Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TUMORES DE RIM RELEMBRANDO A ANATOMIA RENAL − Na vista anterior, no hilo renal, observam-se as seguintes estruturas, em sua respectiva posição; • Veia renal • Artéria renal • Pelve renal − Observe a maior extensão da veia renal esquerda (fato que facilita o procedimento cirúrgico) em comparação a direita e das veias testiculares/ováricas esquerda tributarem para veia renal esquerda, enquanto as veias testiculares/ováricas direitas tributam para veia cava inferior. INTRODUÇÃO E EPIMIOLOGIA − Câncer renal em adultos corresponde a 2 a 3% de todas as neoplasias malignas. − As neoplasias urológicas podem acometer qualquer região do trato urinário, como os rins, pelve renal e bexiga − É o mais letal dos cânceres urológicos; tradicionalmente, mais de 40% dos pacientes morrem da sua doença, em contraste com 20% de mortalidade associada aos cânceres de próstata e de bexiga. − 2x mais incidente em homens − Predomina entre 60-80 anos − Incomum em pacientes abaixo de 40 anos e é raro em crianças − Principais tipos: • 80-85% de todas as neoplasias renais são carcinomas de células renais (CCR) • Os carcinomas de células de transição da pelve renal são os próximos mais comuns – 8% • Os tumores epiteliais do parênquima, como oncocitomas, tumor de ducto coletor e sarcomas renais ocorrem com pouca frequência • Ou tumor de Wilms ou tumor de nefroblastoma é comum em crianças (5-6% dos tumores renais primários) • O carcinoma de medula renal é uma forma rara de CCR observada na doença falciforme • Outros tipos são: cromófobo e papilífero FATORES DE RISCO − Doença cística adquirida nos rins e doença renal crônica: o risco de desenvolver CCR aumenta até 30x em pacientes em diálise (incidência de doença cística de 35-50% e de CCR de 6%) − Exposição ocupacional à compostos tóxicos, como cádmio, amianto, derivados de petróleo − Analgésicos: o uso crônico deles, principalmente do paracetamol e aspirina, podem levar a insuficiência renal crônica e aumenta o risco de desenvolver tumores − Doença falciforme: é risco para carcinoma medular renal − Diabetes mellitus: aumenta o risco de CCR. Isso pode ser mediado pelo aumento da incidência de hipertensão e obesidade nesses pacientes − Doença renal policística: geralmente os tumores são bilaterais, multicêntricos e sarcomatoides − Álcool: efeito protetor no risco de CCR − Alimentação: ingestão de nitritos em carnes processadas QUADRO CLÍNICO − Tríade clássica (10% apresentam ela e sugere doença avançada): • Hematúria (quando há invasão tumoral do sistema coletor) – aparece em 30-60% dos casos • Dor em flanco • Massa abdominal palpável (geralmente palpados no polo inferior do rim e no adulto magro) − Os sintomas são muito diferentes dependendo do paciente • A maior parte dos pacientes é assintomático ou oligossintomático • Mais de 60% dos diagnósticos são achados incidentais de imagem • Pode haver sintomas inespecíficos como: emagrecimento, febre, sudorese noturna, hipertensão e varicocele. − Os principais locais de metástases são: pulmões, linfonodos, ossos, fígado e cérebro • São muitas as manifestações possíveis decorrentes de metástases (em 20% dos casos ao diagnóstico) ou de síndromes paraneoplásicas (em 20% dos casos), incluindo febre, disfunção hepática, anemia, perda de peso, caquexia, hipercalcemia, eritrocitose e hipertensão arterial. − Apresentação sintomática, perda de peso significativa (superior a 10% do peso corpóreo), dor óssea e performance status ruim sugerem doença avançada, assim como achados, ao exame físico, de massa palpável ou linfadenopatia. − DIAGNÓSTICO − USG • US é o método de imagem mais empregado para rastreamento de patologias renais. • Seu papel principal consiste em detectar lesões parenquimatosas focais e classificá-las em três categorias: definitivamente cisto simples, definitivamente nódulo sólido ou natureza indeterminada. − TC • TC possibilita a diferenciação entre cistos e nódulos sólidos, além de estadiar e auxiliar na programação cirúrgica dos tumores renais. • Ela fornece informações sobre extensão tumoral