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Curso Bacharelado em Ciências Contábeis 3º período - Disciplina: Contabilidade 
Intermediária I– Primeira Etapa-2015 – Profª Jaqueline Leite – UNIDADE 2 
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1. FOLHA DE PAGAMENTO 
 
1.1 Aspectos Introdutórios: 
A confecção da folha de pagamento de empregados nas empresas é um documento obrigatório 
tendo como fundamento a fiscalização trabalhista e a previdenciária. 
 
Uma folha de pagamento dever ser elaborada de maneira que seja possível identificar cada um dos 
setores da empresa, ou centro de lucro, bem como conter no mínimo as seguintes informações: 
 
 Nome do funcionário; 
 Vantagens discriminadas; 
 Descontos discriminados; 
 Valor líquido a pagar. 
 
Na folha de pagamento, além dos salários dos funcionários, constam também outros valores, tais 
como: férias, 13º salário, INSS e IRRF descontados dos salários, aviso prévio, valor do desconto 
relativo ao vale transporte e às refeições e ainda o valor do FGTS incidente sobre os salários. 
 
Podem ainda, constar da folha de pagamento de salários, as verbas pagas aos funcionários por 
ocasião da rescisão de contrato de trabalho. 
 
1.2 Observância Do Princípio Contábil Da Competência 
Normalmente os salários são pagos até o 5º dia útil do mês seguinte ao de referência, exceto os 
casos em que os acordos ou convenções coletivas estabelecem prazos menores. 
 
No entanto, a contabilização da folha de pagamento de salários deve ser efetuada observando-se o 
regime de competência, ou seja, os salários devem ser contabilizados no mês a que se referem ainda 
que o seu pagamento seja efetuado no mês seguinte. 
 
No caso do valor relativo às férias e ao 13º salário, a empresa deve apropriar estes valores 
mensalmente em obediência ao regime de competência, efetuando a provisão para o pagamento 
dessas verbas. Se a empresa não faz a provisão, esses valores serão apropriados como custo ou 
despesa por ocasião do respectivo pagamento. 
 
1.3 Classificação Contábil 
Os salários e encargos incidentes sobre os mesmos classificam-se como despesas operacionais, 
quando referentes a funcionários das áreas comercial e administrativa, e como custo de produção ou 
de serviços, quando referentes a funcionários dos setores de produção e os alocados na execução de 
serviços objeto da empresa. 
 
1.4 Diferença Entre Salário E Remuneração 
 
Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do 
contrato de trabalho. 
 
Já a remuneração é a soma do salário contratualmente estipulado (mensal, por hora, por tarefa etc.) 
com outras vantagens percebidas na vigência do contrato de trabalho como horas extras, adicional 
noturno, adicional de periculosidade, insalubridade, comissões, percentagens, gratificações, diárias 
para viagem etc. 
http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/folha_de_pagamento
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salarios_pgto.htm
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1.5 Jornada De Trabalho 
É o tempo em que o empregado permanece à disposição de seu empregador, cumprindo ou 
aguardando ordens. 
 
Obs.: Mesmo que o empregado esteja “parado” no local de trabalho, teremos que computar essas 
horas como jornada de trabalho. É que, nesse caso, empregado ficou privado de retirar-se do local e 
cuidar de seus interesses particulares; conseqüentemente, mesmo que não tenha serviço algum, ainda 
assim o empregado não pode ser prejudicado e o empregador deve contar com esse horário como de 
trabalho. 
 
O artigo 7º, XIII da Constituição Federal, esta estabelece uma jornada de trabalho máxima de 08 
horas diárias e 44 horas semanais de trabalho, facultada a compensação de horários e a redução 
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Isso significa 220 horas por mês 
(carga máxima); essa seria a jornada máxima permitida. 
 
1.6 Faltas Ao Trabalho 
Havendo falta não justificada, o empregador esta autorizado a descontar do salário dos funcionários 
os valores referentes ao dia da ausência e ao do repouso semanal remunerado daquela semana. 
 
