Buscar

Absorção e Distribuição de Fármacos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacocinética 
Absorção e Distribuição 
Esses processos compreende a difusão, 
passagem através de membranas, ligação a 
proteínas plasmáticas e partição entre o 
tecido adiposo e outros tecidos dos 
fármacos. 
Transporte dos fármacos pelo 
organismo 
Movem-se de 2 maneiras: 
1. Fluxo de massa: na corrente sanguínea, 
líquido linfático ou cerebrospinal; 
2. Difusão: molécula a molécula, cobrindo 
distâncias curtas. 
No fluxo de massa não importam a natureza 
química do fármaco e o sangue consegue 
transportar moléculas para grandes 
distâncias. 
As características de um fármaco que 
preveem seu transporte e sua 
disponibilidade nos locais de ação são: peso 
molecular e a conformação estrutural, o 
grau de ionização, a lipossolubilidade 
relativa dos seus compostos ionizados e não 
ionizados, que se ligam às proteínas séricas 
e teciduais. Moléculas grandes se difundem 
mais lentamente que as pequenas. 
Na maioria dos casos, o fármaco precisa 
atravessar as membranas plasmáticas de 
muitas células até alcançar seu local de 
ação. Embora os obstáculos ao transporte 
do fármaco possam se constituir de uma 
única camada de células (epitélio 
intestinal), ou de várias camadas de células 
e proteínas extracelulares associadas (pele), 
a membrana plasmática representa a 
barreira comum à distribuição do fármaco. 
A difusão se difere entre as substâncias, 
visto que a capacidade de atravessar 
barreiras hidrofóbicas é fortemente 
influenciada pela lipossolubilidade. As 
membranas celulares são relativamente 
permeáveis à água, seja por difusão ou fluxo 
Farmacologia 
´ 
Por: ANA CLARA MELO 
resultante dos gradientes hidrostáticos ou 
osmóticos existentes na membrana. Logo, a 
difusão aquosa faz parte do mecanismo 
geral do transporte, pois ele aproxima ou 
afasta as moléculas dos fármacos de 
barreiras não aquosas. 
Com o fluxo volumoso, a água pode levar 
consigo as moléculas dos fármacos. 
Entretanto, as proteínas com moléculas de 
fármacos ligadas a elas são muito grandes e 
polares para que ocorra esse tipo de 
passagem pela membrana, constituindo um 
reservatório inativo, que pode influenciar os 
efeitos terapêuticos e também os adversos 
de determinado fármaco. 
É o movimento entre os compartimentos, 
geralmente envolvendo a passagem por 
barreiras não aquosas, que determina onde 
e por quanto tempo um fármaco estará 
presente no organismo depois de 
administrado. 
Membranas celulares 
São as barreiras entre as partes aquosas do 
organismo. A membrana plasmática 
consiste em uma camada dupla de lipídeos 
anfipáticos, com suas cadeias de ácidos 
graxos orientadas para o interior de modo a 
formar uma fase hidrofóbica contínua, 
enquanto seus polos hidrofílicos estão 
orientados para o exterior. 
As proteínas incrustadas na camada dupla 
da membrana plasmática funcionam como 
“âncoras” estruturais, receptores, canais 
iônicos ou transportadores para a 
transdução dos sinais elétricos ou químicos, 
atuando como alvos seletivos para a ação 
dos fármacos. 
Nas células os fármacos devem atravessar a 
membrana plasmática que separa os 
compartimentos intracelular e extracelular. 
Já para atravessar uma barreira epitelial, 
como a mucosa gastrintestinal ou o túbulo 
renal, consiste em uma camada de células 
estreitamente conectadas, de modo que as 
moléculas devem atravessar pelo menos 
duas membranas celulares (a interna e a 
externa) para passar de um lado para o 
outro. 
A disposição anatômica e a permeabilidade 
do endotélio vascular (a camada celular que 
separa os compartimentos intra e 
extravascular) variam entre tecidos. Entre 
as células endoteliais existem fendas 
preenchidas com matriz proteica frouxa que 
atua como um filtro, retendo moléculas 
grandes e possibilitando a passagem de 
moléculas menores (a água passa 
rapidamente). Na barreira hematencefálica 
e na placenta, existem junções oclusivas 
entre as células, e o endotélio está envolto 
por uma camada impermeável de células 
periendoteliais (pericitos). Assim, evita que 
moléculas potencialmente perigosas 
penetrem no cérebro ou no feto. 
