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Brasília-DF. Metrologia industrial Elaboração Giovanna Monique Alelvan Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I METROLOGIA INDUSTRIAL ...................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS FUNDAMENTAIS .............................................................................. 9 CAPÍTULO 2 TERMINOLOGIA ...................................................................................................................... 12 CAPÍTULO 3 SIMBOLOGIA .......................................................................................................................... 17 UNIDADE II INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I ................................................................................................ 23 CAPÍTULO 1 MEDIÇÃO DE MASSA ............................................................................................................. 23 CAPÍTULO 2 MEDIÇÃO DE PRESSÃO .......................................................................................................... 33 CAPÍTULO 3 MEDIÇÃO DE FORÇA............................................................................................................. 46 UNIDADE III INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II ............................................................................................... 53 CAPÍTULO 1 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA ................................................................................................... 53 CAPÍTULO 2 MEDIÇÃO DE TEMPO E FREQUÊNCIA...................................................................................... 65 CAPÍTULO 3 MEDIÇÃO DE GRANDEZAS ELÉTRICAS .................................................................................... 70 UNIDADE IV CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO .................................................................................... 77 CAPÍTULO 1 CALIBRAÇÃO DE MEDIDORES ................................................................................................ 77 CAPÍTULO 2 PROCEDIMENTOS DE CALIBRAÇÃO ........................................................................................ 81 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 87 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução A metrologia permite qualificar e quantificar um determinado fenômeno, corpo ou substância, ou seja, determinar a sua grandeza, mais precisamente atribuir-lhe um valor. A grandeza define o que se está medindo, sendo intimamente relacionada com a variável física e diretamente relacionada com a unidade (CARVALHO, 2004). No setor industrial, as determinações das grandezas são de suma importância, seja para a fabricação do produto ou para a confecção do próprio instrumento de medição. Esses instrumentos, para aferir com qualidade e precisão as suas leituras, devem ser calibrados inicialmente e ao longo do seu período de uso passar por manutenção. Além disso, devem apresentar certificações dos órgãos especializados e responsáveis. Diante desse contexto, neste material didático serão abordados os instrumentos de medição de grandezas físicas presentes na indústria, bem como a determinação dessas grandezas através desses instrumentos. Na Unidade I são apresentadas as principais definições e conceitos acerca da metrologia industrial, destacando os termos e símbolos mais empregados. A Unidade II apresenta as informações sobre os tipos de equipamentos destinados à medição de massa, pressão e força. A Unidade III, por sua vez, discutirá sobre os equipamentos para determinar a medida de temperatura, tempo e grandeza elétricas, tais como corrente elétrica, tensão e resistência. Objetivos » Apresentar as grandezas físicas de medição. » Apresentar os instrumentos de medição para cada tipo específico de grandeza, bem como o seu princípio de funcionamento. » Apresentar o processo de calibração. 9 UNIDADE IMETROLOGIA INDUSTRIAL Nesta unidade serão apresentados os conceitos fundamentais para um melhor entendimento da ciência metrológica. Por se tratar de uma ciência de medição de variáveis como pressão, temperatura, força, entre outras, é de suma importância a consolidação das terminologias e a padronização dos símbolos para identificação dos processos de medição e dos instrumentos. CAPÍTULO 1 Definições e conceitos fundamentais A palavra metrologia é oriunda da junção de dois termos do vocabulario grego, Metron + logo, que significa ciência de medição. O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais daMetrologia (VIM) define a Metrologia como “a ciência da medição”, que abrange todos aspectos teóricos e práticos que influenciam um processo de medição, qualquer que seja o nível de exatidão e em qualquer campo da ciência ou tecnologia. É, portanto, uma ciência multidisciplinar e de vital importância para o desenvolvimento das atividades econômicas, científicas e tecnológicas (VIM, 2012). Rangel (2005) destaca a importância do processo de globalização da produção, onde a metrologia assumiu um papel de destaque no que se refere a medições de grandezas presentes em praticamente todos os processos de tomada de decisão, abrangendo as áreas industrial, comercial, da saúde e do meio ambiente. Além disso, aponta que cerca de 4 a 6% do PIB nacional dos países industrializados estão, de uma forma ou outra, relacionados aos processos de medição, conforme o relatorio expedido pelo Comitê Brasileiro de Metrologia. A competitividade do mercado mundial favoreceu para que uma nova área da ciência fosse desenvolvida a serviço da eficiência econômica das empresas que perseguem a competitividade sistêmica. 10 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL O interesse pela metrologia mundial pode ser explicado por diversos fatores, dentre os quais (RANGEL, 2005): » o surgimento de novos modelos de relacionamento entre a ciência e a indústria, que alteram as relações entre a pesquisa fundamental e a tecnológica, os governos e a economia; » o aumento da complexidade de produtos e serviços, decorrente do processo de inovação tecnológica, que tornam mais críticas as especificações técnicas dos produtos; » a ação de indução governamental para desenvolver a infraestrutura de Tecnologia Industrial Básica (TIB), praticada pelos países industrializados, visando à inserção no sistema econômico global; » as novas demandas de metrologia resultantes da ação regulatória nas áreas de saúde, segurança e proteção ao meio ambiente. Os processos industriais exigem controle na fabricação de seus produtos, sendo bastante variados e abrangendo diversos tipos de produtos, tais como: a fabricação dos derivados do petróleo, produtos alimentícios, indústria de papel e celulose etc. Aicep (2018) destaca que em todos esses processos é absolutamente necessário controlar e manter constantes algumas variáveis, tais como pressão, vazão, temperatura, nível, PH, condutividade, velocidade, umidade etc. Os instrumentos de medição e controle permitem manter constantes as variáveis do processo com os seguintes objetivos: melhoria em qualidade do produto, aumento em quantidade do produto, segurança e melhoria do meio ambiente. Antigamente, esse controle era responsabilidade dos operários, que o faziam por meio do controle manual dessas variáveis, empregando instrumentos bem simples. Posteriormente, os processos foram ficando complexos, exigindo, assim, um sistema de automação eficiente incorporado nos processos industriais por meio dos instrumentos de medição e controle. Portanto, também era preciso reorganizar as funções dos operadores, que aos poucos foram sendo liberados de sua atuação física no processo, direcionado a centralização das variáveis em uma única sala. Devido à centralização das variáveis do processo, podemos fabricar produtos que seriam impossíveis através do controle manual. Aiecp (2018) afirma que para alcançar o atual nível de produção, os sistemas de controle passaram por importantes transformações 11 METROLOGIA INDUSTRIAL │ UNIDADE I tecnológicas, tais como: controle manual, controle mecânico e hidráulico, controle pneumático, controle elétrico, controle eletrônico e atualmente controle digital. Os processos industriais podem ser divididos em dois tipos: processos contínuos e processos descontínuos. Os dois tipos de processo devem manter as variáveis dentro do limite admissiveis de aceitação. O sistema de controle tem como função realizar a comparação entre os valores da variável do processo com o valor desejado e, caso necessário, realizar a correção sem que a operação intervenha. Portanto, é indispensável que se disponha de uma unidade de medida, uma unidade de controle e um elemento final de controle no processo. A figura 1 ilustra a malha de controle do processo industrial fechada e aberta. Figura 1. Malha de controle: (a) fechada, (b) aberta. Elemento final de controle Processo Unidade de medida Unidade de controle Processo Unidade de medida Indicação (a) (b) Fonte: Aiecp, 2018. 