As causas de justificação de faltas são as expressamente previstas no contrato de trabalho, na 
convença coletiva, no regulamento da empresa e na Lei. São consideradas faltas justificadas de 
acordo com a Lei: 
 
 Até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, irmão 
ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econômica (CLT, art. 473, 
I); até nove dias para o professor (CLT, art. 320§); 
 Até três dias consecutivos, em virtude de casamento (CLT, art. 473,II); 
 No caso de nascimento de filho, por cinco dias na primeira semana (art. 10, § 1º, do ADCT da 
CF) 
 Um dia, em casa 12 meses de trabalho, no caso de doação voluntária de sangue (CLT, art. 
473, VI) 
 Até dois dias para alistamento ou transferência eleitoral (CLT, art., 473, V e art., 48 do 
Código Eleitoral) 
 Para cumprir as exigências do Serviço Militar Obrigatório (CLT, art. 473, VI) 
 Para realizar exame de vestibular de ingresso em estabelecimento de ensino superior (CLT, 
art.473, VII) 
 Por motivo de doença do empregado, comprovada por atestado médico, nos primeiros 15 dias 
(art. 60, §3º, da Lei nº 8.213/91) 
 Para comparecer em juízo, pelo tempo que se fizer necessário (CLT, 473, VIII) 
 
Obs.: o período de férias anuais será afetado pelo número das faltas não justificadas ocorridas no 
período aquisitivo. 
 
As faltas injustificadas são consideradas como Receitas operacionais para a empresa, podendo ser 
classificadas como sendo uma "Despesa Recuperada". 
 
Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
C – Despesas recuperadas (conta de resultado CR) 
Registro de faltas injustificadas e atrasos 
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2. VANTAGENS 
 
As principais vantagens auferidas pelos empregados são os salários, as horas extras, as gratificações, 
as comissões, as férias, o décimo terceiro salário, o salário maternidade, o adicional de insalubridade, 
o adicional de periculosidade, o adicional noturno, as diárias de viagens e as ajudas de custo. 
 
2.1 Salários 
Remuneração não é sinônimo de salário. O art. 457 da CLT dispõem que integram a remuneração do 
empregado, para todos os efeitos legais, alem do salário devido e pago diretamente pelo empregador, 
como contraprestação do serviço, as gorjetas a receber. 
 
Logo a remuneração é composta por horas extras, adicionais noturnos, prêmios, enfim, por 
complementos salariais pagos com habitualidade. 
 
Em função disso, pode-se definir salário como a parte fixa da remuneração recebida pelo empregado 
em contrapartida de sua prestação de serviço, sendo inadmissível sua redução, conforme dispõe o 
art. 7°, VI, da Constituição Federal, exceto se disposto em convenção ou acordo coletivo. 
 
É o pagamento realizado diretamente pelo empregador para o empregado como retribuição por seu 
trabalho. Ele pode ser pago mensal, quinzenal, semanal ou diariamente, por peça ou tarefa. 
 
De acordo com o art. 457 da CLT integram–se ao salário não só a importância fixa estipulada, como 
também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagem que não excedam 
50% do salário e abonos pagos pelo empregador. 
 
O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade de trabalho, não deve ser estipulado por 
período superior a um mês. No ato contratual, estabelece-se a forma de pagamento. Quando o 
pagamento é mensal, deve-se efetuá-lo o mais tardar até o quinto dia útil do mês subseqüente ao 
vencido (art. 459,§1°, da CLT). 
 
2.1.2 Contabilização 
Os salários, quando pagos no mês seguinte ao qual forem incorridos, dever ser apropriados em uma 
conta classificada nopassivo circulante da empresa denominada salários a pagar. Essa apropriação 
deve incluir todos os benefícios que o empregado tenha direito, tais como horas extras, adicionais, 
prêmios etc., e a contabilização deve ser feita com base na folha de pagamento do mês. 
 
Obs.: a CLT determina que o pagamento do salários será efetuado em dia útil e no local de trabalho, 
dentro do horário do serviço, ou imediatamente após o encerramento deste, exceto quando efetuado 
por depósito bancário e o funcionário puder sacá-lo assim que for preciso. Além disso, quando o 
pagamento for feito em cheque, deverá o empregador permitir o desconto. 
 
