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MÓDULO NEURO PROBLEMA 2 – ANDANDO NAS NUVENS OBJETIVO 1: DESCREVER A MORFOLOGIA DO OUVIDO INTERNO, MÉDIO E EXTERNO (ANATOMIA, HISTOLOGIA E FUNÇÃO) ANATOMIA DA ORELHA A orelha é dividida em 3 regiões: Orelha externa (coleta ondas sonoras e as direciona para dentro), Orelha Média (conduz as vibrações sonoras para a janela do vestíbulo) e Orelha Interna (armazena os receptores para a audição e o equilíbrio). ORELHA EXTERNA É formada pela orelha (pavilhão auricular) que é uma aba de cartilagem elástica recoberta por pele. A sua margem é a hélice, a parte inferior é o lóbulo. Também faz parte o Meato acústico externo que é um tubo curvado com cerca de 2,5cm de comprimento chegando até a membrana timpânica. Já a Membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina e transparente entre o meato externo e a orelha média. Ela é recoberta por epiderme, revestida por epitélio cubico simples. Entre as camadas epiteliais encontra-se tecido conjuntivo composto por colágeno, fibras elásticas e fibroblastos. O tímpano pode ser perfurado, causado pela pressão de um cotonete, traumatismo ou infecção na orelha média. Para avaliar a membrana utiliza-se um otoscópio. Próximo a abertura externa, o meato contém alguns pelos e glândulas sudoríparas especializadas chamadas de glândulas ceruminosas que acrescenta cera de ouvido. Essa combinação de pelos e cerume ajuda a evitar a entrada de poeira ou objetos estranhos na orelha. ORELHA MÉDIA A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar e revestida por epitélio. É separada da orelha externa pela membrana timpânica e da orelha interna por uma divisão fina que contém as aberturas: Janela do vestíbulo (oval) e Janela da Cóclea (redonda). Ainda na orelha média, encontra-se os 3 menores ossos do corpo conectados a ela por ligamentos: O martelo, a Bigorna e o Estribo, sendo estes conectados uns aos outros por articulações sinoviais. O cabo do martelo se liga a face interna da membrana timpânica, enquanto sua cabeça é articulada com o corpo da bigorna. A bigorna se articula com a cabeça do estribo. Já a base do estribo se encaixa na janela do vestíbulo (oval). Abaixo dessa janela se encontra outra abertura, que é a Janela da Cóclea (redonda) que é encapsulada pela membrana timpânica secundária. A porção basal achatada do estribo, a platina, move-se para dentro e para fora, como um pistão, na janela oval, transmitindo, assim, as vibrações sonoras aos fluidos da cóclea no ouvido interno. A pressão que empurra a janela oval é maior do que na membrana timpânica, em parte porque a área de superfície da platina do estribo é menor do que a área de superfície da membrana timpânica. Isso faz com que a pressão na janela oval seja 20 vezes maior do que a pressão na membrana timpânica, e esse aumento é suficiente para mover o fluido no ouvido interno. Dois pequenos músculos esqueléticos se ligam aos ossículos: O musculo extensor do tímpano, que é inervado pelo ramo mandibular do nervo trigêmeo (V) e está ancorado no osso da cavidade do ouvido médio por uma extremidade e ligado ao martelo pela outra extremidade. Tem como função limitar o movimento e aumentar a tensão da membrana timpânica, evitando danos à orelha interna por causa de barulhos altos. O musculo estapédio (menor musculo do corpo), se estende desde o ponto de sua fixação no osso até onde se liga ao estribo. É inervado pelo nervo facial (VII), ele protege a janela do vestíbulo(oval), mas também diminui a sensibilidade auditiva. Por esse motivo, a paralisia desse músculo está associada a hiperacusia (audição anormalmente sensível). Quando esses músculos se contraem, a cadeia de ossículos torna-se muito mais rígida, e a, condução do som ao ouvido interno fica muito diminuída. O início de um som barulhento dispara uma resposta neural que faz com que esses músculos se contraiam, uma resposta chamada de reflexo de atenuação. A atenuação do som é muito maior em frequências baixas do que em frequências altas. A parede anterior da orelha média contém uma abertura que leva diretamente para a tuba auditiva ou Trompa de Eustáquio. A tuba auditiva contendo osso e cartilagem elástica conecta a orelha media a parte nasal da faringe (nasofaringe). Ela normalmente se encontra fechada, mas durante a deglutição ou ao bocejar ela se abre permitindo que o ar entre ou saia da orelha media até que a pressão nela esteja igual a pressão atmosférica. A tuba auditiva também é uma rota para patógenos que saem do nariz e da garganta para a orelha media, causando uma infecção auditiva (otite). ORELHA INTERNA A orelha interna consiste na cóclea, que é parte do sistema auditivo, e no labirinto, que não é. O labirinto é uma parte importante do sistema vestibular, o qual auxilia a manter o equilíbrio corporal. CÓCLEA A cóclea tem um formato espiral, contendo um tubo oco com paredes constituídas de osso e um pilar central que é uma estrutura óssea cônica chamada de Modíolo. Na base da cóclea, existem 2 orifícios cobertos por membrana: a janela oval (abaixo da platina do estribo) e a janela redonda. O tubo está dividido em 3 camadas preenchidos por fluido: a escala vestibular (ascendente), a escala média e a escala timpânica(descendente). Essas três escalas enrolam-se ao redor da porção interna da cóclea como uma escada em espiral. A membrana de Reissner separa a escala vestibular da escala média e a Membrana Basilar separa a escala timpânica da escala media. Apoiado na membrana basilar está o Órgão de Corti, que contém os neurônios receptores auditivos; Suspensos a esse órgão está a membrana tectorial. No ápice da cóclea, a escala média está fechada, e a escala timpânica tem continuidade com a escala vestibular através de um orifício nas membranas chamado de Helicotrema. O fluido da escala timpânica e vestibular é chamado de perilinfa, e tem uma constituição similar ao liquido cefalorraquidiano, com concentrações baixas de K+ e altas de Na+. Já a escala média está preenchida pela endolinfa, que é um fluido com características intracelular com alta de K+ e baixas de Na+. Devido a permeabilidade da membrana de Reissner, a endolinfa tem um potencial elétrico mais positivo do que o da perilinfa, que é chamado de potencial endococlear, e vai ser importante para aumentar a transdução auditiva. FISIOLOGIA DA CÓCLEA Os ossículos se movem a medida que a membrana timpânica se movem. O estribo funciona como um pequeno pistão, fazendo um movimento para dentro na janela oval empurrando a perilinfa na escala vestibular. Como a presado no fluido não tem nenhum outro lugar para escapar, a membrana da janela redonda deve se abaular para fora em resposta ao movimento da membrana da janela oval para o interior da cóclea. A membrana basilar é 5 vezes mais larga no ápice do que na base. E sua rigidez diminui da base em direção ao ápice. Quando o som empurra a platina do estribo sobre a janela oval, a perilinfa descola-se dentro da escala vestibular e como a membrana de Reissner é muito flexível, a endolinfa desloca-se dentro da escala média. A distância que a onda percorre na membrana basilar depende da frequência do som. Se a freqüência for alta, a base mais rígida da membrana vibrará muito, dissipando a maior parte da energia, e a onda não propagará para