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APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
3 
Sumário 
1 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CIRURGIA E MANOBRAS CIRÚRGICAS 
FUNDAMENTAIS 
Página 5 
Necessidades Básicas para Cirurgia PÁGINA 6 
Diérese PÁGINA 6 
Hemostasia PÁGINA 15 
Feridas Cirúrgicas PÁGINA 18 
Síntese PÁGINA 19 
2 EXODONTIA Página 31 
Classificação das exodontias PÁGINA 32 
Objetivos da exodontia PÁGINA 33 
Princípios fundamentais de exodontia PÁGINA 34 
Tempos operatórios PÁGINA 35 
Planejamento da exodontia PÁGINA 35 
Mecânica exodôntica PÁGINA 37 
Mecânica à Fórceps PÁGINA 39 
Mecânica a Alavancas PÁGINA 48 
Odontossecção PÁGINA 51 
Osteotomia/Alveolectomia para exodontia PÁGINA 52 
Folha de recomendações do pós-operatório PÁGINA 55 
3 PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR Página 56 
4 INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS Página 60 
Microbiologia das infecções Odontogênicas PÁGINA 61 
Princípios do tratamento das infecções Odontogênicas PÁGINA 64 
Princípios da prevenção das infecções Odontogênicas PÁGINA 76 
Processos inflamatórios sépticos de origem dentária PÁGINA 78 
Infecções Odontogênicas complexas PÁGINA 80 
5 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS Página 89 
Lesões de tecidos moles: 
 Laceração do retalho mucoso 
 Feridas perfurantes 
 Laceração 
 Esgarçamento ou abrasão 
PÁGINA 90 
Complicações com um dente durante a sua extração: 
 Fratura de raiz 
 Deslocamento da raiz 
 Dente perdido na faringe 
PÁGINA 93 
Lesões a dentes adjacentes: 
 Fratura ou deslocamento de uma restauração adjacente 
 Luxação de um dente adjacente 
 Extração do dente errado 
PÁGINA 97 
Lesões a estruturas ósseas: 
 Fratura do processo alveolar 
 Fratura da tuberosidade maxilar 
PÁGINA 98 
Lesões a estruturas adjacentes: 
 Lesões a estruturas nervosas regionais 
 Parestesia 
 Lesões à articulação temporomandibular 
PÁGINA 100 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
4 
Sumário 
Comunição oroantrais PÁGINA 103 
Sangramento pós-operatório PÁGINA 104 
Cicatrização retardada, edema e infecção 
 Edema 
 Infecção 
 Deiscência de feridas 
 Alvéolo seco 
PÁGINA 105 
Fraturas mandibulares PÁGINA 107 
Outros: 
 Epilepsia 
 Cisto ciliado cirúrgico 
 Cisto residual 
PÁGINA 108 
EXEMPLOS DE RELATÓRIOS PARA EXODÔNTIA PÁGINA 111 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
5 
TERCEIRO ANO DE ODONTOLOGIA - UNIOESTE 
1 
PRINCÍPIOS DE CIRURGIA E MANOBRAS 
CIRÚRGICAS FUNDAMENTAIS 
 
Cirurgia e Traumatologia Oral e 
Bucomaxilofacial I 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ESTUDO PARA DISCIPLINA DE CIRURGIA I 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
6 
NECESSIDADES BÁSICAS PARA CIRURGIA 
1- Visibilidade adequada: 
a. Acesso adequado: 
Não requer somente que o paciente tenha habilidade para abrir amplamente a 
boca, mas também requer uma exposição criada cirurgicamente. (a retração 
adequada possibilita uma boa exposição, também protege os tecidos, evitando que 
sejam acidentalmente lesionados). 
b. Iluminação adequada: 
A fonte luminosa deve ser continuamente reposicionada ou o cirurgião e/ou o 
assistente devem evitar obstruir a iluminação, outra alternativa seria a utilização 
de uma luz frontal, acoplada à cabeça. 
c. Campo cirúrgico livre de sangue em excesso e de outros fluidos: 
Um aspirador cirúrgico de alto desempenho com uma ponta de sucção 
relativamente pequena pode rapidamente remover sangue e outros fluidos do 
campo. 
2- Auxílio: 
 O auxiliar deve estar suficientemente familiarizado aos procedimentos em 
execução para antecipar as necessidades do cirurgião. O desempenho de uma boa 
cirurgia é extremamente difícil sem auxilio ou com auxilio deficiente. 
DIÉRESE 
Manobras que visam romper (incisão) ou interromper (divulsão) a integridade tecidual. 
INCISÃO 
 Lâminas afiadas e de tamanho adequados devem ser utilizadas; 
 O movimento deve ser firme e continuo, movimento hesitantes aumentam a 
quantidade de tecido danificado no interior da ferida e a quantidade de 
sangramento, prejudicando a cicatrização da ferida. 
 O cirurgião deve ter bom conhecimento anatômico, a fim de evitar seccionar 
estruturas vitais. Para evitar secção acidental de grandes vasos ou nervos, o 
cirurgião deve somente incisar profundo o suficiente para identificar o próximo 
plano tecidual principal quando realiza incisões próximas a locais onde corram 
vasos principais ou nervos. *evitar incisões verticais no lado lingual na altura de 
molares inferiores para evira lesão do nervo lingual. Também incisões vestibulares ao 
nível dos ápices dos pré-molares também podem ocasionar danos sobre o feixe 
vasculonervoso mentoniano. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
7 
 
 A incisão deve sempre iniciar perpendicular ao tecido, ser estendida em 45° e o 
termino deve ser em 90° novamente. Essa manobra produz bordas quadradas 
na ferida cirúrgica que são mais fáceis de reorientar adequadamente durante a 
sutura e que são menos suscetíveis a necrose das bordas como resultado da 
isquemia. 
Desenho: 
 Incisões sobre gengiva e sobre osso sadio são mais desejáveis do que aquelas 
realizadas ao longo da gengiva não inserida e sobre o tecido ósseo esta 
comprometido ou ausente. Incisões bem localizadas permitem que as margens 
da ferida cirúrgica sejam suturadas sobre osso intacto e saudável que se situa 
pelo menos a poucos milímetros além do tecido ósseo comprometido, 
proporcionando suporte para a ferida em cicatrização. 
Materiais: 
a. Principal: Cabo de 
Bisturi n° 3, Lâminas n° 
10, 11, 12 e 15, 
b. Auxiliar: Porta Agulha 
(posicionar a lâmina) 
 
 
 
Requisitos para a incisão: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
8 
 Irrigação sanguínea do retalho 
 A base do retalho deve ser maior, ou no mínimo igual à porção terminal. 
Sendo o ápice 2/3 ou metade do tamanho do ápice. No máximo serem do 
mesmo tamanho. 
 
 
 Sempre que possível, incluir suprimento sanguíneo axial, p.ex. no palato 
deve ser construído na direção da artéria palatina maior. 
 
 A largura da base deve ser maior do que o comprimento do retalho. 
 A irrigação insuficiente do retalho produz necrose tecidual, o que representa atraso 
na reparação tecidual e possibilita o aparecimento de cicatrizes. 
o Essas manobras previnem a necrose do retalho 
 Respeito à integridade tecidual 
 Traçado incisional em linha única. Lâminas devem estar afiadas e escolhidas 
corretamente. Essas condutas previnem a necrose do retalho, bem como, 
previnem a deiscência do retalho. 
 Para incisão em mucosa gengival onde existe um plano ósseo subjacente, o 
traçado deve atingir toda estrutura tecidual de uma só vez, em situações 
como na pele as incisões só atingem inicialmente subcutâneo, a partir de 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
9 
onde se determina o seguimento cirúrgico a ser feito por bisturi, tesoura ou 
divulsionando o tecido. 
 As porções iniciais e finais devem estar perpendiculares aos tecidos 
circunvizinhos. essa manobra previne a deiscência do retalho, permitindo mais 
fácil reorientação durante a sutura, e também previne a necrose do retalho. 
 Visualização do campo operatório 
 O traçado deve possibilitar a obtenção de um retalho que quando 
divulsionado permita expor amplamente o campo operatório. Um retalho 
que proporciona acesso suficiente previne a dilaceração do retalho durante 
o trans-operatório, fazendo com que esse seja menos traumático prevenindo 
a necrosedas bordas do retalho, permitindo melhor reparação. 
 Versatilidade na amplitude 
 A incisão deve permitir se caso houver necessidade no trans-operatório de 
uma ampliação sem comprometer a evolução pós-operatória da ferida 
cirúrgica. 
 Apoio do traçado em tecido ósseo sadio 
 Ao termino do ato operatório, a reposição tecidual possa ser efetuada, 
deixando o traçado incisional apoiado em um tecido ósseo sadio. Dessa 
forma permitimos com que o osso ofereça suporte a ferida em cicatrização, 
proporcionamos imobilidade desejada nos tecidos, favorecendo a 
estabilização do coagulo. Essa manobra previne a deiscência do retalho. 
Quando o cirurgião planeja o desenho do retalho ele deve fazer com que o contorno do 
retalho consiga: 
 Prevenir a necrose do retalho: 
 Ápice > que a base 
 As relaxantes devem ser convergentes para o ápice ou no máximo paralelas 
 
 A base do retalho deverá ser aproximadamente o dobro da altura 
 Quando possível incluir suprimento sanguíneo axial 
 A base não devera ser excessivamente torcida ou distendida 
 Prevenir a deiscência do retalho: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
10 
 Aproximação das bordas sobre osso sadio. 
 Incisão vertical ou oblíqua deve ser feita ao nível do dente anterior ou 
posterior à área onde haverá remoção de tecido ósseo. 
 As incisões relaxantes devem ser realizadas em um ponto intermediário 
entre o centro da coroa e a papila interproximal, movida obliquamente na 
direção apical através da gengiva e mucosa, sempre levando em 
consideração o reparo do retalho em tecido ósseo sádio. 
 As extremidades do retalho não devem ser dilaceradas e quando suturadas 
não devem sofrer forte tensão. 
 
 A deiscência expõe o osso subjacente podendo causar dor, perda óssea, 
infecção e aumento do tecido cicatricial. 
 Prevenir dilaceração do tecido: 
 Geralmente ocorre por manipulação incorreta do retalho ou quando possui 
acesso limitado. 
 Provoca necrose dos tecidos. 
Retalhos intrasulculares devem ser realizados: 
 A incisão relaxante deve ser entre o centro da coroa e a papila, não diretamente 
na papila, ou mais anterior ou posterior a ela. 
 
 A incisão não realizada sobre a papila previne necrose e facilita a sutura. 
 Não realização no centro da coroa previne a recessão gengival. 
 As incisões relaxantes geralmente devem ser posicionadas um dente inteiro 
antes da área onde antecipadamente for planejada a remoção de qualquer 
quantidade de osso. 
CLASSIFICAÇÃO DAS INCISÕES INTRA-ORAIS: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
11 
a) incisões altas: 
INCISÃO SEMILUNAR – PARTSCH: 
 
 Deve ser realizada em gengiva inserida e não em mucosa alveolar 
 4 mm distante da mucosa ceratinizada 
 A base deve ter no mínimo 5 mm para facilitar o suprimento sanguíneo e prevenir a 
necrose 
Indicações: 
 Lesões altas exemplo apicectomia, curetagens periapicais em dentes com raízes 
longas, em apenas um elemento dental. 
Desvantagens: 
 Apresenta limitação na ampliação; 
 Pode ocorrer deiscência da sutura deixando brechas ósseas ou buracos vazios; 
 Reduzido acesso e visualização; 
 Maior sangramento. 
Vantagens: 
 Estético e de descolamento conservador 
Contra indicação: em áreas de frenulos, dentes com raízes curtas, e coroas protéticas 
cimentadas. 
INCISÃO TRIANGULAR – MONO ANGULAR ALTA – PORTLAND: 
 
 Incisão linear alta em nível de gengiva inserida preservando 2 a 3 mm da mucosa 
ceratinizada, associada a uma incisão relaxante; 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
12 
Indicações: abordagens periapicais em elementos dentários com raízes longas 
(podendo ser utilizada quando há envolvimento de mais de um dente) ou em casos de 
lementos dentais com coroas protéticas bem adaptadas, dentes retidos e cistectomias. 
Contra indicações: áreas de frenulos. 
INCISÃO TRAPESOIDAL – BIANGULAR ALTA – WASMUND 
 
 Incisão linear alta em nível de gengiva inserida ou mucosa alveolar livre com duas 
relaxantes obliquas. 
Indicações: abordagens periapicais em elementos dentários com raízes longas, 
podendo ser utilizada em procedimentos que envolvam mais de um dente, ou em 
casos de elementos dentais com coroas protéticas bem adaptadas, dentes retidos e 
cistectomias. 
INCISÃO TRAPEZOIDAL – BIANGULAR ALTA – OCHSENBEIN E LUEBKE 
 
 Semelhante a de Wasmund, porem a incisão linear é substituída por uma ondular 
que acompanha a anatomia do colo dos dentes. Essa incisão é geralmente confinada 
à região anterior da maxila. 
Indicações: abordagens periapicais em elementos dentários com raízes longas, 
podendo ser utilizada em procedimentos que envolvam mais de um dente, ou em 
casos de elementos com coroas protéticas bem adaptadas, dentes retidos e cistectomias. 
INCISÃO LINEAR ALTA – HOY HOUSSET 
 
 Incisão linear alta e reta em fundo de vestíbulo de 
molares até caninos. 
Indicação: abordagens altas em seio maxilar pela 
técnica de Caldwell-Luc. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
13 
b) incisões baixas: 
INCISÃO TRAINGULAR – MONOANGULAR BAIXA – NEUMANN: 
 
 Intrasulcular em nível de papila interdentaria com única relaxante oblíqua. 
 O bisturi deve estar paralelo aos sulcos gengivais. 
 A relaxante não deve ser estendida para mucosa alveolar. 
 Pode ser utilizada para aumentar o acesso de um retalho do tipo envelope. 
Indicações: apicectomias, curetagens periapicais de elementos com raízes curtas, 
dentes retidos, cistectomias, alveolectomias totais. Pode ser utilizada quando há mais 
de um dente envolvido. 
Vantagens: bom acesso e visualização, possibilidade de ampliação e facilidade de 
reposicionamento. 
Desvantagens: pacientes com próteses fixas. 
INCISÃO TRAPEZOIDAL – BIANGULAR BAIXA – NOVAK PETER – NEUMANN 
MODIFICADA: 
 
 Incisão intrasulcular linear com 2 relaxantes obliquas. 
 Pode ser utilizada para ampliar uma incisão de Neumann ou de Envelope. 
Indicações: apicectomias, curetagem periapical de elementos com raízes curtas, dentes 
retidos, cistectomia, alveolectomias totais. 
Vantagens: expõe um campo mais amplo e com maior flexibilidade do retalho. Pode 
ser utilizada quando há mais de um dente envolvido no planejamento cirúrgico. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
14 
Desvantagens: mais edema, impossibilidade de ampliação e pacientes com próteses 
fixas. 
INCISÃO DO TIPO ENVELOPE 
 
 Incisão em nível de papila interdentária sem incisões relaxantes. 
Indicações: tecido ósseo alveolar sem necessidade de campo cirúrgico amplo, 
alveolectomia parcial. 
Conta indicações: pacientes com prótese fixa 
Vantagens: possibilita ampliação para ambos os lados, menos sangramento e 
facilidade de reposicionamento. 
Desvantagens: reduzido acesso e visualização, dificuldades de relaxamento e 
rebatimento, podendo ocorrer dilacerações. 
DIVULSÃO 
 
Para atingir planos anatômicos mais profundos, usamos a manobra de divulsão, ou 
seja, a interrupção da continuidade dos tecidos a partir do traçado incisional. 
 A divulsão deve ser praticada observando-se planos anatômicos naturais, 
separando-se os tecidos. 
 Sindesmotomia é a divulsão da gengiva inserida. 
Materiais utilizados: 
a. Principais: 
 Tesoura de Metzembaum 
 Descoladores Muco-Periostais (Freer, Molt, Hollemback 3s). 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
15 
b. auxiliares: 
 Pinças para apreensão dos tecidos. 
EXÉRESE 
 Manobras cirúrgicas pelas quais retiramosa porção ou o todo de órgão. 
OSTEOTOMIA OU REMOÇÃO DE TECIDO ÓSSEO 
Materiais utilizados: cinzéis pinça goiva, limas para osso e instrumentais rotatórios 
EXÉRESE DE TECIDOS MOLES 
Remoção total de tecidos enfermos ou mesmo órgãos. 
HEMOSTASIA (AULA DO GARBIN JR, E., A., 2013) 
É o processo fisiológico encarregado de parar o sangramento e iniciar o processo de reparo 
tecidual. 
Uma boa hemostasia é sempre o complemento de toda técnica cirúrgica e ela é obtida, 
durante uma intervenção, por meio de compressões com gaze ou dos métodos clássicos 
de pinçagem e ligadura. 
TEMPOS DA HEMOSTASIA: 
1. Parietal: Vasoconstrição reflexa seguida de adesão e agregação plaquetária (tampão 
plaquetário que cobre ou obstrui o vaso lesado). 
2. Plasmático: formação do coágulo, formação da tromboplastina, trombina e fibrina, 
através das vias intrínseca e extrínseca. 
3. Trombodinâmico: o coágulo formado sofre retração (fase constitutiva) e posterior 
lise de fibrina ou fibrinólise (fase destrutiva), ocorre em 72 horas após a formação 
do coágulo. 
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS: 
I. Segundo as características clínicas: 
 Externas: quando o sangue se exterioriza na superfície da área lesada. 
 Internas: quando ocorre em uma cavidade natural do organismo. 
 
II. Segundo a natureza do vaso lesado: 
 
 Arterial: hemorragia pulsátil, o sangue flui em jatos intermitentes e sincrônicos 
com a pulsação arterial, tem coloração vermelho vivo. 
 Venosa: hemorragia contínua de cor vermelho escuro. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
16 
 Capilar: hemorragia em lençol, o sangue flui de maneira difusa e contínua, é a 
mais comum em cirurgia oral. 
 
III. Segundo a etapa cirúrgica ou tratamento: 
 
 Primárias: no transoperatório ou durante o trauma. 
 Secundárias: no pós-operatório ou após o trauma. 
 Recorrentes ou repetitivas: técnicas hemostáticas imperfeitas ou alterações no 
mecanismo de coagulação. 
 
MANOBRAS CIRÚRGICAS DE HEMOSTASIA: 
Tratamento mecânico: 
 Compressão ou tamponamento com gaze (hemorragias capilares); 
 Sutura em massa de tecidos (cuidar para não suturar vasos – parestesia); 
 Pinçamento de vasos (pinças mosquito – aplicação de uma pinça hemostática na 
extremidade de um vaso lesado, coibindo instantaneamente a hemorragia); 
 Pinçamento seguido de ligadura ou laqueamento (vasos de maior calibre – oclusão 
da luz de um vaso por meio de fio constritor – fio absorvível); 
 Esmagamento de trabéculas ósseas (hemorragias intra-ósseas). 
 Fisioterapia com frio (Pós-operatório): Compressa geladas externamente na face, 
nas primeiras 24 horas pós-cirurgia, passar um hidratante ou vaselina na face e 
proteger o gelo com pano para evitar queimadura ou lesão pelo frio. 
 
Substâncias hemostáticas: 
 Uso Local: 
 Esponja de fibrina – Fibrinol (trombina + fibrinogênio); 
 Esponja de gelatina reabsorvível – “GELFOAM”; “HEMOSPON”; 
 Celulose oxidada – “SURGICEL”; 
 Colágeno microfibrilar – “AVITENE”; 
 Cera óssea (não absorvível). 
 
No alvéolo dental deve ser evitada a colocação de substancias para promover hemostasia, devido 
ao atraso no processo de reparo. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
17 
 
 
 
 
 Uso Sistêmico: 
 Vitamina K: Age na síntese hepática dos fatores II, VII, IX e X; deve ser indicada 
somente na diminuição da oferta de vitamina K. Essa diminuição geralmente é 
associada com disfunção hepática (cirrose, hepatite) e no caso de disfunção 
hepática o fornecimento de vitamina K não é efetivo. 
 Ampola de 10 mg: adultos 1 a 2 ampolas intramuscular 2 dias antes da cirurgia. 
 Etansilato (dicinone): Diminui a permeabilidade capilar e aumenta a adesividade 
plaquetária, indicado em diminuição da resistência capilar (diabetes, nefropatias e 
arteriosclerose) 
 Comprimidos 250 mg, ampola de 250 mg: adultos 1000 mg intra muscular 5 minutos 
antes da cirurgia, 1000 mg via oral 1 hora antes da cirurgia, 500 mg 6/6 horas intra 
muscular ou via oral após a cirurgia. 
 Drogas antifibrinolíticas: em casos de hemorragias tardias. Impedem a ação da 
plasmina e aumentam a concentração de fator I, V e VIII. 
 Ácido épsilon aminocapróico: comprimidos 500 mg, adultos, 2 comprimidos 3 vezes ao 
dia. 
 Ácido Tranexâmico: comprimidos 250 mg/ampola 250 mg, adultos, 500 mg intra 
muscular ou intra oral a cada 6/6 horas. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
18 
FERIDAS CIRÚRGICAS (PETERSON): 
Causas do dano tecidual: 
 Agressões físicas: incisão, esmagamento, extremos de temperatura, irradiação, 
desidratação e obstrução do influxo arterial ou do efluxo venoso. 
 Agressões químicas: com pH ou tonicidade não fisiológicos, aquelas que 
perturbam a integridade de proteínas e aquelas que causam isquemia ao 
produzirem constrição vascular ou trombose. 
Cicatrização por primeira, segunda e terceira intenções: 
Primeira intenção: 
 As margens as quais não houve perda de tecido são posicionadas e 
estabilizadas, essencialmente, na mesma posição anatômica que possuíam antes 
da lesão, e desse modo mantidas, permitindo sua cicatrização. 
 Ocorre rapidamente, com menor risco de infecção e o reparo ocorre com 
formação mínima de cicatriz. 
Segunda intenção: 
 Um espaço é mantido entre as suas margens, devido a perda de tecido na 
ferida, o que impede a aproximação das margens. 
 A cicatrização é demorada e produz mais tecido cicatricial. 
 Exemplos: alvéolos após extração, fraturas mal reduzidas, ulceras profundas. 
Terceira intenção: 
 Cicatrização de feridas através do uso de enxertos de tecido para cobrar 
grandes feridas e reduzir ou eliminar o espaço entre as margens. 
Classificação da ferida cirúrgica: 
 Tipo I – Superficial: não necessita sutura. Ex: escarificação 
 Tipo Ia – Profunda: necessita de sutura 
 Tipo Ib – Profunda e larga: necessita de sutura, enxertos e retalhos. 
 
 
Quanto ao reparo: 
 Primeira intenção: 
 Feridas profundas, em derme e planos profundos 
 As bordas são aproximadas e mantidas justapostas 
 Segunda intenção superficial: 
 Bordas não se aproximam, há perda do tecido da epiderme. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
19 
 Fechamento por epitelização 
Ex: escarificação 
 Segunda intenção profunda: 
 Bordas não se aproximam. 
 Ocorre granulação, contração e epidermixação 
Ex: queimaduras de terceiro grau, extração dental. 
SÍNTESE 
O termo sutura é usado para designar todo material utilizado para ligar (amarrar) 
vasos sanguíneos ou aproximar tecidos. 
Na odontologia o objetivo principal da sutura é posicionar e manter firme o retalho 
cirúrgico a fim de promover ótima cura. 
Objetivos: 
 Evitar acidentes hemorrágicos (promover hemostasia); 
 Manter o retalho em posição, evitando a deiscência por separação do tecido ao osso 
e/ou exposição do osso subjacente, que atrasará a reparação tecidual devido a 
cicatrização por segunda intenção. 
 Prevenir a penetração de microorganismos na ferida (em exodontia o coágulo faz 
esse papel). 
 Proteger o alveolo, favorecendo a manutenção do coágulo sanguíneo. 
Qualidades de uma boa síntese: 
 Sutura asséptica quer seja por fios e instrumentais não estéreis ou tecidos 
contaminados. 
 Sutura atraumática, deve realizar sua função sem aumentar o traumatismo. Essa 
qualidade é dependente da habilidade manual do cirurgião e da escolha correta de fios e 
agulhas. 
 Tensão exercida deve ser suficiente para manter o retalho em posição, tensões 
excessivas podem resultar em necrose. Asutura laceada não imobiliza suficientemente 
os tecidos e compromete a estabilização do coágulo retardando a reparação tecidual. 
 Promover sutura plano-a-plano de tecidos homólogos, ou seja tecidos de 
mesma natureza. (a não realização desse procedimento criaremos um “espaço morto” 
que irá se tornar um hematoma e infecionar). 
 Proporcionar bordas nítidas e regulares com os tecidos íntegros. 
 Manter a vitalidade dos tecidos através de bordas cruentas, dessa forma pode se 
restabelecer a microcirculação e a ferida tende a ter evolução normal. 
 Segurança na escolha do tipo de síntese, e das agulhas e fios de sutura. 
 Ausência de hematoma. 
 Ausência de corpos estranhos (remanescentes de dente, osso, restauração), uma 
curetagem após a realização do procedimento previne essa condição. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
20 
MATERIAIS DE SUTURA: 
1. Agulhas: 
 
Quando usadas corretamente minimizam a reação inflamatória traumática e evitam 
lacerações teciduais. São classificadas quanto à ponta ativa, formato do corpo, fundo, 
curvatura, comprimento e diâmetro. A agulha atraumática tem seu diâmetro igual ao 
fio. 
A. ponta ativa: 
Parte ativa de penetração dos tecidos apresenta formas variadas. 
 Triangular de corte convencional: 
o Indicada nas cavidades oral, nasal, faringe, pele, ligamento e tendão. 
 
