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Resenha Crítica - Higiene do Trabalho - Estácio

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Pública 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
 
Matheus Ribeiro Rodrigues 
 
 
 
Trabalho da disciplina Higiene do Trabalho (NPG2118/3570696) 
 Tutor: Prof. Lucio Villarinho Rosa 
 
 
 
São Paulo-SP 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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Pública 
 
O CARRO DA GOOGLE 
 
Referência: 
LAKHANI, Karim R.; WEBER, James; SNIVELY, Christine. O Carro da Google. 
Harvard Business School, rev: 9 de março, 2015. Disponível em: Material de Apoio 
da disciplina Higiene do Trabalho (NPG2118) no sítio 
http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/supportMaterialDetails/support . Acesso em: 
21 de outubro de 2020. 
 
INTRODUÇÃO 
 O estudo de caso apresenta diversos aspectos do desenvolvimento de um 
veículo autônomo não tripulado pela Google Inc., gigante da área de tecnologia. 
Nesse sentido, o artigo aborda os principais tópicos gerais: a) produto, desde o 
histórico da indústria automotiva e outras tecnologias aplicadas em veículos; b) 
companhia, informações acerca da própria empresa, sua organização e o caminho 
percorrido para a concepção e o aperfeiçoamento de veículo autônomo; c) cliente e 
aceitação do mercado; d) barreiras legais, em especial de segurança; e) 
concorrentes; f) próximos passos do desenvolvimento do veículo autônomo, tanto no 
aspecto tecnológico, como também econômico e de negócios para a Google. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Após divulgação realizada em outubro de 2010 por Sebastian Thrun, chefe da 
Google X, divisão de projetos secretos da Google, foi confirmado o desenvolvimento 
de tecnologia para veículos autônomos pela empresa. Foi apurado que até 2014 a 
Google teria investido milhões de dólares neste projeto e registrado mais de 700 mil 
quilômetros em testes. 
Carros autônomos têm o potencial de tornar a condução mais segura, 
reduzindo acidentes e mortes, assim como podem permitir o deslocamento 
independente de idosos e pessoas com deficiência. Além disso, proporcionariam aos 
antigos motoristas maior tempo para realização de outras tarefas. 
http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/supportMaterialDetails/support
 
 
 
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Com capacidade de atrair os melhores talentos, acesso ao capital necessário 
e desejo de investimento, a Google estaria muito bem posicionada para o 
desenvolvimento de tecnologia de veículos autônomos, corroborando também o fato 
de possuir extenso banco de dados de seus produtos Google Maps e Street View, 
bem como da empresa de análise de tráfego Waze, adquirida em 2013. 
O início da história do automóvel remonta aos anos 1700 na Europa, no 
entanto, a produção em massa começou nos EUA no início dos anos 1900, tendo 
revolucionado a cultura americana no século XX. 
Apesar de evoluções em segurança, dados dos EUA de 2011 apontam que os 
acidentes com veículos a motor são a principal causa de morte para pessoas entre 3 
e 34 anos. Nos EUA são responsáveis por mais de 32 mil mortes por ano e, 
mundialmente, de acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde – mais de 
1,2 milhão de pessoas são mortas anualmente em acidentes automobilísticos. 
Diversas tecnologias foram gradualmente inseridas nos veículos, tornando-os mais 
seguros, como o ABS, a instalação de câmeras e o piloto automático, o qual foi 
posteriormente aprimorado por meio da utilização do LIDAR (Light Detection and 
Ranging), permitindo a redução de velocidade do veículo ao se aproximar de outro. 
A Google é uma empresa de tecnologia fundada em 1997 por Sergey Brin e 
Larry Page, colegas de pós-graduação na Universidade de Stanford, inicialmente 
concebida após o desenvolvimento de algoritmo para classificação e ordem de 
resultados de pesquisas na internet. Tendo como missão “organizar a informação do 
mundo e torná-la universalmente acessível e útil”, a Google iniciou suas atividades 
através de arrecadações e vem gerando lucros por meio de vendas publicitárias. Em 
2004, a empresa realizou oferta pública inicial, permitindo seu crescimento e o 
oferecimento de diversos serviços adicionais. 
Em 2005, após o sucesso de Sebastian Thrun, então professor da 
Universidade de Stanford, no desafio DARPA, concebido para incentivar a inovação 
na navegação de veículos autônomos, Larry Page, então CEO da Google, o 
contratou para trabalhar no Street View para o Google Maps. Em 2010, após a 
fundação da Google X e o anúncio do projeto de automóvel autônomo, já haviam 
sido navegadas 140 mil milhas por uma pequena frota de Toyota Priuses 
 
