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A corporeidade e suas relações com a Educação Física escolar (Alencar et al , 2019)

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25/05/2020 https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/856/709?inline=1
https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/856/709?inline=1 1/9
A corporeidade e suas relações com a Educação Física escolar
Corporeity and its relationships with school Physical Education
La corporeidad y sus relaciones con la Educación Física escolar
 
Gildiney Penaves de Alencar*
gildiney.gpa@gmail.com
Maria da Graça de Lira Pereira**
maria.lira@live.com
Thiago Teixeira Pereira***
thiagoteixeira.ef@gmail.com
Cristiane Martins Viegas de Oliveira****
cris.mestradoucdb@gmail.com
Camila Souza de Morais*****
nutricionistacamila@outlook.com
Gabriel Elias Ota******
gabriel.elias.ota@gmail.com
 
*Graduado em Educação Física pela Universidade Católica
Dom Bosco (UCDB / MS) - Licenciatura (2014) e Bacharelado (2015)
Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Esportivo (2016)
pelas Faculdades Integradas de Cassilândia / Instituto de Educação
e Pesquisa Alfredo Torres (FIC / IEPAT / MS)
**Possui Graduação de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (2016)
pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Atualmente cursa a especialização
em Medicina da Atividade Física e do Esporte pelo Instituto de Educação
e Pesquisa Alfredo Torres (IEPAT/2018)
***Graduado em Educação Física Licenciatura pela UCDB
Graduando em Educação Física Bacharelado pela UCDB (2018)
Cursando Especialização em Educação Especial pela UCDB (2019). Possui curso técnico
em Agricultura e em Florestal pela ETEC de Presidente Prudente - SP
****Mestranda do Programa de Mestrado/Doutorado em Desenvolvimento Local
em Contexto de Territorialidades pela UCDB - Bolsista CAPES
Co-orientadora voluntária do Programa de Iniciação Científica (PIBIC)
do Curso de Direito - UCDB. Presidente dos Discentes do Programa
de Mestrado/Doutorado em Desenvolvimento Local
em Contexto de Territorialidades pela UCDB
*****Bacharel em Nutrição pela Universidade Anhanguera - Uniderp (2014)
com bolsa de estudos no Programa Universidade para Todos - PROUNI - Governo Federal
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento
na Região Centro-Oeste, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
e com bolsa de estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES)
******Mestre em Saúde e Desenvolvimento (UFMS)
25/05/2020 https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/856/709?inline=1
https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/856/709?inline=1 2/9
e Docente na Faculdade Estácio de Sá, Campo Grande
Profissional de Educação Física. Especialista em Fisiologia do Exercício
e Treinamento Esportivo
(Brasil)
 
Recepção: 15/09/2018 - Aceitação: 04/05/2019
1ª Revisão: 20/01//2019 - 2ª Revisão: 19/04/2019
 
Este trabalho está sob uma licença Creative Commons
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0)
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt
 
Resumo
 A corporeidade diz respeito ao corpo e a forma como ele é utilizado nas relações com o
mundo e assume relações diretas com a Educação Física Escolar. O objetivo deste estudo é
realizar uma breve discussão e relacionar a importância da corporeidade e a Educação Física
Escolar, nas etapas da Educação Básica. Para investigação, foram realizadas diversas buscas
na literatura científica, de modo a identificar tal relação. Quando à corporeidade, a literatura
nos remete a significados relacionados ao corpo, como ele se comporta frente à sociedade e
as experiências que ele pode vivenciar. Se levarmos em consideração a questão do processo
de desenvolvimento, este está intimamente ligado com a corporeidade, inclusive nos
primeiros anos de vida. Quando a criança adentra no espaço da Educação Infantil, além da
relação com a mãe, este corpo terá uma outra alternativa para que se comunique através do
movimento. Dando sequência, no Ensino Fundamental, é possível observar que a
corporeidade também está presente, onde o movimento é tratado como uma maneira de se
expressar, almejando uma consciência crítica que promove uma emancipação do ser humano
em si. Quanto ao Ensino Médio, concluiu-se que as práticas pedagógicas precisam estar
atentas à faixa etária dos alunos, por passarem por transformações físicas, cognitivas e até
mesmo sociais.
 Unitermos: Corporeidade. Manifestação corporal. Educação Física escolar.
 