muito longe. Sons de baixa frequência, contudo, geram ondas que se propagarão até o ápice flexível da membrana antes que a maior parte da energia tenha se dissipado. As células receptoras auditivas, as quais convertem a energia mecânica em uma alteração na polarização da membrana estão localizadas no Órgão de Corti. Esse órgão constitui-se de células ciliadas, dos pilares de Corti e de várias células de sustentação. Os receptores auditivos são chamados de Células ciliadas,pq estas contem estereocilios. O evento na transdução do som em um sinal neural é o deslocamento desses cílios. As células ciliadas estão fixadas entre a membrana basilar e uma lamina reticular. Os pilares de corti estendem-se entre essas duas membranas e fornece sustentação estrutural. As células ciliadas localizadas entre o modíolo e os pilares de Corti são as células ciliadas internas. Já as células mais externas aos pilares são as células ciliadas externas. Os etereocilios estendem-se do limite apical de cada célula para o interior da endolinfa, acima da lamina reticular, mantendo suas extremidades na membrana tectorial. As células ciliadas fazem sinapse com neurônios cujos corpos celulares estão no gânglio espiral dentro do modíolo. As células do gânglio espiral são bipolares. Os axônios do gânglio espiral entram no nervo vestíbulo- coclear (VII). A orelha interna também é chamada de labirinto. Estruturalmente ela é formada pelo Labirinto Ósseo Externo que encapsula o Labirinto Membranáceo Interno. 1) Labirinto Ósseo: é formado por várias cavidades na parte petrosa do temporal, sendo dividida em 3 áreas: Canais Semicirculares, Vestíbulo e Cóclea. Esse labirinto é revestido por periósteo e contém perlinfa (semelhante ao liquido cerebroespinhal) que reveste o labirinto membranáceo. Vestíbulo: é a parte central oval do labirinto ósseo. O labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por dois sacos chamados de Utrículo e Sáculo, que são conectados por um ducto. Canais Semicirculares: está anterior e superior ao vestíbulo. São 3 canais: Canal Semicircular anterior(verticalmente), posterior(verticalmente) e lateral (horizontalmente). Na extremidade de cada canal encontra-se um alargamento chamado de ampola. OBS: Quando o labirinto membranáceo se encontrar dentro dos canais semicirculares ósseos são chamados de ductos semicirculares, que irão se conectar ao utrículo do vestíbulo. 1) Labirinto Membranáceo: é uma serie de tubos epiteliais dentro do labirinto ósseo que abriga os receptores para audição e equilíbrio. Esse labirinto vai conter em seu interior a Endolinfa, que possui níveis de potássio altos que desempenham função na geração de sinais auditivos. O nervo Vestibular (parte do Vestibulococlear) consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. Esses nervos contém neurônios sensitivos de primeira ordem que carrega a informação sensorial proveniente dos receptores. E neurônios motores que formam sinapses com os receptores de equilíbrio. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos encontram-se localizados nos gânglios vestibulares. Cóclea: é um canal espiral que realiza quase 3 voltas ao redor de um núcleo ósseo central chamado de modíolo. Cortes histológicos revelam que a cóclea é dividida em 3 canais: a) Ducto Coclear: é uma continuação do labirinto membranáceo em direção a cóclea, sendo preenchido por endolinfa. b) Rampa do vestíbulo: termina na janela do vestíbulo (oval). É preenchida por perilinfa. c) Rampa do tímpano: termina na janela da cóclea (redonda). É preenchida por perilinfa. Obs: A rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano são separadas completamente pelo ducto coclear, exceto por uma abertura no ápice da cóclea: o helicotrema. A membrana vestibular separa o ducto coclear da rampa do vestíbulo e a lâmina basilar separa o ducto coclear da rampa do tímpano. Localizada sobre a lamina basilar encontra-se o órgão espiral ou órgão de Corti, que é uma lamina espiral de células epiteliais de sustentação e células ciliadas (16 mil), que são os receptores da audição. Existem 2 grupos de células ciliadas: as células ciliadas internas organizadas em uma única fileira e as células ciliadas externas organizadas em 3 fileiras; Na porção apical de cada célula encontram-se entre de 40 a 80 estereocílios que se estendem para a endolinfa do ducto coclear. Em suas extremidades basais, as células ciliadas formam sinapses com os neurônios sensitivos de 1ª ordem e com os neurônios motores. As células ciliadas internas formam sinapses com 90% dos neurônios sensitivos no nervo coclear, que transmite a informação auditiva para o encéfalo. Já as células ciliadas externas fazem sinapse com 90% dos neurônios motores. A membrana tectória é gelatinosa e cobre as células ciliadas do órgão espiral. OBJETIVO 2: ENTENDER COMO SE DÁ A FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO O pavilhão direciona as ondas sonoras para o meato acústico externo. Quando as ondas sonoras alcançam a membrana timpânica, as ondas de pressão alta e baixa fazem com que a membrana vibre para frente e para trás. A membrana vibra lentamente em resposta a sons de baixa frequência (tons baixos) e rapidamente a sons de altas frequências (tons alto). A área central da membrana timpânica se conecta com o martelo, e a vibração é transmitida do martelo para a bigorna e então para o estribo. Conforme o estribo se move como um pistão na janela do vestíbulo (oval) provoca ondas de pressão no liquido da perilinfa da cóclea. Essa ondas de pressão são transmitidas da escala do vestíbulo, movem a endolinfa dentro do ducto coclear e passam para a escala do tímpano. As ondas de pressão na endolinfa faz com que as membranas basilares vibrem, fazendo com que as células ciliadas do órgão de corti se movam contra a membrana tectorica. Isso promove o dobramento dos estereocilios e leva à geração de impulsos nervosos nos neurônios de primeira ordem nas fibras nervosas cocleares. As ondas sonoras de várias frequências faz com que determinadas regiões da lamina vibre mais intensamente do que outras, pois cada segmento basilar está afinado para um tom em particular. Os sons de alta frequência induzem vibração na base da cóclea, enquanto que os de baixa frequência causa vibração no ápice da cóclea. As células ciliadas promovem a transdução de vibrações mecânicas em sinais elétricos. Isso se dá, conforme a lamina basilar vibra, os feixes de cílios no ápice das células ciliadas se dobram para frente e para trás. Uma proteína de Ligação de extremidade (Tip Link) conecta a extremidade de cada estereocilio a um canal iônico chamada TRPA1 sensível a estresse mecânico. Conforme os estereocilios se dobram, as ligações de extremidade disparam os canais de transdução, abrindo-os. Esses canais permitem que cátions da endolinfa, principalmente o K+ entre no citosol da célula ciliada, causando um potencial despolarizante. Essa despolarização se espalha rapidamente e abre canais de Ca+ dependentes de voltagem na base da célula ciliada. Esse influxo de cálcio promove uma exocitose de vesículas contendo neurotransmissor (glutamato). Conforme os neurotransmissores são liberados, a frequência dos impulsos nervosos nos neurônios sensitivos de 1ª ordem aumenta. Já o dobramento dos cílios na direção oposta