Resumindo: um funcionário mensalista deverá trabalhar 220 horas mensais, ou 44 horas semanais. 
Para calculo das verbas rescisórias, devem ser considerados os complementos pagos, isso s aplicando 
também ao décimo terceiro salário, férias anuais e recolhimento do FGTS e INSS. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesas de folha de pagamento (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
Registro da despesa com salários, a ser paga no mês seguinte ao da competência. 
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Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento dos salários 
 
2.2 Horas Extras 
A duração normal do trabalho poderá ser acrescido de horas suplementares, em número não 
excedente a duas horas, mediante acordo por escrito entre o empregador e o empregado, ou mediante 
contrato ou acordo coletivo de trabalho, conforme dispõe o art. 59 da CLT. 
 
Considera-se hora extra a remuneração para aos empregados pela prestação de serviços 
extraordinários, excedentes a jornada normal de trabalho diário. 
Segundo o art. 59 da CLT, a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares 
não podendo ultrapassar o limite de duas horas por dia. 
 
Acréscimo no valor da hora 
- 50% do valor da hora normal 
- 100% sobre a hora normal, no caso de haver horas extras ordinárias em domingos e feriados. 
 
Obs.: as horas extras habituais integram a remuneração dos empregados para todos os fins, inclusive 
Descansos Semanais Remunerados (DSRs) e FGTS. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesas com horas extras (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
Registro da despesa com hora extra, a ser paga no mês seguinte ao de competência. 
 
Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento das horas extras 
 
Calculo das horas extras 
Supondo que um funcionário receba R$ 788,00 por mês. 
R$ 788,00/ 220 (horas mensais) = R$ 3,58 por hora 
R$ 3,58 x 50% = R$ 1,79 acréscimo por hora 
Valor total hora extra = R$ 5,37 
 
Obs.: deve-se multiplicar o valor de uma hora extra pelo número de horas extras realizadas no 
período. 
 
Quando a hora extra for remunerada a 100% acima da normal será apurado da mesma forma, 
alterando o percentual para 100%. 
 
2.2.1 Integração das horas extras no repouso semanal e feriado 
Caso um funcionário que recebe R$ 788,00 por mês e faça 60 horas extras no mesmo mês, deve-se 
dividir o valor de horas extras totais do período pelo número de dias úteis do mês, por exemplo 24 
dias. 
 
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Valor total de horas extras = 60 hs x R$ 5,37 = R$ 322,20 
R$ 322,20 / 24 dias = R$ 13,42 
Em seguida multiplica-se pela quantidade de domingos e feriados do mês, no nosso caso = 6 dias. 
R$ 13,42 x 6 dias = R$ 80,55 valor do repouso remunerado sobre horas extras 
 
2.2.2 Acordo de compensação de horas extras (banco de horas) 
É um instrumento escrito firmado pelo empregador e empregado, visando ao acréscimo da jornada 
em um dia e conseqüente diminuição em outro dia da semana. 
 
A compensação máxima por dia é de duas horas e a jornada total não pode ultrapassar dez horas 
diárias. 
 
2.3. Gratificações 
No âmbito do Direito do Trabalho, em regra, a gratificação/bonificações caracteriza-se como um 
pagamento feito por liberalidade do empregador, como uma forma de agradecimento ou 
reconhecimento pelos serviços prestados pelo empregado ou como recompensa pelo respectivo 
tempo de serviço na empresa. A gratificação/bonificação também pode ser ajustada, tendo como 
origem a própria lei ou o documento coletivo sindical, obrigando, nesse caso, o empregador ao seu 
pagamento. 
 
As gratificações não integram o salário normal e as horas extras, porém a STF dispõe que as 
gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se implicitamente convencionadas, 
integrando o salário. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesa com gratificações - (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
Registro da despesa com gratificações, a ser paga no mês seguinte ao de competência. 
 
Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento das gratificações 
 
2 4 Comissões 
É a remuneração variável dos vendedores da empresa, paga a titulo de comissões sobre vendas. A 
comissão é a modalidade de salário na qual o empregado recebe um percentual do produto das 
vendas por ele intermediadas. 
 
Obs: sempre é assegurada ao funcionário a percepção de no mínimo um salário-mínimo, ou o piso 
salarial da categoria. 
 Se um trabalhador, embora laborando em serviço externo, realiza horas extras e as comprova, 
tem o direito ao pagamento das respectivas horas extras com base em suas comissões. 
 
