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1 2 SUMÁRIO ESCOLA INCLUSIVA ....................................................................................................... 3 AFETIVIDADE ................................................................................................................... 9 DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL ............................ 12 COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL ............................................................. 20 DICAS DE COMUNICAÇÃO .......................................................................................... 23 DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO MOTOR ................................................................. 27 BRINQUEDODECA ........................................................................................................ 29 JOGOS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL ....................................................................... 33 ATIVIDADES PARA O ALUNO COM AUTISMO .......................................................... 39 ATIVIDADES PARA O ALUNO COM TDAH ................................................................. 46 BRINCADEIRAS LÚDICAS PARA O ALUNO SURDO ................................................ 49 BRINCADEIRAS LÚDICAS COM MÚSICAS ................................................................ 53 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL .................................................................. 59 TECNOLOGIAS QUE AUXILIAM NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL ............................................................................................................................ 62 TECNOLOGIAS QUE AUXILIAM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA .............. 64 TECNOLOGIAS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MOTORA ............................... 65 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL .......................................... 66 3 ESCOLA INCLUSIVA A escola inclusiva garante a permanência de todos os alunos dentro do sistema educativo e possibilita maiores e melhores educação, inclusão e contenção social. Se privilegiamos a escola como a instituição social por excelência, onde transcorre a vida infantil, é indispensável construir uma escola inclusiva, pluralista, em que a diversidade seja concebida como um valor humano e reconhecida como um valor educativo que preencha as aulas e se manifeste através das diferenças étnicas, religiosas, linguísticas, cognitivas, sociais, culturais, subjetivas, etc., existentes em todo grupo escolar. Os processos de inclusão educacional se compreendem dentro de um projeto transcendente, que é a construção de uma cultura inclusiva. A escola tradicional se guia por um projeto monocultural, homogeneizante, que contempla um determinado perfil de alunos que, supõe-se, aprendem da mesma maneira, em um mesmo tempo e espaço, e com os mesmos métodos e recursos, mantendo fora de sua proposta quem não responde a esse modelo. A escola inclusiva se projeta para o futuro, convocada por uma visão ampla, democrática e plural, que supõe o reconhecimento da diversidade como traço primordial do cenário escolar e a considera um valor educativo. Esse projeto abre suas portas a todos e todas, sem distinção alguma, sob o abrigo de um currículo comum adaptável e passível de revisão segundo as circunstâncias, priorizando que existem tantas formas de aprender como alunos. A inclusão de alunos com deficiência na escola regular é um aspecto a mais a se levar em conta dentro do projeto de atenção à diversidade. O compromisso paulatino de instituições educativas convocadas para o desafio da Inclusão Educacional permite que muitos alunos com dificuldades motoras, perceptivas, de linguagem ou de estruturação subjetiva e/ou cognitiva, incluídos na ampla categoria da deficiência, hoje possam cursar sua educação em aulas regulares, o que representa um enriquecimento para toda a comunidade educativa. Para poder capturar a inclusão educacional de um aluno com necessidade de 4 atendimento educacional especializado no seio de uma escola regular, faz-se indispensável a reflexão institucional acerca dos pressupostos básicos sobre os quais se estabelece o projeto educativo institucional e, consequentemente, a proposta curricular, já que o tema da diferença tem sido um eterno ausente da escola tradicional, assim como de outros âmbitos socioculturais. Nesse cenário, a diferença é considerada um déficit e o diagnóstico responde ao paradigma médico, que deixa o aluno fora da proposta homogeneizante. Alunos com Necessidades Educacionais Especiais A expressão: “alunos com necessidades educacionais especiais” merece uma consideração particular. Nota-se que o adjetivo “especiais” qualifica as necessidades educativas e não os alunos. Apesar disso, mais de uma vez se comete o erro de fazer recair a qualidade de especiais sobre as crianças e jovens. Equivoca-se, assim, a quem se qualifica de especial, já que, no lugar de se aplicar sobre as necessidades particulares para aprender, sobressai às crianças ou jovens. As necessidades educativas representam uma condição, mas nunca se pode pensar nelas como a essência do aprendiz. Uma criança ou jovem é muito além da deficiência, de suas necessidades educativas e de seus modos particulares de aprender. Inovando das adequações curriculares à diversificação curricular A adequação curricular privilegia as potencialidades do sujeito, acima de suas dificuldades, e lhe permite sustentar-se como aluno regular dentro do sistema educativo. Adaptar uma proposta curricular não é desprestigiá-la, empobrecê-la, nem torná-la fácil, mas, totalmente ao contrário, supõe uma clara ideia de articular o currículo ao estudante, para favorecer a construção do conhecimento. Diversificar a proposta educativa é avançar para uma proposta melhor, direcionada para a escola inclusiva. A diversificação curricular pretende trabalhar tanto a partir do heterogêneo, como a partir do comum e compartilhado que se encontra em todo território didático, privilegiando sempre o valor educativo do diverso. Diversificar é singularizar, dentro do contextual e plural. Uma maior diversificação curricular, que contempla as variações do alunado, vincula-se diretamente a uma menor necessidade de adequações curriculares. 5 É arriscado enumerar adaptações possíveis que se possam fazer numa sala regular onde está matriculado um estudante com necessidades educacionais, com ou sem deficiência, já que as mesmas variam segundo as necessidades de cada caso em particular. Muitas das estratégias são simples, econômicas, práticas, engenhosas e surgiram ao se refletir sobre o que necessita e deseja cada sujeito da aprendizagem para poder pertencer ao mundo escolar. As adequações pretendem articular a estrutura montada e configurada de antemão a partir do sistema educativo tradicional para a população escolar em geral com as necessidades pontuais de um sujeito em particular. Impõem-se, então, formas não- tradicionais de produção pedagógica. Adequações de acesso ao currículo Mapear a acessibilidade do espaço escolar: suavizar as barreiras urbanas e de transporte, transformar a escola em um lugar acessível para pessoas com alguma deficiência motora, às crianças pequenas, bebês em carrinhos, grávidas, pessoas idosas, fornecedores etc. Nem todas as escolas contam com o equipamento necessário para o desafio colocado, mas se pode ir arrumando artesanalmente. Por exemplo: suportes, latas simples, coladas às carteiras, ou hastes de madeira fincadas nos contornos das mesas para evitar a queda dos materiais, rampas de madeira, incorporar às carteiras suportes para escrever no lado esquerdo, destinados às pessoas canhotas, elevar ou rebaixar mesas, cadeiras, quadros negros etc. 6 Adaptar os materiais escolares: diversificar os instrumentos de escrita:lápis, canetas, giz, marcadores, letras móveis, processadores de texto, etc. Se o uso do lápis ou lapiseira for difícil, pode-se embuti-lo em um cilindro de madeira para facilitar sua preensão ou recobri-lo com borracha ou toalha para que não escorregue. Diversificar os portadores de texto: o caderno comum pode ser substituído por um de tamanho ofício ou por folhas soltas, maiores e mais grossas, por quadros negros individuais, cartilhas, monitores. Material impresso onde o aluno marca ou assinala a resposta. E se não se pode escrever, trabalha-se de forma oral ou no monitor de um computador. Oferecer diversas formas de expressão: quando a proposta do trabalho em escrita se tornar excessiva, pode-se privilegiar outro sistema de representação comunicacional: o que não se pode escrever, se pode dizer, desenhar ou expressar através de um esquema. Ampliar as fotocópias e material impresso: tornando-o mais acessível. Modificar os grupos: trabalhar em roda, semicírculo, em pequenos grupos, na sala, no pátio, na cozinha, na oficina, na praça, na rua, etc. Adequações curriculares específicas As adequações específicas pretendem articular a proposta curricular com o sujeito que for aprender, incluindo recursos, métodos, estratégias e intervenções às quais se recorre tanto para ensinar como para avaliar. 