 Triangular de corte reverso: 
o Indicada para mucosas oral e nasal, ligamento e fáscia (aponeurose). 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
21 
 Agulha cilíndrica: 
o Indicada para músculos, gordura subcutânea, nervos, vasos, aponeuroses, 
peritônio e miocárdio. 
o Pode ter ponta romba para tecidos frágeis ou fragíveis como rim, fígado 
pâncreas e colo uterino. 
 
B. Formato do Corpo: 
Existem várias formas: triangulares, cilíndricas, ovaladas e quadradas. O corpo pode 
ser diferente da ponta ativa. 
C. Fundo: 
 
 Fixo ou Verdadeiro: agulha do tipo comum de custura. 
 Falso: o fio é fixado sob pressão no fundo da agulha. 
Traumáticas: provocam maior trauma devido a diferença de diâmetro entre agulha e 
fio, o fundo é maior que o corpo. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
22 
Atraumáticas: o feio é pré-montado, é a utilizada atualmente. 
 
D. Quanto a curvatura: 
 
Diversos formatos, sendo as mais comuns
 
 Retas: não necessitam de porta agulhas. 
 Semi-retas: necessita de porta agulha. 
Podem ser: 
1/2 - cavidades oral e nasal, faringe, gordura subcutânea, pele e músculo. (mais 
utilizada pela odontologia). 
3/8 - aponeuroses, duramáter, olho, músculos, miocárdio, nervos, vasos. Agulhas curvas 
usadas em profundidade. 
1/4 - indicadas para olho e microcirurgia. 
5/8 - cavidades oral e nasal, sistema cardiovascular, pélvis, trato genitário. 
 
2. FIOS DE SUTURA: 
Devem ser escolhidos conforme as características da área operada e da própria 
conveniência do operador. 
 
Classificação 
 
 
A. Quanto a sua estrutura física: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
23 
 
 Monofilamentar: um filamento. É menos irritante a pele. P.ex.: nylon 
 Multifilamentar: fibras torcidas e estiradas pouco. Para serem menos irritantes 
devem ser bem torcidos e estirados. 
Quanto à permanência: 
 Absorvíveis: absorvidos por processos enzimáticos do organismo. É um fio de alto 
custo. 
 Não absorvíveis: permanecem nos tecidos. 
Quanto a origem: 
 Orgânica: 
o Animal: catgut, seda; 
o Vegetal: algodão, linho. 
 Sintética: nylon, polipropileno, poliéster, poligliconato, polodioxanone, 
poliglactina, acido poliglicólico, poliamida. 
 Metálico: fio de aço. 
Diâmetros dos fios de sutura: 
 Determinado em milímetros e expresso em zeros. 
 Quanto menor o diâmetro maior o numero de zeros. 
 Fios de maior calibre: n3 (diâmetro de 0,6 a 0,8) 
 Fios de menor calibre: n 12.0 (diâmetro de 0,0001 a 0,01 mm) 
 Na cavidade oral calibres de 3.0 (0,2 a 0,34 mm), 4.0 (0,15 a 0,25 mm) 5.0 e 6.0. 
o Ex. em ferimentos de pele utiliza-se o de menor calibre 6.0. 
-mm ou finos + mm ou grossos 
12.0 – 6.0 – 5.0 – 4.0 – 3.0 – 2.0 – 1.0 – 000 – 00 – 0 – 1 – 2 – 3 
 
Tipos de fio: 
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24 
A. Absorvíveis: 
 Catgut: 
 
 
o Monofilamentar 
o Origem animal (intestino de carneiro) 
o Indicado para suturas profundas e síntese de tecidos não contaminados. 
o Pode desencadear reação alérgica do tipo corpo estranho e processo 
inflamatório intenso na reabsorção. 
o Perde tensão com o passar do tempo. 
o Tempo de reabsorção: 
 Fio simples: 8 a 10 dias 
 Fio cromado: 20 dias 
o CONTRA INDICADO NA CAVIDADE ORAL. 
 
 Poliglactina 910 – VICRYL 
 
o Multifilamentar, bem torcido e bem estirado. 
o Origem sintética. 
o É hidrofóbio portanto não sofre embebição. 
o Boa resistência à tração e de fácil manuseio. 
o Não adere a indutos. 
o Não causa reação inflamatória do tipo corpo estranho. 
o Tempo de absorção: absorvido por hidrólise em 60 dias. 
o Tem a desvantagem de ser de alto custo. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
25 
o IDEAL PARA CIRURGIAS ORAIS E SUTURAS PROFUNDAS. 
 
 Poliglecaprone 25 – Monocryl 
 
o Mono filamentar 
o Origem sintética 
o Tempo de absorção: absorvido por hidrólise em 91 a 121 dias. 
o Não causa reação inflamatório do tipo corpo estranho. 
o Excelente resistência e reduzida memória. 
o Possui grande maleabilidade 
o Traumatiza pouco. 
B. NÃO ABSORVÍVEIS 
 Nylon 
 
 Monofilamentar 
 Origem sintética 
 Reação inflamatória pouco intensa e por tempo limitado. 
 Pouco maleável e com memória. A segurança dos nós pode ser melhorada, 
dando-se 4 ou 5 nós. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
26 
 As pontas podem traumatizar os tecidos em suturas intra-orais. 
 IDEAL PARA SUTURAS EXTRA-ORAL. 
 Seda 
 
 Multifilamentar retorcido ou trançado 
 Origem animal 
 Embebe-se em contato com os tecidos 
 Adere indutos 
 Causa reação inflamatória localizada. 
 Vantagens: barata, excelente manuseio, e boa segurança nos nós. 
 Desvantagens: maior reação tecidual, embebição. 
 BEM INDICADA PARA CAVIDADE ORAL. 
 
 Algodão 
 Multifilamentar pouco retorcido e pouco estirado. 
 Origem vegetal. 
 Adere a indutos. 
 Favorece a retenção de micro-organismos. 
 Podem desencadear reações inflamatórias do tipo corpo estranho na 
cavidade oral. 
 Provoca atraso na cicatrização (proliferação fibroblástica). 
 NÃO INDICADA PARA CAVIDADE ORAL. 
Indicativos presentes na embalagem dos fios: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
27 
 
 
SEQUÊNCIA DE DOS PONTOS DA SUTURA: 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
28 
TIPOS DE SUTURAS: 
Descontínuas: 
 Ponto simples 
 
 É a técnica de sutura mais comumente usada em odontologia. 
 O ponto simples é usado para aproximação/coaptação dos retalhos cirúrgicos, 
e não para resistir a qualquer tipo de tensão do retalho. 
 Não oferece resistência à tensão de esforços musculares. 
 A distância entre os pontos deve ser de 5-7 mm. 
 O nó não deve ser posicionado sobre a incisão. 
 
 Sutura em forma de X ou cruzada 
 Esta manobra é usada em espaços edêntulos. 
 Utilizada para manter o coagulo no alvéolo. 
 
 Sutura em forma de X interno 
 
APOSTILADE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
29 
 Sutura interrompida em U horizontal ou do Colchoeiro horizontal. 
 São utilizadas para maior segurança do retalho e para maior controle e de 
exatidão no posicionamento do retalho. 
 São principalmente utilizadas para resistir a tração do músculo. 
 
 Sutura interrompida em U vertical ou do Colchoeiro Vertical 
 
Contínuas: 
 Continuada em U ou Continuada do Colchoeiro 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
30 
 Continuada em espiral (Abaixo, Figura A e B): 
 Continuada festonada (Abaixo, Figura C): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
31 
TERCEIRO ANO DE ODONTOLOGIA - UNIOESTE 
2 
EXODÔNTIA 
 
Cirurgia e Traumatologia Oral e 
Bucomaxilofacial I 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ESTUDO PARA DISCIPLINA DE CIRURGIA I 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
32 
EXODONTIA 
Consiste em um conjunto de manobras que resultará na remoção de um ou mais 
dentes, de modo seguro, rápido e menos traumático. 
CLASSIFICAÇÃO DAS EXODONTIAS: 
Dois tipos de classificação: 
I. 
Via alveolar: 
Fundamenta-se na dilatação do alvéolo, utilizando-se de forças controladas que atuam 
sobre o dente e transferem-se ao alvéolo deformando-o, consequentemente, ocorre a 
ruptura dos ligamentos alvéolos dentários, que permitirá o avulção dos dentes. 
Sem seccionamento dental: é aquela que com uso de fórceps ou alavanca, o dente é 
removido sem que haja seccionamento das raízes. 
Com seccionamento dental: utiliza-se o fórceps ou alavanca, após seccionamento das 
raízes. 
Via não alveolar: 
Quando não é possível a dilatação do alvéolo, seja pela friabilidade do dente, 
hipermineralização óssea, anatomia radicular de forma, septo inter-radicular retentivo, 
má posição dentária, continuidade com o seio maxilar e/ou canal mandibular, 
utiliza=se osteotomia e/ou odontossecção, ou ambas. 
É aquela em que haverá remoção de tábuas ósseas para conseguirmos a remoção do 
dente, portanto o dente não é extraído pela dilatação do alvéolo. Podendo ser parcial 
ou total, por osteotomia ou por apicectomia. 
II. 
Técnica 1ª: 
Utiliza apenas os fórceps dentais para extração. 
Indicada para dentes com coroas íntegras ou que suportem a força dos fórceps. 
Técnica 2ª: 
Utiliza o uso de alavancas para extração dentária. 
Indicada para dentes com coroas ou raízes destruídas, em que não é mais possível a 
utilização do fórceps. 
Técnica 3ª: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
33 
Técnica que se realiza um retalho mucoperiostal, expondo o alvéolo que será removido 
(alveolectomia) para possibilitar a remoção do dente ou da raiz. 
Indicada em casos em que na foi possível ou não houve êxito da utilização da técnica 1ª 
ou 2ª. 
OBJETIVOS DA EXODONTIA: 
 Limitar o dano causado pela doença ou traumatismo, evitando sequelas de ordem 
local e/ou geral. 
 Favorecer a correção do déficit anatômico e funcional existente, contribuindo para a 
reabilitação pela prótese. 
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA EXODONTIA: 
 Acesso adequado 
Ter via de acesso livre de obstáculos para atingir, com liberdade,a região onde o dente 
se situa; ter espaço físico suficiente para desdobrar todas as etapas do ato cirúrgico; ter 
espaço para aplicar e para poder exercer sobre o dente a ser avulsionado todos os 
movimentos específicos do instrumento. 
 Via desimpedida 
Redução na resistência aposta para desalojar o dente, possível de ser atingida com 
dilatação do alvéolo, exérese do tecido ósseo alveolar, seccionamento do dente ou uso 
combinado desses recursos. 
 Uso de força controlada 
Tirar proveito das características mecânicas de cada instrumento, aplicando-o de forma 
a não ultrapassar limites que venha a produzir danos às estruturas teciduais. 
Necessidade da exodontia: 
Indicações: 
 Grande destruição da unidade anatômica funcional da coroa. Esta indicação é 
relativa devido aos procedimentos protéticos que quase sempre conseguem 
recuperar a coroa. 
 Comprometimento do periodonto (grande mobilidade) que não respondem mais 
aos tratamentos conservadores. Está indicada nesse caso para preservação do osso 
permitindo uma reabilitação protética, seja ela fixa (implantes) ou móvel (próteses 
totais ou parciais). 
 Fraturas radiculares extensas, nas quais há formação de bolsas periodontais 
verticais sem possibilidade de tratamento. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
34 
 Comprometimento endodontico, quando não é possível realizar as técnicas 
endodonticas seja por dificuldade de acesso da coroa, anatomia complexa dos 
canais ou calcificação da entrada dos condutos. 
 Por motivos ortodônticos (pré-molares ou terceiros molares). 
 Dentes mal posicionados. Está indicado para aqueles que não podem receber 
tratamento ortodôntico. 
 Dentes inclusos com impactação, por promoverem cáries, doença periodontal e 
reabsorção nas raízes dos dentes adjacentes. 
 Dentes supranumerários, pois atrapalham o posicionamento dos demais dentes e 
muitas vezes dificultam a higiene oral. 
 Dentes associados com lesões patológicas. 
 Dentes envolvidos em fraturas dos maxilares. 
 Terapia pré-radiação, a fim de evitar a Osteorradionecrose. 
 Por motivos econômicos. 
Oportunidade ao Uso da Exodontia: 
Inoportunidade temporária: 
Quando as alterações das condições de saúde local e/ou geral, inadequadas à prática 
exodôntica, podem ser normalizadas pelo uso dos recursos de terapêutica próprios da 
odontologia, da medicina ou de ambas. 
 Dentes em áreas inflamadas. Haverá somatório da inflamação causada pela 
cirurgia e a inflamação preexistente, causando aumento no sangramento 
transoperatório, propicia a infecção, interfere com a reparação e desenvolve grande 
desconforto ao paciente. 
 Dente que apresente o ápice em continuidade ao seio maxilar, em um portador de 
sinusite. 
 Dente causador ou envolvido em processo séptico que acarreta bacteremia mais 
intensa que comprometa a saúde geral do paciente (prescrever antibióticos). 
 Dentes situados em áreas irradiadas. 
 Presença local de entidades patológicas, que pelo ato cirúrgico, podem difundir-se 
por todo o organismo. 
 Na impossibilidade de obtenção de acesso e de visualização do campo operatório, 
como em pacientes com trismo e DTMs 
Inoportunidade de caráter definitivo: 
Quando as alterações nas condições de saúde local e geral do paciente atingirem níveis 
que não permitem o ato cirúrgico e que não se revertem pelos recursos da terapêutica 
médica. 
 Em pacientes portadores de doenças gerais sempre que o ato operatório, não possa 
ter seu desenrolar normal, ou agravar as condições sistêmicas. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
35 
 Ocorre com frequência em diabéticos, cardiopatas, anêmicos, hiperucemia, 
hipovitaminose, pacientes em terapia de drogas anticoagulantes, 
imunossupressoras, quimioterápicas, etc. 
 Em grávidas podem ser realizados dois dos três tipos de atuação odontológica 
(emergência – dor presente, necessário, mas não urgente – abscesso crônico apical e 
tratamento eletivo) os dois primeiros podem ser realizados sem contra-indicações, 
o terceiro deve ser feita uma avaliação das possíveis complicações e benefícios. 
TEMPOS OPERATÓRIOS: 
 Anti-sepsia extra e intrabucal. 
 Anestesia. 
 Sindesmotomia (Descolador de Molt, Freer, Esculpidor Hollemback n°3S ou 
Espátula n°7). 
 Apreensão. Aplicação com Fórceps (150, 1, 18R, 18L, 65, 69, 151, 17, 16) ou Alavancas. 
 Luxação. 
 Remoção/Tração. 
 Curetagem. 
 Manobra de Chompret. 
 Sutura. 
PLANEJAMENTO DA EXODONTIA: 
Depois de avaliada a Necessidade bem como a Oportunidade para Cirurgia, é 
necessário planejar de forma mais correta o procedimento cirúrgico. 
Planejar uma exodontia inclui: 
 Definir a técnica cirúrgica a ser usada. 
 Definida a técnica, deve se calcular as dificuldades esperadas, permitindo uma 
sequencia evolutiva normal, sem aumento no traumatismo e nas sequelas pós-
operatórias (parestesia, problemas com fonação, deglutição, infecção). 
Para selecionarmos a técnica, utilizam-se os dados obtidos pelo exame clínico e análise 
radiográfica. 
Exame clínico: 
 Acesso ao dente: 
o Local e posicionamento do dente; 
o Abertura bucal (trismo, DTMs, etc.) 
 Condições dos tecidos moles circunvizinhos; 
 Grau de destruição coronária; 
o Cáries, restaurações, coroas protéticas, pinos intrarradiculares, etc. 
 Mobilidade do dente; 
o Hipercementose ou anquilose 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
36 
Radiografia (Periapical, Cefalométrica, Panorâmica, Oclusal, Tomografia 
Computadorizada): 
 Numero e morfologia das raízes; 
 Condições das estruturas mineralizadas dos dentes; 
 Presença de restaurações; 
 Presença de lesões de origem traumática; 
 Características estruturais do osso alveolar; 
 Condições de implantação óssea do dente; 
 Relação de continuidade anatômica do dente com o canal mandibular, seios 
maxilares e fossas nasais; 
 Peculiaridades das estruturas anatômicas vizinhas. 
A avaliação correta desses dados permite ao cirurgião definir: 
1. Fazer uso de suas habilitações para dar solução ao caso clínico; 
2. Definir a técnica cirúrgica mais adequada; 
3. O instrumental, bem como os recursos subsidiários de suporte que possibilitem o 
desdobramento da técnica selecionada; 
4. O tipo de anestesia local e/ou geral a ser utilizada; 
5. Quais as medidas pré-operatórias, recomendações e cuidados pós-operatórios 
compatíveis; 
6. O padrão cirúrgico. 
Indicações do Segundo as Classificações de Exodontia: 
 Exodontia Simples: 
Clinicamente: Coroa dental total ou parcialmente integra. 
Radiograficamente: dentes uni ou multirradiculares com raízes normais ou 
expulsivas, permitindo um ponto de aplicação para as pontas ativas dos fórceps ou 
alavancas. 
 
 Exodontia por Seccionamento: 
Clinicamente: dentes multirradiculares com coroas destruídas e sem pontos de 
aplicação para fórceps ou extratores. 
Radiograficamente: dentes multirradiculares com raízes divergentes, dentes 
multirradiculares. 
 
 Exodontia por Alveolectomia Total: 
Clinicamente: nos casos de insucesso pelas técnicas anteriores (p.ex.: anquilose). 
Rdiograficamente: hipercementoses, dilacerações apicais, anquiloses. 
 
 Exodontia por Alveolectomia Parcial: 
Clinicamente: dentes uni ou multirradiculares com grande destruição coronária, 
dificultando a exodontia simples. 
Radiograficamente: hipercementoses, grandes destruição coronária. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
37 
 
 Exodontia por Osteotomia: 
Clinica/Radiograficamente: dentes inclusos (Pode ser acompanhada de odontosecção). 
 
 Exodontia por Apicectomia: 
Radiograficamente: dentes unirradiculares com dilaceração apical (Abre-se uma janela 
óssea na porção apical, removendo o ápice, seguida por remoção do remanescente). 
 
MECÂNICA EXODÔNTICA 
Posicionamento do paciente e do operador: 
A correta posição paciente/operador/cadeira tem o propósito de: 
 Facilitar o acesso ao campo operatório; 
 Obter maior campo visual para o operador; 
 Obter melhor resultado do trabalho mecânico efetuado pelo instrumental; 
 Permitir o livre trabalho para o auxiliar; 
 Manter o paciente em posição segura e confortável; 
 Poupar, fisicamente, o cirurgião. 
 
Operador: 
A posição correta permite que o cirurgião mantenha os braços juntos ao corpo e fornece 
estabilidade e apoio; também permite que o cirurgião mantenha o pulso reto o suficiente para 
transmitir força com o braço e o ombro e não com a mão. A força então pode ser controlada no 
caso de perda de resistência da raiz ou devida à fratura do osso. (PETERSON) 
 Pode se posicionar a frente à direita, atrás à direita. 
 
Paciente: 
 A altura da cadeira deve ser posicionada de forma que a boca do paciente esteja na 
mesma altura do cotovelo do cirurgião ou ligeiramente abaixo. 
 
Maxila: 
 Mão Oposta: 
Apreender as tábuas ósseas vestibular e palatina para 
sentir os movimentos de luxação evitando fratura da 
tábua óssea e proteger os tecidos moles vizinhos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
38 
Plano Oclusal: 
 Dentes anteriores: 
Para extrações de dentes anteriores do arco dentário 
superior, a cadeira deve ser posicionada de forma que o 
plano oclusal superior esteja em 60° em relação ao solo. 
 
 
 
 
 
 Dentes posteriores: 
Para extrações de dentes posteriores do arco dentário 
superior, a cadeira deve ser posicionada de forma 
que o plano oclusal superior esteja em relação 
ângulo reto (90°) em relação ao solo. 
 
 
 
Mandíbula: 
 Mão oposta: 
Estabilizar a mandíbula e/ou a cabeça do paciente 
durante os movimentos mecânicos mais pesados, 
evitando desconforto, luxação articular e fratura 
mandibular. Para elementos unirradiculares a apreensão 
é no sentido Vestibulo-Lingual. 
 
 
 
Plano Oclusal: 
Para exodontia de dentes localizados na 
mandíbula, o plano oclusal inferior deve estar 
posicionado de forma que esteja paralelo ao 
solo. 
 
 
 
 
 
 
 
Maxila: 
Operador: Sempre à direita e á frente do paciente. 
Mão Oposta: apreender as tábuas ósseas vestibular e palatina para sentir os movimentos de luxação evitando 
fratura da tábua óssea e proteger os tecidos moles vizinhos. 
Lado Direito: 
Lado direito cabeça deve ser substancialmente girada para o lado do operador para obter acesso e visualização. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
39 
Dentes Anteriores: 
Para exodontias dos dentes anteriores a cabeça deve ser posicionada de modo que o paciente deva estar olhando 
para frente. 
Mandíbula: 
Cadeira: 
A cadeira deve estar ligeiramente mais baixa que em extrações em maxila. 
Mão oposta: estabilizar a mandíbula e/ou a cabeça do paciente durante os movimentos mecânicos mais pesados, 
evitando desconforto, luxação articular e fratura mandibular. Para elementos unirradiculares a apreensão é no 
sentido Vestibulo-Lingual. 
 Posteriores: 
o Lado Direito: 
 Cabeça do paciente: deve estar totalmente girada para o lado do operador. 
 Operador: Se posiciona à direita e ligeiramente à frente do paciente. 
o Lado Esquerdo: 
 Cabeça do paciente: deve estar ligeiramente virada para o lado do cirurgião. 
 Operador: 
- Se posiciona a frente do paciente; 
- Se posiciona ao lado direito do paciente. 
- Se posiciona à direita e ligeiramente à frente do paciente. 
 Anteriores: o paciente deve estar olhando para frente. 
o Lado Direito: 
 Operador: se posiciona à direita e a frente do paciente. 
o Lado Esquerdo: 
 Operador: se posiciona à direita e atrás do paciente. 
 
 Dentes mandibulares podem ser abordados com o operador atrás do paciente, possibilitando uma melhor 
estabilização da mandíbula pela mão oposta a que segura o fórceps. 
(Cirurgia Buco-dento-alveolar Carlos Gregori) 
 
MECÂNICA À FÓRCEPS:Princípios básicos da anatomia dos fórceps: 
É dividido em ponta ativa / articulação / cabo. 
Ponta Ativa: são anguladas para que possam ser adaptadas á raiz dentária na porção 
funcional coroa/raiz (colo cirúrgico), e paralelamente ao longo eixo do dente. Em 
dentes com uma duas ou três raízes. 
 Maxila: 
Para os dentes da maxila devem ter os cabos e os mordentes dispostos em uma linha 
reta. 
Para os dentes posteriores, para serem mais funcionais, apresentam duas curvaturas, 
que pela decomposição vetorial das forças aplicadas, não interferem no instrumento. 
 
 Mandíbula: 
Mordentes posicionados em ângulo reto com o cabo. 
Alguns para facilitar na preensão dos dentes têm curvatura no seu cabo, que é 
compensada por variação na angulagem dos mordentes que passam a se posicionar em 
ângulo obtuso em relação ao cabo. 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
40 
 
Maxila 
 
 
Incisivos Superiores e Pré-Molares 
Superiores unirradiculares. 
 
