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Sumário O Programa Gestão pela Aprendizagem .......................................................................... 5 Compreendendo o programa nas ações pedagógicas da escola ..................................... 9 O Calendário escolar ....................................................................................................... 11 O Projeto Político Pedagógico ........................................................................................ 12 Currículo e planejamento escolar – habilidades e competências .................................. 14 Anos Iniciais ................................................................................................................ 15 Anos Finais .................................................................................................................. 16 Ensino Médio .............................................................................................................. 17 Modalidades de Ensino ............................................................................................... 18 Educação Especial ................................................................................................... 18 Educação Escolar Indígena ..................................................................................... 19 Educação Quilombola ............................................................................................. 19 Educação do Campo ............................................................................................... 20 O papel das avaliações no Planejamento Escolar .......................................................... 22 Avaliação diagnóstica .................................................................................................. 22 Avaliação Intermediária .............................................................................................. 23 PROALFA/PROEB ......................................................................................................... 23 SAEB ............................................................................................................................ 25 Conselho de Classe ......................................................................................................... 26 O acompanhamento da Aprendizagem ...................................................................... 27 Recuperação paralela ................................................................................................. 29 Estudos de Recuperação - Recuperação Bimestral .................................................... 29 Intervenções pedagógicas .......................................................................................... 29 Indicadores de monitoramento da aprendizagem e do rendimento escolar ............ 31 Política para as Juventudes ............................................................................................ 34 Semana Estadual Das Juventudes ............................................................................... 36 Diagnóstico de Participação nas escolas .................................................................... 37 Ações Estratégicas .......................................................................................................... 38 1. Ações de fortalecimento da Gestão .................................................................... 38 1.1 Convivência Democrática ............................................................................. 38 1.2 Jovem de Futuro ........................................................................................... 39 1.3 Gestão Integrada da Educação Avançada .................................................... 42 1.4 Sistema de Gestão Integrado (SGI) .............................................................. 47 1.5 Formação de Gestores Escolares ................................................................. 48 2. Ações de Aprendizagem ...................................................................................... 49 2.1 Reforço Escolar ............................................................................................. 49 2.2 Ensino Fundamental em Tempo Integral ..................................................... 50 2.3 Ensino Médio em Tempo Integral ................................................................ 51 2.4 Fortalecimento 6º ano ................................................................................. 53 2.5 Atendimento Educacional aos estudantes em cumprimento de Medidas Socioeducativas ...................................................................................................... 55 2.6 Ações de educação das relações étnico-raciais ........................................... 57 2.7 Ações de saúde na escola ............................................................................. 58 2.8 Ações de Educação Ambiental na Escola ..................................................... 60 2.9 Dialogando na Educação de Jovens e Adultos ............................................. 61 2.10 Jogos Escolares de Minas Gerais – JEMG ................................................. 62 2.11 Jogos Indígenas ......................................................................................... 63 O papel das Superintendências Regionais de Ensino no Programa Gestão pela Aprendizagem ................................................................................................................. 64 A operacionalização do Programa Gestão pela aprendizagem nas escolas e SREs ....... 65 Conclusão........................................................................................................................ 68 Anexo .............................................................................................................................. 69 5 O Programa Gestão pela Aprendizagem Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE MG) apresenta como política pública o Programa de Gestão pela Aprendizagem que está integrado às agendas públicas que buscam para a Educação Básica em todas as etapas e modalidades a melhoria da aprendizagem e do fluxo escolar. O Programa Gestão pela Aprendizagem é um conjunto de ações adotadas pelo Governo do Estado, para recolocar Minas Gerais em posição de destaque na qualidade do ensino público e tem como objetivos: o combate à evasão escolar, a redução das desigualdades regionais no ambiente escolar e a elevação dos indicadores de aprendizagem. Em 2017, Minas Gerais passou a ocupar a 11ª posição no ranking do IDEB dos estados brasileiros, com resultado de 3,59. O IDEB é calculado com base no aprendizado dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática e no fluxo escolar. Para o fluxo escolar dos anos finais no estado a cada 100 estudantes, 16 não são aprovados. Já no Ensino Médio a cada 100 estudantes, 21 não são aprovados. Esses dados refletem muito sobre os desafios que as escolas e a SEE MG tem para conseguir reduzir as desigualdades regionais em todo o estado e estabelecer estratégias de ensino eficazes e que de fato garantam a aprendizagem de todos os estudantes. Enfim, a grande preocupação no Ensino Fundamental dos Anos Finais e principalmente no Ensino Médio, conforme dados abaixo: ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS MINAS GERAIS O Ideb 2017 nos anos finais da rede estadual não atingiu a meta, teve queda e não alcançou 6,0. Precisa melhorar a sua situação para garantir mais alunos aprendendo e com um fluxo escolar adequado. Aprendizado X Fluxo = Ideb 5,19 0,84 4,4 Quanto maior a nota, maior o aprendizado Quanto maior o valor, maior a aprovação Meta para o estado 5,1 A 6 ENSINO MÉDIO MINAS GERAIS O Ideb 2017 no ensino médio da rede estadual cresceu, mas não atingiu a meta e não alcançou 6,0. Tem o desafio de garantir mais alunos aprendendoe com um fluxo escolar adequado. Aprendizado X Fluxo = Ideb 4,52 0,79 3,6 Quanto maior a nota, maior o aprendizado Quanto maior o valor, maior a aprovação Meta para o estado 4,8 Fonte: https://www.qedu.org.br/estado/113-minas-gerais/ideb?dependence=2&grade=2&edition=2017 A partir do diagnóstico da rede, nos últimos anos, Minas Gerais têm perdido posições que o indicavam como uma referência nacional na educação, vale destacar que o Estado em anos anteriores já ocupou o 2º lugar no ranking do IDEB. Na figura 1 é possível visualizar que Minas Gerais, na etapa do ensino médio, perdeu 6 posições em apenas 6 anos e na figura 2 o quadro se repete com a etapa dos Anos Finais do Ensino Fundamental, que em seis anos perdeu dez posições. Figura 1- Perdendo a vanguarda Nacional: Ensino Médio . Fonte: Instituto Ayrton Senna https://www.qedu.org.br/estado/113-minas-gerais/ideb?dependence=2&grade=2&edition=2017 7 Figura 2 - Perdendo a vanguarda Nacional: Anos Finais Ensino Fundamental. Fonte: Instituto Ayrton Senna O papel da gestão frente a este diagnóstico exige competência, eficiência e eficácia na busca dos resultados pretendidos. O programa Gestão pela Aprendizagem objetiva o desenvolvimento de ações estratégicas que fortaleçam a gestão das escolas estaduais mineiras e garanta aos estudantes o direito a permanência na escola e o padrão de qualidade como evidenciado no Artigo. 