12 CAPÍTULO 2 Terminologia O Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia (VIM) apresenta um conjunto de definições, termos conceitos fundamentais e gerais empregados na metrologia. O domínio e a compreensão dos termos são a primeira etapa para o estudo de medição de qualquer variável. Portanto, devido à grande quantidade de conceitos apresentados por VIM (2012), neste item serão destacados os principais termos e conceitos base (ou primários) para a entendimento dos demais, sendo eles: » Grandeza: atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser qualitativamente distinguido e quantitativamente determinado. O conceito genérico de grandeza pode-se subdividir em diversos níveis de conceitos específicos, os quais são classificados em grandeza física, grandeza química e grandeza biológica, ou ainda em grandeza de base e grandeza derivada. Um exemplo de grandeza específica é o conceito de comprimento (l), mais especificamente o comprimento de raio (r) de um círculo. Nesse caso, trata-se de uma grandeza física. » Grandeza de base: corresponde a uma grandeza de um determinado subconjunto do sistema de grandezas, de modo que nenhuma grandeza do subconjunto possa ser expressa em função das outras. As grandezas de base são: comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de substância e intensidade luminosa. » Grandeza derivada: referem-se a grandezas definidas em função das grandezas de base do sistema de grandeza. Para exemplificar esse tipo de grandeza tem-se o conceito de vazão que tem como grandeza base o comprimento e o tempo. A vazão é definida pelo quociente entre o volume (comprimento ao cubo – l3) por um dado tempo. » Sistema de grandeza: esse sistema baseia-se nas sete grandezas de base e estão apresentadas nas series ISO 80000 e IEC 80000. » Sistema de unidades: conjunto de unidades de base e de unidades derivadas – unidades medidas adotadas para grandezas de base e derivada, 13 METROLOGIA INDUSTRIAL │ UNIDADE I respectivamente – juntamente com os seus múltiplos e submúltiplos para um dado sistema de grandezas. » Sistema internacional de unidades: baseado no Sistema Internacional de Grandezas, com os nomes e os símbolos das unidades, indicados na tabela 1. Além disso, o SI apresenta uma série de prefixos com seus nomes e símbolos, seguindo a adoção da Conferência Geral de Pesos e Medidas (tabela 2). Tabela 1. Unidade de base de acordo com SI. Grandeza de base Unidade de base Nome Nome Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Corrente elétrica ampere A Temperatura termodinâmica kelvin K Quantidade de substância Mol mol Intensidade luminosa candela cd Fonte: VIM, 2012. Tabela 2. Prefixos. Fator Prefixo Nome Símbolo 1024 yotta Y 1021 zetta Z 1018 exa E 1015 peta P 1012 terá T 109 giga G 106 mega M 103 kilo k 102 hecto h 101 deca da 10-1 deci d 10-2 centi c 10-3 mili m 10-6 micro μ 10-9 nano n 10-12 pico p 10-15 femto f 10-18 atto a 10-21 zepto z 10-24 yocto y Fonte: Fonte: VIM, 2012. 14 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL » Medição: processo de determinação por meio experimental de valores que podem ser atribuídos a uma dada grandeza. Entende-se que a medição descreve uma grandeza que seja coerente com o uso pretendido do resultado de medição. Para tanto, deve seguir o procedimento de medição com um sistema de medição calibrado que opera de acordo com o procedimento de mediçãoespecificado, incluindo as condições de medição. » Mensurada: refere-se à grandeza que se pretende medir. Para tanto, é preciso conhecer a natureza da grandeza, bem como a descrição do estado do fenômeno do corpo ou substância, ou seja, as propriedades relevantes. » Método de medição: o método é uma ferramenta genérica da concepção lógica de operações utilizadas na realização de medição. A partir da definição do método é que se dá início à próxima etapa de medição que compreende a descrição do procedimento de medição. Os métodos de medição podem ser qualificados de vários modos, como: › método de medição por substituição; › método de medição diferencial; › método de medição “de zero”; › método de medição direto; › método de medição indireto. » Procedimento de medição: descrição detalhada de uma medição de acordo com um ou mais princípios de medição e com um dado método de medição, baseada em um modelo de medição, incluindo todo cálculo destinado à obtenção de um resultado de medição. » Calibração: operação que estabelece, sob condições especificadas, em uma primeira etapa, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidos por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; em uma segunda etapa, utiliza essa informação para estabelecer uma relação visando à obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação. » Instrumento de medição: dispositivo utilizado para realizar medições, individualmente ou associado a um ou mais dispositivos suplementares. 15 METROLOGIA INDUSTRIAL │ UNIDADE I » Sistema de medição: conjunto composto por um ou mais instrumentos de medição e frequentemente outros dispositivos como reagentes e insumos, instalados e configurados para fornecer informações destinadas à obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especificados para grandezas de naturezas especificadas. O sistema de medição pode ser classificado quanto a três aspectos: › quanto à natureza; › quanto ao valor atribuído; › quanto às relações. » Validação x Verificação: o emprego desses termos nem sempre são utilizados corretamente, pois se observa uma dificuldade em distinguir conceitualmente a diferença entre validação e verificação de medições. A verificação consiste em fornecer evidencias consistentes e objetivas que satisfaçam os requisitos especificados no procedimento de medição. Vale ressaltar que nem toda verificação implica em uma validação, porém, a validação trata-se da verificação na qual os requerimentos estabelecidos são para um uso específico. » Erro de medição: é definido como sendo a diferença entre o valor medido de uma grandeza e o valor de referência ou valor verdadeiro mensurado (figura 2). Figura 2. Erro de medição. medidas B medidas A medidas A medidas B X verdadeiro X verdadeiro – X médio X médio Fonte: Campilho, 2018. 16 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL Em casos onde não é possível a determinação do valor verdadeiro, é comum na prática utilizar um valor convencionalmente verdadeiro. O erro pode ser subdivido em três componentes principais: o erro grosseiro, sistemático e aleatório. Além disso, o erro pode ser classificado quanto à sua forma de cálculo em erro absoluto e relativo. O primeiro tipo de erro corresponde à diferença algébrica dos valores de erro, pode ser expressa pela equação: Erro absoluto = Xmedido - Xverdadeiro O erro relativo, por sua vez, corresponde à relação entre o erro estimado (ou absoluto) e o erro verdadeiro, expresso em porcentagem, por meio da equação: 100% = ⋅ Erro absolutoErro relativo Erro verdadeiro » Erro grosseiro: o erro grosseiro é, geralmente, decorrente de mau uso ou mau funcionamento do sistema de medida. Seu valor é totalmente imprevisível, porém, geralmente sua existência é facilmente detectável. Sua aparição pode ser resumida a casos muito esporádicos, desde que o trabalho de medição seja feito com consciência. » Erro aleatório: é a parcela imprevisível do erro. É o agente que faz com que repetições levem a resultados diferentes. » Erro sistemático: é um componente do erro de medição realizada inúmeras vezes, porém, permanecendo constante ou variando de modo previsível. O valor de referência, nesse caso, é o valor verdadeiro. O erro sistemático pode ser calculado pela seguinte equação: Erro sistemático = Erro de medição - Erro aleatório 17 CAPÍTULO 3 Simbologia As normas de instrumentação estabelecem símbolos, gráficos e codificação para identificação alfanumérica de instrumentos ou funções programadas que deverão ser utilizadas nos diagramas e malhas de controle de projetos de instrumentação. De acordo com a norma ISA-S5, cada instrumento ou função programada será identificada pôr um conjunto de letras que o classifica funcionalmente e um conjunto de algarismos que indica a malha à qual o instrumento ou função programada pertence. Tais simbologias são comumente encontradas em: » fluxogramas de processo e de engenharia; » diagramas de controle de processos, conhecidos como diagrama P&I; » desenhos de detalhamento de instrumentação, instalação, diagramas de ligação, plantas de localização, diagramas lógicos de controle, listagem de instrumentos; » painéis sinópticos e semigráficos na sala de controle; » diagramas de telas de vídeo de estações de controle. Eventualmente, para completar a identificação, poderá ser acrescido um sufixo. A figura 3 mostra um exemplo de instrumento identificado de acordo com a norma pré-estabelecida. Figura 3. Indicação de nomenclatura. P RC 001 02 A Variável Função Área da atividade Identificação funcional Sufixo No sequencial da malha Identificação da malha Fonte: Aiecp, 2018. Onde: P – Variável medida. Ex.: Pressão; R – Função passiva ou de informação. Ex.: Registrador; C – Função ativa ou de saída. Ex.: Controlador; 18 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL 001 – Área de atividade a qual o instrumento atua; 02 – Número sequencial da malha; A – Sufixo. A identificação funcional deverá ser estabelecida de acordo com a função do instrumento ou função programada e não de acordo com sua construção. As letras para identificação da variável móvel e das funções (passiva e ativa) estão expressas na tabela 3. Tabela 3. Variáveis medida. Variável medida Função passiva Função ativa A Analisador Alarme B Queimador (Chama) C Condutibilidade elétrica Controlador D Densidade ou peso específico E Tensão (Fem) Elemento primário F Vazão G Visor H I Indicação ou indicador J Potência K Tempo ou Programa Estação de controle L Nível Lâmpada piloto M Umidade O Placa de orifício P Pressão Tomada de impulso Q Quantidade R Radioatividade Registrador S Velocidade ou Frequência Chave ou interruptor T Temperatura Transmissão Transmissor U Multivariáveis Multifunção Multifunção V Viscosidade Válvula W Peso ou Força Poço Y Relê ou computador Z Posição Elemento final de controle Fonte: Aiecp, 2018. É válido ressaltar que o número de letras não deve ultrapassar 4. Caso o instrumento seja registrador e indicador da mesma variável, o I pode ser omitido, assim como em fluxogramas não é obrigatório identificar todos os elementos de uma malha. 