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MED DOR LOMBAR Caso clínico 1: OSTEOARTROSE Dor que melhora com repouso (lesões não inflamatórias) Rigidez pós-repouso < 30 min Ausência de manifestações sistêmicas Exames normais (VHS normal e fator reumatoide negativo) Dor uniarticular no início, progressiva OSTEOARTROSE *Doença degenerativa articular* Articulação: ponto de encontro entre dois ossos – o espaço articular é praticamente virtual. O líquido sinovial funciona para lubrificar estruturas que estão em contato na articulação (“ponta dos ossos”); entre os ossos temos também a cartilagem articular (‘amortecimento’). A osteoartrose começa com a degeneração da cartilagem articular. O principal fator de risco é a idade avançada (pode ocorrer em indivíduos mais jovens quando a articulação é sobrecarregada). Quando essa cartilagem é destruída, os ossos ao se ‘encontrarem’, começam a causar quadro de dor. ARTICULAÇÕES MAIS ACOMETIDAS: cervical e lombar, quadril, joelho e interfalangianas. DIAGNÓSTICO: Radiografia Osteófitos – Redução do espaço articular – Esclerose subcondral O espaço articular é um espaço virtual. O espaço entre os ossos que vemos na radiografia (espaço ‘preto’) é a cartilagem articular. Nos indivíduos com artrose teremos uma diminuição do espaço articular (perda da cartilagem articular). A cartilagem uma vez perdida, não será regenerada. O osso, ao contrário da cartilagem pode regenerar – o osteoblasto fará uma hiperprodução óssea para tentar compensar a perda da cartilagem, tentando sustentar a articulação, com isso teremos a formação de osteófitos e deformidades articulares. A clínica da artrose não acompanha o achado radiográfico! TRATAMENTO: Fisioterapia Perda de peso Sintomáticos (AINEs) Quando lidamos com a articulação, devemos lembrar que a principal estrutura que sustenta a articulação é a musculatura, assim, a fisioterapia visa principalmente o fortalecimento muscular para estabilizar a articulação. Geralmente, como são pacientes idosos com outras comorbidades, deve-se tentar utilizar os anti-inflamatórios por curto período de tempo. Obs.: Até 20% dos idosos têm fator reumatoide (+) em baixos títulos. Assim, diante de um caso cuja HD seja de osteoartrose, o fato de encontrar FR(+) em baixos títulos, não deve mudar a principal hipótese diagnóstica inicial. Caso a paciente apresentasse exame de imagem normal, não apresentasse rigidez e a dor tivesse se iniciado de maneira subaguda há 3 dias, qual seria a principal hipótese diagnóstica: LOMBALGIA IDIOPÁTICA (MECÂNICA) – contratura muscular benigna LOMBALGIA IDIOPÁTICA (MECÂNICA) *Espasmo doloroso muscular* Dor lombar Raramente irradia Pode ser súbita Dura em média de 3 a 4 dias Diagnóstico de exclusão Tratamento: repouso e sintomáticos Obs.: é a principal causa de dor lombar (70% dos casos) Caso clínico 2: HÉRNIA DE DISCO Dor lombar irradiada para membro inferior Diminuição do reflexo de Aquileu O reflexo tendinoso (ou arco reflexo) diminuído ou ausente mostra um sofrimento do nervo periférico. Classicamente, a causa mais comum de associação de dor lombar com comprometimento de nervo periférico é a hérnia de disco. HÉRNIA DE DISCO O disco intervertebral possui uma parte interna- tecido cartilaginoso/fibroelástico que é o núcleo pulposo (que é o responsável por absorver o impacto) e uma parte que envolve esse núcleo, que é o chamado de anel ou ânulo fibroso. Alguns indivíduos (talvez por fator genético), apresentam um anulo fibroso frágil, de forma que ele permite a passagem do núcleo pulposo (hérnia de disco). O ponto mais frágil do ânulo fibroso é o póstero-lateral (que é justamente onde temos a saída da raiz nervoso), assim, diante da herniação teremos compressão da raiz nervosa (como os locais mais comuns são L4-L5, L5-S1, teremos frequentemente dor com irradiação para os membros inferiores. LOCAL MAIS COMUM: L4-L5 e L5-S1 CLÍNICA: LOMBOCIATALGIA Diminuição da força, sensibilidade, reflexos Sinal de Lasègue positivo Obs.: Lasègue: decúbito dorsal -> elevar o MI esticado -> quando há irritação de raiz nervosa, a partir de 10º. de inclinação, o paciente pode referir dor no membro acometido (e não no membro levantado). Na meningite o Lasègue também pode ser utilizado para pesquisar irritação meníngea, mas nesse caso teremos dor em ambos os membros. DIAGNÓSTICO: RNM O problema não é ósseo, mas sim de partes moles – para visualização de partes moles, o melhor exame é a ressonância. TRATAMENTO: Repouso Analgésicos, AINEs Corticoide Caso clínico 3: ESPONDILITE ANQUILOSANTE Rigidez de 1 hora (fala a favor de dor inflamatória articular) Piora com o repouso (fala a favor de dor inflamatória) Hiperemia conjuntival bilateral sem secreção (uveíte) Raio-x confirma o diagnóstico ESPONDILITE ANQUILOSANTE *Inflamação da coluna que leva a uma fusão articular* ENTESITE ASCENDENTE (COLUNA VERTEBRAL) Sempre começa de uma SACROILEÍTE Perfil epidemiológico: HOMEM JOVEM (média: 23 anos) A êntese é o ponto de fixação da parte