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TUTORIAL 8 - Síndrome dos olhos vermelhos

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Síndrome dos Olhos Vermelhos 
–
P A inflamação primária ou secundária de qualquer elemento do segmento anterior do olho- córnea, íris, corpo ciliar, cristalino, 
porção anterior da esclera, conjuntiva e espisclera (membranas vascularizadas), pálpebras, limbo (junção córneo-escleral) e 
conjuntivas tarsais → pode se apresentar com vermelhidão ou hiperemia ocular → síndrome do olho vermelho 
P Queixa comum 
P Grande maioria pode ser tratada pelo clínico geral 
P A conjuntivite (alérgica ou viral) é provavelmente a causa mais comum 
P A visão está afetada? 
P Existe sensação de corpo estranho? 
↳ É o principal sintoma de um processo ativo da córnea 
P Existe fotofobia? 
↳ Pacientes com processo corneano ativo apresentam sinais objetivos de fotofobia e sinais objetivos de sensação de corpo 
estranho 
↳ Pacientes com irite apresentam sinais objetivos de fotofobia, mas nenhuma sensação objetiva de corpo estranho 
P Houve trauma? 
P Você usa lentes de contato? 
↳ Um histórico de desgaste das lentes de contato no local da alta e olhos vermelhos deve aumentar a suspeita de ceratite 
P Existe outra descarga além das lágrimas? 
↳ A crosta da manhã seguida de uma descarga aquosa pelo restante do dia é característica de muitos processos 
autolimitados, como alergia, chiqueiro ou hordeol, conjuntivite viral, conjuntivite alérgica e olhos secos 
P Medição da acuidade visual 
↳ A visão deve ser documentada para todos os pacientes atendidos por uma queixa ocular 
↳ Cada olho deve ser testado separadamente. 
↳ A acuidade de Snellen é o padrão 
↳ É importante documentar a acuidade visual em categorias grosseiras, como visão de leitura (letras grandes x pequenas), 
movimentos de mãos ou contar de dedos ou percepção da luz 
P Exame com lanterna 
↳ Avaliar a reatividade à luz → pupila é fixada em meia dilatação nos casos de glaucoma de ângulo fechado. Não reage à luz 
e normalmente tem 4 a 5 mm de diâmetro 
↳ Tamanho da pupila 
▪ A pupila é pequena nos casos de abrasão da córnea, queratite infecciosa ou irite 
▪ A abrasão distingue-se da irite pela presença de um defeito de coloração no exame com fluoresceína e uma sensação 
objetiva de corpo estranho, nenhuma das quais está presente com irite 
↳ Descarga purulenta → Corrimento purulento sugere conjuntivite bacteriana ou ceratite bacteriana 
↳ Padrão de vermelhidão 
↳ Manchas brancas 
▪ Uma mancha branca ou opacidade na córnea sugere ceratite 
infecciosa 
▪ Abrasões também mancham, mas não tem opacidade 
↳ Opacidade 
↳ Corpo estranho 
↳ Hipópio → camada de glóbulos brancos na câmara anterior 
▪ Associado a ceratite infecciosa com risco de visão ou 
endoftalmite até que se prove o contrário 
▪ Esses pacientes devem ser atendidos por um oftalmologista em poucas horas 
↳ Hifema → camada de glóbulos vermelhos 
▪ Requer ida urgente ao oftalmologista 
▪ É um sinal de trauma contuso ou penetrante significativo para o globo 
P Exame de fundo de olho → não é útil no diagnóstico diferencial do olho vermelho 
DOENÇA DE EVOLUÇÃO 
FAVORÁVEL 
Conjuntivite (maioria) 
Episclerite 
Herdéolo (terçol) 
Hemorragia subconjuntival 
DOENÇA DE EVOLUÇÃO 
DESFAVORÁVEL 
Algumas conjuntivites 
Blefarites 
Caratoconjuntivite 
Endoftalmite 
Uveítes 
Crise aguda de glaucoma 
ACHADOS DE GRAVIDADE: 
Dor ocular acentuada 
↓ da acuidade visual 
Sensação de desconforto intenso gerando fechamento 
palpebral reflexo 
Pupila não fotorreagente ou pouco fotorreagente 
Fotofobia 
Opacidade Corneana 
Hipópio (pus na câmara anterior) e Hifema 
Sinais/sintomas compatíveis com crise aguda de glaucoma 
Conjuntivite 
P É o diagnóstico mais provável em um paciente com olhos vermelhos e secreção 
P É geralmente uma condição benigna e autolimitada ou que é facilmente tratada 
DEFINIÇÃO 
P Significa literalmente "inflamação da conjuntiva" 
↳ A conjuntiva é a membrana mucosa que reveste a superfície interna das pálpebras e cobre 
a superfície do globo até o limbo (a junção da esclera e da córnea) 
↳ É geralmente transparente. 
↳ Quando está inflamado, como na conjuntivite, parece rosa ou vermelho à distância 
P Toda conjuntivite é caracterizada por um olho vermelho, mas nem todos os olhos vermelhos 
são conjuntivite 
P A inflamação da membrana conjuntiva gera vasodilatação, gerando vermelhidão ocular o 
aparecimento de vasos visíveis → injeção conjuntival 
ETIOLOGIA 
P Infecciosa 
↳ Bacteriano 
▪ Mais comum em crianças do que em adultos 
▪ Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae , Haemophilus influenzae e 
Moraxella catarrhalis 
▪ S. aureus é comum em adultos; os outros patógenos são mais comuns em crianças 
↳ Viral 
▪ Adenovírus 
▪ Mais comum 
P Não-infecciosa 
↳ Alérgico 
↳ Não alérgico 
QUADRO CLÍNICO 
P Se manifesta agudamente com importante hiperemia (vermelhidão) ocular difusa, devido à inflamação da conjuntiva bulbar 
P A presença de secreção ocular, crostas matinais aderindo às pálpebras e a inflamação da porção interna da pálpebra (conjuntiva 
tarsal) são achados altamente sugestivos 
P Em geral, um olho é acometido primeiro, seguindo-se o acometimento bilateral 
P Não é incomum a ocorrência de inflamação palpebral associada (blefarite) 
P Na conjuntivite não complicada, o paciente refere desconforto ocular (sensação de “areia nos olhos” ou de corpo estranho), 
mas não há dor ocular, não há redução da acuidade visual, nem fotofobia acentuada e as pupilas são normais e fotorreagentes 
DIAGNÓSTICO 
P É clínico 
P Exame da lâmpada de fenda (Biomicroscopia) 
↳ Utiliza um aparelho que ilumina o olho do paciente ao 
mesmo tempo em que o observa através de lentes de 
aumento 
↳ Com a imagem o olho ampliado, detalhes da anatomia e patologia ocular podem ser identificados 
P Papilas (reação papilar) → Representam uma hiperplasia do epitélio conjuntival, com reação inflamatória mista do estroma 
subconjuntival e vasos dilatados no centro. 
↳ São inespecíficas, encontradas em quase todas as conjuntivites 
P Folículos (reação folicular) → pequenas protuberâncias arredondadas de 1-2 mm, translúcidas, com vasos em sua periferia. 
Representam pequenos nódulos linfáticos reativos e estão muito associados à linfonodomegalia pré-auricular satélite. 
↳ São encontrados nas conjuntivites virais, por clamídia e tóxica 
P Papilas gigantes (hipertrofia papilar) → em algumas conjuntivites, as papilas podem coalescer, atingindo maior diâmetro, 
tornando-se elevações poligonais achatadas, eritematosas ou pálidas, contendo um vaso central 
↳ São observadas na conjuntivite alérgica crônica, na conjuntivite primaveril e na conjuntivite das lentes de contato 
P Pseudomembranas e membranas → são camadas de leucócitos e fibrina aderidos à conjuntiva tarsal, com um aspecto de uma 
membrana amarelada 
↳ A pseudomembrana pode ser removida sem sangrar e a membrana deixa uma zona sangrante quando removida 
A causa mais comum de 
conjuntivite é a conjuntivite viral, 
sendo uma doença de alta 
incidência em todo o Mundo. Quase 
sempre é causada pelo adenovírus 
SINAIS CARACTERÍSTICOS 
Hiperemia conjuntival e “injeção conjuntival” de predomínio periférico 
Diversos tipos de secreção, dependendo da causa ou tipo de conjuntivite 
Conjuntiva tarsal inflamada, apresentando papilas, folículos, 
pseudomembranas ou membranas 
Blefarite associada (edema a inflamação palpebral) 
↳ São achados da conjuntivite bacteriana, da ceratoconjuntivite adenoviral epidêmica, da síndrome de Stevens-Johnson e de 
queimaduras químicas 
TRATAMENTO 
P Varia conforme a causa e o tipo 
P Compressas de água gelada 4x/dia para alívio imediato dos sintomas 
P Colírios lubrificantes (hidroxipropilmetilcelulose 0,5% 4-6x/dia) 
P Colírios vasoconstrictores (alfa-adrenérgicos) [tetrahidrozolina (Visodin) 2-4x/dia], podem ser usados para alívio imediato da 
inflamação, porém com moderação,pela possibilidade de efeito rebote 
P Paciente não deve esfregar os olhos, para não piorar a inflamação ocular 
P Afastamento provisório das atividades em grupo (colégio, trabalho), lavagem frequente das mãos, evitar o contato próximo e o 
compartilhamento de fômites 
P Altamente contagioso 
P É disseminada pelo contato direto com o paciente e suas secreções ou com objetos e superfícies contaminados 
P Geralmente se queixam de vermelhidão e corrimento em um olho, embora também possa ser bilateral 
P Olho afetado geralmente fica "fechado" pela manhã 
P Descarga purulenta continua ao longo do dia 
↳ É espessa e globular 
↳ Pode ser amarelo, branco ou verde 
▪ As viral e a alérgica são principalmente aquosas durante o dia com um componente escasso e escamoso que é muco 
e não pus 
P No exame 
↳ Secreção purulenta nas margens da tampa e nos cantos do olho 
↳ Descargas mais purulentas aparecem em poucos minutos após a limpeza das tampas 
 
1) CONJUNTIVITE BACTERIANA HIPERAGUDA (GONOCÓCICA) 
P As espécies de Neisseria, particularmente N. gonorrhoeae, podem causar 
P Grave e com risco de perder a visão 
P O organismo é geralmente transmitido da genitália para as mãos e depois para os olhos 
P Uretrite simultânea está normalmente presente 
P Descarga purulenta profusa presente dentro de 12 horas após a inoculação 
P Outros sintomas são rapidamente progressivos e incluem 
↳ Vermelhidão 
↳ Irritação 
↳ Sensibilidade à palpação 
P Quemose marcada 
P Inchaço da pálpebra 
P Adenopatia pré-auricular sensível 
P Necessitam de hospitalização para terapia sistêmica e tópica 
 