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996, focando na redução das taxas de abandono e evasão e principalmente na redução da reprovação dos estudantes. A busca por estes resultados refletirá positivamente nos indicadores contribuindo para que o estado alcance as metas do IDEB. 2013 2015 2017 2019 2021 Anos Iniciais do Ensino Fundamental 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0 Anos Finais do Ensino Fundamental 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5 Ensino Médio 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 Tabela 1 - Medidas Nacionais para o IDEB - Fonte: INEP 8 Figura 2 - Perdendo a vanguarda Nacional: Anos Finais Ensino Fundamental. Fonte: Instituto Ayrton Senna Diante desse cenário, foi necessário a criação de projetos e ações para que a educação mineira volte a ser referência de vanguarda para o Brasil. Importante destacar que a relevância da escolha da SEE MG de ter como foco essa agenda política está alinhada com as metas e desafios das agendas estratégicas internacionais, nacionais e regionais assumidas pelo Estado. As ações estratégicas da SEE MG no Programa Gestão pela Aprendizagem têm o objetivo primordial de fortalecer a gestão escolar e pedagógica da escola culminando em todo planejamento pedagógico e definição das diretrizes e práticas educacionais que serão desenvolvidos ao longo de todo o ano letivo. 9 Compreendendo o programa nas ações pedagógicas da escola o propor e estruturar as diretrizes para o Programa Gestão pela Aprendizagem, é primordial considerar cada ação que as escolas já desenvolvem, tanto internas quanto as institucionais. Desta forma, é possível organizar as ações primordiais em um painel, apresentando sua convergência e importância em cada processo para o bom desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos estudantes. A compreensão de toda equipe da escola, diretor, vice-diretor, especialista da educação básica, professores sobre a necessidade do bom desenvolvimento de cada uma dessas ações é a essência para que a escola alcance o objetivo não só do Programa, mas principalmente para atender a real necessidade e aprendizagem de seus estudantes. Cada uma das ações serão descritas neste documento, retomam a sua importância e apresentam a convergência e contribuição nas ações pedagógicas do programa e o quanto é necessário o alinhamento interno e externo entre escolas, Superintendências Regionais de ensino e Secretaria de Estado de Educação. Realizar todas as ações pedagógicas com foco, objetivo e processos claros estabelece transparência e sentido para todos os envolvidos. Neste sentido, a SEE MG apoiará tanto as Superitendências quanto as escolas, compreendendo as intervenções pedagógicas necessárias e conhecendo as práticas de excelência que demonstram a qualidade de ensino almejada em todo o estado. A 10 11 O Calendário escolar SEE MG publica anualmente o Calendário Escolar, anexo a este documento, que estabelece para a Rede Pública Estadual de Educação Básica, os procedimentos de ensino, diretrizes administrativas e pedagógicas no ano em vigência. É muito importante que o Calendário Escolar fique visível para todos os professores e estudantes na escola e que os pais e responsáveis também tenham conhecimento deste documento. As datas estabelecidas no Calendário Escolar referente ao fechamento do bimestre, aos conselhos de classe e reuniões de pais e responsáveis precisam ser cumpridas, pois garantem a organização de todo o processo escolar no ano letivo. Diversas ações pedagógicas são desenvolvidas nas escolas estaduais além do que é definido no calendário escolar, algumas estabelecidas pela SEE MG, outras pela Superintendências Regionais de Ensino e diversas outras pelas escolas. É muito importante que o cronograma interno da escola seja discutido e aprovado por todos os professores e pelo colegiado para que cada ação pedagógica tenha a participação e organização prévia para todos os envolvidos. Registra-se que às Escolas Indígenas é resguardado o direito de estabelecimento de calendário próprio, garantindo suas especificidades culturais. A 12 O Projeto Político Pedagógico O Projeto Político Pedagógico (PPP) é o plano pedagógico global da escola. Ele retrata o porquê da existência da escola (sua missão), o que quer ser (sua visão e sua principal meta) e os valores que norteiam suas decisões, ou seja, qual é sua proposta educativa. O PPP objetiva garantir o direito à aprendizagem dos estudantes e auxiliá-los no desenvolvimento das habilidades e competências para sua formação integral. Ele confere sentido à prática pedagógica da escola e, para tanto, precisa revelar sua realidade e ser discutido democraticamente, em consonância com o art. 206 da Constituição Federal de 1988 e com o art. 14 da Lei nº 9.394/1996 - LDB, que estabelecem os princípios da gestão democrática na educação pública. Assim, a construção do PPP deve envolver os seguintes sujeitos: Como exemplo de uma das frentes de trabalho do planejamento de execução e implementação do Currículo Referência de Minas Gerais, a SEE/MG promoveu, em 2019, a elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas da rede estadual, por meio dos Itinerários Avaliativos. O programa é uma ferramenta pedagógica e tecnológica de apoio à gestão escolar na elaboração de um PPP vivo que, de fato, ajude as escolas no planejamento, execução e avaliação de suas atividades para melhorar a qualidade educacional. Em um contexto inclusivo, o PPP das escolas deve também institucionalizar a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE) visando à garantia de acesso, permanência e qualidade do ensino ofertado aos estudantes público da educação especial. Estudantes Professores Equipe gestora da Escola Demais servidores da escola; Pais e/ ou responsáveis pelo estudante; Comunidade do entorno escolar (envolvida direta ou indiretamente no processo de trabalho da escola) 13 A metodologia da construção do PPP proposta pelos Itinerários Avaliativos possui três componentes: o Marco Referencial, que estimula a comunidade escolar a refletir sobre o mundo em que a escola está inserida, que sociedade que ela pretende ajudar a construir, através da formação de seus estudantes, e os valores que guiarão essa caminhada; o Diagnóstico dos fatores intervenientes na aprendizagem, através da análise participativa de dados e evidências socioeducacionais; e o Plano de Ação,que propõe a elaboração de ações concretas de melhoria dos principais pontos levantados durante o diagnóstico. A gestão democrática é essencial para a gestão da escola e está prevista, tanto na Lei de Diretrizes da Educação Básica (LDB), quanto no Plano Nacional de Educação (PNE). Portanto, a participação de toda a comunidade escolar na elaboração, execução e avaliação do PPP é importante para que haja sentimento de pertencimento entre os atores, reconhecimento do Projeto como referência para a caminhada e, principalmente, para a efetividade das ações planejadas. Por isso, a necessidade de se envolver professores, estudantes, seus responsáveis, gestores e funcionários da escola. Nesse sentido, para as escolas que se enquadram nas Modalidades do Campo, Indígena e Quilombola que o PPP acolha as especificidades pedagógicas da comunidade a qual pertence, considerando as suas práticas socioculturais e suas formas específicas de organização do tempo e espaço, por meio de projetos pedagógicos com conteúdos curriculares e metodologias adequadas às reais necessidades dos estudantes, bem como flexibilidade na organização escolar, respeitando as sazonalidades e as características socioculturais da região. Isso devido a essas populações possuírem cultura, história e especificidades que precisam ser contempladas nas políticas públicas de educação respeitando a sua organização social, preservando a sua identidade de forma a garantir a recuperação de suas memórias históricas, a reafirmação de suas identidades étnicas, a valorização de suas línguas e ciências, o acesso às informações, conhecimentos técnicos, científicos e culturais de sua comunidade e de outras. Desta forma, a elaboração deste documento em 2019 subsidiará, após aprovação do colegiado escolar, a elaboração do Plano de Ação das escolas para o ano letivo. As SREs e escolas receberão orientações específicas para a finalização do PPP, aprovação do colegiado e divulgação para a comunidade escolar. 14 Currículo e planejamento escolar – habilidades e competências a atualidade, há um grande esforço para que o processo de aprendizagem seja menos conteudista e mais focado no desenvolvimento integral dos sujeitos, e, consequentemente, maior preparação para os desafios do mundo contemporâneo. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental, homologada em dezembro de 2017, consiste um exemplo da preocupação em relação ao assunto uma vez que o documento é estruturado a partir das competências e habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo da educação básica. A BNCC torna-se documento normativo referência para os entes federados (re) adequarem os currículos de seus sistemas e redes escolares. Em Minas Gerais, em consonância com a BNCC e considerando sua trajetória curricular com os CBCs (Currículo Básico Comum), foi elaborado o Currículo Referência de Minas Gerais - CRMG, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação em dezembro de 2018 e instituído pela Resolução SEE nº 470, de 27 de junho de 2019. Para a efetiva implementação, no contexto das escolas, o Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada uma delas deverá abarcar as diretrizes e perspectivas da BNCC e do Currículo Referência de Minas Gerais, considerando tais aspectos na definição do perfil, no planejamento das atividades nas escolas e nas suas metas e ações. Por fim, estes três documentos (BNCC, CRMG, PPP) devem estar inseridos, direta e indiretamente, no Plano de Aula dos professores, permitindo que todo o arcabouço legal, conceitual e material discutido possa se efetivar em sala de aula, ou fora dela, nos processos de ensino e de aprendizagem com os estudantes. Esse fluxo é apresentado na Figura 3. N 15 Figura 3 – Da