Em alguns órgãos como fígado e baço, o 
endotélio não é contínuo, o que torna 
possível livre passagem entre as células. No 
fígado, os hepatócitos formam a barreira 
entre os compartimentos intra e 
extravascular e assumem diversas funções 
das células endoteliais. As glândulas 
endócrinas contêm um endotélio fenestrado 
que facilita a transferência de hormônios e 
outras moléculas para a corrente sanguínea 
através de poros no endotélio. A formação 
do endotélio fenestrado é controlada pelo 
específico fator de crescimento endotelial 
vascular derivado de glândula endócrina. 
As células endoteliais que revestem as 
vênulas pós-capilares apresentam funções 
especializadas relacionadas com a migração 
de leucócitos e inflamação, e a sofisticação 
da junção intercelular é responsável pela 
migração leucocitária sem qualquer 
extravasamento detectável de água ou 
pequenos íons. 
As moléculas pequenas atravessam as 
membranas celulares de quatro maneiras 
principais: 
 
1. Por difusão direta através dos lipídios; 
2. Combinando-se com um transportador 
de soluto ou outro transportador de 
membrana; 
3. Por difusão através de poros aquosos 
formados por glicoproteínas de 
membrana especiais (aquaporinas) que 
atravessam os lipídios (importante na 
transferência de gases, pois os poros 
têm um diâmetro muito pequeno para 
possibilitar a passagem da maioria das 
moléculas de fármacos); 
4. Por pinocitose (importante no 
transporte da insulina na barreira 
hematencefálica). 
As moléculas apolares se difundem 
livremente na camada lipídica da membrana 
seguindo um gradiente de concentração, 
devendo estar presentes em número 
suficiente na membrana e ser móveis dentro 
dela para que ocorra uma passagem rápida. 
Essa transferência é diretamente 
proporcional à amplitude do gradiente de 
concentração através da membrana, ao 
coeficiente de partição hidrolipídica do 
fármaco e à área da membrana exposta ao 
fármaco. Depois que o estado de equilíbrio 
for atingido, a concentração do fármaco 
livre é igual nos dois lados da membrana, 
desde que ele não seja um eletrólito. No 
caso dos compostos iônicos, as 
concentrações no estado de equilíbrio 
dependem do gradiente eletroquímico do 
íon e das diferenças de pH através da 
membrana, que influenciam de maneira 
diversa o estado de ionização da molécula 
em cada lado da membrana e podem reter 
de forma eficaz o fármaco em um dos seus 
lados. 
→ Captura iônica 
As moléculas lipossolúveis difundem-se 
para dentro das células, onde são 
metabolizadas (p. ex., por esterases). Estas 
podem liberar um importante metabólito 
funcional carregado (e logo impermeável), 
que fica, consequentemente, preso dentro 
da célula. 
Muitos fármacos são ácidos ou bases fracas, 
existindo, portanto, tanto na forma não 
ionizada quanto na ionizada; a razão entre 
as duas formas varia com o pH. 
As moléculas não ionizadas são mais 
lipossolúveis e podem difundir-se 
facilmente pela membrana celular, portanto 
depende da natureza química do fármaco; 
mas existem exceções (p. ex., antibióticos 
aminoglicosídios) em que grupos ligantes 
de hidrogênio que fazem com que a 
molécula sem carga fique hidrofílica. Já a 
espécie ionizada, BH+ ou A-, apresenta 
baixa solubilidade lipídica impedindo sua 
difusão através de membranas e sua 
transferência depende da permeabilidade da 
membrana, que é determinada por sua 
resistência elétrica., exceto onde exista um 
mecanismo específico de transporte. Logo, 
a distribuição transmembrana de um 
eletrólito fraco é influenciada por seu pKa e 
pelo gradiente de pH através da membrana. 
Se existir uma diferença de pH entre os 
compartimentos corporais, pode alterar a 
distribuição, em fase de equilíbrio, dos 
fármacos que são ácidos ou tenhambases 
fracas, mediante na sua ionização. No 
equilíbrio, um fármaco ácido será 
concentrado no compartimento com um pH 
básico (“aprisionamento iônico”) e vice-
versa. No entanto, os compartimentos do 
organismo raramente chegam ao equilíbrio 
e o fluxo de moléculas de fármacos no 
conteúdo gástrico e no líquido tubular renal 
reduz os gradientes de concentração bem 
abaixo das condições teóricas de equilíbrio. 
A partição pelo pH não é o principal 
determinante do local de absorção de 
fármacos no trato gastrintestinal. Isso 
ocorre em virtude da enorme área de 
absorção das vilosidades e microvilosidades 
do íleo, comparada com a área de absorção 
do estômago, que é muito menor, 
diminuindo, assim, sua importância. Desse 
modo, a absorção de um fármaco ácido, 
como o ácido acetilsalicílico, é aumentada 
por fármacos que aceleram o esvaziamento 
gástrico (p. ex., metoclopramida) e 
retardada por fármacos que o reduzem (p. 
ex., a propantelina), apesar de o pH ácido do 
estômago favorecer a absorção de ácidos 
fracos. 