Comissão é o próprio salário pago em percentual sobre as vendas, (o que é legal) desde que garantido 
o pagamento do salário mínimo ou piso da categoria. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesas com Comissões (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
Registro da despesa com comissões, a ser paga no mês seguinte ao de competência. 
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Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento das comissões 
 
2.5 Férias 
Correspondem aos salários equivalentes ao período de férias dos funcionários. 
 
De acordo com o regime de competência, essa despesa de férias não deve ser reconhecida e 
registrada somente por seu efetivo pagamento, mas ser considerada como encargo adicional 
registrado mensalmente durante o período aquisitivo dos empregados, isto é, no período em que 
houve efetivamente a prestação de serviços. Nesse caso, deve-se constituir, mensalmente, uma 
provisão de férias. 
 
Conforme o art. 129 a 153 da CLT, todo empregado terá direito a férias anualmente, sem prejuízo 
da remuneração. O empregado trabalha 12 meses para ter direito ás férias. 
 
Obs.: o número de dias de férias a que faz jus o empregado depende do número de faltas (que não 
podem se abonadas ou injustificadas) ao serviço durante o período aquisitivo. 
Quando o empregado completa 12 meses de trabalho, entra no período concessivo, que são 12 meses 
subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito às férias. 
 
Férias concedidas fora desse período asseguram ao funcionário o pagamento em dobro da respectiva 
remuneração. 
 
As parcelas que compõem a remuneração de empregado devem, igualmente, compor suas férias. A 
CF prevê o pagamento das férias anuais com pelo menos, 1/3 de acréscimo sobre o salário normal. 
 
Afastamentosno curso do período aquisitivo superiores a 30 dias com percepção de salário retiram 
do operário o direito às férias. Também os afastamentos por auxílio-doença, superiores a seis meses, 
retiram o direito as férias naquele período aquisitivo. 
 
2.5.1 Contabilização 
Atendendo ao principio da competência, a provisão para férias e os respectivos encargos sociais 
devem ser constituídos mensalmente, durante o período aquisitivo dos empregados, porque é nesse 
período que é gerada a obrigação da empresa. (em caso de demissão o empregado tem direito á esse 
valor). 
 
Os valores correspondentes às férias adquiridas, ao abono e aos encargos sociais incidentes devem 
ser reconhecidos contabilmente como custo ou como despesa operacional, tendo como 
contrapartida, contas de “provisão para férias” e “provisão para encargos sociais sobre férias”, ou 
em única conta denominada “provisão para férias e encargos sociais”. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesas com férias e encargos sociais - (conta de resultado - CR) 
C – Provisão para férias e encargos sociais a pagar - (conta patrimonial - PC) 
Registro da constituição mensal da provisão para pagamento das férias. 
 
Lançamento contábil 
D – Férias e encargos sociais a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C - Adiantamento de férias - (conta patrimonial - AC) 
Registro da compensação do adiantamento de férias na respectiva folha de pagamento do mês. 
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Lançamento contábil 
D – Adiantamento de férias – (conta patrimonial- AC) 
C - Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do adiantamento das férias. 
 
Exemplo de Calculo 
Empregado com salário de R$ 1.200,00 
 Salário R$ 1.200,00 
(+) 1/3 férias R$ 400,00 
(=) Total R$ 1.600,00 
(-) INSS - 9% R$ 144,00 
(=) Total R$ 1.456,00 
 
Empregado com salário de R$ 2.000,00 
 Salário R$ 2.000,00 
(+) 1/3 férias R$ 666,67 
(=) Total R$ 2.666,67 
(-) INSS - 11% R$ 293,34 
(=) Total R$ 2.373,33 
 
 
IRRF 7,5% R$ 178,00 
 
Parcela a deduzir R$ 134,08 
 
IRRF A PAGAR R$ 43,92 
 
2.6 Décimo Terceiro Salário 
Também denominado gratificação de Natal é um direito do empregado descrito no art 7° da CF. 
O 13° é uma gratificação anual concedida aos empregados que tem como base de calculo a 
remuneração mensal integral do funcionário. 
 
