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Sistema auditivo, Agentes infecciosos relacionados a anomalias congênitas, e Aborto

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Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
• Dividida em regiões: 
 Orelha externa: coleta ondas sonoras e direciona 
para dentro 
 Orelha média: conduz as vibrações sonoras para a 
janela do vestíbulo (oval) 
 Orelha interna: armazena receptores para a audição 
e equilíbrio 
Orelha externa 
• Composta pela orelha (pavilhão auricular), pelo meato 
acústico externo e pela membrana timpânica 
• Orelha: é uma aba de cartilagem elástica com 
formato semelhante à extremidade de uma corneta 
e recoberta por pele. 
 A sua margem é a hélice; 
 A parte inferior é o lóbulo. 
 Ligamentos e músculos ligam a orelha à cabeça. 
• Meato acústico externo: é um tubo curvado com 
cerca de 2,5 cm de comprimento que se encontra 
no temporal e leva à membrana timpânica. 
• Membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina 
e semitransparente entre o meato acústico externo 
e a orelha média. 
 é coberta por epiderme e revestida por um epitélio 
cúbico simples 
 Entre as camadas epiteliais encontra-se tecido 
conjuntivo composto por colágeno, fibras elásticas 
e fibroblastos. 
• Meato acústico externo contém alguns pelos e 
glândulas sudoríferas especializadas chamadas de 
glândulas ceruminosas, que secretam cera de ouvido 
ou cerume. 
 A combinação entre pelos e cerume ajuda a evitar 
a entrada de poeira e de objetos estranhos na 
orelha. 
 O cerume também evita danos à pele delicada do 
meato acústico externo que podem ser causados 
pela água e por insetos 
 O cerume em geral desidrata e desprendesse do 
meato acústico 
Orelha média 
• É uma pequena cavidade, cheia de ar e revestida por 
epitélio, situada na parte petrosa do temporal 
• Ela é separada da orelha externa pela membrana 
timpânica e da orelha interna por uma divisão óssea 
fina que contém duas pequenas aberturas: a janela 
do vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda). 
• ossículos da audição: são os 3 menores ossos do 
corpo humano, que são conectados por articulações 
sinoviais 
• Os ossos, nomeados por causa de seus formatos, 
são o martelo, a bigorna e o estribo. 
• Martelo: 
 O cabo: se liga à face interna da membrana 
timpânica 
 A cabeça: é articulada ao corpo da bigorna 
• Bigorna: o osso do meio na série, se articula com a 
cabeça do estribo 
• Estribo: base do estribo se encaixa na janela do 
vestíbulo (oval). 
• Janela da cóclea (redonda): encontra-se abaixo da 
janela do vestíbulo (oval) e é encapsulada por uma 
membrana chamada de membrana timpânica 
secundária. 
• Músculos esqueléticos que se ligam aos ossículos: 
 músculo tensor do tímpano, que é inervado pelo 
ramo mandibular do nervo trigêmeo (V), limita o 
movimento e aumenta a tensão da membrana 
Sistema auditivo – anatomia e fisiologia 
Anatomia 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
timpânica, evitando danos à orelha interna por causa 
de barulhos muito altos 
 O músculo estapédio, que é inervado pelo nervo 
facial (NC VII) é o menor músculo esquelético do 
corpo humano. Ao evitar grandes vibrações no 
estribo decorrentes de sons altos, ele protege a 
janela do vestíbulo (oval), mas também diminui a 
sensibilidade auditiva. 
o A paralisia do músculo estapédio está 
associada à hiperacusia, que é uma audição 
anormalmente sensível 
• Tuba auditiva: abertura na parede anterior da orelha 
média. 
 Contendo osso e cartilagem elástica, conecta a 
orelha média com a parte nasal da faringe ou 
nasofaringe (porção superior da garganta) 
 Encontra- se fechada em sua extremidade medial 
(faríngea). Durante a deglutição e ao bocejar, ela se 
abre, permitindo que o ar entre ou saia da orelha 
média até que a pressão nela seja igual à pressão 
atmosférica 
 É uma rota para patógenos que saem do nariz e da 
garganta para a orelha média, causando o tipo mais 
comum de infecção auditiva 
Orelha interna - Labirinto 
• Dividida em: um labirinto ósseo externo que encapsula 
um labirinto membranáceo interno. 