Pontos importantes: 
→ A acidificação da urina acelera a 
eliminação de bases fracas e retarda a de 
ácidos fracos e o oposto também é 
verdadeiro; 
→ O aumento do pH do plasma (p. ex., 
pela administração de bicarbonato de 
sódio) faz com que ácidos fracos sejam 
extraídos do SNC para o plasma e a 
redução do pH do plasma (p. ex., pela 
administração de um inibidor da 
anidrase carbônica, como a 
acetazolamida) faz com que ácidos 
fracos sejam concentrados no SNC, 
potencialmente aumentando sua 
neurotoxicidade. 
São divididos em: 
 Transportadores SLC: facilitam a 
movimentação passiva de solutos a 
favor de seu gradiente eletroquímico; 
 Transportadores cassetes de ligação ao 
ATP (ABC): bombas ativas movidas 
por ATP. 
A maioria atua principalmente em 
substratos endógenos, mas alguns também 
transportam substâncias exógenas 
(“xenobióticos”), inclusive fármacos. 
→ Transportadores de cátions e ânions 
orgânicos 
Dois SLC: 
1. OCT: transportadores de cátions 
orgânicos. Translocam dopamina, colina 
e diferentes fármacos, incluindo 
vecurônio, quinina e procainamida. São 
uniportadores, ou seja, cada molécula 
transportadora se liga a uma molécula de 
soluto de cada vez e a transporta a favor 
do seu gradiente. O OCT2 (presente nas 
células do túbulo proximal do rim) 
concentra fármacos como a cisplatina 
nessas células, um importante fármaco 
antineoplásico, resultando na sua 
nefrotoxicidade seletiva. 
2. OAT: transportadores de ânions 
orgânicos. São responsáveis pela 
secreção renal de uratos, prostaglandinas, 
algumas vitaminas e p-amino hipurato, e 
de fármacos como a probenecida, muitos 
antibióticos, antivirais, anti-
inflamatórios não esteroides e 
antineoplásicos. A captação é alimentada 
pela troca com ácidos dicarboxílicos 
intracelulares. A energia metabólica é 
fornecida pelo ATP pela troca Na+ /K+. 
Como o transporte mediado por 
transportadores envolve uma etapa de 
ligação, ele apresenta características de 
saturação. 
Consiste em uma proteína transmembrana 
que liga uma ou mais moléculas ou íons, 
muda de conformação e os libera do outro 
lado da membrana. Tais sistemas podem 
operar de maneira puramente passiva, sem 
qualquer fonte de energia; nesse caso, eles 
apenas facilitam os processos de equilíbrio 
transmembranar das espécies transportadas, 
na direção do seu gradiente eletroquímico. 
Alguns SLC estão acoplados ao gradiente 
eletroquímico de Na+ ou de outros íons 
através da membrana, gerado pelas bombas 
de íons dependentes de ATP; nesse caso, o 
transporte pode ocorrer contra o gradiente 
eletroquímico. Pode haver transporte de 
uma molécula em troca de outra 
(“antiporte”) ou o transporte de duas 
moléculas juntas na mesma direção 
(“simporte”). 
Os principais locais em que os SLC são 
expressos, e o transporte de fármacos 
mediado por transportadores é importante, 
são: 
 Barreira hematencefálica 
 Trato gastrintestinal 
 Túbulo renal 
 Trato biliar 
 Placenta. 
→ Transportadores P-glicoproteína 
Pertencem a família dos transportadores 
ABC e expressam uma bomba dependente 
de ATP com ampla especificidade, são 
codificadas pelo gene 1 resistente a 
múltiplos fármacos. Estão presentes nas 
membranas ciliadas dos túbulos renais, no 
canalículo biliar, nos processos basais de 
astrócitos nos microvasos cerebrais e no 
trato gastrintestinal. 
Desempenham papel importante em 
absorção, distribuição e eliminação de 
muitos fármacos, e frequentemente 
colocalizam-se junto com os 
transportadores SLC de fármacos, de modo 
que um fármaco que tenha sido 
concentrado, por exemplo, por um 
transportador OAT na membrana 
basolateral de uma célula tubular renal 
possa então ser bombeado para fora da 
célula por uma P-gp na membrana luminal. 
A glicoproteína-P localizada nos 
enterócitos limita a absorção oral dos 
fármacos transportados, pois expulsa os 
compostos de volta ao interior do trato GI 
após sua absorção por difusão passiva. 
A variação polimórfica nos genes 
codificadores dos transportadores SLC e P-
gp conferem uma variação genética 
individual na resposta a diferentes 
fármacos. Além disso, a competição entre 
fármacos para o mesmo transportador 
provoca interações fármaco-fármaco. 
