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APG 09 - Será que ele vai conseguir me ouvir

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1 
 
 @jumorbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar a anatomofisiologia da audição e a 
histologia das células envolvidas na audição; 
2- Citar os microrganismos que afetam o 
desenvolvimento embrionário; 
Audição 
↠ A orelha é um órgão sensorial especializado em duas 
funções distintas: audição e equilíbrio (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
↠ A audição é a capacidade de perceber os sons. A 
orelha é uma maravilha da engenharia porque seus 
receptores sensitivos permitem a transdução de 
vibrações sonoras com amplitudes tão pequenas quanto 
o diâmetro de um átomo de ouro (0,3 nm) em sinais 
elétricos mil vezes mais rapidamente do que os 
fotorreceptores podem responder à luz (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ A orelha também possui receptores para o equilíbrio, 
o sentido que ajuda você a manter seu equilíbrio e se 
orientar no espaço (TORTORA, 14ª ed.). 
Anatomia da orelha 
↠ Os órgãos da audição e equilíbrio são divididos em três 
partes: orelha externa, orelha média e orelha interna. As 
orelhas externa e média estão envolvidas somente na 
audição, enquanto a interna tem as funções de audição e 
equilíbrio (SEELY, 10ª ed.). 
 
↠ A orelha é dividida em três regiões principais: 
(TORTORA, 14ª ed.). 
• a orelha externa, que coleta as ondas sonoras e 
as direciona para dentro; 
• a orelha média, que conduz as vibrações sonoras 
para a janela do vestíbulo (oval); 
• a orelha interna, que armazena os receptores 
para a audição e para o equilíbrio. 
ORELHA EXTERNA 
↠ A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão 
auricular, aurícula ou pina), pelo meato acústico externo e 
pela membrana timpânica (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A orelha é uma aba de cartilagem elástica com 
formato semelhante à extremidade de uma corneta e 
recoberta por pele. A sua margem é a hélice; a parte 
inferior é o lóbulo. Ligamentos e músculos ligam a orelha 
à cabeça (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O meato acústico externo é um tubo curvado com 
cerca de 2,5 cm de comprimento que se encontra no 
temporal e leva à membrana timpânica (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ A forma do pavilhão nos torna mais sensíveis aos sons 
que chegam de frente do que de trás (BEAR et. al., 4ª 
ed.). 
↠ Próximo a sua abertura externa, o meato acústico 
externo contém alguns pelos e glândulas sudoríferas 
especializadas chamadas de glândulas ceruminosas, que 
secretam cera de ouvido ou cerume. A combinação 
entre pelos e cerume ajuda a evitar a entrada de poeira 
e de objetos estranhos na orelha. O cerume também 
evita danos à pele delicada do meato acústico externo 
que podem ser causados pela água e por insetos. O 
cerume em geral desidrata e desprende-se do meato 
acústico (TORTORA, 14ª ed.). 
Entretanto, algumas pessoas produzem muito cerume, que pode se 
tornar compactado e amortecer os sons. O tratamento do cerume 
impactado é a irrigação periódica da orelha ou a remoção da cera 
com um instrumento rombo pelo otorrinolaringologista (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ A membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina 
e semitransparente entre o meato acústico externo e a 
orelha média. A membrana timpânica é coberta por 
epiderme e revestida por um epitélio cúbico simples. 
Entre as camadas epiteliais encontra-se tecido conjuntivo 
composto por colágeno, fibras elásticas e fibroblastos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As ondas sonoras provocam a vibração do tímpano. 
Esta membrana timpânica transfere a energia sonora para 
os minúsculos ossículos da orelha média, fazendo-os 
vibrar (MARIEB, 3ª ed.). 
APG 09 -SERÁ QUE ELE VAI CONSEGUIR ME OUVIR? 
2 
 
 @jumorbeck 
 
O rompimento da membrana timpânica é chamado de perfuração do 
tímpano. Ele pode ser causado pela pressão de um cotonete, por 
traumatismo ou por uma infecção na orelha média e em geral se cura 
em 1 mês (TORTORA, 14ª ed.). 
A membrana timpânica pode ser avaliada diretamente pelo uso de um 
otoscópio, um instrumento que ilumina e amplia o meato acústico 
externo e a membrana timpânica (TORTORA, 14ª ed.). 
ORELHA MÉDIA 
↠ A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar 
e revestida por epitélio, situada na parte petrosa do 
temporal. Ela é separada da orelha externa pela 
membrana timpânica e da orelha interna por uma divisão 
óssea fina que contém duas pequenas aberturas: a janela 
do vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda) 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
A cavidade do ouvido médio é revestida por epitélio simples 
pavimentoso, cuja lâmina própria adere ao periósteo do osso. Próximo 
ao orifício da tuba auditiva, o epitélio torna-se prismático ciliado, e à 
medida que se aproxima da faringe, há uma transição gradual para 
epitélio pseudoestratificado ciliado (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Estendendo-se através da orelha média e ligada a ela 
através de ligamentos encontram-se os três menores 
ossos do corpo, os ossículos da audição, que são 
conectados por articulações sinoviais (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os ossos, nomeados por causa de seus formatos, são 
o martelo, a bigorna e o estribo. O “cabo” do martelo se 
liga à face interna da membrana timpânica. A “cabeça” do 
martelo é articulada ao corpo da bigorna. A bigorna, o 
osso do meio na série, se articula com a cabeça do 
estribo. A base do estribo se encaixa na janela do 
vestíbulo (oval). Diretamente abaixo dessa janela encontra-
se outra abertura, a janela da cóclea (redonda), que é 
encapsulada por uma membrana chamada de membrana 
timpânica secundária (TORTORA, 14ª ed.). 
 