Assim como as despesas com férias, o 13° deve ser contabilizado mensalmente por meio da 
constituição da Provisão de 13° salário (Crédito Passivo Circulante), com base no tempo 
transcorrido, apropriando-se mensalmente 1/12 avos do valor da remuneração e encargos sociais a 
débito de despesa. 
 
Lançamento contábil 
D – Despesas com 13° salário - (conta de resultado - CR) 
C - Provisão para 13° salários - (conta patrimonial - PC) 
Registro da constituição mensal da provisão para pagamento de décimo terceiro salário. 
 
Lançamento contábil 
D – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C - Adiantamento de 13º salário - (conta patrimonial - AC) 
 Registro da compensação do adiantamento décimo terceiro salário na respectiva folha de pagamento do mês. 
 
Lançamento contábil 
D – Adiantamento de 13º salário – (conta patrimonial - AC) 
C - Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do adiantamento do décimo terceiro salário. 
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2.6.1.O 13° salário deverá se pago em duas parcelas, 
50% entre fevereiro e novembro 
50% em dezembro 
Obs.: caso o empregado solicite por escrito, em janeiro, a primeira parcela poderá ser paga por 
ocasião das férias. 
 
2.7 Salário Maternidade 
É a remuneração recebida pela mulher, durante 120 dias, nos períodos pré e pós parto, assegurada 
pela Previdência Social, como se ela estivesse trabalhando, sendo esse encargo de responsabilidade 
da Previdência Social, não havendo registro contábil na empresa. 
 
2.8 Salário Família 
É uma vantagem conferida pela Previdência Social a seus segurados (exceto o doméstico) em função 
do número de filhos menores até 14 anos de idade incompletos ou inválido de qualquer idade. 
 
Conforme Portaria MPS/MF nº 350, de 30 de dezembro de 2009, O salário-família quando pago não 
é despesa para a empresa, pois o mesmo é deduzido do valor a pagar para o INSS. 
 
2.8.1.Quem tem direito ao benefício: 
a) empregado e o trabalhador avulso que estejam em atividade; 
b) empregado e o trabalhador avulso aposentado por invalidez, por idade ou em gozo de auxílio-
doença; 
c) trabalhador rural (empregado rural ou trabalhador avulso) que tenha se aposentado por idade aos 
60 anos, se homem, ou 55 anos, se mulher; 
d) demais aposentados, quando completarem 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher); 
e) quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao 
salário-família. 
 
Atenção! 
Para a concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. 
Os desempregados, contribuintes individuais, facultativos e segurados especiais não possuem direito 
ao benefício. 
O benefício será encerrado quando o (a) filho (a) completar 14 anos, em caso de falecimento do 
filho, por ocasião de desemprego do segurado e, no caso do filho inválido, quando da cessação da 
incapacidade. 
A empresa paga ao funcionário o valor referente ao salário família e abate no valor do INSS que 
deveria recolher. 
 
Tabela Salário Família 
De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 13, de 9 janeiro de 2015. 
 
Salário Sal. Família 
R$ 725,02 R$ 37,18 
até R$ 1.089,72 R$ 26,20 
acima de R$ 1.089,73 não recebe 
 
Lançamento Contábil 
D – INSS a Recolher - (conta patrimonial - PC) 
C – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
Registro da apropriação do salário-família. 
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2.9 Adicional Insalubridade 
Como o próprio nome diz insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao 
trabalhador por conta de sua atividade laboral. 
 
A realização de trabalho exposto a agentes nocivos à saúde obriga o empregador ao pagamento do 
adicional de insalubridade, a fim de compensar os danos causados ao empregado. O adicional varia 
de acordo com a gravidade do agente a que o empregado está exposto. 
 
O artigo 192 da CLT determina que “o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos 
limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção adicional de 
um percentual sobre o salário mínimo da região”. 
 
Para fins de cálculos das horas extras, o adicional de insalubridade integra a remuneração, conforme 
preceitua o Enunciado TST nº. 264 DE 1986; 
 
”A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por 
parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção 
coletiva ou sentença normativa”. 
 