2) CONJUNTIVITE DE INCLUSÃO DE ADULTOS 
P Não é estritamente uma conjuntivite aguda, mas sim uma conjuntivite crônica e 
indolente 
P É uma infecção sexualmente transmissível causada por certos sorotipos de 
Chlamydia trachomatis 
P A infecção urogenital assintomática concomitante está tipicamente presente 
↳ Acometendo adultos jovens sexualmente ativos, que podem apresentar 
também uma uretrite ou cervicite associadas 
P Manifestações clínicas → Apresenta-se como uma conjuntivite folicular unilateral, 
ou às vezes bilateral, de semanas a meses, que não respondeu à antibioticoterapia 
tópica 
↳ Apresentando-se com hiperemia acentuada, secreção mucoide ou 
mucopurulenta, folículos proeminentes e hipertrofia papilar 
↳ A partir da segunda semana, pode envolver a córnea (ceratoconjuntivite por 
clamídia) 
P Diagnóstico → O diagnóstico é confirmado com Giemsa ou coloração com anticorpo fluorescente direto (DFA) de esfregaços 
conjuntivais ou por cultura ou reação em cadeia da polimerase (PCR) de amostras em swab 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Conjuntivite crônica folicular unilateral, 
com folículos proeminentes e eventual 
ceratite 
P Tratamento → Não tem boa resposta a colírio antibiótico, necessitando de terapia sistêmica: doxiciclina 100 mg a cada 12h ou 
eritromicina 500 mg a cada 6h. Duração: 3 semanas. 
3) TRACOMA 
P É a principal causa infecciosa de cegueira em todo o mundo 
P É uma ceratoconjuntivite crônica causada por infecção recorrente por Chlamydia trachomatis 
P É causado quase exclusivamente pelos sorotipos A, B, Ba e C 
P NÃO é uma DST, já que esses sorotipos de chlamydia são transmitidos pelo contato próximo ou por insetos veiculadores 
(moscas) 
P A prevalência de doença ativa é mais alta em crianças pequenas e diminui para níveis baixos na idade adulta 
↳ Principalmente crianças < 2 anos 
P É altamente infeccioso e transmitido rapidamente em áreas de pouca higiene 
P Transmitido entre indivíduos através da disseminação de secreções oculares e nasais nos dedos e uso de fomites contaminados 
P 2 fases 
↳ Tracoma ativo (conjuntivite) → ocorre em grande parte em crianças pequenas 
↳ Doença cicatricial (cicatrização conjuntival) → e cegueira ocorrem em adultos 
P Tracoma ativo → Uma infecção inicial isolada por C. trachomatis causa uma conjuntivite folicular leve e autolimitada 
↳ Maioria assintomático, mesmo com sinais acentuados de inflamação 
↳ Os sintomas, se presentes, são típicos de conjuntivite crônica; eles incluem vermelhidão, desconforto, sensibilidade à luz e 
secreção mucopurulenta 
↳ Indivíduos com episódios repetidos de infecção correm o risco de desenvolver complicações cicatrizes 
P Doença cicatricial → Quanto maior a gravidade e a duração da infecção ativa pelo tracoma, maior a probabilidade de 
progressão para doença cicatricial na idade adulta 
P Indivíduos com triquíase têm um risco muito maior de cegueira 
P Exame físico 
↳ Há uma conjuntivite folicular bilateral, com folículos proeminentes e hipertrofia papilar na conjuntiva tarsal superior e no 
limbo superior 
↳ CONJUNTIVA → ver inflamação ou corrimento, e observar se os cílios esfregam contra a córnea ou se foram removidos 
↳ CÓRNEA → busca de evidências de inflamação ou opacificação, busca de evidências de folículos, inflamação ou 
cicatrização 
▪ Os folículos são focos grandes, brancos ou amarelos, de material inflamatório 
↳ PAPILAS → Podem aparecer ao lado dos folículos como pontos vermelhos, mas podem se tornar muito maiores e 
coalescer para dar à conjuntiva uma aparência espessa e edemaciada 
↳ EVOLUÇÃO → desenvolvimento do pannus (invasão de fibrovascular da córnea) e pela cicatrização fibrosa da conjuntiva 
tarsal superior, deformando a pálpebra a ponto de causar inversão palpebral (entrópio) e dos cílios (triquíase), que lesam 
a córnea mecanicamente 
▪ O processo evolui para ceratite ulcerativa e opacidade corneana, obscurecendo a visão 
▪ Se não tratada, a lesão corneana progride, culminando em cegueira 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Conjuntivite folicular crônica, bilateral, com pannus, 
ceratite ulcerativa, opacidade corneana e cicatrização 
deformante da conjuntiva tarsal superior, levando ao 
entrópio e à triquíase, que contribuem para uma 
grave lesão de córnea, que provoca cegueira em 
alguns casos 
 
P Diagnóstico → Suspeitado em pacientes com conjuntivite folicular e / ou cicatrizes conjuntivais em áreas onde o tracoma é 
endêmico ou em áreas com risco de tracoma 
P Tratamento → antibioticoterapia de base comunitária 
↳ Pacientes com triquíase justificam cirurgia adaptada aos achados físicos individuais 
↳ Azitromicina (dose única de 20 mg / kg por via oral, máximo de 1 g) para distribuição em toda a comunidade. 
▪ A azitromicina é preferida, uma vez que é administrada como uma dose oral única; é aceitável para uso em crianças e 
mulheres grávidas 
↳ Tetraciclina tópica (pomada para os olhos a 1% duas vezes ao dia por seis semanas) pode ser usada como alternativa 
↳ Se tratado na fase precoce, é possível curar a doença sem deixar sequelas 
 
4) CONJUNTIVITE BACTERIANA AGUDA 
P O agente mais comum é o Staphylococcus aureus 
↳ Demais agentes → Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e o Haemophilus influenzae (mais comuns em crianças) 
↳ Pseudomonas aeruginosa é um agente comum da conjuntivite em usuários de lentes de contato 
P Acomete mais adultos 
P Transmitida pelo contato com secreções, geralmente através da mão 
P Começa num olho e após 1-2 dias acomete o outro 
P Curso autolimitado (7-10 dias) 
P Manifestações clínicas → Vermelhidão ocular, desconforto, remela aderente matinal e 
eliminação contínua de secreção purulenta (branca, amarela ou esverdeada) 
P Exame físico → reação papilar (mas não folicular) e pode ocorrer a formação de 
pseudomembranas ou membranas 
↳ Pode haver ceratite associada, com opacidades corneanas 
P Tratamento → ATB tópico para reduzir a gravidade e duração da doença 
↳ Mais utilizados → ciprofloxacina 0,3% (colírio ou pomada oftálmica), norfloxacina 
0,3% (colírio), tetraciclina (pomada oftálmica), tobramicina 0,3% (colírio ou pomada 
oftálmica) e cloranfenicol 0,4% (colírio) 
↳ São aplicados 4-6x/dia durante 5-7 dias 
↳ Melhora os sintomas da conjuntivite bacteriana aguda após 1-2 dias 
 
5) BLEFAROCONJUNTIVITE BACTERIANA CRÔNICA 
P Causada pelo Staphylococusaureus (mais comum) ou pela Moraxella lacunata 
↳ O S. aureus infecta a conjuntiva por contiguidade após colonizar e infectar 
cronicamente o tecido palpebral 
P Manifestações clínicas → inflamação da pálpebra (blefarite), com crostas purulentas na base 
dos cílios, ordéolo (terçol) de repetição, perda de cílios, telangiectasias e uma conjuntivite 
papilar com hiperemia difusa e mínima secreção purulenta 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Eliminação contínua de secreção 
purulenta (branca, amarela ou 
esverdeada) e pseudomembrana 
(B) Se a hipertrofia papilar e o espessamento 
inflamatório obscurecerem mais da metade dos 
vasos profundos do tarso, a TI da OMS está presente 
CAROÇOS DE HERBET (B) 
Em doenças posteriores, os 
folículos deixam caroços 
rasos visíveis na córnea 
(caroços de Herbert) que 
são patognomônicos para o 
tracoma 
↳ Pode haver ulceração periférica da córnea (no limbo inferior) 
P Tratamento → escovação e desinfecção diária da pálpebra, utilizando xampu neutro, com aplicação de pomadas de antibiótico 
e corticoide, além de compressas de água quente nos intervalos 
 
6) CONJUNTIVITE FLICTENULAR 
P Decorrente da hipersensibilidade (tipo IV) a produtos da degradação bacteriana 
P A blefaroconjuntivite estafilocócia e a tuberculose primária na infância são os 
exemplos mais importantes deste tipo de conjuntivite 
P Não tem microorganismos ativos na conjuntiva, embora estejam em um sítio 
distante liberando proteínas que provocarão uma reação inflamatória conjuntival 
P Estafilocócica → Caráter sazonal, predominando no verão e primavera 
↳ As proteotoxinas da bactéria, liberadas durante uma blefarite purulenta em 
atividade, entram em contato com a conjuntiva, desencadeando a reação de 
hipersensibilidade 
P Tuberculosa → Ocorre em alguns poucos casos de tuberculose primária na infância, por vezes associada ao eritema nodoso 
↳ Decorrente da hipersensibilidade conjuntival às tuberculoproteínas. 
P Manifestações clínicas → conjuntivite crônica dolorosa, bilateral, com reação papilar hipertrófica e a formação das flictênulas: 
pequenas lesões arredondadas gelatinosas no limbo e na periferia da córnea 
P Curso autolimitado, embora possa ter um caráter recidivante 
P Tratamento → A inflamação é aliviada pelo uso de colírios de corticoide 
↳ Em casos refratários associados ao S. aureus → antibióticos sistêmicos por via oral (eritromicina, tetraciclina), associados a 
colírios antibióticos, devem ser prescritos por período prolongado (2-4 semanas) 
 
P Geralmente causada por adenovírus vírus de DNA 
↳ Dos 41 sorotipos de adenovírus, 19 podem causar 
P É a causa mais comum de conjuntivite 
P Pode fazer parte de um pródromo viral seguido de adenopatia, febre, faringite e infecção do trato respiratório superior, ou a 
infecção ocular pode ser a única manifestação da doença 
P É altamente contagiosa 
↳ É espalhada por contato direto com o paciente e suas secreções ou com objetos e superfícies contaminados 
↳ O vírus é eliminado pela via respiratória e pelas secreções oculares. 
↳ A mão do paciente é uma grande fonte de contágio 
↳ Toalhas de banho, roupas de cama, outros fômites e a água da piscina também servem de fonte de transmissão 
P Os surtos costumam ocorrer de forma sazonal, predominando no outono e inverno 
P Período de incubação → 5-12 dias 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
P Inflamação conjuntival de início agudo, referindo olho vermelho, desconforto ocular, 
lacrimejamento, remela aderente matinal e secreção mucoide 
P Se apresenta como injeção 
P Secreção aquosa ou mucosa 
P Sensação ardente, arenosa ou arenosa 
P Pacientes podem relatar "pus" nos olhos, mas, após questionamentos adicionais, apresentam crostas matinais seguidas de 
secreção aquosa 
P O segundo olho geralmente se envolve em 24 a 48 horas, embora sinais e sintomas unilaterais não descartem um processo viral 
P Estado geral comumente é preservado 
P A inflamação progride dentro de 3-5 dias, com duração de 1-2 semanas (período de transmissão). 
P É um processo autolimitado 
P O curso clínico é paralelo ao do resfriado comum 
P Os sintomas geralmente pioram nos primeiros três a cinco dias, com uma resolução muito gradual nas próximas uma a duas 
semanas, durante um curso total de duas a três semanas 
P Assim como um paciente resfriado pode ter tosse matinal e congestão nasal ou secreção duas semanas após o surgimento dos 
sintomas 
EXAME FÍSICO 
P Há apenas secreção mucoide no canto do olho quando a pálpebra inferior é rebaixada 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Lacrimejamento 
Secreção mucoide 
Reação folicular na conjuntiva tarsal 
inferior 
Adenopatia pré-auricular 
Em um olho 
P Observa-se reação folicular tarsal (conjuntivite folicular) 
P A conjuntiva do tarso pode ter uma aparência folicular ou "irregular" 
P Pode haver um nó pré-auricular aumentado e sensível. 
P Eventualmente → petéquias subconjuntivais, discreta quemose (edema subconjuntival), blefarite e adenopatia pré-auricular 
satélite 
 