mole (tendão, ligamento) no osso. Por continuidade teremos uma inflamação das partes moles, com calcificação e união da coluna do paciente. CLÍNICA: LOMBALGIA + RIGIDEZ MATINAL Melhora com atividade física Posição do esquiador (coluna rígida –“em bambu”) CIRURGIA SE: Refratário ao tratamento clínico (6-8 sem) Déficit motor (fraqueza) Incontinência fecal/urinária Cirurgia: laminectomia parcial + excisão do disco herniado MED Uveíte anterior (manifestação extra-articular mais comum) Teste de Schöber positivo Obs.: fazer uma marca no ponto correspondente a L5, e traçar nova linha 10 cm acima. Solicitar ao paciente que coloque as mãos no chão. Em indivíduos normais, ao realizar esse movimento, essas linhas ficarão a uma distância mínima de 15 cm. Indivíduos com EA terão um aumento de <5 cm, e com o passar do tempo e evolução da doença, a distância irá diminuir cada vez mais. DIAGNÓSTICO: CLÍNICA (>3 meses) + SACROILEÍTE (imagem) HLA-B27 positivo (90%) FATOR REUMATOIDE e ANTI-CPP (-) artrite soronegativa TRATAMENTO: Fisioterapia Parar de fumar (tabagismo acelera a progressão da doença) AINEs Anti-TNF alfa (infliximab) – embora seja um medicamento bom para “segurar” a doença, é um medicamento caro e que leva a uma imunossupressão importante (infecções secundárias) Caso clínico 4: MIELOMA MÚLTIPLO Câncer com lesão lítica: (1) pulmão; (2) mama e (3) mieloma múltiplo. Ca de pulmão e de mama também podem cursar com lesões blásticas. MIELOMA MÚLTIPLO *Tumor de plasmócitos (células que secretam anticorpos)* Essa célula neoplásica produz excesso de imunoglobulinas (ao invés do excesso de células, temos na realidade, um excesso do que é produzido por aquela célula). Imunoglobulina (anticorpos-gamaglobulina) Obs.: a imunoglobulina possui a cadeia pesada e a cadeia leve (cadeia pesada: 5 tipos -A,D, E, G e N; cadeia leve- é quem dá a especificidade antigênica). Os tipos de mieloma são determinados pelos tipos de imunoglobulina. A cadeia leve leva a lesão tubular e pode aparecer na urina (quando aparece na urina = proteína de Bence Jones) Na suspeita de mieloma temos de achar esse excesso de imunoglobulina Como descobrir esse excesso? ELETROFORESE DE PROTEÍNAS Normal: Gamoplatia monoclonal: COMPONENTE M ou PARAPROTEÍNA Alb 12 Alb 1 2 CLÍNICA: ANEMIA LESÃO ÓSSEA LÍTICA (ativação de osteoclastos) – pedículo é preservado FOSFATASE ALCALINA NORMAL CINTILOGRAFIA ÓSSEA NORMAL HIPERCALCEMIA INSUFICIÊNCIA RENAL (cadeia leve – Bence Jones; ácido úrico, nefrocalcinose, amiloidose) Obs.: a fosfatase alcalina é um grande marcador de remodelamentoósseo, mas a FA depende da atividade do osteoblasto, que no caso do mieloma estará “parado”. A cintilo óssea também depende da atividade do osteoblasto (a cintilografia é o grande exame para lesões blásticas). MIELOMA MÚLTIPLO É A PRINCIPAL CAUSA DE AMILOIDOSE PRIMÁRIA (não é secundária! É primária, formada por cadeia leve) – a amiloidose pode cursar com síndrome nefrótica, macrogrossia, ICC,.. DIAGNÓSTICO: ≥ 10% de plasmócitos na medula + Componente M sérico >3g/dL ou componente M na urina Mais um dos seguintes (órgãos-alvo) Lesões líticas ou anemia ou hipercalcemia ou insuficiência renal OBS.: SEM LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO: MIELOMA INDOLENTE ESTADIAMENTO: Principal fator prognóstico da doença: 2 MICROGLOBULINA TRATAMENTO: paliativo Quimioterapia ou transplante *Gamopatia por IgM não é Mieloma Múltiplo = MACROGLOBULINEMIA DE WALDENSTRÖM Caso clínico 5: NEFROLITÍASE NEFROLITÍASE * Tipos de cálculos: Oxalato de cálcio (70-80%) Causas: HIPO citratúria HIPER oxalúria (doenças disabsortivas) HIPER calciúria (principal: hipercalciúria idiopática) Estruvita (10-20%) CLÍNICA: Maioria assintomática Hematúria (mais comum) Cólica nefrética (dor lombar com ou sem irradiação) Maioria é assintomática (cálculos pequenos e facilmente expelidos na via urinária) Cálculos maiores podem impactar na via urinária -> sob pressão do fluxo urinário, esses cálculos podem lesar o urotélio = hematúria (mais comum) Alguns cálculos podem impactar de forma a não se movimentar mais -> distensão e dor -> cólica nefrética (dor lombar com ou sem irradiação) – embora seja chamada de cólica, por definição não se trata de cólica (não é contração involuntária da musculatura lisa) DIAGNÓSTICO: USG TC de abdome sem contraste (padrão ouro) TRATAMENTO AGUDO: Analgesia (AINE) Hidratação (não queremos um paciente desidratado, pois isso ‘alimentará’ o cálculo, e nem uma hiperidratação -> piora o quadro de distensão e dor) – paciente normo- hidratado Intervenção urológica INTERVENÇÃO UROLÓGICA: >7-10mm/ Sintomas refratários/ Sintomas recorrentes LECO (litotripsia Proximal (rim e ureter proximal) e <2 cm Aumentar 0,8 no cálcio para cada GRAMA de albumina MED extracorpórea) Gestante: NÃO! Nefrolitotomia percutânea Proximal (rim e ureter proximal) e >2cm Melhor método para cálculo em pólo renal inferior Ureteroscopia Ureter médio e distal
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