Grau Mínimo 10% 
Grau Médio 20% 
Grau Máximo 40% 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas com adicional de Insalubridade - (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar – (conta patrimonial - PC) 
Registro da apropriação do adicional de insalubridade. 
 
Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento adicional de insalubridade. 
 
2.10 Periculosidade 
Periculosidade significa o risco de sofrer uma lesão. Qualquer descuido pode significar a própria 
morte. 
 
O exercício de trabalho permanente em condições de periculosidade assegura ao empregado a 
percepção do adicional de 30% sobre o respectivosalário, sem os acréscimos resultantes de outros 
adicionais, tais como gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
 
Para fins de cálculos das horas extras, o adicional de periculosidade não integra a remuneração. 
Conforme dispõe a Súmula 191 do TST, terá como base de calculo o salário contratual, sem qualquer 
adicional. 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas com adicional de Periculosidade - (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
Registro da apropriação do adicional de periculosidade. 
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Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento adicional de periculosidade. 
 
Obs.: Se o empregado trabalhar em serviço insalubre e perigoso deverá optar por um dos adicionais. 
 
2.11 Adicional Noturno 
A CLT considera horário noturno para os trabalhadores urbanos, o horário compreendido entre 22:00 
hs de um dia e as 05:00 hs de outro. Com os seguintes fatores 
 Direito de um adicional de 20% sobre o valor de sua hora noturna 
 A duração da hora noturna é reduzida (redução de 12,5%) = 52 minutos e 30 segundos. 
 
Para trabalhadores considerados rurais o adicional noturno é de 25%, e a duração da hora é a mesma 
que a normal (de sessenta minutos) e temos uma segunda divisão, conforme dispõe o parágrafo único 
do art. 11 do Decreto nº 73.626/74: 
 
2.11.1 Rurais da agricultura: horário compreendido entre 21:00 hs de um dia e as 05:00 hs do dia 
seguinte e o adicional noturno de 25% sobre o valor de sua hora noturna. 
 
2.11.2 Rurais da pecuária: horário compreendido entre 20:00 hs de um dia e as 04:00 hs do dia 
seguinte e o adicional noturno de 25% sobre o valor de sua hora noturna. 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas com adicional noturno - (conta de resultado - CR) 
C – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
Registro da apropriação do adicional noturno. 
 
Lançamento contábil 
D - Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial – AC) 
Registro do pagamento do adicional noturno. 
 
3. DESCONTOS 
Os encargos tributários incidentes sobre a folha de pagamento são: o INSS, o FGTS e o IRRF. 
 
Obs.: somente poderão ser descontados do salário os adiantamentos e os descontos previstos em lei 
ou convenção coletiva. A legislação permite os seguintes descontos: 
 Adiantamentos; 
 Falta injustificada; 
 Contribuições Previdenciárias e Sindicais; 
 Imposto de Renda Retido na Fonte; 
 Pensão alimentícia; 
 Empréstimos; 
 Adiantamento da 1ª parcela do 13º salário; 
 Planos de benefícios sociais (assistência médica, previdência privada); 
 Vale-transporte; 
 Contribuição Sindical; 
 Vale refeição 
 
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3.1 Exemplo Registro dos Descontos 
 
Lançamento Contábil 
D – Salários, remunerações a pagar - (conta patrimonial - PC) 
C – Vale-transporte (conta de resultado - CR) 
Registro de reconhecimento do desconto de Vale-transporte. 
 
3.2 Contribuição À Previdência Social (Inss) 
 
3.2.1 Parte do Empregado 
Cada empregado assalariado (Consolidação das Leis Trabalhistas CLT) é obrigado a contribuir com 
a previdência social. A devida contribuição previdenciária é descontada diretamente da folha de 
pagamento do empregado e o percentual a ser aplicado varia de acordo com a faixa salarial de cada 
empregado. 
 
Tabela de contribuição mensal para Segurados empregados, inclusive domésticos e 
trabalhadores avulsos. 
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para 
pagamento de remuneração 
a partir de 1º de Janeiro de 2015. 
Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) 
até R$ 1.399,12 8,00 
de R$ 1.399,13 até R$ 2.331,88 9,00 
de R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11,00 
Valor de salário mínimo 2015 = R$ 788,00 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas de INSS (conta de resultado - CR) 
C – INSS a recolher - (conta patrimonial - PC) 
Registro de reconhecimento do INSS do empregado. 
 
