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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS CAMPUS TIMÓTEO DEPARTAMENTO DE METALURGIA E QUÍMICA CURSO TÉCNICO DE QUÍMICA Letícia Alves Lara Lívia Nantes de Souza Processo de Polpação da Madeira Timóteo 2021 Polpação pode ser entendido como todo o processo de conversão de matérias-primas, madeiras e não-madeiras, em um aglomerado de fibras na forma de polpa, dissolvido em uma solução aquosa. Geralmente assume a forma de uma massa ou pasta, tratada e transportada e diferentes consistências durante o processo de fabricação. Também assume este nome o processo de conversão de resíduos de papéis (aparas) em fibras individuais na forma de massa, que se dá no pulper. Há distintos processos de polpação desenvolvidos ao longo da história para obtenção de fibras celulósicas. Cada processo produz um resultado específico de fibra, e não são excludentes entre si. Ou seja, a fibra produzida por um processo de polpação mecânico terá diferentes propriedades daquelas produzidas por um processo químico ou semiquímico, e vice-versa. Geralmente não há um processo melhor ou pior, mas aquele que resultará nas melhores qualidades de fibra exigida por determinado papel, e que atenda critérios econômicos. O processo mecânico Conhecido como polpação mecânica ou pasta mecânica, é um processo de individualização das fibras através de ação primariamente mecânica. No passado era muito comum a utilização de pedras ou moinhos, porém que foram sendo substituídos por refinadores de alta consistência. Os refinadores são máquinas de discos simples ou discos duplos, que ao converterem a energia elétrica em mecânica, transferem para a matéria-prima, resultando na individualização e tratamento das fibras. Há diversidade dentro do processo de polpação mecânica por refinamento. Muitos processos são conhecidos por siglas originadas na língua inglesa como: RMP: refiner mechanical pulping; CRMP: chemi-refiner mechanical pulping; TMP: thermomechanical pulping; CTMP: chemi-thermomechanical pulping. São também conhecidos como processos de alto rendimento. Isto porque a madeira é composta de lignina, carboidratos e extrativos, e a porção de cada componente varia muito entre espécies, e também dentro da mesma espécie. Os processos mecânicos processam a maior parte da madeira, sem fazer distinção de seus componentes. Assim, geralmente 90 - 96% de tudo que entra é convertido em polpa celulósica. As plantas de polpação mecânica são mais compactas, simples e possuem níveis de produção menores, se comparadas aos processos totalmente químicos. Por outro lado, são altos consumidores de energia, atingindo valores acima de 2.000 kWh/ton de polpa produzida. As fibras resultados deste processo possuem alto volume específico (bulk), boa opacidade e rigidez, e custo baixo/mediano de produção. Por isso são adequadas à produção de papéis de imprensa (jornal), embalagens (miolo de cartões e embalagens de líquidos) e outros especiais. O processo químico Este tem sido de longe o processo mais popularizado para a produção de fibras celulósicas. Desde a patente do processo kraft, que envolve o ciclo de recuperação dos químicos utilizados no processo de polpação, aproximadamente 150 milhões de toneladas são produzidas anualmente em todo o mundo. Os Estados Unidos produz aproximadamente 1/3 de toda a produção mundial, e o Brasil é o maior produtor de celulose de fibra curta branqueada do mundo, com aproximadamente 16 milhões de toneladas por ano. O processo kraft é o mais importante processo alcalino de polpação O agente principal é o hidróxido de sódio, porém no kraft é adicionado Na2S como outro agente deslignificante. Sua operação funciona da seguinte maneira: químicos e cavacos de madeira são carregados em um digestor, com temperaturas que se elevam a 170°C e lá cozinham de 2 a 4 horas, dependendo da quantidade de lignina a ser removida. A polpa e licor negro são expelidos do digestor no final do cozimento e esse licor negro consiste em uma mistura de químicos utilizados, lignina dissolvida e carboidratos. São utilizados dois tipos de equipamentos: os digestores contínuos e os digestores por batelada (Batch). Entramos agora na fase de recuperação química, onde cada tonelada de polpa produzida tem-se de 9000 a 15000 litros de licor negro que, como dito, contem material orgânico – componentes da madeira que foram dissolvidos- e material inorgânico – químicos do cozimento na forma inativa. Então, por razões economicas e ambientais, o licor negro precisa ser recuperado, daí vem o sistema de recuperação quimica , que têm como objetivos: queimar material orgânico para gerar energia e converter material inorgânico inativo em material de cozimento ativo. O licor negro é retirado da polpa em sistemas de lavagem de polpa marrom, este licor fraco é engrossado pela retirada de água em sistemas de evaporação e o resultante, chamado de forte, é então queimado em caldeira, chamada de caldeira de recuperação. Na caldeira, o calor gerado pela incineração do licor negro forte é usado para produzir vapor super aquecido, este vapor é utilizado na polpação (cozimento) e na fabricação do papel e ainda para produzir energia elétrica. A fibra tem excelentes propriedades físicas, são mais preservadas, longas e flexíveis. Podem produzir papéis com bom acabamento superficial e resistentes. São amplamente utilizadas na fabricação de papéis de imprimir e escrever, tissue, capa