19 METROLOGIA INDUSTRIAL │ UNIDADE I As nomenclaturas mais usuais empregadas são: » TIC = indicador controlador de temperatura; » LIC = indicador controlador de nível; » FIC = indicador controlador de vazão; » JIC = indicador controlador de potência; » SIC = indicador controlador de velocidade; » BIC = indicador controlador de queima ou combustão; » TRC = controlador registrador de temperatura; » PDIC = controlador indicador de pressão diferencial; » LAH = alarme de nível elevado; » FAL = alarme de baixas vazões. Simbologia de processo de fluxograma A representação do processo industrial é feita por meio de fluxograma, de modo que cada elemento do processo é simbolicamente indicado conforme a tabela 4. Tabela 4. Símbolos para processo de fluxograma.Suprimento ou impulso Sinal não definido Sinal pneumático Sinal elétrico Sinal hidráulico Tubo capilar Sinal eletromagnético ou sônico guiado Sinal eletromagnético ou sônico não guiado Ligação por software 20 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL Ligação mecânica Sinal binário pneumático Sinal binário elétrico Fonte: Aiecp, 2018. Simbologia de dispositivos eletrônicos Os dispositivos eletrônicos, quando representados em um circuito, são indicados pela simbologia apresentada na tabela 5. Esses símbolos serão importantes para compreender os conceitos e princípios de funcionamento dos medidores de grandezas elétricas, abordados na Unidade III. Tabela 5. Símbolo de dispositivos eletrônicos. Gerador Fonte Condutores não conectados Condutores conectados Resistor e resistência Resistência Lâmpada Fusível Voltímetro 21 METROLOGIA INDUSTRIAL │ UNIDADE I Amperímetro Ohmímetro Fonte: Ctism, 2018. Simbologia geral de instrumentos Os instrumentos de medição também são indicados com símbolos para facilitar a identificação do operador, além de ser uma forma de padronização para qualquer tipo de instrumento. A tabela 6 apresenta os símbolos utilizados, especialmente no setor industrial, para indicar o tipo de instrumento de acordo com seu sistema de operação. Tabela 6. Indicação de instrumentação. Painel principal acessível ao operador Painel auxiliar acessível ao operador Painel auxiliar não acessível ao operador Montador no campo Instrumentos discretos Instrumentos compartilhados Computador de processo Controlador lógico programável Instrumento compartilhando o mesmo invólucro Fonte: Aiecp, 2018. O símbolo do sinal pneumático aplica-se para um sinal usando qualquer gás como veículo. Se o gás não for o ar, deve ser identificado qual o gás usado através de uma nota nos símbolos ou em outro local apropriado. 22 UNIDADE I │ METROLOGIA INDUSTRIAL A simbologia correta da instrumentação deve conter os seguintes parâmetros: » Identificação das linhas de interligação dos instrumentos, por exemplo, eletrônica física, eletrônica por configuração, pneumática. » Determinação do local de instalação dos instrumentos, acessível ou não acessível ao operador de processo. » Filosofia da instrumentação, quanto ao instrumento ser dedicado a cada malha ou compartilhado por um conjunto de malhas de processo. » Identificação (tag) do instrumento, envolvendo a variável do processo, a função do instrumento e o número da malha do processo. » Outras informações adicionais. 23 UNIDADE IIINSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Nesta unidade serão apresentados os instrumentos de medição de massa, força e pressão. Tais grandezas estão concentradas em uma única unidade devido à relação dependente entre elas. Em outras palavras, pode-se dizer que os instrumentos de medição de cada grandeza podem intuitivamente estar presentes na medição de outra. CAPÍTULO 1 Medição de massa A necessidade de medição da grandeza de massa foi impulsionada pelas atividades comerciais com o intuito de estabelecer um valor de comercialização aos produtos. Desde a Antiguidade, tal prática é reportada com pelos comerciantes de especiarias, de pedras preciosas, produtos agrícolas, animais etc. Desse modo, surgem as balanças de equilíbrio ou mecânica como instrumento de medição de massa. Ao longo dos anos, as balanças foram sendo aprimoradas para aferirem uma melhor precisão em suas medições, bem como a sensibilidade dos dispositivos eletrônicos que após a revolução industrial passaram a serem incorporados nesse instrumento. Nesse contexto, entende-se por massa como sendo à quantidade de matéria de um corpo ou substância ou, alternativamente, caracteriza a inércia de um corpo. Trata-se de uma das grandezas de base do sistema internacional de grandezas. A determinação dessa grandeza é de extrema valia, uma vez que, outras grandezas físicas podem ser obtidas a partir da massa do objeto como, por exemplo, as grandezas indicadas na figura 4. 24 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Figura 4. Grandezas dependente da medição de massa. Massa Peso Força Densidade Viscosidade Energia Trabalho Potência Massa específica Fonte: própria autora, 2018. Instrumentos de medição de massa O instrumento empregado para medição da grandeza de base de massa é a balança, que pode apresentar capacidade e precisão de medição variada. Basicamente, existindo dois tipos: mecânica e eletrônica. A balança é empregada para tal função pelo homem há aproximadamente 7.000 anos, decorrente das atividades comerciais de compra e venda de mercadorias. As primeiras balanças utilizadas consistiam de um travessão com um eixo central, tendo em uma ou nas duas extremidades pratos, cujo princípio era estabelecer o equilíbrio. Para garantir o equilíbrio entre ambas as partes, era depositado em um dos pratos o objeto que se pretendia determinar a massa e no outro prato era depositado objetos de massa conhecida e padronizada, denominado de “peso-padrão”. Atualmente, a necessidade de medir massas pode ser observado em diversas situações do cotidiano, que apesar de simples é preciso que o instrumento de medição esteja calibrado e adequado para cada condição como, por exemplo: comprar determinado produto no supermercado vendido por quilograma; no laboratório, com precisão mais avançada; nas rodovias, para fiscalizar se as cargas transportadas respeitam os limites 25 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II legais. Assim, as balanças podem ser classificadas quanto aos seus diversos tipos, sendo eles: » balança analítica: » de precisão; » comum; » industrial; » rodoviária. Além disso, as balanças ainda podem ser classificadas quanto ao dispositivo interno de funcionamento de medição, podem ser: mecânico, eletrônica e híbrida. A seguir, os itens desse capítulo irão abordar cada um desses dispositivos. Balança mecânica A balança com funcionamento mecânico foi dos primeiros tipos de balança a serem utilizados ao longo de muitos anos, caindo em desuso após o surgimento das balanças eletrônicas, produto resultante dos avanços tecnológicos e da busca de uma melhor precisão. A medida de massa da balança mecânica é realizada mediante a comparação direta entre dois objetos, um de massa conhecida e outro de massa desconhecida dispostos em pratos posicionados nas extremidades de um travessão ou alavanca, de modo a manter o equilíbrio entre os dois corpos, conforme mencionado anteriormente. Esse tipo de balança mecânica era conhecido como balança de dois pratos, sendo a mais antiga e tradicional balança analítica (figura 5). Figura 5. Balança mecânica com dois pratos. (a) (b) Peso padrão Fonte: Oliveira, 2018. Posteriormente, surgiu no mercado a balança composta por um único prato pendurado em um gancho, onde, nesse caso, o equilíbrio do corpo se dá utilizando os princípios 26 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I da mecânica newtoniana, com auxílio de um contrapeso móvel disposto no braço de alavanca (figura 6). Sua praticidade de medição era muito superior à balança analítica de dois pratos. Figura 6. Balança mecânica com um prato. (a) (b) Contrapeso Fonte: (a) Medicalexpo, 2018; (b) Bonilla, 2018a. Balança eletrônica As balanças eletrônicas foram desenvolvidas com o intuito de aperfeiçoar o sistema de medição fazendo uso de dispositivos eletrônicos. Esse tipo de balança apresenta maior sensibilidade e uma melhor precisão dos valores medidos. Além disso, a balança eletrônica se torna interessante em relação à balança mecânica, pois consegue em uma única etapa realizar a leitura da massa do objeto, eliminando, assim, as múltiplas operações que demandavam o outro tipo de balança, tais como: de seleção e remoção de pesos, liberação do travessão e do suporte do prato, anotação das leituras de escalas etc. As medições podem ser realizadas de forma direta ou indireta, uma vez que as balanças eletrônicasdispõem do recurso de tara no seu painel. Esse recurso consiste em desconsiderar a massa de um recipiente onde o objeto está inserido, assim permitindo a leitura direta apenas do material de interesse. Caso contrário, a balança indicará a massa total do conjunto (recipiente + objeto) sobre o prato de medição. Tendo em vista os benefícios das balanças eletrônicas, é possível observar o seu emprego em diversos tipos de ambientes. Portanto, existe uma vasta gama de tipos de balanças eletrônicas fabricadas de acordo com a sua aplicação, como: » Laboratório de pesquisa e análise: utiliza as balanças eletrônicas de precisão modulares, de bancada etc. (figura 7a). » Restaurante, supermercado, padaria ou outro local que onde há venda de produtos por peso: balança eletrônica computadora digital que indica tanto a massa do produto quanto o seu preço; balança de bancada (figura 7b). 