BNCC à sala de aula; Fonte: SEE, 2018. Diante do exposto, a orientação da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, nas formações continuadas ofertadas sobre o Currículo Referência de Minas Gerais é a de que os professores elaborem o seu planejamento baseado na aprendizagem, ou seja, no que o estudante precisará fazer para atingir os objetivos de aprendizagem propostos no Currículo Referência de Minas Gerais para cada bimestre do ano de escolaridade, ou ainda para aquela aula. (WIGGINS & McTIGHE, 2019. (Adaptado)). Em 2020, as escolas receberão a organização e proposição das habilidades previstas no CRMG do Ensino Fundamental por bimestre, demarcando, ainda mais, o ensino e aprendizagem de forma progressiva, prevendo o aprofundamento das habilidades ao longo de cada ano de escolaridade. No Ensino Médio será dada continuidade às discussões e a organização do novo currículo, oportunizando a reflexão em todo o estado sobre a arquitetura para implantação e implementação do Novo Ensino Médio e do Ensino Médio Integral. Anos Iniciais As diretrizes para a alfabetização estão presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para adequar a proposta da BNCC à realidade educacional do Estado, a SEE MG juntamente com a UNDIME MG elaborou o Currículo Referência de Minas Gerais, documento orientador para aprendizagem ao longo da educação básica incluindo o processo de alfabetização nas escolas mineiras. Com o objetivo de garantir, aos estudantes, oportunidades de apropriação do sistema de escrita alfabética em articulação ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e escrita, os primeiros anos do Ensino Fundamental deve ter como foco a alfabetização. 16 A leitura e a escrita precisam ser ensinadas de modo explícito e sistemático. As principais habilidades de todo o processo de escolarização consistem em ler, escrever e realizar operações matemáticas básicas. As habilidades matemáticas não se limitam a saber contar, mas a usar a compreensão dos números e o conhecimento matemático para resolução de problemas e das tarefas da vida cotidiana. Conhecer as particularidades no processo de aprendizagem de cada um é fundamental para a garantia de inclusão de todos por meio do respeito aos tempos e aprendizagens diversos, ou seja, mesmo com foco num trabalho sistêmico de codificação e decodificação, imprescindível à consolidação das aprendizagens, o Currículo Referência de Minas Gerais orienta para a garantia de um processo de alfabetização articulado com as práticas sociais vivenciadas fora da escola, de forma a que os alunos possam se sentir parte de uma sociedade letrada. “Afinal, aprender a ler e a escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente, já que é capaz de ampliar suas possibilidades de construir conhecimentos através dos diferentes componentes(...). Concomitantemente ao processo de alfabetização, a literatura, as artes e as práticas corporais compõem o conjunto de linguagens imprescindíveis para a formação estética, sensível, ética e afetiva da criança” (CRMG, pg.206). Anos Finais O Currículo Referência de Minas Gerais, em consonância com a BNCC, está estruturado a partir das competências e habilidades que devem ser desenvolvidas por todos os estudantes ao longo da educação básica e, no Ensino Fundamental – Anos Finais, a escola deve estabelecer uma articulação não somente com os anseios desses jovens em relação ao seu futuro, mas também com a continuidade dos estudos no Ensino Médio, realizando uma prática de ensino significativa em seu novo momento do processo educativo. "Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudantes se deparam com desafios de maior complexidade, sobretudo devido à necessidade de se apropriarem das diferentes lógicas de organização dos conhecimentos relacionados às áreas. Tendo em vista essa maior especialização, é importante, nos vários componentes curriculares, retomar e ressignificar as aprendizagens do Ensino Fundamental – Anos Iniciais no contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de repertóriosdos estudantes." (BNCC, 2018, p. 60) http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/12/BNCC_19dez2018_site.pdf 17 No Ensino Fundamental – Anos Finais, o foco deve ser na expansão dos conhecimentos, ampliando o significado das aprendizagens dos anos iniciais, com desafios de maior complexidade e o fortalecimento da autonomia dos adolescentes. O planejamento e organização do trabalho pedagógico deverá considerar as diferentes infâncias e juventudes, o caráter progressivo entre as habilidades e competências já construídas e as que serão desenvolvidas, de forma a assegurar uma construção de aprendizagem significativa e despertar a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Ensino Médio O Novo Ensino Médio traz mudanças estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, alterada pela Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. As mudanças buscam maior engajamento, autonomia, protagonismo e aprendizagem dos estudantes e mais sintonia das escolas com os tempos atuais. O currículo passa a ser composto por conjuntos articulados de unidades curriculares comuns e flexíveis, organizadas em diferentes formatos, periodicidades e espaços, que tem como diretrizes a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Itinerários Formativos. No quadro 1 ficam evidenciados os principais diferenciais a partir desse novo currículo. Quadro 1 Para implementação do novo currículo a Secretaria de Estado de Educação lança o Novo Ensino Médio a partir de projetos que garantam a expansão da carga horária em três modalidades: Ensino Médio Integral, Ensino Médio Integral Profissional e Ensino Médio Regular- escolas piloto, sempre de forma progressiva e considerando as peculiaridades de cada atendimento. Diferenciais ESTUDANTE NO CENTRO DA APRENDIZAGEM, DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E FORMAÇÃO PARA A VIDA NO SÉCULO 21 AMPLIAÇÃO PROGRESSIVA DA CARGA HORÁRIA ATUALIZAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR A PARTIR DA BNCC, DAS DIRETRIZES CURRICULARES E DOS REFERENCIAIS PARA ITINERÁRIOS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS MAIS PRÁTICAS, INTERATIVAS, INCLUSIVAS E DIVERSIFICADAS ENEM COM DUAS ETAPAS: PROVA COMUM (BNCC) E PROVA POR ITINERÁRIO FORMATIVO 18 As escolas piloto têm como objetivo iniciar a experiência de implementação de uma nova proposta curricular que permitirá, a partir de um planejamento pré-definido, acompanhar, refletir e ajustar as ações nas diversas dimensões que compõem o processo de implantação do novo currículo, conhecendo suas fragilidades e realizando as adaptações necessárias nas escolas. Também permitirá coletar e analisar dados e, por fim, avaliar os resultados do processo de implantação do novo currículo durante um período determinado para, na sequência, realizar essa implantação, progressivamente, em todas as escolas de ensino médio. Assim sendo, são objetivos da ação de implantação de escolas-piloto: Assim, em 2020, foram propostos diversos projetos que se integram para que o Novo Ensino Médio seja integrado à rede progressivamente e de forma qualitativa. Modalidades de Ensino Educação Especial A educação especial é uma modalidade de escolarização oferecida aos estudantes com deficiência, com transtorno do espectro autista (TEA) e com altas habilidades. Na legislação atual consta que essa modalidade deve ser oferecida preferencialmente em instituições de ensino comum. A educação inclusiva tem por objetivo incluir no processo educacional quem está fora dele, em muitos casos por inadequação do próprio sistema educacional em receber as demandas de um público específico. Para alcançar esse objetivo a SEE-MG está reformulando sua política de educação especial para constituir meios de subsidiar o trabalho do professor com vistas ao sucesso educacional dos estudantes. Ao mesmo tempo, a SEE-MG está trabalhando para instalar, gradativamente, um Centro de Referência à Educação Inclusiva em cada uma Gerar aprendizado sobre a implementação de uma nova proposta curricular; Gerar aprendizado sobre o processo de transição para o Novo Ensino Médio, permitindo conhecer aspectos que facilitam ou dificultam a implantação e prever adaptações que serão necessárias realizar na rede; Coletar e analisar dados e informações a fim de realizar a implantação do novo currículo, progressivamente, em todas as escolas de ensino médio. 