150 
 
Incisivos Superiores maiores no sentido 
mésio-distal e Caninos Superiores. 
 
1 
 
Molares Superiores Direito. 
 
2 1 
18R 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
41 
 
Molares Superiores Esquerdos 
 
2 1 18L 
 
Raízes Superiores 
 
 
65 69 
 
Mandíbula 
 
 
Dentes Unirradiculares (Incisivos, 
Caninos e Pré-Molares) e Raízes. 
 
151 
 
Molares Inferiores. 
 
17 
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42 
 
Molares Inferiores (Usado entre a furca 
dos molares inferiores). 
 16 
 
Tempos para Exodontia à Forceps: 
I. Preparação: Antissepsia extra e intra-bucal, delimitação do campo operatório e 
anestesia. 
II. Exodontia própriamente dita: 
1. Sindesmotomia 
2. Apreensão 
3. Aplicação 
4. Luxação 
5. Tração 
6. Tratamento do alvéolo após exodontia 
7. Sutura 
III. Recomendações pós-operatórias 
 
1. Sindesmotomia: 
Logo após a anestesia do dente a ser avulsionado, pratica-se a sindesmotomia. Que 
consiste em uma manobra que visa a divulsão das estruturas moles ao nível do colo 
dentário, é a desinserção por rompimento das fibras gengivais e da crista dental. 
Essa manobra visa dois objetivos principais, permitindo que os mordentes do fórceps 
penetre mais subgengivalmente possível, que possibilitará melhor mecânica e menor 
agressão aos tecidos; – Visa impedir que durante a tração os tecidos gengivais 
aderidos não sofram dilaceração, proporcionando menor trauma e uma boa reparação. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
43 
Insere-se um descolador tipo Molt, Freer ou esculpidor Hollemback n°3S, no nível de 
sulco gengival, rompendo os ligamentos gengivais, em seguida com os mesmos 
instrumentos, realiza-se o descolamento muco-periostal circunvizinho ao dente a ser 
extraído. 
 
2. Aplicação e 3. Apreensão: 
1) O fórceps deve corresponder ao dente a ser extraído. 
2) Empunha-se o fórceps de forma que o polegar se situe próximo da articulação, 
permitindo regular a força de trabalho. 
 
Aplicação do fórceps para Maxila Aplicação do fórceps para Mandíbula 
 
3) Os mordentes devem ser introduzidos o mais 
subgengivalmente possível (colo anatômico). 
4) Os mordentes do fórceps devem ser aplicados e 
apreendidos firmemente e paralelamente ao elemento dental. 
5) A aplicação do fórceps começa pela inserção das 
extremidades filadas dos mordentes por palatina e/ou lingual, 
continua pela preensão do dente a desenvolve-se por ação da 
força e dos movimentos conferidos pelo operador ao fórceps, e 
que são transmitidos ao dente visando a exodontia. 
 
 
 
4. Luxação: 
A utilização do fórceps tem dois objetivos: 
a. Expansão do alvéolo ósseo com uso das pontas ativas em 
forma de cunha, e dos movimentos de alavanca sobre o dente 
e o tecido ósseo. 
b. Rompimento das fibras do ligamento periodontal. 
c. Remoção do dente 
Intrusão (pressão apical): três objetivos (1) a inserção das pontas 
ativas para dentro do espaço do ligamento periodontal causa 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
44 
expansão do alvéolo; - (2) deslocar o centro de rotação apicalmente, se o fulcro for alto, 
uma grande quantidade de força é aplicada na região apical do dente, o que aumenta a 
chance de fratura do ápice, quando ocorre a intrusão, o centro é deslocado apicalmente, 
o que resulta em maior amplitude com menor força sobre o ápice; - (3) romper as fibras 
do ligamento periodontal. 
O fórceps para extração deve ser colocado com forte pressão apical a fim de expandir a crista óssea alveolar e deslocar o centro de 
rotação (*) para mais apical possível. 
 
 
Se o centro de rotação do dente não esta suficientemente apical, 
ele está colocado muito oclusalmente, o que resulta em excesso 
de rotação na região do ápice. O excesso de movimento do ápice 
radicular causado pelo centro de rotação alto resulta em fratura 
do ápice radicular. 
Se o fórceps é inserido no sentido apical, o centro de rotação é 
deslocado apicalmente e gera menos pressão apical (A). isso 
resulta em maior expansão cortical vestibular, menos 
movimento do ápice do dente, e, portanto, menor chance de a 
raiz fraturar (B). 
 
Luxação (Sentido vestíbulo lingual): 
No sentido vestibular ocorrerá expansão da cortical vestibular, e também gera pressão 
no ápice no sentido lingual, força excessiva pode fraturar o osso vestibular ou fraturar 
o teço médio apical da raiz. O mesmo ocorre no sentido lingual, no entanto as forças 
são inversas. Os movimentos devem ser amplos e lentos, a amplitude aumenta 
gradativamente. 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
45 
Rotação: 
Causa certa expansão interna do alvéolo dentário, e rompimento das fibras do 
ligamento periodontal, é indicado somente em dentes unirradiculares e que não 
possuem grande curvatura em suas raízes. 
 
Todos os movimentos de luxação devem ser feitos com cuidado, com os mordentes 
paralelos ao dente, com o fórceps correto e concomitante ao movimento intrusivo. 
5. Tração: é o ultimo movimento a ser realizado, é o movimento que resultará na 
remoção do dente, uma vez que tenha sido obtida uma adequada expansão óssea. 
Se for necessária uma força excessiva, as manobras anteriores devem ser refeitas. 
Esquema resumindo os 
movimentos da mecânica 
exodontica a fórceps: 
A) intrusão 
B) Luxação (Lateralidade) 
C) Rotação 
D) Tração 
 
6. Tratamento do Alvéolo Após a Extração 
Após ter sido removido o dente, é necessário um cuidado apropriado com o alvéolo. 
Este deve ser debridado apenas se necessário. Se houver tecido inflamatório advindo 
de um cisto ou granuloma periapical, este deve ser cuidadosamente removido. Se 
qualquer detrito for visível alvéolo, como calculo dental, amalgama ou fragmento do 
dente, ele deve ser delicadamente removido com uma cureta, com uma ponteira de 
aspiração ou com irrigação abundante com soro fisiológico. Se os dentes tiverem sido 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
46 
removidos devido à doença periodontal, pode haver um acumulo de tecido de 
granulação em excesso na região da margem gengival, estes devem ser completamente 
removidos. No entanto, se não houver nenhum detrito o alvéolo não deve ser 
curetado. Os remanescentes do ligamento periodontal e as paredes ósseas sangrantes, 
apresentam melhores condiçõespara uma cicatrização rápida. Os detritos presentes 
que serão curetados são denominados Esquírolas. 
Imediatamente após a curetagem, procede-se à 
pressão bidigital sobre as tábuas ósseas alveolares 
através dos dedos polegar e indicador, conhecida 
como manobra de Chompret, que tem a finalidade 
de fazer com que o alvéolo volte a posição inicial. 
Isso garante uma melhor estabilização do coagulo e 
constatação da presença de espículas. 
O osso deve ser palpado pela mucosa para identificar 
a presença de quaisquer projeções ósseas (Espículas), 
se existirem, a mucosa deve ser rebatida e as bordas devem ser alisadas com lima de 
osso ou pinça-goiva. 
 
É necessário que haja formação de coagulo no local do alvéolo, caso não haja, deve se 
estimular o sangramento, avivando os bordos gengivais ou a parede lateral do alvéolo. 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
47 
 
É importante verificar a presença de fraturas dos ossos alveolares. Se a fratura estiver 
aderida ao perióesteo, suturamos a gengiva para estabilização do fragmento. Caso não 
estiver aderida ao periósteo remove-se o fragmento. 
Altura espessura e formas do septo interradicular: 
 Septo expulsivo: apresenta base ampla e boa vascularização. Deve ser conservado 
 
 Septo retentivo: constitui um impedimento à exodontia. Pode ser traumatizado na 
intervenção e atrasar o processo de reparo. Deve ser removido. 
 
 Septo filiforme: fino e pouco vascularizado. Não favorece o reparo. Deve ser 
removido 
 
 Septo supra alveolar: exterioriza-se alem da borda gengival, dificultando o reparo. 
Deve ser seccionado em nível de terço médio. 
Avaliar a comunicação buco-sinusal: ocorre em elementos com apice radicular 
próximo ou dentro do seio maxilar. Comum em pré-molares superiores e caninos 
superiores. Realizando a manobra de Valsalva (tampar o nariz do paciente por 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
48 
compressão interdigital, e pedir que ele solte o ar pelo nariz) deve se obervar se há 
escape do ar pelo alvéolo, se houver confirma a presença de comunicação. 
Se o tamanho da comunicação for até 3 mm ela se resolve com a cicatrização, pela 
estabilização do coagulo, se maior, devemos realizar um retalho para fechar. 
Tratamento: acompanhamento e antibiótico terapia, o paciente deve ser recomendado 
a não realizar bochechos, cuidar ao cuspir (para manter o coagulo) e cuidar ao espirrar, 
assoar o nariz, etc. 
7. Sutura: a sutura transalveolar tem finalidade de imobilizar as bordas da gengiva 
marginal, promovendo o repouso local e a hemostasia e, por estabilizar o coágulo, 
favorece a reparação tecidual. 
 
III. Pós-Operatório: 
a. Controle da dor; 
b. Controle do edema; 
c. Controle do sangramento; 
d. Prevenção da infecção; 
e. Acompanhamento clínico 
f. Remoção da sutura; 
g. Proservação. 
Um pós-operatório sem desconforto depende: 
 Do tipo de procedimento; 
 Da condição local do paciente; 
 Da biossegurança; 
 Dos cuidados pós-operatórios do paciente; 
 Técnica cirugica: 
o Correto manuseio dos tecidos; 
o Tempo trans-operatório (quanto menor o tempo, menos traumática será 
a cirurgia consequentemente, haverá um melhor pós-operatório). 
MECÂNICA À ALAVANCA/EXTRATORES/ELEVADORES 
O elevador dental é um instrumento usado em cirurgia bucal. É usado para levantar 
um dente ou raiz de seu alveolo, pela aplicação de uma força de deslocamento. 
É composto de uma parte ativa ou lâmina e de uma parte passiva, constituída de cabo e 
de porção intermediária ou haste. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
49 
 
Apical n° 
304 
Seldin n° 
1L 
Seldin n° 
1R 
Seldin n° 2 
Os elevadores são os segundos instrumentos de escolha em exódontia, e depende dos 
tecidos circunvizinhos para seu apoio. 
Indicações para uso de alavancas: 
 Dentes não irrompidos; 
 Dentes muito cariados; 
 Dentes ectópicos; 
 Dentes com inclinação acentuada; 
 Raízes residuais e/ou fraturadas; 
 Em conjunto com o fórceps, para auxiliar na luxação. 
Critério para uso: 
 Deve ser empunhado em posição digito-palmar, o dedo indicador deve repousar 
sobre a haste. 
 
 Buscar apoio sólido, sempre o máximo possível em osso. 
 A ponta ativa do extrator deve ser introduzida entre o alvéolo e o dente a ser 
extraído, entre as raízes seccionadas ou entre o septo interradicular e uma raiz a ser 
extraída. O apoio em dentes vizinhos pode ocasionar sua luxação indesejada, ou 
mesmo, avulciona-lo. Em caso de dificuldade de encontrar um ponto de apoio, 
considerar a realização de um retalho e alveolectomia. 
 Não utilizar como apoio as corticais vestibulares e/ou linguais e/ou palatinas. 
 A mão oposta é utilizada para proteger os tecidos circunvizinhos. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
50 
 
Estes instrumentos possuem três mecanismos físicos de ação: 
Alavanca: 
 
1 ‘ 2 
 
1 2 
Pode agir como alavanca interfixa ou inter-resistente. Consequência da força exercida 
no cabo do extrator, no sentido vertical. 
Ação de roda ou sarilho: movimento de rotação do cabo em torno do próprio eixo, no 
sentido de deslocar as raízes para o sentido coronal. 
 
Ação de cunha: principio de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo 
tempo. O dente é empurrado para fora do alvéolo. 
. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
51 
 
Clinicamente, podemos usar em exodontia os elevadores apicais curvos na mandíbula 
e os elevadores apicais retos no maxilar, sendo que os retos também podem ser usados 
na mandíbula quando: 
 Exodontias múltiplas e totais com apoio de um dente em outro dente. 
 Avulsões de remanescentes radiculares situados acima do nível ósseo alveolar 
vestibular e lingual/palatino. 
 Em complementação de odontossecção iniciada por instrumento rotatória na 
bifurcação radicular. 
Os elevadores de Seldin tem assim ordenado seu uso: 
Angulados: mandíbula, atuando por ação inter-radicular após osteotomia e 
odontossecção e no maxilar na avulsão de terceiro molares que não apresentam tuber 
proeminente por distal. 
Retos: complementando a ação do elevador apical reto. 
ODONTOSSECÇÃO 
Pode ser usada tanto pela via alveolar quanto pela via não-alveolar. 
Vantagens: 
 Reduzir a quantidade do tecido ósseo alveolar que se tem de eliminar. Diminuindo 
a resistência oposta à avulsão. 
 Diminuir o tempo operatório da execução da exodontia. 
 Suprimir quase por completo o trismo pós-operatório. 
 Não lesar o dente vizinho. 
 Diminuir o risco de lesar as estruturas circunvizinhas. 
A prática de odontossecção pode ser determinada com base em: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
52 
Exame clínico: 
 Dentes multirradiculares com coroas totalmente destruídas e/ou fratura durante a 
avulsão; 
 Dentes multirradiculares com restaurações extensas. 
Radiográfico: 
 Dentes multirradiculares com raízes divergentes e curvas; 
 Dentes decíduos com germe do permanente entre suas raízes; 
 Dentes multirradiculares com raízes convergentes e septo inter-radicular bem 
volumoso; 
 Dentes unirradiculares com fatores que podem aumentar o traumatismo, como: 
hipercementose, dilacerações, proximidade a estruturas anatômicas nobres. 
Técnica para odontossecção: 
Pode ser realizada: 
 Sem retalho; 
 Com retalho; 
 Com retalho e osteotomia/alveolectomia. 
Muitas vezes um retalho em envelope basta, mas freqüentemente, uma incisão 
relaxante deveser feita na porção anterior ou posterior do retalho, expondo melhor o 
tecido ósseo, para realização concomitante de alveolectomia/osteotomia. 
 
O seccionamento pode ser feito paralelo ao longo eixo ou perpendicular, a altura do 
septo interradicular determina a técnica a ser utilizada, quando baixo o seccionamento 
é paralelo, quando alto e que envolva a furca da raiz é perpendicular. 
Seccionamento paralelo: pode ser feito o uso de um instrumento rotatório para que 
seccionar o dente próximo a furca, e com um cinzel e martelo, fratura-se a furca. 
 
Seccionamento perpendicular (coroa): seccionamento da coroa dental em nível de 
crista gengival e do remanescente da estrutura radicular dividindo em porção mesial e 
distal. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
53 
 
Seccionamento de uma raiz por meio da bifurcação: após exposição da furca por 
alveolectomia, com um instrumento rotatório, secciona-se a coroa em uma das raízes 
(birradiculares) ou em duas, deixando a coroa juntamente com a raíz intacta. Que com 
um fórceps pode ser removida, em seguida remove-se a(s) outra(s) raiz(s) 
separadamente. 
 
OSTEOTOMIA/ALVEOLECTOMIA PARA EXODONTIA: 
 
 Provavelmente, a mais frequente causa de insucesso em exodontia seja devido ao 
fracasso em se obter uma via desimpedida para remoção de um dente. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
54 
 Deve ser considerada sempre que perceberem necessidade força excessiva na 
extração de um dente. Nesse caso ela será menos traumática que a por via alveolar. 
 Às vezes é necessário efetivar uma abertura óssea na vertente vestibular da cortical 
óssea com tamanho suficiente para permitir a passagem do dente ou da raiz. 
Indicações: Dentes irrompidos impactados, mal posicionados, dentes irrompidos com 
raízes divergentes, curvas, dilaceradas ou co hipercementose. 
 O emprego da via-não alveolar, com osteotomia, implica acesso cirúrgico a planos 
ósseos praticados pelas manobras de diérese (incisão e divulsão). 
 A utilização do retalho de tecido mole é o primeiro passo para se obter acesso 
adequado para exodontia via não-alveolar. 
 O segundo passo é a remoção do tecido ósseo alveolar para permitir acesso à 
estrutura dental subjacente, diminuindo o traumatismo cirúrgico pela redução da 
resistência aposta a pratica da avulsão. 
Exodontia por alveolectomia: parcial ou total. Realiza-se um alivio ósseo para criar 
ponto de apoio para luxar. 
Exodontia por apicectomia: para elementos com dilacerações ou curvaturas de raiz. 
Realiza-se a incisão semilunar alta (Partsh), osteotomia da tábua óssea vestibular, 
remoão da porção do ápice, seguida de remoção do elemento pela via alveolar. 
Exodontia por osteotomia: pode ser ou não associada aos seccionamentos, muito 
aplicada em 3ºs molares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
55 
 
unioeste 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Odontologia 
Cirurgia I 
 
Paciente:__________________________________________________ Data: ___/___/____ 
Telefones para Contato: 
Nome do aluno (45) 9999-9999 , Nome da dupla (45) 9999-9991 
Recepção Odontologia UNIOESTE (45) 3220-3241, ou ir pessoalmente. 
 
Orientações do Pós - Operatório 
 Após a cirurgia colocar gaze umedecida com soro fisiológico no alvéolo remanescente e 
ocluir (fechar a boca). Trocando de 30 min á 1 hora até parar de sangrar. 
 Ficar em repouso por algumas horas, sem deitar-se. 
 Ao deitar-se, usar dois travesseiros nos primeiros 3 dias. 
 Evitar fumar nos primeiros 5 dias. 
 Evitar pressão negativa (espirros vigorosos, tussir, bochechos vigorosos). 
 Evitar passar a língua nos pontos. 
 Evitar exposição ao sol durante os primeiros dias. 
 Evitar esforço e exercícios físicos nos primeiros sete dias. 
 Saliva sanguinolenta é normal principalmente após o término da anestesia. Caso haja 
sangramento, colocar gaze sobre o local operado e mordê-la durante 15 minutos. 
 Caso o sangramento for excessivo ligar para o Cirurgião Dentista. 
 Os pontos deverão ser removidos após 5 a 7 dias. 
 A escovação deverá ser feita normalmente, evitando a região operada, que deverá ser 
higienizada com uma gaze, algodão ou cotonete umedecidos em soro fisiológico. 
 Fazer bochechos LEVES com clorexidina por 1 semana, iniciando 24 horas após a cirurgia. 
 Fazer compressa com gelo nas primeiras 48 horas, depois disso, utilizar compressa quente 
até diminuir o inchaço. 
 A alimentação nas primeiras 48 horas devem ser mornas e pastosas. 
 Após as 48 horas devem ser pastosas, passando uma semana a alimentação pode voltar ao 
normal. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
56 
TERCEIRO ANO DE ODONTOLOGIA - UNIOESTE 
4 
PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR 
 
Cirurgia e Traumatologia Oral e 
Bucomaxilofacial I 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ESTUDO PARA DISCIPLINA DE CIRURGIA I 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
57 
PROCESSO DE REPARO ALVEOLAR 
(...) O conjunto de eventos locais e loco regionais que ocorrem no interior do alvéolo 
dental, após exodontia, faz com que ocorra o preenchimento deste por coágulo sanguíneo, 
formando uma matriz de fibrina que permite o crescimento, proliferação e organização celular, 
culminando com a formação do tecido conjuntivo, sua maturação e calcificação. 
Essa maturação conjuntiva e óssea, no interior do alvéolo dental, permite que o epitélio 
migre e feche a ferida alveolar, caracterizando o reparo de ferida de extração dental ou processo 
de reparo alveolar. (...) 
(Carvalho e Okamoto 1987) 
 
 
 
 
 
 
 
(Prof. Eleonor Álvaro Garbin Jr.) 
Reabsorção alveolar (CARLSON ET AL. 1967): 
 Perde cerca de: 25% do volume em 1 ano; 
 Perde cerca de: 40 a 60% da espessura em 1 a 3 anos; 
Tempos da Reparação Alveolar (AMLER, 1969): 
 Formação do coágulo sanguíneo (primeiro dia); 
 Início da evidência de epitelização (quarto dia); 
 Substituição do coágulo sanguíneo por tecido de granulação (sétimo dia); 
 Substituição do tecido de granulação por tecido conjuntivo (vigésimo dia); 
 Aparecimento do tecido osteóide (vigésimo sétimo dia); 
 Amadurecimento gradativo da matriz óssea (trigésimo oitavo dia); 
 Fusão do epitélio (entre o vigésimo quarto e o trigésimo quinto dia). 
Principais fatores responsáveis pela reparação alveolar (SANCHES ET AL., 1972; 
SAAD NETO, 1982): 
 "após 60 dias de uma extração, com cicatrização normal, pode ser instalado 
um implante ósseo integrado". 
 "atualmente há uma tendência de se instalar um implante no alvéolo pós-
extração, a fim de evitar a perda óssea." 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
58 
 Remanescentes do ligamento periodontal; 
 Tecido conjuntivo do espaço trabecular da 
cortical óssea alveolar; 
 Formação, organização e manutenção do coágulo 
sanguíneo. 
 
Fases do processo de reparo em feridas de extração dental: 
 Fase de proliferação celular: 
 Formação do coágulo; 
 Processo inflamatório; 
 Células inflamatórias migram para a parte superficial do coágulo 
exposto a saliva; 
 Final do primeiro dia: presença da rede de fibrina recobrindo a 
superfície do coágulo; 
 Após as 24 horas, início da organização do coágulo sanguíneo; 
 Coágulo gradualmente invadido por fibroblastos originados por mitoses 
dos fibroblastos pré-existentes e por diferenciação das células 
adventícias, ambos presentes nosremanescentes do ligamento 
periodontal que permanece aderido as paredes alveolares pós 
exodontia; 
 Novos vasos crescem a partir das paredes do alvéolo; 
 Coagulo organizado se transforma em tecido de granulação 
preenchendo todo o alvéolo; 
 Aumento da migração e proliferação fibroblástica: síntese de pró-
colágeno; 
 Fase do desenvolvimento do tecido conjuntivo: 
 Três dias pós-operatório em ratos e 9 dia em humanos; 
 Tecido neoformado exibindo grandes quantidades de células; 
 Síntese de fibras colágenas e substancia fundamental amorfa; 
 Fase de maturação do tecido conjuntivo: 
 De ate 5 a 10 dias pós-operatório em ratos (em humanos 3 vezes mais 
lentos). 
 Aumento de fibras colágenas; 
 Diminuição do numero de células de vasos sanguíneos; 
 Inicio da deposição da matriz orgânica/formação do tecido osteóide 
o Diferenciação dos fibroblastos e de células osteoprogenitoras em 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
59 
osteoblastos. 
 Fase de diferenciação óssea ou mineralização: 
 Trabéculas ósseas neoformadas 
 Equilíbrio osteoclástico-osteoblástico 
 Crista alveolar remodelada 
 Rato 21 dias (Okamoto e Russo, 1973) 
 Cão: 48 dias (Santos Pinto, 1964) 
 Homem: 64 dias (Amler) 
Fatores de ordem local que influenciam o processo de reparo em feridas de extração 
dental: 
1. Uso abusivo de curetagem; 
2. Remoção parcial da parede óssea 
alveolar; 
3. Fragmentos ósseos sem nutrição; 
4. Remoção do coágulo sanguíneo; 
5. Uso de agentes irrigadores. 
 
