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Não é apenas o que comemos que é importante, mas também quando comemos, o que comemos ou quando não devemos comer. A cronobiologia refere-se ao estudo sistemático das características temporais da matéria viva, em todos os seus níveis de organização. Inclui o estudo de ritmos biológicos como, as oscilações periódicas em variáveis biológicas e as mudanças associadas ao desenvolvimento. A cronobiologia também está relacionada à farmacologia. Estudos que correlacionam esses temas são realizados há muito tempo, onde mostram, por exemplo, qual o melhor horário para se consumir determinado remédio de acordo com a cronobiologia. Já a crononutrição estuda em que horários comemos o que comemos e como o consumo alimentar pode influenciar nosso ritmo cicardiano. Por exemplo: ESTATINA O funcionamento tireoidiano é mais expresso no período matutino. Por conta disso, recomenda-se a administração dos remédios para o hipotireoidismo no período da manhã. OS HORMONIOS SOFREM ALTERAÇÕES DURANTE O DIA Leptina é o hormônio da saciedade; especialmente associado a termogênese, fazendo gastar mais energia no período Quando o indivíduo dorme mal ou diminui as suas horas de sono, ocorre uma menor produção de leptina durante a noite, ocasionando em um nível mais baixo durante o dia. A estatina inibe a HMGCoa redutase, que é a enzima responsável pela síntese de colesterol. Essa enzima é mais ativa no período noturno. Por isso indica-se o consumo de estatina a noite! Sinais, sintomas e até morbidades podem ser mais exacerbadas ao longo do dia: Os sabores dos alimentos também mudam ao longo do dia A fisiologia do ser humano está preparada para comer, se exercitar e ser ativo durante o dia. No período da noite, está preparada para não comer e repousar. Alguns anos atrás acreditava-se que existia apenas um relógio biológico, o núcleo supraquiasmático. Esse relógio está ligado ao nervo óptico, sensível a luz, que nos mostra se é dia ou noite. Mas novos estudos mostraram que não existe só apenas esse relógio, o núcleo supraquiasmático, mas que existem uma série de relógios localizados por exemplo, na tireoide, no fígado, no pâncreas e outros fora do núcleo supraquiasmático que também coordenam nossa fisiologia, onde podem ser adiantados ou atrasados não somente pelo ciclo de claro e escuro, mas também de acordo com o consumo alimentar. Todos os relógios devem estar sincronizados com o grande relógio mestre. Caso estejam dessincronizados, chamam-se de cronodisrrupção. Somos significativamente mais sensíveis à doçura na parte da manhã. Está associado a complicações de saúde Alterações metabólicas relacionadas a obesidade Controle glicêmico inadequado Sintomas depressivos e ansiosos Quando os relógios estão regulados maior expressão de genes associados a expressão de enzimas relacionadas a oxidação de gordura. Quando os relógios estão desregulados tem uma expressão de enzimas lipogênicas, a genes ligados a marcadores da inflamação, ao estresse oxidativo, ao potencial detoxificante, ao processo inflamatório, ao anabolismo muscular, a oxidação lipídica, etc O que acontece quando esses relógios são dessincronizados? São 6h00 da manhã e o corpo acha que são 4h00 da manhã. Alinhamento circadiano É quando o relógio central está alinhado com os relógios periféricos. Consequências do desalinhamento: Fadiga Insônia Desorientação Alterações no perfil hormonal Alta morbidade Envelhecimento da pele Alterações do cortisol: CORTISOL INIBE TSH Reduz conversão Reduz relação de t4 em t3 t3:rt3 Cortisol elevado interfere na função tireoidiana; Inibe a ação da leptina; Inibe a lipólise e estimula a lipogênese; Depleta serotonina; Aumenta a compulsão por carboidratos Reduz a sensibilidade a insulina Cronótipo Norturno Perfil: Não rende de manhã, fica com muito sono Trabalha até mais tarde e acorda mais tarde Come mais tarde Dificuldade para acordar O corpo não reconhece o horário Quais fatores causam cronodisrrupção? Desalinhamento cicardiano Luz no período noturno, alterações no sono, ingestão de alimentos à noite. Genética mutações no gene clock Patologias diabetes e artrite reumatoide Alimentação Fibras no café da manhã: Reduz as concentrações de ácidos graxos ao longo da manhã; Produz sensibilidade relativa à insulina, resultando em menor glicemia após o almoço. Com o bom consumo de triptofano de manhã, melhor será o pico de serotonina a noite, melhor será a qualidade do sono e menor compulsão de cho e doces. Triptofano no café da manhã Café da Manhã Evite omitir; Estudos: até 09:30h; Carboidrato de baixo a moderado IG + proteína + fibras; Estratégia anti-inflamatória; Fonte de triptofano; *O consumo de alimentos ricos em melatonina aumenta a concentração sérica de melatonina e a capacidade antioxidante em seres humanos. Consumir cafeína à noite (o equivalente a um expresso duplo) atrasa o relógio endógeno circadiano humano em 40 minutos. À noite Esvaziamento gástrico 50% menor; Biogênese mitocondrial; Menor tolerância à glicose e à gordura; Fases 2 e 3 da detoxificação; Secreção de leptina; Maior resposta alérgica à alimentos alergênicos (> absorção do alérgeno e >PI)