Ademais, a indução ou inibição competitiva 
das moléculas transportadoras pode ocorrer 
na presença de um segundo ligante que se 
liga ao carreador, havendo então o potencial 
para interações medicamentosas. 
Proteínas plasmáticas 
A maioria do fármaco se encontra no 
plasma na forma conjugada com uma 
proteína plasmática, sendo que a fração que 
não está ligada, mas se encontra 
farmacologicamente ativa no plasma, pode 
ser inferior a 1%. 
A proteína plasmática mais importante no 
que se refere à ligação de fármacos consiste 
em albumina, que liga muitos fármacos 
ácidos (p. ex., varfarina, anti-inflamatórios 
não esteroides, sulfonamidas), e um 
pequeno número de fármacos básicos (p. 
ex., antidepressivos tricíclicos e 
clorpromazina). A β-globulina também foi 
implicada na ligação de determinados 
fármacos básicos, como a quinina. 
A quantidade de ligação de um fármaco a 
proteínas depende de três fatores: 
 A concentração de fármaco livre 
 Sua afinidade pelos locais de ligação 
 A concentração de proteínas. 
A albumina plasmática contém 2 pontos de 
ligação por molécula, ultrapassando o valor 
necessário de concentração para que ocorra 
um efeito clínico. Por ligar vários fármacos, 
podem ocorrer o fenômeno da competição 
entre eles, aumentando a concentração 
plasmática da sua forma livre. 
Acúmulo na gordura corporal e 
em outros tecidos 
A gordura é um compartimento apolar. 
Porém existem alguns fatores limitantes 
como coeficiente de partição óleo:água 
efetivo relativamente baixo para a maioria 
dos fármacos e baixo suprimento 
sanguíneo, levando os fármacos lentamente 
para a gordura. 
A partição na gordura corporal é importante 
para somente alguns fármacos altamente 
solúveis quando administrados agudamente 
como anestésicos gerais. Já quando 
administrados cronicamente o acúmulo no 
tecido adiposo é geralmente significativo 
(p. ex., benzodiazepínicos). 
No entanto, vários outros fármacos se 
acumulam em outros tecidos, como a 
cloroquina que tem alta afinidade pela 
melanina, sendo captada por tecidos como a 
retina, rica em grânulos de melanina, 
responsável por sua toxicidade ocular. Já as 
tetraciclinas acumulam-se lentamente em 
ossos e dentes, pois apresentam alta 
afinidade pelo cálcio, não devendo, por isso, 
ser administradas a crianças. Concentrações 
muito altas de amiodarona acumulam-se no 
fígado e pulmões, podendo causar efeitos 
adversos como hepatite e fibrose 
intersticial. 
Absorção de fármacos e vias de 
administração 
A absorção é definida como a passagem de 
um fármaco de seu local de administraçãopara o plasma. Portanto, ela é importante 
para todas as vias de administração, exceto 
a intravenosa, em que ela está completa por 
definição. No entanto, na administração 
tópica de um creme esteroide para a pele ou 
na inalação de um broncodilatador na forma 
de aerossol, a absorção não é necessária 
para que o fármaco atue. 
As principais vias de administração são: 
 Oral (engolido) 
 Sublingual ou bucal (é mantido em 
contato com a mucosa oral) 
 Retal 
 Aplicação em outras superfícies 
epiteliais (p. ex., pele, córnea, vagina e 
mucosa nasal) 
 Inalação 
 Injeção 
o Subcutânea 
o Intramuscular 
o Intravenosa 
o Intratecal 
o Intravítrea. 
 
A maioria dos fármacos de moléculas 
pequenas é administrada pela boca e 
deglutida. Ocorre pouca absorção até que o 
fármaco chegue ao intestino delgado. Os 
peptídios e as proteínas são sujeitos à 
digestão, bem como a barreiras epiteliais. 
Logo, a VO não é, em geral, viável para a 
administração de biofármacos. 
→ Absorção no intestino 
O mecanismo é o mesmo de outras barreiras 
epiteliais, ou seja, transferência passiva a 
uma velocidade que é determinada pela 
ionização e lipossolubilidade das moléculas 
do fármaco. 
As bases fortes com pKa de 10 ou mais são 
pouco absorvidas, assim como os ácidos 
fortes com pKa inferior a 3, porque estão 
totalmente ionizados. 
 
Em alguns casos, a absorção depende de 
transporte mediado por transportadores, e 
não da difusão simples, como a levodopa. O 
ferro é absorvido com o auxílio de 
transportadores específicos na superfície da 
mucosa jejunal e o cálcio é absorvido por 
um transportador dependente de vitamina 
D. 