7 Não é, então, a criança que se adapta ou se submete ao currículo, mas se trata de buscar um planejamento a serviço do aprendiz. Essa proposta só é possível se considerar a heterogeneidade da população educativa. Selecionar conteúdos pontuais que se considerem apropriados para o aprendiz: trabalhar temas delimitados, um de cada vez, favorecendo as vinculações e generalizações que se podem estabelecer posteriormente. Oferecer enlaces evocativos: se as dificuldades linguísticas ou evocativas são relevantes, apresenta-se a necessidade de contextualizar cada atividade pedagógica, para que o aluno possa estabelecer os enlaces associativos adequados. Apoiar a produção do pensamento matemático: apresentar as situações problemáticas em textos simples que organizam sequencialmente a ação, preferencialmente com uma das operações combinadas. Construir gráficos para a situação problemática como forma de representar concretamente os momentos sucessivos do enunciado e poder estabelecer a operação adequada. Sequenciar os passos lógicos do problema matemático, a representação icônica permite lembrar aquilo que se esvai pela precariedade da memória. 8 Oferecer ajuda na compreensão da leitura e em estabelecer adequadamente os enlaces intertextuais: adequar os textos às possibilidades de leitura do estudante. Facilitar o emprego de sinais ou esquemas para avançar na leitura. Considerar a leitura antecipada: entregar antecipadamente ao aluno com Necessidades Educativas Especiais o texto (conto, notícia, etc.) sobre o qual trabalharão no próximo dia. Propor uma leitura prévia, apoiada, sem apressamentos. Considerar apoio compreensivo nas matérias de estudo: dar suporte à interpretação de textos e à abordagem da bibliografia de pesquisa. Ajudar a estabelecer relações, consequências e vinculações conceituais que requeiram maior abstração. Hierarquizar a modalidade de trabalho mais conveniente a cada estudante: oral sobre a forma escrita ou limitar a produção grafomotora, se esse é um sintoma importante. Adequar às avaliações: fracionar o tempo, tomá-las de forma parcial, solicitando diferentes conteúdos em duas ou três vezes sucessivas e alternando a expressão escrita com a oral e gráfica. Um novo olhar para a flexibilização O tema das adequações curriculares incumbe a todas as atividades que transcorrem no âmbito educativo e se torna extensivo à todas as matérias, tecnologias, música, desenho, artes, educação física, etc. Só se pode pensar em uma escola inclusiva, que possa trabalhar e desenvolver-se na diversidade de seu alunado, se considerar a diversidade como valor humano e educativo e se nos comprometermos em articular cada sujeito com o mundo do saber. Na maioria das vezes, não são as barreiras arquitetônicas ou de comunicação as que condicionam a inclusão educativa de um estudante com necessidades educativas 9 especiais na escola regular, mas as barreiras ideológicas e pedagógicas que se encontram na comunidade. AFETIVIDADE As demonstrações de carinho, cuidado e respeito entre professores, crianças e seus pares são fundamentais para o desenvolvimento pleno dos sujeitos. Os adultos ficam ansiosos para as crianças começarem a falar, andar, comer alimentos sólidos, brincar com outras crianças, ir para a escola e ali aprender milhares de coisas, por exemplo. Mas antes disso tudo acontecer, as crianças já estão descobrindo e aprendendo a lidar com diversos sentimentos e emoções. Pensando nisso, o professor não pode ignorar que seus educandos, assim como ele, são seres que quando tratados com afeto têm mais chance de se desenvolverem emocional e intelectualmente. A primeira infância, de 0 a 5 anos, é o período em que os seres humanos constroem suas bases cognitiva, emocional, motora, social e ética. Quando ainda não sabem utilizar a linguagem oral, as crianças fazem uso principalmente da emoção para se comunicar com o mundo, através do choro e sorriso, por exemplo. Ao adquirir a fala, as crianças ganham mais um meio de expressar o que sentem e começam a se relacionar com o mundo de outra forma. O desenvolvimento intelectual pode ser dividido em dois componentes: o cognitivo e o afetivo, que caminham juntos. Toda ação e pensamento são ações cognitivas, representadas pelas estruturas mentais, e afetivas, representadas por uma estrutura energética, que é a afetividade. Quando a relação afetiva entre o professor e sua turma é positiva, as crianças desenvolvem melhor sua memória, autoestima, vontade e pensamento. Esses aspectos influenciam o desenvolvimento cognitivo, pois é preciso ter vontade, estar confortável e feliz no ambiente escolar para de fato querer estudar. Não há aprendizado sem afetividade. Demonstrando afetividade Há quem acredite que para ser afetivo é preciso abraçar e beijar os alunos. Algumas crianças chegam a passar 12 horas por dia na escola. Ficar todo esse tempo sem receber um abraço não é bom, mas essa não é a única forma de demonstrar afeto. 10 Promover uma roda de conversa no início da aula e ouvir com atenção os alunos contarem o que fizeram em casa, sentar ao lado deles enquanto desenham e perguntar a respeito, contar uma história enquanto troca a fralda, acompanhar as brincadeiras e observar o que estão falando entre si são formas pelas quais o professor pode demonstrar carinho, atenção e cuidado pela sua turma. A relação afetiva com a criança não tem momento certo. Ela vai acontecer durante toda a rotina, em todos os momentos, na observação, na atenção dada ao que a criança diz e no respondê-la bem. Limites do afeto com a criança (pensando na família) É importante lembrar que por mais que o vínculo afetivo entre educadores e educandos seja essencial, ele deve estar centrado na aprendizagem. A criança precisa entender que estar com seu professor não é como estar com sua mãe, seu pai, irmãos ou tios, o elo precisa ser desenvolvido entre eles. O professor respeita a criança, leva desafios adequados para sua faixa etária, não impõe disciplina pelo medo, proporciona momentos agradáveis em sala de aula e ensina coisas interessantes. No que diz respeito a contatos físicos, o limite é em relação ao respeito à criança, e na abertura que ela dá ao professor ou não. Há crianças que são mais afetivas, chegam na escola e já correm para abraçar o professor. Outras não gostam disso, ficam bravas e até esfregam o rosto depois de receber um beijo. É preciso observar e respeitar cada comportamento ecriar diferentes modos de demonstrar que se importa com cada um. Algumas famílias têm modos diferentes de expressar sentimentos e essa questão também deve ser levada em conta pela escola. 11 Desenvolvimento emocional, social e intelectual As relações construídas na escola ajudam a criança a se desenvolver emocional, social e até mesmo intelectualmente, uma vez que crianças também podem ensinar muito umas às outras, além de se sentirem seguras e gostarem de frequentar a escola. Entretanto, assim como acontece entre os adultos, a relação entre elas nem sempre é harmoniosa. O simples fato de estar na escola já exige muitas habilidades socioemocionais: aprender a dividir a atenção, saber que ninguém é protagonista, esperar a sua vez, dividir brinquedos, controlar o quanto e o que se fala. Nem sempre isso se aprende em casa e a escola é lugar legítimo de desenvolver esse convívio. A primeira referência do professor deve ser o grupo: aprender como lidar com aquela turma e os sentimentos gerais, organizar rodas de conversa para que todos possam expressar o que sentem, identificar conflitos, observar o vocabulário utilizado entre os alunos e incentivar o diálogo, a empatia e a cooperação entre todos. Em alguns casos, é preciso partir para o individual e chamar alguma criança para conversar em particular, independentemente da idade. Quando a criança está com dificuldades para se relacionar com seus pares, ela pode criar diferentes estratégias para mostrar isso: se isola, não participa, chama atenção pelo comportamento indisciplinado ou vira o „palhaço‟ da turma para se fazer presente. O professor precisa mostrar que percebeu o que está acontecendo e que está preocupado com a criança. Geralmente, a conversa com a criança e com a turma resolve a questão, mas quando isso não acontece é preciso procurar a família, que é aliada da escola no desenvolvimento afetivo e social das crianças. Sentimentos podem ajudar ou atrapalhar desenvolvimento Nem todos os cursos de pedagogia e licenciatura têm disciplinas voltadas para as diferentes demonstrações emotivas que podem surgir em uma sala de aula. Mas estando o professor preparado ou não, ele terá à sua frente uma turma repleta de sentimentos, que podem ser trabalhados de modo a desenvolver ou atrapalhar seu desenvolvimento cognitivo. Existem diversos pensadores, livros, vídeos e outros materiais que podem ajudar os professores a ensinarem levando em consideração o afeto, mas o mais importante é que sua formação humana esteja adequada ao trabalho com crianças. O professor que se coloca no lugar de seu aluno, que aceita os desafios que a profissão oferece, que 12 tem um olhar diferenciado para a criança, que sabe a hora certa de comunicar pais e coordenação sobre eventuais problemas, que ouve a criança, que não oprime ninguém, que respeita ao próximo, esse sim é um profissional que faz a diferença em uma escola. DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Deve-se ressaltar que a busca constante de conhecimento e a formação continuada tornarão o professor mais crítico e assim mais capacitado a tomar decisões e se posicionar diante as mudanças da atualidade. Conhecer a legislação dará mais capacidade de ação ao professor, além de esclarecer que existem muitas interfaces que permeiam as ideias inclusivas. Através das novas tecnologias e oportunidades de se ter uma formação inovadora e continuada para professores, é possível estudar mais sobre os valores, respeito humano, diversidade, qualidade de vida e transformação. A dimensão política educativa é a formação continuada de profissionais especializados. O êxito ou fracasso escolar não depende somente do aluno. É responsabilidade da equipe escolar e da família, pois é preciso observar a condição social e cultural do aluno e de acordo com suas necessidades trabalhar com atividades diferenciadas em sala de aula. Devem-se ter professores com olhares diversos sendo eles: transformador, mediador, transmissor e facilitador. Nunca se deve deixar que a insegurança, a discriminação, a desigualdade e o preconceito impeçam de trabalhar com as diferenças. Faz-se necessária a definição de uma política que realmente venha a subsidiar princípios e práticas para as necessidades educativas especiais, construindo normas uniformes sobre a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência, além de uma pedagogia que venha ao encontro das necessidades de cada um. A criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser classificada como deficiente, trata-se apenas de uma criança normal que aprende de uma forma diferente, mais que muitas das vezes são rotuladas, tornando causas de preconceitos. Sendo que são as que mais precisam de estímulo e autoestima. Cada criança tem um ritmo diferente de aprendizagem. 