AMPLIFICAÇÃO DA FORÇA DO SOM PELOS OSSÍCULOS 
O fluido no ouvido interno resiste muito mais ao movimento do que o 
ar (i.e., o fluido tem maior inércia), de modo que é necessária uma 
pressão maior para vibrar o fluido do que vibrar o ar. Os ossículos 
fornecem essa indispensável amplificação da pressão (BEAR et. al., 4ª 
ed.). 
A pressão sobre uma membrana é definida como a força que lhe é 
imposta dividida pela sua área de superfície. A pressão na janela oval 
torna-se maior do que a pressão na membrana timpânica se (1) a força 
sobre a membrana da janela oval for maior do que sobre a membrana 
timpânica ou se (2) a área de superfície da janela oval for menor do 
que a área da membrana timpânica (BEAR et. al., 4ª ed.). 
O ouvido médio utiliza ambos os mecanismos. Ele aumenta a pressão 
na janela oval pela alteração tanto da força como da área da superfície. 
A força na janela oval é maior porque os ossículos atuam como 
alavancas (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
Esses fatores combinados tornam a pressão sobre a janela oval cerca 
de 20 vezes maior do que sobre a membrana timpânica, e esse 
aumento é suficiente para mover o fluido no ouvido interno (BEAR et. 
al., 4ª ed.). 
↠ Além dos ligamentos, dois pequenos músculos 
esqueléticos também se ligam aos ossículos. O músculo 
tensor do tímpano, que é inervado pelo ramo mandibular 
do nervo trigêmeo (V), limita o movimento e aumenta a 
tensão da membrana timpânica, evitando danos à orelha 
interna por causa de barulhos muito altos. O músculo 
estapédio, que é inervado pelo nervo facial (NC VII) é o 
menor músculo esquelético do corpo humano. Ao evitar 
grandes vibrações no estribo decorrentes de sons altos, 
ele protege a janela do vestíbulo (oval), mas também 
diminui a sensibilidade auditiva (TORTORA, 14ª ed.). 
Por esse motivo, a paralisia do músculo estapédio está associada à 
hiperacusia, que é uma audição anormalmente sensível (TORTORA, 
14ª ed.). 
3 
 
 @jumorbeck 
 
O músculo tensor do tímpano está ancorado por uma extremidade 
ao osso da cavidade do ouvido médio e, pela outra extremidade, está 
ligado ao martelo. O músculo estapédio também se estende desde o 
ponto de sua fixação no osso até onde se liga ao estribo. Quando 
esses músculos se contraem, a cadeia de ossículos torna-se muito 
mais rígida e a condução do som ao ouvido interno fica muito 
diminuída. O início de um som barulhento dispara uma resposta neural 
que faz esses músculos se contraírem, uma resposta chamada de 
reflexo de atenuação. A atenuação do som é muito maiorpara 
frequências baixas do que para frequências altas (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Como demora uma fração de segundo para que os músculos tensor 
do tímpano e estapédio se contraiam, eles podem proteger a orelha 
interna de sons altos prolongados, mas não de sons curtos, como o 
de um tiro (TORTORA, 14ª ed.). 
Considera-se que o reflexo de atenuação também está ativado 
quando falamos, de modo que não ouvimos a nossa própria voz tão 
alta quanto ouviríamos sem esse reflexo (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
↠ A parede anterior da orelha média contém uma 
abertura que leva diretamente para a tuba auditiva, 
conhecida também pelo epônimo trompa de Eustáquio. A 
tuba auditiva, contendo osso e cartilagem elástica, conecta 
a orelha média com a parte nasal da faringe ou 
nasofaringe (porção superior da garganta). Ela 
normalmente encontra-se fechada em sua extremidade 
medial (faríngea) (TORTORA, 14ª ed.). 
Quando você está em um avião ascendendo ou em um carro 
seguindo para o alto de uma montanha, a pressão do ar ambiente 
diminui. Contudo, enquanto a válvula na tuba de Eustáquio estiver 
fechada, o ar no ouvido médio permanece na pressão do ar antes de 
você começar a subir. Pelo fato de a pressão no interior do ouvido 
médio estar mais alta do que a pressão do ar no exterior, a membrana 
timpânica protrai, e você sente uma pressão desagradável ou dor 
ouvido. Bocejo ou deglutição abrem a tuba de Eustáquio e podem 
igualar a pressão do ar do ouvido médio à pressão do ar do ambiente, 
aliviando, assim, a dor. O oposto pode acontecer à medida que você 
estiver descendo. A pressão do ar exterior será, então, mais alta do 
que a pressão interna do ouvido médio e a abertura da tuba de 
Eustáquio poderá, novamente, aliviar o desconforto que você pode 
sentir (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Durante a deglutição e ao bocejar, ela se abre, permitindo que o ar 
entre ou saia da orelha média até que a pressão nela seja igual à 
pressão atmosférica. A maioria das pessoas já experimentou a 
sensação de estalo na orelha quando as pressões se igualam. Quando 
as pressões estão balanceadas, a membrana timpânica vibra 
livremente conforme as ondas sonoras chegam nela. Se a pressão 
não estiver equilibrada, podem ocorrer dor intensa, prejuízo auditivo, 
zumbido nas orelhas e vertigem (TORTORA, 14ª ed.). 
A tuba auditiva também é uma rota para patógenos que saem do 
nariz e da garganta para a orelha média, causando o tipo mais comum 
de infecção auditiva (TORTORA, 14ª ed.). 
ORELHA INTERNA 
↠ A orelha interna também é chamada de labirinto por 
causa de sua série complicada de canais. Estruturalmente, 
ela é formada por duas divisões principais: um labirinto 
ósseo externo que encapsula um labirinto membranáceo 
interno. É como se fossem balões longos colocados 
dentro de um tubo rígido (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O labirinto ósseo é formado por uma série de 
cavidades na parte petrosa do temporal divididas em três 
áreas: (TORTORA, 14ª ed.). 
• os canais semicirculares; 
• o vestíbulo; 
• a cóclea. 
↠ O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém 
a perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante 
ao líquido cerebrospinal, reveste o labirinto 
membranáceo, uma série de sacos e tubos epiteliais 
dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato 
geral do labirinto ósseo, abrigando os receptores para a 
audição e o equilíbrio (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa. 
O nível de íons potássio (K+) na endolinfa é incomumente 
alto para um líquido extracelular e os íons potássio 
desempenham um papel na geração dos sinais auditivos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
O interior do labirinto membranoso é preenchido por um líquido, a 
endolinfa, de composição e origem diferentes da perilinfa. Ele é 
formado principalmente por epitélio de revestimento simples 
pavimentoso, circundado por uma delgada camada de tecido 
conjuntivo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Apesar de localizado profundamente dentro do osso, o epitélio do 
labirinto membranoso tem origem ectodérmica, pois deriva de uma 
invaginação ectodérmica da parede lateral do esboço cefálico do 
embrião. Esta invaginação se transforma gradualmente em uma 
vesícula, a vesícula ótica, que perde contato com o ectoderma, 
4 
 