→ Fatores que afetam a absorção 
intestinal 
Em geral, cerca de 75% de um fármaco 
administrado oralmente são absorvidos em 
1 a 3 h, mas existem alguns fatores que 
podem alterar a absorção, como: 
 Conteúdo intestinal (p. ex., alimentado 
ou em jejum): altera tanto o conteúdo 
intestinal como o fluxo de sangue 
esplâncnico; 
 Motilidade gastrintestinal: tanto a estase 
gástrica como o aumento da motilidade 
podem afetar a absorção. Ademais, o 
movimento excessivamente rápido 
conteúdo intestinal também 
compromete. 
 Fluxo sanguíneo esplâncnico: diversos 
fármacos (p. ex., propranolol) alcançam 
uma concentração plasmática mais alta 
se tomados após uma refeição, 
provavelmente porque o alimento 
aumenta o fluxo sanguíneo esplâncnico. 
Por outro lado, esse fluxo é 
acentuadamente reduzido por 
hipovolemia ou insuficiência cardíaca, 
com consequente redução na absorção 
de fármacos. 
 Tamanho da partícula e formulação: em 
comprimidos com o mesmo conteúdo, 
porém com tamanho de partículas 
diferentes podem resultar em 
concentrações plasmáticas diferentes. 
Alguns medicamentos são formulados 
para produzirem algumas ações 
desejadas. As cápsulas podem ser 
projetadas para permanecer intactas por 
algumas horas após a ingestão para 
retardar a absorção; os comprimidos 
podem ter um revestimento resistente 
para produzir o mesmo efeito. Em 
alguns casos, faz-se uma mistura de 
partículas de liberação lenta e rápida na 
mesma cápsula, a fim de promover uma 
absorção rápida, mas sustentada. Além 
disso, preparações de liberação podem 
ser modificadas para que sejam 
administradas menos frequentemente. 
Tais preparações não somente permitem 
um aumento do intervalo entre as doses, 
como também reduzem os efeitos 
adversos relacionados com os altos 
picos de concentração plasmática após a 
administração de uma formulação 
convencional. 
 Fatores físico-químicos, incluindo 
algumas interações entre fármacos. 
 Polimorfismos genéticos nos 
transportadores, bem como a 
competição fármaco-fármaco. 
Alguns fármacos são planejados para que 
não sejam absorvidos como a vancomicina 
e a mesalazina que atuam no lúmen e 
mucosa intestinal, respectivamente. 
→ Biodisponibilidade e bioequivalência 
Para que o fármaco administrado via oral 
alcance a circulação sistêmica, é necessário, 
além de atravessar a mucosa intestinal, que 
ele também vença a sucessão de enzimas 
que podem inativá-lo na parede intestinal e 
no fígado, conhecida como metabolismo 
pré-sistêmico ou de primeira passagem. 
O termo biodisponibilidade indica a fração 
da dose de um fármaco administrado por via 
oral que chega à circulação sistêmica de 
forma intacta levando em consideração 
tanto a absorção quanto a degradação 
metabólica local. Alterações na atividade 
enzimática da parede intestinal ou do 
fígado, mudança no pH gástrico ou na 
motilidade intestinal afetam a 
biodisponibilidade. 
Entretanto, a biodisponibilidade somente se 
relaciona com a proporção total de fármaco 
que chega à circulação sistêmica, 
negligenciando a velocidade de absorção. 
Se um fármaco for absorvido 
completamente em 30 min, ele alcançará 
uma concentração plasmática muito maior 
(e tendo um efeito mais acentuado) do que 
se for absorvido ao longo de várias horas. 
O termo bioequivalência se refere a 
fármacos genéricos. É calculada com base 
na máxima concentração alcançada 
(Cmáx), e o tempo decorrido desde a 
administração das doses até a Cmáx (Tmáx) 
e AUC(0–t). Para a maioria dos fármacos, 
AUC(0–t) e Cmáx devem estar entre 80 e 
125% da preparação comercializada para 
que seja aceito como bioequivalente. A 
bioequivalência implica que, se uma 
formulação de um fármaco for substituída 
por outra, não haverá consequências 
clínicas indesejáveis. 
Pode ser utilizada quando se pretende um 
efeito rápido, especialmente quando o 
fármaco é instável no pH gástrico ou 
rapidamente metabolizado pelo fígado. Isso 
acontece porque os fármacos absorvidos na 
boca passam diretamente para a circulação 
sistêmica sem entrar no sistema porta, 
escapando, assim, do metabolismo de 
primeira passagem pelas enzimas da parede 
do intestino e do fígado. Ex.: trinitrato de 
glicerila, buprenorfina e midazolam. 