13 A hiperatividade pode interferir bastante na aprendizagem, pode significar uma instabilidade psicomotora provocada por frustração, ansiedade ou protesto. Instabilidade refere-se a fraco controle sobre si mesmo. Características de uma pessoa imperativa: desatenção e distração, superexcitação e atividade excessiva, impulsividade e dificuldade de lidar com a frustração. Os pais devem estar sempre atentos se a criança nunca fala sobre o que aprendeu na escola ou na hora da lição de casa fala que não tem lição e evita fazer com frequência. Às vezes, a criança não se interessa por nenhum assunto, ao ler ou escrever, mesmo aqueles que não são da escola e estiver mais ansiosa que o normal. Os professores devem observar se acriança não foca em nenhum assunto, não consegue finalizar nenhuma atividade em sala de aula, demora muito mais do que os outros para terminar 14 as atividades e precisa de atenção especial para desenvolver as lições. A tecnologia assistiva deve ser uma realidade concreta dentro da escola para ampliar condições de fazer acontecer o bom êxito para a educação inclusiva, proporcionando apoio essencial aos alunos com necessidades educacionais especiais. Esse método é reconhecido como um recurso pedagógico na área do conhecimento e alcance de habilidades da criança com deficiência. Para que ela tenha sucesso em uma escola regular, é preciso promover a comunicação, apoio e incentivo para uma boa aprendizagem. Os recursos tecnológicos são estratégias para beneficiar ao enriquecimento de toda comunidade escolar e deve ser acrescentada no currículo e executada pelos educadores sendo assim sempre renovados e atualizados. Dificuldade decorrente de deficiência auditiva A surdez é tão antiga quanto à humanidade. Sempre existiram surdos. O que acontece, porém, é que nos diferentes momentos históricos nem sempre eles foram respeitados em suas diferenças ou mesmo reconhecidos como seres humanos. A Educação Especial e o Intérprete de Libras devem estar presentes dentro da sala de aula para dar todo suporte e condição para que o aluno participe das aulas. Esse método é reconhecido como um recurso pedagógico na área do conhecimento e alcance de habilidades da criança com deficiência. Para que ela tenha sucesso em uma escola regular, é preciso promover a comunicação, apoio e incentivo para uma boa aprendizagem. Os recursos da língua de sinais são estratégias para beneficiar ao enriquecimento de toda comunidade escolar e deve ser acrescentada no currículo e executada pelos educadores. A língua de sinais deve ser usada constantemente. O importante é não ter medo do novo e nem das diferenças para melhorar o processo da inclusão e dar mais autonomia e independência às pessoas com deficiência auditiva. As possibilidades de adaptações ao meio existem, podem e devem ser educadas em classe comum, mediante necessária adaptação e suplementação curricular. 15 A comunicação é um fator muito importante que precisa ser trabalhada com bastante carinhoe atenção. Deve haver uma relação de confiança estabelecida entre adulto e criança, estar atento na forma como as informações serão transmitidas para ela. Por ser surdo, não é simplesmente deixar o aluno isolado. A deficiência auditiva é sim a uma condição única que leva a pessoa a ter dificuldades específicas para desenvolver comunicação e de acessar informações sobre o mundo. Quando a criança nasce surda ou adquire na mais tenra idade, antes da aquisição de uma língua (português ou libras), também conhecida como pré-linguística, com nível intermediário ainda apresentam comportamentos estereotipados, não tem forma estruturada de comunicação, mas já demonstram alguma intenção comunicativa, seja por gestos ou por movimentos corporais. Os primeiros passos que o professor deve dar para trabalhar com a criança com deficiências são: encorajar a independência do aluno, manter a sua privacidade e individualidade e criar um vínculo com o aluno, pois são crianças que apresentam dificuldade de comunicar seus pensamentos, desejos e intenções. A maior parte desses alunos não apresenta linguagem verbal, mas pode comunicar-se por gestos, olhar, movimentos corporais mínimos, sinais, objetos e símbolos. Necessitam, para isso, de pessoas interativas, receptivas, que ofereçam apoio e incentivem esse processo de comunicação não verbal como vimos anteriormente. As mãos são as ferramentas essenciais para se efetivar a comunicação com esses alunos. Elas podem expressar não somente sentimentos, como também intenções. Podem transmitir funções pragmáticas. Um toque pode ser uma ordem, uma pergunta, 16 uma exclamação, um convite, etc. Qualquer uma dessas funções pragmáticas usadas em excesso pode inibir a interação de diálogos. Portanto, o toque deve representar, para o aluno, a forma de um novo conhecimento. Sobre a avaliação de crianças com deficiência, é correto afirmar que a solicitação ou aplicação de testes padronizados para avaliar seu potencial é ineficiente, pois muitos testes têm como pré-requisito o uso da audição e visão. A comunicação humana é uma troca de sentimentos e necessidades entre duas ou mais pessoas. Quando uma mensagem deve ser transmitida, tipicamente as pessoas utilizam a linguagem, que, seja falada, escrita ou por sinais, envolve um sistema que transmite um significado. A comunicação é de suma importância no ambiente escolar, na família e na sociedade, e deve ser trabalhada com muito carinho e dedicação por parte de ambos envolvidos com pessoas com necessidades especiais. A comunicação alternativa é destinada à pessoas sem fala, sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar ou escrever. O sistema de comunicação pode ser composto pelo próprio objeto, ou seja, é a forma real e mais concreta possível. Existem os símbolos gráficos entendidos como uso de figuras e escritas, que devem ser confeccionadas com a participação do aluno, professor e família. Esse tipo de estratégia é utilizado para facilitar o relato de uma situação vivenciada em sala de aula ou em qualquer ambiente proporcionando uma boa comunicação. Um dos objetivos do sistema de comunicação alternativa é incorporar vários estímulos para criar possibilidades de uma comunicação mais abrangente, é um tipo de estímulo para representar as coisas do seu cotidiano. Porém, devem-se tomar cuidados para quantificar os estímulos de acordo com a capacidade e necessidade de cada um. Os professores precisam ser orientados permanentemente, para que possam desenvolver suas competências e realizar um bom trabalho, assim como a família faz. Dificuldade decorrente de Transtorno Global do Desenvolvimento O Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) é uma categoria que engloba cinco transtornos caracterizados por atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas, incluindo a socialização e a comunicação. Os transtornos globais do desenvolvimento são: Autismo, Síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância, Síndrome de Asperger, transtorno do desenvolvimento sem outra especialização que inclui o Autismo atípico. As crianças com TGD são crianças que têm dificuldade de socializar, de estar com os outros, crianças que têm ilhas de inteligências reservadas, vítimas de violência, etc. Nesse caso de TGD, 17 as ofertas de trabalhos e a valorização para esses indivíduos podem ser de grande valia, fazendo assim, diminuir as desigualdades e os preconceitos entre eles e a sociedade. No atendimento educacional especializado TGD, o professor deve trabalhar situações semelhantes às da vida diária. Organizar e estruturar a prática e a rotina do dia a dia, elaborar recursos, estabelecer estratégias pedagógicas que atendam as necessidades dos alunos com TGD, visando seu pleno desenvolvimento de aprendizagem. As estratégias pedagógicas devem ter organização física, programação das atividades e método de ensino adaptados. Porém, muitos têm problemas com memorização sequencial e organização do tempo. A programação de atividades deve ser representada de forma facilmente compreendida pelo aluno. O professor precisa sistematizar e organizar os métodos de ensino com a finalidade de ensinar de forma eficaz. O crescimento da criança é resultado das experiências que ela tem de seu grupo social ou em outros grupos com os quais convive, por meios de processos de elaboração partilhados. Cada criança deve ser avaliada pela observação diária do professor, porque cada criança é única em seu processo de desenvolvimento. Portanto, nenhum aluno, por maior comprometimento que apresente, deve ser considerado sem condições de beneficiar do trabalho