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Obesidade A obesidade, definida como um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30kg/m², é uma doença metabólica crônica. IMC (KG/M²) CLASSIFICAÇÃO CLASSE RISCO DE DOENÇA < 18,5 Baixo peso - Elevado 18,5 -24,9 Normal - Normal 25 – 29,9 Sobrepeso Pouco elevado 30 – 34,9 Obesidade I Elevado 35 – 39,9 Obesidade II Muito elevado > 40 Obesidade grave III Extremamente elevado A OMS propôs a seguinte classificação de peso em adultos asiáticos: IMC <18,5 kg/m² indica baixo peso, 18,5 a 22,9 kg/m² peso normal, 23 a 24,9 kg/m² sobrepeso, 25 a 29,9 kg/m² obesidade classe I e ≥30 kg/m² obesidade classe II. OBS.: O IMC por si só não consegue identificar o excesso de adiposidade e estabelecer um diagnóstico de sobrepeso ou obesidade em todos os casos, uma vez que além de massa gorda, a medição do peso usado no cálculo incorpora massa magra, massa óssea e estado de fluido. O julgamento clínico deve ser usado para diagnosticar adequadamente os pacientes com sobrepeso e obesidade após o uso do IMC para triagem, particularmente naqueles com baixo IMC, mas alta adiposidade clínica e aqueles com IMC alto, mas baixo índice clínico de adiposidade. A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. No nível mais simples, a obesidade se desenvolve como resultado de um período de desequilíbrio energético crônico e é mantida por uma ingestão energética elevada e contínua, suficiente para manter as necessidades energéticas mais altas adquiridas do estado obeso. - Fatores genéticos: os defeitos genéticos identificados há muito tempo que resultam em obesidade incluem as síndromes de Prader‑Willi e Laurence‑Moon‑Biedl. Mais recentemente foram descritas formas monogênicas raras de obesidade humana devido a mutações no gene da leptina, no gene do receptor da leptina e nos genes do sistema de sinalização da melanocortina. Essas mutações gênicas estão mais frequentemente associadas com aumento do apetite em oposição à redução do gasto energético. Dentre os que parecem predizer a maior quantidade de variação do IMC incluem-se o gene FTO (massa gordurosa e associada à obesidade) e o receptor à melanocortina‑4 (MC4R). Outros genes que foram confiavelmente associados à obesidade incluem TMEM18, KCTD15, GNPDA2, SH2B1, MTCH2 e NEGR1. - Fatores ambientais: ALIMENTARES ATIVIDADE ↑ Densidade de energia alimentos ↑ Comportamento sedentário ↑ Tamanho das porções ↓ Atividades da vida diária ↑ Variedade ↓ Atividade física ↑ Palatabilidade ↑ Disponibilidade ↓ Custos ↑ Bebidas calóricas (bebidas açucaradas) - Medicamentos: medicamentos psiquiátricos e neurológicos; hormônios esteroides; agentes antidiabetes; anti-histamínicos; agentes anti-hipertensivos; terapia antirretroviral altamente ativa - Doenças: As endocrinopatias são as causas secundárias mais comuns de obesidade. Elas incluem a síndrome de Cushing, lesão hipotalâmica, insulinoma e hipotireoidismo - Aspectos psicossociais: abuso sexual, físico e emocional - Complicações metabólicas: por meio da lipólise o tecido adiposo é liberado de ácidos graxos livres (AGLs) e glicerol para a circulação. Tal lipólise é regulada, primeiramente, pela insulina (inibição) e catecolaminas (estímulo), ainda que o hormônio do crescimento, o cortisol e o peptídeo natriurético atrial também estimulem a lipólise em menor extensão. A obesidade da parte superior do corpo está associada a várias alterações da lipólise do tecido adiposo, mais notavelmente com maior liberação e concentrações de AGL pós-prandial; essa anormalidade é particularmente evidente no diabetes tipo 2. Resistência à insulina: a capacidade da insulina para estimular a absorção, a oxidação e o armazenamento de glicose nos músculos e suprimir as concentrações de AGL é reduzida nos casos de obesidade da parte superior do corpo. Concentrações altas de AGL no plasma induzem um estado de resistência à insulina tanto nos músculos (absorção da glicose) quanto no fígado (liberação da glicose), independentemente da obesidade. Existe a possibilidade de que os AGLs em excesso induzam resistência à insulina