Pode ser usada para efeito local ou 
sistêmico. Embora a absorção através da 
VR possa não ser confiável, pode ser mais 
rápida e mais completa do que a 
administração oral, uma vez que apenas 
uma fração da drenagem capilar regressa à 
circulação sistêmica através da veia porta. 
É útil em pacientes em êmese ou que sejam 
incapazes de administrar medicamentos 
pela boca (p. ex., no pós-operatório ou 
durante cuidados paliativos). 
→ Administração cutânea 
É usada quando é necessário um efeito local 
na pele. No entanto, pode haver absorção 
apreciável, causando efeitos sistêmicos. 
Ex.: esteroides tópicos e géis de agentes 
anti-inflamatórios não esteroides, como o 
ibuprofeno. 
Um fármaco pode ser aplicado na forma de 
um adesivo transdérmico para ser aplicado 
na pele, como estrógeno e testosterona, para 
terapia de reposição hormonal. Esses 
adesivos produzem uma taxa estável de 
liberação do fármaco, evitando o 
metabolismo pré-sistêmico. Contudo, esse 
método é apropriado apenas para fármacos 
lipossolúveis e é relativamente caro. 
→ Sprays nasais 
A absorção ocorre através da mucosa que 
recobre o tecido linfoide nasal, semelhante 
às placas de Peyer. Ex.: Análogos de alguns 
hormônios peptídicos como, por exemplo, 
hormônio antidiurético e hormônio 
liberador de gonadotrofina são aplicados 
por spray nasal, assim como a calcitonina. 
→ Colírios 
São absorvidos através do epitélio do saco 
conjuntival para produzir seus efeitos e 
muitos podem ser alcançados sem causar 
reações colaterais sistêmicas, como a 
dorzolamida, um inibidor da anidrase 
carbônica administrada na forma de colírio 
para reduzir a pressão ocular em 
pacientescom glaucoma. Esse efeito é 
alcançado sem afetar os rins, evitando, 
assim, a acidose causada pela administração 
oral da acetazolamida. No entanto, ocorre 
certa absorção sistêmica nos olhos, 
resultando em efeitos indesejáveis (p. ex., 
broncospasmo em pacientes asmáticos 
usando colíriode timolol para glaucoma). 
É usada para os anestésicos voláteis e 
gasosos, com o pulmão sendo tanto via de 
administração quanto de eliminação. Tem 
como característica o rápido ajuste na 
concentração plasmática devido a troca 
rápida resultante da grande área e do fluxo 
sanguíneo. 
Alguns fármacos, com alvo o pulmão, 
podem ser utilizados na forma de aerossol. 
Glicocorticoides (p. ex., dipropionato de 
beclometasona) e broncodilatadores (p. ex., 
salbutamol) são administrados por essa via 
para alcançar altas concentrações locais, 
minimizando os efeitos sistêmicos. 
No entanto, os fármacos administrados por 
inalação geralmente são absorvidos 
parcialmente, podendo ocorrer efeitos 
adversos sistêmicos e a sua modificação 
química pode minimizar ainda mais essa 
absorção. 
É a via mais rápida e confiável de 
administração de um fármaco. A injeção em 
bolus produz concentração muito alta do 
fármaco, primeiro no coração direito e nos 
vasos pulmonares e, depois, na circulação 
sistêmica. A concentração máxima 
alcançada nos tecidos depende criticamente 
da velocidade da injeção. A administração 
intravenosa usando uma bomba mecânica 
evita as incertezas da absorção em outros 
locais e das altas concentrações plasmáticas 
causadas pela injeção em bolus. 
A injeção de fármacos SC ou intramuscular 
geralmente produz um efeito mais rápido 
que a administração oral, mas a velocidade 
da absorção depende muito do local da 
injeção e do fluxo sanguíneo local. Os 
fatores limitantes da velocidade de absorção 
no local da injeção são: 
 Difusão através do tecido 
 Remoção pelo fluxo sanguíneo local. 
A absorção no local da injeção aumenta 
quando o fluxo sanguíneo aumenta. A 
hialuronidase (uma enzima que degrada a 
matriz extracelular, aumentando, assim, a 
difusão) também amplia a absorção no local 
da injeção. Por outro lado, a absorção está 
reduzida em pacientes com insuficiência 
circulatória (choque), nos quais a perfusão 
tecidual está reduzida. 
Pode ser desejável retardar a absorção ou 
para produzir um efeito local prolongado ou 
para prolongar as ações sistêmicas. Por 
exemplo, a adição de epinefrina a um 
anestésico local reduz a absorção do 
anestésico na circulação geral, prolongando 
apropriadamente o efeito anestésico. A 
benzilpenicilina procaína é um sal pouco 
solúvel da penicilina; quando administrada 
como uma solução aquosa, é absorvida 
lentamente, prolongando sua ação. A 
esterificação de hormônios esteroides e de 
fármacos antipsicóticos aumenta a sua 
solubilidade em óleo, reduzindo sua 
absorção quando injetados em solução 
oleosa. 