 
 
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autônomos. Houve sinergia da coleta de dados prévia para o desenvolvimento do 
Google Maps e Street View e até 2013 foram desenvolvidos 20 veículos autônomos 
que registraram mais de 500 mil milhas sem um incidente, tendo percorrido diversos 
terrenos, tráfego denso e ruas movimentadas com pedestres. O discurso oficial da 
empresa é a redução de acidentes e fatalidades com o encurtamento do tempo de 
deslocamento e a melhoria na qualidade de vida dos usuários, possibilitando 
também mais tempo para utilização de outros aplicativos Google. 
Os carros da Google utilizam basicamente: a) sensores radar; b) câmeras de 
vídeo; c) GPS combinados com outros equipamentos para posicionamento preciso; 
d) LIDAR, sensores de pulsos de luz fora dos arredores para identificar marcas de 
faixa e bordas de estradas; e) sensores ultrassônicos para medir posição de objetos 
muito próximos do veículo; f) computador central, para processar e analisar todos 
dos dados coletados e controlar a direção, o acelerador e o freio. 
No desenvolvimento inicial motoristas humanos conduziam os veículos e, ao 
mapear as condições de rota, os dados coletados eram comparados com aqueles já 
armazenados no Google Maps e Street View. A comunicação com os demais 
veículos autônomos da Google possibilitou desenvolvimento acelerado e apresentou 
grandes avanços tecnológicos. No entanto, algumas dificuldades foram observadas, 
principalmente em condições de mau tempo como chuva e neve e também em 
qualquer situação de organização do trânsito por seres humanos, como num desfio 
de rota em função de acidente ou obras. 
Em 2013 a Google tentou parcerias com alguns fabricantes de automóveis e 
com fabricantes de contrato para construir carros especificamente autônomos, mas 
não teve sucesso. Em agosto daquele ano, a Google estaria em negociações com 
fornecedores de componentes automotivos. Também houveram indícios de estudos 
para veículos “robô-taxi”, utilizando o carro como um “recurso compartilhado” e, 
nesse sentido, ainda em agosto e em 2014 a Google investiu no serviço de viagens 
sob demanda da Uber. Apesar de declarações de que a Google não é e nem 
pretenderia ser fabricante de automóveis, em 2014 pequenos protótipos de veículos 
para dois passageiros foram desenvolvidos pela empresa, os quais não possuíam 
volante, freio ou acelerador, assemelhando-se a cápsulas. Testes foram iniciados no 
 
 
 