Lançamento Contábil 
D – INSS a recolher - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do INSS do empregado. 
 
3.2.2 Parte Patronal 
A Contribuição Previdenciária da empresa obedece a partir de 01.01.2013 a legislação atualizada: 
Lei 12.546/11, Lei 12.715/12 e MP 582/12, MP 601/12. 
Nova contribuição Previdenciária Patronal (até 31 de dezembro de 2014): A contribuição terá como 
base o valor da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais 
concedidos, 
 Uma alíquota de 2% para empresas prestadoras de serviços e empresas do setor hoteleiro e as 
empresas de transporte coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal e 
intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional. 
 Uma Alíquota de 1% para empresas que fabricam produtos, ou seja, aplica-se apenas a 
produtos industrializados pela empresa. 
 
http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/folha_de_pagamento
http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/folha_de_pagamento
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Lançamento Contábil 
D – INSS - Empresa sobre Vendas - (conta de resultado - CR) 
C – INSS a recolher - (conta patrimonial - PC) 
Registro de reconhecimento do INSS da Empresa 
 
Lançamento Contábil 
D – INSS a recolher – Empresa - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do INSS - Empresa 
 
3.3 IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte 
Corresponde à retenção de imposto de renda na fonte por parte da empresa, quando do pagamento 
dos salários a seus empregados. É calculado tendo como base de calculo o total da remuneração 
mensal recebida por funcionário, mediante aplicação da tabela progressiva do Imposto de Renda 
aplicável sobre os rendimentos pagos a pessoas físicas por pessoas jurídicas. 
 
 
TABELA DO IRF 2014 - VIGÊNCIA A PARTIR DE 01.01.2014 
Medida Provisória 528/2011 convertida na Lei 12.469/2011 
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$) 
Até 1.787,77 - - 
De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08 
De 2.679,30 até 3.572,43 15 335,03 
De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96 
Acima de 4.463,81 27,5 826,15 
Dedução por dependente: R$ 179,71 (cento e setenta e nove reais e setenta e um centavos). 
 
CALCULO 
= Salario menos as deduções (INSS e dependentes) vezes a alíquota menos parcela a deduzir 
Calculo para um salario de R$ 3.200,00 – sem depentedente 
3.200,00 - 11% (INSS) 352,00 = 2.848,00 
2.848,00 x 15% (IR) = 427,20 
( - ) parcela a deduzir = 335,03 
( = )Valor a pagar = 92,17 
Salário recebido 
Valor total = R$ 3.200,00 
(-) Desconto INSS = R$ 352,00 
(-) Desconto IR = R$ 92,17 
= valor líquido = R$ 2.755,83 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas de folha de pagamento (conta de resultado - CR) 
C – Imposto de Renda Retido na Fonte a recolher – salários - (conta patrimonial - PC) 
Registro do IRRF na apropriação da folha de pagamento. 
 
Lançamento Contábil 
D – Imposto de Renda Retido na Fonte a recolher - salários - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do IRRF sobre salários. 
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/mp528_2011.htm
http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-12469-2011.htm
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3.4 FGTS 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado na década de 60 para proteger o 
trabalhador demitido sem justa causa. Sendo assim, no início de cada mês, os empregadores 
depositam, em contas abertas na CAIXA, em nome dos seus empregados e vinculadas ao contrato de 
trabalho, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. 
 
Com o fundo, o trabalhador tem a chance de formar um patrimônio, bem como adquirir sua casa 
própria, com os recursos da conta vinculada. Além de favorecer os trabalhadores, o FGTS financia 
programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana, que beneficiam a 
sociedade, em geral, principalmente a de menor renda. 
 
Lançamento Contábil 
D – Despesas com FGTS - (conta de resultado - CR) 
C – FGTS a recolher - (conta patrimonial - PC) 
Registro do FGTS na apropriação da folha de pagamento 
 
Lançamento Contábil 
D – FGTS a recolher - (conta patrimonial - PC) 
C – Caixa/Bancos - (conta patrimonial - AC) 
Registro do pagamento do FGTS

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