Influência de solução anestésica contendo articaína no processo de reparo em feridas de 
extração dental: analise histológica em ratos 
Composição: 
Cloridato de articaína a 4% 
Adrenalina base 1:200000 
Cloreto de sodio 
Água para preparações injetáveis 
Metabissulfito de sódio 
 
"dose máxima de sal anestésico que um paciente de 70 pode receber é 500mg" 
0,5% ------------- 9 mg 
 1%----------------18 mg 
2% ---------------36 mg 
3% ---------------59 mg 
4% ---------------72 mg um tubete possui 1,8ml" 
 
Conclui-se que em todos os lugares que onde houve irrigação de anestéstico, houve atraso no processo de 
reparação. o maior atraso foi quando a anestesia foi direto no osso. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
60 
TERCEIRO ANO DE ODONTOLOGIA - UNIOESTE 
5 
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
 
Cirurgia e Traumatologia Oral e 
Bucomaxilofacial I 
 
Guilherme Schmitt de Andrade 
 
 
 
 
APOSTILA DE ESTUDO PARA DISCIPLINA DE CIRURGIA I 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
61 
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE 
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
Peterson 
Infecções odontogênicoas derivam dos elementos dentários e têm uma flora característica. Cáries, 
doenças periodontas e pulpites são infecções iniciais que podem se disseminar alem dos dentes 
para os processos alveolares e para os tecidos profundos da face, da cavidade oral, da cabeça e do 
pescoço. 
MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
Processo o por meio do qual as bactérias aeróbicas e anaeróbicas mistas causam 
infecções: 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
62 
» As bactérias que causam infecção são mais comumente bactérias constituintes da 
flora oral normal e atuam no biofilme bacteriano. 
» São principalmente cocos aeróbicos Gram-positivos, cocos anaeróbicos Gram-
positivos e bastonetes anaeróbicos Gram-negativos. Essas bactérias causam uma 
variedade de doenças comum, como cáries dentárias, gengivites e periodontites. 
» Quando essas bactérias obtêm acesso para tecidos mais profundos, através da 
polpa dentária necrótica, ou através da bolsa periodontal profunda, causam 
infecções odontogênica. 
» Como a infecção progride em profundidade, diferentes membros da flora 
infectante podem encontrar melhores condições de crescimento e começar a 
exceder as espécies previamente dominantes. 
» Quase todas as infecções odontogênicas são causadas por múltiplas bactérias. 
» Infecções causadas somente por aeróbicas constituem 6%, somente anaeróbicas 
44%, infecções causadas por anaeróbicas e aeróbicas são 50%. 
Clinicamente a progressão de aeróbia para anaeróbica, parece estar relacionada ao 
tipo de tumefação que pode ser encontrada na região infectada. 
 
As infecções odontogênicas possuem 3 origens principais: 
» Periapical: necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical. 
» Periodontal: bolsa profunda que possibilita a inoculação das bactérias nos tecidos 
subjacentes. 
Tempo Indefinido 
Resolução Abscesso é drenado espontâneamente por meio da pele ou mucosa ou cirurgicamente O sistema imune começa a destruir as bactérias infectantes (processo de cura e reparo) 
Após 5 a 7 dias 
Abscesso Formação de um abscesso liquefeito ao centro da área de tumefação Microrganismos aeróbicos começam a predominar 
Após 3 a 5 dias 
Celulite Tumefação mais endurecida avermelhada e agudamente dolorosa Flora com infecção mista estimula resposta inflamatória do hospedeiro 
Primeiros 3 dias de sintoma 
Inoculação Tumefação branda e levemente endurecida Invasão do estreptococos esta começando a colonizar o hospedeiro 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
63 
» Pericoronária: invasão bacteriana do tecido pericoronário de um dente 
parcialmente irrompido. 
História natural da progressão das infecções odontogênicas: 
 Cárie profunda 
 Necrose pulpar 
 Bactérias penetram os tecidos periapicais 
 Bactérias invadem os tecidos 
 Infeção ativa 
 Disseminação igualmente em todas as direções 
» De preferência ao longo das linhas de menor resistência. 
 Disseminação através do osso esponjoso até a lâmina cortical 
 Lâmina cortical fina, a infecção perfurará o osso 
 Penetração dos tecidos moles localizados ao redor 
 Disseminação para localização anatômica previsível 
» A localização de uma infecção oriunda de um dente é estabelecida por dois fatores: 
1. Espessura do osso que é superposta ao ápice do dente. 
2. A relação do local da perfuração no osso com as inserções muscular na 
maxila e mandíbula. 
 
 
Tabela dos locais de disseminação das infecções odontogênicas: 
Maxila 
Maioria das infecções nos maxilares resultará inicialmente em abscessos vestibulares 
Incisivo lateral inclinado Abscesso palatino 
Raiz palatina de molar ou pré-molar Abscesso palatino 
Molares 
Podem drenar acima do músculo 
bucinador resultando em infecção do 
espaço bucal 
Caninos com raiz longa 
Pode perfurar o osso superior a inserção 
do músculo elevador do ângulo da boca e 
causará uma infecção do espaço 
infraorbitário 
Mandíbula 
Incisivos, caninos e pré-molares 
Em geral perfuram a lamina facial cortical 
superior à inserção dos músculos dos 
lábios inferiores, resultando em um 
abscesso vestibular 
Molares inferiores com mais frequência perfurarão através do osso cortical lingual do 
que os dentes anteriores 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
64 
Primeiro molar 
Poderão drenar lingual ou 
vestbularmente 
Segundo molar 
Podem perfurar lingual ou vestibular 
(com mais frequência a lingual) 
Terceiro molar 
Quase sempre drenam para lâmina 
cortical lingual 
O músculo milo-hioideo determina se a infecção que drena pelo lado lingual se dirigirá 
superiormente a ele para dentro do espaço sublingual ou inferiormente a ele se dirigindo para 
dentro do espaço submandibular. 
 
» A infecção odontogênicamais comum no espaço facial profundo é o abscesso no 
espaço vestibular. 
 
Fatores que interferem no processo infeccioso: 
 Virulência do germe 
 Resistência do organismo do hospedeiro 
 Localização anatômica da infecção 
 Oportunidade da intervenção 
 
» Muitas vezes essas infecções quando não tratadas, drenam espontaneamente, 
resultando na resolução ou cronificação da infecção. 
» A infecção irá recidivar se o ponto de drenagem espontânea fechar 
» Algumas vezes o abscesso estabelece uma fístula crônica que drena para a cavidade 
bucal ou para pele. 
» Enquanto a fístula continuar a drenar, o paciente não sentirá dor. 
» A administração de antibióticos, geralmente, causa uma interrupção da drenagem, 
porém quando suspensos, a drenagem voltará a ocorrer. 
» O tratamento definitivo para uma fístula crônica requer remoção da causa 
(exodontia ou endodontia) 
 
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS 
 
Princípio 1: Determinar a gravidade da infecção 
 
Quando o paciente procura tratamento, o objetivo inicial é avaliar a gravidade da infecção. 
Essa avaliação é baseada na história completa da doença infecciosa corrente e no exame físico. 
 História completa 
 Queixa principal: a queixa deve ser registrada nas palavras do paciente. 
P.ex.: “Estou com dor de dente”, “Meu rosto está inchado”, “Tenho um 
nódulo em minha boca”. 
 Quanto tempo a infecção está presente: 
 Início da infecção? 
 Quando a dor começou? 
 Quando começou a tumefação? 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
65 
 Quando começou a drenar? 
 A duração de cada sintoma 
 Tem sido constantes? 
 Tem intensificado ou diminuído? 
 Determinar a rapidez do progresso da infecção: 
 A infecção progrediu rapidamente em poucas horas ou aumentou de 
forma gradual ao longo de dias ou semanas? 
 Elucidar os sintomas: 
 Apresenta resposta inflamatória grave? (dor, tumor, calor, rubor e 
perda de função) 
 Dor: onde começou a dor? Como ela se disseminou? 
 Tumor: é importante que o paciente descreva qualquer área de 
tumor. 
 Calor: deve-ser perguntar ao paciente se a área produz sensação de 
calor. 
 Rubor: perguntar se houve alguma alteração de cor, especialmente 
vermelhidão. 
 Perda de função: se o paciente apresenta trismo, dificuldade de 
mastigação, deglutição ou respiração. 
 Estado de Saúde Geral 
 Se o paciente se sente fadigado, febril, fraco e doente (mal-estar), o 
que costuma indicar infecção de moderada a grave. 
 Auto-medicação o auto-tratamento 
 Antibióticos 
 Compressas quentes 
 Medicamentos caseiros 
 História médica completa do paciente 
 Exame Físico 
 Coletar sinais vitais (temperatura, pressão sanguínea, taxa de pulso e taxa 
respiratória) 
 Pacientes com envolvimento sistêmico podem apresentar 
temperatura superior a 38° C 
 Pulso costuma se elevar com o aumento de temperatura, pulso 
acima de 100 batimentos/min é comum em pacientes com infecção, 
pacientes nesse estado possuem infecção grave e devem ser tratados mais 
agressivamente. 
 A pressão sanguínea varia pouco com a infecção, somente se o 
paciente tiver dor significativa e ansiedade, no entanto, choques 
sépticos graves resultam em hipotensão. 
 A taxa respiratória deve ser observada, por que, uma das principais 
considerações sobre as infecções odontogênicas é a obstrução parcial 
ou completa das vias aéreas superiores, como resultado da extensão 
da infecção para os espaços fasciais profundos do pescoço. 
Frequência respiratória normal é de 14 a 16 respirações por minuto, 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
66 
pacientes com infecções brandas a moderadas apresentam frequência de 18 
respirações/min. 
Pacientes com sinais normais com apenas ligeira elevação de temperatura apresentam 
infecção branda, facilmente tratada. 
Pacientes com anormalidades nos sinais vitais, como elevação de pulso temperatura e 
frequência respiratória tem a probabilidade de serem portadores de infecções graves e necessitam 
de terapia intensiva e avaliação de um cirurgião bucomaxilofacial. 
 Exame extra-oral 
 Inspeção da aparência geral do paciente (pacientes com infecção 
pouco mais extensa apresentam “fácies tóxicas”) 
 Exame em busca de tumefação e eritema. 
 Avaliar trismo, disfalgia ou dispneia, caso constate-se algum desses 
sintomas o paciente deve ser encaminhado imediatamente para um 
cirurgião bucomaxilofacial ou para sala de emergência, sendo sinais 
de uma infecção grave. 
 Palpação das áreas com tumefação, verificando sensibilidade, calor e 
consistência. Consistência pode variar de carnuda (sensação 
pastosa), endurecida (sensação de músculo enrijecido), flutuante 
(balão cheio de liquido). A tumefação flutuante indica acumulo de 
pus no centro da área endurecida. 
 Exame intra-oral 
 Encontrar a causa (dentes com cárie avançada, abscesso periodontal, 
fratura de um dente ou dos maxilares) 
 Palpar áreas de aumento gengival e flutuação 
 Verificar presença de abscessos vestibulares localizados ou trajetos 
fistulosos. 
 Exame radiográfico: 
 Radiografias periapicais 
 Radiografias extraorais (panorâmica) 
 
Comparação do Edema, Celulite e Abscesso 
Características Edema Celulite Abscesso 
Duração 0 a 3 dias 1 a 5 dias 4 a 10 dias 
Dor, bordas Média, difusa Grande Localizada 
Tamanho Variável Grande Pequeno 
Cor Normal Vermelho Centro brilhante 
Consistência Gelatinosa Endurecida Centro amolecido 
Progressão Crescente Crescente Decrescente 
Pus Ausente Ausente Presente 
Bactéria Aeróbica Mista Anaeróbica 
Gravidade Baixa Alta Pequena (muito baixa) 
 
Edema (inoculação) pode ser curado pela remoção da causa odontogênica, com ou sem 
auxílio de antibióticos. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
67 
Celulite ou abscesso requerem remoção da causa dentária, incisão, drenagem e 
antibióticos. 
 
Princípio 2: Avaliar o Estado dos Mecanismos de Defesa do Hospedeiro 
 Pacientes sistemicamente comprometidos são mais propícios a ter infecções e estas, com 
frequência, tornam-se mais graves rapidamente. 
 Condições médicas que compromete a defesa do hospedeiro 
 Doenças como diabetes não controlada, doença renal em estágio terminal com 
uremia e grave alcoolismo com desnutrição, resultam na diminuição da 
função leucocitária, incluindo diminuição da quimiotaxia, fagocitose e 
morte bacteriana. 
 Doenças que interferem nos mecanismos de defesa, como, leucemia, linfomas e 
muitos tipos de câncer. Essas doenças resultam na diminuição da função 
dos leucócitos e diminuem a síntese e a produção de anticorpos. 
 HIV, ataca os Linfócitos T, afetando a resistência a viroses outros patógenos 
intracelulares, as infecções odontogenicas são causadas por patógenos 
extra-celulares, sendo os portadores de AIDS capazes de combater essas 
infecções, a não ser que esteja em um estágio avançado, no qual, os 
linfócitos B também diminuíram. 
 Fármacos que Comprometem a Defesa do Hospedeiro 
 Agentes quimioterápicos para câncer diminuem o nível da contagem 
leucocitária. 
 Terapia imunossupressora (ciclorsporina, corticosteroides e azatioprina), 
essas drogas diminuem a função dos linfócitos T e B e a produção de 
imunoglobulinas. 
Pacientes com diabetes, doença renal grave, alcoolismo com desnutrição e linfomas, 
quimioterapias contra câncer e terapia imunossupressoras de qualquer tipo, deve ser tratado de 
uma maneira mais vigorosa, pois a infecção pode propagar-se com mais rapidez. 
Pacientes com algumas dessas condições, quando em intervenções rotineiras de cirurgia 
oral, pode ser necessário o usode antibióticoterapia para diminuir o risco da infecção pós-
operatório da ferida. 
 
Princípios 3: Decidir se o Paciente Deve Ser Tratado por um Dentista Clínico Geral 
ou um Cirurgião Bucomaxilofacial. 
A maioria das infecções odontogênicas pode ser tratada com a expectativa de uma resolução 
rápida. 
Três critérios principais levam a internação hospitalar de emergência devido à 
possibilidade iminente de obstrução das vias aéreas superiores. 
 História de infecção de progressão rápida 
 Dificuldade de respiração 
 Dificuldade de deglutição 
 
Critérios para Encaminhamento a um Cirurgião Bucomaxilofacial 
 Dificuldade para respirar (dispneia) 
 Dificuldade de deglutição (disfalgia) 
 Desidratação 
 Trismo de moderado a grave (abertura interincisal menor de 20mm) 
 Tumefação se estendendo além dos processos alveolares 
 Temperatura elevada (38°C) 
 Grave mal estar e faces tóxicas 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
68 
 Comprometimento da defesa do hospedeiro 
 Necessidade para anestesia geral 
 Falha no tratamento inicial 
 
Princípio 4:Tratamento Cirúrgico da Infecção 
O principio básico do tratamento das infecções odontogênicas é executar uma 
drenagem cirúrgica e remover a causa da infecção. 
O tratamento pode variar desde extirpação da polpa até um tratamento 
complexo, com incisão ampla nos tecidos moles das regiões submandibular e cervical 
em infecções graves, ou aindra abrir uma abertura de drenagem no mediastino. 
 O objetivo primário é a remoção da causa que pode ser uma polpa necrosada 
ou uma bolsa periodontal profunda 
 O objetivo secundário é proporcionar drenagem do pus acumulado e dos restos 
necróticos. 
O processo endodontico promove a remoção da causa e também a drenagem 
através do forame a apical, em dentes que não podem ser salvos endodonticamente, a 
exodontia do elemento proporciona também a remoção da causa e a drenagem e 
remoção dos restos necróticos. 
Quando a infecção se dissemina para além do espaço periapical, a incisão do 
abscesso e celulite permite a remoção do pus acumulado e das bactérias dos tecidos 
subjacentes. O esvaziamento da cavidade do abscesso diminui, drasticamente, a 
quantidade de bactérias e de restos necróticos, também reduz a pressão hidrostática, 
pela diminuição da tensão dos tecidos, o que melhora o suprimento sanguíneo do local 
e acelera a chegada das defesas do hospedeiro. 
O processo de drenagem inclui a inserção de um dreno para impedir o fechamento 
prematuro da incisão na mucosa, o que permitiria nova formação da cavidade do 
abscesso. Se a endodontia não proporcionar uma drenagem adequada, requer a 
cirurgião para drenagem. 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
69 
Drenagem: 
 Antissepsia com iodo-polvedine 
 Pode ser obtida uma amostra para cultura para realização de um antibiograma. 
Uma agulha de grande calibre pode ser usada para extrair a amostra. 1 a 2 ml do 
pus são aspirados. 
 Anestesia Local: 
» Bloqueio regional e ou infiltração de uma soloução anestésica dentro e ao 
redor da área a ser drenada. Quando uma agulha for usada, esta não deve 
ser reutilizada. 
 Incisão: 
» Intra-oral: Em abscesso ou celulite vestibular, o local preferencial para 
incisar é diretamente acima do sítio da máxima tumefação e inflamação, no 
entanto, devem-se evitar áreas de frênulo, ou a trajetória do nervo 
mentoniano. 
» Extra-oral: A região da incisão deve ser a de maior tumefação, porém deve-
se a atentar para os trajetos de nervos e vasos sanguíneos e seguir as linhas 
de tensão facial (Linhas de Langers). 
» a incisão é realizada com lamina de bisturi n°11, não devendo ultrapassar 1 cm de 
comprimento. 
 Divulsão 
» Com uma tesoura de Metzembaum ou uma pinça hemostática curva é 
inserida através da incisão para dentro da cavidade do abscesso. 
» O instrumental é aberto em várias direções para quebrar todas as loculações 
ou cavidades de pus que não tenham sido abertas durante a incisão inicial. 
» Qualquer pus ou liquido tecidual drenado nesse momento deve ser 
aspirado e não se deve permitir que drene para boca do paciente. 
 Dreno 
» Uma vez que todas as áreas da cavidade tenham sido abertas e todo pus 
tenha sido removido, um pequeno dreno é inserido para manter a abertura. 
Pode ser um dreno de Penrose ou feito com uma luva cirúrgica. 
» Um pedaço de dreno é então é colocado, e então suturado com fio de sutura 
não-absorvível. 
» O dreno deve permanecer no local até que cesse a drenagem do abscesso, 
em geral, dois a cinco dias. 
» A remoção é feita por simples corte na sutura e deslizamento do dreno para 
fora da ferida. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
70 
 
A. Drenos tubulares resistentes 
B. Dreno de Penrose 
C. Dreno de Penrose com gaze 
D. Dreno de lençol de borracha 
Infecção periapical do prémolar inferior 
estendendo-se através da placa bucal e criando 
um abscesso vestibular palpável. Incisão com 
lâmina 11, divulsão, pequeno dreno inserido 
na profundidade do abscesso com pinça 
hemostática e dreno suturado no local com 
sutura simples. 
 
 
 
Principio 5: Suporte Médico para o Paciente 
A resistência sistêmica do paciente para infecção é talvez o fator determinante mais 
importante para um bom resultado. 
 Doenças que comprometem o sistema imune: 
» Freqüentemente consultas médicas e hospitalização são necessárias. A 
equipe do tratamento seleciona terapias designadas para melhorar a 
resposta imune. 
» Utilizar antibióticos bactericidas 
» Tratamento cirúrgico da infecção 
 Doenças sistêmicas: 
» P.ex.: diabetes, a resposta do hospedeiro para uma infecção significante 
aumenta os níveis de açúcar no sangue, portanto, há necessidade de 
insulina para o indivíduo diabético. O pacientes cardiopatas, tem-se uma 
diminuição da capacidade do hospedeiro em responder ao estresse da 
infecção e da cirurgia, sendo o controle dessas cardiopatias fundamentais 
para o tratamento. Pacientes recebendo terapia com anticoagulantes 
(varfarina) deve interromper antes do procedimento 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
71 
» Pacientes com problemas relacionados ao sistema imune, cardiopatias, 
respiratórios, hematológicos e metabólicos, com frequência, necessitam de 
suporte médico sofisticado de uma equipe de especialistas. 
 Reserva fisiológica do paciente: 
» P.ex.: crianças, idosos, grávidas, devem receber uma atenção especial. 
» Pacientes que devido a dor e/ou dificuldade para deglutição, não se 
alimentam, não ingerem líquidos e não fazem repouso adequado. Durante o 
período imediato do pós-operatório, pacientes devem ser incentivados a 
beber água e sucos para urinarem regularmente e encorajados a ingerir 
suplementos alimentares ricos em calorias. 
 
Principio 6: Escolher e Prescrever Antibióticos Apropriados 
Indicação para o Uso de Antibióticos 
 Tumefação etendida além dos processos alveolares 
 Celulite 
 Trismo 
 Linfadenopatia 
 Temperatura alta 38°C 
 Pericoronarite grave 
 Osteomielite 
 
Infecção Odontogênicas Simples versus Comlexas 
Infecções odontogênicas simples 
 Tumefação limitada no processo alveolar e no espaço vestibular 
 Primeira tentativa de tratamento 
 Paciente não-imunocomprometidos 
Infecções odontogênicas complexas 
 Tumefação estendida além do espaço vestibular 
 Falha no tratamento inicial 
 Pacientes imunocomprometidos 
 
Os antibióticos devem ser vistos como uma “faca de dois gumes”. Embora possa 
resultar em uma resolução, o uso errado oferece pouco beneficio paracontrabalancear 
os riscos associados e os custos da administração. 
 Determinar a necessidade de administrar antibióticos: 
Três fatores são determinantes: 
I. Gravidade da infecção quando o paciente busca o dentista. 
» Se a progressão é rápida ou é uma celulite difusa, as evidencias apoiam o 
uso de antibiótico, além do tratamento cirúrgico. 
II. Possibilidade do tratamento cirúrgico adequado: 
» Muitas vezes a remoção do dente pode resultar em uma rápida resolução, 
mesmo se há infecção. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
72 
» Em casos que a cirurgia apropriada não pode ser imediatamente executada, 
antibióticos devem ser úteis para retardar a progressão da infecção. 
III. Estado de defesa do paciente: 
» Um paciente jovem e saudável é capaz de mobilizar suas defesas e pode não 
necessitar de antibioticoterapia para resolução da infecção moderada. 
» Pacientes que possuem qualquer tipo de diminuição de sua defesa podem 
requerer antibioticoterapia. 
Indicações: 
Quando esses três fatores estão equilibrados, há varias indicações específicas para o emprego 
de antibióticos: 
» Em casos de celulite (antibióticoterapia + drenagem + remoção da causa) 
» Pacientes sistemicamente comprometidos 
» Progressão da doença envolveu os espaços faciais profundos. (infecção 
agressiva, indicando que a defesa do hospedeiro é inadequada para conter a 
infecção). 
» Pericoronarite grave (com trismo, febre e tumefação unilateral) 
» Osteomielite (antibióticoterapia + cirurgia) 
Contraindicações: 
» Abscesso reduzido, crônico e bem localizado (exodontia/endodontia); 
» Abscesso dentoalveolar bem localizado (exodontia/endodontia + drenagem); 
» Osteíte alveolar localizada ou alvéolo seco (autolimitante); 
» Pericoronarite leve com pequeno edema gengival e dor moderada (irrigação 
com peróxido de hidrogênio ou clorexidina + exodontia); 
» Não deve ser prescrito por que o paciente quer; 
» Dor de dente. 
Resumindo: deve ser prescrito quando a invasão é muito grande em tecidos profundos, na qual, 
o sistema imune do hospedeiro não é capaz de combater. 
 Uso rotineiro da terapia empírica: 
o Os antibióticos administrados oralmente que são efetivos contra infecções 
odontogenicas incluem penicilina, amoxicilina, clindamicina, azitromicina, 
metronidazol e moxifloxacina. 
o Todos são efetivos contra estretococos facultativos (exceto metronidazol) e 
anaeróbicos orais. 
o O metronidazol é efetivo somente as anaeróbicas, deve ser reservado para 
situações nas quais se suspeita do envolvimento somente de bactérias 
aneróbias (ou em combinação com antibióticos que tem atividade aeróbica) 
o O antibiótico de escolha em geral é a penicilina, para os pacientes alérgicos 
pode ser utilizada a clindamicina e a azitromicina. 
o Quando fatores importantes, como efetividade, efeitos colaterais, interações 
medicamentosas e custo, são parecidos, a medicação que necessitar ser 
administrada com menos frequência é preferível. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
73 
o O teste de antibiograma é de alto custo benefício, em alguns casos o CD 
deve considerar o envio de amostras para o teste: 
 O inicio rápido e a disseminação rápida 
 Infecção pós-operatória, pela participação de bactérias exógenas 
 Infecção que não esta sendo resolvida pela terapia utilizada. 
 Infecção secundária. 
 Defesas comprometidas, o paciente pode apresentar patógenos 
incomuns. 
 Uso de Antibióticos de espectro reduzido: 
o Deve-se sempre optar por um antibiótico de espectro reduzido e específico. 
 Um amplo espectro pode ser efetivo para bactérias que fazem parte 
da flora normal, como por exemplo, as da flora gastrointestinal. 
Causando danos entéricos. 
 Um amplo espectro pode proporcionar a oportunidade para 
desenvolvimento de resistência a um grande numero de bactérias. 
 Uso de Antibiótico com baixa toxicidade e efeitos colaterais reduzidos: 
o Penicilina: 
 Classe das Penicilinas Naturais 
 Bactericida 
 Não apresenta efeitos colaterais ou tóxicos maiores na faixa normal 
de dosagem empregada pelos dentistas. 
 A alergia é o principal efeito colateral. 
o Amoxicilina: 
 Classe das Penicilinas semi-sintéticas 
 Bactericida 
 É a que possui melhor absorção por via oral não sofrendo 
modificações no organismo, por não serem inativadas pelo suco 
gástrico. 
 Apresentam baixíssimos efeitos colaterais ou toxicidade. 
 Contraindicada a pacientes alérgicos a penicilina 
Amoxicilina 500 mg --------------------------------------------------------------------------- 21 
cápsulas 
Tomar 1 cápsula de 8 em 8 horas, por 7 dias. 
o Azitromicina: 
 Classe dos Macrolídeos 
 Bacteriostático 
 Incidência de toxicidade e efeitos colaterais baixos. 
 Tem a melhor combinação baixa toxicidade e efetividade. 
 Possui poucas interações medicamentosas. 
Azitromicina 500 mg ---------------------------------------------------------------------------- 3 
cápsulas 
Tomar uma cápsula, uma vez ao dia, por 3 dias. 
o Clindamicina: 
 Classe dos Macrolídeos 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
74 
 Bacteriostático 
 Incidência de toxicidade e efeitos colaterais baixos. 
 Pode causar colite pseudomembranosa (somente em pacientes com 
problemas sistêmicos), devido a eliminação da flora intestinal, 
permitindo o crescimento da bactéria Clostridium difficile, que produz 
toxinas que danificam a parede do intestino. 
Clindamicina 300 mg -------------------------------------------------------------------------- 21 
cápsulas 
Tomar uma cápsula a cada 8 horas, por 7 dias. 
o Eritromicina 
 Classe dos Macrolídeos 
 Bacteriostático 
 Já não é mais considerada efetiva contra patógenos orais 
 Propensão de causar interações com fármacos 
o Moxifloxacina 
 Classe das fluoroquinolonas 
 Novo fármaco 
 Boa efetividade sobre os patógenos orais 
 Tem toxicidade significante, incluindo fraqueza nos músculos e 
confusão mental. 
 Serio potencial de interação fatal com outras medicações, muitas 
delas usadas como fármacos cardiovasculares. 
 É contraindicado para crianças e gestantes.. 
 Auto custo. 
 Indicado somente quando não há outra droga efetiva para combater 
a infecção. 
o Cefalexina e cefadroxil 
 Classe das Cefalosporinas 
 Bactericida 
 Baixa eficácia sobre as infecções orais. 
 Baixa toxicidade 
 Pode causar reações alérgicas 
o Tetraciclinas 
 Não são consideradas uteis para infecções odontogênicas exceto 
quando usadas topicamente em concentrações altas. 
 Poucos efeitos de toxicidade. 
 Pode apresentar fotossensibilidade em alguns pacientes. 
 Podem produzir manchas nos dentes se prescritas a pacientes 
grávidas ou que estão em desenvolvimento dentário. 
o Metronidazol 
 Bactericida 
 Absorção gastrointestinal e metabolização no fígado. 
 Tem efeitos tóxicos leves 
 Pode apresentar distúrbios gastrointestinais 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
75 
 Pode produzir um efeito disulfiram quando o paciente ingere bebida 
alcoólica. 
Metronidazol 400 mg -------------------------------------------------------------------- 30 
comprimidos 
Tomar 1 comprimido a cada 8 horas, por 10 dias. 
 