27 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II » Indústrias: balança eletrônica acoplada ao sistema de produção. » Açougue, frigorífico, matadouro: balança eletrônica de tendal (figura 7c). » Fazenda: balança eletrônica de gado (figura 7d). » Hospital e farmácia: balança específica para pesagem de pessoas e bebês (figura 7e e figura 7f). » Outros. As balanças eletrônicas possuem abaixo do prato uma célula de carga que se deforma quando o objeto é posicionado sob o prato. A célula de carga é um instrumento de medição, que nesse caso, atua como um transdutor, convertendo a magnitude da deformação em sinal elétrico dos extensômetros resistiva presentes no seu interior. O sinal ou pulso elétrico é imediatamente enviado para o indicador digital no painel da balança. Figura 7. Balanças eletrônicas. (a) (b) (c) (d) (e) (f) Fonte: (a) Marte, 2018; (b) Soluções Industriais, 2018; (c) JB, 2018; (d-e) Toledo, 2018; (f) JB, 2018. Com o desenvolvimento da eletrônica foi possível o aperfeiçoamento dos diversos tipos de balança, além da invenção de novos sistemas de pesagem. Algumas balanças eletrônicas modernas permitem não só a pesagem rápida e eficiente de mercadorias, como também o cálculo simultâneo de seu preço, em função do peso obtido. Assim como 28 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I todo instrumento, as balanças, sejam mecânicas ou eletrônicas, devem ser previamente calibradas para uso, sendo indispensável a verificação periódica da calibração para aferir que as leituras medidas estão de acordo com os pesos padrão. Balança híbrida As balanças híbridas ou eletromecânicas consistem na junção dos dois tipos de dispositivos de medição (mecânicos e eletrônicos) mencionados em um único instrumento (equipamento). Esse tipo de balança possui uma maior resistência de impacto por sua plataforma proporcional uma redução mecânica e proteção da célula de carga contra impactos (figura 8). Figura 8. Balança híbrida. Fonte: Micheletti, 2018. Fatores que influenciam a medição de massa A precisão e a confiabilidade nas medições de massa estão associadas a fatores externos que podem comprometer tais parâmetros. Basicamente, deve-se atentar para os seguintes fatores apresentados na figura 9. Figura 9. Fatores que influenciam na medição de massa. 1 - Localização da balança 2 - Cuidados operacionais 3 - Influência física sobre a pesagem Fonte: Andrade, 2000. 29 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Localização da balança No que se refere à localização da balança, é imprescindível atentar aos cuidados descritos na figura 10. Figura 10. Cuidados quanto à localização da balança. •Entrada única ao espaço. •Isolar de choques e vibrações. •Evitar o incidência da luz do solar e corrente de ar diretamente na balança. Características da sala de pesagem •A bancada deve estar firme apoiada ou fixada ao solo/parede. •Ser rígida, podendo ser de pedra ou sob um local bem estável. •Localizada na posição mais rígida da construção. •Ser antimagnética. Condições da bancada •Manter a temperatura da sala constante. •Manter a umidade entre 45% e 60%. •Não pesar próximo a irradiadores de calor. •Colocar as luminárias distantes das bancadas, para evitar radiação. •Evitar pesar perto de equipametos que usam ventiladores. Condições ambientais Fonte: Andrade, 2000. Cuidados operacionais A figura 11 destaca os cuidados essenciais quanto aos cuidados operacionais de instrumento de medição de massa. Figura 11. Cuidados operacionais. •Verificar o nivelamento. •Não desconectar a balança da tomada. •Deixar a balança em modo stand by. Cuidados básicos •Usar o menor frasco de pesagem sempre. •Para umidades entre 30-40% nunca utilizar frascos plásticos. •Não tocar com os dedos diretamente no frasco para a pesagem. •O frasco e o contéudo a serem pesados devem estar na mesma temperatura que a do ambiente de pesagem. Frasco de pesagem •O frasco deve ser posicionado sempre no centro do prato. •Ao término da pesagem retirar imediatamente o frasco. Prato de pesagem •Atentar-se antes da pesagem se o indicador da balança mostra o valor zero. •Tarar sempre a balança. •Realizar a leitura logo que o sinal estabilizar. Leitura •Calibrar regularmente a balança.Calibração •Manter a câmara e o prato de pesagem limpos. •Utilizar apenas frasco seco e limpos, sem resíduos de outros materiais. Manutenção 30 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I •Verificar o nivelamento. •Não desconectar a balança da tomada. •Deixar a balança em modo stand by. Cuidados básicos •Usar o menor frasco de pesagem sempre. •Para umidades entre 30-40% nunca utilizar frascos plásticos. •Não tocar com os dedos diretamente no frasco para a pesagem. •O frasco e o contéudo a serem pesados devem estar na mesma temperatura que a do ambiente de pesagem. Frasco de pesagem •O frasco deve ser posicionado sempre no centro do prato. •Ao término da pesagem retirar imediatamente o frasco. Prato de pesagem •Atentar-se antes da pesagem se o indicador da balança mostra o valor zero. •Tarar sempre a balança. •Realizar a leitura logo que o sinal estabilizar. Leitura •Calibrar regularmente a balança.Calibração •Manter a câmara e o prato de pesagem limpos. •Utilizar apenas frasco seco e limpos, sem resíduos de outros materiais. Manutenção Fonte: Andrade, 2000. Influência física A figura 12 apresenta os fatores físicos que influenciam nas medidas de massa e as medidas que devem ser tomadas para evitar tal alteração. Figura 12. Fatores físicos. •Não se deve pesar amostrar retiradas imediatamente de estufas, muflas ou refrigeradores. •Deixar sempre a amostra atingir a temperatura do laboratório ou da câmara de pesagem. •Manusear os frascos com pinças ou tira de papel. •Usar os menores frascos possíveis. Temperatura •Usar frasco secos e limpos. •Manter o prato de pesagem sempre livre de poeira, contaminantes ou gotas de líquidos. •Usar frascos que possuam o gargalo estreito. •Usar tampas ou rolhas nos frasco. Variação de massa •Conectar a balança a um "terra" eficiente. •Ajustar a umidade relativa do ambiente (45-60%) com auxílio de umidificador ou ar condicionado. •Descarregar as forças eletrostática, posicionando o frasco em um recipiente de metal. Eletroestática •Pesagens de precisão efetuadas em diferentes condições de latitude e altitudes devem ser corrigidas. Gravitação •Desmagnetizar as amostras, sempre que possível. •Deixar as amostras ferromagnéticas distanciadas umas das outras, para diminuir a força magnética. •Usar suportes não magnéticos. •Utilizar o gancho superior do prato da balança. Magnetismo •Pesagens de precisão realizadas em dias distintos devem ser corrigidas em relação ao empuxo.Empuxo 31 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II •Não se deve pesar amostrar retiradas imediatamente de estufas, muflas ou refrigeradores. •Deixar sempre a amostra atingir a temperatura do laboratório ou da câmara de pesagem. •Manusear os frascos com pinças ou tira de papel. •Usar os menores frascos possíveis. Temperatura •Usar frasco secose limpos. •Manter o prato de pesagem sempre livre de poeira, contaminantes ou gotas de líquidos. •Usar frascos que possuam o gargalo estreito. •Usar tampas ou rolhas nos frasco. Variação de massa •Conectar a balança a um "terra" eficiente. •Ajustar a umidade relativa do ambiente (45-60%) com auxílio de umidificador ou ar condicionado. •Descarregar as forças eletrostática, posicionando o frasco em um recipiente de metal. Eletroestática •Pesagens de precisão efetuadas em diferentes condições de latitude e altitudes devem ser corrigidas. Gravitação •Desmagnetizar as amostras, sempre que possível. •Deixar as amostras ferromagnéticas distanciadas umas das outras, para diminuir a força magnética. •Usar suportes não magnéticos. •Utilizar o gancho superior do prato da balança. Magnetismo •Pesagens de precisão realizadas em dias distintos devem ser corrigidas em relação ao empuxo.Empuxo Fonte: Andrade, 2000. O emprego do termo massa e peso comumente é feito de forma errônea como, por exemplo, usamos a expressão: “Este objeto pesa 100 kg”. O termo “pesa” está sendo usado para expressar, na verdade, a massa do objeto. O peso, por definição, é calculado pelo produto entre a massa do objeto pela aceleração da gravidade. A figura 13 ilustra esse erro de interpretação entre as grandezas de massa e peso que é muito comum. Neste caso, observe que a balança eletrônica indica que a massa é de 66,6 kg, logo o peso correspondente a esse corpo é de aproximadamente 666N. Fique atento para não cometer tal equívoco. Figura 13. Equipamento de medição de massa. Fonte: VivaBem, 2018. Segundo a Agência Internacional de Peso e Medidas (BIPM), a origem do termo “quilograma” surgiu há muitos anos, quando surgiu o interesse e a necessidade