• Labirinto ósseo: é formado por uma série de 
cavidades na parte petrosa do temporal divididas em 
três áreas: 
(1) os canais semicirculares 
(2) o vestíbulo 
(3) a cóclea. 
 O labirinto ósseo é revestido por periósteo e 
contém a perilinfa 
 Perilinfa: líquido semelhante ao líquor, reveste o 
labirinto membranáceo, uma série de sacos e tubos 
epiteliais dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo 
formato geral do labirinto ósseo, abrigando os 
receptores para a audição e o equilíbrio. 
 O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. 
• Labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa 
 nível de íons potássio (K+) na endolinfa é 
incomumente alto para um líquido extracelular e 
os íons potássio desempenham um papel na 
geração dos sinais auditivos 
• Vestíbulo: 
 O labirinto membranáceo no vestíbulo é formado 
por dois sacos chamados de utrículo e sáculo, que 
são conectados por um pequeno ducto 
 Projetando-se superior e posteriormente ao 
 vestíbulo encontram-se três canais 
semicirculares ósseos, cada um deles localizado 
em ângulos aproximadamente retos um em 
relação aos outros dois. Com base em suas 
posições, eles são nomeados como canais 
semicirculares anterior, posterior e lateral. 
 Os canais semicirculares anterior e posterior são 
orientados verticalmente; o canal lateral é 
orientado horizontalmente. 
 Em uma extremidade de cada canal encontra-se 
um alargamento redondo chamado de ampola 
 As partes do labirinto membranáceo que se 
encontram dentro dos canais semicirculares 
ósseos são chamados de ductos semicirculares. 
Essas estruturas se conectam ao utrículo do 
vestíbulo. 
• O nervo vestibular, parte do nervo vestibulococlear 
(VIII) consiste nos nervos ampular, utricular e sacular 
 Esses nervos contêm neurônios sensitivos de 
primeira ordem e neurônios motores que formam 
sinapses com os receptores de equilíbrio. 
 Os neurônios sensitivos de primeira ordem carregam 
a informação sensorial proveniente dos receptores 
e os neurônios motores carregam sinais de 
retroalimentação para os receptores, 
aparentemente para modificar sua sensibilidade 
 Os corpos celulares dos neurônios sensitivos 
encontram-se localizados nos gânglios vestibulares 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
• Cóclea: localizada anteriormente ao ventrículo. É um 
canal espiral ósseo que lembra a casca de um caracol 
e realiza quase três voltas ao redor de um núcleo 
ósseo central chamado de modíolo. 
 dividida em três canais: o ducto coclear, a rampa do 
vestíbulo e a rampa do tímpano 
 O ducto coclear é uma continuação do labirinto 
membranáceo em direção à cóclea; ele é preenchido 
por endolinfa. 
 Rampa do vestíbulo: canal acima do ducto coclear, 
que termina na janela do vestíbulo (oval). 
 Rampa do tímpano: o canal abaixo do ducto coclear, 
que termina na janela da cóclea (redonda). 
 Tanto a rampa do vestíbulo quanto a rampa do 
tímpano são partes do labirinto ósseo da cóclea; 
portanto, essas câmaras são preenchidas por 
perilinfa. 
 A rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano são 
separadas completamente pelo ducto coclear, 
exceto por uma abertura no ápice da cóclea, o 
helicotrema 
 A cóclea é adjacente à parede do vestíbulo, na qual 
a rampa do vestíbulo se abre. 
 A perilinfa no vestíbulo é contínua com aquela da 
rampa do vestíbulo 
• Membrana (parede) vestibular: separa o ducto 
coclear da rampa do vestíbulo e a lâmina basilar 
separa o ducto coclear da rampa do tímpano 
 Localizada sobre a lâmina basilar encontra-se o 
órgão espiral ou órgão de Corti 
• Órgão espiral: é uma lâmina espiral de células 
epiteliais, incluindo células epiteliais de sustentação e 
cerca de 16.000 células ciliadas, que são os 
receptores da audição. 
 Existem dois grupos de células ciliadas: as células 
ciliadas internas estão organizadas em uma única 
fileira, enquanto as células ciliadas externas estão 
organizadas em três fileiras. 