 @jumorbeck 
 
alongando-se no esboço do futuro osso temporal. A vesícula única 
inicial prolifera e cresce irregularmente, originando os vários 
compartimentos do labirinto membranoso no adulto (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
O epitélio das suas paredes, em certas regiões, estabelece contato 
com os nervos vestibular e coclear, espessando-se e diferenciando-se 
em importantes estruturas dotadas de receptores sensoriais, que são 
as máculas, as cristas e o órgão espiral de Corti. (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. O 
labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por dois 
sacos chamados de utrículo e sáculo, que são conectados 
por um pequeno ducto (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Projetando-se superior e posteriormente ao vestíbulo 
encontram-se três canais semicirculares ósseos, cada um 
deles localizado em ângulos aproximadamente retos um 
em relação aos outros dois. Com base em suas posições, 
eles são nomeados como canais semicirculares anterior, 
posterior e lateral. Os canais semicirculares anterior e 
posterior são orientados verticalmente; o canal lateral é 
orientado horizontalmente (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Em uma extremidade de cada canal encontra-se um 
alargamento redondo chamado de ampola. As partes do 
labirinto membranáceo que se encontram dentro dos 
canais semicirculares ósseos são chamados de ductos 
semicirculares. Essas estruturas se conectam ao utrículo 
do vestíbulo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O nervo vestibular, parte do nervo vestibulococlear 
(VIII) consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. Esses 
nervos contêm neurônios sensitivos de primeira ordem e 
neurônios motores que formam sinapses com os 
receptores de equilíbrio. Os neurônios sensitivos de 
primeira ordem carregam a informação sensorial 
proveniente dos receptores e os neurônios motores 
carregam sinais de retroalimentação para os receptores, 
aparentemente para modificar sua sensibilidade. Os 
corpos celulares dos neurônios sensitivos encontram-se 
localizados nos gânglios vestibulares (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Anteriormente ao vestíbulo encontra-se a cóclea, um 
canal espiral ósseo que lembra a casca de um caracol e 
realiza quase três voltas ao redor de um núcleo ósseo 
central chamado de modíolo (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Cortes histológicos através da cóclea revelam que ela 
é dividida em três canais: o ducto coclear, a rampa do 
vestíbulo e a rampa do tímpano (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ O ducto coclear é uma continuação do labirinto 
membranáceo em direção à cóclea; ele é preenchido por 
endolinfa. O canal acima do ducto coclear é a rampa do 
vestíbulo, que termina na janela do vestíbulo (oval). O canal 
abaixo é a rampa do tímpano, que termina na janela da 
cóclea (redonda). Tanto a rampa do vestíbulo quanto a 
rampa do tímpano são partes do labirinto ósseo da cóclea; 
portanto, essas câmaras são preenchidas por perilinfa. A 
rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano são separadas 
completamente pelo ducto coclear, exceto por uma 
abertura no ápice da cóclea, o helicotrema (TORTORA, 
14ª ed.). 
A cóclea (do latim para “caracol”) tem uma forma em espiral que 
lembra uma concha de caracol (BEAR et. al., 4ª ed.). 
A cóclea humana enrolada é aproximadamente do tamanho de uma 
ervilha (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Na base da cóclea, existem dois orifícios cobertos por membrana: a 
janela oval, a qual vimos que está abaixo da platina do estribo, e a 
janela redonda (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ A cóclea é adjacente à parede do vestíbulo, na qual a 
rampa do vestíbulo se abre. A perilinfa no vestíbulo é 
contínua com aquela da rampa do vestíbulo (TORTORA, 
14ª ed.). 
 
5 
 
 @jumorbeck 
 
 
↠ A membrana (parede)vestibular separa o ducto 
coclear da rampa do vestíbulo e a lâmina basilar separa o 
ducto coclear da rampa do tímpano. Localizada sobre a 
lâmina basilar encontra-se o órgão espiral ou órgão de 
Corti (TORTORA, 14ª ed.). 
 
A membrana vestibular é formada por epitélio pavimentoso simples 
apoiado sobre delgada camada de tecido conjuntivo. A estria vascular 
é constituída por epitélio estratificado, formado por dois tipos principais 
de células. Um deles é constituído por células ricas em mitocôndrias, 
com a membrana da região basal muito pregueada, tendo, portanto, 
todas as características de uma célula que transporta água e íons. O 
epitélio da estria vascular é um dos poucos exemplos de epitélio que 
contém vasos sanguíneos entre as suas células. Tais características 
sugerem que nessa região ocorra a secreção da endolinfa 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ O órgão espiral é uma lâmina espiral de células 
epiteliais, incluindo células epiteliais de sustentação e cerca 
de 16.000 células ciliadas, que são os receptores da 
audição. Existem dois grupos de células ciliadas: as células 
ciliadas internas estão organizadas em uma única fileira, 
enquanto as células ciliadas externas estão organizadas 
em três fileiras (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Na porção apical de cada célula ciliada encontram-se 
entre 40 e 80 estereocílios, que se estendem para a 
endolinfa do ducto coclear. Apesar de seu nome, os 
estereocílios são microvilosidades longas e semelhantes a 
pelos organizadas em várias fileiras de comprimento 
graduado (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Em suas extremidades basais, as células ciliadas 
formam sinapses com os neurônios sensitivos de primeira 
ordem e com os neurônios motores da parte coclear do 
nervo vestibulococlear (VIII). Os corpos celulares dos 
neurônios sensitivos estão localizados no gânglio espiral. 
Embora as células ciliadas externas superem em 
quantidade as células ciliadas internas em uma proporção 
de três para um, as células ciliadas internas formam 
sinapses com 90 a 95% dos neurônios sensitivos de 
primeira ordem no nervo coclear, que transmite a 
informação auditiva para o encéfalo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Em comparação, 90% dos neurônios motores no 
nervo coclear formam sinapses com as células ciliadas 
externas. A membrana tectória é uma membrana 
gelatinosa flexível que cobre as células ciliadas do órgão 
espiral. Na realidade, as extremidades dos estereocílios das 
células ciliadas estão em contato com a membrana 
tectória enquanto os corpos das células ciliadas se 
encontram sobre a lâmina basilar (TORTORA, 14ª ed.). 
NATUREZA DAS ONDAS SONORAS 
A luz pode ser transmitida pelo vácuo (por exemplo, es· paço 
externo), mas o som depende de um meio elástico para sua 
transmissão. O som é uma oscilação de pressão - alternância entre 
áreas de alta e baixa pressão - produ·zida pela vibração de um objeto, 
a qual é propagada por moléculas do meio (MARIEB, 3ª ed.). 
A audição é a nossa percepção da energia das ondas sonoras, que 
são ondas de pressão com picos de ar comprimido alternados com 
vales, onde as moléculas do ar estão mais afastadas (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
A questão clássica sobre a audição é “Se uma árvore cai na floresta 
sem ninguém para ouvir, ela emite som?” A resposta fisiológica é não, 
pois som, assim como dor, é uma percepção que resulta do 
processamento do cérebro de uma informação sensorial. A queda da 
árvore emite ondas sonoras, mas não existe som a menos que alguém 
ou alguma coisa esteja presente para processar e perceber a energia 
da onda como um som (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
O som é a interpretação do cérebro da frequência, amplitude e 
duração das ondas sonoras que chegam até as nossas orelhas. Nosso 
cérebro traduz a frequência das ondas sonoras (o número de picos 
6 
 
