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A Declaração Universal de Direitos Humanos foi proclamada no dia 10 de dezembro de 1948

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A Declaração Universal de Direitos Humanos foi proclamada no dia 10 de dezembro de 1948, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Foi através da Assembleia Geral, que ela foi elaborada e aprovada sob a resolução de número 217. Essa Declaração foi o primeiro documento que traz elencado todos os valores, direitos que devem ser protegidos em prol da dignidade da pessoa humana. A Declaração Universal de Direitos Humanos tem como seu principal fundamento a dignidade da pessoa humana. Vale ressaltar que ela não é um tratado, não é um pacto, portanto não tem força vinculante, força normativa, ela funciona apenas como um instrumento de recomendação. Ela é considerada um ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações. Ela foi elaborada para definir o significado das expressões liberdades fundamentais e Direitos Humanos, ela é composta por 30 artigos e o seu contexto é pós segunda Guerra Mundial, ela prevê em seu texto direitos de primeira e segunda dimensão. As principais características dos Direitos Humanos são: Universalidade, Indivisibilidade, Interdependentes, Irrenunciáveis. Os antecedentes dessa Declaração foram: Iluminismo, movimento cultural, filosófico (séculos XVII, XVIII), Revolução Francesa inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Século XIX auge da revolução industrial na Europa onde havia abuso de mão de obra operária, luta de classes, desemprego, miséria, perda de Direitos. Segunda Guerra Mundial (1939-1942), daí então dando espaço para o surgimento dessa Declaração, criada como reação contra as atrocidades cometidas durante a 2º Guerra Mundial. Esse documento define direitos básicos do ser humano expondo em seus 30 artigos, direitos básicos para a promoção de uma vida digna para todo ser humano, independente da nacionalidade, cor, sexo, credo, orientação sexual, política. Torando-se assim um marco, servindo até hoje como base, fundamento para toda a elaboração de documentos que visam a proteção desses Direitos no mundo inteiro. 
Como forma de garantir uma eficácia plena na implementação e proteção dos Direitos Humanos, foi criado o Sistema Regional de Direitos Humanos que faz parte do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos. O Sistema Interamericano de Proteção aos Direitos Humanos possui uma organização dos Estados Americanos que é composta por 35 países, sendo que 25 destes, adotaram o principal documento que faz parte desse sistema de proteção que é a Convenção Americana de Direitos Humanos ( 1969), também denominada como Pacto de San Jose da Costa Rica, ele surgiu como se fosse uma replica do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. Esse Pacto possui força normativa e vinculante pelo qual o Brasil é signatário possuindo eficácia dentro do território brasileiro, em 1988 houve a criação da Constituição Federal Brasileira considerada como marco de constitucionalização dos Direitos Humanos no território brasileiro. Em seu artigo 5º, paragrafo 3º ela retrata que todos os tratados de Direitos Humanos que foram aprovados pelas 2 casas do Congresso em 2 turnos e por 3\5 dos seus membros terão status de Emenda Constitucional. O Brasil assinou o Pacto de San José da Costa Rica em 1992 e ele foi incorporado em sua legislação através de decreto presidencial, possuindo status de Lei Ordinária. Porém esse pacto em seu artigo 7º diz que é licita a prisão civil do devedor de alimentos. Enquanto o código civil da legislação brasileira dizia que era permitido a prisão civil do depositário infiel. Além disso, o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira permite também a prisão civil do depositário infiel, porém essa prisão ia contra aos princípios elencados na própria constituição, gerando assim um conflito entre a legislação infraconstitucional brasileira, esse pacto e a Constituição Federal. Esse conflito foi solucionado por meio de uma decisão do STF, tornando todos os tratados que versassem na legislação brasileira entre 1988 e 2004 em status de supralegalidade, atendendo aos fundamentos da própria constituição e revogando o dispositivo que permita a prisão do depositário infiel. E para resolver a questão perante a Constituição Federal, o Supremo Tribunal Federal publicou uma sumula vinculante número 25 informando que é ilícita a prisão do depositário infiel. Portanto, todo tratado que passassem pelo contexto do artigo 5º paragrafo 3º passou a possuir status de supralegalidade, dando uma maior eficácia a proteção dos direitos em território nacional. 
O Tribunal Penal Internacional possui jurisdição independente, autônoma, criado em 1988 através do Estatuto de Roma, contudo, ele só começou a entrar em vigor em 2002. Ele foi idealizado no final da segunda guerra mundial em 1945, mas o momento não era ideal, pois havia a necessidade da promoção da paz. Ele foi criado com a intenção de impedir a impunidade e de garantir que esses crimes contra a humanidade de grande repercussão que eles fossem julgados nessa corte autônoma e independente. Ele tem a competência para julgar apenas 4 tipos de crimes dentre os quais são: contra a humanidade, de guerra, agressão, genocídios. Esse tribunal não julga países, julga pessoas. Ele possui uma competência complementar. A denúncia não pode ser realizada perante esse tribunal. É preciso se esgotar as instancias internas de cada nação para que se busque a tutela da jurisdição internacional. E isso cabe para cortes e tribunais internacionais, além disso, esse tribunal não tem competência para julgar ações civis, ele só tem competência para julgar as criminais. 
No Brasil, uma mulher transgênero conhecida como Raquel Zane Pietra sofreu por anos violência doméstica por parte de seu companheiro e denunciou conforme consta os inúmeros boletins de ocorrência anexo no processo judicial tramitado em julgado. Raquel foi brutalmente espancada em 2013 e esquartejada em um colégio abandonado da própria cidade, em que morava com seu companheiro. Após denúncias da família da vítima, a polícia finalmente iniciou a investigação e prendeu o réu. Sendo assim, o Ministério Público denunciou o réu por feminicídio e pediu a pena máxima de 30 anos de prisão em regime fechado. Porém, a Primeira Instância Penal decidiu que o crime não se qualificava como feminicídio, pois se tratava de uma mulher transgênero que não foi submetida a uma operação de mudança de sexo, somente obteve alteração do nome social do masculino para o feminino. Logo, o réu foi condenado por homicídio com pena de 16 anos, entendendo o júri que se tratava de um crime passional. Tendo por consequência uma violação a vários direitos, como à vida, a integridade pessoal, dignidade da pessoa humana garantias judiciais com Relação a violação dos direitos das mulheres. Sendo assim, o MP tentou de várias formas honrar a memória e o nome de Raquel, mas nada feito, esgotaram os recursos internos nacionais do Poder Judiciário em última instância. 
Com base nisso, é importante que tal caso seja analisado pela Corte Interamericama de Direitos Humanos para que a mesma analise a responsabilidade dos Estados partes que descumpriram suas obrigações perante o sistema e sua gente, punindo-os e impedindo que crimes bárbaros como esse venha a se repetir.

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