escolar. A educação é um bem a que todos têm direito e mesmo nos casos mais difíceis deve-se ter como meta a construção de conhecimentos que levam a dependência e a autonomia que permitam a interação social. Dificuldade decorrente de deficiência visual A visão é um sentido muito importante na vida do ser humano, pois a falta da visão traz várias consequências no cotidiano da pessoa, por exemplo: a timidez, o isolamento da sociedade, a dificuldade de aprendizagem, entre outros. A pessoa deficiente visual é considerada a de baixa visão, que é privada em parte ou totalmente incapacitada de ver. Trata-se de uma definição técnica e quantitativa. Os principais indícios relacionados à deficiência visual são: constante irritação ocular, excessiva aproximação junto ao rosto para ler ou escrever, dificuldade para leitura à distância, esforço visual, inclinação da cabeça para tentar enxergar melhor, dificuldade de enxergar pequenos obstáculos no chão, (olho constantemente trêmulo), estrabismo ou dificuldade de enxergar em ambientes claros. Por isso, é importante a observação do professor no cotidiano escolar, encaminhar a criança para o oftalmologista para um diagnóstico, disponibilizar recursos adequados para melhorar o ensino, a aprendizagem e também a autoestima do indivíduo. A avaliação deve ser através do 18 professor em parceria com a comunidade escolar. E a escola precisa estar aberta para a família e envolvendo-as com responsabilidade para o bem-estar da criança, disponibilizar recursos sensoriais e cognitivos para contemplar as diferentes formas de aprender do aluno. Usar materiais adaptados é o essencial para melhorar o aprendizado da criança como: ampliar imagens com pouca claridade sobre o papel com cores fortes, programas com síntese de voz, materiais de escrita Braille, grafia Braille, além disso, usar ações de acolhimento coletivo em atividades de integração e evitar a comunicação gestual. Dificuldade decorrente de deficiência múltipla A deficiência múltipla refere-se à associação de duas ou mais deficiências, considerando os seguintes aspectos: o tipo e números de deficiências associadas, abrangência das áreas comprometidas, idadee inquisição das deficiências, nível e grau. Além dessa observação, existem outros aspectos envolvidos, como: atitude e aceitação por parte da família, intervenção adequada, a oportunidade de participação e interação na sociedade. O incentivo a autonomia da criança é necessário e precisa ser trabalhado com muita atenção e criatividade. O desempenho e as competências dessas crianças são heterogêneos e variáveis. As possibilidades de adaptações ao meio existem, esses podem e devem ser educados em classe comum mediante necessária adaptação e suplementação curricular. Com a inclusão, as crianças com mais dificuldades poderão necessitar de processos especiais de ensino, apoios internos contínuos e currículo alternativo que correspondam as suas necessidades na classe comum. A comunicação é um fator muito importante e precisa ser trabalhada com bastante carinho e atenção, deve haver uma relação de confiança estabelecida entre adulto e criança, estar atento na forma como as informações serão transmitida a ela. Ser surdocego não é simplesmente a somatória da deficiência visual e da deficiência auditiva e sim a uma condição única que leva a pessoa a ter dificuldades especificas para desenvolver comunicação, orientação e mobilidade e de acessar informações sobre o mundo. As crianças que apresentam graves comportamentos múltiplos e condições médicas frágeis apresentam mais dificuldades no entendimento das rotinas diárias, nos gestos e 19 outras habilidades de comunicação, dificuldades acentuadas no reconhecimento das pessoas significativas no seu ambiente, realizam movimentos corporais sem propósitos, apresentam resposta mímica a barulho, movimento, toque, odores ou outros estímulos. O primeiro passo que o professor dá para trabalhar com a criança surdocega ou com deficiências múltiplas é: encorajar a independência do aluno, manter a sua privacidade e individualidade e criar um vínculo com o aluno. As crianças com múltipla deficiência, geralmente, apresentam dificuldade de comunicar seus pensamentos, desejos e intenções. A maior parte desses alunos não apresenta linguagem verbal, mas pode comunicar-se por gestos, olhar, movimentos corporais mínimos, sinais, objetos e símbolos. Necessitam, para isso, de pessoas interativas, receptivas, que ofereçam apoio e incentivem esse processo de comunicação não verbal. O uso da tecnologia assistiva, tablado de ressonância e as pré-bengalas favorecem a autonomia e a independência das crianças surdocegas e com deficiências múltiplas e as auxilia na exploração dos ambientes. As mãos são as ferramentas essenciais para se efetivar a comunicação com esses alunos. Elas podem expressar não somente sentimentos, como também intenções. Podem transmitir funções pragmáticas. Um toque pode ser uma ordem, uma pergunta, uma exclamação, um convite. Qualquer uma dessas funções pragmáticas usadas em excesso pode inibir a interação de diálogos. O toque deve representar, para o aluno, a forma de um novo conhecimento. O sistema utilizado para crianças que tem alteração verbal e dificuldade motora é o sistema Bliss. São sinais gráficos simples, fundamentados no significado, podendo ser utilizados por meio de selos adesivos, prancha de comunicação ou por programa informatizado. Sobre a avaliação de crianças com deficiência múltipla ou surdocegas, é correto afirmar, exceto, que a solicitação ou aplicação de testes padronizados para avaliar seu potencial é ineficiente, pois muitos testes têm como pré-requisito o uso da audição e visão. 20 COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Atualmente, a comunicação tem um papel preponderante na educação especial e no sucesso/inclusão das crianças com necessidades educativas especiais. Este lado da comunicação tem vindo a tornar-se cada vez mais importante, aproximando pessoas e lugares. O avanço tecnológico que permitiu um progresso nas telecomunicações e nos transportes e o crescimento de uma sociedade intimamente associada à informação/comunicação são alguns dos fatores que explicam esta evolução e a crescente dependência em relação à comunicação. O próprio sentido etimológico de comunicar nos direciona para uma atividade que implica realizar ou pôr algo em comum, estabelecendo de algum modo uma relação social e a ruptura do isolamento. Não designa somente ter algo em comum, como características ou propriedades similares (por exemplo, as folhas e as esmeraldas podem ter em comum a cor verde, mas não estabelecem relações comunicacionais entre si). O convívio ou o encontro entre pessoas também não implica necessariamente na existência de um ato de comunicação, a não ser que envolva o estabelecimento de uma ligação, segundo um processo bem definido no tempo. 21 Saber comunicar com os diversos elementos da comunidade educativa torna-se essencial para o bem-estar de uma organização escolar, para o estabelecimento da sua reputação/imagem e para se atingirem as metas de um Projeto Educativo de Escola ou de Agrupamento de Escolas, nomeadamente no que se refere aos objetivos especificamente estabelecidos para as crianças/jovens com necessidades educativas especiais. A sobrevivência de muitas escolas, sejam públicas ou privadas, depende hoje em dia, não só da quantidade e qualidade dos serviços prestados, mas também da sua capacidade de comunicar. Assim, deve ser constante a preocupação de melhorar as condições e a eficácia da comunicação no contexto educativo, quer no ato de ensinar (por parte dos professores), quer no ato de aprender por parte de todos os alunos, sendo esta questão particularmente importante na educação especial. A comunicação é a chave do desenvolvimento e progresso das escolas e da consequente melhoria da qualidade do ensino aos alunos com necessidades educativas e do bem-estar da comunidade Apesar de, atualmente, se considerar que a educação é um direito de todos, o caminho percorrido na evolução das mentalidades e das práticas pedagógicas tem sido bastante longo e ainda não reúne consenso. Sentimentos como o receio ou o protecionismo face ao indivíduo diferente e menos autônomo ditaram, ao longo da história da Educação, isolamento, segregação e tratamento diferenciado, obrigando os alunos com necessidades educativas especiais a vivências, uso de espaços e aprendizagens diferentes dos alunos do ensino regular. Assim, estas crianças e jovens deficientes eram institucionalizados (em asilos ou hospitais) e ensinados em escolas especiais. Nesta altura, pessoal especializado procurava corrigir a patologia do indivíduo em centros específicos. 