de quantificar a massa de substâncias, mas para tanto era necessário estabelecer uma referência. Louis XVI coordenou o estudo do desenvolvimento de um novo sistema de medição, sendo esse trabalho o 32 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I alicerce para o sistema métrico decimal que, posteriormente, evoluiu para o sistema internacional de medidas moderno. O propósito inicial era a criação de uma unidade de massa que seria conhecida como “grave”, que se refere à massa de um litro de água no ponto de gelo. Tal condição corresponde essencialmente a 1 quilograma, sendo esse valor incorporado a um padrão de massa de artefatos. Após a Revolução, o novo governo republicano assumiu a ideia do sistema métrico, mas fez algumas mudanças significativas. Por exemplo, como muitas medições de massa do tempo diziam respeito a massas muito menores que o quilograma, elas decidiram que a unidade de massa deveria ser o “grama”. No entanto, uma vez que um padrão de um grama teria sido difícil de usar bem como estabelecer, eles também decidiram que a nova definição deveria ser incorporada em um artefato de um quilograma. Esse artefato ficou conhecido como o “quilograma dos arquivos”. Em 1875, a unidade de massa havia sido redefinida como “quilograma”, incorporada por um novo artefato cuja massa era essencialmente igual ao quilo dos arquivos. A decisão do governo republicano pode ter sido politicamente motivada, afinal, essas eram as mesmas pessoas que condenaram Lavoisier à guilhotina. De qualquer forma, agora estamos presos à infelicidade de uma unidade básica cujo nome tem um “prefixo”. 33 CAPÍTULO 2 Medição de pressão Pressão é definida com uma grandeza que mede a ação de uma determinada força aplicada sobre uma área, sendo sua unidade no Sistema Internacional expressa em Pascal (Pa) o que equivale a 1 N/m². A origem da palavra pressão é oriunda do latim “pressio” que significa pressionar, isto é, a força exercida sobre uma determinada área de superfície está sendo aplicada no sentido de comprimir ou pressioná-la. Fisicamente, esse conceito de pressão pode ser exemplificado pelo sistema de êmbolo onde um fluido confinado em um cilindro é comprimido por uma força axial aplicada na direção do êmbolo. A figura 14 ilustra esse sistema. Figura 14. Sistema de pressão. Fluido Êmbolo Força aplicada Fonte: própria autora, 2018. Assim como no sistema de êmbolo, o princípio de medição de pressão pode ser observado em diversas condições usuais do cotidiano e que demanda do controle dessa grandeza. São exemplos de situações onde se destaca a importância da verificação da pressão: » pressão de vapor em instalações térmicas; » pressão da água no sistema de condução hidráulica; » pressão de óleo em oleodutos; » pressão de ar em circuitos pneumáticos; » pressão de vácuo; » pressão de gases em recipiente ou tubulações; 34 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I » pressão atmosférica; » pressão em motores de combustão interna. No que se refere à pressão, essa pode ser medida em termos de valores absolutos e relativos. A pressão absoluta é determinada a partir do vácuo completo, ou seja, considerando o zero absoluto. Assim, vale ressaltar a pressão diferencial que corresponde à medição entre duas pressões absolutas, sendo que uma delas deve ser admitida como valor de referência. Ao se tomar uma pressão como referência, pode-se definir dois tipos de pressão: pressão manométrica e a pressão de vácuo. A pressão relativa, por sua vez, é obtida pela diferença entre a pressão medida e a pressão atmosférica. A medição e o controle da pressão são variáveis importantes de medida considerada por diversos setores das indústrias e siderúrgicas, uma vez que a partir dessa é possível determinar outros tipos de variáveis que influenciam no processo, tais como: volume, vazão, densidade etc. Desse modo, a qualidade do produto final pode ser afetada pela variação de pressão do sistema de produção. A determinação da medida de pressão é objeto de estudo há muitos séculos, uma vez que a partir dela outras medidas podem ser realizadas. A figura 15 apresenta um breve histórico sobre a evolução dos estudos de medição de pressão. Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico, outros instrumentos mais precisos e com leituras digitais acopladas ao sistema de aquisição de dados foram sendo estudados e produzidos para aprimorar a ciência de medição. Os instrumentos destinados a realizar medidas de pressão serão apresentados ainda nesta unidade. Figura 15. Histórico do estudo em medição de pressão. • Patentou sistema de bomba d'agua usada na irrigação. Galileo Galileu (1564- 1642) • Desenvolveu o barômetro para medir a pressão atmosférica. Evagelista Torricelli (1608-1647) • Usou o barômetro para comprovar que nas montanhas a pressão do ar era menor.Blaise Pascal • Desenvolveu a primeira bomba de ar efeiciente.Otto Von Guericke • Utilizou a bomba de ar que Guericke desenvolveu para experimentos de compressão e descompressão. Robert Boyle • Verificou que a pressão de um gás a um volume constante é porporcional a sua temperatura.Louis Joseph Gay-Lussac • Patenteou o tubo de Bourdon para realizar medições de pressões relativas.Eugene Bourdon • Utilizou o pistão de peso morto para medições de pressão.E. H. Amagat Fonte: Cassiolato, 2010. 35 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Os instrumentos de medição de pressão podem ser classificados em: » elementos de medida direta; » elementos de medida indireta. Os elementos de medição direta consistem na aferição da pressão por meio da comparação entre a pressão exercida por um fluido de altura e propriedades conhecidas (massa específica). São exemplos de instrumentos desse tipo de medição: barômetro e tubo em U (coluna de líquido). No caso das medições indiretas, o sistema é constituído por um transdutor, uma unidade de tratamento de sinais (aquisição dos dados) e do indicador, como indica a figura 16. Esse conjunto de instrumentos pode ser operado por processo mecânico, eletromecânico ou ainda, eletroeletrônico. São exemplos de instrumentos de medição indireta: manômetro de Bourton, potenciômetros, piezoelétricos.Figura 16. Elementos de medição indireta. Pressão (mensurando) Transdutor Indicador Unidade de tratamento de sinais Pressão medida Fonte: FURG, 2018. Instrumentos para medição direta de pressão Barômetro O barômetro foi desenvolvido pelo físico e matemático italiano Evagelista Torricelli (1608-1647) com o objetivo de medir a pressão atmosférica. O princípio do instrumento era determinar a força exercida pela atmosfera terrestre em uma determinada área. Para isso Torricelli preencheu um tubo com 1 metro de mercúrio, deixando uma extremidade completamente selada e a outra submersa em um recipiente com mercúrio. Ele observou que a coluna de mercúrio variou atingindo uma altura de 760 mm, portanto, o espaço vazio deixado pelo fluido foi chamado de vácuo (figura 17a). Através desse experimento, observou-se que o princípio desse fenômeno estava relacionado a forças 36 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I advindas da superfície terrestre, em outras palavras, a aceleração da gravidade exerce influência sobre a medição. Assim, a pressão atmosférica pode ser calculada pela seguinte equação: patm = ρ g h Onde: ρ Massa específica do fluído (kg/m³) g Aceleração da gravidade (m/s²) h Altura da coluna líquida (m) O líquido comumente mais utilizado é o mercúrio em virtude da sua elevada massa específica, o que, consequentemente, demanda menores valores de altura da coluna líquida. Porém, outros fluidos, como massa específica conhecida, podem ser utilizados nos barômetros. Em decorrência da vasta utilização dos barômetros, como um dos primeiros instrumentos para medição de pressão, outros estudiosos aprimoraram os barômetros, modificando configurações geométricas para evitar o fenômeno excessivo de capilaridade, alargado as extremidades do tubo (figura 17b). Há ainda, os barômetros aneroides que se caracterizam por não apresentarem uma coluna barométrica, sendo constituído de um tubo metálico fechado com paredes delgadas e assumindo uma configuração toroidal não completa (figura 17c). Nos barômetros aneroides, o funcionamento se dá pelo aumento de pressão proveniente do incremento de força externa (∆F) e um aumento da força interna (∆f). Dado que a pressão é a razão da força exercida em uma área determinada, tem-se que a área externa (A) é maior que a área interna (a), logo a ∆F > ∆f. Assim, a variação da pressão faz com que os extremos do AB do barômetro se aproximem ou se afastem, sendo expressos pela função: ( ) ∆ = = ∆ −∆ ∆ − K KAB F f p S s Onde: K coeficiente de calibração definido pela correlação linear entre AB; ∆p variação da pressão; ∆AB variação entre os extremos do barômetro. 37 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Figura 17. Tipos de barômetros. (a) (b) (c) vácuo h mercúrio Pat Pat Fonte: Bonilla, 2018. Vale ressaltar que as leituras no barômetro podem ser influenciadas pela iluminação do ambiente, temperatura e pelo seu alinhamento vertical, de tal modo que se deve atentar a esses fatores antes de qualquer medição. Tubo em U O sistema de tubo em U se refere à medição da pressão por meio do deslocamento de um líquido em função da pressão aplicada em uma das extremidades de um tubo contendo líquido. Ao aplicar uma pressão em um dos ramos da coluna, ocorre a elevação do líquido no outro ramo, sendo esse desnível de altura relacionado à diferença de pressão entre os dois ramos, por: pa - pb = ρ g h Basicamente, o tubo em U refere-se a um sistema de vasos comunicantes, sendo função da área da coluna e da massa específica do fluido. Assim, o sistema de tubo em U pode ser de três tipos: » coluna de áreas iguais (figura 18a); » colunas de áreas diferentes (figura 18b); » coluna inclinada (figura 18c). 