Outro método utilizado para conseguir a 
absorção lenta e contínua de certos 
hormônios esteroides (p. ex., o estradiol) é 
a implantação subcutânea do fármaco, 
formulado, por exemplo, na forma de um 
pellet sólido. A velocidade de absorção é 
proporcional à área da superfície do 
implante. 
→ Injeção intratecal 
Esta injeção é realizada através de uma 
agulha de punção lombar no espaço 
subaracnoide. Esta via pode tornar-se cada 
vez mais importante tendo em conta o 
potencial terapêutico dos biofármacos nas 
patologias neurológicas, bem como o 
problema de acesso destes agentes pela 
existência da barreira hematencefálica. Esta 
pode ser a via de escolha para minimizar 
efeitos adversos de medicamentos, como o 
baclofeno. 
→ Injeção intravítrea 
O ranibizumabe (um fragmento de 
anticorpo monoclonal que se liga ao fator de 
crescimento vascular endotelia) e o 
aflibercepte, uma proteína de fusão, são 
administrados pelos oftalmologistas por 
injeção intravítrea no tratamento da 
degeneração macular úmida relacionada 
com idade, edema macular e 
neovascularização coroidal. Os implantes 
intravítreos que liberam corticosteroides de 
forma lenta (como a fluocinolona ou a 
dexametasona) ao longo de meses são 
utilizados no edema macular. 
Distribuição dos fármacos 
O líquido extracelular compreende plasma 
(em torno de 4,5% do peso corporal), 
líquido intersticial (16%) e linfa (1,2%). O 
líquido intracelular (30 a 40%) é a soma do 
conteúdo líquido de todas as células do 
corpo. O líquido transcelular (2,5%) inclui 
líquidos cefalorraquidiano, intraocular, 
peritoneal, pleural, sinovial, feto e 
secreções digestivas. 
Dentro de cada um desses compartimentos 
aquosos, as moléculas de fármacos estão 
presentes tanto livres em solução quanto na 
forma ligada; além disso, os fármacos que 
são ácidos ou bases fracas existem como 
uma mistura em equilíbrio das formas com 
carga e sem carga, e a posição do equilíbrio 
depende do pH. 
 
Para passar do compartimento extracelular 
para os compartimentos transcelulares, o 
fármaco precisa atravessar uma barreira 
celular, e a barreira hematencefálica é um 
exemplo. 
O padrão do equilíbrio de distribuição entre 
os diversos compartimentos depende, 
portanto, de: 
 Permeabilidade através das barreiras 
teciduais 
 Ligação dentro dos compartimentos 
 Partição pelo pH 
 Partição óleo:água. 
Consiste em uma camada contínua de 
células endoteliais unidas por junções de 
oclusão e cercadas por pericitos. 
Consequentemente, o cérebro é inacessível 
para muitos fármacos de baixa 
lipossolubilidade. Entretanto, a inflamação 
pode romper a integridade dessa barreira, 
possibilitando a entrada no cérebro de 
substâncias que não costumam atravessá-la, 
podendo ainda desregular os mecanismos 
de efluxo dos fármacos. 
No entanto, em algumas partes do SNC, 
incluindo a zona quimiorreceptora do 
gatilho, a barreira é permeável. Diversos 
peptídios, incluindo a bradicinina, 
aumentam a permeabilidade da barreira 
hematencefálica. Este efeito pode ser usado 
para melhorar a penetração dos fármacos 
anticâncer no tratamento de tumores 
cerebrais. 
O volume de distribuição aparente Vd é 
definido como o volume necessário para 
conter a quantidade total do 
fármaco (Q) no 
organismo, na mesma concentração 
presente no plasma (Cp): 
 
→ Fármacos confinados no plasma 
O volume de plasma é de aproximadamente 
0,05 l/kg de peso corporal. Alguns 
fármacos, como a heparina, ficam 
confinados ao plasma porque a molécula é 
muito grande para atravessar a parede dos 
capilares com facilidade. Mais 
frequentemente, a retenção de um fármaco 
no plasma após uma dose única reflete uma 
forte ligação às proteínas plasmáticas. No 
entanto, é a fração livre do fármaco no 
líquido intersticial que tem efeitos 
farmacológicos. Após doses repetidas, 
ocorre equilíbrio e o Vd medido aumenta. 
