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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIÓLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA Caroline Santos Pereira HISTÓRIA NATURAL DO COVID-19 CAMPINA GRANDE - PB AGOSTO DE 2020 INTRODUÇÃO O covid-19 é uma doença infecciosa causada pelo agente etiológico coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A infecção detectada em dezembro de 2019 em Wuhan, na China, apresentou um espectro clínico variando de pacientes assintomáticas a pacientes com quadros graves e sistemáticos. Seu contágio extremamente rápido desencadeou, um mês depois, uma epidemia de caráter emergencial internacional, sendo de extrema importância seu estudo, bem como a análise e descrição da sua progressão nos indivíduos, através da criação de um modelo processual da história natural do Covid-19. 1. PRÉ-PATOGÊNESE O período de pré-patogênese refere-se ao período em que o indivíduo ainda não teve contato com a doença, envolvendo prevenções primárias para que esse contato não ocorra. Sabendo-se que o covid-19 é uma epidemia viral que acomete o trato respiratório, deve-se pontuar que a sua distribuição é mundial, sendo proporcionada pelo contato com um individuo infectado, seja pela saliva, por gotículas virais suspensas no ar ou pelo toque de objetos contaminados seguido de contato nos olhos, boca ou nariz. Em virtude do conhecimento das formas de transmissão e da extrema emergência em conter a transmissão do Covid-19, são necessárias ações de promoção da saúde e proteção específica. As medidas de promoção da saúde incluem difusão de informações relacionadas ao vírus e sua transmissão, para que a população saiba como se proteger. É necessário também o fortalecimento da noção de responsabilidade social e civil de gestores de forma compartilhada com a sociedade organizada, nesse sentido, discursos de figuras de influência são extremamente importantes para o posicionamento social e influenciam definitivamente no período de pré-patogênese. Além disso, como proteção específica, foi adotado o uso de proteção de barreira física como as máscaras, luvas, óculos de proteção e viseiras. Há também pesquisas de outros métodos de proteção, a exemplo da barreira química criada no laboratório CertBio da UFCG pela combinação da quitosana nas máscaras cirúrgicas, que retém o vírus e matá-o, impedindo sua suspensão no ar e possível transmissão. Como prevenção primária, anterior ao contato generalizado do vírus, há também medidas de contenção como o rastreamento ativo de imigrantes e seu isolamento, visando evitar ou postergar a transmissão comunitária. 2. PATOGÊNESE O período patogênico envolve as primeiras ações que os agentes patogênicos exercem sobre o indivíduo infectado. É dividido em fase pré-clínica e fase clínica. Na fase pré-clínica conhecemos o período de incubação do vírus que se refere ao tempo em que os sintomas começam a surgir após a infecção e o período de transmissibilidade que seria o período em que o indivíduo começaria a transmitir o agente patológico. Se tratando do covid-19, nos pacientes pré-sintomáticos, os sintomas podem surgir a partir do 2º dia até o 14º dia pós infecção e a partir do 7º dia após o início dos sintomas, em média, o indivíduo começa a transmitir o vírus. É válido salientar que, como prevenção secundária no período patogênico, adota-se, também, medidas de contenção mais rigorosas, visando um distanciamento social, como o isolamento vertical e até isolamento horizontal. Dessa forma, em um surto generalizado da doença, recomenda-se tratar sintomas leves em casa, para evitar a sobrecarga do sistema de saúde, a transmissão e até o contágio de outras doenças em ambiente hospitalar. Nesse sentido, o curso da doença na fase pré-clínica pode regredir ou evoluir e levá-lo para uma fase clínica onde haja necessidade de atendimento médico imediato. Os sintomas mais comuns da fase leve, e até então pré-clínica, incluem febre, tosse seca e fadiga. Outros sintomas podem