38 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Figura 18. Tipo de tubo em U. pa = pb + ρ g∆h pa = pb + ρ g∆h (a) (b) pa = pb + ρ g ∆h ·sinθ (c) ∆h pa pb ∆h pa pb pa Fonte: Bonilla, 2018. Instrumentos para medição indireta de pressão Sistema mecânico Existem quatro tipos de manômetros para medir a pressão relativa, sendo eles: manômetro de peso morto, de coluna líquida, por deformação elástica e manômetro tipo Bourdon. Manômetro de peso morto Esse tipo de manômetro de peso morto é empregado para calibração dos demais medidores de pressão em virtude da sua precisão. O funcionamento do instrumento consiste na aplicação de pesos padronizados sobre um êmbolo de área conhecida, partindo do princípio da definição de pressão, o manômetro registra a pressão que é comparada e com a pressão calculada pela equação: ( ) ( ) ç − = For a peso P p Área A 39 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Onde: P força-peso – definida pelo produto entre a massa e a aceleração da gravidade, ou seja, P = mg. A Área do embolo do equipamento. A figura 19 ilustra o manômetro de peso morto e o seu mecanismo de funcionamento. Entretanto, é indispensável que esse equipamento seja inicialmente calibrado com precisão minuciosa. Para tanto, deve estar conectado a uma câmara cheia de fluido onde a pressão pode ser ajustada através de uma bomba ou válvula. O conjunto deve ser conectado ainda a um cilindro-pistão vertical para aplicação de diversos pesos-padrão. Figura 19. Manômetro de peso morto. Manômetro Pesos Êmbolo Pistão Volante Reservatório de óleo Válvula agulha Fonte: Bonilla, 2018. Manômetro de coluna líquida O manômetro de coluna líquida tem caído em desuso devido ao fato de necessitarem de um líquido manométrico mais denso que a água. Desse modo, pode-se apontar algumas desvantagens que inviabilizaram sua aplicação, tais como: » vazamento do líquido, e consequentemente a contaminação com mercúrio; » dificuldade de adaptação com o sistema de tratamento de sinais – leitura remota e saída de dados. Em contrapartida, esse tipo de manômetro não precisa de calibração previa e a faixa de medição pode ser extensa. 40 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Manômetro por deformação elástica Os manômetros do tipo diafragma ou membrana são compostos por um disco de material elástico que é fixado pelas bordas. A haste presente no centro do disco é conectada a um indicador (figura 20). Desse modo, ao aplicar uma pressão à membrana, desloca-se de modo proporcional à pressão aplicada. Figura 20. Manômetro por deformação elástica. (a) (b) Pressão MolaDiafragma Ponteiro Fonte: Seidel, 2011. Os diafragmas ou membrana presentes nos manômetros podem apresentar diversas formas básicas, cujos mecanismos de funcionamento seguem o princípio mencionado. A figura 21 apresenta os quatro tipos de diafragmas existentes. Figura 21. Tipos de diafragmas. Diafragma corrugado Cápsula Cápsulas em série Fole Fonte: FURG, 2018. » Manômetro tipo diafragmas corrugados: o formato do diafragma assemelha-se a um conjunto de ondas. Essa configuração possibilita grandes deslocamentos na região central do instrumento e consequentemente, a movimentação do ponteiro indicador do manômetro. No caso de baixas pressões, é necessário que o diafragma seja relativamente maior. » Manômetro tipo cápsulas: a cápsula é composta por dois diafragmas corrugados instalados de modo que os seus eixos sejam coincidentes. 41 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Para medições de pressões de vácuo até cerca de 50 Pa, comumente empregam-se cápsulas montadas em série, permitindo maiores deslocamentos da membrana. » Foles: a configuração de instalação desse tipo de diafragma assemelha- se ao manômetro de cápsula, porém, consiste em uma peça única flexível que se desloca, dilatando-se ou comprimindo-se. Quando uma pressão é aplicada no interior do fole, provoca sua distensão. Como ela precisa vencer a flexibilidade do material e a força de oposição da mola, o deslocamento é proporcional à pressão aplicada à parte interna. Esse tipo de manômetro é indicado essencialmente em ensaios cíclicos onde se observou que podem suportarsem deformar-se durante vários ciclos de flexão e podem medir pressões de vácuo até 100 Pa. Manômetro tipo Bourdon Eugene Bourdon desenvolveu e patenteou o tubo de medição de pressão que leva seu nome, que consiste em um tubo de seção elíptico na forma de um anel não completo que varia a pressão no interior do tubo, cujo movimento pode ser transmitido a uma escala graduada de pressão através de um ponteiro. O tubo de Bourdon pode ser em C, helicoidal ou em espiral (figura 22). Com tais instrumentos podem ser medidas pressões de 0,05 MPa até 600 MPa. Figura 22. Manômetro de Bourdon. Manômetro tipo C Manômetro tipo espiral Manômetro tipo helicoidal Fonte: Seidel, 2011. Sistema eletromecânico Nesse tipo de sistema, o instrumento associa o sistema mecânico de medição de pressão por meio de membranas, cujas deformações são convertidas em sinais elétricos registrados 42 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I por uma unidade de tratamento de sinais – amplificador e filtro. Essa conversão de deslocamento em sinais elétricos é possível utilizando transdutores de deslocamentos. Os sistemas eletromecânicos mais utilizados são: » transmissores elétricos de equilíbrio magnéticos; » potenciômetros; » capacitivos; » transdutores óticos; » piezoelétricos. Transmissores elétricos de equilíbrio magnético Esse tipo de sensor é constituído de uma barra rígida apoiada sob um ponto onde atuam forças de equilíbrio. O desequilíbrio entre a força exercida pelo sistema mecânico e a força eletromagnética propicia a variação relativa da barra que alimenta um transdutor de deslocamento. Um circuito oscilador cria um campo magnético que redireciona a barra para o ponto de equilíbrio de força, induzindo a condução de corrente elétrica de saída proporcional à pressão. Potenciômetro Os potenciômetros são constituídos por uma membrana do tipo fole que se desloca concomitantemente com o deslocamento de uma resistência elétrica, ou seja, converte os valores de pressão em valores de resistência elétrica (figura 23). Esse instrumento é de baixo custo e o seu sinal pode ter uma boa intensidade, sendo empregados para medir pressão de até 70 MPa. Figura 23. Potenciômetro. mola fole p/ circuito po te nc iô m et ro Fonte: (a) Bonilla, 2018; (b) Madinter, 2018. 43 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Sensores capacitivos Nos sensores capacitivos o diafragma encontra-se entre duas placas de aplicação de pressão. O deslocamento do diafragma decorrente da variação de pressão resulta em aumento da capacitância de um e diminuição de outro. É um oscilador acoplado ao sistema que detecta essa variação (figura 24). Os transdutores capacitivos são de pequeno tamanho e apresentam uma boa estabilidade térmica, medindo pressão entre o vácuo até 70 MPa. Figura 24. Transdutores capacitivos. p/ o sc ila do r p2 p1 Fonte: Bonilla, 2018. Transdutores óticos No caso dos tradutores óticos, o instrumento dispõe de um anteparo interno conectado ao diafragma que ao deformar-se influencia na intensidade de luz emitida por uma fonte, a qual gera um sinal que é proporcional à pressão sendo medida (figura 25). As vantagens desse tipo de transdutor estão na sua boa precisão e elevada estabilidade térmica. Além disso, registra pressões de 0,035 a 400 MPa. Figura 25. Transdutores óticos. p/ c irc ui to mediçãoled ref Fonte: Bonilla, 2018. 44 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Piezoelétricos Os sensores piezoelétricos possuem uma camada de cristais piezoelétricos que geram sinal elétrico à medida que o diafragma se deforma. Esse tipo de transdutor é muito empregado quando se pretende realizar medições de pressão em ambientes de temperaturas elevadas, uma vez que ele suporta altas temperaturas, dependendo da condição de serviço. Além disso, trata-se de um instrumento de tamanho pequeno, com pequeno tempo de resposta, alta qualidade de resposta dinâmica, linearidade do sensor, ampla faixa de medição, estabilidade de sobrecarga externa, medição de pequenas forças com alta carga inicial e ampla faixa de medição. Em contrapartida, esses sensores são sensíveis à troca de temperatura e de variação em torno do zero. Desse modo, é necessário ajustar a impedância em caso de choque forte. No que se refere à conversão de resposta do instrumento, essa pode ser realizada por meio de extensômetros: resistivos colados (strain gages), resistivo conformado sobre o diafragma com auxílio de uma máscara, piezoresistivos colados, piezoresistivos difusos sob superfície do material elástico (figura 26). Figura 26. Sensores piezoelétricos: (a) resistivo; (b) piezoresistivo. (a) (b) Fonte: Seidel, 2011. Os extensômetros resistivos são instalados no elemento elástico (tipo placa ou tubo liso) dos medidores de pressão. O funcionamento parte do princípio de que conforme a membrana se comprime ou expande, essa movimentação é transmitida aos extensômetros cuja grade de filamentos sofre uma variação do seu comprimento e da área, consequentemente uma variação de resistência elétrica. Esse sinal elétrico é proporcional ao valor de pressão aplicada. A figura 27 ilustra um sensor piezoelétrico com extensômetros resistivos. 