 Uso de Antibiótico bactericida 
o Os antibióticos bactericidas geralmente, interferem com a síntese da parede 
celular,. 
o Os antibióticos bacteriostáticos interferem no crescimento e na reprodução. 
Esse tipo de antibiótico deve ser evitado em pacientes que possuem sistema 
imune comprometido. 
 O custodos Antibióticos 
Principio 7: Administrar o antibiótico apropriadamente 
» A medicação deve ser administrada em dose e intervalos corretos. 
» Devem ser instituídos níveis plasmáticos que sejam altos suficientes para matar as 
bactérias, mas não devem causar toxicidade. 
» O pico do nível plasmático do medicamento, em geral, deve ser ao menos quatro 
ou cinco vezes a concentração inibitória mínima para as bactérias envolvidas na 
infecção. 
» Alguns pacientes param de tomar seus antibióticos após os sintomas agudos terem 
diminuído, e muito raro, tomam a medicação quatro ou cinco dias após a 
prescrição. 
 
Princípio 8: Avaliar freqüentemente o paciente 
» O paciente tratado por cirurgia e recebendo antibioticoterapia deve ser 
acompanhado cuidadosamente para controle da resposta ao tratamento e das 
complicações. 
» Na maioria das situações, deve-se solicitar ao paciente que retorne 2 dias após a 
terapia inicial. 
» Se for bem sucedida a tumefação e as dores diminuem drasticamente 
» O CD deve checar: 
o O local da drenagem, para determinar se deve ser feita a remoção do dreno. 
o Temperatura 
o Trismo 
o Tumefação 
o Melhoras subjetivas que o paciente vem sentindo, devem ser avaliados. 
» Se não houver resposta adequada ao tratamento deve se buscar os indícios da razão 
da falha. 
Razões para falha do tratamento 
 Cirurgia inadequada 
 Defesa do hospedeiro comprometida 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
76 
 Presença de corpo estranho 
 Problemas com antibióticos 
» O CD examinar o paciente em busca de reações tóxicas e de efeitos colaterais 
indesejáveis. 
» Deve estar informado sobre a presença de infecções secundárias ou 
superinfecções. 
o A candidiase oral é uma infecção secundária, geralmente surge quando 
a flora normal do hospedeiro é alterada. 
» Verificar se há infecção recorrente 
o Se houver uma infecção recorrente a intervenção cirúrgica e a 
reinstituição da antibioticoterapia devem ser consideradas. 
 
PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES 
O uso de antibióticos para prevenção da infecção é pouco aceito. 
 
Princípios da profilaxia da infecção de feridas 
 
 O uso de antibióticos para profilaxia da infecção de ferida pós-operatória pode 
ser efetiva e desejável quando utilizado em certas situações. Por outro lado, há pouca 
evidencia cientifica que demonstra a eficácia de antibióticos na profilaxia de cirurgia 
dentária e cirurgia oral e maxilofacial. 
Vantagens sobre o uso da profilaxia antibiótica: 
1. Reduzem a incidência da infecção pós-operatória, como também a sua 
morbidade. 
2. Profilaxia apropriada é eficaz com antibióticos reduz os custos com cuidados de 
saúde. 
3. Uso apropriado da profilaxia requer período menor que o uso terapêutico dos 
antibióticos. 
Desvantagens 
1. Alteram a flora do hospedeiro, permitindo o crescimento de bactérias 
resistentes e talvez mais patogênicas. 
2. Permite que os organismos resistentes sejam disseminados para família do 
paciente e para a comunidade. 
3. O antibiótico pode não prover benefícios, ou seja, o risco de infecção é tão baixo 
que não haveria contribuição adicional para justificar seu uso. 
4. Pode encorajar cirurgias negligentes ou técnicas assépticas por parte dos CD. 
Príncipio 1: Procedimento deve ter risco significativo 
Em uma cirurgia limpa, executada com estrita adesão aos princípios básicos de cirurgia 
apresenta risco muito baixa para infecção. 
 
Fatores para considerar o uso de profilaxia → questão da terceira prova ! 
1. Presença de inoculo bacteriano de quantidade suficiente para causar infecção, ao menos 
que uma infecção aguda como celulite ou abscesso já esteja presente. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
77 
2. Processos cirúrgicos que requerem cirurgia prolongada (em ambiente hospitalar quando 
as cirurgias podem durar 4 horas) 
3. Presença de corpo estranho, mais comumente um implante dentário. 
4. Defesas do hospedeiro estão comprometidas (terapia contra o câncer, imunodepressores, 
doença renal em estágio terminal, diabetes melito). 
Principio 2: Escolha correta do antibiótico 
O antibiótico deve ser: 
1. Efetivo para os microrganismos mais prováveis de provocarem infecções orais 
2. Curto espectro, pois causam menos danos para as bactérias da flora 
3. Menos tóxico 
4. Efeito bactericida 
» Os mais utilizados são amoxicilina (bactericida), azitromicina (bacteriostático) e 
clindamicina (bacteriostático). 
 
Princípio 3: O nível plasmático do antibiótico deve ser elevado 
O pico de níveis no plasma deve ser alto para assegurar a difusão do antibiótico para 
dos os fluidos e tecidos onde a cirurgia será executada. 
A recomendação geral é que a droga deve ser administrada em dosagem 2x maior que 
a dose terapêutica normal. 
 
Amoxicilina 500 mg ............................................................................................................ 04 
cápsulas 
Tomar 4 cápsulas, 1 hora antes do procedimento 
 
Clindamicina 300 mg ........................................................................................................... 02 
cápsulas 
Tomar 2 cápsulas, 1 hora antes do procedimento 
 
Azitromicina 500 mg ............................................................................................................. 01 
cápsula 
Tomar 1 cápsula, 1 hora antes do procedimento 
 
Princípio 4: Tempo correto de administração do antibiótico 
» O tempo varia de acordo com a via a ser administrada, intravenosa deve ser 
administrado com menor intervalo pré-operatório, para via oral o tempo máximo é 
de 2 horas. 
Principio 5: Usar o menor tempo possível de exposição ao antibiótico que seja eficaz. 
» Deve ser administrado antes de a cirurgia começar, e níveis plasmáticos adequados 
devem ser mantidos durante o procedimento cirúrgico. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
78 
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS SÉPTICOS DE 
ORIGEM DENTÁRIA 
Gregori 
Propedêutica Clínica 
Empiemas: quando a infecção se aloja em espaços naturais, por exemplo, no seio 
maxilar. 
Celulite: quando a infecção esta difusa por entre os tecidos moles regionais. É rígida a 
palpação, dolorosos e sem limites nítidos. 
Abscesso: quando se localiza em uma loja, originando uma cavidade não natural. Tem 
aspecto flutuante sob a palpação. 
Terapêutica: 
Drenagem: previne a difusão da infecção, diminui a intensidade da dor e possibilita, 
de imediato, a resolução da infecção. 
Pode ser feita: 
» Via dental: com abertura e extirpação da polpa. 
» Via Alveolar: com a exodontia, curetagem e drenagem. 
» Intra Oral: por procedimento cirúrgico intra oral. 
» Extra Oral: por procedimento cirúrgico extra oral. 
» Via Fistula: quando a evolução da infecção permite que se forme uma fistula de 
drenagem que pode ser intra ou extra oral. 
 
Drenagem de Abscesso: 
» Antissepsia 
» Anestesia local 
» Apalpação a fim de localizar o ponto de flutuação 
» Incisão: Quando a incisão for intraoral deve ser realizada somente em mucosa, 
quando extra, não deve ultrapassar o tecido subcutâneo. Utiliza-se lâmina de 
bisturi n° 11. 
» Divulsão: com uma tesoura Metzembaum ou uma pinça hemostática, divulsionam-
se os tecidos subjacentes até se atingir à loja coletora do exsudato. 
» Colocação de dreno: para manter aberta as vias de escoamento, age como corpo 
estranho o que é favorável pela presença de leucócitos e macrófagos no local. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
79 
Drenagem de Celulites: 
Iniciam-se por meio decalor úmido, bochechos quentes a fim de transformar em 
abscesso e em seguida tratados por drenagem. 
Uso de Antibióticos 
 
 A prescrição de antibióticos é uma medida complementar na terapêutica dos 
quadros inflamatórios sépticos 
Situações nas quais é impositivo o uso de antibiótico no âmbito da Odontologia: 
» Tratamento das infecções bucodentais agudas 
» Na cobertura profilática de pacientes que apresentam risco de desenvolver 
endocardite ou outras infecções que tenham como causa a bacteremia decorrente 
da manipulação dentária. 
» Cobertura profilática em pacientes de risco por debilidade na resposta imune. 
 
Processos Fistulados 
 
 Os processos infecciosos agudos quando não tratados convenientemente 
tendem a uma evolução espontânea que permite sua exteriorização por meio de uma 
fistula. 
 Enquanto houver sepse há inflamação e persistência da fistula, o que nos 
permite planejarmos o tratamento que para maioria dos casos consiste na 
administração de antibióticos. 
 A reparação tecidual é na maioria das vezes bastante antiestética, o que 
demanda uma cirurgia corretora. 
A cirurgia corretora consiste: 
Exérese planejada da pele alterada e do pedículo fibroso subjacente. 
 
Osteomielite: 
 
Processos sépticos agudos podem comprometer a porção medular do tecido ósseo e 
desencadear um quadro de osteomielite, radiograficamente, pode ser evidenciado pela 
presença de sequestros ósseos. 
Os sequestros são porções de tecido ósseo que deixm de receber nutrição, oxigenação e 
defesa ceular, ficando isolados das estruturas circunvizinhas por uma porção do tecido 
necrótico. 
 
Terapêutica: 
» Uso de antibióticos escolhidos através do antibiograma. 
» Cirúrgica que consiste na exérese do sequestro ósseo, na remoção de tecido de 
granulação. 
» Manutenção da antibióticoterapia e do dreno por um período variável de acordo 
com a evolução do quadro clínico. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
80 
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS COMPLEXAS 
Peterson 
INFECÇÕES DOS ESPAÇOS FASCIAIS PROFUNDOS 
Como regra geral, a infecção perfura a tábua óssea mais fina e causa infecção no tecido 
adjacente. Se a infecção irá se tornar ou não um abscesso vestibular ou do espaço 
fascial profundo, vai depender primariamente pela relação da inserção muscular com 
o ponto onde houve a perfuração da lâmina óssea cortical. 
Os espaços fasciais ao compartimentos teciduais revestidos por fáscias, preenchidos 
por tecido conjuntivo frouxo. 
» As infecções dos dentes superiores tendem a disseminar-se dentro dos espaços 
infraorbitário, palatino, orbitário e infratemporal e seio maxilar. Quando se 
disseminam além dos espaços primários podem seguir superiormente através de estruturas 
sinusais ou vasculares, para invadir o cérebro ou seios intracranianos durais, como o seio 
cavernoso. 
» As infecções dos dentes inferiores tendem a disseminar-se para os espaços 
submandibular, sublingual, submentoniano e mastigador. Quando elas se disseminam 
além desses espaços primários, para os espaços fasciais profundos do pescoço, como espaço 
faríngeo lateral, retrofaringeo, carotídeo e pré-traqueal. A partir daí podem disseminar-se 
para o espaço potencial e o mediastino. 
Podem ser classificadas quando a gravidade: baixa, moderada ou alta severidade, de 
acordo com a sua probabilidade d atingir as vias respiratórias ou outras estruturas 
vitais. 
Baixa severidade: não são prováveis de atingir as vias respiratórias ou as estruturas 
vitais. 
Moderada severidade: dificultam o acesso das vias respiratórias, por causar trismo e 
elevação da língua. 
Alta severidade: podem diretamente comprimir ou desviar as vias respiratórias ou 
danificar órgãos vitais, como cérebro, coração ou pulmões. 
 
INFECÇÕES ORIUNDAS DE QUALQUER DENTE 
o Infecções dos dentes superiores ou inferiores podem causar infecções dos 
espaços bucal, vestibular ou subcutâneo. O 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
81 
INFECÇÕES ORIUNDAS DOS DENTES SUPERIORES 
 Espaço palatino: Como os ápices dos incisivos laterais superiores e as raízes 
palatinas dos pré-molares e molares superiores estão mais próximos da lâmina 
cortical palatina, a infecção desses dentes pode erodir o osso sem perfurar o 
periósteo. O espaço subperiostal potencial no palato é o espaço palatino. 
 
 O espaço infraorbitário: torna-se envolvido primariamente como resultado de 
infecções provenientes do dente canino superior ou por meio da evolução de 
infecções no espaço bucal. 
o É um espaço localizado entre os músculos elevador do ângulo da boca e 
elevador do lábio superior. 
o Quando esse espaço é infectado, o edema na região anterior da face esmaece 
o sulco nasolabial. 
o A drenagem espontânea ocorre, comumente, próximo ao canto medial ou 
lateral do olho. 
 
 Espaço bucal: pode se tornar infectado, a partir de infecções dos dentes superiores, 
através do osso, superiormente a inserção do músculo bucinador. Os dentes que 
mais comumente provocam essa infecção são os molares superiores 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
82 
o É limitado pela pele da face no seu aspecto lateral e pelo músculo bucinador 
no seu aspecto medial. 
o Resulta em aumento de volume abaixo do arco zigomático e acima do 
bordo inferior da mandíbula. 
o As infecções podem seguir as extensões do tecido adiposo da bochecha 
dentro do espaço temporal superficial, espaço infratemporal, espaço infraoribitário 
e espaço periorbitário. 
o O arco zigomático e a borda inferior da mandíbula permanecem palpáveis 
nas infecções do espaço bucal. 
 
 Espaço infratemporal: pode tornar-se infectado é raro de ser infectado, mas em 
geral a causa é um terceiro molar superior. 
o Localiza-se posteriormente à maxila. É limitado medialmente pela lamina 
lateral do processo pterigoide do osso esfenoide e, superiormente pela base 
do crânio. Lateral e superiormente, é contínuo com o espaço temporal 
profundo. 
o O espaço contém ramos da artéria maxilar interna e o plexo venoso 
pterigoideo, as veias emissárias passam através de pequenos forames na 
base do crânio para conectar-se com seios intracranianos. 
o O espaço infratemporal é a origem da rota posterior, por meio da qual infecções 
podem disseminar-se para o seio cavernoso. 
 Infecções do seio maxilar: infecções dos dentes posteriores superiores podem 
perfurar superiormente através do assoalho do seio maxilar, causando sinusites. 
 Infecções orbitárias e periorbitária: infecções dos dentes posteriores superiores 
podem disseminar-se através do seio etmoidal ou do assoalho orbitário para causar 
infecções nesses locais. 
o Essas infecções são sérias e necessitam de cirurgiões bucomaxilofaciais e 
outros especialistas. 
 Trombose do seio carvenoso: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
83 
o Via Anterior: Quando infecções odontogênicas maxilares perfuram a veia 
infraorbitária no espaço infraorbitária ou a veia oftálmica comum por meio 
da fissura orbitária superior e estende-se, diretamente dentro do seio 
cavernoso. 
o Via Posterior: Quando infecções dos dentes maxilares atingem o espaço 
infratemporal, podem atingir o plexo venoso pterigoideo, passando pelas 
veias emissárias que passam por forames na base do crânio, atingindo os 
seios intracranianos, podendo chegar ao seio cavernoso. 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
84 
 A inflamação intravascular causada pela bactéria invasora estimula asvias de 
coagulação, resultando em uma trombose séptica do seio cavernoso. 
 A trombose do seio é uma ocorrência incomum que, raramente é resultado de 
uma infecção dentária. 
 A celulite orbitária é uma infecção séria, com risco de morte, que requer 
cuidados cirúrgicos e médicos agressivos. 
Infecções Oriundas dos Dentes Inferiores 
Quando não superficiazam no vestíbulo bucal, essas infecções tendem a disseminar-se 
pelos espaços do corpo da mandíbula, submandibular, sublingual, submentoniano 
ou mastigador. 
 A partir daí, as infecções severas podem disseminar-se para os espaços fasciais 
profundos do pescoço e, até mesmo, para o mediastino, ameaçando o coração, os 
pulmões e os grandes vasos. 
 Corpo da mandíbula: é um espaço subperiostal, a infecção perfura o osso, mas não 
perfura a o periósteo. 
o Clinicamente resulta em um aumento de volume que assume a forma da 
mandíbula subjacente. 
o Se a infecção oriunda do dente posterior perfurando o osso cortical 
vestibular e o periósteo, inferior a inserção do músculo bucinador, então, o 
espaço bucal é envolvido. 
 Espaço sublingual: limita-se lateralmente pelo bordo medial da mandíbula. Pode 
tornar-se infectado pela perfuração lingual da infecção a partir dos molares 
podendo ser envolvido a partir dos pré-molares se a infecção ocorrer acima da 
linha milohioideo. 
o O espaço sublingual situa-se entre a mucosa do assoalho bucal e o músculo 
milo-hioideo. 
o Comunica-se com o espaço submandibular, na sua borda posterior. 
o Clinicamente não há nenhum aumento de volume extraoral, porém, existe 
grande aumento de volume intraoral do assoalho da boca no lado infectado. 
o Tem comunicação com o espaço faríngeo lateral, podendo agravar-se e 
disseminar para essa região através do hiato bucofaríngeo. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
85 
 
 Espaço submandibular: limita-se lateralmente pelo bordo medial da mandíbula. 
Pode tornar-se infectado pela perfuração lingual da infecção a partir dos molares 
podendo ser envolvido a partir dos pré-molares se a infecção ocorrer abaixo da 
linha milohioideo. 
o Localiza-se entre o músculo milohioideo e a camada superficial 
suprajacente da fáscia cervical profunda. 
o O limite posterior comunica-se com os espaços fasciais profundos do 
pescoço. 
o O terceiro molar é o dente que envolve com maior frequência o espaço 
submandibular primariamente. 
o O segundo molar pode envolver ambos os espaços sublingual ou 
submandibular, dependendo do comprimento das raízes individuais. 
o Clinicamente causa um aumento do volume na borda inferior da 
mandíbula. 
o Tem comunicação com o espaço faríngeo lateral, podendo agravar-se e 
disseminar para essa região através do hiato bucofaríngeo. 
o Pode passar ao redor do ventre posterior do músculo digástrico para entrar 
diretamente no espaço faríngeo lateral. 
o Infecções nesse espaço com mais frequência tornam-se infecções mais 
severas. 
 Espaço mastigador: é formado pela divisão da camada anterior da fáscia cervical 
profunda, a qual circunda os músculos da mastigação. 
 É dividida em 4 espaços chamados de espaços separados, que tem comportamento 
diferente, pois na maioria dos casos um só espaço é contaminado. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
86 
 
 Espaço submentoniano: situa-se entre os ventres anteriores do músculos 
digástricos direito e esquerdo e entre o músculo milohioideo e a fáscia 
suprajacente. 
o As infecções isoladas são raras, geralmente causadas por incisivos 
inferiores. Mais comumente é resultado da disseminação de uma infecção 
do espaço submandibular, que pode disseminar e passar para o espaço 
submandibular do lado oposto. 
o Clinicamente: quase sempre há um aumento de volume em grandes 
proporções, com elevação e deslocamento da língua. O paciente, em geral, 
tem trismo, sialorréia e dificuldade de deglutição e, algumas vezes, de 
respiração. 
o Quando os espaços perimandibulares (submandibular, sublingual e 
submentoniano) são bilateralmente envolvidos chama-se angina de Ludwig. 
Essa infecção é uma celulite de evolução rápida que pode obstruir vias 
aéreas e é comum disseminar-se posteriormente, para os espaços fasciais 
profundos do pescoço. 
o Pode progredir com velocidade alarmante. 
 