 @jumorbeck 
 
das ondas que passam em um determinado ponto a cada segundo) 
no tom de um som (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
As ondas de baixa frequência são percebidas como sons baixos ou 
graves, como o estrondo de um trovão distante. As ondas de alta 
frequência criam sons altos ou agudos, como o som de uma unha 
arranhando um quadro negro (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
A frequência do som é o número de trechos de ar comprimidos ou 
rarefeitos que passam pelos nossos ouvidos a cada segundo (BEAR et. 
al., 4ª ed.). 
 
As frequências da audição humana vão de 20 a 20.000 ondas por 
segundo ou hertz. Nossas orelhas são mais sensíveis a frequências 
entre 1.500 e 4.000 Hz, e nesta faixa podemos distinguir frequências 
que se diferem em apenas 2· 3 Hz (MARIEB, 3ª ed.). 
Quanto maior for a intensidade (tamanho ou amplitude) da vibração, 
mais alto será o som. A intensidade do som é medida em unidades 
chamadas de decibéis (dB). O aumento em um decibel representa um 
aumento de 10 vezes na intensidade sonora. O limiar auditivo – o ponto 
a partir do qual um adulto jovem mediano pode distinguir entre som 
e silêncio – é definido como 0 dB a 1.000 Hz. (TORTORA, 14ª ed.). 
 
 
A intensidade, ou amplitude, é a diferença de pressão entre os trechos 
de ar rarefeitos e comprimidos (BEAR et. al., 4ª ed.). 
A exposição à música alta, ao barulho da turbina de aviões, a 
motocicletas acelerando, a cortadores de grama e a aspiradores de pó 
danifica as células ciliadas da cóclea. Como a exposição prolongada ao 
barulho causa perda auditiva, os empregadores nos EUA devem exigir 
que os trabalhadores utilizem protetores auditivos quando os níveis de 
ruído ocupacional excedem 90 dB. Shows de rock e até mesmo fones 
de ouvido podem facilmente produzir sons acima de 110 dB. A 
exposição contínua a sons de alta intensidade é uma causa de surdez, 
a perda auditiva significativa ou total (TORTORA, 14ª ed.). 
Fisiologia da audição 
A audição é um sentido complexo que envolve várias transduções. A 
energia das ondas sonoras no ar se torna vibrações mecânicas e, 
depois, ondas no líquido da cóclea. As ondas do líquido abrem canais 
iônicos nas células pilosas (ciliadas), os receptores da audição. O fluxo 
de íons para dentro das células gera um sinal elétrico que libera um 
neurotransmissor (sinal químico), que, por sua vez, dispara potenciais 
de ação nos neurônios auditivos primários (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
• As ondas sonoras que chegam à orelha externa 
são direcionadas para dentro do meato acústico 
externo e atingem a membrana timpânica, onde 
provocam vibrações na membrana (primeira 
transdução) (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
• As vibrações da membrana timpânica são 
transferidas ao martelo, à bigorna e ao estribo, 
nesta ordem. A disposição dos três ossos da 
orelha média conectados cria uma “alavanca” que 
multiplica a força da vibração (amplificação), de 
modo que muito pouca energia sonora é 
perdida devido ao atrito (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
• Se um som é muito alto, podendo causar danos 
à orelha interna, os pequenos músculos da 
orelha média puxam os ossos para reduzir seus 
movimentos, diminuindo, assim, a transmissão 
sonora em algum grau. Quando o estribo vibra, 
ele empurra e puxa a fina membrana da janela 
oval à qual está conectado (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
• As vibrações da janela oval geram ondas nos 
canais cheios de líquido da cóclea (segunda 
7 
 
 @jumorbeck 
 
transdução). À medida que as ondas se movem 
pela cóclea, elas empurram as membranas 
flexíveis do ducto coclear, curvando as células 
ciliadas sensoriais, que estão dentro do ducto. A 
energia da onda se dissipa de volta para o ar da 
orelha média na janela redonda (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
• O movimento do ducto coclear abre ou fecha 
canais iônicos na membrana das células ciliadas, 
gerando sinais elétricos (terceira transdução). 
Esses sinais elétricos alteram a liberação do 
neurotransmissor (quarta transdução) 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
• A ligação do neuro transmissor aos neurônios 
sensoriais auditivos inicia potenciais de ação 
(quinta transdução), que transmitem a 
informação codificada sobre o som pelo ramo 
cocleardo nervo vestibulococlear (nervo 
craniano VIII) até o encéfalo (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
OS SONS SÃO PROCESSADOS PRIMEIRO NA CÓCLEA 
↠ O sistema auditivo processa as ondas sonoras, de 
modo que elas possam ser discriminadas quanto à 
localização, tom e altura (amplitude). A localização do som 
é um processo complexo que requer entrada sensorial 
de ambas as orelhas associada a uma computação 
sofisticada feita pelo encéfalo. Todavia, o processamento 
inicial do tom e da amplitude ocorre na cóclea de cada 
orelha (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ A codificação para o tom do som é primariamente 
uma função da membrana basilar. Próximo de onde se 
fixa, entre a janela oval e a janela redonda, essa 
membrana é rígida e estreita, mas se torna alargada e 
flexível à medida que se aproxima de sua extremidade 
distal (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Ondas de alta frequência, quando entram na rampa 
vestibular, criam um deslocamento máximo da porção da 
membrana basilar próxima à janela oval e, 
consequentemente, não são transmitidas muito longe ao 
longo da cóclea. As ondas de baixa frequência percorrem 
toda a membrana basilar e geram seu deslocamento 
máximo próximo à extremidade distal flexível 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
 