45 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Figura 27. Sensor piezoelétrico. extensômetros Stran gage p2 p1 p/ c irc ui to Fonte: Bonilla, 2018. Sistema eletroeletrônico Os sistemas eletroeletrônicos são compostos por sensores elétricos confeccionados em ambientes pressurizados de referência e o outro em um ambiente onde se pretende medir a pressão, em geral no vácuo. Essa diferença de ambientes provoca a geração de sinal, que é proporcional à pressão. A tabela 7 apresenta os tipos de sensores eletroeletrônicos. Tabela 7. Sensores eletroeletrônicos. Tipos de sensores Descrição Térmicos Termopares Basicamente, a variação de pressão gera uma variação de temperatura. Toda essa variação provoca a geração de sinal elétrico. Os termopares são inseridos em tubos em ambientes pressurizados diferentes. Pirani Esse sensor compara as resistências elétricas entre filamentos de tungstênio em ambientes pressurizados distintos. A variação de pressão provoca uma variação de temperatura, consequentemente, há uma variação de resistência elétrica (sinal). Bimetálicos Consiste em uma espiral metálica aquecida por uma fonte de tensão. A variação de temperatura reflete na variação de pressão e do sinal proporcionalmente. Ionizantes Filamento quente Tubo eletrônico composto por um filamento de tungstênio associado a outros componentes eletrônicos (sistema de medição) que registram as leituras. Catodo frio Mede a corrente iônica gerada por uma descarga de alta tensão oriunda entre o cátodo e ânodo. Radiação Nesse tipo de sensor é necessária uma fonte de radiação que produza partículas alfa que têm por função ionizar as moléculas do gás constituinte da câmara de vácuo. Desse processo, os íons resultantes são captados por um eletrodo, induzindo a passagem de corrente elétrica que é proporcional à pressão. Fonte: FURG, 2018. 46 CAPÍTULO 3 Medição de força A grandeza de força é uma das mais importantes variáveis estudadas e que está presente nosso cotidiano. A força pode ser determinada direta ou indiretamente, pois essa grandeza está relaciona a outras grandezas e sua quantificação pode ser feita por meio de outros parâmetros. Por exemplo, a determinação da força peso é função da massa do corpo, que é medida pelos instrumentos mencionados no Capítulo 1 desta Unidade. Os instrumentos de medição de força podem ser conseguidos dos seguintes princípios de funcionamento: » sistema piezoelétrico; » sistema de corda vibrante; » sistema pneumático; » sistema hidráulico; » sistema com elementos elásticos. Neste Capítulo serão apresentados os instrumentos com princípio de funcionamento de sensores de força com elementos elásticos, que se dá pela submissão do elemento elástico à umaforça, a ser medida. O elemento elástico ao ser submetido a uma força deforma-se e os sensores do instrumento têm como função converter essa resposta em um sinal proporcional à força aplicada. A resposta do elemento elástico pode ser tratada como absoluta (deslocamento) e específica (deformação). No que se refere à conversão de deslocamento em sinal utilizam-se sensores de deslocamento de conversão mecânico ou conversão elétrico como, por exemplo, o LVDTs. Já para conversão a deformação elástica, utilizam-se os extensômetros resisitivos (stran gages). A figura 28 ilustra o esquema de conversão do elemento elástico em sinal proporcional à força. 47 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II Figura 28. Conversão do sinal medido em força. Ponte de Wheatstone F LVDT Condicionador LVDT ∆L ε Fonte: FURG, 2018. Atualmente, no mercado existem muitos tipos de medidores de força com diversas formas geométricas de elementos elásticos usados em sensores de força. As formas básicas de elementos elásticos usados em conjunto com extensômetros elétricos resistivos são: vigas, colunas, placas circulares e anéis. A tabela 8 apresenta a relação entre a forma do elemento elástico, o seu tipo de sensor e sua faixa de medição. Tabela 8. Faixa de medição obtida de acordo com cada sensor. Forma básica dos elementos elásticos e suas variações Tipo de conversor de deformação em sinal elétrico Valores finais (VF) do intervalo nominal Vigas Sensor extensômetro 10mN até 2MN Sensor de deslocamento 0,5 mN até 2MN Placas Sensor extensômetro 1N até 2MN Sensor de deslocamento 10 mN até 2MN Colunas Sensor extensômetro 50N até 10MN Sensor de deslocamento - Anéis Sensor extensômetro 0,1N até 100kN Sensor de deslocamento 10 mN até 1MN Fonte: FURG, 2018. Instrumento de medição de força com elementos elásticos Dinamômetro de mola O dinamômetro é o mais simples sensor de força que faz uso do princípio de funcionamento, a propriedade da elasticidade linear dos materiais metálicos, dentro de uma faixa 48 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I de tensão sobre o material da mola. Esse equipamento calcula a força a qual o corpo ou objeto é atraído pela terra e ainda mensura o comportamento da carga alargada ou tensão por deformação, de uma mola, deslocamento do ar, ou extensão de ligas metálicas, que compreenderá em determinar o coeficiente de fricção entre os materiais. O princípio de funcionamento do dinamômetro baseia-se na Lei de Hooke, a qual estabelece que o alongamento de um material com uma dada elasticidade está diretamente relacionado com a força aplicada. Desse modo, conhecida a constante elástica do material e medindo-se o deslocamento da mola, é possível calcular a força que está sendo aplicada por meio da equação: F = k . x Onde: x é a deformação da mola; k constante elástica da mola. A escala na parte fixa do dinamômetro de mola é feita para indicar diretamente a força F, exercida nas extremidades. A figura 29 mostra o dinamômetro para medição de força. Figura 29. Dinamômetro: (a) configura básica; (b) instrumento analógico. (a) (b) Fonte: (a) Martins, 2018; (b) Sauder, 2018. LVDT O transformador diferencial variável linear (TDVL, ou LVDT na nomenclatura inglesa, Linear Variable Differential Transducer) é outro tipo de medidor de força, de forma indireta. Segundo Seidel (2011), o LVDT consiste em um conjunto com núcleo magnético variável de três bobinas que compõem um transformador (figura 30a). 49 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II O LVDT pode ser usado em vários tipos de dispositivos mecânicos que necessitem de converter uma posição física em um sinal elétrico. A ausência de atrito entre o cilindro externo e o cilindro central garante uma vida longa ao dispositivo e assegura uma excelente resolução (FRANÇA, 2007). Além disso, trata-se de um instrumento de custo relativamente baixo, dispositivos sólidos e robustos que apresentam grande vida útil. A figura 30b ilustra um tipo de LVDT empregado em laboratório de pesquisas. Figura 30. Transdutores de deslocamento. indutor mola Cilindro externo c/ enrolamento Força (a) (b) Fonte: (a) França, 2007; (b) Seidel, 2011. Anel dinanômetrico Esse instrumento de medição engloba o conceito de funcionamento do dinamômetro e do LVDT, os quais são sensores de conversão de deslocamento. Nesse caso, como o próprio no nome do medidor já indica, trata-se de um instrumento com formado de um anel fechado que ao aplicar uma força apresenta uma deformação absoluta (deslocamento). Desse modo, na área central do anel é disposto um medidor mecânico ou elétrico para converter a resposta do anel à força. Os sensores utilizados podem ser: » Mecânico: relógio comparador mecânico (figura 31a). » Elétrico: sensores indutivos ou capacitivos, fotossensores, potenciômetros, LVDTS (figura 31b) etc. 50 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Figura 31. Anel dinanômetrico. (a) (b) Relógio comparador Elemento elástico LVDT Elemento elástico Fonte: FURG, 2018. Célula de carga As células de carga são os dispositivos de medição de força mais empregados atualmente, principalmente a célula de carga com extensômetros. Entretanto, existem outros dois tipos de células de carga, as células de carga de carbono e as células de carga de fluidos estão entre elas. Na célula de carbono, a compressão do carbono altera sua condutividade elétrica e então altera a tensão medida no circuito elétrico (figura 32). Figura 32. Princípio de funcionamento da célula de carga de carbono. F V Cilindro Pistão Meio condutor Fonte: França, 2007. 51 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I │ UNIDADE II No caso da célula de fluido, a compressão exercida sobre o fluido é medida no manômetro e utilizada para calcular a força. As células hidráulicas (ou de fluido) podem ser construídas com base em dois princípios de funcionamento: cilindro e êmbolo ou pistão flutuante e diafragma selado. O primeiro tipo de célula, entretanto, apresenta algumas desvantagens, tais como: vazamento do fluido, atrito variável devido ao sistema de vedação do vazamento do fluido. Na segunda configuração, por sua vez, não há atrito entre as paredes do pistão e cilindro devido a uma folga existente entre eles (figura 33). Figura 33. Célula de fluido. F Manômetro Cilindro Fluído Pistão Fonte: França, 2007. Por fim, as células de carga com extensômetros consistem na medição da grandeza de força por meio da resposta elétrica de strain gages fixados nas paredes das células que geralmente são feitos de aço ou alumínio, ou seja, materiais muito resistentes, porém, que também possuem uma elasticidade, mesmo que mínima (figura 34). Assim, ao ser submetida a uma força, a célula deforma-se, porém, retorna à sua posição inicial, com uma resposta elástica a cada carga. Essas mudanças extremamente pequenas (micro deformações) podem ser medidas pelos strain gages. Então, finalmente, a deformação do extensômetro é interpretada pela eletrônica (amplificador) que permite determinar o peso. Figura 34. Células de cargas. Fonte: GAP, 2018. 