INFECÇÕES DOS ESPAÇOS CERVICAIS PROFUNDOS 
 Quando há envolvimento dos espaços cervicais profundos pode haver sequelas 
sérias, inclusive ameaça a vida. 
 Pode comprimir, desviar ou obstruir por completo as vias aéreas, invadir estruturas 
vitais como grandes vasos e permitir a extensão da infecção para o mediastino e 
para as estruturas vitais nele contidas. 
 Espaço faríngeo lateral profundo: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
87 
o Infecções dos espaços pterigomandibular, submandibular ou sublingual 
primeiro evoluem para o espaço faríngeo lateral, esse espaço se estende do 
osso hioide até a base do crânio, e lateralmente ao músculo constritor da 
faringe, nele passam os nervos cranianos glosso faríngeo, vago e hipoglosso, 
e a bainha carotídea. 
o Clinicamente haverá trismo devido a inflamação do músculo pterigoideo 
medial, aumento de volume lateral do pescoço, edema da parede faríngea 
em direção alinha média, dificuldade para deglutir e geralmente 
apresentam febre alta e tornam-se bastante enfermos. 
o Pode ocorre trombose da veia jugular interna, erosão da artéria carótida 
interna e seus ramos, interferência nos nervos cranianos IX, X e XII. 
o Pode invadir o espaço retrofaringeo e alem dele. 
 Espaço retrofaringeo: 
o Situa-se atrás dos tecidos moles do aspecto posterior da faringe. 
Anteriormente, é limitado pelos músculos constritores da faringe e posterior 
pela fáscia retrofaringea. Inicia na base do crânio e termina entre a sexta 
vértebra cervical e a quarta vértebra torácica. 
o Fornece pouca barreira para disseminação a infecção. 
o A principal preocupação é sua invasão para o espaço potencial. 
 Espaço potencial: o espaço estende-se da base do crânio até o diafragma, e é 
continuo com o mediastino posterior. 
 Mediastino: é o espaço entre os pulmões, e nele contem o coração, nervos frênicos e 
vago, a traqueia e o tronco principal do brônquio, esôfago e os grandes vasos, 
incluindo a aorta e as veias cavas superior e inferior. 
o o paciente com mediastinite possui uma infecção extremamente severa que 
comprime o coração e os pulmões, interfere no controle neurológico da 
frequência cardíaca e respiração, penetra no pulmão, na traqueia ou no 
esôfago. E dissemina-se, até mesmo, para cavidade abdmoninal. 
o A mortalidade é alta. 
TRATAMENTO DAS INFECÇÕES DOS ESPAÇOS FASCIAIS 
 Suporte médico; 
 Desobstrução das vias aéreas; 
 Correção das defesas comprometidas pelo hospedeiro; 
 Remoção cirúrgica da fonte da infecção; 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
88 
 Drenagem cirúrgica; 
 Colocação de drenos adequados; 
 Antibióticos; 
 Reavaliação frequente. 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
89 
TERCEIRO ANO DE ODONTOLOGIA - UNIOESTE 
5 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS 
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS 
 
Cirurgia e Traumatologia Oral e 
Bucomaxilofacial I 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ESTUDO PARA DISCIPLINA DE CIRURGIA I 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
90 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS 
COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS 
O melhor e mais fácil caminho para controlar uma complicação cirúrgica é prevenir 
que ela ocorra. Minuciosa avaliação; 
 Amplo plano de tratamento; 
 Cuidadosa e correta execução do procedimento cirúrgico (visualização do 
campo operatório, acesso, luz adequada, afastamento e observação dos tecidos 
moles, adequada aspiração, manuseio atraumático dos tecidos, hemostasia, 
técnica asséptica, etc). 
Planejamento cirúrgico: 
 Revisão completa da história médica do paciente; 
 Obter imagens adequadas e avaliá-las cuidadosamente; 
 Exame clínico minucioso; 
Devem incluir: 
 Toda a área da cirurgia; 
 Ápices das raízes dos dentes que serão extraídos; 
 Estruturas anatômicas locais e regionais, tais como partes adjacentes do 
seio maxilar e ao canal alveolar inferior; 
 Presença de morfologia anormal da raiz; 
 Sinais de anquilose. 
 Planejamento pré-operatório: 
 Plano cirúrgico e de instrumentação; 
 Controle da dor e ansiedade; 
 Recuperação pós-operatória (instruções e modificações da atividade 
normal do paciente); 
LESÕES DOS TECIDOS MOLES 
São quase sempre resultado da falta de atenção do cirurgião, acesso inadequado ou uso 
excessivo da força. 
LACERAÇÃO DO RETALHO MUCOSO: 
É a mais comum durante a extração cirúrgica de um dente. 
Causa: inadequado tamanho do retalho em envelope inicial, que é firmemente 
afastado, além da capacidade do tecido em estirar. A laceração ocorre normalmente no 
término da incisão. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
91 
 
Prevenção: 
1. Fazer retalho de tamanho adequado para prevenir excesso de retração sobre o 
retalho; 
2. Usar controlada quantidade de força de retração sobre o retalho; 
3. Fazer incisões relaxantes, quando indicadas. 
Tratamento: sutura cuidadosa, uma vez terminada a cirurgia. Muitas vezes a 
cicatrização é adequada, porém com certo grau de demora. 
FERIDAS PERFURANTES: 
É a segunda lesão mais comum dos tecidos moles. Instrumentos como alavanca reta ou 
um descolador perióstico podem escorregar do campo cirúrgico e perfurar ou lacerar 
os tecidos moles adjacentes. 
Causa: Essas lesões resultam de força não controlada. 
Prevenção: uso de força controlada e uso de apoio com o dedo ou suporte da mão 
oposta na antecipação ao deslizamento. 
Tratamento: quanto uma ferida perfurante acontece, o tratamento tem como objetivo, 
primeiramente, a prevenção da infecção e permite que a cicatrização ocorra, 
normalmente por segunda intenção. Se houver sangramento excessivo esse deve ser 
controlado por compressão direta, conseguida a hemostasia, a ferida normalmente é 
deixada aberta, sem sutura, de modo que se uma pequena infecção ocorrer, exista uma 
via de drenagem. 
LACERAÇÃO: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Alexandre L. Bortoloto; Cristiano Ribeiro; Freddy Lennon; Rafaella Angeli 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
92 
É uma solução de continuidade nos tecidos epitelial e subepitelial, sendo muito 
frequente em tecidos moles, causado por objetos em forma de ponta. Esse tipo de lesão 
pode envolver somente a superfície externa ou estender-se para os tecidos e estrutura 
subjacentes. Nas exodontias essas lesões são mais comumente resultantes da ação de 
alavancas, quando aplicado nesses instrumentos forças excessivas ou por um mal 
conhecimento de técnica, ocorre o escape, atingindo os tecidos moles circunvizinhos ao 
dente ou dentes a serem extraídos. (PETERSON, 2000) 
 Prevenção: Um correto conhecimento de técnica exodontica aliado com a correta 
escolha de materiais, cuidados durante o período trans-cirúrgico como força adequada 
e local adequado, são fundamentais para evitar a laceração de tecidos, e por si só 
constituem o método preventivo (PETERSON, 2000). 
Tratamento: As feridas de tecidos moles sempre são tratadas depois do tratamento dos 
tecidos duros.Se os tecidos moles são suturados primeiro, está perdendo-se tempo, 
porque as estruturas suturadas muito provavelmente serão esgarçadas e arrancadas 
do tecido durante a manipulação intra-oral. Mais ainda, se as estruturas forem 
arrancadas dos tecidos, eles terão mais dificuldade para serem fechados na segunda 
tentativa.Existem quatro passos principais no tratamento cirúrgico da laceração: 
 Limpeza da ferida: é necessária para impedir a permanência de corpos 
estranhos; 
 Debridamento da ferida: refere-se a remoção de tecido lacerado e desvitalizado 
de uma ferida; 
 Hemostasia da ferida: deve ser conseguida antes do fechamento; 
 Fechamento da ferida: Estando a ferida limpa e sem presença de tecidos 
desvitalizados e de corpo estranho e a hemóstase conseguida, a laceração está 
pronta para ser fechada. 
(PETERSON, 2000). 
 
ESGARÇAMENTO OU ABRASÃO: 
Abrasões e queinmaduras dos lábios, das comissuras orais, ou dos retalhos 
normalmente são resultado do atrito da haste rotatória da broca nos tecidos moles, ou 
do afastador de metal também em contato com os tecidos moles. 
Causa: falta de atenção do cirurgião e assistente quando do contato destes 
instrumentos nos tecidos moles. 
Prevenção: o assistente e o cirurgião devem estar sempre atentos. 
Tratamento: se ocorrer na mucosa oral, bochechos orais regulares com soluções 
antissépticas são recomendados, normalmente essas feridas cicatrizam em 4 ou 7 dias, 
sem cicatriz. Se ocorrer na pele, recomenda-se o uso de pomada antibiótica, somente na 
área traumatizada, normalmente levam 5 a 10 dias para cicatrizarem, o paciente deve 
fazer uso da pomada durante todo esse período. Cicatriz ou descoloração permanente 
da pele afetada podem ocorrer, mas são limitadas pelo próprio cuidado da ferida. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
93 
PREVENÇÃO DAS LESÕES DOS TECIDOS MOLES 
1. Prestar estrita atenção às lesões de tecidos moles; 
2. Desenvolver retalhos de tamanhos adequados; 
3. Uso mínimo da força para retração dos tecidos moles. 
 
COMPLICAÇÕES COM UM DENTE DURANTE SUA EXTRAÇÃO 
FRATURA DA RAIZ 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Giovani Ceron Hartmann, Guilherme Schmitt de Andrade, Mateus Augusto Bom Ami Teixeira, 
Muriel Zampiva. 
É um acidente muito comum que pode ocorrer durante uma extração pela técnica de 
extração a fórceps. Raízes longas, curvas e divergentes, que se encontram em osso 
denso são mais prováveis de serem fraturadas. 
Causa: ocorre em grande parte, devido aos movimentos violentos ou errados durante a 
luxação (não realizar o movimento intrusão alterando o fulcro para apical durante 
realização da luxação), e em menor parte à força excessiva na preensão do dente com 
fórceps. Nesse ultimo caso, ocorre devido a extrema fragilidade da porção coronária. 
(GRAZIANI, M., Cirurgia bucomaxilofacial. 8ª edição. Rio de Janeiro: Editora 
Guanabara Koogan, 1995) 
 
 
Se o centro de rotação do dente não esta suficientemente apical, 
ele está colocado muito oclusalmente, o que resulta em excesso 
de rotação na região do ápice. O excesso de movimento do ápice 
radicular causado pelo centro de rotação alto resulta em fratura 
do ápice radicular. 
Se o fórceps é inserido no sentido apical, o centro de rotação é 
deslocado apicalmente e gera menos pressão apical (A). isso 
resulta em maior expansão cortical vestibular, menos 
movimento do ápice do dente, e, portanto, menor chance de a 
raiz fraturar (B). 
 
Prevenção: 
1. Sempre se planejar para uma fratura radicular (análise atenciosa do exame 
radiográfico); 
2. Usar extração aberta se existir alta probabilidade de fratura; 
3. Realizar movimento de intrusão concomitante a luxação. 
Tratamento: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
94 
 
 
 
 
Figura 1 Figura 2 
 
DESLOCAMENTODA RAIZ 
Ocorre com mais frequência com a raiz do molar superior deslocada para o seio 
maxilar. 
Causa: se a raiz do for removida com uma alavanca reta com excesso de força apical o 
dente poderá ser deslocado para dentro do seio maxilar. 
TÉCNICA FECHADA UTILIZANDO 
ALAVANCAS (FIGURA 1) 
 TÉCNICA ABERTA (FIGURA 2) : 
 Alveolectomia parcial ou total 
 
 Técnica: 
 - Retalho em tecido mole 
 - Remoção do osse que cobre a raiz; 
 - Alavanca reta pequena para luxar a raiz no 
 sentido vestibular; 
 - Utilização da alavanca como cunha para 
 extração. 
 MANTER A RAIZ: 
 Condições para manter a raiz: 
 
 1. Fragmento da raíz deve ser pequeno 
 (menor que 4 a 5 mm de comprimento); 
 2. Raiz deve estar profundamente 
 inserida no osso e não superficial 
 (evitando reabsorção óssea 
 3. Dente deve estar livre de processo 
 infeccioso. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
95 
Prevenção: Não utilizar força apical intensa em uma raiz fraturada. 
Tratamento: 
Deslocamento para o seio maxilar: 
 Determinar o tamanho da raiz perdida dentro do seio; 
 Raiz pequena: irrigação do seio via alveolar e tentativa de aspiração do 
fragmento da raiz. Verificar a presença da raiz na solução aspirada e 
confirmar com radiografia. Se o fragmento pequeno não tiver sinal de 
infecção e não for conseguida a aspiração, não deverá ser realizado nenhum 
procedimento cirúrgico para sua remoção, ele poderá ser deixado no lugar 
devido a improbabilidade de uma sequela. O paciente deverá ser 
informado, e monitorado. O acontecimento mais comum é a fibrose da raiz 
dentro da membrana do seio. 
 Raiz grande: remoção pela técnica de Caldwell-Luc por um cirurgião 
bucomaxilofacial. 
 Avaliar se existe infecção no dente ou nos tecidos periapicais; 
 Dente sem infecção: 
 Remoção por aspiração se fragmento for pequeno, encaminhamento 
para um cirurgião bucomaxilofacial se o fragmento for grande. 
 Dente com infecção: 
 Encaminhamento do paciente para um cirurgião bucomaxilofacial 
para remoção do ápice da raiz via acesso de Caldwell-Luc. 
 Avaliar a condição pré-operatória do seio maxilar; 
 Comunicação oroantral deverá ser tratada. 
Deslocamento para o espaço infratemporal: 
Ocorre em terceiro molares que durante a luxação, a alavanca pode força-lo 
posteriormente através do periósteo para dentro da fossa infratemporal. 
 Tentar remover com pinça hemostática (pode resultar em deslocamento mais 
distante caso não haja visibilidade); 
 Paciente deverá ser informado, administração de antibióticos e cuidados pós-
operatórios. 
 Remoção tardia por um cirurgião bucomaxilofacial. 
Deslocamento para o espaço submandibular: 
Ocorre com terceiros molares inferiores, se as raízes forem removidas com pressão 
apical, a prevenção desse deslocamento é a remoção evitando-se qualquer pressão 
apical. 
 Tentativa de remover, com o dedo indicador da mão oposta nserido sobre a face 
lingual do assoalho bucal na tentativa de colocar pressão contra a face lingual da 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
96 
mandíbula e forçar a raiz de volta para dentro do alvéolo e posterior remoção com 
alavanca apical. 
 Caso não consiga a remoção encaminhar para um CBMF. 
o Rebate-se um retalho de tecido mole na face lingual da mandíbula e 
delicadamente dissecar o recobrimento mucoperiósteo até que o ápice da 
raiz posa ser encontrado. Pode haver risco de lesão do nervo lingual. 
 
Utilização da alavanca de Cryer para remoção de raiz de terceiro 
molar inferior a fim de evitar qualquer pressão apical. 
 
DENTE PERDIDO NA FARINGE: 
Ocasionalmente, a coroa do dente ou o dente inteiro pode ser perdido dentro da 
faringe. 
Prevenção: 
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
..........................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................... 
Tratamento: o paciente deverá estar voltado para o cirurgião e colocado na posição 
com a boca na direção do chão tanto quanto possível, o paciente deverá ser encorajado 
a tossir e cuspir o dente no chão. O aparelho de sucção poderá ser utilizado e pode 
algumas vezes ajudar a remover o dente. O dente pode ser deglutido ou aspirado, se o 
paciente não tiver tosse ou desconforto respiratório é muito provável que o dente tenha 
sido deglutido e nenhum tratamento é necessário, se o dente for aspirado o paciente 
deve ser transportado para uma sala de emergência e radiografias de tórax e abdome 
deverão ser realizadas, o dente deverá ser removido com broncoscópio. 
PREVENÇÃO DA FRATURA E DESLOCAMENTO DA RAIZ 
1. Sempre se planejar para uma fratura radicular; 
2. Usar extração aberta se existir alta probabilidade de 
fratura; 
3. Não usar força apical intensa em uma raiz fraturada 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
97 
 
LESÕES A DENTES ADJACENTES 
Quando a atenção total do cirurgião é focada para o dente a ser removido, aumenta a 
probabilidade de lesão aos dentes adjacentes. A lesão freqüentemente é causada pela 
utilização de uma broca para osteotomia ou odontossecção. 
FRATURA OU DESLOCAMENTO DE UMA RESTAURAÇÃO ADJACENTE: 
É a lesão mais comum aos dentes adjacentes. 
Causa: falta de atenção e cautela durante a utilização de alavancas (dente adjacente). 
Forças vestíbulos linguais inadequadas e/ou forças excessivas de tração são usada, o 
dente inesperadamente sai do alvéolo, e o fórceps bate nos dentes do arco oposto 
podendo fraturá-los, é muito comum quando é utilizado o fórceps 23 (chifre de vaca) 
em exodontia de molares inferiores. (dente do arco oposto). 
Prevenção: Se existir uma restauração grande o CD deverá prevenir o paciente pré-
operatóriamente sobre a possibilidade de fraturá-la durante a extração. A prevenção 
dessa fratura é conseguida evitando-se a aplicação de instrumentação e força na 
restauração. Poderá ocorrer também o traumatismo de dentes do arco oposto, e a 
prevenção é feita principalmente evitando excessivas forças de tração, o dente deverá 
ser luxado com foca apical concomitante com vestíbulolingual e rotacional (alguns 
casos), para minimizar a necessidade de força de tração. O assistente poderá proteger 
os dentes do arco oposto mantendo um dedo ou a ponta de aspiração contra eles para 
absorver a pancada do fórceps. 
Tratamento: o cirurgião deverá ter certeza que a alavanca esta fora da boca e não caiu 
no alvéolo dental vazio, terminado o procedimento o dente traumatizado deverá ser 
tratado com a recolocação da coroa deslocada ou colocação de restauração provisória. 
LUXAÇÃO DO DENTE ADJACENTE E EXTRAÇÃO DE DENTES ERRADOS: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Déborah Sponchiado, Patrícia Gaffuri, Rafael Cozer e Tatiana Troglio 
Causa: Ocorre quando no emprego de extrator for utilizado um dente vizinho (medial 
ou distal), como ponto de apoio; dentes com hipercementose; manejo defeituoso do 
fórceps (Marzola, 2008). Força excessiva durante o uso de alavancas e fórceps 
(Peterson, 2005). Falta de atenção à avaliação pré-operatória(Peterson, 2005). 
Tratamento: Lavar o dente cuidadosamente com soro e imediatamente colocá-lo de 
volta no alvéolo; reposição do dente na sua posição apropriada e sua estabilização até 
que ocorra a cicatrização (dentes luxados ou parcialmente avulsionados); checar a 
oclusão; ocasionalmente, o dente luxado fica bastante mole, e deve ser estabilizado com 
a fixação (contenção) menos rígida possível, para manter-se na posição; suturar, de 
maneira que o fio cruze a tábua óssea oclusal e seja presa à gengiva adjacente 
(Peterson, 2005). Deve-se sempre alertar o paciente sobre o acontecido, assumindo 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
98 
desta maneira a responsabilidade no caso e, realizando o tratamento sequente da 
melhor maneira possível (Marzola, 2008). 
Prevenção: Controlar a força empregada durante o uso de alavancas e fórceps e utilizar 
os instrumentais adequados para cada caso; avaliação pré-operatória do dente que será 
removido; atenção apropriada ao plano de tratamento e execução adequada da 
intervenção cirúrgica (Peterson, 2005). Planejamento cirúrgico adequado, 
conhecimento anatômico, uso adequado de extratores (Gregori, 1996). 
PREVENÇÃO DE LESÕES AOS DENTES ADJACENTES 
1. Reconhecer o potencial de uma grande restauração ser 
fraturada; 
2. Prevenir o paciente pré-operatóriamente; 
3. Usar alavancas criteriosamente; 
4. Pedir ao assistente para avisar ao cirurgião da pressão 
nos dentes adjacentes. 
 
LESÕES A ESTRUTURAS ÓSSEAS: 
FRATURA DO PROCESSO ALVEOLAR: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Giovani Ceron Hartmann, Guilherme Schmitt de Andrade, Mateus Augusto Bom Ami Teixeira, 
Muriel Zampiva. 
São muito comuns as fraturas de pequenas partes do processo alveolar, mais 
freqüentemente da parede externa do alvéolo, que vem aderida junto ao dente. Há 
casos, mais raros, de fraturas de parte considerável do processo alveolar, nas quais a 
porção óssea fraturada pode incluir dois ou mais dentes. 
(GRAZIANI, M., Cirurgia bucomaxilofacial. 8ª edição. Rio de Janeiro: Editora 
Guanabara Koogan, 1995.) 
 
Causa: uso de força excessiva com o fórceps. 
Prevenção: a prevenção consiste em um cuidadoso exame pré-operatório do processo 
alveolar, tanto clínico quanto radiográfico, devendo observar: formato da raiz, 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
99 
proximidades com o seio maxilar, espessura da lamina cortical, raízes divergentes, 
idade do paciente (pacientes jovens tem o osso mais elástico). 
Se o cirurgião perceber que uma força excessiva é necessária, deve optar pela técnica 
cirúrgica aberta. No caso de dentes multirradiculares eles podem ser seccionados. 
Durante a exodontia com fórceps o cirurgião deve utilizar a mão oposta para 
apreender a tábua óssea vestibular e lingual, caso haja fratura, ele ira sentir e poderá 
tomar medidas que recuperem a o osso fraturado. 
Tratamento: 
Após remoção completa junto ao dente: 
 O osso não deve ser recolocado; 
 Reposicionamento e sutura do tecido mole; 
 Regularização de margens pontiagudas; 
 Prevenir retardo na cicatrização. 
 
Fratura da cortical sem remoção do processo 
alveolar junto ao dente; 
 Cirurgião que apoia o osso com os dedos 
durantes os movimentos do fórceps. 
 Osso aderido ao periósteo; 
 Dissecar o osso do dente; 
→ Fórceps estabilizando o dente; 
→ Instrumento de ponta afiada, 
descolando o osso da raiz do dente. 
→ Remoção do dente; 
→ Tecido mole e o osso reaproximados 
e firmados com sutura. 
 A adesão periósteo do periósteo ao osso fraturado 
promove suprimento sanguíneo prevenindo a necrose. 
 Mais favorável para reabilitação protética 
 
FRATURA DA TUBEROSIDADE MAXILAR 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Giovani Ceron Hartmann, Guilherme Schmitt de Andrade, Mateus Augusto Bom Ami Teixeira, 
Muriel Zampiva. 
A fratura da tuberosidade muitas vezes ocorre inesperadamente pelo fato de nessa 
região o tecido ósseo ser bastante delgado. 
Ocorre com maior frequência em: 
 Segundo ou terceiro molar com raízes divergentes; 
 Com hipercementose; 
 Isolados no arco. 
Podem trazer complicações como: 
 Comunicação buco-sinusal; 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
100 
 Sequestro na posição fraturada; 
 Sinusite maxilar; 
 Mutilação da área chapeável protética. 
(MARZOLA, C., Fundamentos de cirurgia buco maxilo facial, volume IV. 2008.) 
 
Causa: 
 Força excessiva com o fórceps; 
Prevenção: 
 Exame clínico e radiográfico pré-operatório; 
 Não usar força excessiva; 
 Técnica de extração aberta. 
 
Tratamento: 
Fragmento ósseo unido ao periósteo: 
 Mesmo tratamento da fratura do processo alveolar. 
 Medidas para permitir a cicatrização. 
 
Tuberosidade excessivamente móvel e não puder ser dissecada do dente: 
 Tala no dente que esta sendo extraído unindo aos dentes adjacentes; 
 Esperar 6 a 8 semanas – tempo para cicatrização óssea; 
 Dente extraído pela técnica cirúrgica aberta. 
 Seccionar a coroa do dente das raízes 
 Esperar 6 a 8 semanas; 
 Extração das raízes. 
 