 
Além de seu papel na detecção dos sons, a cóclea possui uma 
capacidade surpreendente de produzir sons. Esses sons em geral 
inaudíveis, chamados de emissões otoacústicas, podem ser captados 
pela colocação de um microfone sensível próximo à membrana 
timpânica. Elas são causadas por vibrações nas células ciliadas externas 
que ocorrem em resposta a ondas sonoras e a sinais provenientes 
8 
 
 @jumorbeck 
 
dos neurônios motores. Conforme despolarizam e se repolarizam, as 
células ciliadas externas encurtam e se estendem rapidamente. Esse 
comportamento vibratório parece modificar a rigidez da membrana 
tectória e acredita-se que ele aumente o movimento da lâmina basilar, 
amplificando as respostas das células ciliadas internas. Ao mesmo 
tempo, as vibrações das células ciliadas externas promovem uma onda 
que retorna em direção ao estribo e deixa a orelha na forma de 
emissão otoacústica. A detecção desses sons produzidos pela orelha 
interna é um modo rápido, barato e não invasivo de examinar recém-
nascidos para a detecção de problemas de audição. Em bebês surdos, 
as emissões otoacústicas não são produzidas ou são de amplitude 
muito reduzida (TORTORA, 14ª ed.). 
O ÓRGÃO DE CORTI E AS ESTRUTURAS ASSOCIADAS 
↠ As células receptoras auditivas, as quais convertem a 
energia mecânica em uma alteração na polarização da 
membrana, estão localizadas no órgão de Corti (assim 
denominado devido ao nome do anatomista italiano que 
primeiro o identificou). O órgão de Corti é constituí do 
por células ciliadas, pelos pilares de Corti e por várias 
células de sustentação (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ Os receptores auditivos são chamados de células 
ciliadas, uma vez que cada uma possui aproximadamente 
de 10 a 300 estereocílios (microvilosidades rígidas que 
lembram cílios) que se projetam de sua porção apical 
(BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ O evento crítico na transdução do som em um sinal 
neural é a inclinação dos estereocílios (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ Quando as células pilosas se movem em resposta às 
ondas sonoras, seus estereocílios se curvam, primeiro em 
uma direção, depois na outra. Os estereocílios estão 
ligados uns aos outros por pontes proteicas, chamadas de 
filamentos de ligação. Os filamentos de ligação atuam 
como pequenas molas conectadas a comportas (portões) 
que abrem e fecham canais iônicos na membrana dos 
estereocílios (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
A extremidade de cada estereocílio possui um tipo de canal especial, 
cuja abertura e fechamento é determinado pela inclinação dos 
estereocílios. Quando esses canais de transdução mecanossensíveis 
estão abertos, ocorre um influxo de corrente iônica, o que gera o 
potencial receptor da célula ciliada. Apesar de consideráveis esforços 
na pesquisa sobre esses canais, a sua identidade molecular ainda é 
incerta. Uma razão pela qual tem sido difícil a identificação dos canais 
é que existem muito poucos destes; na ponta de cada estereocílio há 
apenas um ou dois desses canais e em toda a célula ciliada pode haver 
apenas 100 (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ Quando as células pilosas e seus estreocílios estão na 
posição de repouso, cerca de 10% dos canais iônicos 
estão abertos, e existe uma baixa liberação tônica do 
neurotransmissor no neurônio sensorial primário 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
↠ Quando as ondas provocam uma deflexão na 
membrana tectória, de modo que os cílios se curvam em 
direção aos membros mais altos do feixe, os filamentos 
de ligação abrem um número maior de canais iônicos, e 
entram cátions (K+ e Ca2+) na célula, que, então, 
despolariza (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
↠ Os canais de Ca2+ dependentes de voltagem se 
abrem, a liberação de neurotransmissor aumenta, e os 
neurônios sensoriais aumentam sua frequência de disparo. 
Quando a membrana tectória empurra os estereocílios 
para longe dos membros mais altos, a tensão nas molas 
elásticas relaxa, e todos os canais iônicos se fecham. O 
influxo de cátions diminui, a membrana hiperpolariza, e 
menos neurotransmissor é liberado, reduzindo os 
potenciais de ação no neurônio sensorial (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
Um filamento inflexível, chamado de ligamento apical, conecta cada 
canal à parte superior da parede do estereocílio adjacente. Quando os 
estereocílios estão aprumados, a tensão sobre o ligamento apical 
mantém, por um tempo, o canal em um estado aberto, permitindo 
um pequeno escoamento de K+ da endolinfa para dentro da célula 
ciliada (BEAR et. al., 4ª ed.). 
A inclinação dos estereocílios em um sentido aumenta a tensão sobre 
os ligamentos apicais, aumentando a corrente de influxo de K+. A 
inclinação no sentido oposto alivia a tensão sobre os ligamentos apicais, 
permitindo, desse modo, que o canal permaneça mais tempo fechado, 
reduzindo o influxo de K+. A entrada de K+ na célula ciliada causa uma 
despolarização, que, por sua vez, ativa os canais de cálcio dependentes 
de voltagem (BEAR et. al., 4ª ed.). 
A entrada de Ca+2 dispara a liberação do neurotransmissor glutamato, 
o qual ativa os axônios do gânglio espiral que estão em contato pós-
sináptico com as células ciliadas (BEAR et. al., 4ª ed.). 
9 
 
 @jumorbeck 
 
 
 
