Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Meu nome é Gizely Cristina Moreira Baumgarten. Sou graduada em Nutrição pela Universidade Potiguar (UNP), especialista em Nutrição nas Doenças Renais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestra em Ciências com ênfase em Nefrologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Tenho experiência na área clínica e em Unidades de Alimentação e Nutrição. Sou docente desde 2016. E-mail: gizelymoreira@claretiano.edu.br Meu nome é Yvanesa Monnalisa Fernandes Soares. Sou nutricionista graduada pela Universidade Potiguar (UPN) e especialista em Nutrição Clínica – Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional pela Estácio/SP. Atualmente, faço parte da Equipe de Nutrição Clínica e Dietética do Hospital Geral de Roraima (HGR) e atuo como docente nos cursos de Nutrição do Claretiano – Centro Universitário de Boa Vista/RR. E-mail: yvanesafernandes@hotmail.com Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais Gizely Cristina Moreira Baumgarten Yvanesa Monnalisa Fernandes Soares Batatais Claretiano 2019 ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO © Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Administração de Unidade de Alimentação e Nutrição Versão: dez./2019 Formato: 15x21 cm Páginas: 162 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 10 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 13 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 14 5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 15 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 19 2.1. TEORIAS ADMINISTRATIVAS................................................................... 20 2.2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS ................................................................. 30 2.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................. 35 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 41 3.1. TEORIAS ADMINISTRATIVAS................................................................... 41 3.2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS ................................................................. 41 3.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................. 42 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 42 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 44 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 45 UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 49 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 50 2.1. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ...... 50 2.2. PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS E GASTRONOMIA HOSPITALAR ...... 56 2.3. LAYOUT DE COZINHAS INDUSTRIAIS E EQUIPAMENTOS .................... 63 2.4. CUSTOS..................................................................................................... 85 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 96 3.1. CARACTERIZAÇÃO DE UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO .... 96 3.2. PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS E GASTRONOMIA HOSPITALAR ...... 96 3.3. LAYOUT DE COZINHAS INDUSTRIAIS E EQUIPAMENTOS .................... 97 3.4. CUSTOS..................................................................................................... 98 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 99 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 100 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 101 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 103 UNIDADE 3 – ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS UANS, SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 107 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 107 2.1. RECURSOS HUMANOS ............................................................................ 108 2.2. SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................... 117 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 124 3.1. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ................................................................... 124 3.2. SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................... 125 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 125 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 126 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 127 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 128 UNIDADE 4 – FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA E POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS UPRS1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 131 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 131 2.1. FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA ............. 132 2.2. POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LIGADAS AOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS NAS UPRS ........................................................................... 144 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 155 3.1. FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA ............. 156 3.2. BANCOS DE LEITE HUMANO .................................................................. 156 3.3. POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LIGADAS AOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS NAS UPRS ........................................................................... 157 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 157 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 159 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 160 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 161 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo Teorias da administração. Funções administrativas. Conceitos do processo produtivo. Tipos de estrutura organizacional: organograma e funcionograma. Concepção e tipos de UANs existentes. Padrão de cardápios das UANs. Gastronomia hospitalar. Tipo de distribuição e refeições. Layout de cozinhas industriais e equipamentos. Custos de insumos e mão de obra. Saúde e segurança no trabalho. Recursos humanos em UANs. Dimensionamento de pessoal. Descrição de cargos e funções. Recrutamento, seleção e avaliação. Unidade de alimentação e nutrição hospitalar. Layout de cozinhas hospitalares. Lactário. Banco de Leite. Política de Educação Ambiental. Bibliografia Básica TEIXEIRA, S. et al. Administração aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2007. MEZOMO, I. F. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015. SANT’ANA, H. M. P. Planejamento físico-funcional de Unidades de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. Bibliografia Complementar ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Home page. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/>. Acesso em: 23 ago. 2019. ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. 5. ed. São Paulo: Metha, 2013. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Trabalho. Home page. Disponível em: <http://www.trabalho.gov.br/>. Acesso em: 23 ago. 2019. 8 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO CARUSO, L.; SIMONY, R. F.; SILVA, A. L. N. D. Dietas hospitalares: uma abordagem na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2004/2005. CVS – CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Home page. Disponível em: <http://www. cvs.saude.sp.gov.br/cvs.asp>. Acesso em: 23 ago. 2019. DUTRA, N. H. Administração I. Batatais: Claretiano, 2013. PLANT PROJECT. Home page. Disponível em: <http://plantproject.com.br/novo/>. Acesso em: 23 ago. 2019. SILVA, S. M. C. S.; MARTINEZ, S. Cardápio: guia prático para a elaboração. 2. ed. São Paulo: Roca, 2008. VAZ, C. S. Alimentação de coletividade: uma abordagem gerencial. 2. ed. Brasília, 2003. É importante saber ––––––––––––––––––––––––––––––––– Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO As Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) têm como objetivo principal fornecer alimentação balanceada nutricionalmente e adequada do ponto de vista sanitário, garantindo alimentação saudável e livre de contaminação microbiana a todos os indivíduos que dela se alimentarem. O nutricionista é o profissional legalmente habilitado para ser responsável técnico de serviços de alimentação e nutrição. Para tanto, é necessário que esse profissional tenha conhecimento sobre as teorias e a aplicabilidade de conceitos da Administração nas UANs, a fim de compor seu currículo como gestor e promotor da saúde nessa área. Esta obra abordará conteúdos que nos farão compreender a importância das teorias da Administração geral, além de conhecimentos sobre como orientar, coordenar, dirigir e controlar uma UAN, seus recursos humanos, matéria-prima e seu funcionamento como um todo, a fim de preparar você para gerir serviços de alimentação de pequeno, médio ou grande porte. Na Unidade 1, conheceremos as teorias administrativas, as funções administrativas e estruturas organizacionais, temas que abordam conceitos da Administração geral de empresas que são importantes para formação de um bom gestor, além de colaborar na compreensão do funcionamento básico de uma empresa. Seguiremos nossos estudos com o foco agora no planejamento físico e funcional das Unidades de Alimentação e Nutrição, tema que será amplamente abordado na Unidade 2. A construção de uma UAN é complexa e exige várias áreas de conhecimento, e cabe ao nutricionista orientar sobre layout e o fluxograma da cozinha, observar aspectos sobre ambiência, 10 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO ergonomia, aquisição de equipamentos, além do planejamento e da determinação de padrão do cardápio, sistema de distribuição, definição e análise de custos. Já na Unidade 3, abordaremos assuntos relacionados à administração de recursos humanos em UANs e, de forma mais específica, trataremos do dimensionamento de pessoal, escalas e treinamento em UANs, descrição de cargos e funções, recrutamento e seleção. Por fim, na Unidade 4, estudaremos como deve ser feito o adequado planejamento e funcionamento das Unidades de Nutrição e Dietética hospitalares, detalhando os tipos de hospitais, como deve ser o layout de cozinhas hospitalares, assim como o que são lactários e bancos de leite humano. Ainda nesta unidade, abordaremos conteúdos relativos ao marketing nutricional de empresas e produtos, bem como quais são as novas tecnologias na produção de refeições. Convidamos você a percorrer as unidades de estudo com o objetivo de contribuir para a realização e o desenvolvimento de seus estudos, como para a ampliação de seus conhecimentos e habilidades na área da Nutrição. 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados. 1) ARH: Administração de Recursos Humanos, também chamada de administração de pessoas, é uma técnica de administração que tem o objetivo de aperfeiçoar11© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO e manter os recursos humanos que são essenciais para o bom funcionamento de uma empresa. Como o próprio nome diz, é a parte da organização que trata de assuntos relacionados a pessoas. 2) Absenteísmo: abster-se, se afastar. Dentro do ambiente corporativo, resume-se a faltas e atrasos de funcionários. 3) Ambiência: conjunto de condições sociais e físicas que podem influenciar na vida de um indivíduo. 4) BLH: Banco de Leite Humano. É responsável pela promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite produzido nos primeiros dias após o parto (o colostro), leite de transição e leite humano maduro, para posterior distribuição sob prescrição do médico ou nutricionista. 5) Cargo: aquilo que é ou se tornou incumbência ou compromisso de alguém; carga, encargo. 6) Coordenar: ato de organizar, arranjar e/ou tornar disponíveis os recursos para uma determinada tarefa. 7) Comensal: nome dado aos usuários das Unidades de Alimentação e Nutrição. 8) CVS: Centro de Vigilância Sanitária. Órgão Coordenador do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. 9) Dimensionamento de pessoal: ferramenta definida como um processo sistemático que tem por finalidade a previsão da quantidade e qualidade de funcionários para atender, direta ou indiretamente, às necessidades da clientela. 