Completamente separada do tecido mole: 
 Regularização das cristas pontiagudas do osso remanescente; 
 Reposicionar o tecido mole; 
 Suturar; 
 Verificar a comunicação oroantral e tratar, caso necessário. 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
101 
LESÕES A ESTRUTURAS ADJACENTES: 
LESÕES A ESTRUTURAS NERVOSAS REGIONAIS: 
As lesões aos ramos do V par de nervos cranianos são as mais prováveis durante a 
extração. os mais frequentes são traumatismos nos nervos mentual, lingual, bucal e o 
nasopalatino. 
Causa: 
Os nervos nasopalatinos e bucal são freqüentemente seccionados durante a 
realização de retalhos, normalmente ocorre a reinervação. 
A remoção cirúrgica de raízes de pré-molares inferiores ou pré-molares 
inferiores impactados e cirurgia periapical na região do nervo mentual e forame 
mentoniano devem ser realizadas com grande cautela. Se o nervo for lesionado o 
paciente terá parestesia ou anestesia do lábio e do mento. Se a lesão for resultado do 
deslocamento ou da manipulação do retalho, a sensação normal comumente retornará 
em poucos dias ou poucas semanas. Se o nervo for seccionado é muito provável que a 
sua função não retorne. 
O nervo lingual normalmente é localizado diante da parede lingual da 
mandíbula no coxim da região retromolar. Ocasionalmente a trajetória do nervo vai 
para dentro do próprio coxim. Raramente o nervo se regenera quando gravemente 
traumatizado. 
O nervo alveolar inferior pode ser traumatizado ao longo do seu curso dentro 
do canal ósseo. O local mais comum é na região do teceiro molar inferior. A remoção 
desses dentes pode causar esmagamento ou traumatizar intensamente o nervo em seu 
canal. 
Prevenção: 
Se o cirurgião tem alguma duvida a respeito de suas habilidades em realizar o 
procedimento, ele deve encaminhar o paciente a um CBMF. 
Se for realizado um retalho em L na região do nervo mentual a incisão relaxante deve 
ser colocada anteriormente, o mais distante possível a fim de evitar o rompimento de 
alguma porção do N. mentoniano. Raramente é recomendável fazer uma incisão 
relaxante vertical na papila interdental entre canino e o segundo pré-molar. 
Para realizar retalhos na região retromolar devem ser feitas na vestibular da 
mandíbula, ao dissecar o retalho, deve se tomar cuidado para evitar dissecção 
excessiva ou dilaceração dos tecidos na face lingual dessa região. 
Para prevenir a lesão ao nervo alveolar inferior a cirurgia deve ser realizada com 
cautelapara não esmagar o canal mandibular. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
102 
Tratamento: avisar o paciente da possibilidade de haver parestesia temporária ou 
definitiva se for temporária acalmar o paciente e acompanhar o retorno das funções 
nervosas. 
PREVENÇÃO DE LESÃO AO NERVO 
1. Estar ciente da anatomia nervosa da área cirúrgica; 
2. Evitar fazer incisões ou afetar o periósteo na região do 
nervo. 
PARESTESIA: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Ana Lígia Bertoni Bernardineli; Camila Basso Alpini; Felipe Augusto Malinoski Francio; 
Marcos Paulo Stip; Mariana Vitoriano Queiróz 
Causa: ocorre devido uma lesão do filete nervoso que promove a sensibilidade de uma 
determinada região,podendo ser provocado pelo bisel de uma agulha durante 
realização da técnica anestésica(GREGORI,1996). Podendo ocorrer em qualquer técnica 
de bloqueio,sendo mais comum durante os bloqueios dos nervos AI, lingual e 
bucal(MARZOLA,2008). 
É comum em casos de exodontias de terceiros molares inferiores, realização de 
implantes, cirurgias que envolvam as proximidade de um feixe vasculo nervoso ou em 
processos infecciosos. (FLORIAN, et al.2012). 
Prevenção: o uso de agulhas novas e em casos que é realizada a inserção 
repetidamente no tecido pode danificar o bisel, por isso é importante verificar a 
situação do bisel antes de qualquer anestesia,podendo causar a lesão do nervo, essa 
complicação acontece com maior frequência nos bloqueios do nervo alveolar 
inferior,lingual e bucal, a realização de técnicas cirúrgicas também é uma forma de se 
evitar esse tipo de complicação (GREGORI, 1996; MARZOLA, 2000 e 2005; PETERSON, 
2000). 
Tratamento: existe a possibilidade de aplicações de laser infravermelho na área da 
lesão se essa for acessível, a prescrição de vitaminas do complexo B,medicamentos a 
base de gangliosídios atuam como regenerador das fibras nervosas,sendo encontradas 
no mercado em ampolas de 10 e 20mg,podendo ser usadas até 2 ampolas/dia 
intramuscular durante 12 a 30 dias.(MARZOLA,2008) 
Porem é dever do profissional analisar a etiologia da parestesia, se essa for causada por 
infecção essa deve ser combatida com uso de antibióticos, em casos de compressão do 
nervo causado por um edema pós-trauma deverá aguardar para que a sensibilidade 
volte gradativamente,se não obtiver êxito recomenda-se o uso de corticoides ou 
descompressão cirúrgica. A acupuntura é uma técnica que usa agulhas muito finas e 
que estimulam a liberação de neurotransmissores atuando de uma forma diferenciada 
no fator estresse.(FLORIAN, et al.2012) 
LESÕES À ATM: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
103 
 
Causa: A remoção de molares inferiores freqüentemente requer aplicação de grande 
quantidade de força. Se a mandíbula estiver inadequadamente apoiada , durante a 
extração, para neutralizar as forças, o paciente poderá experimentar dor nessa região. 
Prevenção: forças controladas e apoio adequado da mandíbula previnem a dor na 
mesma. O uso de blocos de mordida no lado contralateral pode proporcionar um 
equilíbrio adequado das forças fazendo com que a lesão não ocorra. O cirurgião ou 
assistente também devem apoiar a mandíbula segurando sua margem inferior. 
Tratamento: se o paciente reclamar de dor após o procedimento de extração, o 
cirurgião deverá recomendar o uso de calor úmido, repouso da mandíbula, dieta 
pastosa e um relaxante muscular. 
COMUNICAÇÕES OROANTRAIS: 
COMUNICAÇÕES BUCO SINUSAIS: 
Causa: 
Intervenções cirúrgicas, curetagem do alvéolo ou do seio maxilar por via alveolar, 
operação de cistos paradentários penetrantes no seio maxilar, remoção de raíz dentária 
via alveolar, afecções inflamatórias da maxila e lesões congênitas. 
 
Prevenção: 
Realizar um completo exame radiográfico pré – operatório, usar inicialmente extração 
cirúrgica e seccionar as raízes e evitar excessiva pressão apical. 
 
Tratamento: 
Imediato sem corpo estranho: 
 Fechamento da comunicação por primeira intenção. 
 Medicamentoso: 
 Antibiótico: amoxicilina 500 mg de 8/8 horas por 7 dias 
 Analgésico: dipirona sódica 500mg de 6/6 horas por 24 horas 
 descongestionante nasal para contrair a mucosa nasal e manter ostio do seio 
aberto: cloridrato de nafazolina 0,5 mg/ml 2 a 4 gotas de 4 a 6 vezes ao dia. 
 Recomendações: não espirrar, n assoar o nariz, dieta hipercalorica 
 Controle radiográfico – waters 
 
Imediato com corpo estranho: 
 O paciente deve ser encaminhado ao cirurgião buco-maxilo-facial para 
tratamento imediato (técnica de Caldwell-Luc), acesso pela fossa canina em 
direção ao seio maxilar. 
 Fechamento da comunicação por primeira intenção 
 Antibiótico, analgésico e descongestionante nasal 
 Recomendações 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
104 
 Controle radiográfico 
 
Tratamento tardio: 
 Canula – irrigação 2 a 3 x dia com soro/antibiótico tópico 
 Acesso de caldwell luc 
 Vedamento 
 Contra abertura nasal com pinça hemostática entra no nariz sai no seio (cria 
novo ostio com seio maxilar) com um cadarço de tamponamento esterilizado 
 Antibiótico, analgésico e descongestionante nasal 
 Recomendações 
 Controle radiográfico 
 
Presença de infecção ou corpo estranho: o paciente deve ser encaminhado ao cirurgião 
buco-maxilo-facial para tratamento imediato (técnica de Caldwell-Luc), acesso pela 
fossa canina em direção ao seio maxilar, recomendações e prescrições são as mesmas já 
citadas. 
COMUNICAÇÕES BUCO NASAIS: 
Causa: 
Intervenção cirúrgica em dentes inclusos, extrações dos dentes anteriores, intervenções 
cirúrgicas em cistos ou tumores, traumas. No caso das perfurações adquiridas no 
palato duro podem ocorrer em consequência de enfermidades como a sífilis, 
tuberculose, entre outras e também devido a procedimentos ortodônticos. 
 
Prevenção: 
Realizar um completo exame radiográfico pré – operatório. 
 
Tratamento: 
Quando ocorrem por causas traumáticas ou cirúrgicas em dentes anteriores são 
tratadas como comunicações alveolares. 
Quando ocorrem na região do palato deve-se considerar a confecção de um retalho. 
 
HEMORRAGIA 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Geyssi Gonzatto, Juliana Marques Lindenberg, Mayara Rossetto, Natália Taglian Boniatti e 
Pablo Felipe Rossetto 
 
Causa: Rupturas das artérias (hemorragia arterial) ou das veias (hemorragia venosa), 
conseqüentemente, ao trabalho cirúrgico sobre os tecidos. Quando são seccionados 
apenas vasos capilares a hemorragia é muito pequena e pouco perceptível 
denominando-se hemorragia capilar. (GRAZIANI, 1995) As causas das hemorragias 
podem estar relacionadas a fatores predisponentes à hemorragia, como causas médicas 
(hipertensão [arteriosclerose], neoplasias e diáteses sanguíneas), podem ser originados 
no momento trans-operatório por defeitos cirúrgicos e por traumas e podem também, 
no período pós-operatório, sendo provocada pelo paciente. 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
105 
Prevenção: Como em todas as complicações, a prevenção do sangramento é a melhor 
maneira de se lidar com o problema. Um dos fatores mais importantes na prevenção do 
tratamento é fazer cuidadoso histórico do paciente, no que diz respeito a esse problema 
potencial especificamente. Diversas perguntas devem ser feitas, visando a verificar 
qualquer precedente de sangramento naquele paciente. 
 Saber se o paciente já teve no passado algum problema de sangramento. 
 Ter conhecimento dos medicamentos tomados e que possam interferir no 
mecanismo de coagulação (ex: anticoagulantes, aspirinas, antibióticode largo 
espectro, anticancerígenos e álcool). 
 Perguntar ao paciente sobre a existência de doenças sistêmicas específicas. (ex: 
hepatite, hipertensão). 
O paciente que tem sabida ou supostamente uma coagulopatia deve ser avaliado 
por exames laboratoriais pré-operatórios para determinar a gravidade da desordem. 
(PETERSON, et al,2000.) 
 
Tratamentos: Podem ser profiláticos ou curativos. 
 
 Compressão: Se limpa a ferida e comprime-se fortemente o foco hemorrágico com 
gaze esterilizada, apertando-a com uma pinça ou com os dedos. (GRAZIANI, 1995). 
 Hemostáticos locais absorvíveis: esponja de fibrina, celulose oxidada, esponja de 
gelatina absorvível. 
 Hemostasia por Processo Cirúrgico: 
 Pinçagem: utilizam-se as pinças hemostáticas comuns, apertando com elas as 
extremidades do vaso que sangra; 
 Ligadura: após a pinçagem, realiza-se um nó na extremidade do vaso com fio 
absorvível. Em seguida a pinça é retirada. 
 Sutura: proporciona rápida hemostasia, proteção da ferida cirúrgica e 
cicatrização mais rápida. 
 Medicação hemostática geral. 
 Vitamina K. (GRAZIANI,1995). 
 
CICATRIZAÇÃO RETARDADA, EDEMA E INFECÇÃO 
EDEMA: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Ana Lígia Bertoni Bernardineli; Camila Basso Alpini; Felipe Augusto Malinoski Francio; 
Marcos Paulo Stip; Mariana Vitoriano Queiróz 
Causa: O edema ocorre, geralmente, após todas intervenções exodônticas. Porém, ele 
pode ser intensificado quando realizada técnica traumática ou quando houver 
qualquer complicação pós-operatória, principalmente infecção (MARZOLA, 2000 e 
2005). 
 
Prevenção: A realização de técnicas cirúrgicas atraumáticas, a manutenção da cadeia 
asséptica e o correta prevenção de infecção pós-operatória tanto por parte do operador, 
sabendo prescrever as medicações corretas, quanto por parte do paciente, tendo modos 
e higienização adequada seguindo sempre as recomendações do seu cirurgião 
(GREGORI, 1996; MARZOLA, 2000 e 2005; PETERSON, 2000). 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
106 
Tratamento: Se for de origem infecciosa o tratamento deve ser realizado através da 
administração de antibióticos, (MARZOLA, 2000 e 2005), o uso de antinflamatórios 
pode ser necessário em casos que houve uma grande manipulação tecidual, e a 
utilização de crioterapia nas primeiras 24h do pós operatório diminui o aporte 
sanguíneo na região reduzindo a participação de moléculas que promovem a 
inflamação, e após 48h do pós operatório a realização de compressas quentes para que 
ocorra a drenagem do liquido entre o tecido. (GREGORI, 1996) 
ALVEOLITE: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Déborah Sponchiado, Patrícia Gaffuri, Rafael Cozer e Tatiana Troglio 
Causa: Parece resultar de altos níveis de atividade fibrinolítica no alvéolo, que provoca 
a lise do coágulo sanguíneo e posterior exposição do osso (Peterson, 2005). Falta de 
sangue no alvéolo após uma extração dentária, e consequentemente ausência de 
coágulo; retirada do coágulo por meios mecânicos; falta de assepsia e antissepsia do 
operador; utilização de instrumental não-esterilizado (Marzola, 2008). Desrespeito por 
parte do paciente das recomendações para o pós-operatório; excessiva liberação de 
catecolaminas alto-elaboradas por estresse do paciente; período menstrual; drogas 
vasoconstritoras do anestésico; qualidade da auto-hemostasia do paciente que teria 
atividade do sistema fibrinolítico muito acentuada, acarretando a lise precoce do 
coágulo sanguíneo situado dentro do alvéolo dentário (Gregori, 1996). 
Tratamento: Irrigar o alvéolo com soro fisiológico; não curetar; manter a parte intacta 
do coágulo; aspirar o excesso de soro; inserir uma gaze embebida com iodofórmio; 
trocar o curativo todos os dias ou a cada 2 dias, durante 3 a 6 dias, irrigando o alvéolo 
com soro fisiológico a cada troca; diminuída a dor do paciente, o curativo não deve ser 
substituído. (Peterson, 2005). Tratamento Local: Anestesia: bloqueio regional; anestesia 
tópica: agente anestésico em pasta no interior do alvéolo por 5 minutos; curetagem: 
inicialmente discreta e em seguida com maior intensidade, retirando-se todo tecido 
necrosado e irrigando o tecido com soro fisiológico; esperar o preenchimento total do 
alvéolo por sangue, caso contrário, realiza-se um hemotransplante (retira-se sangue de 
um vaso venoso colocando-o no alvéolo alterado, ou ainda avivam-se os lados 
mucosos da ferida cirúrgica, provocando assim certa hemorragia); suturar a região 
para proteção do alvéolo. Geral: Administração de analgésicos; administração de 
antibiótico (3 frascos intramuscular ou em cápsulas – 2 iniciais e 1 a cada 6 horas nas 
primeiras 72 horas) (Marzola, 2008). 
Prevenção: Minimizar o trauma e a contaminação bacteriana na área da cirurgia; 
realizar cirurgias atraumáticas; após o procedimento cirúrgico, a ferida deve ser limpa 
e irrigada com grande quantidade de soro fisiológico; um pouco de antibiótico, como a 
tetraciclina, colocado no alvéolo sozinho ou num espoja de gelatina, pode evitar a 
alveolite na região dos terceiros molares; fazer bochechos pré e pós-operatórios com 
soluções antimicrobianas, como a clorexidina (Peterson, 2005). 
INFECÇÃO: 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
107 
Causa: A causa mais comum de uma cicatrização retardada de feridas é a infecção, são 
complicações comuns e são vistas freqüentemente em cirurgias que envolvem retalhos 
de tecido mole e remoção de osso. 
Prevenção: Uma cuidadosa assepsia e debridamento da ferida após a cirurgia podem 
ser a melhor prevenção. Alguns pacientes são predispostos à infecção de feridas pós-
operatórias e deverão ser dados antibióticos pré-operatoriamente para profilaxia. 
DEISCÊNCIA DE FERIDAS: 
“Separação das margens da ferida” 
Causa: se um retalho de tecido mole é recolocado e suturado sem um adequado osso 
de sustentação, esse retalho não suportado freqüentemente será e serarar-se-á ao longo 
da linha de incisão. Um segundo caso de deiscência é a sutura de ferida sobre pressão o 
que causa isquemia da margem do retalho e subsequente necrose, o que possibilita que 
a sutura solte da margem do retalho, resultando em deiscência. 
Prevenção: 
 Usar técnica asséptica; 
 Realizar cirurgia atraumática; 
 Fechar incisão sobre osso intacto; 
 Suturar sem tensão. 
Tratatamento: 
 Deixar a projeção (Se deixar a área sem tratamento a exposição do osso 
desaparecerá em 2 a 4 semanas); 
 Regularizá-la com lima para osso; 
FRATURA DE MANDÍBULA APÓS A EXODONTIA: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Alexandre L. Bortoloto; Cristiano Ribeiro; Freddy Lennon; Rafaella Angeli 
 
 É uma complicação rara que ocorre principalmente em decorrência da extração de um 
terceiro molar, podendo ser trans ou pós-operatória. (WAGNER; OTTEN; SCHOEN; 
SCHMELZEISEN, 2005). A fratura está relacionada ao mau planejamento cirúrgico, a 
utilização de técnicas cirúrgicas inadequadas, o manuseio inadequado dos tecidos 
envolvidos, ou a inadequação do instrumental para o procedimento planejado, e está 
quase sempre associada ao emprego excessivo de força manual (LIBERSA; ROOSE; 
CACHARTRT; LIBERSA, 2008). 
No pós-operatório a fratura normalmente ocorre durante a mastigação cerca de duas 
semanas após a intervenção cirúrgica pois nesse período ainda não ocorreu a completa 
formação óssea na região abordada e o paciente já não apresenta o desconforto pós-
operatório, conseguindo mastigar alimentos mais rígidos (WAGNER; OTTEN; 
SCHOEN; SCHMELZEISEN, 2005). 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
108 
 Prevenção: consiste no planejamento e execução de uma técnica cirúrgica adequadaevitando o uso de força exagerada, principalmente em pacientes com mais de quarenta 
anos, uma vez que estes apresentam maiores riscos devido à diminuição da 
elasticidade óssea e hipercementose do dente impactado. Além disso, é importante 
aconselhar o paciente sobre o risco de fratura, enfatizando a necessidade de manter 
uma dieta mais macia, durante as primeiras semanas pós-cirúrgicas, no caso do 
paciente ser do gênero masculino este fator se torna ainda mais importante, devido a 
sua maior força mastigatória (LIBERSA; ROOSE; CACHARTRT; LIBERSA, 2008). 
É importante que o cirurgião dentista esteja atento a lesões ósseas pré-existentes como 
cistos, tumores ou pericoronarite recorrente que podem fragilizar a mandíbula e 
predispor a fratura. Doenças sistêmicas como a osteoporose, diminuem 
significantemente a densidade óssea, sendo também outro fator importante. 
O grau de impacção, angulação e volume do terceiro molar também devem ser 
considerados. Quanto maior a impacção e angulação do elemento dental, maior será a 
osteotomia necessária para a exodontia. 
 Tratamento: pode ser conservador ou cirúrgico; ambos devem seguir os seguintes 
parâmetros: redução da fratura, fixação e contenção dos segmentos ósseos e sua 
imobilização no local da fratura, a oclusão original deve ser restaurada e a infecção 
prevenida ou erradicada (TOLEDO; MARZOLA, PASTORI; ZORZETTO, 2008). 
O tratamento conservador é a conduta adotada quando a fratura se encontra em uma 
condição favorável, sendo sua indicação sustentada por fatores tais como: tipo de 
fratura, simples ou composta e não favorável ao deslocamento; número adequado de 
dentes; condição e morfologia dentária; domínio da técnica e conhecimento da oclusão 
dentária. Um tipo de tratamento conservador é a utilização do bloqueio intermaxilar, 
também chamado de BIM. O bloqueio intermaxilar caracteriza o estabelecimento da 
relação oclusal adequada por meio da fixação dos dentes (TOLEDO; MARZOLA, 
PASTORI; ZORZETTO, 2008). 
No caso do tratamento cirúrgico, o método FIR apresenta grande avanço técnico, 
inclusive em casos de fraturas múltiplas e está indicado também para pacientes que 
necessitam do restabelecimento imediato da função mastigatória, bem como para 
aqueles que não cooperam (TOLEDO; MARZOLA, PASTORI; ZORZETTO, 2008). 
OUTRAS 
EPILEPSIA: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Alexandre L. Bortoloto; Cristiano Ribeiro; Freddy Lennon; Rafaella Angeli 
 
é um distúrbio cerebral ocasionado por descargas elétricas cerebrais anormais, tendo 
como característica principal a recorrência de crises convulsivas. Não se sabe ao certo a 
causa que inicia exatamente a crise convulsiva, e o que leva o seu encerramento. 
(ABREU, 1997.). 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
109 
 Prevenção: consiste em evitar que o paciente se machuque uma vez que o episódio 
epilético já tenha se iniciado seguindo as seguintes precauções quanto à sua proteção: 
o paciente deve ser deitado preferentemente no chão, longe de superfícies e objetos 
duros ou cortantes, retificando sua cabeça e virando-o de lado. Não se deve manusear 
a boca do paciente nem "puxar" a sua língua. Durante a convulsão, deve-se manter a 
desobstrução das vias aéreas superiores e os seu sinais vitais devem ser controlados 
cuidadosamente. Devemos aspirar a saliva com o sugador, sempre com o paciente 
virado de lado. Após a primeira crise, deve-se interpor uma cânula entre os dentes do 
paciente, oxigená-lo e acompanhá-lo até o hospital (ABREU, 1997.). 
 Tratamento: as drogas antiepilépticas são completamente eficazes no controle das 
convulsões em 50-80% dos pacientes. As principais drogas são a Fenitoína, a 
Carbamazepina e o Valproato (DA COSTA; CORREA; PARTATA, 2011). 
No caso de insucesso do controle da epilepsia pela via medicamentosa o tratamento 
cirúrgico é uma opção, as técnicas cirúrgicas disponíveis são ressecção cerebral focal, 
lobectomia temporal anterior; lesionectomia; hemisferectomia (PEDLEY; BAZIL; 
MORRELL, 2006). 
 
CISTO CILIADO CIRÚRGICO: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Alexandre L. Bortoloto; Cristiano Ribeiro; Freddy Lennon; Rafaella Angeli 
É uma lesão que se desenvolve na maxila após trauma ou cirurgia na região do seio 
maxilar. Acredita-se que ocorre quando se emprega na cirurgia a técnica de Caldwell-
Luc, mas também pode se formar a partir de uma cirurgia difícil de um dente superior 
onde o soalho do seio maxilar é danificado,se desenvolve a partir de um fragmento 
epitelial do seio maxilar que fique retido no osso maxilar, com isso ocorre acumulo de 
mucina e forma-se o cisto (NEVILLE,2009). O cisto cirúrgico ciliado (CCC) ocorre 
geralmente como uma complicação tardia após intervenção cirúrgica realizada no seio 
maxilar onde o rompimento voluntário da membrana sinusal ocorre quando da 
realização de uma osteotomia. Desta forma, ocorre o encarceramento da membrana, 
levando à formação de uma lesão cística (MARANO, 2012). 
 Prevenção: evitar o deslocamento de fragmentos de raiz ou de dentes para o seio 
maxilar, evitando dessa maneira o acesso cirúrgico que pela técnica de Caldwell-Luc, 
quando utilizar essa técnica deve-se atentar para remoção de todos os corpos estranhos 
próximos ou no interior do seio maxilar. Além disso, quando é realizado a exodontia 
de elementos dentais próximos ao seio maxilar deve-se utilizar a correta técnica 
exodôntica com os corretos instrumentais a fim de não danificar o soalho do seio 
maxilar. 
 
Tratamento: enucleação cirúrgica, em cistos grandes devem ser tratados previamente 
com marsupialização. Rara recorrência (NEVILLE, 2009). Aqueles que apresentam 
tamanho moderado e são assintomáticos podem permanecer sem tratamento. Conduto, 
se ocorrem sintomas, a forma mais simples de tratamento é a punção e a drenagem, se 
isto não resolve a remoção cirúrgica se impõe (KILLEY E KAY,1970 apud TIEPO 2006). 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
110 
 
CISTO RESIDUAL: 
Extraído do trabalho dos acadêmicos: Alexandre L. Bortoloto; Cristiano Ribeiro; Freddy Lennon; Rafaella Angeli 
 
De acordo com os levantamentos epidemiológicos o cisto residual é a terceira ou quarta 
lesão cística mais comum nos ossos maxilares (PROCKT, et al apud TREVISAN 2010). 
Há dois tipos de cistos residuais: o cisto residual periodontal ou apical, é um tipo de 
cisto radicular que fica retido no tecido ósseo após a remoção do dente que apresentava 
alteração inflamatória apical, ou seja, é quando um dente com cisto radicular é extraído 
sem a remoção do cisto, tendo as mesmas características do cisto periodontal apical 
(BHAKSAR, 1955 apud MARZOLA 2008). O tecido inflamatório periapical que não foi 
curetado no momento da extração dental pode dar origem a esse cisto residual apical 
(NEVILLE, 2009).O outro tipo de cisto residual é o cisto folicular ou primordial, que é a 
presença de uma lesão no interior dos maxilares que venha a apresentar uma estória 
clínica de ausência de órgão dental, ou seja, as células ectodérmicas que deveriam 
diferenciar-se e formar um determinado órgão dental não o fizeram e ficaram no 
interior dos maxilares. Num tempo bem posterior, o indivíduo desdentado ou não, 
começa a apresentar uma evolução de um cisto de origem folicular (MARZOLA, 2008). 
 
Prevenção: durante a exodontia de um dente com cisto radicular deve-se atentar para 
remover todo o cisto, fazendo uma boa curetagem a fim de eliminar toda a lesão, sem 
deixar resquícios de tecido conjuntivo ou tecido epitelial. 
 