22 É no século XX, no início da década de 60, que se assiste a contestação deste paradigma que segregava os alunos diferentes, tendo por base um modelo clínico que certificava as competências através de testes psicométricos, que acabavam por promover o diagnóstico, a classificação e segregação de crianças, e não a sua educação. São diversos os documentos (de caráter científico ou legal) que elucidam sobre a evolução deste tipo de educação até à Inclusão. Com o o Warnock Report (1978), no Reino Unido, foi introduzido o conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE) que veio substituir a categorização médica das crianças e jovens com deficiência. Já o Public Law (1975), nos Estados Unidos da América, provocou uma reflexão generalizada sobre a prática convencional da educação especial. Nasce um novo paradigma em educação, que defende um ensino universal e gratuito adaptado às necessidades das crianças e que necessariamente, requer um ensino individualizado e o uso diferenciado de recursos, num meio o menos restritivo possível. Muitas vezes este tipo de ensino já demandava auxílio complementar (em termos financeiros, materiais, técnicos ou de tempo) para garantir uma educação que vá ao encontro das necessidades especiais destas crianças ea sua integração. Neste período, é amplamente condenada a segregação dos deficientes, procurando-se associar o diagnóstico à intervenção precoce junto destas crianças e das suas famílias, de forma atenuar os défices que elas mostram e a promover a integração destes jovens com necessidades educativas especiais na sociedade. A partir desta altura, passam a ser privilegiados critérios pedagógicos e não critérios 23 exclusivamente médicos. No entanto, só após o Education Act (1981), no Reino Unido, o conceito de NEE foi formalmente associado às crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, conduzindo a intervenções educativas específicas e personalizadas. Segundo o mesmo documento, todas as entidades educativas eram responsabilizadas pela atribuição dos apoios de educação especial a estas crianças (após o acordo dos encarregados de educação) e pela adoção da estratégia pedagógica mais vantajosa para as mesmas (que poderia implicar o seu afastamento temporário da turma ou em determinadas horas do dia, para uma intervenção educativa específica por um técnico especializado, por exemplo, numa sala de apoio). Deste modo, todos os profissionais (professores do ensino regular, de educação especial e técnicos) partilhavam recursos e apoios, trabalhando em colaboração. DICAS DE COMUNICAÇÃO A seguir uma série de dicas para se comunicar com alunos com deficiência intelectual, visual, física ou auditiva. Essas dicas são passadas pelo Governo Canadense não só para professores da educação especial, mas para os pais da criança e a população de uma forma geral. É interessante notar a linha de pensamento na perspectiva da inclusão (que prega a valorização da diferença: todos são diferentes), ao utilizar a palavra “desafios” no lugar de “deficiências”. Eles usam “desafios intelectuais” ou “desafios visuais” ao invés de “deficiência intelectual” ou “deficiência visual”. Todos têm seus desafios, seus bloqueios, suas dificuldades e barreiras. Ao descrever uma criança com necessidades especiais, tenha certeza de colocar a 24 criança antes da deficiência. Por exemplo, diga “uma criança com dificuldade de aprendizado” ao invés de “um autista com dificuldade de aprendizado”. Crianças com Desafios Intelectuais Fale com as crianças usando palavras simples, mas não palavras infantis. Faça pedidos claros e precisos. Mantenha-se calmo e esteja pronto para reformular seu pedido de várias maneiras. Use exemplos concretos com frequência. Para confirmar se uma criança entendeu sua mensagem discretamente peça para que ela repita. Crianças com Desafios Visuais Fale e aja de forma normal. Evite usar termos que impliquem em visão, como “Olha, vou te mostrar como se faz”. Evite usar referências como “aqui” e “lá”. Essas palavras não são referências úteis para uma criança que não enxerga. Responda perguntas verbalmente. Movimentos de cabeça e mãos não serão notados. Use suas palavras precisamente, e antes de usar uma frase figurativa tenha certeza que a criança irá entender o significado dentro do contexto. Não aumente o volume de sua voz (a menos que você saiba a partir de um histórico médico que isso irá ajudar com um problema auditivo). Evite pausas longas ao falar. Ofereça uma rotina organizada para a criança. Evite fazer as coisas para a criança, mesmo que ela leve mais tempo para fazer do que as outras crianças. 25 Sempre deixe que a criança saiba onde você está: diga onde você está em relação a ela e avise quando estiver saindo. Crianças com Desafios Auditivos Fale claramente na sua velocidade e tons normais, articulando cuidadosamente, mas sem exagerar. Certifique-se que você tem a atenção da criança antes de começar a falar. Use todas as formas de gestos, expressões faciais, ações e figuras para ajudar a criança a entender a linguagem e gradualmente adquiri-la. Verifique frequentemente para ter certeza que a criança entendeu. Caso ela não tenha entendido reformule sua mensagem, ao invés de apenas repetir. Perda de audição pode causar atrasos no desenvolvimento da linguagem e dificuldades para falar. Você pode ter dificuldades de entender uma criança que é surda de nascença. Não tenha medo de pedir que ela se repita. Seu interesse e encorajamento serão motivadores para o sucesso futuro. Ao invés de falar pela criança, dê a ela várias oportunidades para se expressar. Para evitar o preconceito, fale abertamente sobre a deficiência auditiva com seus colegas de classe, e deixe que eles aprendam sobre o aparelho auditivo se for o caso. Certifique-se que as outras crianças falem calmamente, com clareza, e uma 26 de cada vez. Crianças com Desafios Físicos Encoraje as crianças a expressar suas próprias ideias e sentimentos. Encoraje as crianças a aprender os comportamentos adequados para o ambiente. Fale com a criança sobre seus desafios. A encoraje a explicar para as outras crianças como ele lida com sua deficiência e quais são seus planos para o futuro. Deixe que a criança tome conta de si mesma o máximo possível. Permita que a criança opine nas decisões que a afetam, sempre que possível. Discuta desafios físicos num geral com todas as crianças. Assim, a criança deficiente não se sentirá sozinha. Encoraje a criança a inventar suas próprias adaptações, assim eles podem fazer o melhor possível dos materiais e recursos disponíveis. Ajude as crianças a concentrar seus esforços em metas realísticas e realizáveis, e direcione suas energias para atividades que eles escolheram como objetivos e prioridades. 27 DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO MOTOR A entrada da criança na escola é de suma importância para o seu desenvolvimento. É neste momento que ela irá se inserir em um novo grupo e a família deixará de ser único foco de referência social. Fazer parte de um novo contexto social, a escola, irá proporcionar um grande desafio para o amadurecimento emocional da criança, que terá de aprender a criar novos vínculos afetivos com pessoas até então desconhecidas, sejam elas crianças ou adultos. A sua inserção e a aquisição de identidade social favorecerá por sua vez, além de novas relações, possibilidades e descobertas motoras. O mundo será visto de outro plano, tanto do ponto de vista social, como motor. O corpo é um instrumento de comunicação e inserção social O movimento está presente desde o primeiro momento de vida. O bebê, por exemplo, já se comunica e interage e para isso utiliza-se de gestos e mímicas faciais, além de diversas linguagens não verbais. E, a partir de experiências e estímulos, a criança adquire cada vez mais o controle de seu corpo e, por consequência, a sua forma modulada de interagir com o mundo. A necessidade de movimentar-se e explorar o espaço à sua volta é intensa, e o tempo de concentração em atividades motoras é inicialmente pequeno e restrito. Assim, cabe ao educador favorecer ao seu grupo propostas nas quais as crianças possam se desenvolver, interagindo com os brinquedos e materiais de forma a ampliar seu conhecimento de mundo. Balançar-se, rastejar-se, rolar, correr, escalar, todas as propostas favorecem um posterior desenvolvimento e refinamento motor. A criança pequena desenvolve-se pelo desafio cognitivo e motor. Comumente vemos as crianças apalpando, torcendo ou até mesmo levando à boca 28 objetos que estejam ao alcance. Dessa maneira também estão descobrindo as suas possibilidades de interação e as propriedades sensoriais às sua volta, bem como os atributos inerentes ao objeto em questão. As descobertas infantis são ligadas às emoções, por isso, o melhor recurso que promove o desenvolvimento psicomotor nesta fase é o desafio cognitivo e motor. A estimulação psicomotora tem resultados positivos, se o lar, a escola e todos se uniremem um trabalho estimulador, afetivo, motor, de promoção de oportunidades de exploração de recursos de fala e cognição. O universo infantil deve ser rico em oportunidades de exploração sensorial A evolução da criança é operada em sucessivas aquisições conjuntas, através de um sistema relação entre o meio da criança e o meio envolvente. O tipo de estimulação não é tão importante quanto à forma como ele é oferecido. Em outras palavras, é preciso que haja cumplicidade e mediação nas brincadeiras oportunizadas pelo adulto, num repertório amplo. A criança aprende brincando, dessa forma, deve-se proporcionar um ambiente acolhedor com inúmeras possibilidades de vivências permeadas pelo lúdico, com brinquedos educativos, sejam estruturados ou não, e brincadeiras que estimulam o desenvolvimento das percepções sensoriais das crianças. Por meio de momentos lúdicos pode-se promover o trabalho pedagógico de estimulação motora e integração sensorial pautado no respeito à individualidade de cada um e no estabelecimento das relações coletivas inseridas na moralidade infantil. O desenvolvimento motor está diretamente relacionado à qualidade do contexto lúdico oferecido. Dessa forma, compreende-se que em nenhum outro período de sua existência o indivíduo experimenta um desenvolvimento tão intenso como nos primeiros anos de vida. Por isso, as propostas elaboradas devem buscar validar o processo de aprendizagem, que se destaca pelos mecanismos da repetição, da imitação e da 29 exploração sensorial. Nesse sentido, a criança desenvolve sua capacidade simbólica por intermédio de seu próprio corpo e com o resultado de suas experiências, de suas observações e de seus limites. Sendo assim, a criança amadurecerá a forma como ela irá se relacionar com o ambiente que a cerca, com situações e desafios sociais. BRINQUEDODECA A brinquedoteca é um espaço que vem ganhando bastante popularidade. A presença de um espaço infantil exclusivo pode ser fundamental no desenvolvimento das crianças. Cada vez mais os novos empreendimentos residenciais têm se preocupado com o bem-estar de seus moradores. Os novos projetos trazem diversos itens de lazer para divertir e relaxar toda a família. Um desses itens é a brinquedoteca, que vem ganhando popularidade nas construções mais atuais. Muita gente acha que esse espaço é apenas um luxo a mais disponível para entreter os pequenos, mas diversos estudos já mostraram a importância desse cantinho no desenvolvimento da criança. 