19 das 47 Superintendências Regionais de Ensino (CREI). Os CREI terão como função auxiliar os professores das escolas comuns no atendimento e nas adaptações pedagógicas necessárias para os estudantes público da educação especial. A educação especial na perspectiva inclusiva trabalhada na rede não elimina a coexistência com as escolas que atendem exclusivamente o público da educação especial. Essas escolas, voltaram a ter permissão para matrícula, segundo critérios específicos, respeitando a escola dos responsáveis e o direito dos estudantes. Ao mesmo tempo, o histórico e experiência acumulada nessas instituições servirão de base para formação de professores da rede comuns e auxílio para pensar as políticas de educação especial. Educação Escolar Indígena A Educação Escolar Indígena é uma modalidade de ensino, instituída pelo Estado, e está prevista na Constituição Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/1996), Decreto nº 6.861/2009, Resolução CNE/CEB nº 5/2012, e na Lei Estadual nº 22.445. Essa modalidade visa a garantir o resgate, a valorização, o fortalecimento da cultura, da língua indígena e o respeito à territorialidade e a identidade. Ela se pauta nos princípios da igualdade social, da diferença, da especificidade, do bilinguismo, do multilinguismo e da interculturalidade, além de ser voltada para o atendimento escolar às Comunidades Indígenas em todas as etapas e modalidades de ensino da Educação Básica e ser ofertada em unidades escolares indígenas localizadas em terras habitadas pela comunidade indígena. Para dialogar com as comunidades indígenas, a Secretaria de Estado de Educação cria a Comissão Estadual de Educação Escolar Indígena, a partir da resolução SEE nº 2809/2015, com o objetivo de assessorar e monitorar a execução de Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Educação direcionada para os povos indígenas. Educação Quilombola A Educação Escolar Quilombola é uma modalidade educacional, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fundamentada no Parecer CNE/CP nº 03/2004 e na Resolução CNE/CP nº 01/2004, que instituem a obrigatoriedade do ensino de 20 História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos das escolas públicas e privadas da Educação Básica. No âmbito estadual, a Resolução SEE nº 3.658, de 24 de novembro de 2017, estabelece Normas Complementares para implantação e funcionamento das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais. Cria também a Comissão Permanente da Educação Escolar Quilombola de Minas Gerais, instituída pela Resolução SEE nº 3.689, de 30 de janeiro de 2018, que tem por finalidade auxiliar os trabalhos da Coordenação de Educação Escolar Indígenas, do Campo e Quilombola da Secretaria de Estado de Educação, enfatizando a gestão compartilhada em conjunto com as comunidades quilombolas. Os espaços, o currículo e as vivências pedagógicas da oferta dessa modalidade devem estar fundamentados no reconhecimento e na valorização da diversidade cultural dos povos negros e quilombolas, exaltando sua memória, sua relação com a terra, com o trabalho, seu modo de organização coletiva, seus conhecimentos, saberes e o respeito às suas matrizes culturais. Educação do Campo A modalidade Educação do Campo está prevista na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/1996) e na Resolução SEE 2.820 de 2015, que cria as Diretrizes para a Educação Básica das Escolasdo Campo e que deverão ser observadas no desenvolvimento dos programas e projetos e na atuação das instituições educacionais que integram o sistema estadual de ensino de Minas Gerais. Essa resolução, em seu artigo 2°, define a Escola do Campo como sendo aquela situada em área rural, conforme definida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou aquela situada em área urbana, desde que atenda, predominantemente, às populações do campo. A Modalidade Educação do Campo pode ser compreendida como um fenômeno social constituído por aspectos culturais, políticos e econômicos. Nesse sentido, pode-se inferir que os processos educacionais do campo precisam ser significativos conforme a realidade dos sujeitos que o integram. Desse modo, a Educação do Campo surge a partir da preocupação dos sujeitos e dos movimentos sociais em promover processos 21 educacionais para a consolidação dos valores, princípios e dos modos de ser e de viver daqueles que integram o campo. Dessa forma, para o desenvolvimento do território camponês e dos estudantes é necessária a inserção da modalidade Educação do Campo no Plano Político Pedagógico, a fim de que sua diversidade e amplitude seja abordada na escola e nos planos de aula dos professores e que a população camponesa seja entendida como protagonista e não como beneficiária ou usuária. A Educação do Campo visa, por fim, a garantir o respeito à diversidade das populações campesinas em seus aspectos sociais, culturais, identitários, ambientais, políticos, econômicos, geracional e de etnias. 22 O papel das avaliações no Planejamento Escolar temática da avaliação educacional deve estar integrada ao projeto político- pedagógico da escola, considerando estudantes e professores como sujeitos históricos e de direitos, participantes ativos e protagonistas na sua diversidade e singularidade. A avaliação abarca todo o processo de ensino‐aprendizagem, portanto, o processo avaliativo não pode ser compreendido e nem usado de forma isolada. Cada um dos tipos de avaliação tem uma função específica que pode ser usada em diferentes momentos. As avaliações realizadas pelo Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública - SIMAVE - se propõem a atender, entre outros, ao propósito de fornecer subsídios para o planejamento das escolas em suas atividades de gestão, intervenção pedagógica e de ações de aprendizagem. As escolas devem ser autônomas, capazes de planejar e executar seus projetos com o objetivo de garantir a aprendizagem dos alunos. Assim, a avaliação é um importante instrumento provedor de dados sobre uma realidade educacional. Portanto, os resultados das avaliações, e em especial, do SIMAVE devem ser socializados, estudados e analisados, e debatidos em suas múltiplas possibilidades de uso pedagógico. Avaliação diagnóstica O principal objetivo dessa avaliação é verificar as habilidades/competências do currículo desenvolvido nos anos escolares, de forma a fornecer dados diagnósticos da aprendizagem para subsidiar ações pedagógicas da escola, permitindo, assim, que professores e especialistas revejam o planejamento e adequem as estratégias de ensino às necessidades dos estudantes e das turmas ao longo do ano letivo. A Avaliação Diagnóstica é elaborada a partir da matriz de referência do ano de escolaridade anterior ao avaliado, possibilitando verificar com quais habilidades/competências os estudantes iniciam o ano letivo. Por exemplo: as avaliações diagnósticas do 3º ano do ensino fundamental contemplam habilidades/competências do 2º ano do ensino fundamental e, assim se dá para os demais anos de escolaridade sucessivamente. Parte integrante do Plano de A 23 Desenvolvimento Individual (PDI) dos estudantes público da educação especial, a avaliação diagnóstica além de elencar as potencialidades do estudante, tem o objetivo de identificar as barreiras que estão impedindo ou podem vir a impedir sua aprendizagem e o seu desenvolvimento global. Com a Avaliação Diagnóstica sendo aplicada no início do ano letivo, os professores e especialistas conseguem planejar de forma mais efetiva e eficaz as aulas e atividades em cada turma, considerando o perfil de cada aluno. Avaliação Intermediária No início do segundo semestre letivo, acontece a aplicação da Avaliação Intermediária que, nesse caso, é elaborada a partir da matriz de referência do ano de escolaridade em que os estudantes estão matriculados naquela data. Assim, comparando os resultados da avaliação intermediária com os da avaliação diagnóstica, professores e especialistas terão informações necessárias para entender se os estudantes estão desenvolvendo as habilidades/competências conforme o planejamento feito ou se serão necessários ajustes nesse planejamento e nas metodologias para que nenhum estudante fique para trás e todos aprendam cada vez mais. O objetivo é identificar o desempenho dos estudantes por meio de competências e habilidades trabalhadas no currículo de Minas Gerais. As provas são compostas por questões de múltipla escolha de Língua Portuguesa e Matemática, tendo como base o conteúdo do currículo de Minas Gerais, e participam as turmas regulares do 3º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais. PROALFA/PROEB A aplicação das avaliações do Proeb e Proalfa é um importante momento de diagnóstico da política educacional mineira. Esse diagnóstico permite conhecer a realidade educacional das escolas, aprimorar e propor políticas públicas mais assertivas. Nessa perspectiva, no que se refere à qualidade da educação, à eficácia e à equidade escolar, é importante articular as avaliações internas desenvolvidas pelas escolas com as avaliações externas do Proalfa e do Proeb, com o objetivo de subsidiar a (re) 24 formulação do projeto pedagógico da escola e das políticas públicas educacionais. Os resultados das avaliações externas podem e devem ser utilizados como parte do processo de avaliação do projeto educacional de cada escola e alimentar a avaliação interna. O Proalfa é uma avaliação anual e censitária para os estudantes do final do ciclo da alfabetização do Ensino Fundamental para avaliar o desempenho dos estudantes em procedimentos de Língua Portuguesa (Leitura e Escrita) e Matemática. O Proeb avalia competências expressas pelos estudantes do final de cada ciclo: Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio em Língua Portuguesa e Matemática. Nesse processo de avaliação externa, além da aplicação dos testes de desempenho de alfabetização e de Língua Portuguesa e Matemática para os estudantes da Educação Básica, também são aplicados questionários contextuais, com objetivo de obter dados sobre o nível socioeconômico e a trajetória escolar dos estudantes, o perfil dos professores, a infraestrutura da escola e as características da gestão escolar. Figura 4 – Avaliação de Aprendizagem – SAE/SEE 25 SAEB O Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB tem por objetivo realizar o diagnóstico do sistema educacional brasileiro e de fatores que possam interferir no desempenho dos estudantes, fornecendo um indicativo sobre a qualidade do ensino que é ofertado. O Saeb avalia os níveis de aprendizagem dos estudantes, por meio de testes e questionários, aplicados a cada dois anos. Em 2020, não teremos edição do Saeb, desse modo, é o momento de analisar os resultados das edições anteriores e realizar o planejamento pedagógico em conjunto com professores e especialistas. Assim, é essencial promover atividades e ações pedagógicas que visem desenvolver e consolidar habilidades fundamentais nos processos de ensino-aprendizagem. Enquanto aguardamos o resultado da última