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MÓDULO NEURO 02 - Andando nas nuvens

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MÓDULO NEURO 
PROBLEMA 2 – ANDANDO NAS NUVENS 
 
OBJETIVO 1: DESCREVER A MORFOLOGIA DO OUVIDO 
INTERNO, MÉDIO E EXTERNO (ANATOMIA, 
HISTOLOGIA E FUNÇÃO) 
ANATOMIA DA ORELHA 
A orelha é dividida em 3 regiões: Orelha externa (coleta 
ondas sonoras e as direciona para dentro), Orelha 
Média (conduz as vibrações sonoras para a janela do 
vestíbulo) e Orelha Interna (armazena os receptores 
para a audição e o equilíbrio). 
ORELHA EXTERNA 
É formada pela orelha (pavilhão auricular) que é uma 
aba de cartilagem elástica recoberta por pele. A sua 
margem é a hélice, a parte inferior é o lóbulo. Também 
faz parte o Meato acústico externo que é um tubo 
curvado com cerca de 2,5cm de comprimento 
chegando até a membrana timpânica. Já a Membrana 
timpânica ou tímpano é uma divisão fina e 
transparente entre o meato externo e a orelha média. 
Ela é recoberta por epiderme, revestida por epitélio 
cubico simples. Entre as camadas epiteliais encontra-se 
tecido conjuntivo composto por colágeno, fibras 
elásticas e fibroblastos. 
O tímpano pode ser perfurado, causado pela pressão 
de um cotonete, traumatismo ou infecção na orelha 
média. Para avaliar a membrana utiliza-se um 
otoscópio. 
 
Próximo a abertura externa, o meato contém alguns 
pelos e glândulas sudoríparas especializadas chamadas 
de glândulas ceruminosas que acrescenta cera de 
ouvido. Essa combinação de pelos e cerume ajuda a 
evitar a entrada de poeira ou objetos estranhos na 
orelha. 
ORELHA MÉDIA 
A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar e 
revestida por epitélio. É separada da orelha externa 
pela membrana timpânica e da orelha interna por uma 
divisão fina que contém as aberturas: Janela do 
vestíbulo (oval) e Janela da Cóclea (redonda). 
Ainda na orelha média, encontra-se os 3 menores 
ossos do corpo conectados a ela por ligamentos: O 
martelo, a Bigorna e o Estribo, sendo estes conectados 
uns aos outros por articulações sinoviais. O cabo do 
martelo se liga a face interna da membrana timpânica, 
enquanto sua cabeça é articulada com o corpo da 
bigorna. A bigorna se articula com a cabeça do estribo. 
Já a base do estribo se encaixa na janela do vestíbulo 
(oval). Abaixo dessa janela se encontra outra abertura, 
que é a Janela da Cóclea (redonda) que é encapsulada 
pela membrana timpânica secundária. A porção basal 
achatada do estribo, a platina, move-se para dentro e 
para fora, como um pistão, na janela oval, 
transmitindo, assim, as vibrações sonoras aos fluidos 
da cóclea no ouvido interno. 
A pressão que empurra a janela oval é maior do que na 
membrana timpânica, em parte porque a área de 
superfície da platina do estribo é menor do que a área 
de superfície da membrana timpânica. Isso faz com que 
a pressão na janela oval seja 20 vezes maior do que a 
pressão na membrana timpânica, e esse aumento é 
suficiente para mover o fluido no 
ouvido interno. 
 
Dois pequenos músculos esqueléticos se ligam aos 
ossículos: 
 O musculo extensor do tímpano, que é 
inervado pelo ramo mandibular do nervo 
trigêmeo (V) e está ancorado no osso da 
cavidade do ouvido médio por uma 
extremidade e ligado ao martelo pela outra 
extremidade. Tem como função limitar o 
movimento e aumentar a tensão da membrana 
timpânica, evitando danos à orelha interna por 
causa de barulhos altos. 
 O musculo estapédio (menor musculo do 
corpo), se estende desde o ponto de sua 
fixação no osso até onde se liga ao estribo. É 
inervado pelo nervo facial (VII), ele protege a 
janela do vestíbulo(oval), mas também diminui 
a sensibilidade auditiva. Por esse motivo, a 
paralisia desse músculo está associada a 
hiperacusia (audição anormalmente sensível). 
Quando esses músculos se contraem, a cadeia de 
ossículos torna-se muito mais rígida, e a, condução do 
som ao ouvido interno fica muito diminuída. O início de 
um som barulhento dispara uma resposta neural que 
faz com que esses músculos se contraiam, uma 
resposta chamada de reflexo de atenuação. A 
atenuação do som é muito maior em frequências 
baixas do que em frequências altas. 
 
A parede anterior da orelha média contém uma 
abertura que leva diretamente para a tuba auditiva ou 
Trompa de Eustáquio. A tuba auditiva contendo osso e 
cartilagem elástica conecta a orelha media a parte 
nasal da faringe (nasofaringe). Ela normalmente se 
encontra fechada, mas durante a deglutição ou ao 
bocejar ela se abre permitindo que o ar entre ou saia 
da orelha media até que a pressão nela esteja igual a 
pressão atmosférica. A tuba auditiva também é uma 
rota para patógenos que saem do nariz e da garganta 
para a orelha media, causando uma infecção auditiva 
(otite). 
ORELHA INTERNA 
A orelha interna consiste na cóclea, que é parte do 
sistema auditivo, e no labirinto, que não é. O labirinto 
é uma parte importante do sistema vestibular, o qual 
auxilia a manter o equilíbrio corporal. 
CÓCLEA 
A cóclea tem um formato espiral, contendo um tubo 
oco com paredes constituídas de osso e um pilar 
central que é uma estrutura óssea cônica chamada de 
Modíolo. 
Na base da cóclea, existem 2 orifícios cobertos por 
membrana: a janela oval (abaixo da platina do estribo) 
e a janela redonda. 
O tubo está dividido em 3 camadas preenchidos por 
fluido: a escala vestibular (ascendente), a escala 
média e a escala timpânica(descendente). Essas três 
escalas enrolam-se ao redor da porção interna da 
cóclea como uma escada em espiral. A membrana de 
Reissner separa a escala vestibular da escala média e a 
Membrana Basilar separa a escala timpânica da escala 
media. Apoiado na membrana basilar está o Órgão de 
Corti, que contém os neurônios receptores auditivos; 
Suspensos a esse órgão está a membrana tectorial. 
No ápice da cóclea, a escala média está fechada, e a 
escala timpânica tem continuidade com a escala 
vestibular através de um orifício nas membranas 
chamado de Helicotrema. 
O fluido da escala timpânica e vestibular é chamado de 
perilinfa, e tem uma constituição similar ao liquido 
cefalorraquidiano, com concentrações baixas de K+ e 
altas de Na+. Já a escala média está preenchida pela 
endolinfa, que é um fluido com características 
intracelular com alta de K+ e baixas de Na+. Devido a 
permeabilidade da membrana de Reissner, a endolinfa 
tem um potencial elétrico mais positivo do que o da 
perilinfa, que é chamado de potencial endococlear, e 
vai ser importante para aumentar a transdução 
auditiva. 
FISIOLOGIA DA CÓCLEA 
Os ossículos se movem a medida que a membrana 
timpânica se movem. O estribo funciona como um 
pequeno pistão, fazendo um movimento para dentro 
na janela oval empurrando a perilinfa na escala 
vestibular. Como a presado no fluido não tem nenhum 
outro lugar para escapar, a membrana da janela 
redonda deve se abaular para fora em resposta ao 
movimento da membrana da janela oval para o interior 
da cóclea. 
A membrana basilar é 5 vezes mais larga no ápice do 
que na base. E sua rigidez diminui da base em direção 
ao ápice. Quando o som empurra a platina do estribo 
sobre a janela oval, a perilinfa descola-se dentro da 
escala vestibular e como a membrana de Reissner é 
muito flexível, a endolinfa desloca-se dentro da escala 
média. 
A distância que a onda percorre na membrana basilar 
depende da frequência do som. Se a freqüência for 
alta, a base mais rígida da membrana vibrará muito, 
dissipando a maior parte da energia, e a onda não 
propagará para muito longe. Sons de baixa frequência, 
contudo, geram ondas que se propagarão até o ápice 
flexível da membrana antes que a maior parte da 
energia tenha se dissipado. 
As células receptoras auditivas, as quais convertem a 
energia mecânica em uma alteração na polarização da 
membrana estão localizadas no Órgão de Corti. Esse 
órgão constitui-se de células ciliadas, dos pilares de 
Corti e de várias células de sustentação. Os receptores 
auditivos são chamados de Células ciliadas,pq estas 
contem estereocilios. O evento na transdução do som 
em um sinal neural é o deslocamento desses cílios. 
As células ciliadas estão fixadas entre a membrana 
basilar e uma lamina reticular. Os pilares de corti 
estendem-se entre essas duas membranas e fornece 
sustentação estrutural. As células ciliadas localizadas 
entre o modíolo e os pilares de Corti são as células 
ciliadas internas. Já as células mais externas aos pilares 
são as células ciliadas externas. Os etereocilios 
estendem-se do limite apical de cada célula para o 
interior da endolinfa, acima da lamina reticular, 
mantendo suas extremidades na membrana tectorial. 
As células ciliadas fazem sinapse com neurônios cujos 
corpos celulares estão no gânglio espiral dentro do 
modíolo. As células do gânglio espiral são bipolares. Os 
axônios do gânglio espiral entram no nervo vestíbulo-
coclear (VII). 
 