fecha os canais de transdução, permitindo que ocorra hiperpolarização reduzindo a liberação do neurotransmissor, diminuindo a frequência dos impulsos. OBJETIVO 3: CARACTERIZAR A VIA SENSORIAL RESPONSÁVEL PELA AUDIÇÃO INERVAÇÃO DAS CELULAS CILIADAS O nervo auditivo consiste em axônios de neurônios cujos corpos celulares estão localizados no gânglio espiral. Os neurônios do gânglio espiral são os primeiros a disparar potenciais de ação, fornecendo toda a informação auditiva enviada ao encéfalo. Existe uma diferença na inervação das células ciliadas internas e externas. As células ciliadas externas são inervadas por ramos que leva a apenas um gânglio expiral. Enquanto que as células ciliadas internas possuem vários ramos em uma só célula com vários gânglios. Com isso, podemos concluir que a maior parte das informações que deixam à cóclea provem de células ciliadas internas. Já as células ciliadasexternas exercem uma função muito importante na transdução do som. Elas parecem como pequenos motores que amplificam o movimento da membrana basilar, por isso elas são consideradas um Amplificador Coclear. A chave para essa função são as proteínas motoras encontradas nas membranas das células ciliadas externas, em especial a Prestina. Quando as proteínas motoras mudam o comprimento da célula ciliada, a membrana basilar se movimenta, fazendo os cílios das ciliadas internas deslocarem-se mais produzindo uma resposta maior no nervo auditivo. VIA AUDITIVA As aferências do gânglio espiral entram no tronco encefálico pelo nervo vestíbulo-coclear. Esses axônios formam sinapses com neurônios nos núcleos cocleares do bulbo (ventral e dorsal). Alguns dos axônios dos núcleos cocleares ventral chegam à Oliva superior (núcleo olivar superior) no tronco encefálico e a partir daí ascendem em um trato chamado de Lemnisco lateral e terminam no colículo inferior do mesencéfalo. Os neurônios do coliculo inferior enviam seus axônios ao núcleo geniculado medial(NGM) do tálamo, o qual por sua vez projeta-se para a área auditiva primária do córtex cerebral no lobo temporal do cérebro. OBJETIVO 4: CARACTERIZAR AS ESTRUTURAS E OS MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO EQUILÍBRIO A manutenção do equilíbrio depende da integração e da recepção de informações do Sistema Visual, Sistema Vestibular e Sistema Somatossensitivo. Existem 2 tipos de equilíbrio: O equilíbrio estático que se refere a manutenção da posição do corpo em relação a força de gravidade. E o equilíbrio dinâmico que é a manutenção da posição corporal em resposta a movimentos súbitos. LABIRINTO VESTIBULAR O labirinto vestibular inclui dois tipos de estruturas com diferentes funções: os Órgãos Otolíticos, que detectam a força de gravidade e as inclinações da cabeça e os Canais Semicirculares, que são sensíveis a rotação da cabeça. O proposito básico de cada estrutura é transmitir a energia mecânica derivada do movimento da cabeça às células ciliadas. Os órgãos otolíticos são um par de câmara relativamente grandes: o Sáculo e o Utrículo próximos ao centro do labirinto. Já os Canais semicirculares são as três estruturas em forma de arco do labirinto. Cada célula ciliada dos órgãos vestibulares estabelece uma sinapse excitatória com a terminação de um axônio sensorial de nervo vestibular, um ramo do nervo vestíbulo-coclear. ORGÃOS OTOLÍTICOS: SÁCULO E UTRÍCULO As paredes do utrículo e do sáculo contém uma região espessa chamada de Mácula, que são os receptores de equilíbrio estático. Elas fornecem informações sensoriais a respeito da posição da cabeça no espaço e são essenciais para a manutenção da postura e do equilíbrio, além de detectar acelerações ou desacelerações. As maculas são formadas por 2 tipos de células: as células ciliadas que são os receptores sensitivos, possuindo em sua superfície muito estereocilios, além de um cinocílio (cílio mais longo). E as células de sustentação colunares que provavelmente secreta a camada gelatinosa de glicoproteínas chamada de membrana dos estatocônios. Uma camada de cristais de carbonato de cálcio, chamados de Otolitos se estende sobre toda a superfície dessa membrana. Como a membrana dos estacônios se encontra encima da macula, se você inclinar a cabeça para frente a membrana junto com os otolitos é tracionada pela gravidade. O dobramento desses cílios traciona os canais de transdução, produzindo potenciais receptores despolarizantes, já o dobramento na direção oposta fecha os canais de transdução e produz a hiperpolarização. Conforme as células ciliadas despolarizam e repolarizam, elas liberam um neurotransmissor. As células ciliadas formam sinapses com neurônios sensitivos de 1ª ordem na parte vestibular do Nervo vestíbulo-coclear (VII). Além de neurônios motores também fazerem sinapses com as células ciliadas. As maculas do sáculo estão orientadas mais verticalmente enquanto que as do utrículo estão horizontais. CANAIS SEMICIRCULARES Os Três canais semicirculares agem sobre o equilíbrio dinâmico. Os canais se encontram em ângulos retos um em relação ao outro, sendo dois verticais, o semicircular anterior (flexão e extensão) e o posterior (inclinação lateral), e um horizontal que é o canal semicircular lateral (rotação). Esse posicionamento permite a detecção da aceleração e desaceleração gerada por movimentos rotacionais repentinos, além de movimentos de rotação da cabeça. Cada ducto possui uma porção dilatada, chamada de Ampola e dentro dela encontra-se uma pequena elevação que é a crista. Cada crista contém um grupo de células ciliadas e de células de sustentação. Recobrindo a crista encontra-se um material gelatinoso chamado de cúpula. Os canais semicirculares são preenchidos por endolinfa. Quando você move sua cabeça para trás, os ductos semicirculares e as células ciliares de movem concomitantemente. Entretanto a endolinfa dentro da ampola não está vinculada e fica para trás. Conforme as células ciliadas se movem, elas sofrem atrito com a endolinfa estacionaria e os seus ramos ciliares se dobram podendo estimular ou inibir a liberação de neurotransmissores das células ciliadas para as terminações axonais do nervo vestibular. Por sua vez, os potenciais receptores causam impulsos nervosos que passam pela parte vestibular do nervo vestíbulo- coclear. Quando a rotação da cabeça (e de seus canais) finalmente cessa, a inercia da endolinfa provoca a inclinação da cúpula na outra direção, gerando uma resposta oposta das células ciliadas e uma sensação temporária de rotação no sentido contrário. VIA VESTIBULAR CENTRAL As vias vestibulares centrais coordenam e integram as informações sobre os movimentos da cabeça e do corpo e as utilizam para controlar a eferência dos neurônios motores que ajustam a posição da cabeça, dos olhos e do corpo. Os corpos celulares dos neurônios sensitivos que inervam as células ciliadas estão localizados nos gânglios vestibulares (Gânglio de Scarpa) e são transportados pelo ramo vestibular do nervo vestíbulo-coclear (VIII). A maior parte desses axônios fazem sinapses nos núcleos vestibulares, que é o principal centro de integração do equilíbrio, estando localizados no bulbo e na ponte. Mas podem ir direto para o cerebelo, nos núcleos fastigiais, lobos uvular e floculonodular cerebelares. Estes últimos por sua vez está ligado a sinais