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OFTALMOLOGIA – Doenças do cristalino 2 DOENÇAS DOcristalino OFTALMOLOGIA – Doenças do cristalino 2 O cristalino ou lente, é uma estrutura biconvexa, transparente, envolvida por uma cápsula ligada ao músculo ciliar por meio de zonulas. Na acomodação, ocorre modelagem do cristalino, a partir do músculo ciliar nas zonulas e destas na capsula, resultando na focalização da imagem na retina. CATARATA Patologia degenerativa que acomete o cristalino, causando perda de sua transparência. • Patogênese: doença bastante comum na população idosa, caracterizada pela opacidade do cristalino, provocando perda parcial ou total da visão; geralmente é bilateral e assimétrica. Não existe uma patogênese definida, porém está relacionada principalmente com o envelhecimento. As células estruturais do cristalino não são renovadas, sendo mais propensas ao desgaste e perda de suas propriedades. Na fase inicial da catarata, o cristalino aumenta seu conteúdo aquoso, fazendo com que aumente a convexidade da lente e seu poder de refração; com a manifestação inicial de uma miopia, com borramento para visão de longe e melhora da visão de perto. Com o passar do tempo, a visão se torna cada vez pior, até chegar a uma grave deficiência visual. • Fatores de rico: idade avançada, tabagismo, exposição solar, diabetes mellitus, corticoides, sexo feminino, raça negra, alcoolismo, traumas, uveíte recorrente, doença de Wilson, hipoparatireoidismo, radioterapia intracular, procedimentos oculares. • Tratamento: cirúrgico, indicado quando a diminuição da visão prejudica o desenvolvimento das atividades diárias. O crisalino é removido, substituído por uma lente intraocular. Catarata senil Forma mais comum, acomete idosos, ocorre devido ao envelhecimento. Catarata imatura: o cristalino está parcialmente opaco. Madura: o cristalino está completamente opaco. Catarata pré-senil Catarata que desenvolve precocemente devido a diabetes mellitus, dermatite atópica, neurofibromatose tipo 2. Catarata traumática O trauma é a causa mais comum de catarata unilateral em indivíduos jovens. Pode ocorrer por: ferimento penetrante direto, concussão (não penetrante), choque elétrico e raios, radiação ionizante (tumores), radiação infravermelha. Catarata por medicamentos Corticoides: sistêmicos e tópicos, podem causar catarata. Amiodarona: usada no tratamento de arritmias cardíacas. Ouro: usado no tratamento de artrite reumatóide. Alupurinol: usado no tratamento de hiperuricemia e gota crônica. Catarata congênita A causa mais comum é a mutação genética, anormalidades cromossômicas (síndrome de Down), distúrbios metabólicos (galactosemia), agressões intrauterinas (infecção por rubéola). - Catarata hereditária isolada: tem melhor prognóstico, não presenta anormalidades oculares sistêmicas. - Catarata com manifestações sistêmicas: associada a outras patologias, como galactosemia, deficiência de galactoquinase, Síndrome de Lowe, rubéola congênita, síndrome de Down. episclera e esclera DOENÇAS DA ESCLERA Episclerite Doença benigna, comum, autolimitada, geralmente bilateral, que acomete principalmente adultos jovens. Pode estar associada a doenças sistêmicas, porém não existe uma causa determinada. Vermelhidão unilateral associada a desconforto, queimação e lacrimejamento. - Episclerite simples: tipo mais comum, vermelhidão localizada, ou difusa (mais raro). Tende a resolver espontaneamente em uma a duas semanas. - Episclerite nodular: nódulo elevado, congesto, localizado. • Tratamento: nem sempre é necessário, porém podem ser utilizados lubrificantes ou vasoconstictores (casos mais leves), esteróides tópicos e antiinflamatórios orais não esteroides, como ibuprofeno. ESCLERA Esclerite Causadas por edema e infiltrado de células inflamatórias na esclera. Menos frequentes que as episclerites, pode ser simples, autolimitadas até a processos necrosantes que envolvem tecidos adjacentes. Pode estar associada a doenças sistêmicas (artrite reumatóide, granulomatose e poliartrite nodosa), induzida por procedimentos cirúrgicos, esclerite infecciosa. Esclerite anterior não necrosante Desconforto mais intenso. - Difusa: inflamação disseminada que afeta o segmento do globo ocular ou toda a esclerótica anterior. É benigna, não progressiva, não evolui para necrosante. - Nodular: o nódulo não se move sobre o tecido subjacente. • Tratamento: AINES orais, esteroides tópicos, predinisona. Esclerite anterior necrosante sem inflamação Severa, mais frequente em mulheres com artrite reumatoide de longa evolução. Começa com uma placa necrótica amarela, grandes áreas da úvea ficam expostas, devido ao afinamento da esclerótica. Complicação: formação de estafiloma e perfuração, uveíte anterior. • Tratamento: predinisona oral, imunossupressores (ciclofosfamida, azatioprina ou ciclosporina). Esclerite posterior Rara, de difícil diagnóstico, afeta mais mulheres, pode ser confundido com outras condições inflamatórias e neoplásicas. Edema palpebral, proptose e oftalmoplegia. No fundo de olho, pode ser encontrado, edema macular, dobras da coroide, descolamento de retina exudativo. • Tratamento: AINES.
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