TRATAMENTO 
P Visa aliviar os sintomas, pois a doença é sempre autolimitada 
P Compressas de água gelada 
P Colírios lubrificantes 
P Colírios vasoconstrictores podem ser usados nos casos mais sintomáticos 
P Cuidados para prevenir contágio 
 
1) CERATOCONJUNTIVITE EPIDÊMICA (EKC) 
P Particularmente fulminante 
P Causando uma queratite (inflamação da córnea) além de conjuntivite 
P Geralmente é causada por adenovírus tipos 8, 19 e 37 
P O epitélio da córnea e conjuntival estão envolvidos 
P Manifestações clínicas → sintomas típicos da viral +: 
↳ Sensação de corpo estranho e múltiplos infiltrados corneanos 
↳ A sensação de corpo estranho é grave o suficiente para impedir a abertura espontânea dos olhos 
↳ Os infiltrados geralmente degradam a acuidade 
P É potencialmente ameaçadora da visão, e esses pacientes devem ser encaminhados a um oftalmologista para confirmar o 
diagnóstico e decidir se é necessário um curso de glicocorticóide tópico 
P É causada por alérgenos no ar que entram em contato com o olho que, com imunoglobulina E (IgE) específica, causam 
degranulação local dos mastócitos e liberação de mediadores químicos, incluindo histamina, fatores quimiotáticos eosinófilos e 
fator de ativação de plaquetas, entre outros 
P Costumam ter histórico de atopia, alergia sazonal ou alergia específica 
P Estima-se que a alergia ocular afete pelo menos 20% da população anualmente, e a incidência está aumentando 
P É predominantemente uma doença de adultos jovens, com idade média de início de 20 anos 
P Os sintomas tendem a diminuir com a idade, mas os adultos mais velhos podem continuar a ter sintomas graves 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
P Vermelhidão bilateral 
P Secreção aquosa 
P Prurido (principal sintoma) 
↳ Distinguindo-o de uma etiologia viral, que é mais tipicamente descrita 
como irritabilidade, ardência ou irritação 
P Esfregar os olhos pode piorar os sintomas 
P Edema palpebral 
P Injeção difusa com aparência folicular na conjuntiva do tarso e profusa secreção 
aquosa ou mucosa 
P Pode haver crostas matinais 
↳ Mas a descarga é caracteristicamente aquosa e não purulenta 
P Os sintomas são geralmente bilaterais 
↳ No entanto, um olho pode ser afetado mais que o outro 
VIRAL X ALÉRGICA 
É a queixa de prurido e a história de alergia 
ou febre do feno, bem como uma exposição 
recente que permite a distinção entre 
conjuntivite alérgica e viral; os achados 
clínicos são os mesmos 
P Em casos extremos, pode haver quemose bolhosa → conjuntiva edematosa e protuberante se estende para a frente além das 
margens da tampa 
↳ É mais comum em pacientes com extrema hipersensibilidade aos gatos 
P A dor ocular não é característica da conjuntivite alérgica 
P Subdivisão → aguda, sazonal (SAC) e perene (PAC) 
EXAME FÍSICO 
P Vermelhidão (hiperemia) 
P Secreção lacrimal ou lacrimejamento 
P Queimação 
P Edema conjuntival (quemose) 
P Em casos extremos, a conjuntiva edematosa pode se estenderpara a frente, além das margens da tampa. 
P Edema palpebral também é comum 
P A doença ocular alérgica afeta principalmente a conjuntiva. A vermelhidão ou injeção na conjuntivite alérgica deve ser difusa, 
envolvendo a conjuntiva bulbar (globo), bem como a conjuntiva palpebral ou tarsal (a membrana mucosa na superfície interna 
das pálpebras). 
P Papilas conjuntivais podem estar presentes → se formam em resposta à inflamação 
P Folículos conjuntivais → menos comuns 
P Paralelepípedos e papilas gigantes → não devem estar presentes 
↳ Esses achados sugerem formas mais graves de alergia ocular (por exemplo, 
ceratoconjuntivite vernal, ceratoconjuntivite atópica ou ceratoconjuntivite 
papilar gigante) 
P Edema infra-orbital e escurecimento podem estar presentes 
P Em pacientes com sintomas concomitantes de rinite alérgica, o exame da mucosa 
nasal pode mostrar vários achados característicos: 
↳ Um tom azulado pálido ou palidez da mucosa nasal 
↳ Edema dos cornetos nasais 
↳ Rinorreia clara pode ser visível na cavidade nasal 
 
1) CONJUNTIVITE ALÉRGICA AGUDA 
P É uma reação de hipersensibilidade de início repentino causada pela exposição 
ambiental, geralmente a um alérgeno conhecido, como pelos de gatos 
P Sintomas podem se desenvolver rapidamente (ou seja, tão rapidamente quanto 30 
minutos) 
P Autolimitado → Depois que a exposição ao alérgeno termina, os sintomas geralmente 
desaparecem em 24 horas 
P Manifestações clínicas → Episódios abruptos intensos de prurido, hiperemia, 
lacrimejamento, quemose e edema palpebral 
↳ O paciente pode apresentar somente conjuntivite ou um quadro de rinite + 
conjuntivite 
↳ Afeta ambos os olhos, concomitantemente 
↳ Prurido é o sintoma mais característico 
P Tratamento → colírios de anti-histamínicos-H1 ou de anti-histamínicos com 
vasoconstrictor 
↳ Levocabastina 0,05% (Livostin) e emedastina 0,05% (Emadine) 
↳ Deve ser aplicado 4x/dia por até 2 semanas. 
 
2) CONJUNTIVITE ALÉRGICA SAZONAL (SAC) 
P Também chamada de conjuntivite da febre do feno 
P É frequentemente associado a rinite e é atribuível a pólens no ar, esporos de mofo aerotransportados, pólen de gramíneas, ou 
ervas daninhas 
P Pico durante primavera, final do verão ou início do outono e desaparece no inverno (ciclo de vida da planta causadora) 
P Geralmente tem um início menos dramático em comparação com a conjuntivite alérgica aguda, desenvolvendo-se ao longo de 
dias a semanas e um curso previsível que corresponde a uma ou mais estações específicas do pólen 
P Alérgenos sazonais → pólen de árvores na primavera, pólen de grama no verão e pólen de ervas daninhas no final do verão e 
outono 
 
3) CONJUNTIVITE ALÉRGICA PERENE (PAC) 
P Também chamada de conjuntivite atópica ou ceratoconjuntivite atópica 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Prurido intenso, concomitância entre 
ambos os olhos, quemose e secreção 
mucoide, além da história prévia de 
alergia 
P Causada por ácaros, ácaros na poeira, pelos de animais e outros alérgenos não sazonais 
P É uma conjuntivite alérgica leve, crônica, crescente e minguante, relacionada à exposição ambiental a alérgenos durante o ano 
todo, geralmente em ambientes internos, como ácaros, pelos de animais e bolores 
 
4) CONJUNTIVITE PRIMAVERIL/VERNAL 
P Conjuntivite inflamatória redicivante que predomina nos meses da primavera 
P Mais comum no sexo masculino, na faixa etária jovem, entre 5-20 anos 
P Caracterizada pela formação de papilas gigantes 
P Duas formas de apresentação 
↳ (1) forma palpebral → presença de papilas gigantes e achatadas (“aspecto em pedras-de-calçada”) na conjuntiva tarsal da 
pálpebra superior 
↳ (2) forma límbica → surgimento de uma massa gelatinosa papilar no limbo superior, que pode eventualmente invadir a 
córnea 
P Manchas de Horner-Trantas → típicas desta forma, descritas como máculas de cor 
esbranquiçada, semelhante ao giz, e compostas por eosinófilos e debris epiteliais 
P Manifestações clínicas → intenso prurido, secreção mucopurulenta, 
lacrimejamento, blefaroespasmo e fotofobia 
↳ A córnea pode ser envolvida em 50% dos casos (ceratoconjuntivite primaveril) 
↳ As lesões incluem pannus, ceratite punctata e ulcerações epiteliais e 
eventualmente opacidades corneanas 
P Tratamento → aplicação por curto período (2-3 semanas) de colírio de corticoide e 
no uso crônico regular de colírio de cromoglicato de sódio 4%, um estabilizador de 
mastócitos. 
↳ A emulsão de ciclosporina 0,05% pode ser de grande valia nos casos 
refratários 
1) CONJUNTIVITE TÓXICA FOLICULAR 
P Reação inflamatória proveniente da hipersensibilidade (tipo IV) a substâncias em contato com os olhos e pálpebras, como 
cosméticos e colírios 
P Principais substâncias envolvidas são → aminoglicosídeos, timerosal, colírios antivirais (idoxuridina) e para glaucoma 
(pilocarpina, brimonidina) 
P Manifestações clínicas → conjuntivite subaguda/crônica, com intensa reação folicular, hipertrofia papilar e blefarite 
eczematosa associada 
P Tratamento → eliminação do agente causador e colírio de corticoide 
 
2) CONJUNTIVITE MECÂNICA 
P Efeito irritativo de produtos químicos não cáusticos, corpo estranho (“cisco no olho”) ou em pacientes com a síndrome seca 
(xeroftalmia) 
P É uma conjuntivite branda, com pequena descarga mucoide. 
P Após a retirada do fator agressor, a conjuntivite tende a resolver ao longo de 12-24h 
P Pode haver necessidade de se usar colírios lubrificantes 
 
3) CONJUNTIVITE DA LENTE DE CONTATO (CONJUNTIVITE DE PAPILAS GIGANTES) 
P Os pacientes que usam lentes de contato por período prolongado podem, após uma média de 8 meses de uso, desenvolver 
P Compromete basicamente a conjuntiva tarsal da pálpebra superior 
P Mais comum com lentes gelatinosas não descartáveis 
P Provavelmente depende de uma reação de hipersensibilidade tipo IV a antígenos que se misturam ao muco e proteínas que 
geralmente recobrem a lente 
P Esta lente acumula depósitos mucoproteicos esbranquiçados. 
P O ato de piscar o olho coloca a conjuntiva tarsal superior em contato frequente com a lente alterada, provocando uma reação 
inflamatória crônica basofílica e eosinofílica na conjuntiva tarsal superior 
P Manifestações clínicas → prurido, hiperemia ocular discreta, descarga mucoide e 
intolerância à lente de contato 
P Exame físico → Conjuntiva tarsal superior repleta de papilas gigantes, de cerca de 2 mm 
↳ Manchas de Horner-Trantas no limbo podem ser observadas 
P Tratamento → retirada da lente de contato até a resolução do quadro 
↳ Aplicação de colírios de corticoide e de cromoglicato de sódio 4% em casos graves 
 