de equilíbrio dinâmico dos canais semicirculares. De fato, a destruição desses lobos resulta, quase exatamente, nos mesmos sintomas clínicos que a destruição dos próprios canais semicirculares. Os núcleos vestibulares possui várias divisões: Núcleo vestibular lateral, Núcleo vestibular medial, Núcleo vestibular Superior e Núcleo vestibular Inferior. Os axônios dos órgãos otolíticos projetam-se para o núcleo vestibular lateral, o qual se projeta via trato- vestibular-espinhal aos neurônios motores espinhais. Já os axônios dos canais semicirculares projetam-se aos núcleos vestibulares medial, por meio do fascículo longitudinal medial. Os núcleos vestibulares recebem informações dos olhos e dos proprioceptores e enviam comandos para os núcleos dos nervos cranianos – oculomotor (III), troclear (IV), abducente (VI) que controla os movimentos dos olhos e d cabeça, mantendo o foco visual. Manda informação para o núcleo dos nervos acessórios (XI), que ajuda a controlar os movimentos da cabeça e do pescoço. E manda também para o Trato Vestibuloespinhal que transmite os impulsos para a medula espinhal para a manutenção do tônus muscular, ajudando a manter o equilíbrio. E por fim, manda informações para o núcleo ventral posterior do tálamo e para a área vestibular no lobo parietal do córtex cerebral (fornece a percepção conscienteda posição e dos movimentos da cabeça e dos membros) TRATO VESTIBULO-ESPINHAL Esse trato mantem o equilíbrio da cabeça sobre os ombros a medida que o corpo se move pelo espaço. O trato vestíbulo espinhal se origina nos núcleos vestibulares do bulbo, os quais retransmite informações sensoriais do labirinto vestibular do ouvido interno, através do nervo vestíbulo-coclear. Um dos componentes do trato vestíbulo-espinhal se projeta bilateralmente para a medula espinhal e ativa os circuitos espinhais cervicais que controlam os músculos do pescoço e das costas para guiar os movimentos da cabeça. O outro componente desse trato se projeta até a medula espinhal lombar e ajuda a manter a postura correta, REFLEXO VESTIBULO-OCULAR (RVO) Uma função importante do sistema vestibular central é manter os olhos orientados para uma posição enquanto você estiver dançando. Isso é realizado pelo reflexo vestíbulo-ocular (VRO). Para manter uma visão precisa é necessário que a imagem mantenha-se estável na retina, apesar do movimento. A eficiência do RVO depende das conexões complexas dos canais semicirculares no núcleo vestibular e desse aos núcleos cranianos que excitam os músculos extraoculares. Quando a cabeça gira para a esquerda, o VRO induz os olhos a virarem para a direita. Os axônios inervam o núcleo vestibular o qual envia axônios excitatórios ao núcleo abducente (VI) que por sua vez excita o musculo reto lateral do olho direito. Já outra projeção excitatória do nervo abducente ascende para excitar o nervo óculo motor (III), o qual excita o musculo reto medial do olho esquerdo. Com isso, ambos os olhos são girados para a direita. Além disso, os músculos que se opõem a esse movimento recebem conexões inibitórias. SISTEMA SOMATOSENSITIVO A propriocepção inconsciente é interpretada a nível de cerebelo. Anatomicamente, o cerebelo é dividido em uma parte central que é o Verme e dois hemisférios laterais. Na divisão funcional dividimos em: Vestibulocerebelo (Arquicerebelo), Espinocerebelo (Paleocerebelo) e Cerebrocerebelo (Neocerebelo). O Vestibulocerebelo é formado pelo Lobo Floconodular, tem conexão com os núcleos vestibulares (são 4 – localizados no tronco cerebral), que é responsável pela manutenção do equilíbrio. O espinocerebelo tem conexões com a medula, e é formado pelo Vermis e zona intermediaria dos hemisférios, sendo responsável pela manutenção da postura e da marcha. O cerebocerebelo está localizado nas zonas laterais, e possui conexão com o Cortex, e tem função relacionada com os movimentos finos. O cerebelo recebe aferências, que traz informações do Sistema Vestibular, sobre a posição dos olhos e da cabeça e da cabeça em relação ao corpo. Recebe também aferencias da Medula sobre grau de contração do musculo e posição e velocidade de movimento das partes do corpo. E por fim, recebe aferencia do Córtex no qual traz informações oriundas de todos os lobos cerebrais. As vias aferentes entram pelos pedúnculos, chega no cerebelo é interpretada e envia uma resposta, no qual cada região do cerebelo tem uma eferência especifica. As informações que vem do vestíbulocerebelo ele é traduzido no córtex e sai através do vermis, passando pelo Núcleo Fastígio. As informações do Esoinocerebelo passa pela zona intermedia no Núcleo Inteposto. Enquanto as informações do Cerebrocerebelo que vem do córtex sai pela região do Núcleo Denteado. CONEXÃO VESTIBULOCEREBELAR O sistema vestibular capta todas as informações através das células ciliadas dos órgãos otólitos e canis semicirculares. Essa informação é levada para o cerebelo, passando pelos núcleos vestibulares, e entra no Lobo Floconodular. Essa informação chega ao nível do córtex é interpretada e sai pela zona medial (eferencia) e isso gera um resposta que é a manutenção do equilíbrio. OBJETIVO 5: RELACIONAR O EQUILÍBRIO COM A AUDIÇÃO Essa relação de dependência pode ser evidenciada por mecanismos fisiológicos referente ao sistema de equilíbrio postural. O sistema vestibular que está responsável por essa dependência é formado por uma estrutura óssea adjacente a cóclea, o labirinto, localizado no osso temporal e inferiormente as estruturas membranosas. O labirinto tem seu papel importante no equilíbrio e audição, visto que a parte anterior do labirinto, chamado de cóclea, está relacionado com a audição. A parte posterior formada por um conjunto de três canais, chamados de canais semicirculares, está relacionada com o equilíbrio. Estando o nosso corpo todo, ou parte dele, parado ou em movimento, os proprioceptores garantem que tenhamos a percepção cinestesia. O sentido vestibular ou do equilíbrio também essa intimamente associado a essa sensibilidade, pois seus receptores detectam os movimentos originados exclusivamente na cabeça. A sensação de desequilíbrio/equilíbrio do corpo e os movimentos de rotação da cabeça são detectados pelo sistema vestibular que é considerada uma forma de propriocepção especial. Quando há informações opostas entre a visão, labirinto, músculos e ligamentos, o resultado é a tontura, há impressão de desequilíbrio (a cabeça fica oca, zonza, há escurecimento da visão). A vertigem é o tipo mais comum de tontura, a pessoa tem uma sensação de tontura rotatória, podendo causar náuseas, vômitos, suor, palidez e sensação de desmaio. Existe uma relação entre o sistema de equilíbrio com a audição e outras funções do sistema nervoso central. Multos indivíduos com tontura podem citar sintomas como: ruídos na cabeça ou no ouvido (zumbido), dificuldades para compreender o que o outro fala, dificuldade de audição (diminuição), desconforto a sons mais intensos, perda e memoria, dificuldade de concentração, cansaço e sensação de flutuação. Sensações de tontura, vertigem e zumbido podem sugerir uma doença do labirinto, conhecida como labirintite. É preciso saber que as labirintites é uma infecção grave e rara do labirinto. Já as labitintopatias ou vestibulopatias são problemas relacionados com a