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Parasitologia Protozoologia médica Prof. Dr. Marcos Gabriel Pinheiro, PhD Situação Problema: Observa-se que em creches e pré-escolas, a ocorrência de infecções gastrointestinais é frequente, afetando diversas crianças e eventualmente, atacando idosos e pessoas com imunidade deficiente, que convivam com essas crianças. De que forma pode-se inibir ou reduzir a ocorrência destas infecções em creches, principalmente em locais de pobreza? Parasitologia Protozoologia Helmintologia Entomologia Protozoários Protozoários Reino - Protista Sub-reino – Protozoa 65.000 espécies 10.000 espécies interagem com animais vertebrados ou invertebrados Algumas dezenas de espécie possuem importância médica Heterotróficos Eucariontes Unicelulares Parasitas ou vida livre Divisão quanto à formas de locomoção Rhizopoda ou sarcodínea (rizópodes) – Pseudópodes Ciliophora (ciliados) – Cílios Zoomastigophora (flagelados) – Flagelos Sporozoa ou Apicomplexa (esporozoários) – Não possuem organela de locomoção Morfologia Eucariotas Núcleo Retículo endoplasmático Mitocôndrias Complexo de golgi Lisossomos Locomoção, nutrição e proteção Classificação Protozoários cavitários Protozoários urogenitais Protozoários teciduais e saguíneos Protozoários cavitários Entamoeba histolítica Giardia lamblia Criptosporidium hominis / parvum Entamoeba histolítica Gênero - Entamoeba Sub-filo - Sarcodina Habitante do intestino grosso Forma amebóide e locomoção por pseudópodes Fase de vida comensal (90% dos casos assintomáticos) Pode ser tornar patogênico Quadros desintéricos Amebíase assintomática DIAGNÓSTICO Presença de trofozoítos (fase adulta ou ativa) ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia. Entamoeba histolítica Ciclo evolutivo Monoxeno – completa o ciclo em apenas um hospedeiro Modo de infecção Fecal-oral – Ingestão de cistos presentes em alimentos Desencistamento – porção final do intestino delgado com liberação de trofozoítos Vivem como comensais e reprodução binária Alteração da microbiota intestinal, lesão de mucosa ou baixa de imunidade Trofozoítos – patogênicos Invasão da mucosa a alimentam-se de células da mucosa e hemácias CICLO BIOLÓGICO Giardia lambia Gênero – Giardia Os cistos ou trofozoítos são ingeridos pelo homem através da água ou de alimentos contaminados O diagnóstico é feito por visualização de cistos ou trofozoítos nas fezes Ciclo evolutivo Monoxeno Giardia lambia O parasito se multiplica por divisão binária no intestino delgado A gravidade da doença é proporcional ao número de parasitos Os trofozoítos vivem no duodeno e nas primeiras porções do jejuno No encistamento, o trofozoíto reduz o seu metabolismo e o seu tamanho e fica globoso Giardíase CICLO EVOLUTIVO SINTOMAS Criptosporidium hominis / parvum Criptosporidíase Unicelulares Ingeridos em comida e água contaminada Infectam o lúmen do intestino Consumo de oocistos – liberam esporozoítos Penetram e infectam as células epiteliais intestinais Diagnóstico visualização de cistos nas fezes anticorpos circulantes PCR MONOXENO (ciclo evolutivo) CICLO BIOLÓGICO Dois tipos de oocistos se formam: 80% têm parede grossa e são eliminados já infectantes junto com as fezes; 20% são envolvidos apenas por uma membrana e se rompem na luz intestinal, determinando novo ciclo no mesmo hospedeiro. SINTOMAS Cólica abdominal Diarréia Enjoo Vômito Falta de apetite Febre Fraqueza Protozoários urogenitais Gênero – Trichomonas Trichomonas vaginalis Tricomoníase (doença venérea) Monoxeno (ciclo evolutivo) O parasito tem como habitat a vagina, uretra e próstata Não possui forma cística, apenas trofozoíta Transmissão durante o ato sexual ou fômites Produz ácidos que irritam a mucosa vaginal Sintomas CICLO BIOLÓGICO DIAGNÓSTICO Isolamento e cultivo do protozoário é o método mais sensível para o diagnóstico Uma das DST mais prevalentes no mundo (170 milhões de casos) MONOXENO (clico evolutivo) DIVISÃO BINÁRIA Protozoários teciduais sanguíneos Gênero Leishmania Leishmania braziliensis Leishmania donovani Leishmaniose cutânea mucosa Leishmaniose visceral Leishmania braziliensis / donovani Leishmaniose (doença) Unicelular Heteroxeno Flebótomo (mosquito palha - vetor) Presentes no sangue Inoculados na forma de promastigosta (invazão de macrófagos) Ambiente intracelular – amastigota (sem flagelo) Replicação binária CICLO BIOLÓGICO Sinais e Sintomas Febre Fraqueza Perda de apetite Emagrecimento Aumento do baço e do fígado Diarreia Sangramento na boca e intestino Leishmaniose tegumentar ou cutânea Feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta Conhecida como “ferida brava” O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais Leishmaniose visceral ou