O fato interessante é que a abertura dos canais de K+ produz uma 
despolarização na célula ciliada, ao passo que a abertura dos canais de 
K+ hiperpolariza a maioria dos neurônios. A razão para as células ciliadas 
responderem diferentemente dos neurônios está na concentração 
excepcionalmente alta de K+ na endolinfa, a qual produz um potencial 
de equilíbrio de K+ de 0 mV, comparado com o potencial de equilíbrio 
de – 80 mV dos neurônios típicos (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ O padrão de vibração das ondas que chegam à orelha 
in terna é, então, convertido em um padrão de potenciais 
de ação que vão para o SNC (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
IMPORTANTE 
Um fato curioso é que existe uma enorme diferença entre o número 
de axônios do nervo coclear que fazem sinapse com as células ciliadas 
internas e externas. Estima-se que o número de neurônios no gânglio 
espiral seja da ordem de 35.000 a 50.000. Apesar de as células ciliadas 
externas superarem em número as células ciliadas internas na 
proporção de 3 para 1, mais de 95% dos neurônios do gânglio espiral 
comunicam-se com um número relativamente pequeno de células 
ciliadas internas, e menos de 5% recebem aferência sináptica das 
células ciliadas externas mais numerosas (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Consequentemente, um axônio do gânglio espiral recebe aferência de 
somente uma célula ciliada interna, ao passo que cada célula ciliada 
supre aproximadamente 10 axônios do gânglio espiral. Com as células 
ciliadas externas a situação é inversa. Pelo fato de elas excede rem 
em número aos neurôniosdo gânglio espiral, um axônio ganglionar 
espiral estabelece sinapses com várias células ciliadas externas (BEAR 
et. al., 4ª ed.). 
 
Via auditiva 
↠ O dobramento dos estereocílios das células ciliadas do 
órgão espiral promove a liberação de um 
neurotransmissor (provavelmente o glutamato), que gera 
impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que inervam 
as células ciliadas (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios espirais. Os impulsos nervosos 
passam através dos axônios desses neurônios, que 
formam a parte coclear do nervo vestibulococlear (VIII). 
Esses axônios formam sinapses com neurônios nos 
núcleos cocleares no bulbo naquele mesmo lado 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Alguns dos axônios dos núcleos cocleares passam por 
um cruzamento no bulbo e ascendem em um trato 
chamado de lemnisco lateral no lado oposto e terminam 
no colículo inferior do mesencéfalo (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no 
núcleo olivar superior em cada lado da ponte. Diferenças 
sutis no tempo que demora para que os impulsos 
nervosos provenientes das duas orelhas cheguem nos 
núcleos olivares superiores permitem a localização da 
fonte do som (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Axônios dos núcleos olivares superiores também 
ascendem no lemnisco lateral em ambos os lados e 
terminam nos colículos inferiores. A partir de cada colículo 
inferior, os impulsos nervosos são transmitidos para o 
núcleo geniculado medial no tálamo e, finalmente, para a 
área auditiva primária do córtex cerebral no lobo temporal 
do cérebro (ver áreas 41 e 42) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Como muitos axônios auditivos cruzam o bulbo, 
trocando de lado, enquanto outros permanecem no 
mesmo lado, as áreas auditivas primárias direita e 
10 
 
 @jumorbeck 
 
esquerda recebem impulsos nervosos de ambas as 
orelhas (TORTORA, 14ª ed.). 
 
A PERDA AUDITIVA PODE RESULTAR DE LESÕES MECÂNICAS OU NEURAIS 
Existem três formas de perda auditiva: a condutiva, a central e a 
sensório-neural (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Na perda auditiva condutiva, o som não pode ser transmitido a partir 
da orelha externa ou da orelha média. As causas da perda auditiva 
condutiva variam desde uma obstrução do canal auditivo com cera 
(cerume), ou líquido na orelha média devido a uma infecção, a doenças 
ou traumas que impedem a vibração do martelo, da bigorna ou do 
estribo. A correção da perda auditiva condutiva inclui técnicas 
microcirúrgicas, nas quais os ossos da orelha média podem ser 
reconstruídos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
A perda auditiva central resulta de dano nas vias neurais entre a orelha 
e o córtex cerebral ou de danos no próprio córtex, como poderia 
ocorrer em um acidente vascular encefálico. Essa forma de perda 
auditiva é relativamente incomum (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
A perda auditiva sensório-neural origina-se de lesões em estruturas da 
orelha interna, incluindo morte de células pilosas, como resultado de 
exposição a sons altos. Atualmente, a perda de células pilosas é 
irreversível em mamíferos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
Mecanismos de localização do som 
↠ O conhecimento atual dos mecanismos subjacentes à 
localização do som sugere que empreguemos técnicas 
diferentes para localizar as fontes de som no plano 
horizontal (esquerdo-direito) e no plano vertical (acima-
abaixo) (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Se você fechar os seus olhos e tapar um ouvido, poderá localizar um 
pássaro cantando enquanto ele voa sobre a sua cabeça quase tão 
bem como se você estivesse com os dois ouvidos abertos. Entretanto, 
se você tentar localizar a posição horizontal de um pato grasnando 
enquanto nada em um lago, descobrirá que é muito menos capaz de 
fazer isso utilizando apenas um ouvido. Assim, uma boa localização 
horizontal requer uma comparação dos sons que alcançam os dois 
ouvidos, ao passo que, para uma boa localização vertical, isso não é 
necessário (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
LOCALIZAÇÃO DO SOM NO PLANO HORIZONTAL 
↠ Uma informação óbvia para a localização da fonte 
sonora é o tempo que o som leva para alcançar cada 
ouvido. Se nós não estivermos de frente diretamente 
para a fonte sonora, o som levará mais tempo para 
alcançar um ouvido que o outro (BEAR et. al., 4ª ed.). 
Por exemplo, se um ruído repentino vem da sua direita, este alcançará 
primeiro o seu ouvido direito e, depois, seu ouvido esquerdo, o que é 
conhecido como retardo temporal interauricolar (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
Se não ouvirmos o início de um som, por este ser um tom contínuo 
e não um ruído repentino, não poderemos saber os tempos de 
chegada inicial do som aos dois ouvidos. Assim, tons contínuos 
acrescentam uma certa dificuldade para a localização do som, por 
estarem sempre presentes em ambos os ouvidos. A única coisa que 
pode ser comparada entre tons contínuos é o tempo no qual a 
mesma fase da onda sonora alcança cada ouvido (BEAR et. al., 4ª ed.). 
As coisas são mais complicadas com tons contínuos de frequências 
altas. Felizmente, o encéfalo dispõe de outro processo para a 
localização de sons de altas frequências. Existe uma diferença de 
intensidade interauricular entre os dois ouvidos, uma vez que a sua 
cabeça efetivamente lança uma sombra sonora. Existe uma relação 
direta entre a direção do som que chega e a direção para a qual a 
sua cabeça emite uma sombra sonora para um ouvido (BEAR et. al., 
4ª ed.). 
 