audição e o equilíbrio postural. OBJETIVO 6: ESTUDAR AS ÁREAS DO CÉREBRO RESPONSÁVEIS PELA AUDIÇÃO E PELO EQUILÍBRIO CÓRTEX AUDITIVO O córtex auditivo ocupa parte do lobo temporal em ambos os hemisférios. Um diversificado conjunto de áreas pode ser identificado em primatas no assoalho do sulco lateral, estendendo-se para fora dele por quase todo o giro temporal superior. Algumas dessas áreas são reunidas na chamada região auditiva central. Em torno dele fica o chamado cinturão auditivo e em torno deste o paracinturão auditivo. Todo o conjunto é alvo de fibras talâmicas provenientes do núcleo geniculado medial, mas apenas uma delas é classicamente considerada a área auditiva primaria ou A1. Mais posteriormente se destaca a Área de Wernivhe, região do córtex cereal especializada em interpretar sons linguísticos, ou seja, os que correspondem a fala. O córtex auditivo se situa em sua maior parte no plano supratemporal do giro temporal superior, mas também se estende à lateral do lobo temporal, sobre grande parte do córtex insular. Possui 2 regiões: o córtex auditivo primário e o córtex auditivo secundário. O córtex auditivo primário é excitado diretamente por projeções do corpo geniculado medial, enquanto o córtex auditivo secundário são excitadas por impulsos do próprio córtex primário. Pelo menos seis mapas tonotopicos foram encontrados no córtex auditivo primário e secundário. Em cada um desses mapas, sons de alta frequência excitam neurônios em uma extremidade do mapa, enquanto sons de baixa frequência excitam neurônios na extremidade oposta. Muitos dos neurônios do córtex auditivo, especialmente o secundário, não respondem apenas a frequências sonoras especificas no ouvido. Acredita-se que esses neurônios associem diferentesfrequências sonoras entre si ou associem informações sonoras a informações de outras partes sensórias do córtex. EQUILÍBRIO Os sinais também ascendem (ou por esse mesmo trato ou por tratos reticulares) para o córtex cerebral, terminando no centro cortical primário para o equilíbrio, localizado no lobo parietal, profundamente na fissura cerebral lateral, no lado oposto da fissura da área auditiva do giro temporal superior. OBJETIVO 7: ANALISAR OS FATORES OU CAUSAS MAIS COMUNS QUE INTERFEREM NA PERDA AUDIÇÃO E SUAS PREVENÇÕES A hipoacusia ou mais comumente conhecida como perda auditiva ou surdez, de forma simplificada, consiste na perda total ou parcial da audição de uma pessoa. SURDEZ DA COCLEA OU DO NERVO AUDITIVO Ela ocorre no ouvido interno quando as células ciliadas presentes dentro da cóclea ou os condutores nervosos sofrem alguma deterioração, impedindo que os sinais do ouvido cheguem ao cérebro. Também conhecida pelos médicos por surdez neurossensorial ou sensorioneural é a forma mais comum de surdez. As causas podem ser várias desde problemas menores como diminuição na irrigação sanguínea do ouvido até mais sérias como tumores cerebrais. Estes problemas também ocorrem como parte do processo de nosso envelhecimento. A partir de 55 anos de idade a audição começa a diminuir como acontece com a visão em idade menor ainda. Essa diminuição normal da idade varia muito de pessoa para pessoa e está normalmente ligada a herança genética, condições anormais a qual o ouvido foi exposto durante a vida (barulhos intenso, infecções) ou a doenças gerais como hipertensão arterial e diabetes que podem afetar o ouvido. CAUSAS DA SURDEZ NO NERVO Existem muitas causa da surdez no nervo. As mais comuns são: Exposição a ruídos de alta intensidade ou sons altos ou Presbiacusia (surdez pela idade). Outras causas incluem: Viroses (rubéola, caxumba); Meningite, Uso de certos medicamentos ou drogas (Ototóxicos- antibióticos amino glicosídicos, salicilatos, diuréticos de alça); Propensão familiar (hereditária); Traumas na cabeça; Doenças cardiocirculatórias; Defeitos congênitos; Alergias; Problemas metabólicos; Tumores. Os problemas no ouvido interno normalmente causam dificuldade para separar a fala de ruídos externos, dificuldade para ouvir sons de alta frequência e a necessidade de repetir o que foi dito. O diagnóstico precoce é crucial para poder controlar e tratar a maioria das causas da surdez. SURDEZ DE CONDUÇÃO A surdez de condução é aquela que afeta o ouvido externo ou médio e acontece quando as ondas sonoras não são bem conduzidas para o ouvido interno. Entre as causas estão: - Excesso de cera no ouvido: A cera é uma produção normal da pele do canal externo de nosso ouvido. Ela serve para proteger a pele fina que reveste o canal do ouvido contra germes e substâncias que podem contaminá-la ou feri-la. A cera de dentro do canal não deve ser retirada. As vezes tem pessoas que produzem muita cera a vida toda ou em algumas fases da vida e chega a formar um tampão que impede a passagem do som. - Catarro no ouvido (Otite secretória ou Otite Serosa): É uma doença que ocorre quando permanece um catarro ou secreção dentro do ouvido médio. Isto pode acontecer por um mal funcionamento da tuba auditiva, quando a gente está resfriado ou gripado e vai catarro para o ouvido e não consegue sair ou quando a gente submete o ouvido a diferenças importantes de pressão. - Infecção aguda do ouvido (Otite media aguda): A otite serosa aguda é geralmente resultado de um bloqueio da tuba auditiva devido a uma infecção tipo gripe ou uma crise de alergia. Esta secreção pode se infectar com uma bactéria ou um vírus e se tornar uma otite média aguda - Infecção crônica (Otite média crônica): é resultado de um bloqueio permanente ou por um “engrossamento” do líquido virando quase uma cola e que não vai por isso ser absorvido ou drenado pela tuba. Esta condição geralmente leva a uma diminuição da audição, pode ter fases de dor de ouvido, quando este catarro se infecciona. - Perfuração timpânica: Uma perfuração na membrana do tímpano pode acontecer por um trauma causado por objeto enfiado no canal do tímpano, ou por algo que causa uma pressão no canal do ouvido (tapa, mergulho ou até mesmo um beijo no ouvido). A perfuração pode também ser causada por uma infecção que levou a uma ruptura da membrana do tímpano e não houve cicatrização. - Doenças que provoquem a imobilização de um ou mais ossinho do ouvido (Otosclerose) -Tumores de ouvido externo e médio. Normalmente os problemas de surdez de condução podem ser resolvidos por tratamento médico (remédios) ou por cirurgia. SURDEZ RETROCOCLEAR Acontece quando o nervo auditivo está danificado ou inexiste. Essa surdez é profunda e permanente. Os aparelhos auditivos e os implantes cocleares não têm utilidade porque o nervo coclear não pode transmitir a informação auditiva ao cérebro. Depois de avaliação médica, o implante de tronco cerebral pode ser útil. SURDEZ MISTA: DE CONDUÇÃO E DO NERVO A surdez mista é uma combinação de perda auditiva condutiva com perda auditiva neurossensorial. Ela acontece quando o problema está presente no ouvido médio e interno, ao mesmo tempo. DOENÇA DE MENIERE A doença de Ménière é um distúrbio caracterizado por ataques recorrentes de vertigem incapacitante (uma sensação falsa de movimento ou giro), perda de audição flutuante (nas baixas frequências) e barulho no ouvido (acúfeno). Acredita-se que a doença de Ménière seja causada por uma quantidade de líquido em excesso que esteja normalmente