12 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 10) Ergonomia: estudo da relação do homem com seu ambiente de trabalho, considerando aspectos físicos e psicológicos. 11) EPI: O Equipamento de Proteção Individual (EPI), é todo dispositivo ou produto, de uso individual utili- zado pelo trabalhador, destinado a proteção contra riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde. 12) EPC: Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é o equipamento de proteção que é utilizado de forma coletiva, destinado a proteger a saúde e a integridade física dos profissionais que trabalham em ambientes que apresentam riscos. 13) Fator de risco: qualquer situação que aumente a pro- babilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à saúde. 14) Jurisdição: campo ou extensão de poder ou influên- cia. Poder, direito ou autoridade de aplicar ou editar leis. 15) Hierarquia: classificação conforme ordem de impor- tância crescente ou decrescente. 16) Interdisciplinar: conhecimento comum entre uma ou mais disciplinas. 17) NR: Norma Regulamentadora. As Normas Regula- mentadoras (NRs) são orientações que definem pro- cedimentos que devem, obrigatoriamente, serem aplicadas para proteção da saúde e segurança dos profissionais. 18) PCMSO: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Visa identificar antecipadamente qual- 13© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO quer desvio que possa comprometer a saúde dos trabalhadores, monitorando-os através de exames laboratoriais. 19) Recrutamento: conjunto de técnicas e procedi- mentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. 20) S.A.: Serviço de Alimentação. Entende-se por servi- ços de alimentação a atividade de preparo de alimen- tos que ocorre fora do domicílio, podendo, porém, ser consumida em qualquer lugar. 21) UND: Unidade de Nutrição e Dietética. O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) é responsável pela produ- ção e distribuição de refeições dentro de um Hospital. 22) UPR: Unidade Produtora de Refeições. Normalmen- te é usado para designar todos os estabelecimentos integrantes do segmento da alimentação fora do lar, sejam eles comerciais (restaurantes, bares e simila- res) ou coletivos (UAN − Unidade de Alimentação e Nutrição). 23) UAN: Unidade de Alimentação e Nutrição. Uma Uni- dade de Alimentação e Nutrição é uma unidade de trabalho que desempenha atividades relacionadas à alimentação e nutrição, como o fornecimento de refeições. 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Podem-se observar 14 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO nele os principais conceitos abordados nesta obra e a rota para construir o conhecimento. Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Administração de Unidade de Alimentação e Nutrição. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. 5. ed. São Paulo: Metha, 2013. MEZOMO, I. F. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015. SANT’ANA, H. M. P. Planejamento físico-funcional de Unidades de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2012. TEIXEIRA, S. et al. Administração aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2007. 15© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 5. E-REFERÊNCIAS ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 16 set. 2004. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388704/ RESOLU%25C3%2587%25C3%2583O-RDC%2BN%2B216%2BDE%2B15%2BDE%2BSET EMBRO%2BDE%2B2004.pdf/23701496-925d-4d4d-99aa-9d479b316c4b>. Acesso em: 11 set. 2019. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Trabalho. Home page. Disponível em: <http://www.trabalho.gov.br/>. Acesso em: 11 set. 2019. CVS – CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Home page. Disponível em: <http://www. cvs.saude.sp.gov.br/cvs.asp>. Acesso em: 11 set. 2019. © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 17 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Objetivos • Conhecer as teorias administrativas e sua aplicabilidade às Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs). • Compreender técnicas de administração, planejamento, organização, controle e avaliação de UANs. • Entender estrutura organizacional, organogramas e funcionogramas das UANs. Conteúdos • Conceito e contexto histórico da Administração. • Teorias Administrativas. • Funções administrativas. • Estruturas organizacionais. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo desta obra; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 18 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 2) O estudo desta unidade requer aprofundamento em conceitos sobre administração geral de empresas e negócios. Para isso, indicamos a leitura do capítulo 3 do livro Os Serviços de Alimentação: planejamento e administração, disponível na Biblioteca Virtual Pearson. 3) Ainda como indicação leitura para ajudar na compreensão do conteúdo, temos os livros Gestão de Negócios em alimentação e Gestão da qualidade em Serviços de Alimentação, todos disponíveis na Biblioteca Virtual Pearson. Não deixe de consultá-los. 19© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 1. INTRODUÇÃO A palavra “administração” é originária do latim “ad’, que significa “direção, tendência para”, e de “minister”, a qual denota subordinação ou obediência. Com base na origem da palavra, podemos definir administração como um processo capaz de organizar o trabalho com o objetivo de concentrar forças para atingir uma meta em comum (TEIXEIRA et al., 2007). Ao longo da história humana, foram construídas diversas formas para administrar as organizações, desde as mais rudimentares até as mais complexas. Durante muitos anos, asempresas se desenvolveram de forma lenta e só com o advento da Revolução Industrial esse processo mudou completamente (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). Esse marco mudou a forma como as empresas eram administradas e, por consequência, todo o processo produtivo, criando, sendo a teoria geral da Administração, o modelo como as empresas atuais são administradas. As máquinas substituíram a mão de obra humana e possibilitaram uma variedade de produtos no mercado a preços mais acessíveis; paralelamente a isso, muitos trabalhadores passaram se organizar em sindicatos e movimentos, buscando melhorias nas condições de trabalho (CAVALCANTE; SILVA, 2011). Nesse contexto surgiram muitas empresas, inclusive as de alimentação. 