4) CONJUNTIVITES ASSOCIADAS A DOENÇAS SISTÊMICAS 
P Pode evoluir de forma aguda recidivante ou crônica, geralmente conjuntivites brandas a moderadas 
P Síndrome de Reiter, síndrome de Sjögren, outras colagenoses, policondrite recidivante, penfigoide cicatricial, síndrome de 
Stevens-Johnson (neste caso, uma forma grave de ceratoconjuntivite), sarcoidose, ceratoconjuntivite límbica superior 
(hipertireoidismo), síndrome da pálpebra frouxa (floppy lid syndrome) 
 
5) CONJUNTIVITE NEONATAL (OFTALMIA NEONATORUM) 
P Conjuntivite que se manifesta dentro do primeiro mês após o nascimento 
P Geralmente transmitida através do canal do parto por uma infecção genital da mãe 
P Chlamydia trachomatis é a causa mais comum desta afecção, seguida pela Neisseria gonorrhoeae 
P A ceratoconjuntivite herpética (o vírus herpes simplex tipo 2 é o mais comum...) também é uma entidade importante 
P Pode evoluir rapidamente para ceratite com sequelas irreversíveis para a visão 
P POR CLAMÍDIA (DE INCLUSÃO) → manifestando-se com reação papilar (crianças de até 6 meses de idade não fazem reação 
folicular), pseudomembrana, secreção mucopurulenta e blefarite 
↳ Geralmente tem o curso benigno 
P POR GONOCOCO (HIPERAGUDA) → bastante grave, apresentando-se 24-48h após o nascimento como uma blefaroconjuntivite 
intensamente purulenta, com formação de membrana e que, se nãotratada, pode evoluir, com úlcera ou mesmo perfuração da 
córnea e perda da visão 
P CERATOCONJUNTIVITE HERPÉTICA → manifesta-se geralmente nas primeiras 2 semanas de vida, com inflamação conjuntival, 
rash vesicular herpético palpebral e ceratite grave com risco de perda visual 
P Diagnóstico → principalmente clínico 
↳ Pode incluir a coleta de swab conjuntival para o Gram, cultura, microscopia e teste de antígenos 
P Tratamento → depende da causa 
↳ Clamídia → eritromicina VO 
↳ Gonococo → cefotaxime IV ou ceftriaxone IV 
↳ Herpes simples → aciclovir pomada oftálmica 
↳ Profilaxia → todo recém-nascido deve receber a profilaxia tópica para a conjuntivite gonocócica na primeira hora após o 
nascimento. 
▪ Nitrato de prata 1% OU → Pode causar uma conjuntivite química (90%), leve que se inicia em poucas horas e dura 24-
36h 
▪ Colírio de eritromicina 0,5% OU 
▪ Colírio de tetraciclina 1% 
Hemorragia Subconjuntival 
P É uma coleção de sangue circunscrita entre a conjuntiva e a esclera 
P Muito comum 
P O sangramento se dá pela rotura de pequenas veias da conjuntiva ou da episclera 
P Podem ter histórico de trauma ou uso de lentes de contato ou podem relatar 
histórico de trauma e observar a hemorragia após acordar do sono 
P TÍPICO → Aparece como uma região focal, plana e vermelha na superfície ocular, 
representando uma coleção de sangue entre a esclera e a conjuntiva 
P SE RUPTURA ESCLERAL → o sangue intra-ocular pode vazar através do defeito e acumular-se no espaço subconjuntival, criando 
uma hemorragia subconjuntival bolhosa e elevada 
P Sintomas → podem notar alguma sensação de corpo estranho no olho afetado, 
mas geralmente não apresentam sintomas 
P Principais causas: 
↳ Trauma contuso significativo nos olhos com potencial ruptura do globo 
↳ Trauma ou complicações menores decorrentes do uso de lentes de contato 
(especialmente em pacientes com menos de 40 anos de idade) 
↳ História de pressão venosa elevada (por exemplo, manobra de Valsalva, 
tosse ou vômito) 
↳ Hipertensão (especialmente em pacientes acima de 80 anos) 
↳ DM 
↳ Coagulopatia 
P Tratamento → não há necessidade, pois, a evolução é benigna. Regride ao longo de 2-3 semanas 
Episclerite 
P É uma vermelhidão ocular localizada causada pela inflamação dos vasos episclerales 
↳ Episclera → é um delgado tecido conjuntivo frouxo vascularizado que se localiza entre a conjuntiva bulbar e a esclera, 
recoberto por uma capa de tecido elástico, a cápsula de Tenon 
↳ O mecanismo da episclerite é a resposta imunológica de hipersensibilidade 
↳ Edema, vasodilatação e infiltrado linfocítico da episclera 
P Geralmente é unilateral e setorial, embora também possa ser nodular 
↳ Nodular → inflamação nodular localizada. 
▪ É o tipo mais comum, geralmente idiopático 
↳ Difusa → inflamação mais difusa, de predomínio periférico e com “injeção 
episcleral” (engurgitamento dos vasos episclerais) 
▪ Esta é a forma associada às vasculites e à síndrome de Reiter e à 
artrite enteropática 
P Mais comum em mulheres jovens 
P Os vasos ou nódulos são tipicamente bastante distintos e são móveis sobre a 
superfície escleral 
P Evolução benigna e autolimitada 
P 70% dos casos é idiopática 
↳ Mas pode ocorrer associada a doenças sistêmicas (LES, artrite reumatoide, 
etc) 
P Não é limitadora ou ameaçadora da visão 
P Sintomas → quadro agudo de olho vermelho, com desconforto ocular e 
lacrimejamento. 
↳ Tipicamente, não há dor ocular, fotofobia, borramento visual ou secreção 
↳ Maioria unilateral 
↳ Quadro se resolve 2-21 dias 
↳ Os episódios geralmente duram algumas semanas 
P Diagnóstico → clínico. 
↳ Investigar possibilidade de doença sistêmica 
P Tratamento → colírios lubrificantes (hidroxipropilmetilcelulose 0,5%) 4-6x/dia até a resolução da inflamação ocular 
↳ Sintomas mais graves gerenciados com AINES VO ou em colírio 
Uveíte Anterior (Irite) 
P Processo de inflamação intraocular 
P O encaminhamento a um especialista em oftalmologia é indicado para o diagnóstico e tratamento da maioria dos pacientes 
com sintomas sugestivos de inflamação do trato uveal (constituída por três estruturas: a íris, o corpo ciliar e a coroide) 
↳ Porção anterior da úvea inclui a íris e o corpo ciliar 
↳ Porção posterior da úvea é conhecida como coroide 
P A inflamação do trato uveal anterior, caracterizada pela presença de leucócitos na câmara anterior do olho, é denominada 
uveíte anterior e é sinônimo de irite. 
↳ Quando o corpo ciliar adjacente também está inflamado, o processo é conhecido como iridociclite 
↳ Panuveíte é definida como inflamação simultânea na câmara anterior, humor vítreo e retina ou coroide 
P Uveíte posterior (5%) → é a inflamação da coroide (coroidite), estando frequentemente associada à vitrite (inflamação do 
corpo vítreo) e à retinite (inflamação da retina) 
↳ Alto potencial de perda visual 
↳ Causa mais comum é toxoplasmose 
P Uveíte intermediária (1%) → inflamação da pars plana do corpo ciliar (parsplanite). Quase sempre é idiopática 
↳ A uveíte posterior e a uveíte intermediária não se manifestam com olho vermelho 
P Panuveíte (<1%) → inflamação de todo o trato uveal, sendo uma forma particularmente grave de uveíte 
↳ A forma idiopática, a sarcoidose e a doença de Behçet são suas causas mais comuns 
P Uveíte anterior → frequente associação com doenças sistêmicas, especialmente as doenças reumáticas, a doença inflamatória 
intestinal e a sarcoidose 
↳ Se parece com a episclerite e a esclerite 
P Ocorre frequentemente em associação com outras condições médicas sistêmicas, principalmente infecções e doenças 
inflamatórias, mas pode ocorrer como um processo isolado 
P Tanto o tamanho quanto a distribuição dos precipitados queráticos são úteis no diagnóstico diferencial da causa subjacente 
P A diversidade de precipitados queráticos é especialmente apreciada por imagens ampliadas obtidas com microscopia confocal 
CAUSAS INFECCIOSAS 
Bacteriano/em espiral Viral Fungo Parasitário 
Micobactérias atípicas 
Brucelose 
Doença do arranhão 
Lepra 
Leptospirose 
Doença de Lyme 
Cutibacterium (anteriormente 
Propionibacterium ) 
febre maculosa montanha 
rochosa 
Sífilis 
Tuberculose 
Doença de Whipple 
Anellovírus 
Chikungunya 
Citomegalovírus 
Ebola 
Epstein-Barr 
Herpes simplex 
Herpes zoster 
HIV-1 
Vírus da leucemia de células T 
humanas 
Caxumba 
Parechovírus 
Rubéola 
Rubeola 
Vaccinia 
Vírus do Nilo Ocidental 
Vírus zika 
Aspergilose 
Blastomicose 
Candidíase 
Coccidioidomicose 
Criptococose 
Histoplasmose 
Pneumocystis jirovecii (PCP) 
Esporotricose 
Acanthamoeba 
Cistercercose 
Oncocercose 
Toxocaríase 
Toxoplasmose 
 
SÍNDROMES DE UVEÍTE CONFINADAS 
PRINCIPALMENTE AO OLHO 
CAUSAS SISTÊMICAS DE UVEÍTE MEDIADAS 
PELO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
SÍNDROMES MASCARADAS QUE IMITAM A 
UVEÍTE 
Epiteliopatia pigmentar placóide multifocal 
aguda 
Necrose retiniana aguda 
Vitreorretinopatia inflamatória neovascular 
autossômica dominante 
Coroidopatia de Birdshot 
Ciclite heterocrômica de Fuchs (pós-rubéola) 
Crise glaucomatociclítica 
Uveíte de recuperação imune (reconstituição) 
Síndrome endotelial iridocorneal 
Neurorretinite de Leber 
Síndrome do ponto branco evanescente 
multifocal 
Pars planitis 
Coroidopatia interna pontual 
Coroidopatia serpiginosa 
Fibrose subretinal 
Oftalmia simpática 
Trauma 
Espondilite anquilosante 
Doença de Behçet 
Síndrome de Blau 
Doença de Crohn 
Reação medicamentosa ou de 
hipersensibilidade 
Nefrite intersticial 
Artrite idiopática juvenil 
Doença de Kawasaki 
Esclerose múltipla 
Doença inflamatória multissistêmica de início 
neonatal 
Artrite psoriática 
Artrite reativa 
Policondrite recidivante 
Sarcoidose 
Síndrome de Sjogren 
Síndrome doce 
Lúpus eritematoso sistêmico 
Colite ulcerosa 
Vasculite 
Vitiligo 
Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada 
Lágrimas gigantes da retina 
Isquemia 
Leucemia 
Linfoma 
Melanoma ocular 
Síndrome de dispersão pigmentar 
Retinite pigmentosa 
Retinoblastoma 
 