edição do SAEB, entre outras ações que a escola pode organizar, propomos: buscar conhecer o Boletim com o desempenho da escola, realizara formação de professores para interpretação pedagógica dos resultados, elaborar projetos que promovam conhecimento em Língua Portuguesa, promover ampliação e/ou uso do acervo de materiais de Matemática. Esse é o momento de refletir e identificar as competências e habilidades ensinadas e que deveriam ser aprendidas, para que cada estudante não siga sua trajetória escolar com lacunas e assim, garantir uma educação de qualidade para todos. Além disso, é fundamental que os professores realizem as avaliações internas, que são instrumentos essenciais para diagnosticar as possíveis lacunas na aprendizagem dos estudantes, além daquelas identificadas nos resultados do Saeb. 26 Conselho de Classe Conselho de Classe é o órgão colegiado da escola responsável pelo processo de avaliação da prática educativa tendo como referência as percepções de vários segmentos da comunidade escolar (Diretor e/ou vice-diretor, Especialista da educação Básica, todos os professores e representantes do Colegiado, dos estudantes e de seus responsáveis). É, portanto, um momento de interação entre os diferentes sujeitos do ambiente escolar para analisar e discutir os resultados do processo educativo promovido na escola. Tem caráter deliberativo e suas finalidades são: 1. Analisar o desenvolvimento do estudante no processo de aprendizagem; 2. Definir medidas pedagógicas a serem adotadas, visando superar as dificuldades detectadas; 3. Deliberar a respeito do avanço escolar do estudante em cada bimestre e sua promoção ao final do ano letivo. 4. Deliberar a respeito da flexibilização de tempo de escolaridade do estudante público da educação especial mediante relatório apresentado pelo regente de turma ou regente de aula e referendado pelo especialista, seguindo os critérios descritos nas Diretrizes da Educação Especial Resolução SEE Nº 4.256/2020. Como órgão colegiado de discussão e articulação da prática educativa, o Conselho de Classe deve ser estruturado de forma a garantir a concretização de todas as suas finalidades e competências, dentre estas competências é possível listar a identificação de estudantes infrequentes como também estudantes com dificuldades no aprendizado. Assim, suas discussões não se limitam ao desempenho ou comportamento dos estudantes nas aulas, mas devem considerar, fundamentalmente, os pressupostos pedagógicos e filosóficos do Projeto Político Pedagógico da Escola e as normatizações do Regimento Escolar; a atuação docente; o currículo; o planejamento anual; as práticas docentes; os direitos de aprendizagem dos estudantes; a organização dos tempos e espaços escolares e os indicadores educacionais (Avaliações Internas e Externas). (MINAS GERAIS, 2019) A partir de um Conselho de Classe bem organizado, que cumpra suas finalidades, a escola conseguirá definir estratégias condizentes a cada turma e estudante para O 27 prosseguimento das atividades e do plano para o próximo bimestre. Ao identificar as habilidades não consolidadas, o Conselho de Classe, subsidia o professor na compreensão do avanço escolar de cada estudante e estabelecerá o replanejamento e estratégias para intervenção e recuperação paralela. O acompanhamento da Aprendizagem Os processos de ensino e de aprendizagem requerem um contínuo e sistemático acompanhamento. Nesse propósito, a avaliação tem papel fundamental. Compreendida como atividade diagnóstica, processual, contínua, cumulativa, formativa e participativa, a avaliação da aprendizagem torna-se uma parte integrante da Proposta Curricular e um importante mecanismo de diagnóstico das dificuldades e das possibilidades verificadas para a melhoria do aprendizado de todos os estudantes e das práticas educativas desenvolvidas ao longo de todo o processo. A organização do ensino nas escolas estaduais de educação básica de Minas Gerais tem como premissa a valorização da trajetória escolar do estudante. Assim, propõe a progressão continuada para os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), que implica numa aprendizagem sem interrupção e, para os anos finais (6º ao 9º ano), a progressão parcial, que garante o prosseguimento dos estudos, uma vez que, são Figura 5 - Avaliação Interna - SAE/SEE 28 definidos planos de estudo que permitem a superação das dificuldades de aprendizagem evidenciadas pelos estudantes em habilidades específicas dos componentes curriculares. Dessa forma, os estudos de recuperação constituem instrumentos colocados à disposição das escolas e dos professores para garantirem a superação de defasagens específicas encontradas durante o seu percurso escolar. Para o acompanhamento do desenvolvimento e aprendizagem do estudante público da educação especial o acompanhamento da aprendizagem é realizado por meio do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), que é documento obrigatório. Este documento deve ser construído por todos os atores envolvidos no processo de escolarização do estudante, sendo o Especialista da Educação Básica o profissional responsável por articular e garantir a sua construção. A recuperação, pelo seu caráter processual e formativo, deverá ocorrer de forma contínua ao longo do ano letivo (recuperação paralela e intervenções pedagógicas), imediatamente após algum processo formativo, após o encerramento de cada bimestre (recuperação bimestral) e ao final do ano letivo, antes do encerramento do ano escolar (estudos independentes de recuperação), em cada ano do Ensino Fundamental e Médio. Figura 6 - Rendimento - SAE/SEE 29 Recuperação paralela A recuperação paralela deve figurar como mais uma oportunidade de aprendizagem ofertada pela escola. É composta por um conjunto de estratégias a serem desenvolvidas pelo professor com o objetivo de recuperar aprendizagens não consolidadas e conteúdos essenciais que não foram aprendidos pelo estudante assim que detectados. É fundamental que o planejamento das atividades de recuperação leve em consideração: A escola precisa se organizar, sob a liderança do gestor, para trabalhar em equipe, e, de fato, exercer um trabalho educativo que ofereça condições de aprendizagem. Estudos de Recuperação - Recuperação Bimestral Os estudos de recuperação são mecanismos que oportunizam atender a diversidade de características e tempos de aprendizagem dos educandos, levando em consideração o que os estudantes sabem e o que ainda serão capazes de aprender. Quando realizados imediatamente após o encerramento do bimestre, compõem a chamada recuperação bimestral, destinada aos estudantes que não apresentaram o domínio das aprendizagens básicas previstas para o período. Intervenções pedagógicas Os processos de ensino e de aprendizagem são complementares, mas cada qual possui as suas especificidades. Assim sendo, o ensino não garante que o estudante irá aprender por si só, necessitando, muitas vezes, de mudança da prática pedagógica e de intervenções pontuais e sistemáticas. O Plano de trabalho do professor que expresse as habilidades a serem desenvolvidas pautadas nas metas propostas no Projeto Político Pedagógico (PPP). A definição das intervenções pedagógicas do Professor necessárias à superação das dificuldades detectadas. O replanejamento das atividades com vistas à organização do tempo e espaço na sala de aula. A participação do estudante no processo de avaliação dos resultados de aprendizagem, garantindo-se momentos de sua análise e autoavaliação a partir das habilidades previstas para o ano escolar. Os registros como instrumentos que revelem as ações desenvolvidas, o processo de desenvolvimento dos estudantes, os avanços, as dificuldades e as propostas de encaminhamento. 30 As intervenções pedagógicas estão relacionadas a qualquer situação de aprendizagem com estratégias de atendimento diferenciado e pressupõe a vinculação com diagnósticoscontínuos, tanto em nível de turma, quanto individualizado, por estudante. Tais diagnósticos são elaborados a partir dos resultados verificados nas avaliações da aprendizagem. Cabe à equipe gestora da escola, aos especialistas e ao professor, em um trabalho conjunto, identificar os procedimentos e instrumentos adequados a serem utilizados na avaliação da aprendizagem, e, de posse dos resultados, analisá-los e definir ações de intervenção significativas para o desenvolvimento de habilidades não consolidadas, objetivando o avanço de cada estudante para outra etapa de desenvolvimento. As intervenções pedagógicas precisam ser organizadas e planejadas da seguinte forma: É importante destacar que a organização das intervenções pedagógicas deve ser continuamente avaliada para comprovar a sua efetividade e pertinência. Dentro da sala de aula, realizadas pelo próprio professor: acompanhamento individualizado; formação de agrupamentos produtivos com mediação ou tutoria, organizados de acordo com o objetivo do professor; trabalho coletivo, em que todos os estudantes participam sob o comando do Professor; Fora da sala de aula, realizadas pelo professor e Equipe Pedagógica: atendimento individualizado aos estudantes com alfabetização não consolidada, realizada por professores alfabetizadores identificados na própria escola, por exemplo, Professor de Ensino e Uso da Biblioteca – PEUB, eventual, em ajustamento com laudo que autoriza o contato com estudante; Agrupamentos temporários para atendimento aos estudantes selecionados, considerando a proximidade do conhecimento, com definição de cronograma e plano de trabalho; Aulas coletivas para trabalhar habilidades e competências não consolidadas ou em desenvolvimento pelos estudantes de uma turma ou de determinado ano de escolaridade; Aulas interdisciplinares, ministradas por mais de um professor, para trabalhar conceitos e temas comuns a mais de um componente curricular permitindo uma abordagem interdisciplinar. 