Assim, existe uma relação 
simples entre a localização 
e o retardo interauricular. 
Detectado por neurônios 
especializados do tronco 
encefálico, o retardo 
permite-nos localizar a fonte 
sonora no plano horizontal. 
Os retardos interauriculares 
que somos capazes de 
detectar são 
impressionantemente 
curtos (BEAR et. al., 4ª ed.). 
11 
 
 @jumorbeck 
 
Se o som vem diretamente da direita, o ouvido esquerdo o escutará 
com uma intensidade significativamente menor. Com sons oriundos 
diretamente da frente, a mesma intensidade alcança os dois ouvidos, 
e com sons vindos de direções intermediárias, ocorrem diferenças de 
intensidade intermediárias. Os neurônios sensíveis às diferenças de 
intensidade podem utilizar essa informação para localizar o som (BEAR 
et. al., 4ª ed.). 
Resumiremos os dois processos para a localização do som no plano 
horizontal. Com sons na faixa de 20 a 2.000 Hz, o processo envolve 
retardo temporal interauricular. De 2.000 a 20.000 Hz, utiliza-se a 
diferença de intensidade interauricular. Esses dois processos em 
conjunto constituem a teoria duplex de localização do som (BEAR et. 
al., 4ª ed.). 
LOCALIZAÇÃO DO SOM NO PLANO VERTICAL 
↠ A comparação das aferências provenientes de ambos 
os ouvidos não é muito útil para localizar sons no plano 
vertical, pois, como as fontes sonoras emitem sons que 
se movem para cima ou para baixo, não há diferença no 
retardo de tempo interauricular, nem na variação de 
intensidade interauricolar (BEAR et. al., 4ª ed.). 
↠ As curvas sinuosas do ouvido externo são essenciais 
para estimar a elevação de uma fonte sonora. As 
saliências e as depressões aparentemente produzem 
reflexões do som que entra no ouvido. A combinação dos 
sons, direto e refletido, é sutilmente diferente quando 
vem de cima ou de baixo (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
ARTIGO: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO AUDITIVO 
(CARDOSO,2013) 
Ao nascimento a cóclea humana é funcional, porém, o sistema 
nervoso auditivo continua a se desenvolver por pelo menos 
mais uma década. Para que esse desenvolvimento ocorra é 
necessário que o sistema auditivo seja estimulado. Sons 
ambientais irão modular e aumentar a atividade do nervo 
auditivo, ocorrerá mielinização das fibras nervosas, e as 
habilidades de análise e de interpretação dos padrões sonoros 
serão incorporadas ao desenvolvimento. 
Períodos prolongados de privação sensorial nesse período 
podem causar deficiências permanentes nas habilidades de 
processamento auditivo 
Desenvolvimento do sistema auditivo noperíodo gestacional 
O sistema auditivo no feto e na criança tem uma sequência 
própria de desenvolvimento. A parte estrutural da cóclea na 
orelha média está formada na 15ª semana de gestação e é 
anatomicamente funcional na 20ª semana gestacional. 
O sistema auditivo se torna funcional em torno da 25ª e 29ª 
semana gestacional quando as células ganglionares do núcleo 
espiral da cóclea conectam as células ciliadas internas ao tronco 
cerebral e ao lobo temporal do córtex 
Os neurônios sintonizados para as frequências agudas estão na 
região caudal e os neurônios sintonizados para as frequências 
graves estão na extremidade rostral ou frontal do córtex 
auditivo. 
Na vida intrauterina o feto é capaz de conhecer a voz materna, 
músicas simples e sons comuns ao ambiente. O 
desenvolvimento auditivo e o desenvolvimento da memória, no 
período intrauterino, capacitam o bebê a reconhecer diferenças 
no tom, padrões sonoros, intensidade e ritmo. Apesar desse 
aprendizado a criança só será exposta ao espectro sonoro 
completo após o nascimento, e é evidente que as experiências 
pré-natais irão auxiliá-la a reconhecer alguns sons nas primeiras 
semanas de vida, porém após o nascimento os sons ambientais 
se tornam uma fonte primordial de novas informações. 
Desenvolvimento das habilidades auditivas 
O desenvolvimento e a maturação do sistema auditivo da 
criança com audição normal seguem uma sequência de 
comportamentos que se iniciam ao nascimento. Esse 
desenvolvimento inclui as seguintes etapas: detecção, 
discriminação, localização, reconhecimento e compreensão 
auditiva. 
Localização, habilidade de analisar diferenças de tempo e de 
intensidade dos sons recebidos e transmitidos para cada um 
dos lados da orelha. A criança é capaz de localizar um som a 
partir do quarto mês de vida e esta habilidade evolui com o 
aumento da idade. Essa evolução ocorre da seguinte forma: 
inicialmente a criança é capaz de localizar o som no eixo 
horizontal (lateral direita e esquerda, para baixo e para cima); 
depois no eixo longitudinal (acima da cabeça) e por último no 
eixo transversal (sons situados à frente e atrás da cabeça). 
Microrganismos que afetam o desenvolvimento 
embrionário 
↠ A ausência do diagnóstico precoce e a consequente 
falta de tratamento de infecções maternas podem 
aumentar de forma considerável os índices de 
morbimortalidade perinatal, sendo o rastreamento 
12 
 