P Aproximadamente30% dos pacientes com uveíte não se enquadram em nenhuma categoria diagnóstica bem definida e 
geralmente são rotulados como tendo uveíte idiopática 
↳ Unilateral na maioria dos casos e predominando em indivíduos entre 25-50 anos, sem preferência de sexo ou raça 
P Uma predisposição genética pode contribuir para o desenvolvimento de uveíte 
P O antígeno HLA-B27 está presente em 40-50% dos casos de uveíte anterior aguda 
↳ A presença deste antígeno, aumenta a probabilidade da associação com doenças sistêmicas 
P ESPONDILOARTROPATIAS SORONEGATIVAS HLA-B27 POSITIVAS → (espondilite anquilosante, artrite reativa, síndrome de 
Reiter, artrite psoriásica, artrite enteropática) 
↳ Distúrbios imunológicos sistêmicos mais comuns associados à uveíte na América do Norte e Europa 
↳ 20-40% dos pacientes com um desses distúrbios desenvolvem o início repentino de uveíte anterior 
↳ Quando ocorre, a uveíte geralmente é a manifestação que sugere o diagnóstico da doença sistêmica 
↳ A uveíte associada à SpA (espondiloartrite) é duas vezes mais comum nos homens 
▪ É tipicamente unilateral e tende a se resolver dentro de três meses após o seu início 
▪ Recorrências são comuns e podem ocorrer no olho contralateral 
▪ Prognóstico excelente 
P CERATOUVEÍTE HERPÉTICA → A queratouveíte é uma inflamação da córnea, juntamente com a uveíte, principalmente anterior 
↳ Geralmente unilateral 
↳ Presença de vesículas cutâneas, alterações características da córnea, redução da sensação da córnea, pressão intra-ocular 
elevada e atrofia da íris podem ser pistas para o diagnóstico 
P ARTRITE PSORIÁTICA E DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL → 7% dos pacientes com artrite psoriática e 2 a 9% dos pacientes 
com doença inflamatória intestinal (DII, doença de Crohn ou colite ulcerativa) podem desenvolver uveíte 
↳ Associada ao HLA-B27 em aproximadamente 45% dos casos com DII 
↳ A uveíte associada à DII ou à artrite psoriática é frequentemente bilateral, posterior ao cristalino, início insidioso, duração 
crônica e mais comum em mulheres do que homens 
P SARCOIDOSE → Aproximadamente 20% dos pacientes desenvolvem doenças oculares como apresentação inicial de sarcoide 
↳ A uveíte em pacientes com sarcoide está frequentemente associada à vasculite da retina, que pode ser perivascular ou 
envolver alterações vasculares da retina 
↳ A doença ocular pode persistir apesar da resolução da adenopatia 
↳ A uveíte da sarcoidose é do tipo granulomatosa, começando unilateral, mas evoluindo com acometimento bilateral e 
tendência a cronificar 
↳ Cerca de 75% dos pacientes com sarcoidose irão apresentar uveíte anterior em algum momento 
P ARTRITE REUMATOIDE JUVENIL → É a causa mais comum de uveíte anterior em crianças 
↳ A forma oligoarticular predomina em meninas (4:1), apresentando-se tipicamente entre 2-4 anos de idade 
↳ Costuma ter o FAN positivo e o fator reumatoide negativo 
↳ Cerca de 80% das crianças com uveíte anterior apresentam artrite reumatoide juvenil 
P DOENÇA DE BEHÇET → uma vasculite rara que geralmente se apresenta com a tríade de úlceras orais + úlceras genitais + uveíte 
↳ Até 80% dos pacientes com síndrome de Behçet desenvolvem uveíte 
↳ É frequentemente a manifestação dominante desta doença e é tipicamente bilateral 
↳ Geralmente não se resolve completamente entre os episódios 
↳ Geralmente se apresenta como panuveíte 
↳ A uveíte normalmente leva à cegueira se a inflamação ocular não for tratada 
P UVEÍTE DE RECUPERAÇÃO IMUNE → A uveíte de recuperação imune é um fenômeno geralmente reconhecido em associação 
ao uso de terapia antirretroviral (TARV) para a infecção pelo HIV 
P TOXOPLASMOSE → é uma causa surpreendentemente comum de uveíte no hospedeiro normal 
↳ Em muitos casos, presume-se que seja uma reativação de uma infecção adquirida congênita 
↳ maioria das cicatrizes coriorretinianas da toxoplasmose é causada por infecção durante a gestação, mas a cicatrização é 
cada vez mais reconhecida como resultado de infecção recente 
P A uveíte anterior é uma complicação da cirurgia de catarata. 
P 2 TIPOS 
↳ Aguda (não granulomatosa) → é mais comum e pode ser idiopático ou associado à espondiloartropatias soronegativa ou 
artrite reumatoide juvenil 
↳ Crônica (granulomatosa) → na maioria das vezes, tem associação com a sarcoidose ou sífilis 
P AGUDA (NÃO GRANULOMATOSA) 
↳ Costuma ser unilateral 
↳ Olho vermelho 
↳ Dor ocular intensa opressiva (por vezes, referida como periorbitária) 
↳ Fotofobia acentuada 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Intensa dor ocular tipo opressiva, 
fotofobia, miose e exame da lâmpada 
de fenda demonstrando “células” + 
“flare” (achados confirmatórios) com 
ou sem hipópio na câmara anterior 
▪ É explicada pela contração dolorosa do esfíncter da íris (miose) e do músculo ciliar pelo estímulo luminoso 
↳ Lacrimejamento 
↳ Borramento visual de grau variado (quando presente) 
↳ Hiperemia e injeção conjuntival perilímbica 
↳ Miose em graus variados 
↳ Redução da acuidade visual (geralmente leve ou inexistente) 
▪ As ceratites comprometem mais a acuidade visual, enquanto que as conjuntivites sempre a preservam 
↳ Redução transitória da pressão intraocular (PIO) 
▪ Devido à inibição da produção de humor aquoso pelo corpo ciliar inflamado 
↳ O quadro clínico é autolimitado, resolvendo-se ao longo de semanas, mas com uma alta tendência à recidiva 
P CRÔNICA (GRANULOMATOSA) 
↳ Manifesta-se insidiosamente com borramento visual e leve vermelhidão ocular 
↳ Dor e a fotofobia são discretas ou inexistentes 
↳ Começa unilateral e evolui para o acometimento bilateral 
↳ Hiperemia perilímbica leve ou ausente 
↳ Redução da acuidade visual 
EXAME COM LÂMPADA DE FENDA (BIOMICROSCOPIA) 
1. AGUDA (NÃO GRANULOMATOSA) 
P Somente com este exame o médico poderá confirmar o diagnóstico 
P Neste exame, a maioria dos sinais encontrados caracterizam uma “reação da câmara anterior”, termo utilizado quando ocorre 
extravasamento de proteínas e células inflamatórias para o humor aquoso 
P Células na câmara anterior → A presença de leucócitos na câmara anterior do olho no exame é característica da uveíte 
anterior, mas é inespecífica 
↳ Os leucócitos normalmente não são encontrados no humor aquoso que preenche o espaço entre a córnea e as lentes 
P Flare → Uma névoa, descrita pelos oftalmologistas como "flare", também pode ser apreciada pelo exame e reflete o acúmulo 
de proteínas no humor aquoso secundário à ruptura da barreira aquosa do sangue 
P Hipópio → coleção de pus estéril na câmara anterior. Está presente em apenas algumas uveítes anteriores, como nas uveítes 
HLA-B27 positivas e na doença de Behçet 
P Fibrina → acúmulo de pequenos coágulos vermelhos na câmara anterior 
P Precipitados ceráticos → são depósitos leucocitários no encravados no endotélio da córnea, observados como finas partículas 
imóveis de cor branco-acinzentada, geralmente na porção inferior da córnea 
P Sinéquias posteriores → frequentemente encontrado em casos recidivantes 
↳ São aderências que algumas porções inflamadas da face posterior da íris formaram com o cristalino 
 