30 A importância do brincar Quando se pensa em criança, a primeira coisa que associamos a ela são as brincadeiras e o ato de brincar, o que, por muito tempo, foi reduzido a um simples passatempo, sem consequência significativa no crescimento dessa criança e sem nenhum valor cognitivo, didático ou psicológico. No entanto, diversos estudos têm mostrado o contrário. Especialistas no tema já comprovaram que brincar tem enorme influência no desenvolvimento de uma criança. E atualmente, é inegável a importância de atividades lúdicas no desenvolvimento dos pequenos. Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual vive. A experimentação de diferentes papéis sociais - o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem e princesa através do faz-de-conta permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a se comportar como tal, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo adulto. É assim que a criança conhece o mundo e passa a conhecer a si mesma. Além disso, são as atividades lúdicas que proporcionam à criança a oportunidade de simular situações e conflitos de sua vida social, dentro e fora da família. Brincar é uma maneira segura que a criança tem para encenar seus medos e suas angústias e tentar superá-los. Os jogos, nos quais estão implícitos o ganhar e o perder, permitem que a criança comece a trabalhar a sua resistência à frustração. Aprender a lidar com esses sentimentos é essencial para a sua estabilidade emocional e para o desenvolvimento da personalidade. Agora, as brincadeiras em grupo favorecem o desenvolvimento de habilidades como cooperação, liderança e competição, também fundamentais no mundo adulto. E nesse sentido, a socialização da criança também amplifica a noção de respeito pelo outro e por si, bem como sua auto-imagem e auto-estima. Outro aspecto crucial do brincar é o desenvolvimento do raciocínio e da criatividade. À medida que as brincadeiras e atividades trazem novas linguagens e 31 exigem novas habilidades, elas ajudam a criança a pensar e criar novas soluções. Os benefícios das atividades lúdicas são inesgotáveis, por isso, é muito importante que os pais não se esqueçam de definir e proporcionar à criança um tempo diário para as brincadeiras, deixando-a à vontade para exercitar a imaginação como achar melhor. É aí que surge o espaço para brincar. A origem da brinquedoteca As brinquedotecas são espaços que reúnem jogos, brinquedos, livros e gibis que podem ser utilizados por qualquer criança e, muitas vezes, até adultos. A primeira ideia de brinquedoteca surgiu em Los Angeles, em 1934, com o objetivo de resolver o problema de uma loja de brinquedos. que estava sendo furtada por crianças de uma escola pública da vizinhança. A solução foi criar um serviço de empréstimo de brinquedos para toda a comunidade. O plano deu tão certo que, na década de 60, espalhou-se para a Europa. Em 1963, a Suécia trouxe a sua primeira “Ludoteca”, e, em 1967, na Inglaterra, surgiram as “Bibliotecas de Brinquedos”. No Brasil, a ideia foi, primeiramente, trazida pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Em 1973, a organização implantou a sua ludoteca, com o sistema de empréstimo de brinquedos e materiais pedagógicos. E em 1981, foram inseridas outras atividades, proporcionando aprendizagem, encontro e socialização. Atualmente, as brinquedotecas estão espalhadas por aí. Começaram em espaços educacionais, foram para os centros médicos e de reabilitação e, finalmente, chegaram aos espaços residenciais, sendo ponto de encontro das crianças da vizinhança do bairro ou dos condomínios que dispõem dessa infraestrutura. 32 A função desse espaço O principal objetivo das brinquedotecas é possibilitar a evolução mental, psicológico, social e físico da criança por meio do lúdico. É nelas que são desenvolvidas brincadeiras e jogos que estimulem o raciocínio lógico, a coordenação motora e a criatividade das crianças. A criação da brinquedoteca foi um marco histórico no desenvolvimento infantil e resultou em uma conquista para a sociedade e, em especial, para a criança que, assim, aprende de forma mais harmoniosa e prazerosa. Existem diferentes tipos de brinquedotecas que variam de acordo com a necessidade de cada local. Nas escolas e creches, os professores e outros profissionais da educação utilizam o espaço com objetivo pedagógico, proporcionando a interação entre os alunos e aperfeiçoando a coordenação motora e o raciocínio lógico em um espaço mais descontraído que a sala de aula. Nos hospitais, elas ajudam a amenizar o sofrimento das crianças internadas e fazem com que elas não percam infância durante o período de tratamento. Já nas comunidades, bairros, condomínios ou qualquer outro ambiente domiciliar, as brinquedotecas servem para estimular as relações interpessoais das crianças vizinhas e auxiliam em todo o processo de desenvolvimento social delas. De maneira geral, elas apoiam as atividades individuais e coletivas, estimula a autonomia da criança, constrói um ambiente de desenvolvimento intelectual e social e ainda fortifica as relações familiares. O papel dos pais Os pais têm papel fundamental no que diz respeito à preparação dos espaços e do contexto a ser explorado na brinquedoteca. Principalmenteno ambiente não escolar, os pais têm a função de propor as atividades da melhor forma possível, mantendo um espaço de qualidade e enriquecedor, de maneira a estimular a curiosidade dos pequenos e a interação social com as outras crianças, sem forçar nada, deixando-os livres e à vontade nesse lugar. E quando se fala em enriquecedor, nada tem relação com brinquedos caros, mas com aqueles que permitam a exploração de diferentes linguagens, sejam elas musical, corporal, gestual ou escrita. O adulto pode e deve participar da brincadeira. O envolvimento da mãe ou do pai 33 não só estreita os laços afetivos com os filhos, como também aumenta o nível de interesse e motivação. E é com esse envolvimento que o adulto tem a chance de auxiliar a criança na elaboração das inquietações e conflitos que possam surgir, além de propor novas ideias e questionamentos. Como diria o famoso pediatra e psicanalista inglês, Donald Woods Winnicott, a brincadeira é universal e é própria da saúde: o brincar facilita o crescer, logo a saúde. Por isso, sempre arranje um tempo para brincar com o seu filho e deixá-lo brincar com outras crianças. Isso não é só para acontecer na escola, com os colegas dele. Em casa também é possível brincar de forma divertida e estimulante e a sua presença deixará tudo mais interessante para ele. JOGOS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL No brincar e jogar com as crianças, diversos aspectos são estimulados, desenvolvidos ou aperfeiçoados: a criatividade; a memorização; a cooperação e a solidariedade; a concentração; a linguagem; a motivação; a aquisição de conceitos; a motricidade; a capacidade de discriminar, julgar, analisar, tomar decisões e aceitar críticas; a competitividade; a socialização; a confiança em si e em suas possibilidades; o respeito às regras e o controle emocional. A seguir, alguns itens educativos, referentes a conteúdos relacionados a atividades lúdico-pedagógicas (brincadeiras e jogos) para crianças e jovens com deficiência, Transtorno do Espectro Autista e TDAH. 34 Montar o robô com formas geométricas Utilizando blocos lógicos, o aluno deve organizar as formas de acordo com desenhado na folha. Estimula o raciocínio matemático. Repare que poderia ser outra coisa ao invés de um robô. Lembre-se de reforçar positivamente os acertos e oferecer ajuda se necessário. Interessante usar objetos do interesse e de coleções da criança para categorização, classificação, agrupamento, ordenação, noções de conjunto e quantidade; Escrever o próprio nome com pregadores A foto do aluno atribui um significado especial à atividade. Troque o dinossauro por algo de interesse do aluno. Essa atividade trabalha motricidade fina, além do 35 conhecimento do próprio nome e das letras que o compõe. Dê preferência para personagens do universo infantil e que desperte interesse na criança. Isso pode fazer com que ela desenhe e construa tanto o seu silabário quantos jogos temáticos, o que favorece a alfabetização; Passe o cordão pelos canudos de macarrão Diferente e criativo, esse é um meio de estimular a motricidade fina do seu aluno. O desafio está em contextualizar a atividade a algo significativo para o aluno. 36 Canção nos palitos de picolé Uma forma de trabalhar com a música preferida do seu aluno, quando esse está na fase de formar frases. O objetivo é ordenar os palitos de forma que a canção fique correta. Em vez de impressão das frases, pode ser escrito a mão, em uma folha branca ou em um caderno e fixada em uma superfície como a tampa de uma caixa de caixa de sapatos e depois cortar em tiras, como se fossem os palitos. Memorização de letra e imagem Mais uma forma de registrar o alfabeto de um jeito interativo. Usando esse recurso como jogo, você pode criar um jogo da memória, onde o aluno deve memorizar a palavra correspondente à letra. Quando ele acertar, use reforço positivo, nunca esqueça. 