presente no ouvido interno. O líquido no ouvido é mantido em uma estrutura em formato de bolsa chamada de saco endolinfático. Esse líquido é secretado e reabsorvido de forma contínua, mantendo-se em uma quantidade constante. Tanto um aumento da produção de líquido do ouvido interno, quanto uma diminuição de sua reabsorção, resultam em excesso de líquido. OBJETIVO 8: ENTENDER COMO OS RUÍDOS OCUPACIONAIS INTERFEREM NA PERDA AUDITIVA As doenças otorrinolaringológicas relacionadas ao trabalho são causadas por agentes ou mecanismos irritativos, alérgicos ou tóxicos. No ouvido interno, os danos decorrem da exposição a substancias neurotóxicas e fatores de risco de natureza física, como ruído, pressão atmosférica, vibrações e radiação ionizante. Nesse contexto, a Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) configura-se como uma doença decorrente da exposição ao fator de risco ruído. A Pair caracteriza-se como um dano provocado pela exposição ao risco ruído, e tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual conforme o tempo de exposição ao ruído. Do ponto de vista da física, ruído é, por definição, a variação da pressão sonora sob a forma de ondas mecânicas, que representa oscilações dos sistemas de matérias elásticos. Essas oscilações podem constituir- se em estímulos para o nosso organismo e causar defeitos desagradáveis. O ruído torna-se fator de risco se o nível da pressão sonora e o tempo de exposição ultrapassar certos limites, pois pode ocasionar o deslocamento temporário do limiar auditivo ou surdez profissional. Como regra geral, é tolerada a exposição de no máximo, oito horas diárias a ruídos continuo ou intermitentes, com média ponderada no tempo de 85dB. Entretanto é comum a coexistência de vários outros fatores que podem agredir diretamente o órgão auditivo e influir no desenvolvimento da perda auditiva por meio da interação com os níveis de pressão sonora ocupacional ou não ocupacional. Destacam-se entre eles: - Os riscos ambientais de trabalho; - Inadequação dos sistemas de cuidado à saúde: ineficiência do conhecimento medico das causas, importância do diagnostico etiológico, tratamento ineficaz e falta de atuaçãopreventiva por parte das empresas nas condições ambientais de trabalho. - Agentes químicos: solventes (tolueno, dissulfeto de carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes (monóxido de carbono). - Agentes físicos: vibrações, radiação, calor. - Agentes biológicos; vírus, bactérias. O ruído está presente em diversas atividades laborais. A ocorrência do Pair é muito comum nos ramos de atividades: Construção Civil, Industria de transformação, Industria de alimentos, Industria de processamentos, Mineração, Atividades agropecuária. A Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) relacionada ao trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada em níveis elevados de pressão sonora. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurosenssorial, geralmente bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva ocupacional, surdez profissional, disacusia ocupacional, perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora, perda auditiva induzida por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional. A maior característica da Pair é a degeneração das células ciliadas do órgão de Corti. Recentemente tem sido demonstrado o desencadeamento de lesões e de apoptose celular em decorrência da oxidação provocada pela presença de radicais livres formados pelo excesso de estimulação sonora ou pela exposição a determinados agentes químicos. São considerados sinais dos efeitos auditivos: • Perda auditiva sensório-neural com comprometimento das células ciliadas da orelha interna. • Quase sempre bilateral. • Seu primeiro sinal é um rebaixamento no limiar audiométrico de 3, 4 ou 6kHz. No início da perda, a média dos limiares de 500, 1 e 2kHz é melhor do que a média de 3,4 ou 6kHz. O limiar de 8kHz tem que ser melhor do que o pior limiar. • Em condições normais, apenas a exposição ao ruído não produz perdas maiores do que 75dB em frequências altas e do que 40dB nas baixas. • A progressão da perda auditiva decorrente da exposição crônica é maior nos primeiros 10 a 15 anos e tende a diminuir com a piora dos limiares. • Evidências científicas indicam que a orelha com exposições prévias a ruído não são mais sensíveis a futuras exposições. Uma vez cessada a exposição, a Pair não progride. • O risco de Pair aumenta muito quando a média da exposição está acima de 85dB(A) por oito horas diárias. As exposições contínuas são piores do que as intermitentes, porém, curtas exposições a ruído intenso também podem desencadear perdas auditivas. Quando o histórico identificar o uso de protetores auditivos, deve ser considerada a atenuação real do mesmo, assim como a variabilidade individual durante o seu uso. EFEITOS NÃO AUDITIVOS DA EXPOSIÇÃO AO RUIDO São considerados sinais dos efeitos não auditivos: - Transtornos de comunicação; Alteração do sono; Transtornos neurológicos; Transtornos vestibulares; Transtornos digestivos; Transtornos comportamentais; Transtornos cardiovasculares; Transtornos hormonais. AVALIAÇÃO DA PAIR A avaliação do trabalhador exposto a ruído consta de avaliação clínica e ocupacional, na qual pesquisa-se a exposição ao risco, pregressa e atual, considerando-se os sintomas característicos, descritos anteriormente. É importante o detalhamento da exposição, para que seja possível buscar relações entre a exposição e os sinais e sintomas. Dessa forma, a anamnese ocupacional configura-se como instrumento fundamental para a identificação do risco. O conhecimento sobre o ambiente de trabalho também pode ser feito por meio de visita ao local, avaliação de laudos técnicos da própria empresa e informações sobre fiscalizações, além do relato do paciente A avaliação audiológica é formada por uma bateria de exames: • Audiometria tonal por via aérea. • Audiometria tonal por via óssea. • Logoaudiometria. • Imitanciometria. OBJETIVO 9: IDENTIFICAR OS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E LEGAIS DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS RELACIONADAS A AUDIÇÃO Os trabalhadores compartilham os mesmos perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como consequência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará da união desses fatores, que podem ser sintetizados em quatro grupos de causas: • doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho; • doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas, etc.) eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua ocorrência ou na precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho. A hipertensão arterial em motoristas de ônibus urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta possibilidade; • doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou tornado mais complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se (efeito aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições provocadoras ou desencadeadoras destes quadros nosológicos; • agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A silicose e a asbestose exemplificam este grupo de agravos específicos. Os três últimos grupos constituem a família das doenças relacionadas ao trabalho. A natureza dessa relação é sutilmente distinta em cada grupo. Todo caso de Pair deve ser notificado, conforme a Portaria Nº1984 de 12 de setembro de 2004. A notificação do SUS deverá ser realizada nas Unidades Sentinelas Notificadoras de Pair. Ressalta-se que todo caso de Pair em trabalhadores formais deve ser comunicado à Previdência Social, por meio da abertura da Comissão de Acidentes de Trabalho (CAT). A avaliação da surdez ocupacional compreende três momentos: 1) Avaliação de "primeiro nível" — são os testes de triagem audiométrica realizados em empresas ou consultórios. Os resultados são descritivos, não definem o diagnóstico, mas oferecem ao médico da empresa as indicações para abordagem de cada caso e fornecem dados epidemiológicos sobre a saúde auditiva dos trabalhadores. 