 
 
 
 
 
 
 
A orelha interna também é chamada de labirinto. 
Estruturalmente ela é formada pelo Labirinto Ósseo 
Externo que encapsula o Labirinto Membranáceo 
Interno. 
1) Labirinto Ósseo: é formado por várias 
cavidades na parte petrosa do temporal, sendo 
dividida em 3 áreas: Canais Semicirculares, 
Vestíbulo e Cóclea. Esse labirinto é revestido 
por periósteo e contém perlinfa (semelhante 
ao liquido cerebroespinhal) que reveste o 
labirinto membranáceo. 
 Vestíbulo: é a parte central oval do 
labirinto ósseo. O labirinto 
membranáceo no vestíbulo é formado 
por dois sacos chamados de Utrículo e 
Sáculo, que são conectados por um 
ducto. 
 Canais Semicirculares: está anterior e 
superior ao vestíbulo. São 3 canais: 
Canal Semicircular 
anterior(verticalmente), 
posterior(verticalmente) e lateral 
(horizontalmente). Na extremidade de 
cada canal encontra-se um 
alargamento chamado de ampola. 
OBS: Quando o labirinto membranáceo se encontrar 
dentro dos canais semicirculares ósseos são chamados 
de ductos semicirculares, que irão se conectar ao 
utrículo do vestíbulo. 
1) Labirinto Membranáceo: é uma serie de tubos 
epiteliais dentro do labirinto ósseo que abriga 
os receptores para audição e equilíbrio. Esse 
labirinto vai conter em seu interior a Endolinfa, 
que possui níveis de potássio altos que 
desempenham função na geração de sinais 
auditivos. 
O nervo Vestibular (parte do Vestibulococlear) 
consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. 
Esses nervos contém neurônios sensitivos de 
primeira ordem que carrega a informação sensorial 
proveniente dos receptores. E neurônios motores 
que formam sinapses com os receptores de 
equilíbrio. Os corpos celulares dos neurônios 
sensitivos encontram-se localizados nos gânglios 
vestibulares. 
 
 Cóclea: é um canal espiral que realiza 
quase 3 voltas ao redor de um núcleo 
ósseo central chamado de modíolo. 
Cortes histológicos revelam que a 
cóclea é dividida em 3 canais: 
a) Ducto Coclear: é uma continuação 
do labirinto membranáceo em 
direção a cóclea, sendo 
preenchido por endolinfa. 
b) Rampa do vestíbulo: termina na 
janela do vestíbulo (oval). É 
preenchida por perilinfa. 
c) Rampa do tímpano: termina na 
janela da cóclea (redonda). É 
preenchida por perilinfa. 
Obs: A rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano são 
separadas completamente pelo ducto coclear, exceto 
por uma abertura no ápice da cóclea: o helicotrema. 
A membrana vestibular separa o ducto coclear da 
rampa do vestíbulo e a lâmina basilar separa o ducto 
coclear da rampa do tímpano. Localizada sobre a 
lamina basilar encontra-se o órgão espiral ou órgão de 
Corti, que é uma lamina espiral de células epiteliais de 
sustentação e células ciliadas (16 mil), que são os 
receptores da audição. 
Existem 2 grupos de células ciliadas: as células ciliadas 
internas organizadas em uma única fileira e as células 
ciliadas externas organizadas em 3 fileiras; Na porção 
apical de cada célula encontram-se entre de 40 a 80 
estereocílios que se estendem para a endolinfa do 
ducto coclear. 
Em suas extremidades basais, as células ciliadas 
formam sinapses com os neurônios sensitivos de 1ª 
ordem e com os neurônios motores. As células ciliadas 
internas formam sinapses com 90% dos neurônios 
sensitivos no nervo coclear, que transmite a 
informação auditiva para o encéfalo. Já as células 
ciliadas externas fazem sinapse com 90% dos 
neurônios motores. A membrana tectória é gelatinosa 
e cobre as células ciliadas do órgão espiral. 
 
 
 
OBJETIVO 2: ENTENDER COMO SE DÁ A FISIOLOGIA 
DA AUDIÇÃO 
O pavilhão direciona as ondas sonoras para o meato 
acústico externo. Quando as ondas sonoras alcançam a 
membrana timpânica, as ondas de pressão alta e baixa 
fazem com que a membrana vibre para frente e para 
trás. A membrana vibra lentamente em resposta a sons 
de baixa frequência (tons baixos) e rapidamente a sons 
de altas frequências (tons alto). 
A área central da membrana timpânica se conecta com 
o martelo, e a vibração é transmitida do martelo para 
a bigorna e então para o estribo. Conforme o estribo se 
move como um pistão na janela do vestíbulo (oval) 
provoca ondas de pressão no liquido da perilinfa da 
cóclea. Essa ondas de pressão são transmitidas da 
escala do vestíbulo, movem a endolinfa dentro do 
ducto coclear e passam para a escala do tímpano. 
As ondas de pressão na endolinfa faz com que as 
membranas basilares vibrem, fazendo com que as 
células ciliadas do órgão de corti se movam contra a 
membrana tectorica. Isso promove o dobramento dos 
estereocilios e leva à geração de impulsos nervosos nos 
neurônios de primeira ordem nas fibras nervosas 
cocleares. 
As ondas sonoras de várias frequências faz com que 
determinadas regiões da lamina vibre mais 
intensamente do que outras, pois cada segmento 
basilar está afinado para um tom em particular. Os sons 
de alta frequência induzem vibração na base da cóclea, 
enquanto que os de baixa frequência causa vibração no 
ápice da cóclea. 
As células ciliadas promovem a transdução de 
vibrações mecânicas em sinais elétricos. Isso se dá, 
conforme a lamina basilar vibra, os feixes de cílios no 
ápice das células ciliadas se dobram para frente e para 
trás. Uma proteína de Ligação de extremidade (Tip 
Link) conecta a extremidade de cada estereocilio a um 
canal iônico chamada TRPA1 sensível a estresse 
mecânico. Conforme os estereocilios se dobram, as 
ligações de extremidade disparam os canais de 
transdução, abrindo-os. Esses canais permitem que 
cátions da endolinfa, principalmente o K+ entre no 
citosol da célula ciliada, causando um potencial 
despolarizante. Essa despolarização se espalha 
rapidamente e abre canais de Ca+ dependentes de 
voltagem na base da célula ciliada. Esse influxo de 
cálcio promove uma exocitose de vesículas contendo 
neurotransmissor (glutamato). Conforme os 
neurotransmissores são liberados, a frequência dos 
impulsos nervosos nos neurônios sensitivos de 1ª 
ordem aumenta. Já o dobramento dos cílios na direção 
oposta fecha os canais de transdução, permitindo que 
ocorra hiperpolarização reduzindo a liberação do 
neurotransmissor, diminuindo a frequência dos 
impulsos. 
 