no músculo por promoverem o aumento da síntese de diacilgliceróis e ceramidas, ambos os quais podem interferir com a normal via de sinalização da insulina. Pode ser possível que a produção de uma série de hormônios derivados do tecido adiposo, também chamados de adipocinas, contribua para a resistência à insulina. Diabetes Melito tipo 2: o desenvolvimento do diabetes tipo 2 é, geralmente, resultado de defeitos na secreção ou na ação da insulina. Segue-se que, os obesos que desenvolvem diabetes tipo 2, desenvolvem descompensação de células pancreáticas, com subsequente hiperglicemia. Os AGLSs aumentados contribuem para as alterações secretórias da insulina encontradas na obesidade e, por fim, levam à falha das células β pancreática. Hipertensão: O efeito da hiperinsulinemia no aumento da absorção renal de sódio tem sido proposto como fator contribuinte para a hipertensão, via aumento do volume do sangue circulante. Alterações da resistência vascular podem, também, contribuir para a fisiopatologia da hipertensão relacionada à obesidade. Os níveis elevados de AGL foram apontados como causadores do aumento da vasoconstrição e redução do relaxamento vascular mediado por óxido nítrico, mecanismo semelhante ao que acontece na síndrome metabólica. Alguns adultos obesos apresentam atividade do sistema nervoso simpático aumentada, o que poderia contribuir para a hipertensão associada à obesidade. O angiotensinogênio (também produzido pelos adipócitos) é um precursor da angiotensina II, e sua secreção pode contribuir para a pressão sanguínea elevada. Dislipedemia: a obesidade da parte central e o diabetes melito tipo 2 estão associados com o aumento de triglicerídeos, com o decréscimo de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e com alta proporção de lipoproteínas de baixa densidade (LDL). A hipertrigliceridemia de jejum é causada pelo aumento da secreção hepática de lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) que pode ser desencadeada pelo aumento da oferta de ácidos graxos livres ao fígado provenientes da gordura visceral e do tecido subcutâneo da região central do corpo ofertados pelo tecido adiposo ao fígado. A redução das concentrações de HDL‑colesterol e o aumento das partículas pequenas e densas de LDL associadas à obesidade central são provavelmente uma consequência indireta da elevação das VLDL, ricas em triglicerídeos. - Manifestações endócrinas: a obesidade pode induzir algumas alterações no sistema endócrino. Uma das alterações mais comuns é a síndrome de ovários policísticos. Essa síndrome se caracteriza por leve hirsutismo, irregularidade menstrual ou amenorreia com ciclos anovulatórios. Assim, pensa‑se que a resistência à insulina associada à obesidade possa deflagrar o desenvolvimento da síndrome de ovários policísticos em mulheres suscetíveis. Nos homens, a obesidade pode estar associada ao hipogonadismo hipotalâmico. - Complicações Mecânicas: admite‑se que o excesso de peso corporal que se associa à obesidade seja responsável pelo aumento da prevalência de doenças articulares degenerativas das extremidades inferiores nos pacientes obesos. Os indivíduos gravemente obesos podem apresentar também graves problemas de estase venosa, que, por vezes, se agravam com a insuficiência cardíaca direita. Apneia obstrutiva do sono: é mais provavelmente explicável pelo aumento de volume dos tecidos moles das vias respiratórias superiores, resultando em seu colapso, na inspiração, durante o sono. A obstrução leva à apneia, com hipoxemia, hipercapnia e uma resposta ao estresse (altos níveis de catecolaminas e de endotelinas). Câncer: o risco de câncer de mama e deendométrio é aumentado nas mulheres obesas. Acredita-se que isso possa ser devido ao aumento nos níveis de estrogênio associados à obesidade nas mulheres na pós-menopausa. Homens obesos também apresentam uma taxa de mortalidade mais alta por câncer da próstata e do cólon. Distúrbios gastrointestinais: a doença do refluxo gastroesofágico, os cálculos biliares, a degeneração gordurosa do fígado e a esteatose hepatite não alcoólica são mais prevalentes nos pacientes obesos. A avaliação clínica inclui o histórico de obesidade do paciente, o exame físico, a avaliação dos hábitos de vida, o estado psicológico e a avaliação laboratorial. - Anamnese: A história do paciente com obesidade pode ser resumida em 12 pontos ou objetivos. 