2) Avaliação de "segundo nível" — (ambulatório de ORL ocupacional) usa de anamnese (clínico- ocupacional), exame audiométrico completo, com a finalidade de confirmar ou excluir a ocorrência da PAIR. Tem por objetivo emitir relatório médico especializado para fins administrativos, trabalhistas ou judiciais. 3) Avaliação de "terceiro nível" — (ambulatório de ORL — otologia) tem a finalidade de esclarecer o diagnóstico da deficiência auditiva, sustentando a afirmação ou a exclusão da PAIR. Ao definir o diagnóstico, propõe o tratamento médico (clínico ou cirúrgico) e/ou reabilitatório, assim como o aconselhamento preventivo. PREVENÇÃO Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pela empresa. Cabe ao Ministério do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), e ao serviço de vigilância à saúde a fiscalização do cumprimento da legislação pertinente.As empresas devem manter, de acordo com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA– NR9), no qual os diversos riscos existentes no trabalho devem ser identificados e quantificados para, a partir dessa informação, direcionar as ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), que procederá às avaliações de saúde dos trabalhadores. EPIDEMIOLOGIA Os dados epidemiológicos sobre perda auditiva no Brasil são escassos e referem-se a determinados ramos de atividades e, portanto, não há registros epidemiológicos que caracterizem a real situação. Os dados disponíveis sobre as ocorrências dão uma ideia parcial da situação de risco relacionada à perda auditiva. Estima-se que 25% da população trabalhadora exposta seja portadora de Pair em algum grau. Apesar de ser o agravo mais frequente à saúde dos trabalhadores, ainda são pouco conhecidos seus dados de prevalência no Brasil. Isso reforça a importância da notificação, que torna possível o conhecimento da realidade e o dimensionamento das ações de prevenção e assistência necessárias. OBJETIVO 10: DESCREVER A IMPORTÂNCIA DA AUDIÇÃO PARA O BEM ESTAR BIOPSICOSSOCIAL DO PACIENTE A audição é um dos sentidos mais importantes para a vida humana. É a chave para a linguagem oral e uma forma de sentir o mundo. De acordo com a idade que surge a perda auditiva, ocorrem diferentes consequências e impactos, tanto a nível social como emocional do indivíduo. Quando a perda auditiva surge nos primeiros anos de vida, a criança deixa de estar exposta ao estimulo da linguagem, provocando um déficit quanto ao nível do desenvolvimento linguístico, dificultando a aprendizagem e até mesmo o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Se a perda auditiva ocorrer durante a idade escolar, podem surgir problemas na linguagem quanto na articulação de palavras, colocando muitas vezes em prejuízo o aproveitamento escolar da criança. Já nas pessoas adultas, especialmente nas mais idosas, a perda auditiva normalmente surge de uma forma tão gradual, que muitas vezes não percebem que estão ficando surdos. A perda auditiva associado ao envelhecimento tem inúmeras consequências, sendo a mais grave a degradação da comunicação oral. Por outro lado, o equilíbrio também é fundamental na vida humana, e é o principal responsável pelo relacionamento especial do homem com o ambiente, exige complexa interação entre os sistemas sensoriais e o motor. Os movimentos estáticos e dinâmicos exigem um sistema de prioridade aos objetivos comportamentais, que utilizam as informações sensoriais, disponíveis para um controle eficaz dos membros e do tronco, para conseguir a orientação e o equilíbrio. Para a regulação do equilíbrio, o sistema de controle postural (SNC) necessita de informações quanto as posições relativas dos segmentos do corpo e a magnitude das forças atuantes. Tais informações são oriundas dos sistemas visual, proprioceptivo e vestibular, com a finalidade de manter o alinhamento e a estabilidade. Sendo assim, quando o aparelho vestibular apresenta algum tipo de distúrbio, o equilíbrio da pessoa pode ser afetado, interferindo no processo de aquisição de habilidades motoras básicas. Dessa forma, a deficiência auditiva pode afetar o desenvolvimento cognitivo, aprendizagem, linguagem e inclusão social, além a privação sensorial, provocando consequências biopsicossociais. A função auditiva estabelece a comunicação com o ambiente e o equilíbrio, que participa de todas as funções motoras e posturais. No entanto, as pessoas com deficiência auditiva tendem a isolar-se, evitando situações sociais em que o barulho de fundo torna a conversação anormal e difícil de compreender. O isolamento social e as doenças depressivas são muito frequentes nessas pessoas, e a barreira de comunicação que essa perda provoca, pode causar ou exacerbar esse problema. Embora não exista cura para certas formas de perda de audição, muitos doentes podem ser ajudados através de próteses auditivas, especialmente quando o problema é identificado cedo. Devido à dificuldade na comunicação oral com deficientes auditivos, em abril de 2002, sancionou a lei que dispõe sobre a língua brasileira de Sinais (LIBRAS) que a partir de então passou a ser reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, garantindo o direito e comunicação da pessoa surda e facilitando a inserção desses indivíduos na sociedade. OBJETIVO 11: IDENTIFICAR OS MÉTODOS DIAGNÓSTICO CLÍNICO E COMPLEMENTAR PARA AVALIAÇÃO DA PERDA AUDITIVA E DO EQUILÍBRIO O sistema vestibular é um órgão que detecta as sensações do equilíbrio corporal. Para obter um equilíbrio corporal satisfatório, é necessário que os sistemas sensoriais apresentem perfeita integração e regulação. Situado na orelha interna, o sistema vestibulococlear apresenta dupla função, sendo a cóclea responsável pela audição e o vestíbulo, pelo equilíbrio. No entanto, a capacidade de ouvir é, na verdade, uma característica secundária, visto que a responsabilidade primária do órgão auditivo é manter o equilíbrio corporal. Define-se equilíbrio corporal como a capacidade do homem de manter-se ereto ou realizar movimentos de aceleração e rotação do corpo de maneira eficaz. O equilíbrio pode ser dividido em estático e dinâmico. O equilíbrio estático refere-se ao controle da oscilação postural na posição imóvel, através da utilização de percepções internas e externas, associadas à ativação muscular como resposta às perturbações de estabilidade e equilíbrio. Já o equilíbrio dinâmico é a capacidade de controlar o centro de gravidade do corpo enquanto este se desloca sobre sua base de apoio, o que necessita de níveis adequados de força dos