 Na porção apical de cada célula ciliada encontram-se 
entre 40 e 80 estereocílios, que se estendem para 
a endolinfa do ductococlear. 
 Os estereocílios são microvilosidades longas e 
semelhantes a pelos organizadas em várias fileiras 
de comprimento graduado. 
 Células ciliadas: em suas extremidades basais, 
formam sinapses com os neurônios sensitivos de 
primeira ordem e com os neurônios motores da 
parte coclear do nervo vestibulococlear (VIII). 
 Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados no gânglio espiral 
 São as células ciliadas internas formam sinapses com 
90 a 95% dos neurônios sensitivos de primeira 
ordem no nervo coclear, que transmite a informação 
auditiva para o encéfalo 
 Células ciliadas externas: formam sinapses de 90% 
com os neurônios motores no nervo coclear. 
• Membrana tectória: uma membrana gelatinosa 
flexível que cobre as células ciliadas do órgão espiral 
 
Na realidade, as extremidades dos estereocílios das células ciliadas 
estão em contato com a membrana tectória enquanto os corpos das 
células ciliadas se encontram sobre a lâmina basilar. 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
 
 
EVENTOS 
1. O pavilhão direciona as ondas sonoras para o meato acústico 
externo. 
2. Quando as ondas sonoras alcançam a membrana timpânica, 
as ondas alternadas de pressão alta e baixa no ar fazem com 
que a membrana timpânica vibre para frente e para trás. A 
membrana timpânica vibra lentamente em resposta a sons de 
baixa frequência (tons baixos) e rapidamente em resposta a 
sons de alta frequência (tons altos). 
3. A área central da membrana timpânica se conecta 
ao martelo, que vibra junto com a membrana 
timpânica. Essa vibração é transmitida do martelo 
para a bigorna e, então, para o estribo. 
4. Conforme o estribo se move para frente e para 
trás, sua placa basal em formato oval, conectada 
através de um ligamento à circunferência da janela 
do vestíbulo (oval), faz vibrar essa janela. As 
vibrações na janela do vestíbulo (oval) são cerca de 
20 vezes mais vigorosas do que aquelas na 
membrana timpânica porque os ossículos auditivos 
transformam eficientemente pequenas vibrações 
espalhadas por uma grande área superficial (a 
membrana timpânica) em vibrações maiores em uma 
superfície menor (a janela do vestíbulo - oval). 
5. O movimento do estribo na janela do vestíbulo (oval) 
provoca ondas de pressão no líquido da perilinfa da 
cóclea. Conforme a janela do vestíbulo (oval) é 
empurrada para dentro, ela empurra a perilinfa na 
rampa do vestíbulo. 
6. As ondas de pressão são transmitidas da rampa do 
vestíbulo para a rampa do tímpano e, 
eventualmente, para a janela da cóclea (redonda), 
fazendo com que ela se projete para fora na orelha 
média 
7. As ondas de pressão atravessam através da 
perilinfa da rampa do vestíbulo, passam então para 
a membrana vestibular e se movem para a endolinfa 
dentro do ducto coclear. 
8. As ondas de pressão na endolinfa fazem com que 
as membranas basilares vibrem, fazendo com que 
as células ciliadas do órgão espiral se movam contra 
a membrana tectória. Isso promove o dobramento 
dos estereocílios e leva em última análise à geração 
de impulsos nervosos nos neurônios de primeira 
ordem nas fibras nervosas cocleares. 
9. As ondas sonoras de várias frequências fazem com 
que determinadas regiões da lâmina basilar vibrem 
mais intensamente do que outras. Cada segmento da 
lâmina basilar está “afinado” para um tom em 
particular. Como a membrana é mais estreita e mais 
espessa na base da cóclea (próxima à janela do 
vestíbulo -oval), os sons de alta frequência (com tom 
alto) induzem vibrações máximas nessa região. Na 
direção do ápice da cóclea, a lâmina basilar é mais 
ampla e mais flexível; os sons de baixa frequência 
Fisiologia 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
(de tom baixo) causam a vibração máxima da lâmina 
basilar naquele local. A altura do som é determinada 
pela intensidade das ondas sonoras. Ondas sonoras 
de alta intensidade promovem vibrações maiores na 
lâmina basilar, promovendo maior frequência de 
impulsos nervosos que chegam ao encéfalo. Sons 
mais altos também podem estimular uma quantidade 
maior de células ciliadas. 