31 Indicadores de monitoramento da aprendizagem e do rendimento escolar A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais - SEE/MG promove ações e propostas para oferta de educação de qualidade em todas as escolas da rede estadual, com enfoque na elevação da qualidade da educação e melhoria da aprendizagem e do fluxo escolar garantindo assim o direito à educação. Assegurar o pleno acesso, a permanência e o aprendizado dos estudantes é um dever coletivo de todos os atores do processo educativo. Nessa perspectiva, os indicadores educacionais são instrumentos essenciais no processo de monitoramento da melhoria da qualidade da educação. O indicador educacional norteador das ações da Secretaria é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb, que reúne, em um só valor, o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações do Sistema de Avaliação da Educação Básica - Saeb. Com o intuito de apoiar as escolas na ascensão do Ideb, a SEE/MG propôs cinco indicadores educacionais para o acompanhamento da qualidade da educação. Os indicadores serão calculados para as escolas da rede estadual que ofertam os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio regular. ACOMPANHAMENTO DA APRENDIZAGEM Como é calculado: o Indicador de Acompanhamento da Aprendizagem é a proporção de estudantes que seriam aprovados por nota, ou seja, que atingiram menos de 60% da pontuação distribuída em até dois componentes curriculares. Fonte: Diário Escolar Digital. Objetivo: estimular o aumento a taxa de aprovação, sem prejuízo na aprendizagem dos estudantes. Utilização: refletir sobre as metodologias de ensino, identificando as deficiências de aprendizagem dos estudantes e revendo os processos de avaliação. Periodicidade: bimestral. FREQUÊNCIA ESCOLAR Como é calculado: O Indicador de Frequência Escolar é a proporção de estudantes que seriam aprovados por frequência ao final do bimestre avaliado. A frequência mínima 32 prevista em lei para a aprovação dos estudantes é de 75% do total de horas letivas lecionadas. Fonte: Diário Escolar Digital. Objetivo: aumentar a frequência escolar, diminuindo o número de estudantes que apresentam quantidade de faltas acima de 25% das horas/aula. Utilização: acompanhar a frequência dos estudantes, garantindo sua permanência na escola. Periodicidade: bimestral. PARTICIPAÇÃO NAS AVALIAÇÕES Como é calculado: a taxa de participação nas avaliações é a razão entre o número de estudantes que foram avaliados e o número de estudantes previstos para serem avaliados. Estudante previsto é aquele que possui matrícula ativa no Simade em uma data base pré-determinada. Serão consideradas as participações nas avaliações Diagnóstica, Intermediária, no Proeb e no Saeb. Objetivo: alcançar a taxa de participação mínima de 80% nas avaliações internas e externas. Fonte: Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (SIMAVE). Utilização: para que as avaliações sejam o retrato da escola e não apenas de um grupo de estudantes, é preciso assegurar a efetiva participação dos alunos nas avaliações. Esses resultados e indicadores serão utilizados na gestão dos processos de ensino e aprendizagem. Periodicidade: anual. DESEMPENHO NA APRENDIZAGEM Como é calculado: o grupo de indicadores de desempenho na aprendizagem é composto pelas proficiências médias em Língua Portuguesa e Matemática nas avaliações do Proeb. Fonte: Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (SIMAVE). 33 Objetivo: aumentar as proficiências médias da escola em Língua Portuguesa e Matemática, nas avaliações do Proeb. Utilização: através da proficiência média no Proeb, identificar quais habilidades e competências devem ser retrabalhadas pela equipe pedagógica. Periodicidade: anual. EQUIDADE NA APRENDIZAGEM Como é calculado: percentual de estudantes que apresentam desempenho recomendado e avançado na avaliação do Proeb. Uma educação com equidade busca assegurar oportunidades de aprendizagem com qualidade a todos, além de promover a superação das desigualdades sociais, de forma a garantir processos de ensino e aprendizagem mais justos. Fonte: Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública (SIMAVE). Objetivo: diminuir o percentual de estudantes com padrão de desempenho abaixo do nível recomendado. Utilização: identificar e propor ações pedagógicas que visem à melhoria da aprendizagem e do desempenho dos estudantes que estão abaixo do recomendado nas avaliações do Proeb. Periodicidade: anual. 34 Política para as Juventudes política para as Juventudes tem por finalidade propor e apoiar ações de fomento à participação e ao protagonismo dos estudantes, incentivando práticas coletivas que busquem relacionar conhecimentos e saberes. Além disso, objetiva estimular a permanência dos estudantes na escola, por meio da ampliação e fortalecimento da gestão democrática e dos espaços de participação no contexto escolar, tornando-o mais próximo dos jovens. Outra pauta essencial diz respeito à elaboração de estratégias que contribuam para o retorno dos jovens em situação de evasão escolar e que mobilizem a comunidade escolar a debater sobre o assunto. Importante ressaltar as especificidades das juventudes do campo, indígenas e quilombolas que perpassam as peculiaridades do meio rural. As ações propostas e desenvolvidas estão de acordo com o Art. 2º da Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, que institui o Estatuto da Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE: (Estatuto da Juventude - Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013) O objetivo principal de apoiar a criação e manutenção de instâncias representativas dos estudantes é estimular e dar condições para que estes exerçam o direito à participação na escola. Entreos objetivos específicos, podem ser destacados: I - Promoção da autonomia e emancipação dos jovens; II - Valorização e promoção da participação social e política, de forma direta e por meio de suas representações; III - Promoção da criatividade e da participação no desenvolvimento do País; IV - Reconhecimento do jovem como sujeito de direitos universais, geracionais e singulares; V - Promoção do bem- estar, da experimentação e do desenvolvimento integral do jovem; VI - Respeito à identidade e à diversidade individual e coletiva da juventude; VII - Promoção da vida segura, da cultura da paz, da solidariedade e da não discriminação; e VIII - Valorização do diálogo e convívio do jovem com as demais gerações. A 35 Todas estas ações devem ocorrer de forma concreta nas escolas. Assim, a seguir, é apresentado quadro resumo com as principais ações que compõem a Política para as Juventudes nas Escolas Estaduais: Ação Descrição Líder de Turma Esta ação tem por objetivo criar, ampliar e consolidar canais de diálogo e espaços de interação e construção coletiva nas escolas; fomentar ações que contribuam para a resolução coletiva de problemas e conflitos comuns ao ambiente escolar; efetivar, ampliar e fortalecer a gestão democrática nas escolas e efetivar o direito à participação e organização estudantil nas escolas. Estimular a organização coletiva dos estudantes para que possam discutir, propor e executar ações relacionadas às questões de seu interesse e de interesse da Comunidade Escolar; Proporcionar espaços de debate e construção coletiva em torno de temas de interesse das juventudes, de modo que suas opiniões e propostas sejam consideradas e valorizadas pela escola; Promover o encontro da diversidade e da diferença de modo a estimular a tolerância, a construção do consenso e das práticas coletivas e a mediação dos conflitos; Promover e ampliar o diálogo entre a escola, professores, gestores, jovens e demais atores da comunidade escolar; Estimular a permanência qualitativa dos estudantes do Ensino Médio na rede escola, tornando-os protagonistas na construção da Política Educacional; Promover e estimular a construção e a divulgação de saberes e conhecimentos que tenham significado para os estudantes e desenvolvam sua autonomia intelectual; Proporcionar processos educativos mais amplos, por meio do intercâmbio de ideias e práticas juvenis. 36 A ação consiste em promover processos de escolha de líderes estudantis, por meio da eleição nas turmas e nas escolas de Líderes de Turma, constituição dos Conselhos de Líderes de Turma e a elaboração e execução de Planos de ação propostos pelos mesmos. Objetiva, ainda, a conformação de uma rede de estímulo à troca de experiências e de boas práticas entre estudantes e escolas. Fomento à criação de Grêmios Estudantis O Grêmio Estudantil é o mais conhecido e tradicional formato de representação política de todos os estudantes de uma escola. É um espaço de livre organização e participação dos estudantes, portanto, não é uma instância de representação da instituição escolar. Nesse sentido, cabe à escola apoiar e dar o suporte para que os estudantes possam organizar o Grêmio e desenvolver suas atividades. Trata-se de um espaço de rica experiência educativa, proporcionando o aprendizado sobre política e de formação para cidadania. Fomento à criação de Coletivos Juvenis A ação tem por objetivo fomentar a constituição de Coletivos Juvenis nas Escolas Estaduais. Os coletivos são grupos de estudantes mobilizados em torno de um ou mais temas ou problemas cuja resolução seja de interesse comum. Semana Estadual Das Juventudes Além das ações já citadas, em cumprimento à Lei Estadual nº 22.413, de 16 de dezembro de 2016, e em consonância com o dia Internacional da Juventude, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução nº 54/120 no ano de 