 
2. CRÔNICA (GRANULOMATOSA) 
P Nódulos inflamatórios na íris: são dois tipos 
↳ Nódulos de Koeppe → vistos na borda pupilar 
↳ Nódulos de Busaca → observados na superfície anterior da íris 
P Precipitados ceráticos → são precipitados grandes e de aspecto “gorduroso”, distribuídos 
numa região triangular na porção inferior da córnea (triângulo de Arlt) 
P “Flare” 
P “Células” → são observadas apenas em períodos de exacerbação aguda 
P Sinéquias posteriores → são bastante frequentes 
P Embora durante a sua atividade a uveíte não traga grandes prejuízos para a acuidade 
visual, a visão pode vir a ser afetada tardiamente 
P Ocorrem nas uveítes agudas recidivantes e nas uveítes crônicas 
P Catarata secundária → complicação comum. Tanto a reação inflamatória da íris, próxima 
ao cristalino, como o uso crônico de corticoides para o tratamento da uveíte podem causar catarata 
↳ É recomendadoque antes da cirurgia, a inflamação uveal esteja controlada por pelo menos 3 meses 
P Glaucoma secundário → O mecanismo mais comum de aumento da PIO nas uveítes anteriores é a obstrução da rede tracecular 
por células inflamatórias e fibrose (trabeculite), causando um glaucoma de ângulo aberto 
↳ A formação de sinéquias anteriores (entre a raiz da íris e o ângulo iridocorneano) e o uso crônico de corticoide tópico é um 
importante fator contribuinte 
↳ Alguns pacientes desenvolvem o glaucoma de ângulo fechado devido ao bloqueio pupilar pelas sinéquias posteriores e 
podem apresentar crises agudas de glaucoma. 
P Ceratopatia em faixa → é uma complicação mais comum 
↳ Associada à artrite reumatoide juvenil 
↳ Trata-se de um depósito de cálcio na membrana de Bowman e estroma superficial da córnea 
↳ Pode acarretar grave prejuízo à visão 
↳ Tratamento é cirúrgico 
P O colírio de corticoide é a base da terapia, agindo como potente anti-inflamatório 
↳ Colírio de acetato de prednisolona 1% é aplicado no(s) olho(s) afetado(s) a cada 2h, durante pelo menos 1 semana, 
quando então, caso haja melhora da inflamação, a aplicação é espaçada para 4x/dia durante semanas ou meses 
P O colírio cicloplégico tem duas funções: 
↳ (1) inibir a contração do músculo ciliar e do esfíncter da íris → aliviando a dor ocular e a fotofobia do paciente 
↳ (2) afastar a borda pupilar do cristalino → prevenindo ou desfazendo as sinéquias posteriores 
↳ Atropina 1% ou ciclopentolato 1% são aplicados a cada 12h durante 1-3 semanas 
P Nos casos refratários → corticoide periocular 
↳ Dexametsona para injeção subconjuntival ou a metilprednisolona ou triancinolona para injeção subtenoniana 
P Casos mais graves e recalcitrantes → Corticoides orais (prednisona 1,0-1,5 mg/Kg/dia) 
↳ O tratamento sistêmico é geralmente reservado para inflamação resistente e pode ser indicado em pacientes com 
glaucoma que não podem ser tratados com injeção local 
↳ Além disso, pacientes com doença bilateral são frequentemente tratados com terapia sistêmica 
P Fazer acompanhamento contínuo para detectar possíveis complicações 
↳ A tonometria, para medida da PIO, é fundamental 
↳ Um aumento da PIO deve ser tratado com colírios tópicos antiglaucomatosos 
P Se houver uma doença sistêmica associada à uveíte anterior, esta deve receber a terapia específica 
P Metotrexato versus micofenolato de mofetil para uveíte não infecciosa (novembro de 2019) 
↳ Metotrexato (MTX), micofenolato de mofetil (MMF) e outros medicamentos têm sido utilizados como agentes poupadores 
de glicocorticoides no tratamento de uveítes não infecciosas 
P A abordagem da terapia geralmente não é afetada pela etiologia da uveíte, mas há exceções importantes 
↳ Síndrome de Behçet é especialmente responsiva ao infliximabe 
P Pacientes com inflamação contínua podem necessitar de terapia glicocorticoide sistêmica ou agentes anti-inflamatórios ou 
imunossupressores adicionais, como um antimetabólito e / ou um antagonista da calcineurina (por exemplo, ciclosporina) 
↳ Em pacientes com uveíte que são resistentes a essa terapia, as opções terapêuticas subsequentes incluem um inibidor de 
TNF, como o adalimumabe; uma mudança para um antimetabólito diferente; um glicocorticóide, regional ou oralmente, 
geralmente temporariamente; ou a combinação de um antimetabólito com um antagonista da calcineurina 
P Se doença bilateral, inflamação ativa, falha na resposta à terapia glicocorticoide oral ou doença grave que interfere nas 
atividades da vida diária 
↳ Antimetabólitos ou agentes citotóxicos 
↳ Além disso, os pacientes que necessitam de uma dose diária de 10 mg ou mais de prednisona para controlar sua 
inflamação ocular podem se beneficiar de um agente poupador de glicocorticoides, como um antimetabólitos, como uma 
alternativa mais segura a longo prazo 
↳ Inicialmente, preferimos MTX, azatioprina, micofenolato de mofetil (MMF) ou um antagonista da calcineurina, como 
ciclosporina ou tacrolimus 
Ceratite 
P Grupo de doenças que provocam lesão inflamatória da córnea, muitas delas apresentando um potencial destrutivo e 
ameaçador à visão, especialmente as causas infecciosas 
↳ A ceratite infecciosa é a complicação mais grave do uso de lentes de contato 
P A suspeita clínica de uma ceratite a princípio é considerada uma urgência oftalmológica, requerendo tratamento imediato 
P O epitélio da córnea é uma importante barreira contra agentes infecciosos e corpos estranhos, impedindo a sua penetração no 
estroma corneano 
P A película de lágrima contribui com proteínas de efeito antibacteriano, como a lactoferrina, a lisozima e a IgA 
↳ Por isso, as lesões epiteliais (ex.: abrasões da córnea) e a deficiência lacrimal são importantes fatores de risco para as 
ceratites bacterianas 
P O epitélio possui alta capacidade regenerativa, justificando uma rápida resolução das ceratites epiteliais superficiais (24-48h), 
sem deixar sequelas 
↳ As lesões corneanas mais profundas, que destroem a membrana de Bowman (úlceras corneanas), regeneram de forma 
lenta e insuficiente, deixando, via de regra, cicatrizes (manchas opacas) no estroma corneano 
P O edema da córnea, presente nas ceratites estromais ou nas lesões do endotélio, acarreta córnea translúcida, provocando uma 
queda da acuidade visual 
P Potencial para causar um dano irreversível à visão 
P Complicações 
↳ Astigmatismo irregular → por causa da córnea cicatrizada 
↳ Leucomas → são cicatrizes estromais fibróticas da córnea. Se estas manchas se localizarem no eixo pupilar, trarão 
importante prejuízo da visão 
↳ Perfuração da córnea e Endoftalmite → complicação mais temida. A necrose estromal pode atingir toda a espessura do 
estroma, causando descemetocele (abaulamento da membrana de Descemet em direção anterior), seguida de perfuração. 
▪ Neste caso, o agente infeccioso se alastra para todos os tecidos oculares, acarretando endoftalmite, com grande 
chance de amaurose 
P Infecciosas e não infecciosas → infecciosas com evolução desfavorável caso não recebam tratamento precoce 
P Profundidade da lesão 
↳ Epiteliais superficiais 
↳ Subepiteliais 
↳ Estromais → podem deixar graves sequelas 
▪ Úlceras corneanas → com destruição epitelial e stromal 
▪ Ceratite intersticial → quando afeta o estroma sem romper a barreira epitelial 
P Ceratite neurotrófica → tipo especial de ceratite, decorrente da desnervação da córnea, o que leva à formação de defeitos 
epiteliais e até mesmo úlceras corneanas e perfuração 
↳ Causas principais: lesões do ramo oftálmico do trigêmio, a ceratite herpética e o zóster oftálmico 
P Na presença desses sintomas, o clínico deve encaminhar o paciente para oftalmologista em caráter emergencial 
P A história de uso de lentes de contato, especialmente na falta de cuidados adequados, é um fator que sugere a possibilidade de 
ceratite 
P Olho vermelho devido à injeção conjuntival reativa ou então por apresentar uma conjuntivite associada (ceratoconjuntivite) 
P Flush ciliar 
P Dor ocular 
↳ Causada pela própria lesão corneana (a córnea é ricamente inervada por ramos do V par craniano) e pela contração 
reflexa do músculo ciliar e esfíncter da íris 
P Intensa fotofobia 
Bom prognóstico e estão associadas mais a causas virais As úlceras corneanas → 
bactérias, herpes, fungos e 
ameba 
Ceratite intersticial → sífilis 
P Pupilas mióticas 
P Sensação de corpo estranho provocando fechamento palpebral reflexo (blefaroespasmo) 
P Redução recente da acuidade visual 
P Secreção mucopurulenta branco-amarelada pode ser vista nas ceratites bacterianas 
P Os sinais de ceratite podem ser observados na inspeção desarmada e devem ser 
confirmados por um oftalmologista no exame da lâmpada de fenda (biomicroscopia) 
P Injeção conjuntival perilímbica, ou flush ciliar 
P Pupilas levemente mióticas 
↳ Em casos de inflamação mais pronunciada 
P Intolerância à luz 
P Redução da acuidade visual 
P Anormalidades corneanas à inspeção 
↳ Úlceras corneanasformam opacidades esbranquiçadas na córnea 
↳ Pode-se eventualmente notar a invasão da córnea por vasos conjuntivais 
(neovascularização) no limbo (mais comum) ou próxima à úlcera 
P Reação da câmara anterior 
↳ Nas ceratites estromais (profundas) 
↳ Presença de células dispersas (leucócitos) 
↳ Aumento do conteúdo proteico provocando o “flare” 
↳ Acúmulo de fluido esbranquiçado (purulento) na câmara anterior 
↳ Normalmente estéril 
P A dor e a fotofobia pode atrapalhar o exame → Neste caso, na ausência de sinais de trauma perfurante, um colírio anestésico 
pode ser aplicado 
P Teste da Fluoresceína ou Rosa-bengala 
↳ Estes devem ser aplicados com conta-gotas individuais ou utilizando fitas de papel 
descartável. 
↳ A fita é embebida pelo corante em adição a soro fisiológico ou colírio anestésico, 
sendo então tocada ao recesso palpebral inferior 
↳ A fluoresceína impregna qualquer defeito epitelial da córnea, superficial ou profundo 
(úlcera corneana) 
↳ Na presença de um defeito, a iluminação pela luz azul de cobalto irá revelar áreas de 
coloração verde ou esverdeada 
↳ As lesões ou ceratites epiteliais superficiais geralmente só são diagnosticadas pelo 
uso do corante 
↳ O rosa-bengala impregna células epiteliais desvitalizadas, sendo muito usado para o 
diagnóstico da lesão herpética 
▪ As lesões adquirem tonalidade vermelha quando iluminadas pela luz branca 
P Depende da causa de ceratite e do tipo de agente infeccioso 
P Ceratites infecciosas → os antimicrobianos tópicos são a base da terapia e devem ser iniciados o quanto antes 
P Ceratites não infecciosas, na síndrome do olho seco, na ceratite herpética neurotrófica e nas abrasões da córnea → colírios 
lubrificantes podem auxiliar no reparo tecidual e no alívio do desconforto ocular 
P Nas ceratites dolorosas → são utilizados colírios cicloplégicos como adjuvantes, por auxiliar no controle da dor 
↳ O colírio de ciclopentolato 1% (Cicloplégico colírio) ou o colírio de atropina 1% podem ser aplicados 2x/dia 
P Nos casos de leucomas cicatriciais que prejudicam a visão, pode-se tentar a terapia intervencionista 
↳ Atualmente, a ceratectomia fototerapêutica (PTK) é o método mais indicado 
↳ Nos casos refratários à PTK ou com intensa destruição corneana, podemos lançar mão do transplante de córnea 
(ceratoplastia penetrante) 
 