membros inferiores. A disfunção vestibular assume particular importância, pois o envelhecimento é diretamente proporcional à presença de múltiplos sintomas otoneurológicos associados, tais como vertigem e outras tonturas, perda auditiva, zumbido, alterações do equilíbrio corporal, distúrbios d a marcha e quedas ocasionais. Avaliar o equilíbrio é uma tarefa de diversas áreas profissionais, como fonoaudiologia, fisioterapia, otoneurologia, entre outras. Essa avaliação na pratica clínica, serve como instrumento importante para identificar precocemente os distúrbios posturais, compreender as alterações do equilíbrio e realizar intervenções necessárias. Avaliar pela anamnese sinais e sintomas como tontura, vertigem, zumbidos, distúrbios da audição. Além disso, no exame físico pela otoscopia que consiste no exame do meato acústico externo e da membrana timpânica por um intermédio de um especulo auricular. No exame neurológico, avaliar o equilíbrio estático e dinâmico. EQUILIBRIO ESTÁTICO Teste de Romberg: O paciente é colocado em posição ortostática, com os calcanhares unidos e pontas dos pés separados em 30°, cabeça reta, braços ao longo do corpo na posição anatômica, olhos fechados (para inibir a visão) durante um minuto. O exame é considerado alterado se houver queda. Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo através de algumas manobras: Manobra de Jendrassik: mãos em oposição e cotovelos na horizontal. Romberg-Barre: colocando-se em pé um diante do outro, em linha reta, diminuindo a base de sustentação. Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para frente ou para trás (Romberg clássico) enquanto nos distúrbios do sistema proprioceptivo, não há lado preferencial para a queda. Nas cerebelopatias o paciente procura manter a base alargada (abasia), caindo ao aproximar os pés, mesmo de olhos abertos. Classicamente quando há queda com lateralização para direita ou esquerda pede-se ao paciente para girar a cabeça primeiro para a direitae depois para a esquerda para observar se há alteração na direção da queda, dependendo da posição do labirinto posterior. Isto caracteriza um Romberg Vestibular. Apoio Monopodal de Uemura: É um teste de altíssima sensibilidade que consiste em equilibrar-se sobre um pé com os olhos fechados. Classicamente observa-se um indivíduo com déficit vestibular uni ou bilateral não consegue equilibrar-se sobre um pé com os olhos fechados. Obs: Após os 55 anos de idade é quase impossível não haver alteração neste teste. Braços Estendidos: O paciente deverá permanecer com os braços estendidos à sua frente, paralelos entre si, com os dedos indicadores apontando para frente. Em seguida, solicitamos que feche os olhos, observando se o paciente é capaz de manter os braços em posição inicial. O resultado é considerado normal se houver ausência de desvio dos braços após 1 a 2 minutos e alterado se houver desvio de 2 a 3 cm durante o mesmo período. EQUILIBRIO DINÂMICO Teste de Babinski-Weil (Prova de Marcha às Cegas): O paciente deve caminhar, de olhos fechados, para frente e para trás num percurso aproximadamente de 1,5m. Espera-se em indivíduos saudáveis que não ocorra desvio da marcha. No caso de lesão vestibular unilateral, o tônus muscular será assimétrico, provocando desvio da marcha para o lado lesado, descrevendo uma marcha em estrela. Pode-se encontrar uma alternância de desvio (passo para frente desviado para um lado e passo para trás desviado para outro), que reflete a látero- pulsão do déficit vestibular. Teste de Fukuda: O paciente marcha, elevando os joelhos aproximadamente 45° sem deslocar-se, executando 60 passos (um por segundo) com os braços estendidos e os olhos fechados. São considerados resultados patológicos se houver deslocamento maior do que 1m e/ou rotação superior a 30°. Este teste é útil no acompanhamento de pacientes com patologias periféricas durante o tratamento, pois fornece sinais de compensação vestibular. Teste de Unterberger: É uma variante do teste e Fukuda. O paciente executa 90 passos, sem deslocar-se. São consideradas apenas variações na rotação. EXAMES AUDIOLÓGICOS São de fundamental importância para o diagnóstico de vertigens decorrentes de distúrbios otológicos. Devem incluir audiometria vocal e tonal, além de timpanometria e pesquisa do reflexo estapediano. AUDIOMETRIA Audiometria é o exame que detecta a capacidade do paciente de ouvir os sons. O exame ocorre numa pequena cabine acústica, a qual tem como função impedir que qualquer som exterior penetre naquele espaço. A cabine terá uma parede de vidro para que o médico veja a pessoa e vice-versa. Eles a partir daí comunicam através de gestos que foram previamente combinados. A pessoa coloca uns auscultadores para ouvir e também pode ter um microfone para falar alguma coisa. Há, basicamente, dois tipos de exame de audiometria: 1. Audiometria Tonal: avalia as respostas do paciente à sons, emitidos em diversas frequências, detectando assim o grau e o tipo de perda auditiva. É considerado um teste subjetivo porque depende da resposta do examinando aos estímulos auditivos fornecidos pelo examinador. Pode ser feito por via aérea comum ou por via óssea. 2. Audiometria Vocal: avalia a capacidade de compreensão da fala humana. O paciente demonstrará sua percepção e compreensão da fala humana emitida pelo examinador. Abaixo de 25 decibéis - considerada normal; 26 a 40 decibéis - perda auditiva leve; 41 a 55 decibéis - perda auditiva moderada; 56 a 70 decibéis - perda auditiva moderadamente severa; 71 a 90 decibéis - perda severa; Acima de 90 decibéis - perda profunda. IMPEDANCIOMETRIA Este exame tem por finalidade avaliar o funcionamento das estruturas (membrana timpânica, ossículos, etc) da orelha média e da tuba auditiva. Pode ser divido em três etapas: timpanometria, compliância e pesquisa do reflexo estapédico. Ele é recomendado para confirmar a coerência com a audiometria tonal, controle de tratamento da otite média (orelha com presença de secreção) e como exames de rotina no pré e pós- cirúrgico da orelha Teste de Weber: Este teste é feito com um diapasão (o qual vibra entre 256 a 512 Hz normalmente) ao ser batido e é colocado ou no centro do crânio com uma distância igual entre as orelhas ou colocado junto do lábio superior. Se o paciente disser que houve com mais intensidade na orelha afetada, então ele tem uma perda auditiva condutiva. Se ele em vez disso ouvir com mais intensidade na orelha em bom estado, então terá uma perda auditiva neuro-sensorial. Teste de Rinne: O teste de Rinne é feito como complemento ao teste de Weber. Este também é feito com um diapasão, mas desta vez é colocado no mastoide (parte de trás da orelha) e é posto a vibrar. O médico então conta quantos segundos o paciente consegue ouvir o som. Quando ele deixar de o ouvir ele afasta da orelha um pouco e aí o paciente irá também informar quando deixar de ouvir o som. e por via aérea o som demorar mais que via óssea (com proporção aproximada de 2:1), então não existe perda auditiva. Se por via óssea for melhor que aérea, então o paciente tem perda auditiva condutiva. E por fim, se o paciente ouvir por tempo mais reduzido que normal em ambas as vias, então o paciente tem perda auditiva neuro-sensorial.
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