OBJETIVO 3: CARACTERIZAR A VIA SENSORIAL 
RESPONSÁVEL PELA AUDIÇÃO 
INERVAÇÃO DAS CELULAS CILIADAS 
O nervo auditivo consiste em axônios de neurônios 
cujos corpos celulares estão localizados no gânglio 
espiral. Os neurônios do gânglio espiral são os 
primeiros a disparar potenciais de ação, fornecendo 
toda a informação auditiva enviada ao encéfalo. Existe 
uma diferença na inervação das células ciliadas 
internas e externas. As 
células ciliadas externas 
são inervadas por ramos 
que leva a apenas um 
gânglio expiral. Enquanto 
que as células ciliadas 
internas possuem vários 
ramos em uma só célula 
com vários gânglios. Com 
isso, podemos concluir 
que a maior parte das 
informações que deixam à cóclea provem de células 
ciliadas internas. 
Já as células ciliadasexternas exercem uma função 
muito importante na transdução do som. Elas parecem 
como pequenos motores que amplificam o movimento 
da membrana basilar, por isso elas são consideradas 
um Amplificador Coclear. A chave para essa função são 
as proteínas motoras encontradas nas membranas das 
células ciliadas externas, em especial a Prestina. 
Quando as proteínas motoras mudam o comprimento 
da célula ciliada, a membrana basilar se movimenta, 
fazendo os cílios das ciliadas internas deslocarem-se 
mais produzindo uma resposta maior no nervo 
auditivo. 
VIA AUDITIVA 
As aferências do gânglio espiral entram no tronco 
encefálico pelo nervo vestíbulo-coclear. Esses axônios 
formam sinapses com neurônios nos núcleos cocleares 
do bulbo (ventral e dorsal). Alguns dos axônios dos 
núcleos cocleares ventral chegam à Oliva superior 
(núcleo olivar superior) no tronco encefálico e a partir 
daí ascendem em um trato chamado de Lemnisco 
lateral e terminam no colículo inferior do 
mesencéfalo. 
Os neurônios do coliculo inferior enviam seus axônios 
ao núcleo geniculado medial(NGM) do tálamo, o qual 
por sua vez projeta-se para a área auditiva primária do 
córtex cerebral no lobo temporal do cérebro. 
OBJETIVO 4: CARACTERIZAR AS ESTRUTURAS E OS 
MECANISMOS RESPONSÁVEIS PELO EQUILÍBRIO 
A manutenção do equilíbrio depende da integração e 
da recepção de informações do Sistema Visual, 
Sistema Vestibular e Sistema Somatossensitivo. 
Existem 2 tipos de equilíbrio: O equilíbrio estático que 
se refere a manutenção da posição do corpo em 
relação a força de gravidade. E o equilíbrio dinâmico 
que é a manutenção da posição corporal em resposta 
a movimentos súbitos. 
LABIRINTO VESTIBULAR 
O labirinto vestibular inclui dois tipos de estruturas 
com diferentes funções: os Órgãos Otolíticos, que 
detectam a força de gravidade e as inclinações da 
cabeça e os Canais Semicirculares, que são sensíveis a 
rotação da cabeça. O proposito básico de cada 
estrutura é transmitir a energia mecânica derivada do 
movimento da cabeça às células ciliadas. 
Os órgãos otolíticos são um par de câmara 
relativamente grandes: o Sáculo e o Utrículo próximos 
ao centro do labirinto. Já os Canais semicirculares são 
as três estruturas em forma de arco do labirinto. 
Cada célula ciliada dos órgãos vestibulares estabelece 
uma sinapse excitatória com a terminação de um 
axônio sensorial de nervo vestibular, um ramo do 
nervo vestíbulo-coclear. 
ORGÃOS OTOLÍTICOS: SÁCULO E UTRÍCULO 
As paredes do utrículo e do sáculo contém uma região 
espessa chamada de Mácula, que são os receptores de 
equilíbrio estático. Elas fornecem informações 
sensoriais a respeito da posição da cabeça no espaço e 
são essenciais para a manutenção da postura e do 
equilíbrio, além de detectar acelerações ou 
desacelerações. 
As maculas são formadas por 2 tipos de células: as 
células ciliadas que são os receptores sensitivos, 
possuindo em sua superfície muito estereocilios, além 
de um cinocílio (cílio mais longo). E as células de 
sustentação colunares que provavelmente secreta a 
camada gelatinosa de glicoproteínas chamada de 
membrana dos estatocônios. Uma camada de cristais 
de carbonato de cálcio, chamados de Otolitos se 
estende sobre toda a superfície dessa membrana. 
Como a membrana dos estacônios se encontra encima 
da macula, se você inclinar a cabeça para frente a 
membrana junto com os otolitos é tracionada pela 
gravidade. O dobramento desses cílios traciona os 
canais de transdução, produzindo potenciais 
receptores despolarizantes, já o dobramento na 
direção oposta fecha os canais de transdução e produz 
a hiperpolarização. 
Conforme as células ciliadas despolarizam e 
repolarizam, elas liberam um neurotransmissor. As 
células ciliadas formam sinapses com neurônios 
sensitivos de 1ª ordem na parte vestibular do Nervo 
vestíbulo-coclear (VII). Além de neurônios motores 
também fazerem sinapses com as células ciliadas. 
As maculas do sáculo estão orientadas mais 
verticalmente enquanto que as do utrículo estão 
horizontais. 
CANAIS SEMICIRCULARES 
Os Três canais semicirculares agem sobre o equilíbrio 
dinâmico. Os canais se encontram em ângulos retos 
um em relação ao outro, sendo dois verticais, o 
semicircular anterior (flexão e extensão) e o posterior 
(inclinação lateral), e um horizontal que é o canal 
semicircular lateral (rotação). Esse posicionamento 
permite a detecção da aceleração e desaceleração 
gerada por movimentos rotacionais repentinos, além 
de movimentos de rotação da cabeça. 
Cada ducto possui uma porção dilatada, chamada de 
Ampola e dentro dela encontra-se uma pequena 
elevação que é a crista. Cada crista contém um grupo 
de células ciliadas e de células de sustentação. 
Recobrindo a crista encontra-se um material gelatinoso 
chamado de cúpula. Os canais semicirculares são 
preenchidos por endolinfa. 
Quando você move sua cabeça para trás, os ductos 
semicirculares e as células ciliares de movem 
concomitantemente. Entretanto a endolinfa dentro da 
ampola não está vinculada e fica para trás. Conforme 
as células ciliadas se movem, elas sofrem atrito com a 
endolinfa estacionaria e os seus ramos ciliares se 
dobram podendo estimular ou inibir a liberação de 
neurotransmissores das células ciliadas para as 
terminações axonais do nervo vestibular. Por sua vez, 
os potenciais receptores causam impulsos nervosos 
que passam pela parte vestibular do nervo vestíbulo-
coclear. 
Quando a rotação 
da cabeça (e de seus 
canais) finalmente 
cessa, a inercia da 
endolinfa provoca a 
inclinação da cúpula 
na outra direção, 
gerando uma 
resposta oposta das 
células ciliadas e 
uma sensação 
temporária de 
rotação no sentido 
contrário. 
 