1.999, as escolas da Rede Estadual de Ensino realizam, no período de 12 a 18 de agosto, atividades voltadas ao fomento do protagonismo juvenil. O Calendário Escolar do ano de 2020 da Secretaria de Estado de Educação, conforme a Resolução SEE Nº4254 de 18 de dezembro de 2019, prevê a realização dessa Semana visando fomentar a discussão de temas de relevância para as juventudes, com vistas ao desenvolvimento de habilidades e competências e à formação integral dos estudantes. As atividades da Semana são iniciativas dos estudantes com o planejamento e a execução envolvendo servidores da escola e demais sujeitos da comunidade escolar. Em 37 2020, a proposta de temática central da Semana será um aprofundamento sobre o tema: “Juventudes e seus Projetos de Vida”. Diagnóstico de Participação nas escolas Esta ação consiste na obtenção e análise de dados sobre a existência e o funcionamento dos espaços de participação estudantis nas escolas. Estes espaços de participação não precisam, necessariamente, estar vinculados a uma atividade proposta pela escola, compreendendo atividades como, grupos de dança, agremiações desportivas e grupos ligados a atividades religiosas. Com a análise destes dados é possível identificar fragilidades e potencialidades de cada escola, assim fortalecendo atividades que corroborem com a identificação do estudante com o espaço escolar. Em 2019, esta ação foi organizada em conjunto com os Itinerários Avaliativos e em 2020, serão realizadas a análise e a devolutiva dos dados coletados, a partir dos Itinerários Avaliativos, no ano anterior, com o intuito de fortalecer e ampliar a Gestão Democrática no espaço escolar. 38 Ações Estratégicas programa Gestão pela Aprendizagem se desdobra em vários projetos e ações que visam fortalecer e apoiar a gestão com enfoque na melhoria da aprendizagem. As atividades propostas foram agrupadas em dois segmentos: Ações de Fortalecimento da Gestão e Ações de aprendizagem. 1. Ações de fortalecimento da Gestão 1.1 Convivência Democrática Ao reconhecer a educação como direito e ampliar o acesso de todos ao ambiente escolar surgem inúmeros desafios e ampliam-se também as responsabilidades da escola sobre os conflitos e a violência escolar. Compreender essa realidade, o esforço de realizar a inclusão na Educação Básica de estudantes de diferentes contextos socioeconômicos, convivência familiar e experiências culturais diversas, é fundamental ao formular novas estratégias para o enfrentamento dessas questões que, se ignoradas, tornam-se manifestações de violência. Neste contexto, as ações de Convivência Democrática têm como objetivo geral, promover conhecimentos, habilidades, valores e atitudes capazes de possibilitar às/aos estudantes a criação de condições que conduzam à resolução dialogada de conflitos e à prevenção da violência, trazendo para as escolas estaduais a discussão de conteúdos relacionados à cidadania, bem como de valores relacionados ao respeito à diversidade e à prática dos Direitos Humanos. A escola deve exercer o seu papel de humanização a partir da socialização, da construção de valores necessários ao exercício da cidadania, por meio de intervenções concretas nas questões sociais e culturais. Com este objetivo em vista, as ações de Convivência Democrática 2019-2020 se organizam da seguinte forma: O Elaboração e divulgação de protocolos de encaminhamento em casos de violências nas escolas Formação para identificação das violências escolares e encaminhamento adequado das situações identificadas pelos profissionais da educação nas escolas estaduais Implementação de novo sistema para registro e encaminhamento das violências escolares ocorridas nas escolas estaduais visando o acionamento da rede de proteção Monitoramento dos casos de violência escolar visando a elaboração de um mapa da violência escolar da rede estadual de Minas Gerais Formação em técnicas de resolução dialogadade conflitos Campanha de promoção dos direitos humanos e o fortalecimento da articulação com a rede de proteção 39 Considera-se que a prevenção da violência escolar, a promoção da resolução dialogada de conflitos no ambiente escolar e a prática de Direitos Humanos contribuem para assegurar o direito dos estudantes à permanência na escola e, dessa forma, para a melhoria da aprendizagem e do fluxo escolar. 1.2 Jovem de Futuro A ação estratégica definida para o ensino médio regular consiste na implementação do Jovem de Futuro, que conta com a parceria firmada por meio do Acordo Técnico Cooperação entre SEE/MG e o parceiro Instituto Unibanco (MG, p. 29, Col. 1, 7/8/19), Processo nº 1260.01.0042819/2019-18). O Jovem de Futuro é desenvolvido por meio da metodologia do “Circuito de Gestão”, que compreende a formação de gestores para implementar planos de ação nas escolas, visando conseguir realizar as transformações necessárias para o alcance da melhoria da qualidade na educação básica, no nível médio. A garantia dos direitos de aprendizagem, com equidade, exige entender e lidar com as juventudes e este é o maior desafio dos gestores escolares. Nesse sentido, o método do Circuito de Gestão orienta, organiza e sistematiza os principais processos e procedimentos da gestão escolar, com foco na aprendizagem dos estudantes, no aprender com a prática e no avanço contínuo. O Jovem de Futuro contempla os valores previstos no Plano Estratégico do Órgão Central: educação centrada na aprendizagem; melhoramento contínuo; visão sistêmica e orientação para resultados, que estão articulados com os valores e princípios do método Circuito de Gestão: participação, altas expectativas e valorização, respeito a contextos diversos, necessidade de inovar e equidade. O Circuito prevê ainda como princípio a corresponsabilização, por isto o método é implementado nas três instâncias: Escola, Superintendência Regional de Ensino e Órgão Central. 40 Figura 7- Fonte: Circuito de Gestão, 2019. O circuito é desenvolvido em três etapas. Na 1ª Etapa, em 2019 e 2020, atenderá 24 Superintendências Regionais de Ensino, o que significa 50% das matrículas do ensino médio e, na 2ª Etapa, a partir de 2021, ampliará o universo atendido com mais 11 Superintendências Regionais, ao todo, 35 SREs. Essas Regionais farão parte do Grupo de Tratamento da metodologia e receberão a Formação Geral do Circuito de Gestão e parte delas receberão também a formação intitulada Ações Pedagógicas. Na 3ª Etapa, em 2022, serão atendidas 100% das matrículas e regionais. O Grupo de 12 SREs que ingressará, na terceira etapa, fará parte do Grupo de Controle, ou seja, não receberá as formações ao longo do Circuito de Gestão e irá garantir a avaliação de impacto da metodologia. Figura 8 - Fonte: Circuito de Gestão, 2019. 41 O Circuito é realizado em três ciclos ao longo do ano, por um período de oito anos e se organiza por meio de plano operacional, tático e estratégico. Figura 9 - Fonte: Circuito de Gestão, 2019. Esse Circuito utiliza como recurso de monitoramento um sistema próprio, que será atualizado para 2020, que disponibiliza em tempo real os dados sobre os indicadores estruturantes (aula dada, notas e frequência dos estudantes), permitindo análises dos processos cruciais para elaboração de planos de ação e tomada de decisão pela gestão escolar em tempo hábil para correção de rotas. O articulador do Circuito de Gestão, nas escolas, é o Inspetor Escolar, que realizará visitas técnicas (VTs) às escolas, periodicamente, com os devidos registros no Sistema de Gestão Pedagógica. Nas Regionais, o Coordenador de inspeção será o responsável por alinhar o trabalho dos Inspetores nas escolas. No Órgão Central, o Setor de Coordenação da Gestão Educacional será o responsável por articular as atividades das Regionais, a partir do atendimento aos Coordenadores de Inspeção, por meio digital (e- mail institucional ou contatos telefônicos institucionais) e visitas in loco, conforme cronograma anual. O fluxo de comunicação da estratégia será presencial, de acordo com as instâncias Escola-Regional-Órgão Central, através das reuniões de trabalho, formações presenciais, visitas técnicas e, ainda, por meio virtual através do Ambiente Virtual de Aprendizagem 42 (AVA) no Sistema de Gestão Pedagógica e atendimentos digitais. A estrutura deste atendimento prevê: Visitas dos Inspetores Escolares às escolas atendidas (prioritárias, semanalmente e as demais quinzenalmente); Visitas in loco dos Analistas Educacionais do Órgão Central nas Regionais e/ou Escolas, conforme cronograma em sintonia com a finalização de cada Ciclo do Circuito de Gestão; Visitas in loco dos superintendentes em escolas prioritárias; Atendimentos personalizados por email ou mídias digitais; Orientações Institucionais (Portarias, Resoluções, Orientações, etc); Formação a distância (Gestão Escolar para Resultado de Aprendizagem - GEpRA) e Formações presenciais, conforme cronograma e de acordo com cada etapa do Circuito. A avaliação dos resultados está contemplada no Circuito de Gestão por meio da SMAR – Sistemática de Monitoramento e Avaliação de Resultados, que possui metodologia própria e do monitoramento realizado pelo Órgão Central. A avaliação de Impacto será verificada por meio do monitoramento das variáveis: Movimentação de Inspetores; Monitoramento das Ações Pedagógicas e Circuito de Gestão e Organização de Setores (Núcleos) de Inspeção. Os resultados serão apresentados por meio de Seminário para Superintendentes Regionais, Coordenadores de Inspeção e Diretores Escolares; Divulgação de Boas Práticas e Divulgação do Informativo Jovem de Futuro. A medida definida para a estratégia foi o IDEB Minas, indicador que utiliza os resultados nas avaliações anuais do PROEB e que norteará as ações de melhoria em cada unidade escolar, contribuindo para a aprendizagem dos estudantes medida pelo SAEB/IDEB. 1.3 Gestão Integrada da Educação Avançada O Projeto Gestão Integrada da Educação Avançada – GIDE, é desenvolvido em parceria com a Fundação de Desenvolvimento Gerencial – FDG conforme Acordo de Cooperação Técnica publicado no IOF de 20/08/2019. A GIDE Avançada é um sistema gerencial de solução de problemas e conquista de metas fundamentado no método PDCA (Planejar Executar, Verificar, Atuar). 