Abstract
 Corporeity refers to the body and the way it is used in relationships with the world and
assumes direct relationships with School Physical Education. The purpose of this study is to
conduct a brief discussion and to relate the importance of corporeity and Physical School
Education in the stages of Basic Education For research, several searches were carried out in
the scientific literature, in order to identify such relationship. When referring to corporeity,
literature refers us to meanings related to the body, how it behaves towards society and the
experiences that it can experience. If we take into account the issue of the development
process, it is intimately connected with corporeality, even in the early years of life. When the
child enters the space of Early Childhood Education, in addition to the relationship with the
mother, this body will have another alternative to communicate through movement. Following
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in Elementary School, it is possible to observe that corporeity is also present, where the
movement is treated as a way of expressing itself, aiming at a critical awareness that
promotes an emancipation of the human being itself. As for high school, it was concluded
that pedagogical practices need to be attentive to the age group of students, as they undergo
physical, cognitive and even social transformations.
 Keywords: Corporeity. Body manifestation. School Physical Education.
 
Resumen
 La corporeidad se refiere al cuerpo y la forma en que se utiliza en las relaciones con el
mundo y asume relaciones directas con la Educación Física Escolar. El objetivo de este
estudio es realizar una breve discusión y relacionar la importancia de la corporeidad y la
Educación Física Escolar, en las etapas de la Educación Básica. Para la investigación, se
realizaron diversas búsquedas en la literatura científica, para identificar dicha relación. En
relación a la corporeidad, la literatura nos remite a significados relacionados al cuerpo, como
se comporta frente a la sociedad y las experiencias que puede experimentar. Si tomamos en
consideración la cuestión del proceso de desarrollo, éste está íntimamente ligado con la
corporeidad, incluso en los primeros años de vida. Cuando el niño ingresa en el espacio de la
Educación Infantil, además de la relación con la madre, este cuerpo tendrá otra alternativa
para que se comunique a través del movimiento. En la Escuela Primaria, es posible observar
que la corporeidad también está presente, donde el movimiento es tratado como una manera
de expresarse, anhelando una conciencia crítica que promueve una emancipación del ser
humano en sí. En cuanto a la Enseñanza Media, se concluyó que las prácticas pedagógicas
necesitan estar atentas a la franja etaria de los alumnos, por pasar por transformaciones
físicas, cognitivas e incluso sociales.
 Palabras clave: Corporeidad. Manifestación corporal. Educación Física escolar.
 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Vol. 24, Núm. 252, May. (2019)
 
Introdução
 
 O termo corporeidade possui uma associação direta com a Educação Física Escolar, as quais precisam
ser compreendidas e discutidas pelos profissionais da área. A corporeidade se caracteriza como o corpo e a
forma como ele é utilizado nas relações com o mundo, sobre um contexto de inseparabilidade,um corpo
que ocupa um lugar no espaço e se movimenta, o qual localiza o ser humano como um ser no mundo
(Ahlert, 2010).
 
 Desta forma, ao pensarmos na associação com a Educação Física Escolar e em seu componente
curricular, a corporeidade está presente nos primeiros anos em que a criança inicia sua jornada escolar, em
suas manifestações de desejos e vontades por meio dos movimentos, com destaque para alunos da
Educação Infantil. Entretanto, não é somente nesta etapa da Educação Básica que é possível observar a
expressividade do corpo como forma de manifestação.
 
http://www.efdeportes.com/
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 Pensando em uma perspectiva na atuação em sala de aula, Cavalaro e Muller (2009) argumentam sobre
as práticas pedagógicas do professor de Educação Física, a qual precisa se pautar em promover diversas
experiências motoras, de modo a ampliar a vivência e a diversidade de conhecimento das crianças,
respeitando suas limitações e oportunizar o desenvolvimento, de maneira a contribuir com o aluno de
forma integral em toda sua jornada escolar. Lorenzon e Rocha (2018), afirmam que nas aulas de Educação
Física muitos alunos são preteridos das atividades por não conseguirem coordenar certas habilidades sobre
os movimentos técnicos. Neste sentido, afirmam que é possível observar a importância da compreensão da
corporeidade e suas relações com a educação física escolar, pois as respostas aos estímulos e movimentos
corporais não devem ser observados somente por meio de uma percepção biológica, mas sim envolvidos
como uma manifestação cultural. Portanto, o objetivo do presente trabalho é discutir a associação entre a
corporeidade e a educação física escolar.
 
Materiais e métodos
 
 Para atingir o objetivo deste estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, exploratória e documental
nos artigos científicos já publicados, livros, periódicos especializados e documentos norteadores,
interligando os assuntos da corporeidade e Educação Física Escolar. Para Gil (2008), a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos. Já a exploratória, o intuito é proporcionar maior familiaridade com o problema, de modo
a explicitá-lo, podendo envolver levantamento bibliográfico.
 
 Quanto à pesquisa documental podem ser utilizados materiais que ainda não receberam um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os
documentos de “primeira mão”, existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber
outras interpretações (Gil, 2008).
 
 Quando mencionamos o conceito de corporeidade, a literatura nos remete a significados relacionados ao
corpo, a como este corpo se comporta frente à sociedade e as experiências que este corpo pode vivenciar,
em que localiza o indivíduo no próprio ambiente (Loro, 2006).
 
