Buscar

Alegações Finais por memoriais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Continue navegando


Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __, ESTADO DE __.
TONY STARK, já qualificado nos autos de n. , da ação penal que lhe move o Ministério Público, vem por meio de sua advogada, abaixo subscrita, a presença de Vossa Excelência, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no artigo 403, § 3 do Código de Processo Penal, nos seguintes termos: 
1 – DOS FATOS
Segundo a denúncia do Ministério Público, o denunciado fora acusado em tese pela prática do delito tipificado no artigo 217-A do Código Penal em concurso material. 
Conforme o que consta nos autos, em data de 06 de fevereiro de 2021, o acusado dirigiu-se juntamente com diversos amigos para uma balada boate em sua cidade, chamada ‘’Marvel Bar’’, sendo frequentada por jovens adultos. 
No mencionado local, o acusado conheceu a suposta vítima e ambos trocaram olhares e após um bate-papo extrovertido começaram a se beijar e trocar carícias. Logo depois, o acusado convidou a mesma para ir até sua residência a fim de terem mais privacidade. 
Ressalta-se que a suposta vítima aceitou o convite de livre e espontânea vontade, sendo que depois da aventura, ambos trocaram o número de telefone celular e os contatos da rede social, ademais, o acusado ainda levou a mesma em segurança até a sua residência. 
Entretanto no dia seguinte, o acusado ao convidar a suposta vítima para um jantar, acessou sua rede social, ocasião no qual descobriu que a jovem possuía apenas 13 anos de idade. 
Não obstante, a genitora da suposta vítima, esperou até que a mesma chegasse da balada às 7h da manhã, e tomou conhecimento dos fatos e revoltada com tal situação procurou a autoridade policial imediatamente, o que resultou na denúncia ao acusado. 
O acusado no depoimento pela autoridade policial confessou integralmente os fatos, sustentando, porém, que não sabia que a suposta vítima era tão jovem, uma vez que sua compleição física e desenvoltura eram incompatíveis com a postura de uma adolescente de apenas 13 anos de idade, além do fato da jovem estar frequentando um local proibido para menores de idade. 
As testemunhas defensivas, afirmam que estavam presentes no referido local e que tanto o porte físico, bem como seu comportamento e suas vestimentas, eram incompatíveis com a idade de 13 anos, e que qualquer pessoa acreditaria que a mesma tinha entre 19 e 20 anos. 
O exame pericial atestou que a suposta vítima não era virgem, mas não demonstrou que aquela havia sido sua primeira relação, entretanto a mesma afirmou perante audiência que tinha o hábito de frequentar bares adultos escondida de sua mãe, além de salientar que a suposta prática sexual fora consentida e que não foi sua primeira vez. 
Após a instrução, for ofertada oportunidade de oferecimento de alegações finais em forma de memoriais. 
2 – DO DIREITO 
2.1 – DA ATIPICIDADE DA CONDUTA
Não há no direito penal responsabilidade sem culpa. Para que a conduta do agente seja revista de interesse penal deve ser voluntária e consciente dirigida de maneira a ferir um bem jurídico tutelado. 
A acusação embasada no artigo 217-A do Código Penal, não é suficiente para a tipificação da condutada, vez que é ausente a tipicidade subjetiva, ou seja, o dolo como vontade livre e consciente de ferir o bem jurídico tutelado. 
Dessa feita, conforme consta nos autos, o acusado e as testemunhas alegam que a suposta vítima não aparentava ser tão jovem, pois, sua compleição física e desenvoltura eram incompatíveis com a postura de uma adolescente de 13 anos de idade. 
Conforme afirmado pela suposta vítima, frequentava bares adultos escondida de sua mãe e que a suposta prática sexual fora consentida e que não foi sua primeira vez. Assim sendo, inequivocadamente provado, que o fato de vulnerável sexualmente, menor de 14 anos, jamais se inseriu a esfera da vontade e consciência do agente, não cabendo-lhe imputar. 
Portanto, incidirá a regra do artigo 18, II do Código Penal, pois, não houve crime já que a conduta foi atípica, vez que o erro ou a inexistência do elemento subjetivo do tipo penal, exclui o dolo, conforme menciona o artigo 20, do Código Penal. 
 2.2 – DO ERRO DE TIPO 
O crime é composto por fato típico, ilícito e culpável. Com isso, pode-se afirmar que majoritariamente o conceito de crime é tripartite e envolve a análise destes três elementos. 
Para a exclusão do crime, na tese acima, a inexigibilidade de potencial consciência da ilicitude é um dos elementos analíticos do crime adotado pelo código, ao lado da tipicidade, a culpabilidade concede a exclusão da conduta criminosa, tendo como regra o artigo 21 do Código Penal. 
No mencionado artigo, é escusável a conduta criminosa do acusado em relação a circunstância de depoimentos de testemunhas, do acusado e da própria suposta vítima. 
2.3 – DA INEXISTÊNCIA DO CONCURSO MATERIAL 
Inexiste qualquer concurso material aplicável nos atos do acusado em praticar sexo oral e vaginal, haja vista que ambos os atos apresentam um único contexto, uma única conduta. No entanto poderá inserir-se no artigo 59 do Código Penal, caso alguma pena venha ser eventualmente imputada ao acusado. 
2.4 – DA PENA MÍNIMA LEGAL 
Como o acusado é réu primário, possui bons antecedentes, com residência fixa, com boa conduta social, e no caso em tela é evidente que não teve a intenção do tipo penal, logo, é justo aplicar a pena base no mínimo legal como medida necessária de reprovabilidade do ato.
2.5 – POSSIBILIDADE DO REGIME SEMIABERTO
O crime de estupro de vulnerável, artigo 217-A do Código Penal está previsto como crime hediondo mencionado na Lei n. 8.072/90, artigo 1, IV. Porém o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do artigo 2, § 1 da referida lei, sendo que o juiz ao fixar o regime inicial para o cumprimento de pena deve analisar a situação em concreto e não o preceito em abstrato. 
Dessa forma, ante a ocorrência de crime único, cuja pena no mínimo legal deverá ser fixada em 8 anos de reclusão, sendo o acusado primário e de bons antecedentes, o regime semiaberto é o mais adequado para o mesmo. Ainda, o artigo 33, § 2, alínea ‘’a’’, do Código Penal, aplica o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 anos, o que não se encaixa no caso concreto. 
3 – DO PEDIDO 
Ex positis, pede e requer a Vossa Excelência: 
a) Absolvição do acusado por atipicidade da conduta nos termos do artigo 386, inciso 3do Código de Processo Penal; 
b) Caso não seja entendimento de Vossa Excelência a absolvição do acusado, hipótese na qual a defesa não acredita, requer seja: 
- Afastamento do concurso material de crimes, por ser reconhecido apenas a existência de crime único;
- Fixação da Pena Mínima, em razão dos antecedentes do acusado;
- Fixação do Regime Semiaberto, para início do cumprimento de pena, com base no artigo 33, §2, alínea ‘’b’’, do Código Penal, ante a inconstitucionalidade do artigo 2, §1, da Lei n. 8.072/90. 
Nesses termos, 
Pede deferimento
Local, data. 
Advogada (OAB...)