VIA VESTIBULAR CENTRAL 
As vias vestibulares centrais coordenam e integram as 
informações sobre os movimentos da cabeça e do 
corpo e as utilizam para controlar a eferência dos 
neurônios motores que ajustam a posição da cabeça, 
dos olhos e do corpo. 
Os corpos celulares dos neurônios sensitivos que 
inervam as células ciliadas estão localizados nos 
gânglios vestibulares (Gânglio de Scarpa) e são 
transportados pelo ramo vestibular do nervo 
vestíbulo-coclear (VIII). A maior parte desses axônios 
fazem sinapses nos núcleos vestibulares, que é o 
principal centro de integração do equilíbrio, estando 
localizados no bulbo e na ponte. 
Mas podem ir direto para o cerebelo, nos núcleos 
fastigiais, lobos uvular e floculonodular cerebelares. 
Estes últimos por sua vez está ligado a sinais de 
equilíbrio dinâmico dos canais semicirculares. De fato, 
a destruição desses lobos resulta, quase exatamente, 
nos mesmos sintomas clínicos que a destruição dos 
próprios canais semicirculares. 
Os núcleos vestibulares possui várias divisões: Núcleo 
vestibular lateral, Núcleo vestibular medial, Núcleo 
vestibular Superior e Núcleo vestibular Inferior. Os 
axônios dos órgãos otolíticos projetam-se para o 
núcleo vestibular lateral, o qual se projeta via trato-
vestibular-espinhal aos neurônios motores espinhais. 
Já os axônios dos canais semicirculares projetam-se aos 
núcleos vestibulares medial, por meio do fascículo 
longitudinal medial. 
Os núcleos vestibulares recebem informações dos 
olhos e dos proprioceptores e enviam comandos para 
os núcleos dos nervos cranianos – oculomotor (III), 
troclear (IV), abducente (VI) que controla os 
movimentos dos olhos e d cabeça, mantendo o foco 
visual. Manda informação para o núcleo dos nervos 
acessórios (XI), que ajuda a controlar os movimentos 
da cabeça e do pescoço. E manda também para o Trato 
Vestibuloespinhal que transmite os impulsos para a 
medula espinhal para a manutenção do tônus 
muscular, ajudando a manter o equilíbrio. E por fim, 
manda informações para o núcleo ventral posterior do 
tálamo e para a área vestibular no lobo parietal do 
córtex cerebral (fornece a percepção conscienteda 
posição e dos movimentos da cabeça e dos membros) 
TRATO VESTIBULO-ESPINHAL 
Esse trato mantem o equilíbrio da cabeça sobre os 
ombros a medida que o corpo se move pelo espaço. O 
trato vestíbulo espinhal se origina nos núcleos 
vestibulares do bulbo, os quais retransmite 
informações sensoriais do labirinto vestibular do 
ouvido interno, através do nervo vestíbulo-coclear. 
Um dos componentes do trato vestíbulo-espinhal se 
projeta bilateralmente para a medula espinhal e ativa 
os circuitos espinhais cervicais que controlam os 
músculos do pescoço e das costas para guiar os 
movimentos da cabeça. O outro componente desse 
trato se projeta até a medula espinhal lombar e ajuda 
a manter a postura correta, 
REFLEXO VESTIBULO-OCULAR (RVO) 
Uma função importante do sistema vestibular central é 
manter os olhos orientados para uma posição 
enquanto você estiver dançando. Isso é realizado pelo 
reflexo vestíbulo-ocular (VRO). Para manter uma visão 
precisa é necessário que a imagem mantenha-se 
estável na retina, apesar do movimento. 
A eficiência do RVO depende das conexões complexas 
dos canais semicirculares no núcleo vestibular e desse 
aos núcleos cranianos que excitam os músculos 
extraoculares. 
Quando a cabeça gira para a esquerda, o VRO induz os 
olhos a virarem para a direita. Os axônios inervam o 
núcleo vestibular o qual envia axônios excitatórios ao 
núcleo abducente (VI) que por sua vez excita o musculo 
reto lateral do olho direito. Já outra projeção 
excitatória do nervo abducente ascende para excitar o 
nervo óculo motor (III), o qual excita o musculo reto 
medial do olho esquerdo. Com isso, ambos os olhos são 
girados para a direita. Além disso, os músculos que se 
opõem a esse movimento recebem conexões 
inibitórias. 
SISTEMA SOMATOSENSITIVO 
A propriocepção inconsciente é interpretada a nível de 
cerebelo. 
Anatomicamente, o cerebelo é dividido em uma parte 
central que é o Verme e dois hemisférios laterais. Na 
divisão funcional dividimos em: Vestibulocerebelo 
(Arquicerebelo), Espinocerebelo (Paleocerebelo) e 
Cerebrocerebelo (Neocerebelo). 
 