 No campo da Educação Física este termo está relacionado à motricidade humana, onde “na corporeidade
há a fusão do sensível, do inteligível e do motor”, devendo ser estimulado estes três aspectos no ser
humano em si, fazendo com que o mesmo tenha a consciência de seu corpo e as possibilidades que este
pode se expressar (Moreira, Scaglia & Campos, 2017, p. 46).
 
 Desde os primeiros momentos de vida, Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) relatam que o ser humano
se comunica e se expressa através do movimento, utilizando seu corpo para demonstrar seus desejos e
vontades, principalmente quanto às necessidades fisiológicas, o que corrobora Loro (2006, p.4), como “o
instinto de sobrevivência (respiração, fluxo sanguíneo, batimentos cardíacos, sucção na amamentação),
contrariedades e desconforto (choro), alegria (risos), entre tantas outras manifestações que ocorrem
através de movimentos”. Se levarmos em consideração a questão do processo de desenvolvimento, este
está intimamente ligado com a corporeidade, inclusive nos primeiros anos de vida. Henri Wallon, Jean
Piaget e Vygotski em suas teorias do desenvolvimento relacionado à aprendizagem mencionam que a
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criança já manifesta sensações e ações através do movimento, principalmente na relação com a mãe, é o
que afirma Queiroz (2008).
 
 Quando a criança adentra no espaço da Educação Infantil, esta terá além da relação com a mãe, uma
outra alternativa para que se comunique através do movimento, mesmo que seja por movimentos reflexos
(Giustia, 2013).
 
 Asseveram Cavalaro & Muller (2009), que prevê a Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que a
Educação Infantil tem o objetivo de desenvolver o aluno integralmente, seja no aspecto físico, psicológico,
intelectual e social, sendo a Educação Física um componente curricular capaz de atingir esses objetivos.
Seguindo os princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil (DCNE), a Secretaria de
Educação Básica do Ministério da Educação elaborou um Manual de Orientação Pedagógica denominado
Brinquedos e Brincadeiras de Creche (Brasil, 2012), documento organizado em cinco módulos, separados
por assuntos relacionados às brincadeiras e brinquedos adequados às faixas etárias. Em todo o documento,
é possível perceber que a corporeidade se faz presente, principalmente pelo fato da brincadeira ser a
principal ferramenta da criança para se expressar.
 
 O brincar ou a brincadeira - considerados com o mesmo significado neste texto – é atividade principal da
criança. Sua importância reside no fato de ser uma ação livre, iniciada e conduzida pela criança com a
finalidade de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesma, os outros e o mundo
em que vive. Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expressar situações imaginárias, criativas,
compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua individualidade e sua identidade, explorar a
natureza, os objetos, comunicar-se, e participar da cultura lúdica para compreender seu universo (Brasil,
2012, p. 11).
 
 Trebells (2006) trata o movimento como uma maneira de se expressar e do existir no mundo, almejando
uma consciência crítica que promove uma emancipação do ser humano em si, muito visível durante esta
fase.
 
 Segundo Nogueira (2005), através do movimento, é possível conhecer e compreender diversas culturas
e, esta capacidade de explorar e conhecer as habilidades e competências colocadas pelo professor permite
que o aluno consiga ampliar e demonstrar todo seu repertório de conhecimento motor.
 
 Costa, Miranda e Lavoura (2016) afirmam que a Educação Física faz parte dos componentes curriculares
da Educação Básica, conforme explanado também nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998), e
esta disciplina permite ao aluno uma autorreflexão que são exteriorizadas pela expressão corporal como
atividades voltadas aos jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, entre outras (Frizzo, 2013).
 
 Queiroz (2008) e Giustia (2013) citam que a interação da criança com o meio e as experiências
vivenciadas por ela, somadas às características individuais, é fator determinante para que o indivíduo
construa seus próprios valores e conhecimentos e, através do movimento, é possível evidenciar todas essas
experiências.
 
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 Quando mencionamos a tarefa motora, todas as vivências praticadas durante as aulas de Educação
Física são primordiais para a formação integral da criança e o professor deve estaratento a adequar cada
prática de acordo com a faixa etária, respeitando a individualidade biológica de cada um (Gallahue, Ozmun
& Goodway, 2013). Neste sentido, avança Moreira (2013) que fomentando o respeito às regras e
estabelecendo uma relação de respeito para que os alunos convivam em sociedade, muito além do simples
fazer o movimento em si, mostrando que a corporeidade não é simplesmente fazer o movimento por fazer,
mas atribuir um significado.
 