Transdução do som 
• As células ciliadas promovem a transdução de 
vibrações mecânicas em sinais elétricos. 
• Conforme a lâmina basilar vibra, os feixes de cílios 
no ápice das células ciliadas se dobram para frente 
e para trás e deslizam um sobre o outro. Uma 
proteína de ligação de extremidade (tip link) conecta 
a extremidade de cada estereocílio a um canal iônico 
sensível a estresse mecânico chamado de canal de 
transdução no seu estereocílio vizinho mais alto. 
• Conforme os estereocílios se dobram em direção 
aos estereocílios mais altos, as ligações de 
extremidade (tip links) disparam os canais de 
transdução, abrindo-os. Esses canais permitem que 
cátions na endolinfa, principalmente K+, entrem no 
citosol da célula ciliada. 
• Conforme os cátions entram, eles produzem um 
potencial receptor despolarizante. 
• A despolarização se espalha rapidamente ao longo 
da membrana plasmática e abre canais de Ca2+ 
dependentes de voltagem na base das células ciliadas. 
• O influxo de cálcio resultante promove a exocitose 
de vesículas sinápticas contendo um 
neurotransmissor, que provavelmente é o glutamato. 
Conforme mais neurotransmissores são liberados, a 
frequência de impulsos nervosos nos neurônios 
sensitivos de primeira ordem que formam sinapses 
com a base das células ciliadas aumenta. 
• O dobramento dos estereocílios na direção oposta 
fecha os canais de transdução, permitindo que 
ocorra hiperpolarização e reduzindo a liberação de 
neurotransmissor pelas células ciliadas. Isso diminui a 
frequência de impulsos nervosos nos neurônios 
sensitivos. 
 
 
Via auditiva 
• O dobramento dos estereocílios das células ciliadas 
do órgão espiral promove a liberação de um 
neurotransmissor (provavelmente o glutamato), que 
gera impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que 
inervam as células ciliadas. 
• Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios espirais. 
• Os impulsos nervosos passam através dos axônios 
desses neurônios, que formam a parte coclear do 
nervo vestibulococlear (VIII) 
• Esses axônios formam sinapses com neurônios nos 
núcleos cocleares no bulbo naquele mesmo lado 
• Alguns dos axônios dos núcleos cocleares passam 
por um cruzamento no bulbo e ascendem em um 
trato chamado de lemnisco lateral no lado oposto e 
terminam no colículo inferior do mesencéfalo. 
• Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no 
núcleo olivar superior em cada lado da ponte. 
• Diferenças sutis no tempo que demora para que os 
impulsos nervosos provenientes das duas orelhas 
cheguem nos núcleos olivares superiores permitem 
a localização da fonte do som. 
• Axônios dos núcleos olivares superiores também 
ascendem no lemnisco lateral em ambos os lados e 
terminam nos colículos inferiores. 
• A partir de cada colículo inferior, os impulsos 
nervosos são transmitidos para o núcleo geniculado 
medial no tálamo e, finalmente, para a área auditiva 
primária do córtex cerebral no lobo temporal do 
cérebro. 
• Como muitos axônios auditivos cruzam o bulbo, 
trocando de lado, enquanto outros permanecem no 
mesmo lado, as áreas auditivas primárias direita e 
esquerda recebem impulsos nervosos de ambas as 
orelhas. 
 
 
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e 
fisiologia. 12ª. edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2010. 
 
 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
Definição e principais causas 
• As anomalias congênitas (AC) podem ser definidas 
como todas as alterações funcionais ou estruturais 
do desenvolvimento fetal, cuja origem ocorre antes 
do nascimento. Elas possuem causas genéticas, 
ambientais ou desconhecidas. As principais causas 
das anomalias são os transtornos congênitos e 
perinatais, muitas vezes associados a agentes 
infecciosos deletérios à organogênese fetal, tais 
como os vírus da rubéola, da imunodeficiência 
humana (HIV), o vírus Zika, o citomegalovírus; oTreponema pallidum e o Toxoplasma gondii.. 