primária, envolvimento venoso, aumento de linfonodos locorregionais e condições das glândulas adrenais e do fígado, além da função e da morfologia do rim contralateral. − RM é útil quando a TC e USG são inconclusivas − A biopsia renal percutânea não é feita sempre que há suspeitas de câncer de rim. Ela tem indicações especificas: • Dúvida diagnóstica e diagnostico diferencial com linfoma renal • Doença metastática • Terapia ablativa CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA DOS TUMORES INCIDÊNCIA DE CADA TIPO TUMORAL − Qualquer um desses subtipos pode ter componente sarcomatoso. Quando isso ocorre, o prognóstico é reservado e mais de 80% dos pacientes não sobrevivem em cinco anos. ESTADIAMENTO TRATAMENTO − A escolha do tratamento depende de: • Tamanho • Localização • Status clinico do paciente • Presença de metástases − Nefrectomia Radical - Total • Feita em pacientes com tumores >7 cm de tamanho ou naqueles que envolvem uma posição mais central do rim • Feita também em pacientes com suspeita de envolvimento linfonodal, tumor com veia renal associada ou trombo de veia cava inferior, e em pacientes com extensão direta na glândula adrenal ipsilateral • Cirurgia ainda é o único tratamento curativo para câncer renal localizado e tem por objetivo remover completamente a neoplasia com adequada margem cirúrgica. • A radical é mais indicada para tratamento de pacientes com rim contralateral normal, na impossibilidade de realização de Nefrectomia parcial (NP) com margem livre. • Os princípios da NR, estabelecidos por Robson, incluem ligadura precoce das artérias e das veias renais, remoção completa do rim envolto pela gordura perirrenal, remoção da glândula adrenal ipsilateral e linfadenectomia. • O comprometimento da glândula adrenal ocorre em torno de 5% dos casos e na maioria das vezes relaciona-se à extensão direta de grandes tumores do polo superior. • Assim, adrenalectomia ipsilateral deve ser realizada apenas para pacientes com grandes tumores no polo renal superior e quando houver alteração da glândula em relação a seu tamanho ou a sua densidade no exame de imagem − Nefrectomia parcial • Atualmente, NP é o tratamento padrão nos casos de lesões pequenas menor que 4cm e periféricas, nas quais a chance de multifocalidade é reduzida, e nos cistos complexos (Bosniak III e IV), devendo ser indicada mesmo quando o rim contralateral for normal, sempre que se obtiver uma margem cirúrgica mínima de segurança. • Há também uma tendência de se considerar a realização de NP em lesões de até 7 cm em casos selecionados, como em nódulos pedunculares − Observações • Pacientes com tumores menores de 4cm podem ser candidatos a vigilância ativa, caso o paciente seja muito idoso, debilitado, com pouca expectativa de vida ou tenha alguma condição que impeça a cirurgia • Caso não seja possível fazer a cirurgia, há outras abordagens disponíveis • Tumores renais são RESISTENTES À QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA CISTOS RENAIS − DEFINIÇÃO: É um saco ou bolsão anormal no parênquima renal com conteúdo líquido − ETIOLOGIA: na maioria são cistos simples, os quais atingem idosos >50 anos. Pode haver outras etiologias: • Eles podem ser congênitos • Relacionados à doença renal crônica • Relacionados à malignidade • Genética: doença renal policística − QUADRO CLÍNICO • A maior parte é assintomático, sendo diagnosticado como um achado acidental em exame de imagem • A maior parte é cortical = periférico • Raramente pode causar obstrução urinária, com dor lombar, hematúria e infecção − COMO DIFERENCIAR UM CISTO BENIGNO E MALIGNO? • Classificar com BOSNIAK. Os exames de imagem usados são: USG, urotomografia ou RNM CLASSIFICAÇÃO DE BOSNIAK Referências: • Livro: urologia fundamental• Resumos do sanarflix 1 e 2: Tratamento conservador 2F, 3 e 4: Tratamento cirúrgico 2F: pode evoluir para tumores malignos e precisa de acompanhamento com ex. de imagem de 6-6 meses por 5 anos Cistos benignos e sintomáticos geralmente são tratados com cirurgia ou esclerose. Cistos malignos são tratados iguais aos tumores renais
Compartilhar