O Vestibulocerebelo é formado pelo Lobo 
Floconodular, tem conexão com os núcleos 
vestibulares (são 4 – localizados no tronco cerebral), 
que é responsável pela manutenção do equilíbrio. 
O espinocerebelo tem conexões com a medula, e é 
formado pelo Vermis e zona intermediaria dos 
hemisférios, sendo responsável pela manutenção da 
postura e da marcha. 
O cerebocerebelo está localizado nas zonas laterais, e 
possui conexão com o Cortex, e tem função 
relacionada com os movimentos finos. 
O cerebelo recebe aferências, que traz informações do 
Sistema Vestibular, sobre a posição dos olhos e da 
cabeça e da cabeça em relação ao corpo. Recebe 
também aferencias da Medula sobre grau de contração 
do musculo e posição e velocidade de movimento das 
partes do corpo. E por fim, recebe aferencia do Córtex 
no qual traz informações oriundas de todos os lobos 
cerebrais. 
As vias aferentes entram pelos pedúnculos, chega no 
cerebelo é interpretada e envia uma resposta, no qual 
cada região do cerebelo tem uma eferência especifica. 
As informações que vem do vestíbulocerebelo ele é 
traduzido no córtex e sai através do vermis, passando 
pelo Núcleo Fastígio. As informações do 
Esoinocerebelo passa pela zona intermedia no Núcleo 
Inteposto. Enquanto as informações do 
Cerebrocerebelo que vem do córtex sai pela região do 
Núcleo Denteado. 
CONEXÃO VESTIBULOCEREBELAR 
O sistema vestibular capta todas as informações 
através das células ciliadas dos órgãos otólitos e canis 
semicirculares. Essa informação é levada para o 
cerebelo, passando pelos núcleos vestibulares, e entra 
no Lobo Floconodular. Essa informação chega ao nível 
do córtex é interpretada e sai pela zona medial 
(eferencia) e isso gera um resposta que é a 
manutenção do equilíbrio. 
OBJETIVO 5: RELACIONAR O EQUILÍBRIO COM A 
AUDIÇÃO 
Essa relação de dependência pode ser evidenciada por 
mecanismos fisiológicos referente ao sistema de 
equilíbrio postural. O sistema vestibular que está 
responsável por essa dependência é formado por uma 
estrutura óssea adjacente a cóclea, o labirinto, 
localizado no osso temporal e inferiormente as 
estruturas membranosas. 
O labirinto tem seu papel importante no equilíbrio e 
audição, visto que a parte anterior do labirinto, 
chamado de cóclea, está relacionado com a audição. A 
parte posterior formada por um conjunto de três 
canais, chamados de canais semicirculares, está 
relacionada com o equilíbrio. 
Estando o nosso corpo todo, ou parte dele, parado ou 
em movimento, os proprioceptores garantem que 
tenhamos a percepção cinestesia. O sentido vestibular 
ou do equilíbrio também essa intimamente associado 
a essa sensibilidade, pois seus receptores detectam os 
movimentos originados exclusivamente na cabeça. A 
sensação de desequilíbrio/equilíbrio do corpo e os 
movimentos de rotação da cabeça são detectados pelo 
sistema vestibular que é considerada uma forma de 
propriocepção especial. 
Quando há informações opostas entre a visão, 
labirinto, músculos e ligamentos, o resultado é a 
tontura, há impressão de desequilíbrio (a cabeça fica 
oca, zonza, há escurecimento da visão). 
A vertigem é o tipo mais comum de tontura, a pessoa 
tem uma sensação de tontura rotatória, podendo 
causar náuseas, vômitos, suor, palidez e sensação de 
desmaio. 
Existe uma relação entre o sistema de equilíbrio com a 
audição e outras funções do sistema nervoso central. 
Multos indivíduos com tontura podem citar sintomas 
como: ruídos na cabeça ou no ouvido (zumbido), 
dificuldades para compreender o que o outro fala, 
dificuldade de audição (diminuição), desconforto a 
sons mais intensos, perda e memoria, dificuldade de 
concentração, cansaço e sensação de flutuação. 
Sensações de tontura, vertigem e zumbido podem 
sugerir uma doença do labirinto, conhecida como 
labirintite. É preciso saber que as labirintites é uma 
infecção grave e rara do labirinto. Já as labitintopatias 
ou vestibulopatias são problemas relacionados com a 
audição e o equilíbrio postural. 
OBJETIVO 6: ESTUDAR AS ÁREAS DO CÉREBRO 
RESPONSÁVEIS PELA AUDIÇÃO E PELO EQUILÍBRIO 
CÓRTEX AUDITIVO 
O córtex auditivo ocupa parte do lobo temporal em 
ambos os hemisférios. Um diversificado conjunto de 
áreas pode ser identificado em primatas no assoalho 
do sulco lateral, estendendo-se para fora dele por 
quase todo o giro temporal superior. Algumas dessas 
áreas são reunidas na chamada região auditiva central. 
Em torno dele fica o chamado cinturão auditivo e em 
torno deste o paracinturão auditivo. Todo o conjunto 
é alvo de fibras talâmicas provenientes do núcleo 
geniculado medial, mas apenas uma delas é 
classicamente considerada a área auditiva primaria ou 
A1. Mais posteriormente se destaca a Área de 
Wernivhe, região do córtex cereal especializada em 
interpretar sons linguísticos, ou seja, os que 
correspondem a fala. 
O córtex auditivo se situa em sua maior parte no plano 
supratemporal do giro temporal superior, mas também 
se estende à lateral do lobo temporal, sobre grande 
parte do córtex insular. Possui 2 regiões: o córtex 
auditivo primário e o córtex auditivo secundário. O 
córtex auditivo primário é excitado diretamente por 
projeções do corpo geniculado medial, enquanto o 
córtex auditivo secundário são excitadas por impulsos 
do próprio córtex primário. 
Pelo menos seis mapas tonotopicos foram encontrados 
no córtex auditivo primário e secundário. Em cada um 
desses mapas, sons de alta frequência excitam 
neurônios em uma extremidade do mapa, enquanto 
sons de baixa frequência excitam neurônios na 
extremidade oposta. 
Muitos dos neurônios do córtex auditivo, 
especialmente o secundário, não respondem apenas a 
frequências sonoras especificas no ouvido. Acredita-se 
que esses neurônios associem diferentesfrequências 
sonoras entre si ou associem informações sonoras a 
informações de outras partes sensórias do córtex. 
EQUILÍBRIO 
Os sinais também ascendem (ou por esse mesmo trato 
ou por tratos reticulares) para o córtex cerebral, 
terminando no centro cortical primário para o 
equilíbrio, localizado no lobo parietal, profundamente 
na fissura cerebral lateral, no lado oposto da fissura da 
área auditiva do giro temporal superior. 
OBJETIVO 7: ANALISAR OS FATORES OU CAUSAS MAIS 
COMUNS QUE INTERFEREM NA PERDA AUDIÇÃO E 
SUAS PREVENÇÕES 
A hipoacusia ou mais comumente conhecida como 
perda auditiva ou surdez, de forma simplificada, 
consiste na perda total ou parcial da audição de uma 
pessoa. 
SURDEZ DA COCLEA OU DO NERVO AUDITIVO 
Ela ocorre no ouvido interno quando as células ciliadas 
presentes dentro da cóclea ou os condutores nervosos 
sofrem alguma deterioração, impedindo que os sinais 
do ouvido cheguem ao cérebro. 
Também conhecida pelos médicos por surdez 
neurossensorial ou sensorioneural é a forma mais 
comum de surdez. As causas podem ser várias desde 
problemas menores como diminuição na irrigação 
sanguínea do ouvido até mais sérias como tumores 
cerebrais. Estes problemas também ocorrem como 
parte do processo de nosso envelhecimento. A partir 
de 55 anos de idade a audição começa a diminuir como 
acontece com a visão em idade menor ainda. Essa 
diminuição normal da idade varia muito de pessoa para 
pessoa e está normalmente ligada a herança genética, 
condições anormais a qual o ouvido foi exposto 
durante a vida (barulhos intenso, infecções) ou a 
doenças gerais como hipertensão arterial e diabetes 
que podem afetar o ouvido. 
 CAUSAS DA SURDEZ NO NERVO 
Existem muitas causa da surdez no nervo. As mais 
comuns são: Exposição a ruídos de alta intensidade ou 
sons altos ou Presbiacusia (surdez pela idade). 
Outras causas incluem: Viroses (rubéola, caxumba); 
Meningite, Uso de certos medicamentos ou drogas 
(Ototóxicos- antibióticos amino glicosídicos, salicilatos, 
diuréticos de alça); Propensão familiar (hereditária); 
Traumas na cabeça; Doenças cardiocirculatórias; 
Defeitos congênitos; Alergias; Problemas metabólicos; 
Tumores. 
Os problemas no ouvido interno normalmente causam 
dificuldade para separar a fala de ruídos externos, 
dificuldade para ouvir sons de alta frequência e a 
necessidade de repetir o que foi dito. 
O diagnóstico precoce é crucial para poder controlar e 
tratar a maioria das causas da surdez. 
SURDEZ DE CONDUÇÃO 
A surdez de condução é aquela que afeta o ouvido 
externo ou médio e acontece quando as ondas sonoras 
não são bem conduzidas para o ouvido interno. Entre 
as causas estão: 
- Excesso de cera no ouvido: A cera é uma produção 
normal da pele do canal externo de nosso ouvido. Ela 
serve para proteger a pele fina que reveste o canal do 
ouvido contra germes e substâncias que podem 
contaminá-la ou feri-la. A cera de dentro do canal não 
deve ser retirada. As vezes tem pessoas que produzem 
muita cera a vida toda ou em algumas fases da vida e 
chega a formar um tampão que impede a passagem do 
som. 
- Catarro no ouvido (Otite secretória ou Otite Serosa): 
É uma doença que ocorre quando permanece um 
catarro ou secreção dentro do ouvido médio. Isto pode 
acontecer por um mal funcionamento da tuba auditiva, 
quando a gente está resfriado ou gripado e vai catarro 
para o ouvido e não consegue sair ou quando a gente 
submete o ouvido a diferenças importantes de 
pressão. 
- Infecção aguda do ouvido (Otite media aguda): A 
otite serosa aguda é geralmente resultado de um 
bloqueio da tuba auditiva devido a uma infecção tipo 
gripe ou uma crise de alergia. Esta secreção pode se 
infectar com uma bactéria ou um vírus e se tornar uma 
otite média aguda 
- Infecção crônica (Otite média crônica): é resultado de 
um bloqueio permanente ou por um “engrossamento” 
do líquido virando quase uma cola e que não vai por 
isso ser absorvido ou drenado pela tuba. Esta condição 
geralmente leva a uma diminuição da audição, pode ter 
fases de dor de ouvido, quando este catarro se 
infecciona. 
- Perfuração timpânica: Uma perfuração na membrana 
do tímpano pode acontecer por um trauma causado 
por objeto enfiado no canal do tímpano, ou por algo 
que causa uma pressão no canal do ouvido (tapa, 
mergulho ou até mesmo um beijo no ouvido). A 
perfuração pode também ser causada por uma 
infecção que levou a uma ruptura da membrana do 
tímpano e não houve cicatrização. 
- Doenças que provoquem a imobilização de um ou 
mais ossinho do ouvido (Otosclerose) 
-Tumores de ouvido externo e médio. 
Normalmente os problemas de surdez de condução 
podem ser resolvidos por tratamento médico 
(remédios) ou por cirurgia. 
SURDEZ RETROCOCLEAR 
Acontece quando o nervo auditivo está danificado ou 
inexiste. Essa surdez é profunda e permanente. Os 
aparelhos auditivos e os implantes cocleares não têm 
utilidade porque o nervo coclear não pode transmitir a 
informação auditiva ao cérebro. Depois de avaliação 
médica, o implante de tronco cerebral pode ser útil. 
 