Tratamento: Deve ser realizado excisão cirúrgica e tratado removendo todos os focos 
inflamatórios na área de um cisto radicular lateral devem ser eliminados e o paciente 
deve ser observado de maneira semelhanteao tratamento de cistos periapicais 
(NEVILLE, 2009). Outros autores sugerem que um procedimento cirúrgico só estará 
indicado quando não houver sinais de regressão espontânea, quando existir 
sintomatologia e quando houver sinais de evolução (FIICKLING, 1996. SHAFFER, 
1997. GARDNER, 1997. HUPP e ELLIS, 2009. BRAMLEY, 1971 apud TREVISAN 2010). 
O tratamento por enucleção é a melhor forma de tratamento de lesões císticas, uma ve 
que remove todo tecido de proliferação patológica e diminui as chances de recidiva 
(TREVISAN, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
111 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE ODONTOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE PLANEJAMENTO DA EXODÔNTIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guilherme Schmitt de Andrade e Rafael Cozer 
Prof.ª Aline Sinegalia e Prof. Marcos Renon 
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial I 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
112 
 
Junho de 2013 
Relato do Caso: 
 
Paciente JIS, 34 anos de idade, veio a Clínica de Cirurgia I no dia 11 de Junho de 2013, 
relatando dor no elemento 18. Paciente havia buscado atendimento em uma Unidade 
Básica de Saúde, que a encaminhou para UNIOESTE, recomendando exodontia do mesmo 
elemento. A paciente relatou que a dor estava presente a mais de uma semana, e que não 
havia tomado nenhuma medicação. Através da Anamnese foi constatada que a paciente é 
fumante, e não apresentou nenhuma alteração sistêmica na paciente. No Exame Clínico foi 
diagnosticada lesão cariosa extensa Classe I no elemento 18, os outros elementos dentais se 
apresentaram bem desgastados, provavelmente por atrição causada por problemas oclusais e 
falta de alguns elementos dentários posteriores. Paciente relatou muita dor à pressão 
digital. Através do Exame Radiográfico (periapical do elemento 18) foi constado um 
aumento do espaço periodontal e comprometimento significativo da coroa dental pela lesão 
cariosa, as raízes pareciam estar unidas. Paciente recebeu instruções de higiene bucal 
devido aos maus cuidados e também foi encaminhada para as clinicas de Periodontia I, 
Prótese I, e Dentística Restauradora I e Oclusão. 
 
Necessidade da Cirurgia: 
 
A exodontia dos terceiros molares é comumente recomendada pelos cirurgiões dentistas, por 
ser um elemento que não desempenha grandes funções estomatognáticas e estéticas. No caso 
da paciente um tratamento endodontico não se faria necessário, pelo próprio papel que o 
dente desempenha na cavidade. A exodontia do elemento terá papel terapêutico então na 
eliminação da dor instalada devido ao processo infeccioso e possibilitaria uma melhor 
reabilitação protética, para arcada superior. 
 
Oportunidade da Cirurgia: 
 
A paciente não apresenta doenças sistêmicas que possam oferecer risco a sua saúde geral. O 
que propicia a realização do ato cirúrgico. 
 
Planejamento da Cirurgia: 
 
1 – Antissepsia intra e extraoral e manobras de biossegurança: 
 
Antes de a paciente entrar no centro cirúrgico, o operador já terá preparado a mesa 
cirúrgica e estará paramentado conforme as normas para realização de cirurgias bucais do 
Manual de Biossegurança da Clínica Odontológica da UNIOESTE, a paciente é direcionada 
pelo auxiliar para cadeira operatória, nesse momento o auxiliar esclarece o procedimento, 
verifica-se o estado emocional da paciente e afere a sua pressão arterial. Pressão arterial 
entre 12/8 mmHg e 13/8 mmHg são considerados consideradas sem risco ao paciente, 
hipertensão estágio 1 (14/9 mmHg) deve se tomar algumas precauções, como por exemplo, 
recomendar que o paciente vá a um médico clinico geral buscar tratamento, ter cautela na 
quantidade de anestésico local, buscar reduzir a ansiedade da paciente, etc. 
Solicita-se a paciente que faça um bochecho de digluconato de clorexidina 0,12% por 30 
segundos e cuspir na cuspideira. O operador então inicia a antissepsia extraoral, com 
solução de PVPI com 1% de Iodo ativo, utilizando uma gaze e a pinça Allis, divide-se a face 
do paciente em duas hemifaces, e em movimentos lineares da linha média à região pré-
auricular, faz-se a antissepsia dos 2/3 inferiores da hemiface. O mesmo é feito na outra 
hemiface trocando a gaze. O campo fenestrado que estava sobre o instrumental na mesa 
cirúrgica é colocado sobre a face do paciente e com a pinça Backhaus é ajustado o campo no 
paciente, em seguida passa se o manguito pelos anéis da pinça, estabilizando-o sobre a 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
113 
paciente. Nesse momento o auxiliar faz a assepsia das mãos com PVPI degermante e se 
paramenta. 
 
2 – Anestesia Local 
 
Para controle da dor da exodontia do dente 18, é realizada anestesia local no nervo 
Alveolar Superior Posterior (inerva tábua óssea e mucosa alveolar vestibular e a polpa do 
dente) e o nervo Palatino Maior (inerva tábua óssea e mucosa alveolar palatina). Pode ser 
realizada a técnica terminal infiltrativa por ser em maxila, no entanto, devido ao fato do 
dente estar em processo infeccioso, opta-se pelos bloqueios dos ASP (bloqueio pós-tuber) e do 
nervo Palatino Maior. 
Bloqueio pós-tuber: com a agulha longa, deve-se penetrar em angulação de 45° com o plano 
sagital mediano, e 90 graus ao plano oclusal dos molares, insere-se 1,5 cm da agulha num 
ponto de inserção na altura da raiz disto vestibular do ultimo dente em fundo de sulco, 
mais para vestibular. Injeta-se cerca de um tubete. 
Bloqueio do nervo palatino maior: o forame se localiza num ponto entre a margem entre o 
palato e o processo alveolar e a sutura palatina mediana, com a carpule posicionada entre 
os pré-molares do lado oposto insere-se a agulha cerca de 0,5, injeta-se a solução. 
3 – Posicionamento do paciente: 
Para extração do dente 18 o paciente deve ser posicionado de forma que o plano oclusal 
esteja em 90º em relação ao solo. 
4 – Diérese: 
Sindesmotomia: com um descolador do tipo Molt ou Freer, espátula n°7 ou esculpidor 
Hollemback n° 3S, inseridos dentro do sulco gengival e aplicados ao redor do dente, as fibras 
dentogengivais são rompidas. 
 
5– Mecâcanica Exodontica: 
 
Á Forceps: 
a. Apreensão e Aplicação: Posiciona-se os mordentes do Fórceps n° 18 R entre o dente e o 
osso alveolar penetrando até a junção cemento-esmalte (colo anatômico), primeiro 
por palatina e depois por vestibular. A mão oposta afasta a mucosa, o dedo 
indicador apreende a tabua óssea palatina e o dedo polegar a tabua óssea 
vestibular. 
b. Intrusão: Com o mordente paralelo ao longo eixo do dente, aplica-se uma força de 
intrusão, com objetivo de romper as fibras do ligamento periodontal, extruir o dente 
pelo movimento de cunha realizado pelo mordente dentro do sulco alveolar, 
expandir o alvéolo e mudar o centro de rotação do dente. 
c. Luxação: um movimento de alavanca interfixa e interdependente é realizado, 
movimentos firmes lentos e com amplitude gradativa no sentido vestíbulo-palatino 
são efetuados. Esse movimento causará expansão do alvéolo, rompimento das fibras 
periodontais e avulsão do dente pelo principio de alavanca. Essa manobra é 
realizada concomitante a intrusão. 
d. Tração: tendo feito os procedimentos anteriores, o dente poderá ser tracionado sem 
muita resistência, caso haja realiza-se novamente os procedimentos descritos. 
 
Á Alavancas: 
Com o uso dos extratores Seldin n°2 reto e 1R e o apical n°304, realiza-se a extração do 
elemento. 
A mecânica do uso da alavanca consisteem 3 tipos de movimentos: 
a. Cunha: dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo, o extrator é 
posicionado entre o dente e o osso, e é “empurrado” em direção ao alvéolo tomando 
o lugar do dente, em consequência, forças expulsivas empurrarão o dente para fora 
do alvéolo. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
114 
b. Movimento de alavanca: com apoio em tecido ósseo, o extrator é posicionado entre o 
sulco do alvéolo, e uma força vertical é aplicada. Forças que atuam como alavancas 
empurrarão o dente para fora do alvéolo. 
c. Movimento de roda ou sarrilho: o instrumental é apoiado em osso, inserido dentro 
do sulco, e é rotacionado no seu próprio eixo, essa rotação realizará força no sentido 
coronal, empurrando o dente para fora do alvéolo. 
 
5 – Curetagem e Inspeção do Alvéolo: 
 
 A presença de tecidos de granulação, e esquírolas presentes dentro do alvéolo devem ser 
removidos para promover melhor reparação, devido ao fato de que o elemento 18 sofre um 
processo inflamatório, provavelmente haverá formação de tecido de granulação. Com uma 
cureta de Lucas, curetas periodontais ou de dentina, esse tecido deve ser removido. Esse 
procedimento deve ser cuidadoso para não curetar o periósteo alveolar, pois esse atua 
positivamente na cicatrização da ferida. 
O septo interradicular deve ser inspecionado, se for do tipo filiforme, supra alveolar ou 
retentivos devem ser removidos. Pelo aspecto radiográfico, as raízes do elemento dental estão 
fusionadas, não necessitando nenhuma remoção. 
Espículas ósseas devem ser removidas, com uso de lima para osso ou alveolótomo. 
Irriga-se abundantemente o alvéolo com solução fisiológica asséptica utilizando uma 
seringa. 
Verificar a presença de sangramento dentro do alvéolo, se não houver, esse deve ser 
estimulado para formação de um coagulo. 
 
6 – Manobra de Chompret: 
 
Com pressão bi-digital, aperta-se o alvéolo, a fim de aproximar as suas tabuas ósseas que 
pela luxação foram expandidas. 
 
7 – Manobra de Valsalva: 
 
O paciente deve tampar o nariz e espirar pelo nariz, se houver escape de ar pelo alvéolo 
houve comunicação buco-sinusal. A raíz elemento 18 por aspecto radiográfico não parece 
estar próxima ao seio maxilar. 
 
8 – Sutura: 
 
Realiza-se sutura em “X”, com intuito de manter o coagulo e estabilizar a mucosa gengival, 
utilizando uma agulha ½ fio de seda ou nylon um porta-agulha Mayo-Hegar e uma pinça 
para apreender os tecidos. Se possível realizar coaptação bordo-a-bordo o que permitira uma 
cicatrização por primeira intenção. 
 
9 – Término da Cirurgia: 
 
Após a cirurgia colocar gaze umedecida com soro fisiológico no alvéolo remanescente e 
ocluir, para causar hemostasia, instruir o paciente que continue mordendo até cessar o 
sangramento. 
Remover o PVPI da face do paciente, pedir que ele sente antes de levantar-se, e que levante 
lentamente, verificar o estado do paciente. 
 
10 – Prescrição: 
 
Uso Interno: 
1- Dipirona Sódica 500mg ---------------------------------- 12 comprimidos. 
Tomar um comprimido a cada 6 horas durante 24 horas. Após somente se houver dor. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
115 
Uso externo: 
1- Digluconato de Clorexidina 0,12% ------------------- 1 frasco. 
Bochechar 15ml da solução por dois minutos, com intervalo de 12 em 12 horas, iniciando 24 
horas após a intervenção cirúrgica. 
 
10 – Recomendações 
Agosto de 2013 
Radiografia Panorâmica: 
 
 
 
Relato do Caso: 
 
Paciente MAC, 47 anos, foi encaminhado para Cirurgia I pela disciplina de Prótese I, a fim 
de remover uma série de raízes residuais, tanto em maxila como em mandíbula. Foram 
extraídas as raízes aparentemente do dente 38 e 33, sendo necessárias as exodôntias das 
raízes dos 43, 45 em mandíbula e 16, 27, 12. 
 
Necessidade da Cirurgia: 
 
Para fins protéticos faz-se necessário a exodôntia das raízes residuais. 
 
Oportunidade da Cirurgia: 
 
A paciente não apresenta doenças sistêmicas que possam oferecer risco a sua saúde geral. O 
que propicia a realização do ato cirúrgico. 
 
Planejamento da Cirurgia: 
 
1 – Antissepsia intra e extraoral e manobras de biossegurança: 
 
 Antes de a paciente entrar no centro cirúrgico, o operador já terá preparado a mesa 
cirúrgica e estará paramentado conforme as normas para realização de cirurgias 
bucais do Manual de Biossegurança da Clínica Odontológica da UNIOESTE; 
 Antissepsia intra-oral com bochecho por 30 segundos, com clorexidina 0,12%; 
 Afere-se a pressão arterial do paciente; 
 Antissepsia extraoral com PVPI. 
 
2 – Anestesia Local 
Exodôntia das raízes residuais da mandíbula: 
Bloqueio do nervo mentoniano: 
É realizada através de injeção ao nível da prega bucal com agulha curta. Deve-se penetrar 
com a agulha entre os pré-molares e paralelamente ao osso. 
APOSTILA DE CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA ORAL E BUCOMAXILOFACIAL I 
 
 
116 
 
Infiltrativa lingual a fim de anestesiar o nervo lingual: 
Realizam-se infiltrações em três pontos (mesial, lingual e distal) na região lingual, com 
intuito de bloquear os ramos do lingual que inervam a tabua óssea e mucosa lingual das 
raízes em questão. 
 
Exodôntia das raízes residuais da maxila: 
Bloqueio pós-tuber: com a agulha longa, deve-se penetrar em angulação de 45° com o plano 
sagital mediano, e 45 graus ao plano oclusal dos molares, insere-se 1,5 cm da agulha num 
ponto de inserção na altura da raiz disto vestibular do último dente em fundo de sulco, 
mais para vestibular. Injeta-se cerca de um tubete. 
 
Bloqueio do nervo palatino maior: o forame se localiza num ponto entre a margem entre o 
palato e o processo alveolar e a sutura palatina mediana, com a carpule posicionada entre 
os pré-molares do lado oposto insere-se a agulha cerca de 0,5 mm, injeta-se a solução. 
 
Terminal Infiltrativa na raiz mesio-vestibular do dente 16: 
Com o bisel da agulha voltado para o osso alveolar, inserir a agulha a nível de fundo de 
sulco até tocar osso, recuando ligeiramente, na região da raiz mesio-vestibular do dente 16 
e injetar cerca de meio tubete anestésico. 
 
 
3 – Posicionamento do paciente: 
 
Exodôntia na região posterior de maxila: 
A cadeira deve ser posicionada de forma que o plano oclusal superior esteja em relação 
ângulo reto (90°) em relação ao solo. 
 
Exodôntia em mandíbula: 
O plano oclusal inferior deve estar posicionado de forma que esteja paralelo ao solo. 
 
4 – Diérese: Utiliza-se cabo de bisturi com lâmina número 15 e descoladores tipo Molt, Freer, 
espátula n° 7 e esculpidor Hollemback n° 3S. 
 Incisão e Sindesmotomia. 
 
5– Mecâcanica Exodontica: 
 
Á Alavancas: 
Com o uso dos extratores Seldin n°2 reto e 1R e o apical n°304, realiza-se a extração do 
elemento. 
A mecânica do uso da alavanca consiste em 3 tipos de movimentos: 
d. Cunha; 
e. Movimento de alavanca; 
f. Movimento de roda ou sarrilho. 
 
5 – Curetagem e Inspeção do Alvéolo: 
 
 A presença de tecidos de granulação, e esquírolas presentes dentro do alvéolo devem ser 
removidas. Esse procedimento deve ser cuidadoso para não curetar o periósteo alveolar. 
 O septo interradicular deve ser inspecionado, se for do tipo filiforme, supra alveolar ou 
retentivos devem ser removidos. 
 Espículas ósseas devem ser removidas. 
 Irriga-se abundantemente o alvéolo com solução fisiológica asséptica. 
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 Verificar a presença de sangramento dentro do alvéolo, se não houver, esse deve ser 
estimuladopara formação de um coagulo. 
 
6 – Manobra de Chompret: 
 
Com pressão bi-digital, aperta-se o alvéolo, a fim de aproximar as suas tabuas ósseas que 
pela luxação foram expandidas. 
 
7 – Manobra de Valsalva (maxila). 
 
8 – Sutura: 
 
Realiza-se sutura em ponto simples com intuito de manter o coagulo e estabilizar a mucosa 
gengival. Se possível realizar coaptação bordo-a-bordo o que permitira uma cicatrização 
por primeira intenção. 
 
9 – Término da Cirurgia: 
 
 Após a cirurgia colocar gaze umedecida com soro fisiológico no alvéolo remanescente e 
ocluir, para causar hemostasia, instruir o paciente que continue mordendo até cessar o 
sangramento. 
 Remover o PVPI da face do paciente, pedir para o paciente sentar-se antes de levantar, e 
que levante lentamente, verificar o estado do paciente. 
 
10 – Prescrição: 
 
Uso Interno: 
2- Dipirona Sódica 500mg ------------------------------------- 12 comprimidos. 
Tomar um comprimido a cada 6 horas durante 24 horas. Após somente se houver dor. 
Uso externo: 
2- Digluconato de Clorexidina 0,12% -------------------------------- 1 frasco. 
Bochechar 15ml da solução por dois minutos, com intervalo de 12 em 12 horas, 
iniciando 24 horas após a intervenção cirúrgica. 
 
10 – Recomendações. 
 
Setembro de 2013 
Relato de Caso: 
Paciente IFP, 50 anos de idade, veio a clínica de Cirurgia I no dia 3 de setembro de 2013, 
relatando dor no elemento 37 e 38. No exame clínico foi constatada grande mobilidade 
dental nesses dentes. Através do exame radiográfico (periapical) foi diagnosticada 
acentuada perda óssea. 
A paciente faz uso do medicamento captopril, o qual é receitado para controle da pressão 
arterial. Foi solicitado um parecer médico sobre o estado de saúde geral da paciente. 
Necessidade da cirurgia: 
Através do exame clínico e radiográfico, foi constatado que devido a acentuada perda do 
periodonte de inserção, é indicada a extração dos elementos 37 e 38, a fim de realizar 
reabilitação protética. 
Oportunidade da Cirurgia: 
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O parecer médico foi favorável a realização da intervenção cirúrgica. 
Planejamento da cirurgia: 
1- Antissepsia intra e extraoral e manobras de biossegurança: 
 Antes da paciente entrar no centro cirúrgico, o operador já terá preparado a mesa 
cirúrgica e estará paramentado conforme as normas para realização de cirurgias 
bucais do MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DA UNIOESTE; 
 Antissepsia intraoral com bochecho de clorexidina 0,12% durante 30 segundos; 
 Afere-se a pressão arterial da paciente; 
 Antissepsia extraoral com PVPI 
2- Anestesia Local: 
Bloqueio do nervo alveolar inferior, lingual e bucal pela técnica de Lindsay (técnica 
indireta): 
Posiciona-se o paciente de forma que o plano oclusal inferior esteja paralelo ao solo. Desliza-
se o dedo indicador da mão esquerda sobre as superfícies oclusais dos molares inferiores do 
lado esquerdo, até que sua ponta atinja o vértice do trígono retromolar. Em seguida, 
mantendo a ponta do dedo nessa área, girando-o, de forma que a unha do operador fique 
voltada para o interior da cavidade bucal. O conjunto agulha-seringa deverá ser 
posicionado paralelamente ao longo eixo do dedo, de modo que o ponto exato da punção 
esteja situado 1 cm adiante dele e sobre um plano imaginário que passa pela porção medial 
da unha do operador. Introduz-se 5 a 6 mm da agulha para anestesia do nervo bucal, uma 
pequena quantidade de solução anestésica é depositada nesse ponto. Em seguida continua-
se a introduzir a agulha até mais ou menos 1 cm para anestesiar o nervo lingual, deposita-
se até ¼ da solução anestésica do tubete. Finalmente retiramos a agulha de modo a deixa 
apenas sua ponta na intimidade dos tecidos, e gira-se o conjunto seringa-agulha até os pré-
molares do lado oposto. Aprofunda-se a agulha até atingir o osso, após tocar o osso, recuar 
cerca de 1 a 3 mm. O restante do tubete então é injetado. Nessa ultima posição o nervo 
Alveolar Inferior é anestesiado. 
(SÁ-LIMA, J.R., Atlas colorido de anestesia em Odontologia, 2ª edição, São Paulo, Santos, p. 
78-81, 2004) 
Bloqueio do nervo bucal (complementação): 
Realiza-se a punção no vértice do trígono retromolar, a agulha penetrará no máximo 2 a 5 
mm. 
(FREITAS, R., Tratado de Cirurgia Bucomaxilofacial, 1ª edição, São Paulo, Santos, p. 99, 
2006) 
3- Posicionamento do paciente: 
Exodontia na região posterior de mandíbula: 
O Paciente é posicionado de forma que o plano oclusal inferior esteja paralelo ao solo. 
4 – Diérese: 
Com o cabo de bisturi n º5 acoplado a lâmina nº15, realiza-se incisão do tipo envelope nos 
dentes 37 e 38. Com descoladores Molt, Freer, espátula nº7 ou Hollemback 3S, faz-se a 
sindesmotomia. 
5- Mecânica Exodôntica a fórceps: 
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a) apreensão e aplicação: posiciona-se os mordentes do fórceps 16 ou 17 entre o dente e o osso 
alveolar penetrando até a junção cemento-esmalte (colo anatômico), primeiro por lingual e 
depois por vestibular. A mão oposta estabilizará a mandíbula do paciente durante os 
movimentos. 
b) intrusão: com o mordente paralelo ao longo eixo do dente, aplica-se uma força de 
intrusão, com objetivo de romper as fibras do ligamento periodontal, expansão do alvéolo, 
deslocar o centro de rotação para apical. 
c) luxação: um movimento de alavanca interfixa e interdependente é realizado, 
movimentos firmes, lentos e com amplitude gradativa no sentido vestíbulo lingual são 
efetuados. Esses movimentos causarão expansão do alvéolo, rompimento das fibras e avulsão 
do dente pelo princípio de alavanca. Essa manobra é realizada concomitante a intrusão. 
d)tração: tendo feito os procedimentos anteriores, o dente poderá ser tracionado sem muita 
resistência, caso haja, realiza-se novamente os procedimentos anteriores. 
7 – Manobra de Chompret: 
 
Com pressão bi-digital, aperta-se o alvéolo, a fim de aproximar as suas tabuas ósseas que 
pela luxação foram expandidas. 
8 – Curetagem e Inspeção do Alvéolo: 
 
 A presença de tecidos de granulação, e esquírolas presentes dentro do alvéolo devem ser 
removidos para promover melhor reparação, devido ao fato de que o elemento 37 e 38 
estarem em um processo inflamatório, provavelmente haverá formação de tecido de 
granulação. Com uma cureta de Lucas, curetas periodontais ou de dentina, esse tecido deve 
ser removido. Esse procedimento deve ser cuidadoso para não curetar o periósteo alveolar, 
pois esse atua positivamente na cicatrização da ferida. 
O septo interradicular deve ser inspecionado, se for do tipo filiforme, supra alveolar ou 
retentivos devem ser removidos. Pelo aspecto radiográfico, as raízes do elemento dental estão 
fusionadas, não necessitando nenhuma remoção. 
Espículas ósseas devem ser removidas, com uso de lima para osso ou alveolótomo. 
Irriga-se abundantemente o alvéolo com solução fisiológica asséptica utilizando uma 
seringa. 
Verificar a presença de sangramento dentro do alvéolo, se não houver, esse deve ser 
estimulado para formação de um coagulo. 
 
 
9 – Sutura: 
 
Realiza-se sutura em ponto em X com intuito de manter o coagulo e estabilizar a mucosa 
gengival. 
 
10 – Término da Cirurgia: 
 
 Após a cirurgia colocar gaze umedecida com soro fisiológico no alvéolo remanescente e 
ocluir, para causar hemostasia, instruir o paciente que continue mordendo até cessar o 
sangramento. 
 Remover o PVPI da face do paciente, pedir para o paciente sentar-se antes de levantar, e 
que levante lentamente, verificar o estado do paciente. 
 
11 – Prescrição:Uso Interno: 
3- Dipirona Sódica 500mg ------------------------------------- 12 comprimidos. 
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Tomar um comprimido a cada 6 horas durante 24 horas. Após somente se houver dor. 
Uso externo: 
3- Digluconato de Clorexidina 0,12% -------------------------------- 1 frasco. 
Bochechar 15ml da solução por dois minutos, com intervalo de 12 em 12 horas, 
iniciando 24 horas após a intervenção cirúrgica. 
 
12 – Recomendações.

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