52 UNIDADE II │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE I Normalmente, os extensômetros são dispostos de modo a formar um circuito em ponte de Wheatstone para medição da resistência, sendo o circuito mais simples aquele com um quarto de ponte, e o circuito mais utilizado em ponte completa (figura 35). Figura 35. Ponte de Wheastone. I2 I1 VinVout Rv Rb R4 R3 R2 R1 Ra Fonte: Tavares e Lima, 2006. Existem muitos tipos de células de carga para diversas finalidades. Desse modo, é de suma importância determinar inicialmente qual sua aplicação. A figura 36 apresenta os tipos de células mais empregadas. Figura 36. Células de carga. Célula de carga de compressão: • é posicionada sob a estrutura de aço e é carregada com um peso na parte superior. Célula de carga de tração: • peso é suspenso por uma ou mais célula de carga. Célula de carga single point:• posicionada em uma plataforma que é carregada com um peso na sua parte superior. Célula de carga tipo bream: • posicionada sob uma estrutura de aço (plataforma) e é carregada com um peso na sua parte superior. Fonte: HBM, 2018. 53 UNIDADE IIIINSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II Nesta unidade serão apresentados os instrumentos de medição de temperatura, tempo e corrente elétrica. Essas grandezas estão presentes no nosso cotidiano de modo tão simples que nem nos damos conta. Por exemplo, a definição do tempo entre dia e noite é estabelecida por meio do medidor de tempo. E quando pensamos se o dia está quente ou frio, essa associação é medida corretamente por termômetros. Por fim, os dispositivos eletrônicos ganharam tamanho espaço na sociedade, como os celulares, televisores, computadores etc., mas para desenvolvê-los é preciso conhecer as grandezas elétricas que os compõem. CAPÍTULO 1 Medição de temperatura A temperatura pode ser definida como sendo a manifestação da energia cinética molecular de um corpo ou, ainda, como sendo o fator responsável do fluxo de calor entre pontos distintos. O termo temperatura faz com que intuitivamente associemos a quente e frio, o que não está errado, entretanto, essa percepção pode variar de pessoa a pessoa. Desse modo, viu-se a necessidade de estabelecer uma escala padrão de valores que engloba cada condição de temperatura. Segundo Feijó (2018), a primeira tentativa de medição da temperatura é datada de 170 d.C. por Claudius Galeuns, que estabeleceu uma escala de ±4° entorno do ponto neutro correspondente à mistura de água fervendo e gelo. O primeiro instrumento de medição de temperatura denominado termômetro foi desenvolvido por Galileu Galilei, em meados do século XVI, o qual foi constituído por um tubo de vidro com uma esfera inserida no seu interior. O tubo era colocado em um recipiente com água de modo que quando a temperatura da água variasse o líquido do tubo subia ou descia acompanhado da espera. O princípio desse instrumento é similar ao barômetro, ressaltando que o último se refere à medição de pressão. Posteriormente, outros termômetros foram desenvolvidos empregando diferentes tipos de fluído (gás ou líquido), como, por exemplo, o mercúrio. 54 UNIDADE III │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II Nesse contexto, é essencial abordar os trabalhos de Anders Celsius e Lord Kelvin na quantificação dessa grandeza através de escalas. Andres Celsus propôs uma escala relativa de temperatura definida em função do ponto de ebulição e fusão da água, enquanto que Kelvin desenvolveu uma escala termodinâmica universal com base na propriedade de expansão de um gás ideal. A contribuição de ambos foi de suma importância para a padronização da unidade de grandeza em escalas, de tal modo que no Sistema Internacional de Unidades a temperatura deve ser expressa em kelvin (K). Entretanto, a literatura apresenta outras escalas que também são comumente empregadas, como a escala de Rankine e de Fahrenheit. Todas as escalas de temperatura destacam três pontos: ebulição da água, fusão do gelo e zero absoluto (no caso de escalas absolutas), sendo possível realizar conversões de escala por meio desses valores. A tabela 9 apresenta os valores de temperatura em cada tipo de escala. Tabela 9. Conversão de escalas. Escalas absolutas Escalas relativas Escala de temperatura Rankine Kelvin Celsius Fahreneheit (R) (K) (°C) (°F) Ponto de ebulição da água 671,67 373,15 100 212 Ponto de fusão do gelo 491,67 273,15 0 32 Zero absoluto 0 0 -273,15 -459,67 Fonte: Acosta, 2018. De modo geral, a temperatura é uma das grandezas mais importantes e sua medição consiste em uma das atividades mais comuns e complexas e que requer muito cuidado, uma vez que essa variável é facilmente influenciada por fatores externos ao dispositivo de medição ou pelo próprio sistema. Existem diversos problemas nas medições oriundos principalmente da limitação do dispositivo de medição, tais como: » incerteza de medição; » velocidade de captação da temperatura; » distância entre o objeto medido e o aparelho receptor; » tempo de indicação, registro ou controle. No que diz respeito aos efeitos de variação de temperatura, esses podem estar associados a diversos fatores, e para cada condição há um tipo de equipamento adequando para medição correta da temperatura. A figura 37 apresenta os principais fatores que propiciam uma alteração da temperatura. 55 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II │ UNIDADE III Figura 37. Fatores que afetam a temperatura. Variação do estado físico Alteração das dimensões físicas Variação do estado químico Variação nas propriedades elétricas Variação da energia de radiação dos corpos quentes Fonte: FURG, 2018. Medidores de temperatura Os medidores de temperatura podem ser classificados quanto ao princípio de transferência de calor em: instrumentos de transferência de calor por condução ou por radiação. Termômetro de transferência de calor por condução Os instrumentos de transferência de calor por condução utilizados na medição de temperatura possuem dispositivos internos que operam por expansão ou por sensores eletrônicos (figura 38). Figura 38. EXPANSÃO • Termômetro com dilatação de líquido. • Termômetro com dilatação de gás. • Termômetro com tensão de vapor saturante. • Termômetro com dilatação de sólido. ELÉTRICOS • Termometro elétrico (Termopar). • Termômetro com ressitência elétrica. • Termistores. • RTDs -Termoresistência. Fonte: Acosta, 2018. Termômetro com dilatação de líquido Os termômetros por dilatação de líquido podem ser de dois tipos: em recipiente de vidro ou metálico. O primeiro tipo consiste em um reservatório e parte do tubo capilar são preenchidos por um líquido, comumente mercúrio, álcool, tolueno ou acetona. O líquido 56 UNIDADE III │ INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II é inserido no tubo capilar onde, na parte superior do capilar, existe um alargamento que protege o termômetro no caso de a temperatura ultrapassar seu limite máximo. Além disso, a parede do tubo é graduada em graus como mostrado na figura 39. Figura 39. Termômetro de líquido em recipiente de vidro. Fonte: Seidel, 2011. No termômetro de recipiente metálico, por sua vez, o líquido preenche todo o recipiente que, sob efeito de aumento da temperatura, dilata-se, deformando o sensor volumétrico. Desse modo, a temperatura é medida pelo sensor de volume através de um elemento que se estende pela expansão do líquido (figura 40). O elemento de medição mais empregado na indústria para registro e indicação é o tubo de Bourdon. Figura 40. Termômetro de líquido em recipiente metálico. Fonte: Acosta, 2018. O tubo de Bourdon é composto por três partes importantes (figura 41), sendo elas: » Bulbo: as dimensões variam de acordo com o tipo de líquido e com a sensibilidade. » Capilar: o diâmetro interno deve ser o menor possível, para evitar a influência da temperatura ambiente. » Elemento de medição: tubo de Bourdon, podendo ser: tipo C, tipo espiral e tipo helicoidal. 57 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO – PARTE II │ UNIDADE III Figura 41. Termômetro à pressão com líquido. Ponteiro Sensor volumétrico Braço de ligação Sensor dentado Capilar Bulbo Líquido Fonte: Seidel, 2011. Termômetro com dilatação de gás Os termômetros à pressão com dilatação de gás são similares ao termômetro líquido (tubo de Bourdon), mencionado anteriormente (figura 42). Entretanto, esse termômetro é preenchido por um gás em alta pressão, que varia conforme ocorre uma variação da temperatura, sendo indicado pelo elemento de medição. O princípio desse instrumento é baseado na Lei de Gay-Lussac que expressa que a pressão possui uma dependência linear com a temperatura, sendo o volume sempre constante. Os gases de enchimento empregado são: hélio (-267,8°C), hidrogênio (-239,9°C), nitrogênio (-147,1°C) e dióxido de carbono (-31,1°C). Figura 42. Termômetro à pressão de gás. Bourdon Bulbo Capilar
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