ser sentidos como dores de garganta, diarréia, dor de cabeça, congestão nasal, perda de paladar e/ou olfato, erupção cutânea na pele e/ou descoloração dos dedos das mãos ou dos pés. O tratamento nessa fase pré-clínica geralmente envolve uso de analgésicos e antitérmicos para alivio da dor e febre. Caso a doença evolua e o paciente sinta sintomas graves como dificuldade de respirar ou falta de ar, dor ou pressão no peito, perda de fala ou movimento e/ou febre alta (acima de 39ºC), recomenda-se o atendimento médico e busca por um diagnóstico precoce, principalmente se o indivíduo for considerado de risco para desenvolvimento de formas mais graves do Covid- 19. São considerados grupos de risco pacientes hipertensos, diabéticos, imunodeficientes, fumantes, idosos, oncológicos, portadores de problemas cardíacos e/ou portadores de doenças respiratórias, como asma e bronquite. Para esse grupo de risco, recomenda-se o teste de técnicas de transcriptase- reversa Polymerase Chain Reaction (RT- PCR) como medida de diagnóstico precoce e o monitoramento dos sintomas para rápido pronto atendimento e possível limitação de danos maiores a saúde. Além disso, o covid-19 pode trazer complicações envolvendo o trato respiratório mediante o comprometimento dos pulmões, dispnéia, pneumonia, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), bem como alterações em exames de imagem, como a tomografia do tórax, apresentando opacidade, sombras irregulares e/ou anormalidades atípicas. Em estágios mais avançados da doença, a infecção pelo coronavírus pode causar uma reação hiperinflamatória, com uma resposta imune extremamente desregulada, gerando aumento extremo das citocinas, envolvendo vários órgãos, e agravando ainda mais a função dos pulmões. Essa atuação sistêmica foi verificada em eventos de trombose profunda, embolia pulmonar, AVC, infarto e insuficiência renal aguda. Na história natural do Covid-19, o paciente pré-clínico pode se curar, passando por um período de convalescença, onde deve se manter em repouso, em isolamento, se alimentar bem e hidrata-se para melhor recuperação. Caso a doença evolua para uma fase clínica, suas complicações podem levar o paciente a um estado de invalidez e até morte ou pode evoluir para um período de convalescença, posterior reabilitação e recuperação do paciente. Em casos onde a doença deixou sequelas como limitações físicas, cognitivas ou psíquicas, seja fraqueza muscular e respiratória, perda do desempenho para atividade física, lentificação do raciocínio e/ou alterações de sensibilidade, recomenda-se a busca de um tratamento multiprofissional para minimização das sequelas. Aos pacientes com graves danos no pulmão recomenda-se como medida de reabilitação a terapia intensiva e a fisioterapia respiratória. Por fim, segue um esquema feito por mim com base no modelo processual da história natural da doença, proposto por Leavell e Clark: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORONAVIRUS disease 2019 (COVID-19):: Epidemiology, virology, and prevention. In: MCINTOSH, Kenneth; HIRSCH, Martin S; BLOOM, Allyson. Coronavirus disease 2019 (COVID-19):: Epidemiology, virology, and prevention. Cambridge, Massachusetts, 2020. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19- epidemiology-virology-and-prevention. Acesso em: 12 ago. 2020. KEFREY, Sabrynna. Coronavírus:: Epidemiologia, manejo clínico e mais. [S. l.], 26 mar. 2020. Disponível em: https://www.sanarmed.com/coronavirus-epidemiologia-manejo-clinico-e-mais- colunistas. Acesso em: 12 ago. 2020. O QUE é COVID-19. [S. l.], 2020. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acesso em: 12 ago. 2020. GOTÍCULAS, contato e possivelmente o ar transmitem o coronavírus. Correio do povo, [S. l.], 13 jul. 2020.Disponível em: https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/got%C3%ADculas- contato-e-possivelmente-o-ar-transmitem-o-coronav%C3%ADrus-1.449510. Acesso em: 12 ago. 2020.
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