 @jumorbeck 
 
materno no pré-natal de extrema importância para a 
diminuição desses índices. Muitas infecções provocadas 
por microrganismo podem ser transmitidas para o feto 
durante a gestação, causando sequelas para o recém-
nascido (NICÁCIO et. al., 2015). 
↠ Sabe-se que quanto menor o período gestacional, 
menos desenvolvido será o sistema imunológico ao 
nascimento, de forma que recém-nascidos prematuros 
extremos (<28 semanas) apresentam risco 5-10 vezes 
mais alto de infecção que o recém-nascido a termo 
(DINIZ; FIGUEIREDO, 2014). 
↠ O neonato é altamente dependente da transferência 
materna passiva de anticorpos no início da vida fetal e 
neonatal. O desenvolvimento imunológico somente estará 
completo na infância tardia (DINIZ; FIGUEIREDO, 2014). 
↠ Em 1971, foi criado o acrônimo TORCH para agrupar 
cinco doenças infecciosas que podem afetar o feto e o 
recém-nascido e que possuem apresentação clínica 
semelhante: toxoplasmose, outras (malária, doença de 
Chagas, parvovirose), rubéola, citomegalovírus e herpes 
simples. O acrômio passou a ser conhecido como 
TORCHS quando a sífilis foi incluída neste grupo de 
doenças (NICÁCIO et. al., 2015). 
↠ Estima-se que as infecções congênitas – STORCH 
(toxoplasmose, rubéola, CMV, herpes, sífilis e outras) 
sejam responsáveis por 5-15% dos casos de restrição de 
crescimento durante a gestação; no entanto, poucas são 
as vezes em que este é um achado isolado (GAMA, 2019). 
VIRAL 
• Herpes-vírus: A infecção congênita é 
usualmente causada pelo herpes-vírus tipo 2 
presente no canal de parto (DINIZ; FIGUEIREDO, 
2014). 
• Citomegalovírus (CMV): O CMV é a principal 
causa de infecção intraútero, afetando 0,3 a 
2,2% dos recém-nascidos vivos. A infecção 
congênita é importante causa de deficiência 
auditiva, visual ou paralisia cerebral no recém-
nascido. O vírus pode ser transmitido para o feto 
durante a infecção primária da mãe, podendo 
ainda ser transmitido anos após a mãe ter 
adquirido a infecção (DINIZ; FIGUEIREDO, 2014). 
A infecção por CMV representa a mais 
prevalente infecção correlacionada com 
deficiência neurológica congênita (NICÁCIO et. al., 
2015). 
• Vírus varicela-zoster: A síndrome da varicela 
fetal ocorre em cerca de 2% dos pacientes 
cujas mães desenvolvem varicela nas primeiras 
20 semanas de gestação (DINIZ; FIGUEIREDO, 
2014). 
• Rubéola: está representada pela ocorrência da 
Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que 
atinge o feto ou o recém-nascido, as quais, mães 
se infectaram durante a gestação. Trata-se de 
uma doença exantemática viral aguda, e apesar 
de não ser uma doença grave, se ocorrida 
durante a gravidez, pode acarretar em inúmeras 
complicações para a mãe e o recém-nascido 
(NICÁCIO et. al., 2015). 
• Zika vírus (ZIKV): Ataca as células neurais 
progenitoras, prejudicando a multiplicação, 
migração e diferenciação neuronais. Na zika, 
estudos preliminares estimaram a ocorrência em 
torno de 8-9% nos fetos expostos, 
apresentando grande associação com 
microcefalia e as outras alterações do sistema 
nervoso central, características da infecção 
(GAMA, 2019). 
• HIV: O HIV pode ser transmitido dentro do útero 
pelo transporte celular transplacentário, por 
meio de uma infecção progressiva dos 
trofoblastos da placenta até que o vírus atinja a 
circulação fetal, ou devido a rupturas na barreira 
placentária seguidas de microtransfusões da 
mãe para o feto (FRIEDRICH et. al., 2016). 
PARASITÁRIA 
• Toxoplasma gondii: O toxoplasma é um 
patógeno intracelular obrigatório que acomete 
especialmente o feto e o recém-nascido. Cerca 
de 60% das infecções maternas não são 
transmitidas ao feto, pois a placenta pode agir 
como barreira à passagem hematogênica dos 
taquizoítos, que ocorre em especial no terceiro 
trimestre (DINIZ; FIGUEIREDO, 2014). Entre os 
agravos decorrentes da toxoplasmose 
congênita, é possível citar que durante o 
primeiro trimestre da gestação, a infecção pode 
levar a morte fetal (NICÁCIO et. al., 2015). 
• Malária (Plasmodium): A malária chama bastante 
a atenção em sua associação com CIUR, 
podendo afetar até 70% dos fetos em áreas 
endêmicas (GAMA, 2019). 
• Doença de Chagas (Trypanosoma Cruzi) 
13 
 
 @jumorbeck 
 
BACTERIANA 
• Sífilis (Treponema pallidum): a transmissão é 
maior durante a fase primária, afetando quase 
80% dos conceptos nesta fase. Estudos 
mostram que a taxa de CIUR chega a 12,8% dos 
fetos infectados, sendo comumente 
acompanhado de periostite 
hepatoesplenomegalia, hidropisia fetal, anemia e 
periostite (GAMA, 2019). 
• Clamídia; 
• Listeriose; 
 
Referências: 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e 
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016 
BEAR et. al. Neurociências. Desvendando o sistema nervos, 
4ª ed., ARTMED, 2017. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
CARDOSO, A. C. V. Reflexões sobre o desenvolvimento 
auditivo. Verba Volant, n. 1, v. 4, 2013. 
DINIZ, L. M. O.; FIGUEIREDO, B. C. G. O sistema imunológico 
do recém-nascido. Revista Médica de Minas Gerais, v. 2, n. 
24, pg. 233-240, 2014. 
NICÁCIO et. al. Toxoplasmose, rubéola, citomegalovíruse 
hepatite: a enfermagem na atenção durante o pré-natal. 
Ciências Biológicas eda Saúde, v. 3, n. 1, pg. 55-68, 2015. 
GAMA, H. D. Avaliação do padrão de restrição do 
crescimento fetal em gestantes infectadas pelo vírus Zika. 
Dissertação de mestrado, 2019. 
FRIEDRICH et. al. Transmissão vertical do HIV: uma revisão 
sobre o tema. Boletim Científico de Pediatria, v. 5, n. 3, 
2016

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