37 Contar os palitos Uma das várias formas de trabalhar com quantidade e ensinar os números. Em vez de palitos, podem ser utilizados potes, tampas, entre outros. Réguas de Motricidade fina Essas réguas podem ajudar muito se o aluno possui problemas de motricidade fina. Caso não consiga comprar pronto, faça você mesmo com um papelão duro. Quebra-cabeças adaptado Os quebra-cabeças serão sempre uma boa opção. Para alunos com desafios intelectuais, comece com apenas duas peças. Os encartes de revistas são excelentes 38 para a criação de quebra-cabeças, além de possibilitar percepções de posições no espaço; Dê preferência para figuras do interesse do aluno. Lembre-se que desenhos podem ser muito abstratos ainda. Associação de cores com garrafas e tampinhas Usando uma caixa de sapatos e garrafas descartáveis, você pode trabalhar associação, reconhecimento de cores e motricidade fina de um jeito bem diferente. Crie brinquedos com material reciclável Use sua criatividade e o interesse do seu aluno para criar um dia extremamente agradável e cheio de significado. Aproveite os momentos de construção dos brinquedos para fortalecer o vínculo afetivo com seu aluno. O objetivo é trabalhar a http://www.sed.sc.gov.br/images/4dd31f723bd7ad523856e72b86a20e8c.jpg 39 concentração, paciência, criatividade, lógica, formas geométricas, motricidade fina e muito mais. O uso de itens como fita crepe, tintas, carrinhos, carimbos e massinha são ideais para estimular a coordenação viso-motora; e aprimorar as habilidades de preensão; ATIVIDADES PARA O ALUNO COM AUTISMO Não leia a história diretamente do livro Como o tempo de atenção do aluno com autismo geralmente é reduzido e facilmente ele se dispersa para outra direção, o simples fato de ler a história pode fazer com que você perca seu público. A estratégia para esses casos é narrar a história usando cartões plastificados com imagens para ilustrar o que está sendo dito. 40 Use canções e onomatopeias Outra forma de captar a atenção é a dramatização da história, dê ênfase às palavras, modificando sua entonação de voz, insira cantigas que estejam no contexto da história e imite os sons (tic-tac, piuíí, chuá-chuá) a chamada onomatopeia. Use narrativas curtas e que tenham conexão com a realidade Como os alunos com autismo têm dificuldade para compreender as informações abstratas, recomenda-se que as histórias sejam criadas por meio de situações vivenciadas no cotidiano e que, preferencialmente, façam parte da rotina deles. Utilize a história como disparadora de atividades pedagógicas Pode-se aproveitar esse momento de descontração para obter material de trabalho pedagógico. O uso de palavras simples (pipa, bolo, bala, bola, menino, gato, dia, noite) oferece opções para criar atividades que envolvam pareamento, letramento, classificação e muitas outras. Exemplo prático de história Era uma vez um cavalo chamado Alazão (mostrar o cartão com a figura do cavalo). Alazão era amigo de um cachorro chamado Totó (mostrar o cartão do Totó seguindo da pergunta: como faz o Totó? Auauauauau bem exagerado). Um dia, Alazão e Totó saíram para passear na floresta (mostrar o cartão da floresta). Estava um dia lindo de sol e foram beber água no poço (Mostrar o cartão do poço). Alazão encontrou sua amiga Nina, a girafa (mostrar o cartão da girafa). Sabe o que a Nina tinha levado para floresta? (Exagerar na locução). Uma cesta de frutas (mostrar o cartão com a cesta de frutas). Foi um dia muito feliz! E fim. 41 Sugestões de atividades estruturadas Pareamento de objeto com a figura do mesmo (miniatura de cachorro com a imagem do cartão do cachorro) Preencher as lacunas de uma imagem com figuras da história (imagem da floresta do lado direito da folha e as imagens do poço, do Alazão, da Nina e do Totódo lado esquerdo para o aluno inserir no espaço). Ideal que as figuras estejam com velcro para melhor fixação. Identificar imagens referentes ao dia e a noite. Escrita de acordo com modelo apresentado (Nina, Alazão, Totó, Sol, frutas) Mais atividades e brincadeiras para o autista Existem muitas atividades que podem aumentar as habilidades sociais e também fortalecer o vínculo com as pessoas ao seu redor. É importante destacar que o tempo para atividades e brincadeiras é diferente para o autista, bem como sua interação com os outros, então embora sejam válidas as intenções de socialização, é preciso cautela e respeito para não o forçar. Características como transtornos de linguagem, socialização e comportamentos repetitivos são comuns em autistas, e essas características são diferenciadas pelos graus de comprometimento. Formas geométricas divertidas Papel colorido recortado em formas geométricas é uma maneira bem divertida de compor desenhos diversos e uma oportunidade de ensinar as formas geométricas para crianças autistas de maneira lúdica e divertida. A atividade consiste em separar o contorno de um desenho que deverá ser preenchido com papeis coloridos recortados em formas geométricas. De acordo com as necessidades da criança, esta atividade pode ser adaptada, seja colocando apenas um tipo de forma geométrica no desenho por vez ou apenas recortando ou rasgando os papeis coloridos e colando na figura, que pode ser um buquê de flores, um peixe, uma fruta, ou que a criança preferir. A 42 composição colorida criada será uma verdadeira experiência sensorial para as crianças autistas, que poderão manipular e manusear cores e formas, prendendo mais sua atenção. Fazendo arte As atividades para as crianças autistas que envolvam lápis de cor são muito apropriadas, pois tratam-se de um momento lúdico e divertido de trabalhar a coordenação motora estimulando cada movimento das mãos. Através do friccionar as crianças autistas irão trabalhar os pequenos músculos em suas mãos, estimulando a coordenação motora e a chamada coordenação olho-mão. Para enriquecer ainda mais esta atividade, pode-se oferecer diversos tipos de superfícies, folhas de gramaturas diferentes, folhas de lixa, chão, lousa e materiais adequados para cada superfície (giz, giz de cera, lápis de cor). Na estação cheirosa Esta brincadeira para crianças autistas é muito lúdica e estimula bastante o olfato, a respiração, além de ajudar a relaxar. Com um trenzinho de brinquedo ou fingindo-se um trenzinho é preciso fazer uma parada na Estação Cheirosa. E nesta estação tem diversos potinhos contendo muitos ingredientes aromáticos, que a criança poderá sentir e provocar seu nariz, adivinhando do que se trata ou aprendendo. Outra opção seguindo a mesma proposta do trem é explorar os principais sabores: salgado, doce, amargo e azedo. 43 Jogo de metades correspondentes Essa atividade para crianças autistas é uma excelente oportunidade de introduzir o conceito de quebra-cabeça. Pode ser feita com palitos de sorvetes, pintados com tinta guache de diferentes cores. A criança receberá um palito e deverá encontrar o palito da sua metade. Por exemplo: se a criança recebe um palito com um semicírculo em vermelho, ela deverá encontrar a outra que estará espalhada na mesa ou no chão com outros palitos de outras cores. Depois de encontrar, ela deverá colocar os dois palitos lado a lado completando o círculo. Conforme a criança vai progredindo é possível aumentando o número de palitos e de cores em uma mesma figura. Esta atividade pode ser muito significativa para o aprendizado das cores, das formas geométricas, das letras, dos números, de temas diversos (frutas, animais, legumes) e do conceito de quebra-cabeça. Pintar com gelo Uma ótima brincadeira e atividade para crianças autistas em dias quentes é a pintura com gelo. Trata-se de uma experiência tátil e visual muito completa e divertida. Com seus dedos curiosos, as crianças vão descobrindo texturas, cores, formas e temperaturas diferentes. É possível brincar em casa forrando uma forma grande com o papel que a criança vai pintar ou em ambientes externos para maior mobilidade. Antes, deixe pronto vários cubos de gelos coloridos, preparados com água e corante alimentício e levados ao congelador em formas. As crianças adoram e podem-se trabalhar diversos conteúdos e temas. 