Substâncias Teratogênicas 
• Um agente teratogênico pode ser definido como 
qualquer substância, organismo, agente físico ou 
estado de deficiência que, estando presente durante 
a vida embrionária ou fetal, pode produzir uma 
alteração na estrutura ou função da descendência 
Agentes Infecciosos 
• Apesar do feto ou do embrião estar protegido pela 
placenta, alguns agentes infecciosos presentes na 
mãe podem atingi-lo. Os defeitos induzidos por micro-
organismos diferem dos induzidos por agentes 
ambientais, uma vez que nem todas as lesões 
aparecem no período da gestação, sendo que muitas 
manifestações clínicas aparecem após o 
nascimento, mesmo que congenitamente adquiridas. 
É importante conhecer a soro prevalência 
gestacional de agentes infecciosos que possam ser 
transmitidos para o feto gerando anomalias.19 
• Rubéola 
 É um doença infecto-contagiosa com sintomas leves 
e erupção generalizada, causada por um vírus da 
família Togaviridae e do gênero Rubivirus. 
 A rubéola congênita possui um efeito teratogênico, 
uma vez que o vírus infecta a placenta, atinge o 
feto, inibe a mitose e estimula apoptose, 
comprometendo assim a organogênese, sendo pior 
no primeiro trimestre gestacional. 
 A evolução da forma congênita é crônica e grave. 
 As principais manifestações são surdez, cataratas, 
glaucoma, retinopatia, cardiopatias, microcefalia, 
retardo mental, distúrbios motores, entre outros. 
• Toxoplasmose: 
 é uma doença causada pelo protozoário intracelular 
obrigatório T. gondii, e pode ser adquirida por meio 
da ingestao de oocistos liberados pelas fezes de 
felídeos, que podem estar presentes na água ou 
alimentos, ingestao de carne crua ou mal cozida, 
contendo cistos teciduais e da transmissão de 
taquizoítos por via transplacentária. 
 O parasito atravessa a barreira placentária, atinge 
o feto, gerando infecção congênita e levando ao 
desenvolvimento de complicações neurológicas, 
oculares, auditivas e morte intraútero 
• Citomegalovírus (CMV) 
 Também conhecido como HHV-5 
 É um herpesvírus humano (HHV) e pertencente à 
família Herpesviridae. 
 A infecção congênita pode ocorrer por transmissão 
vertical durante a gestação (via transplacentária), no 
momento do parto ou no período pós-natal (via leite 
materno) 
 O CMV pode infectar o feto tanto durante a 
infecção primária materna, quanto durante a 
reativação da infecção materna presente antes da 
concepção. 
 Manifestações: retardo do crescimento intra-
uterino, prematuridade, icterícia colestática, hepato-
esplenomegalia, púrpura, plaquetopenia, pneumonite 
intersticial e manifestações neurológicas como 
microcefalia, calcificações intracranianas, crises 
Agentes infecciosos relacionados a 
anomalias congênitas 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
convulsivas no período neonatal, coriorretinite e 
deficiência de acuidade visual e auditiva. A surdez 
neuro-sensorial é a sequela mais frequente, 
atingindo 57% dos lactentes infectados. 
• Sífilis: 
 É uma infecção sexualmente transmissível causada 
pela bactéria T. pallidum. 
 Durante a gestação, leva a sérias implicações para 
a mulher e seu concepto, podendo causar o 
abortamento, a morte intra-uterina, o óbito neonatal 
ou deixar sequelas graves nos recém-nascidos. 
 A transmissão congênita faz-se da gestante 
infectada para o concepto, por via transplacentária, 
em qualquer momento da gestação.23 Segundo o 
Ministério da Saúde (2006)24, além da 
prematuridade e do baixo peso ao nascimento, as 
principais características dessa síndrome congênita 
são hepatomegalia com ou sem esplenomegalia, 
lesões cutâneas (como por exemplo, pênfigo palmo-
plantar, condiloma plano), periostite ou osteíte ou 
osteocondrite (com alterações características ao 
estudo radiológico), pseudoparalisia dos membros, 
sofrimento respiratório com ou sem pneumonia, 
rinite sero-sanguinolenta, icterícia, anemia e 
linfadenopatia generalizada (principalmente 
epitroclear). Outras características clínicas incluem 
petéquias, púrpura, fissura peribucal, síndrome 
nefrótica, hidropsia, edema, convulsão e meningite 
• Vírus Zika: 
 AC que ocorre devido a uma lesão neuronal que 
interfere no desenvolvimento cerebral, havendo 
redução do perímetro cefálico. 