43 Figura 10 - Fonte: FDG A GIDE também possui um indicador próprio, o IFC/RS – Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social - que mensura o desempenho da escola nos resultados associados ao cumprimento de sua missão, tem foco em resultados e orienta a escola quanto ao estabelecimento de padrões pedagógicos e administrativos de excelência. O IFC/RS é composto por 3 dimensões: resultados, condições ambientais, e ensino-aprendizagem e suas variáveis são expressas por faróis verdes, amarelos e vermelhos que sinalizam onde a escola precisa concentrar seus esforços para melhorar e/ou aperfeiçoar os seus resultados. Figura 11 - Fonte: FDG 44 Para definir o seu IFC/RS a escola deve realizar a coleta dos seus resultados internos e externos (dimensão finalística): permanência, aproveitamento, aprovação e desempenho nas avaliações sistêmicas e identificar os fatores que influenciam negativamente os resultados da escola e que precisam ser trabalhados (dimensão processual). Figura 12 - Fonte: FDG Esse diagnóstico contempla também as informações coletadas pelas escolas nos Itinerários Avaliativos de 2019 e possibilita a identificação de informações relevantes e atualizadas sobre a escola que viabilizam a definição e elaboração de um Projeto Político Pedagógico coerente com sua realidade e, obviamente, o planejamento de um trabalho objetivo e eficiente, fundamentado em fatos e dados. A GIDE objetiva, portanto, unificar e focar os esforços e recursosda escola em objetivos, metas e ações para a melhoria de seus resultados e processos. Para trabalhar a dimensão processual do IFC/RS (Condições Ambientais), a GIDE propõe o desenvolvimento do Programa 5S nas escolas. 45 Figura 13 Este Programa é um instrumento para a formação de hábitos saudáveis de vida entre os professores, estudantes e comunidade e sugere ações de fácil e rápida execução e que trazem resultados imediatos. O programa tem se revelado muito eficaz para o desenvolvimento de um ambiente propício à conquista de bons resultados, pois diminui desperdícios e aumenta a produtividade, estimula o trabalho coletivo, promove hábitos e atitudes saudáveis. Além da transformação do ambiente escolar pela implementação das ações do Programa 5S, as escolas definem as metas para obtenção de melhores resultados e elaboram e implementam Planos de Ação que objetivam o bloqueio das causas fundamentais dos problemas identificados no diagnóstico. A execução dos Planos é acompanhada mensalmente pela equipe gestora da escola, que deve manter as informações essenciais constantemente atualizadas e disponíveis a toda a comunidade escolar, por meio de um Painel de Gestão à Vista. Figura 14 - Painel de Gestão da EE Olímpia Rezende – Belo Horizonte (2011) 46 Ao permitir a divulgação de informações relevantes, metas e resultados alcançados, o Painel de Gestão à Vista estimula a interação entre os sujeitos da escola e a mobilização das equipes na consecução de objetivos comuns, fundamentais a uma gestão democrática, participativa e transparente. As escolas da GIDE são visitadas quinzenalmente pela equipe da Superintendência Regional de Ensino (técnicos da Diretoria Educacional), para acompanhamento da implementação das ações, suporte e orientação no processo de monitoramento dos planos, definição de ações corretivas e socialização das boas práticas), garantindo assim a efetivação de todas as etapas do PDCA. A GIDE é desenvolvida em 257 escolas estaduais que ofertam exclusivamente o ensino fundamental (obrigatoriamente anos finais) distribuídas em 17 Superintendências Regionais de Ensino cuja distância e acesso permitem o desenvolvimento e o monitoramento das ações por parte dos consultores da FDG, de acordo com os termos da parceria. Figura 15 A proposta da GIDE é uma gestão fundamentada em fatos e dados com o foco nos resultados pedagógicos que por sua vez possibilita às escolas a identificação e intervenção assertiva nas causas fundamentais dos seus problemas e permite o aperfeiçoamento de seu processo educativo, a redução das desigualdades existentes em seu ambiente e, por conseguinte, a elevação dos seus indicadores de aprendizagem. 47 1.4 Sistema de Gestão Integrado (SGI) A Secretaria de Estado de Educação, em parceria com a Fundação Pitágoras, desenvolve nas escolas estaduais do município de Brumadinho o Projeto Sistema de Gestão Integrado (SGI), que visa à melhoria do sistema de gestão escolar e ao desenvolvimento das competências socioemocionais dos estudantes. Essa iniciativa objetiva apoiar a comunidade escolar na superação das dificuldades sofridas em razão do desastre provocado pelo rompimento da barragem de rejeitos de minérios da Vale, localizada no Córrego do Feijão, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019. O SGI é um sistema de gestão que orquestra os esforços de sistemas públicos de educação (Secretaria, Escolas e Estudantes) e tem como foco a aprendizagem, a melhoria e a inovação dos processos e práticas de gestão. Ele potencializa e alinha os esforços do aluno e dos profissionais da Secretaria de Educação, escolas e turmas da rede de maneira a constituir um sistema escolar de alto desempenho e fundamenta-se em três conceitos-chaves: Integração, Alinhamento e Desdobramento. Com este sistema, as escolas poderão aperfeiçoar suas práticas pedagógicas e promover oportunidades educacionais que visam ao desenvolvimento integral dos estudantes e, consequentemente, ampliar os níveis de proficiência em língua portuguesa e matemática dos estudantes nas avaliações externas e internas, bem como reduzir o percentual de estudantes nos padrões/níveis mais baixos de proficiência. Assim, a parceria envolve a realização de uma formação em Gestão Educacional pela Fundação Pitágoras para as lideranças das escolas de Brumadinho e equipes da SEE e a implementação de ações que promovem o desenvolvimento de competências socioemocionais para estudantes e profissionais da educação, para que elas se transformem em sistemas de alto desempenho, capazes de produzir, regular e consistentemente obter resultados superiores e também promover a mudança comportamental dos adolescentes para que desenvolvam as competências emocionais e sejam protagonistas de suas próprias vidas e da transformação da sociedade. No início da formação a equipe da SEE definiu suas Diretrizes Estratégicas, estabelecendo metas a serem desdobradas por todos, da própria Secretaria de 48 Educação ao Aluno, indicando medidas para todas as metas, que são usadas para monitorar o progresso e, finalmente, definindo suas principais estratégias, ou linhas de ação. Essa cadeia de definição coletiva de diretrizes estratégicas faz com que o trabalho da SEE seja Integrado e alinhado com o das Escolas; o da Escola com os de suas Classes; o da Classe com o de cada Aluno, em prol de melhores resultados na aprendizagem. 1.5 Formação de Gestores Escolares Esta formação foi uma iniciativa da Secretaria da Educação do Estado de Minas Gerais para todos os gestores escolares que tomaram posse no ano de 2019. O curso é constituído por três módulos, trabalhados em modalidade EaD, que abordaram os seguintes temas: Módulo II – Gestão Pedagógica Unidade 1 Gestão Pedagógica para uma Educação Integral e Inclusiva Unidade 2 Informações Educacionais e Gestão da Educação Unidade 3 Organização e Funcionamento Escolar Unidade 4 Garantia do Direito a Aprendizagem Unidade 5 Planejamento Estratégico na Instituição Escolar e Gestão Tecnológica Educacional Tabela 3 Módulo I – Gestão Administrativa e Financeira da Caixa Escolar Unidade 1 Introdução: Definições, identificação dos Atores envolvidos e do seu papel na Gestão da Caixa Escolar Unidade 2 Processo de compra e/ou contratação de serviço Unidade 3 Utilização dos recurso financeiros da caixa escolar Unidade 4 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e suas ações agregadas Unidade 5 Prestação de Contas e recursos recebidos pela Caixa Escolar Tabela 2 Módulo III – Gestão de Pessoas Unidade 1 Liderança e Gestão de Pessoas Unidade 2 Situação Funcional Unidade 3 Quadro de Pessoal Unidade 4 Concessões e Afastamentos Unidade 5 Processo Funcional / Aposentadoria Tabela 4 49 Cada módulo é trabalhado em 34 dias corridos e todos os diretores e vice-diretores de todas as escolas participaram da formação. 2. Ações de Aprendizagem 2.1 Reforço Escolar A ação estratégica Reforço Escolar visa garantir oportunidades de aprendizagem a todos os estudantes que apresentaram dificuldades em Língua Portuguesa e Matemática no decorrer do 1º semestre letivo, evitando assim a repetência escolar e a evasão. O reforço escolar tem seu enfoque em potencializar as aprendizagens e consolidar habilidades básicas para o desenvolvimento de competências em Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes da rede pública estadual de ensino matriculados do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º ano do Ensino Médio. Para tanto o reforço escolar trabalha buscando: Identificar nos estudantes o nível de domínio de habilidades específicas que estão em defasagem para a retomada do trabalho e consolidação da apropriação do Sistema de Escrita Alfabética. Desenvolver atividades de recuperação e ou aprofundamento em Matemática e Língua Portuguesa. Ampliar as oportunidades