 1997, pp. 
406-418). Nesse sentido, determina que interpretar uma norma é uma atividade de mediação, 
pela qual o intérprete traz à compreensão o sentido de um texto que se mostra problemático 
(LARENZ, 1997, p. 439). 
Em conclusão, a solução da antinomia é encontrada pelo aplicador do direito por meio 
do empregoda interpretação equitativa. Tal atividade interpretativa é exercida dentro do 
sistema jurídico como um conjunto, o qual é composto de subsistemas normativos, fáticos e 
valorativos. Nos casos de inaplicabilidade dos critérios interpretativos mencionados, onde 
resta a lacuna, somente poder-se-á haver solução pela edição de uma nova norma, que 
escolha entre uma das normas conflitantes, ou, em última análise, por meio de uma 
interpretação equitativa (DINIZ, 1998, P. 93). Levando em conta tal necessidade, 
considera-se o juízo feito por equidade, uma espécie de aplicação em concreto, das 
exigências postas pelos ideais da justiça, atentando-se sempre à igualdade proporcional. 
Nesse sentido, Tércio Sampaio Ferraz Jr., em sua lição introdutória ao estudo do direito, 
considera que o intérprete deve, sempre buscar uma racionalização desta intuição, mediante 
uma análise das considerações práticas dos efeitos presumíveis das soluções encontradas, o 
que exige juízos empíricos e de valor, os quais aparecem fundidos na expressão juízo por 
equidade (FERRAZ JR., 1996, p. 304). 
 
 
 
 
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