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Disciplina: Clínica em Neurologia Profa.: Maria Josiane da Silva Santos josianesilva@unicatolicaquixada.edu.br 2017 é o processo através do qual a criança adquire padrões de movimentos e habilidades, sendo este um processo contínuo de modificações que envolvem a interação de vários fatores, tais como, maturação neuromuscular, crescimento físico e características do comportamento da criança, tempo de crescimento, maturação biológica e desenvolvimento comportamental, os efeitos residuais de experiências prévias do movimento e as novas experiências de movimento. (MALINA, 2004) No processo de desenvolvimento motor é possível observar desde o nascimento que a criança apresenta algumas pequenas movimentações, denominados movimentos reflexos Geralmente se originam de estímulos diversos provenientes do meio externo (som, luz, toque ou posição do corpo) Reflexos: reações não aprendidas, inatos e involuntários, de uma parte do corpo a um estímulo externo. Os primeiros movimentos que o feto faz são classificados como reflexos, movimentos involuntários controlados subcorticalmente Possivelmente venham a formar a base para as fases seguintes do desenvolvimento motor. GALLAHUE; OZMUN (2001), HARROW (1983) E GABBARD (2008) Reflexos simples: mediados ao nível da medula espinhal Reflexos complexos: exigem a integração dos centros do tronco cerebral, os labirintos, e outros centros nervosos em desenvolvimento. os comportamentos de sucção, o giro da cabeça, contração muscular rápida, preensão e caminhada - alguns reflexos da criança. Durante os quatro últimos meses dentro do útero até aproximadamente o quarto mês da vida pós-natal, os reflexos e estereótipos dos bebês são a forma dominante do movimento humano. Não tem como precisar o fim da fase de reflexo/reflexiva Existe uma tendência sobre o início e o fim dos movimentos reflexos. Início: período pré-natal Dificuldade em estudar os movimentos reflexos da criança está na variabilidade na qual eles aparecem e desaparecem. 3/4 meses: É quando o comando subcortical dos movimentos do bebê começa a ser substituído por atividade motora voluntária gerenciada pelo córtex, agora mais desenvolvido. Isto quer dizer que: neste momento o bebe começa a ganhar controle sobre seus movimentos através de sua nova habilidade de processar informações, ao passo que a reação instintiva a estímulos vai sendo paulatinamente superada. Os reflexos foram divididos em: Reflexos Primitivos (Moro, busca, sucção, palmar-mental, palmar-mandibular, preensão plantar, Babisnki, preensão plantar e firmeza do pescoço) Reflexos Posturais (corretivo labiríntico, corretivo visual, levantamento dos braços, amortecimento e apoio, corretivo do pescoço, corretivo do corpo, engatinhar, nadar e caminhar). Reflexos primitivos: Estão intimamente associados à obtenção de alimento e à proteção do bebê. Aparecem primeiramente na vida fetal e persistem por todo o primeiro ano de vida. Reflexos posturais: fazem lembrar e podem ser associados aos movimentos voluntários posteriores. automaticamente fornecem para um indivíduo a manutenção de uma posição ereta em relação ao seu ambiente. Encontrados em todos os bebês normais, nos primeiros anos de vida pós-natal, e podem, em alguns casos, persistir no decorrer do primeiro ano. Para Malina (2002) os reflexos primitivos são bem desenvolvidos entre o nascimento e os primeiros três meses de vida e, após este período há um declínio em sua intensidade, porém os reflexos posturais começam a surgir por volta dos três meses de idade e a intensidade das respostas aumenta no decorrer da primeira infância. Este entendimento sugere que enquanto os reflexos primitivos vão gradativamente desaparecendo, os reflexos posturais vão sendo mais evidenciados. Disciplina: Clínica em Neurologia Profa.: Maria Josiane da Silva Santos josianesilva@unicatolicaquixada.edu.br 2017 1. Reflexo de direcionamento ou busca 2. Reflexo de sucção 3. Preensão palmar 4. Preensão plantar 5. Reflexo de Babinsk 6. Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA) 7. Reflexo de Moro 8. Reflexo de colocação 9. Reflexo de Marcha 10. Reflexo de Galant 11. Reação Cervical de Retificação 12. Reação Labiríntica de Retificação 13. Reflexo de Landau 14. Reflexo de pára-quedas 1. Reflexo de direcionamento (Busca) Esfregar a bochecha da criança na proximidade da boca: Resposta: movimenta a cabeça para o lado estimulado e abre a boca Período: nascimento a 3/4 meses 2. Reflexo de Sucção: Tocar nos lábios do bebê com o dedo mínimo. Resposta: o bebê suga Período: nascimento a 10/ 12 meses Obs.: Importante para a amamentação 3. Preensão palmar: Bebê com a cabeça em linha média – colocar o dedo indicador no lado ulnar da mão do bebê. Resposta: o bebê faz preensão firme dos dedos do terapeuta Período: nascimento – forte até 1/ 2 meses e desaparece aos 3/ 4 meses Ausente: Lesões cerebelares, musculares e nervosa. 4. Preensão plantar: Estimulo descendente na região plantar do bêbe Resposta: faz preensão firme dos dedos do terapeuta Período: não é bem definido (até 12 meses) 5. Reflexo de Babinsk: Passar o dedo em sentido ascendente na borda lateral do pé do bebê Resposta: abertura dos dedos em leque (Babinsk positivo) Período: primeiros meses (pode ou não estar presente) Se persistir após os 2 anos é indicativo de lesões do trato piramidal 6. Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA): Bebê em decúbito Dorsal (supino), relaxado ou dormindo, virar a cabeça para um lado Resposta: extensão do braço e perna do mesmo lado e flexão do braço e perna do lado oposto (posição do esgrimista, arqueiro, duelo) Período: 2/ 3 meses a 4/ 6 meses Se persistir após os 2 anos é indicativo de lesões do trato piramidal 7. Reflexo de Moro: Ruído alto ou apoiando as costas do bebê (posição semi-sentada) e abaixando rapidamente a cabeça Resposta: abdução e extensão simétricas dos braços e pernas, dedos abrem-se em leque e indicador e polegar em C, após trás os braços e pernas para “dentro” em adução. Período: Nasc a 1/ 4 meses Ausência ou persistência após 5 meses lesão do SNC Ausência em um braço: fratura de úmero, clavícula, lesão nervo braquial Ausência em 1 perna: lesão de medula espinhal,luxação de quadril 8. Reflexo de Colocação: O bebê é segurado ereto sob os braços (região axilar) próximo de local plano (mesa). A região do antepé é toca a mesa. Resposta: Realiza flexão de quadril e joelho e com o outro membro faz extensão do quadril para colocar os pés na mesa Período: 4 dias após o nascimento Obs.: único reflexo com integração cortical 9. Reflexo de Marcha ou Reflexo positivo de apoio: O bebê é segurado ereto sob os braços (região axilar) próximo de local plano (mesa) o corpo ligeiramente inclinado para frente. Os pés tocando a superfície Resposta: Passos alternados, como se quisesse andar) Período: Desaparece antes da deambulação voluntária 10. Reflexo de Galant: O bebê em prono ou suspenso de barriga para baixo. Faz- se um estímulo paralelamente a coluna vertebral até a crista ilíaca Resposta: Flexiona lateralmente o tronco em direção ao estímulo Período: nascimento a 2 meses 11. Reação Cervical de Retificação: Bebê em supino, sua cabeça é girada para um lado Resposta: o tronco acompanha e o bebê vira-se todo para o lado. Período: nascimento a 4 meses. A persistência dessa reação (mover-se em bloco), impede uma rotação entre cabeça e tronco. Está presente na PC. 12. Reação Labirintica de Retificação: Reação de adaptação da cabeça em relação ao tronco em diversas posturas quando em processo de evolução postural Resposta: 5 a 6 meses: ergue a cabeça quando percebe ajuda ao sentar. Queda de cabeça acentuada, presente em lesões cerebrais. 13. Reflexo de Landau: Bebê suspenso ventralmente pelo abdomem. È realizadaflexão da cabeça, flexão do tronco e pernas. Resposta: Solta a cabeça da flexão. 4 a 5 meses: extensão de cabeça e tronco. 6 a 8 meses: Extensão dos MMII 14. Reflexo de Paraquedas: Bebê suspenso ventralmente pelo abdomem,o terapeuta baixa-o em direção ao solo. Resposta: Estende braços e mãos em direção ao solo (mecanismo de proteção) Está presente a partir dos 6 meses. TECKLIN, J. S. Fisioterapia Pediátrica. 3 ed., Porto Alegre: Artmed, 2002. SHEPERD, R. B. Fisioterapia em Pediatria. 3. ed. São Paulo. Editora: Santos, 2002. SANTOS, A.V. O desenvolvimento psicomotor normal da criança. Revista Fsiobrasil , ano 11,edição nº 81, jan/fev, 2007.
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