SURDEZ MISTA: DE CONDUÇÃO E DO NERVO 
A surdez mista é uma combinação de perda auditiva 
condutiva com perda auditiva neurossensorial. Ela 
acontece quando o problema está presente no ouvido 
médio e interno, ao mesmo tempo. 
DOENÇA DE MENIERE 
A doença de Ménière é um distúrbio caracterizado por 
ataques recorrentes de vertigem incapacitante (uma 
sensação falsa de movimento ou giro), perda de 
audição flutuante (nas baixas frequências) e barulho no 
ouvido (acúfeno). 
Acredita-se que a doença de Ménière seja causada por 
uma quantidade de líquido em excesso que esteja 
normalmente presente no ouvido interno. O líquido no 
ouvido é mantido em uma estrutura em formato de 
bolsa chamada de saco endolinfático. Esse líquido é 
secretado e reabsorvido de forma contínua, 
mantendo-se em uma quantidade constante. Tanto um 
aumento da produção de líquido do ouvido interno, 
quanto uma diminuição de sua reabsorção, resultam 
em excesso de líquido. 
OBJETIVO 8: ENTENDER COMO OS RUÍDOS 
OCUPACIONAIS INTERFEREM NA PERDA AUDITIVA 
As doenças otorrinolaringológicas relacionadas ao 
trabalho são causadas por agentes ou mecanismos 
irritativos, alérgicos ou tóxicos. No ouvido interno, os 
danos decorrem da exposição a substancias 
neurotóxicas e fatores de risco de natureza física, como 
ruído, pressão atmosférica, vibrações e radiação 
ionizante. 
Nesse contexto, a Perda Auditiva Induzida por Ruído 
(Pair) configura-se como uma doença decorrente da 
exposição ao fator de risco ruído. A Pair caracteriza-se 
como um dano provocado pela exposição ao risco 
ruído, e tem como características principais a 
irreversibilidade e a progressão gradual conforme o 
tempo de exposição ao ruído. 
Do ponto de vista da física, ruído é, por definição, a 
variação da pressão sonora sob a forma de ondas 
mecânicas, que representa oscilações dos sistemas de 
matérias elásticos. Essas oscilações podem constituir-
se em estímulos para o nosso organismo e causar 
defeitos desagradáveis. 
O ruído torna-se fator de risco se o nível da pressão 
sonora e o tempo de exposição ultrapassar certos 
limites, pois pode ocasionar o deslocamento 
temporário do limiar auditivo ou surdez profissional. 
Como regra geral, é tolerada a exposição de no 
máximo, oito horas diárias a ruídos continuo ou 
intermitentes, com média ponderada no tempo de 
85dB. Entretanto é comum a coexistência de vários 
outros fatores que podem agredir diretamente o órgão 
auditivo e influir no desenvolvimento da perda auditiva 
por meio da interação com os níveis de pressão sonora 
ocupacional ou não ocupacional. Destacam-se entre 
eles: 
- Os riscos ambientais de trabalho; 
- Inadequação dos sistemas de cuidado à saúde: 
ineficiência do conhecimento medico das causas, 
importância do diagnostico etiológico, tratamento 
ineficaz e falta de atuaçãopreventiva por parte das 
empresas nas condições ambientais de trabalho. 
- Agentes químicos: solventes (tolueno, dissulfeto de 
carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes 
(monóxido de carbono). 
- Agentes físicos: vibrações, radiação, calor. 
- Agentes biológicos; vírus, bactérias. 
O ruído está presente em diversas atividades laborais. 
A ocorrência do Pair é muito comum nos ramos de 
atividades: Construção Civil, Industria de 
transformação, Industria de alimentos, Industria de 
processamentos, Mineração, Atividades agropecuária. 
A Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair) relacionada 
ao trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade 
auditiva decorrente da exposição continuada em níveis 
elevados de pressão sonora. Configura-se como uma 
perda auditiva do tipo neurosenssorial, geralmente 
bilateral, irreversível e progressiva com o tempo de 
exposição ao ruído. 
Consideram-se como sinônimos: perda auditiva por 
exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva 
ocupacional, surdez profissional, disacusia 
ocupacional, perda auditiva induzida por níveis 
elevados de pressão sonora, perda auditiva induzida 
por ruído ocupacional, perda auditiva neurossensorial 
por exposição continuada a níveis elevados de pressão 
sonora de origem ocupacional. 
A maior característica da Pair é a degeneração das 
células ciliadas do órgão de Corti. Recentemente tem 
sido demonstrado o desencadeamento de lesões e de 
apoptose celular em decorrência da oxidação 
provocada pela presença de radicais livres formados 
pelo excesso de estimulação sonora ou pela exposição 
a determinados agentes químicos. São considerados 
sinais dos efeitos auditivos: 
• Perda auditiva sensório-neural com 
comprometimento das células ciliadas da orelha 
interna. 
• Quase sempre bilateral. 
• Seu primeiro sinal é um rebaixamento no limiar 
audiométrico de 3, 4 ou 6kHz. No início da perda, a 
média dos limiares de 500, 1 e 2kHz é melhor do que a 
média de 3,4 ou 6kHz. O limiar de 8kHz tem que ser 
melhor do que o pior limiar. 
 • Em condições normais, apenas a exposição ao ruído 
não produz perdas maiores do que 75dB em 
frequências altas e do que 40dB nas baixas. 
• A progressão da perda auditiva decorrente da 
exposição crônica é maior nos primeiros 10 a 15 anos e 
tende a diminuir com a piora dos limiares. 
 • Evidências científicas indicam que a orelha com 
exposições prévias a ruído não são mais sensíveis a 
futuras exposições. Uma vez cessada a exposição, a 
Pair não progride. 
• O risco de Pair aumenta muito quando a média da 
exposição está acima de 85dB(A) por oito horas diárias. 
As exposições contínuas são piores do que as 
intermitentes, porém, curtas exposições a ruído 
intenso também podem desencadear perdas auditivas. 
Quando o histórico identificar o uso de protetores 
auditivos, deve ser considerada a atenuação real do 
mesmo, assim como a variabilidade individual durante 
o seu uso. 
EFEITOS NÃO AUDITIVOS DA EXPOSIÇÃO AO RUIDO 
São considerados sinais dos efeitos não auditivos: 
- Transtornos de comunicação; Alteração do sono; 
Transtornos neurológicos; Transtornos vestibulares; 
Transtornos digestivos; Transtornos comportamentais; 
Transtornos cardiovasculares; Transtornos hormonais. 
 