1. Representações do paciente, expectativas e motivação para mudar 2. Determine se a obesidade data da infância ou se o ganho de peso é recente, pois isso levará a diferentes abordagens de manejo. 3. Identificação dos motivos do ganho de peso. Qualquer variação dinâmica do peso corporal ao longo da vida do paciente pode ser relatada em um gráfico simples, e a etiologia dessas variações deve ser determinada: aspectos fisiológicos, medicamentos, gravidez, diminuição da atividade física, distúrbios alimentares, problemas psicológicos, etc. Um indicador independente da evolução do peso corporal são as mudanças no tamanho das roupas durante a idade adulta. É necessário rastrear em que fase o paciente se encontra: perdendo ou ganhando peso (fase dinâmica) ou peso corporal estabilizado (fase de manutenção). Na primeira fase, o peso corporal deve ser estabilizado antes de iniciar a perda de peso. 4. A avaliação dos tratamentos anteriores e seus efeitos são importantes, como os tipos de dieta de emagrecimento, ciclagem de peso (efeito ioiô), fracasso e sucesso, bem como a atitude da família e dos amigos (ou sabotadores da dieta). 5. Grau de motivação para o tratamento e seus motivos. 6. Grau de expectativa em termos de perda de peso e circunferência da cintura e mudanças na própria vida. 7. Definição do estilo de vida profissional e familiar, em particular a atividade física, bem como a inatividade e comportamento sedentário. A mudança de um estilo de vida ou ocupação ativa para um estilo de vida inativo constitui um fator de risco para ganho de peso. Além disso, perder o emprego, casar-se (ou divorciar-se) ou viver no luto pode ser um gatilho para o ganho de peso. 8. Exploração da história familiar de obesidade e doenças cardiometabólicas. 9. Avaliação do impacto psicológico da imagem corporal negativa sobre o paciente e sua autoestima, investigando o peso ou imagem corporal desejada, a velocidade de perda de peso desejada e, principalmente, a motivação para mudar o estilo de vida. Um objetivo irreal de perda de peso ou velocidade de emagrecimento (por exemplo, 5–10 kg em 10–14 dias) é um prognóstico negativo. 10. Avaliação de transtornos alimentares, depressão, ansiedade, estresse, má qualidade do sono, perfil psicológico e aspectos sociais (contato familiar). 11. Exploração da ingestão alimentar e perfil comportamental: “O que você come? Com quem você come? Onde você come?" Local da refeição, em casa ou fora dela, à mesa, assistindo televisão, usando um smartphone ou tablet ou ouvindo rádio. Estrutura, duração, horário e composição das refeições, tamanho das porções e número de pratos por refeição, “erros” nutricionais, consumo de bebidas açucaradas ou alcoólicas. 12. Pergunta importante para o paciente: “Você se alimenta de forma consciente?” Avaliação das sensações fisiológicas de fome e saciedade, velocidade de comer, prazer ao comer. Ocorrência de lanches, compulsão alimentar, hiperfagia, bulimia, síndrome da alimentação noturna etc. - Exame físico: Peso corporal e altura: o peso é medido usando uma escala apropriada (calibrada) de até 200 kg. A altura é medida sem sapatos. A partir das duas várias, o IMC (kg/m²) é calculado. Circunferência da cintura: é um indicador razoavelmente bom de gordura abdominal e um preditor útil de doenças cardiometabólicas. A circunferência da cintura é medida no final de uma expiração normal no plano horizontal a meio caminho entre a crista ilíaca superior e a margem inferior da última costela, usando uma fita métrica colocada horizontalmente ao redor do abdômen e sem comprimir a pele. As referências de circunferência da cintura “normais” são < 80 cm para mulheres e < 94 cm para homens. Os pontos de corte que indicam riscos cardiometabólicos mais elevados são > 88 cm para mulheres e > 102 cm para homens. Pressão