 Dentro do ambiente escolar, o movimento precisa ser abordado pedagogicamente visto de três
dimensões, sendo elas a dimensão conceitual, dimensão procedimental e dimensão atitudinal (Freire, 1999;
Freire & Oliveira, 2004). Na dimensão conceitual o aluno deve aprender o contexto que envolve
determinado movimento ou prática corporal trabalhada, abordando conhecimento sobre e os conceitos
envolvidos, como surgiu, qual o objetivo e a maneira mais eficiente da realização de determinado
movimento, o saber sobre (Tani, 1991; Freire & Oliveira, 2004). Já na dimensão procedimental o aluno
experimentará na prática tudo o que foi conhecido na dimensão conceitual, vivenciando as diversas
manifestações do movimento, melhorando sua execução e testando as maneiras de se realizar determinada
prática corporal com eficiência, o saber fazer (Freire & Oliveira, 2004).
 
 Além de saber sobre e saber fazer, existe a dimensão atitudinal em que preconiza o saber ser, onde os
valores, atitudes e normas sobre o movimento devem estar explicitas durante a realização do movimento,
como o respeito, a valorização dos colegas ensinam os alunos a enfrentarem situações cotidianas da
própria sociedade, fomentando seu desenvolvimento integral (Freire, 1999; Freire & Oliveira, 2004; Silva &
Pinheiro, 2013).
 
 De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, a Educação Física precisa proporcionar diversas
práticas corporais e possibilidades dos sujeitos (alunos) se manifestarem e “o movimento humano está
sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento
corporal ou de um corpo todo” Ainda, está previsto que as práticas corporais desenvolvam o aluno para ter
autonomia, seja capaz de compreender a cultura corporal do movimento e esteja capacitado em respeitar
as diversas manifestações corporais, o que também pode ser utilizado na corporeidade (Brasil, 2017).
 
 Quanto ao Ensino Médio, as práticas pedagógicas precisam estar atentas à faixa etária dos alunos, já
que os mesmos passam por transformações físicas, cognitivas e até mesmo sociais (Lima & Lima, 2017). Os
autores ainda mencionam que é necessário o professor aliar seus conteúdos teóricos e práticos, de modo
com que estes conteúdos sejam condizentes com que o aluno esteja vivenciando na sua realidade dentro
da sociedade, sendo uma estratégia para que estes alunos se sintam atraídos.
 
 Conforme apresentado na proposta da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio, nesta etapa, a
Educação Física deve dar sequência aos conteúdos explorados no Ensino Fundamental, porém, ampliando e
aprofundando o trabalho realizado anteriormente, (Brasil, 2018).
 
 Ainda, Pessoa, Leonardo, Oliveira e Silva (2017) relatam que o ambiente tem uma forte influência na
aprendizagem, as experiências que o indivíduo vivencia proporciona uma expansão nos conhecimentos e o
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ambiente que o professor oferta aos alunos é imprescindível para que os alunos aprendam, e independente
de qual for a etapa da Educação em que a Educação Física é inserida, a corporeidade precisa se fazer
presente, sendo uma excelente estratégia de desenvolvimento e trabalho em sala de aula.
 
Conclusões
 
 Conforme abordado no texto, a corporeidade diz respeito ao corpo e a maneira como ele é utilizado nas
relações com o mundo, um corpo que ocupa um lugar no espaço e se movimenta e localiza o ser humano
como um ser no mundo.
 
 Neste sentido, foi possível observar que a corporeidade acompanha o ser humano desde os primeiros
anos de vida e, pensando no contexto escolar, condiz com as manifestações corporais que a criança ou
adolescente demonstra, muitas vezes carregadas de conhecimentos aprendidos na sociedade, o que é
preciso respeitar e considerar ao planejar uma aula.
 
 No campo da Educação Física, dentro da Educação Infantil, o professor precisa estar atento em oferecer
os estímulos adequados e proporcionar aulas que incitam a prática corporal através das brincadeiras e do
lúdico, momentos em que a criança pode se desenvolver integralmente, experimentar as diversas formas
de se movimentar e de se expressar.
 
 Quanto ao Ensino Fundamental e o Ensino Médio, é necessário deixar os alunos conscientes do que
cerca determinado movimento, do caráter histórico e conceitual do mesmo, fazendo com que estes alunos
se desenvolvam mais conscientes do que estão realizando na prática. Também, se faz necessário o trabalho
com os valores que os movimentos podem proporcionar durante as aulas de Educação Física, pensando no
relacionamento em sociedade desses alunos.
 
 Contudo, o ambiente que professor oportuniza influencia na aprendizagem dos alunos e independente
de qual for a etapa da Educação em que a Educação Física é inserida, a corporeidade precisa se fazer
presente, já que os alunos entendem como o corpo se comporta nas diversas manifestações, sendo uma
excelente estratégia de desenvolvimento e trabalho em sala de aula.
 
Referências
 
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25/05/2020 https://www.efdeportes.com/efdeportes/index.php/EFDeportes/article/download/856/709?inline=1
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