44 Bolhas perfumadas As bolhas de sabão são muito atrativas para as crianças em geral, proporcionando momentos gostosos e divertidos. O ato de soprar as bolhas trabalha as habilidades motoras orais o que ajuda no processo da linguagem, tão importante para as crianças com autismo. A experiência pode ser mais interessante colocando-se shampoo de bebês que são muito cheirosos e não agridem os olhos. A hora do show As crianças em geral têm muita afinidade com músicas, canções e poemas seja por conta do ritmo ou da repetição dos versos. Usando muita criatividade e imaginação, selecione as músicas ou poemas que a criança mais gosta e crie novas músicas a partir delas para ensiná-las ou auxiliá-las a se vestir, comer, escovar os dentes, tomar banho, etc. A música predileta da criança autista pode ser usada como recompensa para os momentos em quem realizar uma atividade que não goste muito, mas que seja importante ou mesmo necessária. Jogo de adivinhação O jogo de adivinhação estimula as crianças autistas a usarem os outros sentidos além da visão para aprender e perceberem o mundo à sua volta. Peça para que a criança feche seus olhos e coloque em suas mãos um objeto simples, como uma colher, um copo, um frasco de desodorante ou perfume de plástico, um pedaço de algodão, uma lanterna, uma chupeta, um livro, uma revista, um tablet, um celular, são infinitas as possibilidades e devem ser escolhidas de acordo com a idade e grau de comprometimento. As crianças com os olhos fechados devem sentir o objeto dado e descrever como ele é e o que é. Para as crianças autistas que não verbalizam é 45 possível montar uma série de figuras dos objetos selecionados para a brincadeira e pedir para que a criança a mostre na figura depois de abrir os olhos. Espionagem Esta brincadeira para crianças autistas ajuda a criança a se concentrar em uma descrição, prende a atenção, e desperta o interesse em seguir um ponto para encontrar o objeto da vez. É importante frisar que a descrição do objeto deve ser minuciosa, ou seja, com todos os detalhes possíveis. Essa atividade para crianças autistas estimula também a percepção da criança no espaço onde a brincadeira é realizada e em coisas que antes passavam despercebidas. No caso de crianças com autismo mais grave é possível adaptar a atividade da seguinte forma: descreva um objeto e apresente dois, peça para a criança escolher o correto. Garrafas do alfabeto Seguindo uma proposta que desperte o interesse e a atenção das crianças autistas a partir de estímulos visuais, sonoros e sensoriais com significado, esta atividade valoriza a aprendizado do alfabeto de forma lúdica. Pode-se adaptar esta atividade de acordo com o conteúdo ou tema a ser trabalhado, ou seja, números, formas geométricas, animais, objetos diversos a fim estimular o vocabulário, etc. Os movimentos repetitivos comuns em crianças autistas são um aliado nesta atividade, as crianças exploram a garrafa de forma significativa, lúdica e muito divertida. A garrafa do alfabeto deverá ser transparente e poderá ser preenchida com água, anilina, materiais com muito brilho como glitter, estrelinhas, lantejoulas, bolinhas coloridas de silicone e, claro, as letras coloridas do alfabeto que devem se destacar na composição da garrafa. 46 ATIVIDADES PARA O ALUNO COM TDAH Jogo de memória O jogo da memória é excelentepor estimular habilidades como o pensamento, a memorização, a identificação de figuras; o estabelecimento do conceito de igual e diferente; a orientação espacial, entre outros. Pintura e argila Brincadeiras com pintura e argila proporcionam às crianças com TDAH a oportunidade de se expressarem por outros meios que não sejam necessariamente a comunicação verbal. Pintura e argila também colaboram com a autoconfiança, pois não há nenhuma abordagem adequada ou errada em utilizar os materiais. 47 Montando blocos Muitos de nós já brincamos com aqueles famosos blocos de construção. Isso faz muito bem. Vale dizer que crianças com TDAH podem ter dificuldade de completar algumas tarefas, trazendo consequentemente frustrações e impaciência. Os brinquedos de montar são fáceis de usar e têm peças que possibilitam o manuseio. Importante notar que isso ajuda as crianças a criarem uma estrutura única em um tempo curto, o que pode ajudá-la a adquirir confiança. Prática de esporte Crianças com TDAH devem praticar esporte. Melhor ainda quando praticados coletivamente. Os pequenos gastam muita energia e aprendem obedecer a regras, a seguir orientações, etc. Incentivando a leitura das crianças Nada melhor que praticar a leitura com seus filhos. É aconselhável que vocês escolham livros com letras grandes e frases curtas, além de optar por aqueles que tenham muitas figuras, histórias curtas e interessantes para atrair o pequeno. Isso ajuda seu pequeno a permanecer mais concentrado por muito mais tempo. Livros com conteúdo lúdico são altamente indicados. 48 Livros para colorir O que veio para suprir a ansiedade dos adultos pode também ter grande utilidade para as crianças com TDAH. Esses livros são excelentes para desacelerar a impulsividade, além de ser uma ótima terapia e sem contraindicações. Montando quebra-cabeça O quebra-cabeça é uma brincadeira que desafia a inteligência da criança com TDAH e as demais que vivem sem o transtorno. Deve-se ressaltar que a atividade estimula o pensamento lógico, a composição e decomposição de figuras, discriminação visual, atenção e a concentração. Adivinhação A adivinhação é responsável por estimular uma série de aspectos: pensamento lógico, o reconhecimento do todo por uma parte, a dedução, a atenção, a observação, a nomeação e a discriminação visual. Os pequenos podem descobrir, por meio da atividade, que poderão alcançar resultados mais satisfatórios, sobretudo se fizerem perguntas mais objetivas. 49 Morto-vivo Brincar de morto-vivo é fundamental para estimular a concentração e o controle da impulsividade do pequeno, além de ser muito divertido. Estátua Assim como a atividade anterior, a brincadeira de estátua também é ótima para a atenção e o controle do impulso. As crianças passam a desenvolver essas habilidades. BRINCADEIRAS LÚDICAS PARA O ALUNO SURDO Crianças surdas, assim como as demais crianças, brincam e se relacionam normalmente, não apresentando maiores dificuldades em interagir com seus pares. Os jogos e brincadeiras lúdicas para os surdos têm como objetivo a aprendizagem, que envolvem a consciência de regras, de modo a desenvolver a capacidade simbólica, aliada à atividade prática. Todos os jogos e brincadeiras lúdicas do universo infantil podem ser praticados por crianças surdas: brincadeiras de roda, esconde-esconde, pique, lenço atrás, entre outras, desde que as regras estejam suficientemente claras. Isso apenas poderá ocorrer se houver um território linguístico comum entre criança surda, demais crianças e professora, por meio do aprendizado em Libras. 50 Sugestões de brincadeiras lúdicas para surdos A criança poderá dramatizar uma história conhecida ou ser estimulada a desenhar ou contar uma história em língua de sinais, com base em brinquedos disponibilizados pelos pais; Sinalizar e descrever características de brinquedos e objetos em jogos de adivinhação é uma experiência interessante para estimular as expressões faciais e corporais, além da estruturação das primeiras narrativas em Libras; Com máscaras, indumentárias e outros objetos, estimular jogos de representação, imitação de ações de um personagem de uma história infantil, de modo a estimular o universo imaginário do faz-de-conta e potencializar as narrativas em Libras. Além dos brinquedos convencionais, há a possibilidade de criação de novos brinquedos, utilizando materiais diversos como papéis coloridos, retalhos, caixas de garrafas pet, embalagens, etc. Propor variações de brincadeiras próprias para ouvintes como forma de brincadeiras lúdicas recreativas, o que também pode ser uma atividade inclusiva interessante. O telefone sem fio Na versão para surdos, coloca a palavra sinalizada no lugar da palavra falada. Os familiares ficam em fila, de costas para o primeiro. O primeiro faz um sinal para o segundo, que deve observar atentamente, pois seu objetivo é reproduzi-lo a pessoa seguinte, cada participante repete o processo até o último, que deverá fazer o sinal para o grupo. No final do jogo, o primeiro participante reproduz para o grupo o sinal 51 correto. Minhoca É uma corrida de ida e volta, mas os participantes, ao invés de correrem, se arrastam pelo chão. Ganha quem chegar primeiro, para as crianças surdas o educador deverá descrever as regras através da linguagem de sinais ou com gestos corporais demonstrando como deverá ser desenvolvida a brincadeira. Túnel Jogam duas equipes com número de participantes iguais. Cada equipe formará um túnel, onde os participantes ficam um atrás do outro com as pernas abertas. É uma espécie de corrida. No “Já” do mestre, o último de cada fila deve passar por debaixo do túnel e ir para frente. Depois, o último faz a mesma coisa. Desse jeito, o túnel de pessoas irá se distanciando para frente cada vez mais. Ganha o túnel que cruzar a linha de chegada primeiro, para as crianças surdas o familiar deverá descrever as regras através da linguagem de sinais ou com gestos corporais demonstrando como deverá ser desenvolvida a brincadeira, esta brincadeira desenvolve a habilidade das outras crianças em ajudar o amiguinho a realizar a atividade proposta, sempre dando sinal na hora em que o amigo surdo deverá realizar a corrida pelo túnel. Coração queimado Nestas brincadeiras com bola para crianças, é possível elas aprenderem a importância de serem unidas para proteger um amigo e a inclusão da criança surda será de extrema importância. Aqui, podemos trabalhar a força que há em uma equipe unida, além de ser ótimo exercício físico. Primeiro, é necessário separar duas equipes para começar a brincadeira. Cada equipe escolherá em secreto quem será o coração que representará sua turma, o educador explica para a criança surda as regras na linguagem de sinais e as demais crianças cooperam com gestos. 52 Começa a brincadeira com cada equipe atirando a bola contra a outra, na tentativa de queimar o coração, a turma deverá proteger a todo custo a criança escolhida como coração, não deixando que a bola lhe acerte, ganha a equipe que conseguir queimar o coração do adversário primeiro. Essa brincadeira mostra, que a criança enquanto brinca, adquire valores, aprende a importância do trabalho em equipe, tem a possibilidade de acolher a criança surda e assimila a responsabilidade em proteger o companheiro. Bola ao alvo Bola ao alvo é das brincadeiras para criança que ajudam a treinar o equilíbrio, a capacidade de controlar os impulsos enquanto eles se divertem. Aqui, tudo pode funcionar como brinquedo: pneus usados, bacias velhas ou até mesmo um saco plástico. A bola poderá ser improvisada, feita de jornal ou meia. Coloque as crianças em duas fileiras, na frente coloque dois baldes, bacias ou pneus usados,
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