sanguínea Status de comorbidades: inquérito de comorbidades. A sequência é para explorar os sintomas e sinais clínicos das principais comorbidades, fazendo um estado médico completo. Identifique a obesidade “metabolicamente saudável”, principalmente quando o paciente apresenta alta aptidão cardiorrespiratória. Procure por acantose nigricans (coloração marrom da pele no pescoço ou nas axilas) relacionada à resistência à insulina. Síndrome metabólica: pacientes que apresentam síndrome metabólica são propensos a desenvolver doença cardiometabólica e principalmente diabetes tipo 2. Critérios para diagnóstico de síndrome metabólica pelo critério da Federação Internacional de Diabetes: - Outras formas de avaliação corporal: existem várias formas de avaliar o peso e a composição corporal, desde de pesagem hidrostática (peso submerso), composição corporal por absorciometria com raios-X de dupla energia (DEXA) e técnicas de imagem como ressonância magnética, tomografia computadorizada, mas apresentam custo elevado e uso limitado na prática clínica. - Avaliação laboratorial: constitui uma parte valiosa da avaliação do paciente no início do estudo e deve ser baseada na avaliação clínica. A avaliação laboratorial máxima inclui 10 avaliações, mas na prática menos medições podem ser necessárias. Os primeiros 4 são os mais importantes: 1. Glicose no sangue em jejum 2. Perfil lipídico (colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL, triglicerídeos) 3. Função hepática (TGO, TGP, gama GT), com investigação hepática (ultrassom, biópsia), se as enzimas hepáticas estiverem elevadas 4. Função renal (creatinina) 5. Índice de inflamação (PCR, ferritina) 6. Ácido úrico no sangue, se gota 7. Função tireoidiana (TSH) 8. Avaliação cardiovascular (ergometria, ecocardiografia), se indicado 9. Investigação da apneia do sono, se indicado 10. Investigações endócrinas (Cushing, doença hipotalâmica), se clinicamente indicado O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. Em linhas gerais, o tratamento farmacológico é adjuvante das terapias dirigidas com foco na modificação dos hábitos de vida relacionados com orientações nutricionais para diminuir o consumo de calorias na alimentação e exercícios para aumentar o gasto calórica. Tudo deve ser individualizado. IMC (kg/m²) Circunferência da cintura Comorbidades Homens < 94cm / Mulheres < 80cm Homens > 94cm / Mulheres > 80cm 25 – 29,9 L L L + D 30 – 34,9 L L + D L + D + S 35 – 39,9 L + D L + D L + D + S > 40 L + D + S L + D + S L + D + S L = intervenção no estilo de vida (dieta e atividade física); D = considere drogas; S = considere cirurgia - Tratamento farmacológico: a terapia medicamentosa anti-obesidade e a terapia medicamentosa de comorbidades podem complementar a terapia de estilo de vida, mas nunca podem ser usadas isoladamente. Os medicamentos anti-obesidade são adequados para pacientes com: IMC > 30 kg/m2 IMC> 27 kg / m 2 com comorbidades Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico. A história prévia de falência com tentativa de dieta com restrição calórica é suficiente. Indivíduos com IMC normal e aumento da circunferência abdominal são considerados obesosviscerais e devem ser tratados na presença de comorbidades (associadas à obesidade e síndrome metabólica). Uma perda de peso de 5% em pacientes não diabéticos e > 3% de perda de peso em pacientes diabéticos deve ser alcançada após o tratamento de 3 meses. Caso contrário, o medicamento anti-obesidade deve ser interrompido. Os medicamentos para perda de peso não devem ser usados na gravidez, lactação e infância. Existem, atualmente, três medicamentos aprovados para tratamento da obesidade no Brasil: sibutramina, orlistate e liraglutida 3,0mg. E entre as prescrições off-label tem-se: topiramato, associação de bupropiona e naltrexona e dimesilato de lisdexanfetamina - Tratamento dietético e atividade física: é mais bem sucedido quando aliado a um programa de modificação comportamental que envolva aumento no gasto energético, promovendo um balanço energético negativo. O cálculo de gasto energético é um passo importante