AVALIAÇÃO DA PAIR 
 A avaliação do trabalhador exposto a ruído consta de 
avaliação clínica e ocupacional, na qual pesquisa-se a 
exposição ao risco, pregressa e atual, considerando-se 
os sintomas característicos, descritos anteriormente. É 
importante o detalhamento da exposição, para que 
seja possível buscar relações entre a exposição e os 
sinais e sintomas. Dessa forma, a anamnese 
ocupacional configura-se como instrumento 
fundamental para a identificação do risco. O 
conhecimento sobre o ambiente de trabalho também 
pode ser feito por meio de visita ao local, avaliação de 
laudos técnicos da própria empresa e informações 
sobre fiscalizações, além do relato do paciente 
A avaliação audiológica é formada por uma bateria de 
exames: 
• Audiometria tonal por via aérea. 
• Audiometria tonal por via óssea. 
 • Logoaudiometria. • Imitanciometria. 
OBJETIVO 9: IDENTIFICAR OS ASPECTOS 
EPIDEMIOLÓGICOS E LEGAIS DAS DOENÇAS 
OCUPACIONAIS RELACIONADAS A AUDIÇÃO 
Os trabalhadores compartilham os mesmos perfis de 
adoecimento e morte da população em geral, em 
função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção 
em um grupo específico de risco. Além disso, os 
trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas 
relacionadas ao trabalho, como consequência da 
profissão que exercem ou exerceram, ou pelas 
condições adversas em que seu trabalho é ou foi 
realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos 
trabalhadores resultará da união desses fatores, que 
podem ser sintetizados em quatro grupos de causas: 
• doenças comuns, aparentemente sem qualquer 
relação com o trabalho; 
• doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, 
neoplásicas, traumáticas, etc.) eventualmente 
modificadas no aumento da frequência de sua 
ocorrência ou na precocidade de seu surgimento em 
trabalhadores, sob determinadas condições de 
trabalho. A hipertensão arterial em motoristas de 
ônibus urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta 
possibilidade; 
• doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia 
ampliado ou tornado mais complexo pelo trabalho. A 
asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a 
perda auditiva induzida pelo ruído (ocupacional), 
doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos 
mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em 
decorrência do trabalho, somam-se (efeito aditivo) ou 
multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições 
provocadoras ou desencadeadoras destes quadros 
nosológicos; 
• agravos à saúde específicos, tipificados pelos 
acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A 
silicose e a asbestose exemplificam este grupo de 
agravos específicos. 
Os três últimos grupos constituem a família das 
doenças relacionadas ao trabalho. A natureza dessa 
relação é sutilmente distinta em cada grupo. 
Todo caso de Pair deve ser notificado, conforme a 
Portaria Nº1984 de 12 de setembro de 2004. A 
notificação do SUS deverá ser realizada nas Unidades 
Sentinelas Notificadoras de Pair. 
Ressalta-se que todo caso de Pair em trabalhadores 
formais deve ser comunicado à Previdência Social, por 
meio da abertura da Comissão de Acidentes de 
Trabalho (CAT). 
A avaliação da surdez ocupacional compreende três 
momentos: 
1) Avaliação de "primeiro nível" — são os testes de 
triagem audiométrica realizados em empresas ou 
consultórios. Os resultados são descritivos, não 
definem o diagnóstico, mas oferecem ao médico da 
empresa as indicações para abordagem de cada caso e 
fornecem dados epidemiológicos sobre a saúde 
auditiva dos trabalhadores. 
2) Avaliação de "segundo nível" — (ambulatório de 
ORL ocupacional) usa de anamnese (clínico-
ocupacional), exame audiométrico completo, com a 
finalidade de confirmar ou excluir a ocorrência da PAIR. 
Tem por objetivo emitir relatório médico especializado 
para fins administrativos, trabalhistas ou judiciais. 
3) Avaliação de "terceiro nível" — (ambulatório de 
ORL — otologia) tem a finalidade de esclarecer o 
diagnóstico da deficiência auditiva, sustentando a 
afirmação ou a exclusão da PAIR. Ao definir o 
diagnóstico, propõe o tratamento médico (clínico ou 
cirúrgico) e/ou reabilitatório, assim como o 
aconselhamento preventivo. 
PREVENÇÃO 
Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de 
trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse 
ambiente. Existem limites de exposição preconizados 
pela legislação, bem como orientações sobre 
programas de prevenção e controle de riscos, os quais 
devem ser seguidos pela empresa. Cabe ao Ministério 
do Trabalho, por meio das Delegacias Regionais do 
Trabalho (DRT), e ao serviço de vigilância à saúde a 
fiscalização do cumprimento da legislação pertinente.As empresas devem manter, de acordo com as Normas 
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, um 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA–
NR9), no qual os diversos riscos existentes no trabalho 
devem ser identificados e quantificados para, a partir 
dessa informação, direcionar as ações do Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), 
que procederá às avaliações de saúde dos 
trabalhadores. 
EPIDEMIOLOGIA 
Os dados epidemiológicos sobre perda auditiva no 
Brasil são escassos e referem-se a determinados ramos 
de atividades e, portanto, não há registros 
epidemiológicos que caracterizem a real situação. Os 
dados disponíveis sobre as ocorrências dão uma ideia 
parcial da situação de risco relacionada à perda 
auditiva. 
Estima-se que 25% da população trabalhadora exposta 
seja portadora de Pair em algum grau. Apesar de ser o 
agravo mais frequente à saúde dos trabalhadores, 
ainda são pouco conhecidos seus dados de prevalência 
no Brasil. Isso reforça a importância da notificação, que 
torna possível o conhecimento da realidade e o 
dimensionamento das ações de prevenção e 
assistência necessárias. 
OBJETIVO 10: DESCREVER A IMPORTÂNCIA DA 
AUDIÇÃO PARA O BEM ESTAR BIOPSICOSSOCIAL DO 
PACIENTE 
A audição é um dos sentidos mais importantes para a 
vida humana. É a chave para a linguagem oral e uma 
forma de sentir o mundo. De acordo com a idade que 
surge a perda auditiva, ocorrem diferentes 
consequências e impactos, tanto a nível social como 
emocional do indivíduo. 
Quando a perda auditiva surge nos primeiros anos de 
vida, a criança deixa de estar exposta ao estimulo da 
linguagem, provocando um déficit quanto ao nível do 
desenvolvimento linguístico, dificultando a 
aprendizagem e até mesmo o desenvolvimento 
cognitivo e emocional da criança. 
Se a perda auditiva ocorrer durante a idade escolar, 
podem surgir problemas na linguagem quanto na 
articulação de palavras, colocando muitas vezes em 
prejuízo o aproveitamento escolar da criança. 
Já nas pessoas adultas, especialmente nas mais idosas, 
a perda auditiva normalmente surge de uma forma tão 
gradual, que muitas vezes não percebem que estão 
ficando surdos. A perda auditiva associado ao 
envelhecimento tem inúmeras consequências, sendo a 
mais grave a degradação da comunicação oral. 
Por outro lado, o equilíbrio também é fundamental na 
vida humana, e é o principal responsável pelo 
relacionamento especial do homem com o ambiente, 
exige complexa interação entre os sistemas sensoriais 
e o motor. Os movimentos estáticos e dinâmicos 
exigem um sistema de prioridade aos objetivos 
comportamentais, que utilizam as informações 
sensoriais, disponíveis para um controle eficaz dos 
membros e do tronco, para conseguir a orientação e o 
equilíbrio. Para a regulação do equilíbrio, o sistema de 
controle postural (SNC) necessita de informações 
quanto as posições relativas dos segmentos do corpo e 
a magnitude das forças atuantes. Tais informações são 
oriundas dos sistemas visual, proprioceptivo e 
vestibular, com a finalidade de manter o alinhamento 
e a estabilidade. 
Sendo assim, quando o aparelho vestibular apresenta 
algum tipo de distúrbio, o equilíbrio da pessoa pode ser 
afetado, interferindo no processo de aquisição de 
habilidades motoras básicas. 
Dessa forma, a deficiência auditiva pode afetar o 
desenvolvimento cognitivo, aprendizagem, linguagem 
e inclusão social, além a privação sensorial, 
provocando consequências biopsicossociais. A função 
auditiva estabelece a comunicação com o ambiente e 
o equilíbrio, que participa de todas as funções motoras 
e posturais. 
No entanto, as pessoas com deficiência auditiva 
tendem a isolar-se, evitando situações sociais em que 
o barulho de fundo torna a conversação anormal e 
difícil de compreender. O isolamento social e as 
doenças depressivas são muito frequentes nessas 
pessoas, e a barreira de comunicação que essa perda 
provoca, pode causar ou exacerbar esse problema. 
Embora não exista cura para certas formas de perda de 
audição, muitos doentes podem ser ajudados através 
de próteses auditivas, especialmente quando o 
problema é identificado cedo. 
Devido à dificuldade na comunicação oral com 
deficientes auditivos, em abril de 2002, sancionou a lei 
que dispõe sobre a língua brasileira de Sinais (LIBRAS) 
que a partir de então passou a ser reconhecida como 
meio legal de comunicação e expressão, garantindo o 
direito e comunicação da pessoa surda e facilitando a 
inserção desses indivíduos na sociedade. 
OBJETIVO 11: IDENTIFICAR OS MÉTODOS 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO E COMPLEMENTAR PARA 
AVALIAÇÃO DA PERDA AUDITIVA E DO EQUILÍBRIO 
O sistema vestibular é um órgão que detecta as 
sensações do equilíbrio corporal. Para obter um 
equilíbrio corporal satisfatório, é necessário que os 
sistemas sensoriais apresentem perfeita integração e 
regulação. Situado na orelha interna, o sistema 
vestibulococlear apresenta dupla função, sendo a 
cóclea responsável pela audição e o vestíbulo, pelo 
equilíbrio. No entanto, a capacidade de ouvir é, na 
verdade, uma característica secundária, visto que a 
responsabilidade primária do órgão auditivo é manter 
o equilíbrio corporal. 
 Define-se equilíbrio corporal como a capacidade do 
homem de manter-se ereto ou realizar movimentos de 
aceleração e rotação do corpo de maneira eficaz. O 
equilíbrio pode ser dividido em estático e dinâmico. O 
equilíbrio estático refere-se ao controle da oscilação 
postural na posição imóvel, através da utilização de 
percepções internas e externas, associadas à ativação 
muscular como resposta às perturbações de 
estabilidade e equilíbrio. Já o equilíbrio dinâmico é a 
capacidade de controlar o centro de gravidade do 
corpo enquanto este se desloca sobre sua base de 
apoio, o que necessita de níveis adequados de força 
dos membros inferiores. 
A disfunção vestibular assume particular importância, 
pois o envelhecimento é diretamente proporcional à 
presença de múltiplos sintomas otoneurológicos 
associados, tais como vertigem e outras tonturas, 
perda auditiva, zumbido, alterações do equilíbrio 
corporal, distúrbios d a marcha e quedas ocasionais. 
Avaliar o equilíbrio é uma tarefa de diversas áreas 
profissionais, como fonoaudiologia, fisioterapia, 
otoneurologia, entre outras. Essa avaliação na pratica 
clínica, serve como instrumento importante para 
identificar precocemente os distúrbios posturais, 
compreender as alterações do equilíbrio e realizar 
intervenções necessárias. 
Avaliar pela anamnese sinais e sintomas como tontura, 
vertigem, zumbidos, distúrbios da audição. Além disso, 
no exame físico pela otoscopia que consiste no exame 
do meato acústico externo e da membrana timpânica 
por um intermédio de um especulo auricular. No 
exame neurológico, avaliar o equilíbrio estático e 
dinâmico. 
EQUILIBRIO ESTÁTICO 
 Teste de Romberg: O paciente é colocado em 
posição ortostática, com os calcanhares unidos e 
pontas dos pés separados em 30°, cabeça reta, 
braços ao longo do corpo na posição anatômica, 
olhos fechados (para inibir a visão) durante um 
minuto. O exame é considerado alterado se 
houver queda. 
Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo 
através de algumas manobras: 
 Manobra de Jendrassik: mãos em oposição e 
cotovelos na horizontal. 
 Romberg-Barre: colocando-se em pé um 
diante do outro, em linha reta, diminuindo a 
base de sustentação. 
Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para 
frente ou para trás (Romberg clássico) enquanto nos 
distúrbios do sistema proprioceptivo, não há lado 
preferencial para a queda. Nas cerebelopatias o 
paciente procura manter a base alargada (abasia), 
caindo ao aproximar os pés, mesmo de olhos abertos. 
Classicamente quando há queda com lateralização 
para direita ou esquerda pede-se ao paciente para girar 
a cabeça primeiro para a direitae depois para a 
esquerda para observar se há alteração na direção da 
queda, dependendo da posição do labirinto posterior. 
Isto caracteriza um Romberg Vestibular. 
 Apoio Monopodal de Uemura: É um teste de 
altíssima sensibilidade que consiste em 
equilibrar-se sobre um pé com os olhos 
fechados. Classicamente observa-se um 
indivíduo com déficit vestibular uni ou bilateral 
não consegue equilibrar-se sobre um pé com 
os olhos fechados. 
Obs: Após os 55 anos de idade é quase impossível não 
haver alteração neste teste. 
 Braços Estendidos: O paciente deverá 
permanecer com os braços estendidos à sua 
frente, paralelos entre si, com os dedos 
indicadores apontando para frente. Em 
seguida, solicitamos que feche os olhos, 
observando se o paciente é capaz de manter os 
braços em posição inicial. O resultado é 
considerado normal se houver ausência de 
desvio dos braços após 1 a 2 minutos e 
alterado se houver desvio de 2 a 3 cm durante 
o mesmo período. 
EQUILIBRIO DINÂMICO 
 Teste de Babinski-Weil (Prova de Marcha às 
Cegas): O paciente deve caminhar, de olhos 
fechados, para frente e para trás num percurso 
aproximadamente de 1,5m. Espera-se em 
indivíduos saudáveis que não ocorra desvio da 
marcha. No caso de lesão vestibular unilateral, 
o tônus muscular será assimétrico, provocando 
desvio da marcha para o lado lesado, 
descrevendo uma marcha em estrela. Pode-se 
encontrar uma alternância de desvio (passo 
para frente desviado para um lado e passo para 
trás desviado para outro), que reflete a látero-
pulsão do déficit vestibular. 
 Teste de Fukuda: O paciente marcha, elevando 
os joelhos aproximadamente 45° sem 
deslocar-se, executando 60 passos (um por 
segundo) com os braços estendidos e os olhos 
fechados. São considerados resultados 
patológicos se houver deslocamento maior do 
que 1m e/ou rotação superior a 30°. Este teste 
é útil no acompanhamento de pacientes com 
patologias periféricas durante o tratamento, 
pois fornece sinais de compensação vestibular. 
 Teste de Unterberger: É uma variante do teste 
e Fukuda. O paciente executa 90 passos, sem 
deslocar-se. São consideradas apenas 
variações na rotação. 
EXAMES AUDIOLÓGICOS 
São de fundamental importância para o diagnóstico de 
vertigens decorrentes de distúrbios otológicos. Devem 
incluir audiometria vocal e tonal, além de 
timpanometria e pesquisa do reflexo estapediano. 
AUDIOMETRIA 
Audiometria é o exame que detecta a capacidade do 
paciente de ouvir os sons. O exame ocorre numa 
pequena cabine acústica, a qual tem como função 
impedir que qualquer som exterior penetre naquele 
espaço. A cabine terá uma parede de vidro para que o 
médico veja a pessoa e vice-versa. Eles a partir daí 
comunicam através de gestos que foram previamente 
combinados. A pessoa coloca uns auscultadores para 
ouvir e também pode ter um microfone para falar 
alguma coisa. Há, basicamente, dois tipos de exame de 
audiometria: 
1. Audiometria Tonal: avalia as respostas do 
paciente à sons, emitidos em diversas 
frequências, detectando assim o grau e o tipo 
de perda auditiva. É considerado um teste 
subjetivo porque depende da resposta do 
examinando aos estímulos auditivos 
fornecidos pelo examinador. Pode ser feito por 
via aérea comum ou por via óssea. 
2. Audiometria Vocal: avalia a capacidade de 
compreensão da fala humana. O paciente 
demonstrará sua percepção e compreensão da 
fala humana emitida pelo examinador. 
Abaixo de 25 decibéis - considerada normal; 
26 a 40 decibéis - perda auditiva leve; 
41 a 55 decibéis - perda auditiva moderada; 
56 a 70 decibéis - perda auditiva moderadamente 
severa; 
71 a 90 decibéis - perda severa; 
Acima de 90 decibéis - perda profunda. 
 