1) CERATITE POR HERPES SIMPLES 
P É uma das principais causas de cegueira em todo o mundo, devido a cicatrizes e opacidade da córnea 
P queratite é a forma mais prevalente da doença ocular do HSV-1 
P PATOGÊNESE 
↳ A fisiopatologia da doença da córnea por HSV é complexa e envolve componentes de três processos: infecção ativa, 
inflamação causada por infecção ativa e reação imune à infecção passada. 
↳ Alterações estruturais resultantes na córnea podem levar a formas adicionais de ceratite 
↳ O vírus reativado entra e se replica dentro das células do epitélio basal da córnea e se espalha para as células adjacentes 
↳ Na infecção primária, uma resposta inflamatória desencadeia respostas imunes específicas ao antígeno. 
↳ Anticorpos imunoglobulina G (IgG) e IgA e células T CD4 e CD8 estão envolvidas na modulação da infecção e latência 
↳ As células estromais da córnea, queratócitos, podem apoiar a infecção ativa com a consequente inflamação necrosante 
P A maioria dos casos oftalmológicos de HSV é unilateral, com recorrências afetando o mesmo olho 
↳ Pacientes atópicos têm mais chance de ter bilateral 
P A incidência de doença ocular é de 6,8 a 31 por 100.000 anualmente 
P Pessoas com HIV ou outras deficiências imunológicas têm um risco aumentado de HSV ocular 
P A ceratite herpética tende a tomar um curso mais grave quanto maior for o número de recidivas 
↳ Uma vez ocorrendo o primeiro episódio de herpes ocular, as recidivas ocorrem em cerca de 40% dos indivíduos ao longo 
dos próximos 5 anos 
↳ 
P FATORES DE RISCO PARA RECORRÊNCIA 
↳ Tratamento com laser ultravioleta 
↳ Medicamentos oculares tópicos (adrenalina, betabloqueadores, prostaglandinas) 
↳ Exposição à luz ultravioleta 
↳ Trauma 
↳ Cirurgia ocular 
↳ Drogas imunossupressoras, principalmente glicocorticóides tópicos oftálmicos 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO 
P Início agudo de sintomas variáveis, incluindo dor, desfoque visual, fotofobia, secreção ocular 
aquosa e, muitas vezes, olhos vermelhos (não é achado universal) 
P Dor e inflamação ocular de intensidade variável e lacrimejamento, de início agudo 
P Geralmente unilateral 
P A maioria das infecções oculares primárias se apresenta como ceratite epitelial, enquanto 
a infecção ocular subsequente pode se apresentar como ceratite epitelial recorrente, 
ceratite estromal ou endotelite 
P CERATITE EPITELIAL → é a apresentação inicial mais comum 
↳ Lesões dendríticas 
↳ Diminuição da sensação da córnea 
↳ Úlceras geográficas → ocorrem como um agravamento das lesões dendríticas 
↳ Ceratite marginal → também chamada limbite, refere-se a lesões epiteliais ativas do 
HSV que ocorrem no limbo 
↳ Trata-se de pequena erosão epitelial, única ou múltipla, com formato arborizado 
com bordas bulbares, corável no centro pela fluoresceína e nas bordas pelo rosa-
bengala 
↳ A tendência é para resolução espontânea em 1-2 semanas 
↳ O uso inadvertido de colírio de corticoide aumenta bastante a chance de evolução 
desfavorável 
P CERATITE ESTROMAL → pode resultar de uma reação inflamatória (queratite imune) ou, 
menos comumente, de uma infecção viral ativa (queratite necrosante ou intersticial) 
↳ Raramente é um achado ocular inicial 
↳ Prognóstico pior do que a ceratite epitelial 
↳ Ceratite imune → representa 90% das ceratites estromais recorrentes. Acredita-se 
que represente uma reação de hipersensibilidade tardia a antígenos virais na córnea 
▪ Opacidade estromal superficial "fantasma" sob o local de um dendrito anterior 
▪ Inflamação localizada ou difusa do estroma 
▪ Neovascularização do estroma 
▪ Fibrose e vascularização abaixo do epitélio (pannus) e depósitos lipídicos dos 
vasos estromais 
↳ Ceratite necrosante → Presença de infiltrados celulares no estroma em um ou mais 
locais 
▪ Depósitos de células brancas no endotélio da córnea 
▪ Precipitados queráticos 
▪ Reação inflamatória na câmara anterior 
▪ Pode ocorrer hipópio ou hifema 
▪ Pode ocorrer perfuração da córnea, principalmente após o tratamento com 
glicocorticóides, sem tratamento antiviral concorrente adequado 
PRINCIPAIS SINTOMAS 
Dor aguda nos olhos, 
embaçamento visual, fotofobia 
e secreção ocular aquosa, 
unilateral 
APRESENTAÇÃO MAIS 
COMUM 
Ceratite epitelial, que 
apresenta lesões dendríticas 
patognomônicas e também 
pode apresentar úlceras 
geográficas 
▪ Forma mais grave da ceratite herpética 
▪ Responsável pela maior parte dos casos de perda visual do herpes ocular 
▪ É mais frequente após algumas recidivas 
▪ É decorrente tanto da replicação viral ativa quanto da resposta imune aos antígenos virais 
P ENDOTELITE (CERATITE DISIFORME) → incomum, mas muitas vezes leva ao edema estromal da córnea, que forma um padrão 
circular (“disciforme”) com precipitados queráticos endoteliais subjacentes 
↳ O edema de córnea aparece como uma zona translúcida ou de ofuscamento (tipo “vidro fosco”) 
↳ Pensa-se que os achados são manifestações de uma reação imune, em vez de infecção das células endoteliais 
P O exame da lâmpada de fenda é geralmente necessário para confirmar a presença de lesões típicas ou suspeitas 
TRATAMENTO 
P Os prestadores de cuidados primários também podem iniciar o tratamento da ceratite epitelial, mas devem encaminhar o 
paciente a um oftalmologista dentro de alguns dias para acompanhamento 
P Evitar a monoterapia tópica com glicocorticoides 
↳ A aplicação de gotas tópicas de glicocorticoides no olho infectado (sem o uso de medicação antiviral concomitante) pode 
levar ao envolvimento de estruturas estromais mais profundas com ameaça à visão 
P O uso da terapia glicocorticoide tópica deveser reservado ao oftalmologista, em combinação com antivirais para o tratamento 
da ceratite estromal, após avaliação apropriada 
P CERATITE EPITELIAL → A terapia antiviral tópica e antivirais orais são eficazes no tratamento da ceratite dendrítica e 
geográfica do herpes simplex 
↳ Os tratamentos orais são frequentemente preferidos devido à sua conveniência e potencial para evitar a toxicidade 
epitelial da córnea 
↳ Tratamento habitual é de duas semanas 
↳ Aciclovir, Valaciclovir 
↳ Para alguns pacientes, um desbridamento suave do epitélio da córnea pode ser usado como um complemento aos 
antivirais 
P CERATITE ESTROMAL OU ENDOTELITE → combinação de glicocorticoides tópicos e antivirais é o padrão 
↳ A terapia tópica com glicocorticoides nunca deve ser usada isoladamente, pois isso pode causar a reativação da doença 
epitelial 
↳ Acetato de prednisolona a 1% 
↳ Embora o tratamento cirúrgico raramente seja necessário, o transplante de córnea pode ser indicado quando a 
cicatrização é causada por ceratite estromal, que limita significativamente a visão 
P Não há vacinas aprovadas pela US Food and Drug Administration (FDA) para HSV 
P Ensaios randomizados indicam que infecções recorrentes podem ser prevenidas com terapia antiviral supressora oral diária 
 
2) CERATOCONJUNTIVITE ADENOVIRAL EPIDÊMICA 
P O adenovírus geralmente causa conjuntivite, mas algumas cepas em alguns indivíduos podem causar ceratite associada 
(ceratoconjuntivite epidêmica [EKC]) 
P Manifestações clássicas de conjuntivite viral, mas em alguns dias desenvolvem sintomas de um processo ativo da córnea 
(fotofobia e sensação objetiva de corpo estranho) 
P O exame Penlight da córnea não é notável, mas a coloração com fluoresceína revela múltiplas lesões pontuais 
↳ Se apresentam como uma ceratite punctata (pequenos defeitos epiteliais superficiais coráveis pela fluoresceína) 
P A linfadenopatia pré-auricular está frequentemente presente 
P Em 20-50% dos casos, evoluem para opacidades subepiteliais, que podem prejudicar a visão, persistindo por meses a anos, 
porém, resolvendo sem deixar cicatrizes 
P É tipicamente um processo autolimitado sem sequelas 
 
3) CERATITE BACTERIANA 
P Também é uma das maiores causas de cegueira corneana 
P Um único episódio pode ter evolução desfavorável, culminando na rápida destruição do tecido da córnea e perda visual 
P As bactérias mais comuns associadas à ceratite são o Staphylococcus aureus e a Pseudomonas aeruginosa 
↳ Pseudomonas aeruginosa ocorrendo quase que exclusivamente em usuários de lente de contato 
P O desgaste inadequado das lentes de contato é o maior fator de risco para ceratite bacteriana 
↳ A entidade pode ocorrer em pacientes que não usam lentes de contato ou que as usam apenas durante o dia 
P FATORES DE RISCO → A quebra de mecanismos de defesa do hospedeiro local ou sistêmico, incluindo superfícies oculares 
secas, uso tópico de corticosteroide e imunossupressão, pode predispor à ceratite bacteriana 
↳ Uso inadequado de lentes de contato 
↳ Anormalidades das pálpebras e cílios, levando ao trauma mecânico contínuo da córnea (triquíase, entrópio) ou exposição 
da córnea (ectrópio, exoftalmia) 
↳ Síndrome do olho seco 
↳ Lagoftalmo (impossibilidade de fechar a pálpebra), como acontece em pacientes comatosos na UTI e em indivíduos com 
paralisia facial periférica (Bell) 
↳ Ceratite herpética prévia 
↳ Trauma ocular, queimadura química 
↳ Cirurgia refrativa (LASIK) 
↳ Uso de colírio contaminado (ex.: Pseudomonas) 
P Merece avaliação por um oftalmologista no mesmo dia 
P MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → irá se queixar de sensação de corpo estranho e terá problemas para manter o olho envolvido 
aberto, um sinal de um processo ativo da córnea 
↳ Ceratite ulcerada (necrosante) aguda ou hiperaguda 
↳ Unilateral 
↳ Dor ocular 
↳ Fotofobia 
↳ Lacrimejamento 
↳ Olho vermelho por injeção conjuntival perilímbica ou conjuntivite 
papilar associada 
↳ Quemose e blefarite (inflamação e edema palpebral 
P DIAGNÓSTICO → Opacidade ou infiltrado da córnea (geralmente uma mancha branca redonda) associada a olhos vermelhos, 
fotofobia e sensação de corpo estranho 
↳ Úlcera corneana estromal, (opacidade esbranquiçada exsudativa fluoresceína positiva) 
↳ Esse infiltrado ou úlcera (com tamanho> 0,5 mm) pode ser visto com uma lanterna de caneta e não requer uma lâmpada 
de fenda para identificação 
↳ Vai manchar com fluoresceína 
↳ Descarga mucopurulenta está normalmente presente 
↳ Casos fulminantes podem se apresentar com um hipópio 
↳ O infiltrado estromal pseudomônico pode ter uma cor azul-esverdeada (evidenciada pela luz de Wood), devido à produção 
de pigmento por esta bactéria 
↳ Em volta do infiltrado, ocorre edema do estroma da córnea em “vidro fosco”, que contribui para o déficit visual 
↳ Alguns autores recomendam colher um raspado corneano (sob anestesia tópica) logo antes do tratamento, obtendo-se 
material para Gram e cultura 
P Se não tratada precocemente, a ceratite bacteriana evolui rapidamente com complicações (leucoma, perfuração, endoftalmite), 
que determinam perda visual irreversível 
P TRATAMENTO → encaminhamento oftalmológico urgente e início imediato de antibióticos bactericidas tópicos (idealmente 
após a obtenção de culturas) 
↳ Esses antibióticos às vezes são compostos em concentrações fortificadas, não disponíveis comercialmente 
↳ Glicocorticoides tópicos e combinações tópicas de medicamentos contendo esteróides tópicos é controverso e deve ser 
deixado a critério do oftalmologista 
↳ OBS: a ceratite bacteriana é considerada uma emergência oftalmológica. Portanto, o tratamento começa sempre de forma 
empírica e deve ser realizado com colírio de antibiótico 
↳ Recomendam-se nas primeiras 24h de tratamento duas gotas do colírio a cada 15min nas primeiras 6h e depois a cada 
30min nas próximas 18h 
↳ Após este período, mantém-se a posologia a cada 1h, espaçando-se progressivamente os intervalos, até completar um 
total de 5-7 dias 
↳ O antibiótico de escolha deve pertencer ao grupo das fluoroquinolonas 
↳ A terapia adjuvante com colírios cicloplégicos é bem-vinda, como em toda ceratite dolorosa com miose 
 