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verão de 2014 com 100 protótipos que não excediam 25 milhas por hora de 
velocidade e não podiam ser conduzidos em estradas públicas naquele momento. 
Quanto à aceitação do mercado, as pesquisas apresentam grandes 
variações, com maior aceitação (acima de 70%) nos países emergentes e menor 
(abaixo de 40%) em países mais desenvolvidos. Outras pesquisas apontaram 
aceitação geral ainda menor, da ordem de 30% e grande preocupação dos clientes 
quanto à segurança e ao custo dos veículos autônomos. 
Barreiras legais também tiveram que ser superadas pela Google. Inicialmente, 
em 2012, os estados de Nevada e Florida tornaram-se os primeiros a aprovar 
veículos autônomos, seguidos por Michigan em 2013, após a emissão de diretrizes 
estabelecida pela NHTSA – National Highway Traffic Safety Associatoion. A 
responsabilidade por acidentes envolvendo automóveis autônomos também foi 
avaliada em 2013 pelo estado da Califórnia,ampliando discussões acerca da 
segurança destes veículos e das responsabilidades de leis e políticas públicas a 
este respeito. Questões de privacidade também foram levantadas. 
Apesar dos avanços da Google, outras empresas, em especial fabricantes de 
automóveis, e universidades também estavam pesquisando e testando veículos 
autônomos próprios. Destacam-se a Universidade Carnegie Mellon em parceria com 
a General Motors, o Laboratório de Design Dinâmico de Stanford em conjunto com o 
Laboratório de Pesquisa Eletrônica da Volkswagen, a empresa de tecnologia 
Mobileye em desenvolvimento conjunto com a General Motors, a BMW e a Volvo, a 
empresa Cruise Automotion e a fabricante de veículos elétricos Tesla. 
Com a crescente evolução das tecnologias de sensores, é esperado por 
especialistas a retirada gradual dos motoristas nas tarefas de direção dos veículos e, 
assim, em 2014 a NHTSA iniciou trabalhos para elaborar regras exigindo a utilização 
de comunicação V2V, ou seja, comunicação entre veículos, em carros novos a partir 
de 2017, tendo o objetivo de reduzir a gravidade de muitos acidentes. 
A equipe de desenvolvimento da Google permanece totalmente dedicada em 
viabilizar um carro autônomo. No entanto, algumas indagações à alta administração 
da companhia ainda permanecem sem resposta, em especial relacionando este 
projeto com a missão corporativa da empresa, o posicionamento estratégico da 
 
 
 
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Google com relação aos fabricantes de automóveis e como o negócio do carro 
autônomo se encaixaria no negócio central da Google e seu modelo de rendimento. 
 
CONCLUSÃO 
O desenvolvimento de um novo produto, neste caso particular veículo 
autônomo desenvolvido pela Google, foi apresentado no artigo nas subdivisões 
administrativas: produto; empresa – Google; cliente; barreiras de entrada; 
concorrentes; próximos passos. 
Como se trata de um produto inovador, que apresenta risco à segurança das 
pessoas em geral, não apenas dos seus usuários diretos, como também de 
transeuntes, faz-se necessário testá-lo exaustivamente. Após comprovada sua 
capacidade e funcionalidade segura, a próxima etapa seria a homologação dos 
diversos órgãos reguladores de trânsito, respeitando sua área de jurisdição. 
Apesar do potencial disruptivo do veículo autônomo, que proporcionaria maior 
segurança e mais tempo livre ao usuário, é esperado que o avanço desta tecnologia 
seja gradual. Inicialmente espera-se uma condução automática com capacidade de 
intervenção do motorista evoluindo para condução 100% automática. Nesta última 
etapa, o conceito e a aparência de um veículo convencional certamente seriam 
alterados, uma vez que não haveria necessidade de sistemas de controle manual. 
Além da barreira tecnológica, a aceitação do novo produto pelo consumidor 
também deve ser superada, sendo natural que as gerações mais recentes sejam 
mais propensas à utilização desta nova tecnologia. Também é esperada resistência 
de partes interessadas em manter o sistema de condução atual, como indústrias 
automotivas e de seus componentes que não estão se preparando para este cenário 
futuro e, até mesmo empregados dos setores de transportes, como motoristas 
profissionais de cargas e passageiros. 
No geral, o desenvolvimento de veículos autônomos é positivo, 
proporcionando avanços tecnológicos que podem ser aplicados em outros fins e 
com potencial para reduzir acidentes e disponibilizar mais tempo ao motorista, o qual 
deverá utilizar o seu livre-arbítrio para desfrutá-lo da maneira que lhe convier, como 
para melhorar sua saúde metal ou produtividade.

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