 Poucos estudos comprovaram que a infecção pelo 
vírus Zika durante a gravidez está associada à 
microcefalia, porém grande parte destes sugeriram 
esse elo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referencia: 
MENDES, Isadora Cristina; JESUINO, Rosália Santos Amorim; 
PINHEIRO, Denise da Silva; REBELO, Ana Cristina Silva. 
Anomalias congênitas e suas principais causas evitáveis: uma 
revisão. Revista médica de Minas Gerais. V.28, e. 1977. Jun. 
2018. 
Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre 
• No Brasil, o aborto provocado é crime, com penas 
previstas de 1 a 3 anos de detenção para a 
gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico 
ou qualquer outra pessoa que realize em outra 
pessoa o procedimento de retirada do feto. 
O aborto no Brasil somente não é qualificado como crime em 
três situações: 
 Quando a gravidez representa risco de vida para a 
gestante. 
 Quando a gravidez é o resultado de um estupro. 
 Quando o feto for anencefálico, ou seja, não possuir 
cérebro. Esse último item foi julgado pelo STF em 
2012 e declarado como parto antecipado com fins 
terapêuticos. 
• As gestantes que se enquadrarem em uma dessas 
três situações tem respaldo do governo para obter 
gratuitamente o aborto legal através do SUS 
Implicações do aborto clandestino e/ou inseguro 
• O aborto realizado de maneira insegura, em 
contextos de ilegalidade, tal qual a situação brasileira, 
resulta em sérias consequências para a sociedade, 
pois compromete a saúde da mulher, com elevada 
morbimortalidade. Além disso, sobrecarrega o 
sistema de saúde, implica em custos, diminui a 
produtividade, traz inúmeras repercussões 
familiares e estigmatiza a mulher 
• O aborto é uma das principais causas de morte 
materna no mundo, e sua maior incidência acontece 
em países em desenvolvimento. Estima-se que no 
Brasil ocorram mais de um milhão de abortamentos 
ao ano. Vulnerabilidades, desigualdades de gênero e 
de acesso à educação, além das múltiplas dimensões 
da pobreza, como o déficit de recursos econômicos 
e a dificuldade de acesso à informação e direitos 
humanos fazem com que o aborto clandestino e/ou 
inseguro atinja, especialmente, as mulheres pobres 
e marginalizadas (BRASIL,2010). Nesta perspectiva, 
a prevenção da mortalidade materna por aborto 
depende da existência de serviços de saúde 
estruturados nos vários níveis de assistência, para 
garantir atendimento às mulheres. 
• Conforme Diniz e Medeiros (2010), os níveis de 
hospitalização pós-aborto no Brasil são elevados. Em 
média, 50% das mulheres que realizaram aborto e 
recorreram ao sistema de saúde foram internadas 
devido a complicações. Parte significativa dessas 
internações poderia ter sido evitada se o aborto não 
fosse tratado como atividade clandestina e o acesso 
aos medicamentos seguros fosse garantido. 
• O aborto pode implicar em sequelas à saúde física, 
• mental e reprodutiva da mulher. Dentre 
complicações físicas imediatas estão as 
hemorragias, infecções, perfurações de órgãos e 
infertilidade, que se somam aos transtornos 
subjetivos, ao se vivenciar o ônus de uma escolha 
inegavelmente difícil em um contexto de 
culpabilização e penalização do aborto 
 
 
 
 
 
 
Referência 
ANJOS, Karla Ferraz dos et al.. Aborto e saúde pública no 
Brasil: reflexões sob a perspectiva dos direitos humanos. 
Saúde debate, Rio de Janeiro , v. 37, n. 98, p. 504-515, 
Sept. 2013 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S
0103-11042013000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 
26 Mar. 2021. https://doi.org/10.1590/S0103-
11042013000300014. 
Aborto no Brasil

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