e base de cartões, couché e outros especiais. O processo semiquímico Este processo considera a combinação da ação mecânica com uma grande quantidade de aditivos químicos. O mais conhecido é o NSSC - Neutral Sulfite Semi Chemical. Produz um tipo de polpa não branqueada, com um rendimento ao redor de 75 - 80%. A matéria-prima mais comum são cavacos de eucalipto utilizados para a produção de papelão corrugado médio (fluting). Os cavacos são impregnados com sulfeto e carbonato de sódio em pH neutro, cozidos por aproximadamente 30 minutos a 170 - 180 C. Após isto são desfibrados em um refinador pressurizado, lavados e refinados novamente para obter a melhor combinação entre resistência e rigidez. A energia específica aplicada na refinação é ao redor de 200 kWh/t, e os químicos utilizados são regenerados a partir de um licor negro na planta de recuperação. Em um processo parecido geralmente também se processam as fibras não-madeira, como bambu e bagaço de cana. Abaixo a figura de um sistema de cozimento típico destas matérias-primas. As vantagens comparativas do processo NSSC são: o alto rendimento, baixo consumo de produtos químicos a um determinado teor de lignina residual, factível em pequena escala. E as desvantagens seriam: o licor de saída (após a polpação) do processo NSSC não é utilizável para geração de calor, pois contém baixo teor de matéria orgânica e a dificuldade básica de recuperar sulfito é a oxidação de sulfeto a sulfito sem gerar tiosulfato que é conhecido por causar problemas de corrosão. Desta forma, podemos observar que os processos de produção de celulose estão em constante evolução. Graças à versatilidade da madeira, que fornece tantos produtos vitais à sobrevivência humana, a indústria de celulose e papel tem sido exigida a se reinventar de tempos em tempos. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de polpa proveniente de madeira (wood pulp), é líder em exportação de wood pulp, é o maior produtor mundial de celulose de fibra curta branqueada e é o segundo país mais competitivo. A implantação dos projetos de expansão da produção de polpa celulósica conforme previsto, poderá levar o Brasil ao segundo lugar no ranking mundial dos produtores de celulose. A demanda mundial de polpa branqueada de fibra curta de mercado cresceu no período analisado, em grande parte pela demanda da China, que atualmente ocupa a oitava posição no ranking de produtores de polpa celulósica de madeira wood pulp. Destaca-se que a China é um grande produtor mundial de polpa celulósica obtida a partir de não madeiras (non-wood pulp). E as maiores empresas brasileiras de celulose de mercado (Fibria CeluloseS.A. e Suzano Papel e Celulose S.A.) representam 56,2% da produção brasileira de celulose (market share) e 12,4% da produção mundial de polpa de mercado (market pulp). Fontes https://www.docsity.com/pt/powerpoint-o-que-e-polpacao/4710180/#:~:text=N%C3%BAmero %20de%20p%C3%A1ginas-,Polpa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%2 0pelo%20qual%20a%20madeira%20%C3%A9%20reduzida,Mecanicamente%3B%20Quimi camente%3B%20Existem%20tamb%C3%A9m%20h%C3%ADbridos http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Quimica%20de%20Biomassa%202/aula%2005%20proc essos%20de%20polpacao%20(info%20geral%20e%20polp%20mecanica).pdf http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Tecnologia%20de%20convers%C3%A3o%20de%20bio massa/aula%203%20polpacao%20semi%20quimica%20e%20kraft.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-50982016000401281 https://www.docsity.com/pt/powerpoint-o-que-e-polpacao/4710180/#:~:text=N%C3%BAmero%20de%20p%C3%A1ginas-,Polpa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%20pelo%20qual%20a%20madeira%20%C3%A9%20reduzida,Mecanicamente%3B%20Quimicamente%3B%20Existem%20tamb%C3%A9m%20h%C3%ADbridos https://www.docsity.com/pt/powerpoint-o-que-e-polpacao/4710180/#:~:text=N%C3%BAmero%20de%20p%C3%A1ginas-,Polpa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%20pelo%20qual%20a%20madeira%20%C3%A9%20reduzida,Mecanicamente%3B%20Quimicamente%3B%20Existem%20tamb%C3%A9m%20h%C3%ADbridos https://www.docsity.com/pt/powerpoint-o-que-e-polpacao/4710180/#:~:text=N%C3%BAmero%20de%20p%C3%A1ginas-,Polpa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%20pelo%20qual%20a%20madeira%20%C3%A9%20reduzida,Mecanicamente%3B%20Quimicamente%3B%20Existem%20tamb%C3%A9m%20h%C3%ADbridos https://www.docsity.com/pt/powerpoint-o-que-e-polpacao/4710180/#:~:text=N%C3%BAmero%20de%20p%C3%A1ginas-,Polpa%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9%20o%20processo%20pelo%20qual%20a%20madeira%20%C3%A9%20reduzida,Mecanicamente%3B%20Quimicamente%3B%20Existem%20tamb%C3%A9m%20h%C3%ADbridos http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Quimica%20de%20Biomassa%202/aula%2005%20processos%20de%20polpacao%20(info%20geral%20e%20polp%20mecanica).pdf http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Quimica%20de%20Biomassa%202/aula%2005%20processos%20de%20polpacao%20(info%20geral%20e%20polp%20mecanica).pdf http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Tecnologia%20de%20convers%C3%A3o%20de%20biomassa/aula%203%20polpacao%20semi%20quimica%20e%20kraft.pdf http://www.debiq.eel.usp.br/aferraz/Tecnologia%20de%20convers%C3%A3o%20de%20biomassa/aula%203%20polpacao%20semi%20quimica%20e%20kraft.pdf https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-50982016000401281
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