IMPEDANCIOMETRIA 
Este exame tem por finalidade avaliar o funcionamento 
das estruturas (membrana timpânica, ossículos, etc) da 
orelha média e da tuba auditiva. Pode ser divido em 
três etapas: timpanometria, compliância e pesquisa do 
reflexo estapédico. Ele é recomendado para confirmar 
a coerência com a audiometria tonal, controle de 
tratamento da otite média (orelha com presença de 
secreção) e como exames de rotina no pré e pós-
cirúrgico da orelha 
 Teste de Weber: Este teste é feito com um 
diapasão (o qual vibra entre 256 a 512 Hz 
normalmente) ao ser batido e é colocado ou no 
centro do crânio com uma distância igual entre 
as orelhas ou colocado junto do lábio superior. 
Se o paciente disser que houve com mais 
intensidade na orelha afetada, então ele tem 
uma perda auditiva condutiva. Se ele em vez 
disso ouvir com mais intensidade na orelha em 
bom estado, então terá uma perda auditiva 
neuro-sensorial. 
 Teste de Rinne: O teste de Rinne é feito como 
complemento ao teste de Weber. Este 
também é feito com um diapasão, mas desta 
vez é colocado no mastoide (parte de trás da 
orelha) e é posto a vibrar. O médico então 
conta quantos segundos o paciente consegue 
ouvir o som. Quando ele deixar de o ouvir ele 
afasta da orelha um pouco e aí o paciente irá 
também informar quando deixar de ouvir o 
som. e por via aérea o som demorar mais que 
via óssea (com proporção aproximada de 2:1), 
então não existe perda auditiva. Se por via 
óssea for melhor que aérea, então o paciente 
tem perda auditiva condutiva. E por fim, se o 
paciente ouvir por tempo mais reduzido que 
normal em ambas as vias, então o paciente 
tem perda auditiva neuro-sensorial.

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