calazar Doença sistêmica Acomete vários órgãos (fígado, baço e medula óssea) Doença de evolução longa (meses) O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais Trypanossoma cruzi Gênero – Trypanossoma Doença de chagas (tripanossomíase americana) Heteroxeno (ciclo evolutivo) Milhões de pessoas estão infectadas na Amércia Latina Hemípteros triatomíneos – Barbeiro (vetor) Contaminação durante a hematofagia (Transmissão do agente etiológico) Trypanossoma cruzi presente no sangue Trypanossoma cruzi Os parasitas tripomastigotas penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, onde transformam-se para a forma amastigota. Quando as células estão repletas de parasitos, eles novamente mudam para a forma tripomastigotas. Por estarem com grande quantidade de parasitos, as células se rompem e os protozoários atingem a corrente sanguínea, atingindo outros órgãos. Nessa fase, se o hospedeiro vertebrado for picado pelo barbeiro, os protozoários serão transmitidos ao inseto. No intestino do barbeiro, mudam sua forma para epimastigotas, onde multiplicam-se e tornam-se novamente tripomastigotas, as formas infectantes aos vertebrados. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da doença é feito pela visualização do protozoário, sorologia, cultura e, em certas circunstâncias, por PCR. Sintomas Febre intermitente Cefaleia Calafrios Edema transitório Linfadenopatia generalizada Meningoencefalite, frequentemente fatal. Plasmodium falciparum / vivax / malariae Gênero - Plasmodium Plasmodum vivax Plasmodum falciparum (mais agressivo) Plasmodum malariae Heteroxeno Corrente sanguínea Anopheles (mosquito vetor) Plasmodium falciparum / vivax / malariae 99% da doenças, no Brasil, localizada na amazônia O ciclo se inicia quando o mosquito inocula os esporozoítos na corrente sanguínea Migram para o fígado e se transformam em merozoítos Merozoítos caem na circulação e invadem as hemácias tranformando-se em trofozoíto Multiplicação e transformam-se em novos merozoítos Plasmodium falciparum / vivax / malariae Cada merozoíto liberado na fase anterior infecta uma hemácia Merozoíto (esquizoguonia) Ruptura de hemácias DIAGNÓSTICO Visualização do parasito em distensões sanguíneas ou ensaios imunocromatográficos. Sintomas Toxoplasma gondii Gênero – Toxoplasma Toxoplasma gondii Toxoplasmose – Doença Heteroxeno Felídeos (gato – hospedeiro definitivo) Homem – hospedeiro intermediário Felídeos são infectados, eliminando oocistos nas fezes Eliminação – fase de esporulação (aumento do volume do parasito e produção de esporozoítos) – oocisto infectante O tempo da esporulação depende das condições ambientais no solo onde está o oocisto. A ingestão do oocisto constitui uma das formas de infecção dos hospedeiros intermediários O oocisto se rompe no intestino, liberando os esporozoítos que invadem os enterócitos Dentro do enterócito, cada parasito é denominado taquizoíto Taquizoíto se divide e rompe a célula hospedeira Infecção de células do sangue e outros tecidos Bradizoítos – se multiplicammais lentamente e são menos acessíveis pelo sistema imune (dentro de cistos teciduais) Felídeo ingere tecidos infectados Bradizoíto encistado – intestino – oocisto. Sintomas Dores musculares Febre Dor de cabeça Dor muscular Alterações dos gânglios linfáticos Confusão mental Falta de coordenção Convulsões Gestantes - muito grave!! O feto é mais susceptível à infecção, visto que pode desenvolver lesões oculares e no SNC (infecção pré-natal) Imunossupressão – encefalite DIAGNÓSTICO Sorologia, biópsia e PCR Educação sanitária e protozooses Educação Sanitária é a prática educativa que tem como objetivo ensinar a população como adquirir hábitos higiênicos que promovam a saúde e evitem doenças. Saneamento básico Condições de moradia Renda 34,5 milhões de brasileiros, moradores de área urbana, não têm acesso à coleta de esgoto Educação sanitária e protozooses Aumento do êxodo rural Crescimento dos aglomerados urbanos (PSE) Programa Saúde na Escola Ascaradíases, tricuríases e helmintíases intestinais (doenças negligenciadas) Educação sanitária e protozooses Contato inter-humano (criança-criança / criança-adulto) Hábitos higiênicos das crianças e adultos Manipulação inadequada de alimentos “A Educação Sanitária aliada às creches determina novas formas de manuseio e limpeza de alimentos servidos às crianças, hábitos saudáveis de higiene como lavar as mãos após ir ao banheiro, após a troca de fraldas de bebês e antes das refeições. Esses hábitos passados também aos pais de alunos podem diminuir consideravelmente a incidência de parasitos intestinais em certa comunidade.” (BARBOSA, 2012) FIM! marcosgabrielp@gmail.com
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