→ Fármacos distribuídos no 
compartimento extracelular 
O volume extracelular total é de 
aproximadamente 0,2 l/kg, e esse é o Vd 
aproximado para muitos compostos polares. 
Esses fármacos não conseguem entrar com 
facilidade nas células por sua baixa 
lipossolubilidade, não atravessando 
livremente a barreira hematencefálica nem 
a placenta. Muitos biofármacos 
macromoleculares, especialmente 
anticorpos monoclonais, distribuem-se no 
espaço extracelular e alcançam os 
receptores de superfície das células, mas 
não entram nas células facilmente. Os 
biofármacos com base em ácidos nucleicos, 
que atuam no DNA e RNA intracelulares, 
são frequentemente formulados em 
sistemas de liberação especiais que 
facilitam o acesso ao interior da célula. 
→ Distribuição na água do organismo 
A água total do organismo representa em 
torno de 0,55 l/kg. Esse valor aproxima-se 
da distribuição de muitos fármacos que 
atravessam as membranas celulares 
facilmente. A ligação dos fármacos fora do 
plasma (p. ex., na gordura ou ligados nos 
tecidos), aumenta o Vd acima do conteúdo 
total de água corporal. Tais fármacos não 
são removidos do organismo com eficiência 
pela hemodiálise, que é, pois, inútil no 
tratamento de superdosagens com esses 
agentes. 
Interações farmacológicas 
A absorção gastrointestinal pode ser 
retardada por fármacos que inibemo 
esvaziamento gástrico ou acelerada por 
fármacos que promovem o esvaziamento 
gástrico. No intestino, os fármacos podem 
se interagir formando complexos inibindo a 
sua absorção. Outro exemplo é a adição de 
epinefrina a injeções de anestésicos locais; 
a vasoconstrição resultante retarda a 
absorção dos anestésicos, prolongando o 
efeito local. 
Um fármaco pode alterar a distribuição de 
outro por competição por um local de 
ligação comum na albumina plasmática ou 
na proteína tecidual. 
O deslocamento de um fármaco do seu local 
de ligação no plasma ou tecidos aumenta 
transitoriamente a concentração de fármaco 
livre (não ligado). No entanto, isso é 
seguido de aumento da eliminação, 
resultando em um novo estado de equilíbrio 
no qual a concentração total de fármaco no 
plasma está reduzida, mas a concentração 
de fármaco livre é igual à anterior, antes da 
introdução do segundo fármaco 
“deslocador”. 
As consequências clínicas potencialmente 
importantes incluem: 
 Dano devido ao aumento temporário na 
concentração de fármaco livre antes de 
ser alcançado o novo estado de 
equilíbrio. 
 Quando o fármaco deslocador reduz 
também a eliminação do primeiro, de tal 
modo que a concentração livre seja 
aumentada não somente de maneira 
aguda, mas também de forma crônica ao 
novo estado de equilíbrio, pode seguir-
se toxicidade grave. 
 
Sistemas especiais de liberação 
de fármacos 
Diversas estratégias estão sendo exploradas 
na tentativa de melhorar o fornecimento de 
fármacos ao sistema biológico e direcionar 
o fármaco para seu tecido-alvo, sendo: 
 Pró-fármacos: são precursores inativos 
metabolizados em metabólitos ativos. 
Ex.: o fármaco citotóxico 
ciclofosfamida só se torna ativo depois 
de metabolizado no fígado; por isso, ele 
pode ser administrado por via oral sem 
causar danos graves ao epitélio 
gastrintestinal. A zidovudina somente é 
fosforilada em seu metabólito trifosfato 
ativo em células que contenham a 
apropriada transcriptase reversa, 
conferindo, assim, toxicidade seletiva 
para as células infectadas com o HIV. 
 Conjugados anticorpo-fármaco: uma 
abordagem é ligar o fármaco ou toxina 
a um anticorpo direcionado contra um 
antígeno específico do tumor, que se 
ligará seletivamente às células 
tumorais; 
 Acondicionamento em lipossomas: 
lipossomas são vesículas de 0,1 a 1 μm 
de diâmetro produzidas por sonicação 
de uma suspensão aquosa de 
fosfolipídios. Tais vesículas podem ser 
preenchidas com fármacos insolúveis 
em lipídios, que ficam retidos até que o 
lipossoma se rompa. Os lipossomas são 
captados pelas células 
reticuloendoteliais, especialmente no 
fígado. São concentrados também nos 
tumores malignos. 
 Dispositivos revestidos implantáveis: 
revestimentos impregnados foram 
desenvolvidos a fim de possibilitar a 
aplicação localizada de fármacos a 
partir de implantes. Exemplos incluem a 
liberação de hormônios para o 
endométrio a partir de dispositivos 
intrauterinos.

Outros materiais