4) CERATITE DA SÍFILIS CONGÊNITA 
P Presença da tríade de Hutchinson 
↳ Ceratite intersticial 
↳ Surdez neurossensorial 
↳ Malformações dentárias típicas (dentes de Hutchinson) 
P A ceratite costuma aparecer tardiamente, logo após 5 anos de idade e geralmente evolui 
com acometimento ocular bilateral assimétrico 
P Na fase ativa, sintomas típicos de ceratite podem ocorrer (dor ocular, fotofobia, 
lacrimejamento, blefaroespasmo) 
P A atividade dura alguns meses, quando então evolui para uma fase cicatricial, com 
opacidades corneanas permanentes que limitam a visão 
P DIAGNÓSTICO → ceratite intersticial, caracterizada por infiltrados esbranquiçados estromais 
profundos, sem a presença de erosões epiteliais 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Quadro agudo doloroso de olho vermelho com 
a presença de densas manchas esbranquiçadas 
opacas na córnea. Geralmente, existe algum 
fator de risco (mau uso das lentes de contato, 
trauma, queimadura química, olho seco, etc) 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Opacidades esbranquiçadas fluoresceína-
negativas e neovascularização. A presença ao 
nascimento de surdez neurossensorial e 
dentes de Hutchinson facilitam o diagnóstico 
↳ Podem ser focais ou difusos 
↳ Neovascularização corneana 
↳ Os vasos invasores regridem deixando elementos remanescentes (“vasos fantasmas”) 
↳ Na fase cicatricial, as áreas de opacidade inflamatória se convertem em opacidades permanentes (leucomas), com prejuízo 
irreversível da visão 
↳ Suspeitado clinicamente e confirmado pelo exame sorológico específico (FTA-ABS ou MHA-TP) 
 
5) CERATITE FÚNGICA 
P É uma ceratite mais comum no meio rural, após abrasões corneanas com elementos vegetais 
P Principalmente fungos filamentosos, constituídos por hifas, destacando-se o Fusarium sp. e o Aspergillus sp 
PNo meio urbano, a ceratite fúngica predomina nos imunocomprometidos, com lesão corneana prévia e em uso de múltiplos 
antibióticos 
↳ Neste caso, destacam-se as espécies de Candida sp 
P MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
↳ Forma insidiosa (crônica) 
↳ Unilateral 
↳ Sintomas dolorosos são leves ou inexistentes 
↳ Pode ou não haver reação da câmara anterior 
P DIAGNÓSTICO 
↳ É suspeitado pela presença de fatores de risco na história prévia (ex.: exposição da 
córnea a fragmentos vegetais), pela evolução insidiosa e não-resposta à terapia tópica 
com antibióticos (ciprofloxacina) 
↳ Ceratite ulcerada (necrosante) 
↳ Fluoresceína positiva 
↳ A úlcera fúngica pode ser de morfologia inespecífica ou possuir aspecto típico: forma circular de bordas “hifadas” 
(projeções espiculadas) e lesões satélite 
↳ A confirmação é feita pelo raspado corneano, levado para exame micológico e cultura 
P TRATAMENTO 
↳ Antifúngicos tópicos, como a anfotericina B 
↳ Imidazólicos sistêmicos (cetoconazol, fluconazol) podem ser administrados para complementar a terapia, que deve durar 
pelo menos 3 meses 
 
6) CERATITE AMEBIANA 
P A ceratite por este parasita é típica de usuários de lente de contato gelatinosa, que não seguem as recomendações adequadas 
de cuidado com a lente, especialmente quando as lavam em água corrente 
P Esta ceratite perde de longe em frequência para a ceratite pseudomônica 
P MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
↳ Ceratite unilateral de evolução insidiosa (crônica), porém com potencial de 
destruição do estroma corneano e perda visual 
↳ Evolui em fases, a primeira epitelial (superficial) e a segunda estromal (profunda) 
↳ Ceratite amebiana é insidiosamente progressiva, de curso flutuante 
↳ Dor ocular de grande intensidade, desproporcional aos achados clínicos oculares 
▪ Devido à invasão das terminações nervosas da córnea pelos trofozoítas 
↳ Curiosamente, embora o paciente tenha acentuada dor ocular espontânea, a 
sensibilidade da córnea costuma estar reduzida ao toque 
↳ A fase inicial (primeiros 2 meses) → manifesta-se com dor moderada, fotofobia, lacrimejamento, hiperemia conjuntival 
perilímbica e quemose 
↳ Na fase tardia (após 2 meses) → a dor ocular aumenta, enquanto que os sinais inflamatórios objetivos reduzem 
P DIAGNÓSTICO 
↳ Fase inicial → Há erosões epiteliais dendritiformes (pseudodendríticas), fluoresceína positivas 
↳ Fase tardia → ceratite ulcerada (necrosante) exsudativa (opacidade fluoresceína positiva), por vezes circundada por um 
infiltrado estromal em forma de anel (anel imunológico de Wessely), desencadeado pela resposta imune antigênica. 
↳ Confirmado com o estudo do raspado corneano, corado pelo calcoflúor- -branco ou Giemsa, para se detectar os 
trofozoítas e cistos da ameba 
P TRATAMENTO 
↳ Feito com amebicidas tópicos, que precisam combater tanto os trofozoítas quanto os cistos 
↳ Recomenda-se a associação de um antisséptico catiônico, como biguanida polihexametileno (PHMB) 0,02% ou clorexidina 
0,02%, com um aromático, como isotionato de propamidina 0,1% (Brolene) ou hexamidina ou pentamidina 
↳ Colírios de aminoglicosídios ou imidazólicos podem complementar a terapia, cujo período total deve ser de 6-12 meses 
Inflamação das Pálpebras e Canal Lacrimal 
P Significa "pedra de granizo" em grego 
P Geralmente se apresenta como um inchaço palpebral indolor localizado 
P O exame da pálpebra interna revela um nódulo borrachudo do paciente 
P O calázio é uma inflamação granulomatosa não infecciosa de uma glândula 
de Meibomius (calázio profundo) ou de Zeis (calázio superficial) 
↳ É decorrente do entupimento do orifício de drenagem da glândula, 
levando ao extravasamento de lipídios para o tecido circunjacente, 
gerando uma reação inflamatória crônica contendo células epitelioides, 
células gigantes de Langhans e linfócitos (granuloma) 
P MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
↳ A lesão costuma se instalar insidiosamente com a formação de uma área 
de edema e eritema na pálpebra, evoluindo para a formação de um 
nódulo de tonalidade amarelada na superfície interna ou externa da 
pálpebra 
↳ Indolor e persistente 
↳ Se for de grandes dimensões, pode afetar a superfície da córnea, produzindo 
astigmatismo 
↳ Se vier de forma aguda → edema e eritema, podendo ser confundido com um 
hordéolo 
P DIAGNÓSTICO 
↳ Aparência clínica típica da lesão 
↳ Indolor e menos eritematosa que o terçol 
↳ Na dúvida, o estudo histopatológico é confirmatório 
P TRATAMENTO 
↳ Pequenas → geralmente desaparecem sem intervenção durante dias ou 
semanas 
↳ Grandes → a drenagem pode ser facilitada usando compressas quentes 
colocadas no rosto por cerca de 15 minutos, 4x/dia 
↳ Antibióticos não são indicados, pois o calázio é uma condição granulomatosa 
↳ Se lesões persistentes → encaminhar ao oftalmologista para incisão e 
curetagem ou injeção de glicocorticoide 
↳ Lesões persistentes ou recorrentes, especialmente se unilaterais, devem ser 
avaliadas histopatologicamente quanto a possíveis carcinomas basocelulares, 
de células sebáceas ou de glândula meibomiana. 
P É um abscesso da pálpebra que se apresenta como um inchaço doloroso e 
eritematoso localizado 
↳ É uma infecção aguda purulenta 
P Pode ser externo ou interno 
P EXTERNA → surge de glândulas no folículo dos cílios ou na margem da pálpebra (glândula de Zeis e glândula de Moll) 
P INTERNA → causada pela inflamação da glândula meibomiana, resultando em inchaço logo abaixo do lado conjuntival da 
pálpebra 
P Staphylococcus aureus é o patógeno implicado na maioria dos casos, mas também pode ser estéril 
P Pacientes com doenças de pele subjacentes que afetam as pálpebras (por exemplo, rosácea e dermatite seborreica) são 
propensas a ter episódios frequentes de hordéolo 
P A maquiagem dos olhos, principalmente a maquiagem dos olhos contaminada por 
bactérias, pode causar ao entupir e inflamar os poros das glândulas 
P MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS → inflamação aguda da pálpebra (geralmente a superior), 
com eritema, dor, calor e edema 
↳ A inflamação logo se localiza, formando um pequeno abscesso que se abre como 
um ponto de pus ou foliculite ciliar. 
P DIAGNÓSTICO → com base na aparência clínica típica da lesão 
P TRATAMENTO 
A dor e a formação de pus 
diferencia o hordéolo de um calázio 
↳ A maioria desaparece espontaneamente em poucos dias e não requer intervenção específica 
↳ Podem ser gerenciados com compressas quentes, que são colocadas no rosto por cerca de 15 minutos, quatro vezes por 
dia, para facilitar a drenagem 
↳ Massagem e limpeza suave da pálpebra afetada após a compressa quente também podem ajudar na drenagem 
↳ Interromper a maquiagem dos olhos para apoiar a cura 
↳ Se não melhorar em 1-2 semanas → encaminhado a um oftalmologista para incisão e drenagem 
↳ Há pouca evidência de que o tratamento com antibióticos tópicos e / ou glicocorticoides promova a cura 
P É uma condição oftalmológica crônica comum caracterizada por inflamação da margem palpebral associada à irritação ocular 
P É mais comum em adultos do que crianças e sua prevalência aumenta com a idade 
 
ETIOLOGIA 
P A etiologia e a fisiopatologia da blefarite diferem um pouco com base no tipo (posterior versus anterior) 
P No entanto, há considerável sobreposição entre essas categorias 
P BLEFARITE POSTERIOR → tipo mais comum, é caracterizada por inflamação da porção interna da pálpebra no nível das 
glândulas meibomianas 
↳ As glândulas meibomianas são glândulas sebáceas modificadas localizadas dentro das placas tarsais das pálpebras 
responsáveis pela secreção da camada oleosa do filme lacrimal 
↳ Essa camada oleosa evita a evaporação das lágrimas, reduz a tensão superficial da camada lacrimal e facilita a propagação 
das lágrimas 
↳ É fundamental para a lubrificação ocular normal 
↳ Hiperqueratinização do epitélio ductal da glândula meibomiana 
↳ Composição lipídica alterada nas secreções das glândulas leva à instabilidade do filme lacrimal 
▪ Composição lipídica alterada

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