para a elaboração do plano alimentar. Através da estimativa do gasto energético conseguimos definir a quantidade necessária de calorias que devem ser consumidas diariamente. Gasto energético basal: (fórmula de Mifflin-St Jeor) Feminino: (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) – 161 Masculino: (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5 Grau de atividade física: Sedentário: 1,2 Levemente ativo (1-3 dias/semana):1,375 Moderadamente ativo (3-5 dias/semana): 1,550 Muito ativo (6-7 dias/semana): 1,725 Extremamente ativo (alta intensidade/atletas): 1,9 Gasto energético = gasto energético basal X grau de atividade física O exercício é considerado um componente importante de um programa de redução de peso em conjunto com a redução calórica. Vários estudos relatam benefícios aditivos da combinação de exercícios com restrição calórica na redução do peso corporal e da gordura corporal e preservação da massa livre de gordura em comparação com a dieta isolada. As dietas balanceadas são calculadas para promover um déficit de 500 a 1.000 kcal/dia, com um mínimo de 1.000 a 1.200 kcal/d para as mulheres e 1.200 a 1.400 kcal/d para os homens. - Tratamento cirúrgico: as indicações formais para operações bariátricas são idade de 18 a 65 anos, IMC maior a 40 kg/m² ou 35 kg/m² com uma ou mais comorbidades graves relacionadas com a obesidade e documentação de que os pacientes não conseguiram perder peso ou manter a perda de peso apesar de cuidados médicos apropriados realizados regularmente há pelo menos dois anos (dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico e atividade física). BYPASS GÁSTRICO BANDA GÁSTRICA (AJUSTÁVEL) GASTRECTOMIA VERTICAL Experiência técnica muita longa Três décadas de experiência Uma década de experiência Estômago e intestino delgado desviados e estômago reduzido a um tamanho de bolsa muito pequeno Banda colocada em torno da parte superior do estômago (ajustável externamente) Estômago restrito verticalmente (80% removido) Volume de ingestão de alimentos consideravelmente reduzido; absorção de nutrientes reduzida Restringe o volume dos alimentos (variável, pois é ajustado voluntariamente) Restringe o volume da comida Espera-se uma grande perda peso (14-20 unidades de IMC) Espera-se uma perda de peso significativa (8-12 unidades de IMC) Espera-se uma perda de peso muito significativa (10-18 unidades de IMC) Procedimento parcialmente reversível Procedimento totalmente reversível Procedimento irreversível Contra indicações: podem ser absolutas ou relativas, normalmente as causas endócrinas tratáveis de obesidade (por exemplo, síndrome de Cushing); dependência atual de álcool ou drogas ilícitas; as doenças psiquiátricas graves sem controle; risco anestésico e cirúrgico inaceitável classificado como ASA-IV; dificuldade de compreender riscos, benefícios, resultados esperados, alternativas de tratamento e mudanças no estilo de vida requeridas após o procedimento. Complicações: as complicações pós-operatórias mais comuns de todas as técnicas descritas são tromboembolismo pulmonar, deiscência da sutura, fístulas, estenoses, infecções e hemorragia (mais comuns no pós-operatório precoce), hérnia interna e obstrução intestinal (mais comuns no pós-operatório tardio). Nas técnicas disabsortivas e, em menor grau, na DGYR, há maior risco de se desenvolver diarreia com flatulência excessiva e desnutrição proteica, mas anemia ferropriva, deficiência de vitaminas e doenças osteometabólicas são comuns em ambas. Seguimento pós-operatório: os pacientes no pós-operatório devem ser regularmente seguidos por meio de consultas ambulatoriais, orientações nutricionais e exames laboratoriais para detectar precocemente alterações metabólicas e nutricionais. A frequência do acompanhamento deve ser individualizada e baseada no tipo de cirurgia e nas comorbidades do paciente. A suplementação nutricional é fundamental para todos os pacientes e deve incluir suplementos polivitamínicos diários que contenham minimamente ferro, cálcio, vitamina D, zinco e complexo B em sua fórmula em quantidade adequada. Recomendações: DROGA MECANISMO DOSAGEM EFICÁCIA CONTRA INDICAÇÃO EFEITOS COLATERAIS Sibutramina (Sibus; Biomag) Bloqueia a recaptação de noradrenalina (NE) e de serotonina (SE) e leva a redução da ingestão alimentar Incialmente com 10mg/dia e aumento para 15mg/dia caso não ocorra a perda de pelo menos 2kg nas primeiras 4 semanas Perda de 3,4 e 6 kg em entre 16 e 52 semanas Gestantes, indivíduos com sabida hipersensibilidade ao medicamento, hipertensos não controlados, histórico de doença cardiovascular ou cerebrovascular, diabéticos tipo 2 com um fator de risco (hipertensão, dislipidemia, tabagismo ou nefropatia diabética), pessoas com idade > 65 anos, crianças e adolescentes Cefaleia, secura de bocam constipação intestinal, insônia, aumento do apetite, tonturas, taquicardia, sudorese, náuseas, dor abdominal, hipermenorreia, elevação de PA e FC Orlistate (Xenical) É um análogo da lipstatina inibidor de lipases gastrintestinais (GI) que se liga no sítio ativo da enzima através de ligação covalente, fazendo com que cerca de um terço dos Triglicérides ingeridos permanecem não digeridos e não sejam absorvidos pelo intestino, sendo eliminados nas fezes 120 mg antes de cada refeição (dose total diária 360mg) Perda de 2,9% a 3,4% em 1 ano, associada a uma melhora de PA, perfil lipídico e controle metabólico do DM2 Gestantes e durante a amamentação, pacientes com colestase ou síndrome de má absorção crônica Dor abdominal, fezes oleosas, incontinência fecal e flatos com descarga oleosa Liraglutida 3 mg (Saxenda) Estimula diretamente os neurônios que sintetizam pró-opiomelanocortina e transcrito regulado por cocaína e anfetamina (POMC/CART) e indiretamente inibe a neurotransmissão nos neurônios que expressam neuropeptídeo Y (NPY) e peptídeo relacionado ao agouti (AgRP), vias de sinalização dependentes de GABA Iniciada na dose de 0,6 mg/dia por injeção subcutânea, 1 vez/dia. A dose diária pode ser aumentada em 0,6 mg por semana até um máximo de 3,0 mg/dia Perda de 8,4 a 7,3 kg em 1 ano História pessoal ou familiar de carcinoma medular de tireoide, pacientes com neoplasia endócrina múltipla tipo 2 e gestantes Náuseas, hipoglicemia em casos de DM2, diarreia, constipação intestinal, vômitos, cefaleia, dispepsia, fadiga, tonturas, dor abdominal e elevação da lipase Topiramato, Age sobre diversos neurotransmissores, tendo efeitos inibitórios sobre receptores de glutamato sobre alguns tipos de canais dependentesde voltagem de cálcio e sódio, pode modular alguns tipos de canais de potássio, receptores GABA-A, além de ser um inibidor fraco da anidrase carbónica É necessário escalonamento da dose: 3,75mg/23mg, 7,5mg/46mg, 11,25mg/69mg e 15mg/92mg Perda de 1,8% a 10,4% em 1 ano Gestantes e durante a amamentação, pacientes com glaucoma e hipertireoidismo Xerostomia, alteração do paladar, infecção do trato respiratório superior, insônia, parestesias e constipação intestinal Bupropiona e naltrexona Ativação dos neurônios da POMC no núcleo arqueado. A bupropiona estimularia a POMC hipotalâmica, enquanto a naltrexona bloquearia a autoinibição da POMC por meio de β- endorfinas endógenas No Brasil, dispomos apenas da bupropiona de liberação lenta na dose de 300 mg e da naltrexona na dose de 50 mg de liberação convencional Perda de 3,7% a 4,8% em 1 ano Pacientes com hipertensão não controlada, convulsão, anorexia nervosa/bulimia, abstinência de drogas ou álcool Náuseas, constipação, cefaleia, vômitos e tonturas Dimesilato de lisdexanfetamina É um pró-fármaco da dextroanfetamina, que inibe a recaptação de dopamina e norepinefrina e promove liberação de neurotransmissores de monoaminas Utilizado para transtorno de compulsão alimentar 50 e 70 mg Perda de 5,8 kg em 12 semanas Pacientes com arteriosclerose avançada, doença cardiovascular sintomática, hipertensão, hipertireoidismo, glaucoma, estados de agitação e com histórico de abuso de drogas Insônia, agitação, ansiedade, cefaleia, tonturas, inquietação tremor, taquicardia, palpitação, dispneia, xerostomia, diarreia, dor abdominal superior, náusea e fadiga
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