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 20 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 2.1. TEORIAS ADMINISTRATIVAS As Teorias Administrativas são estudos utilizados por administradores a fim de melhorar a forma de entendimento, organização e comunicação com seus colaboradores. Desse modo, conhecer e estudar estas teorias fornece base para os nutricionistas gestores de unidades de alimentação obterem êxito na construção da sua relação com os vários subordinados a qual ele orienta. Vamos tratar delas a seguir, começando pela chamada Teoria Clássica. Teoria Clássica A Teoria clássica da Administração surgiu logo após a Revolução Industrial, impulsionada pelo crescimento acelerado e desorganizado das empresas, tornando-as mais complexas em sua administração e exigindo conhecimento científico e mais apurado, visando trocar o empirismo e a improvisação que existia até aqueles dias. Além disso, a eficiência e a competência das organizações precisava melhorar para obter o melhor rendimento possível dos recursos diante da concorrência e da competição entre as empresas, que cresciam rapidamente (CHIAVENATO, 2014). No início do século 20, Frederick W. Taylor e Jules Henry Fayol, dois engenheiros, destacaram-se como pioneiros no estudo da Administração (TEIXEIRA et al., 2007; MEZOMO, 2015). Nos Estados Unidos, Taylor e outros engenheiros desenvolveram a escola da Administração Científica, que basicamente se preocupava em aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento da eficiência do trabalho dos seus operários. Partindo disso, a ênfase na análise e na divisão 21© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS do trabalho do operário era o foco do estudo da Administração Clássica, já que as atividades do cargo e o colaborador constituem a unidade fundamental da empresa (CHIAVENATO, 2014). Taylor se preocupou em estudar o trabalho dos operários com foco nas tarefas executadas por eles – buscava-se a eliminação do desperdício e da ociosidade operária, a fim de reduzir custos da produção. Surgiu, nesse contexto, o conceito de homem econômico, pois se acreditava que apenas o salário era capaz de motivar o trabalhador (TEIXEIRA et al., 2007). Taylor percebeu que, para a racionalização do trabalho operário atingir os seus objetivos, era também necessário realizar uma estruturação geral na empresa. Para ele, a organização e a administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. O planejamento deve ocupar o lugar do improviso e o empirismo deve ser substituído pela ciência: a ciência da Administração (CHIAVENATO, 2014). Com isso, surgiram alguns elementos da Administração Científica que podem ser aplicados aos padrões de produção. São eles: • Padronização de máquinas e ferramentas. • Padronização de métodos e rotinas para execução de tarefas. • Prêmios de produção para incentivar a produtividade. Na tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos, Taylor analisou que os operários aprendiam as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros, o que levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e a uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação, ou 22 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS seja, não havia padronização. Recomendou, então a busca por métodos e instrumentos melhores, aliada ao aperfeiçoamento científico, em vez de deixá-los ao critério pessoal do operário. Com isso, surgiu o conceito de organização racional do trabalho (CHIAVENATO, 2014). Baseado no automatismo do trabalho, Taylor contribuiu com alguns princípios (MEZOMO, 2015): • Descrição de forma clara e objetiva do trabalho a ser executado, buscando o rendimento máximo do funcionário. • Padronização do serviço, oferecendo treinamento para o funcionário executar da forma mais correta o trabalho. • Diferenciação nítida de fases de preparo e execução do trabalho. • Delimitação precisa das funções de chefias, gerentes e supervisores. Muitas críticas foram feitas à Administração Científica, pois era baseada na definição clara de cargos e tarefas, enfatizava o trabalho especializado e repetitivo do operário, o que fez muitos críticos apontarem que tais princípios tratavam o ser humano como uma máquina ou um mero instrumento de trabalho desconsiderando seus sentimentos (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; MEZOMO, 2015). Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Científica nos Estados Unidos, o francês Henry Fayol desenvolveu a Teoria Clássica da Administração, que rapidamente se espalhou pela Europa (CHIAVENATO, 2014; MEZOMO, 2015). 23© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS A escola da Teoria Clássica, nome dado ao estudo desenvolvido por Fayol e seus seguidores, preocupava-se em aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos departamentos componentes da organização e de suas inter-relações estruturais. Portanto, dava ênfase na estrutura e no funcionamento da organização (CHIAVENATO, 2014). Fayol interessou-se em determinar as funções essenciais de uma empresa e o conceito de administração, bem como os princípios gerais da administração que podem ser aplicados a qualquer tipo de organização ou empresa (TEIXEIRA et al., 2007). A seguir, estão relacionadas as funções definidas por Fayol: 1) Funções administrativas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. 2) Funções técnicas: produzir bens e serviços, objetivo da empresa. 3) Função comercial: vender e comprar produtos. 4) Função contábil: realizar inventário, balaço das contas, folha de pagamento. 5) Função financeira: buscar capital. 6) Função de segurança: resguardar os bens e as pessoas da empresa. Fayol salientava que qualquer empresa, independentemente do seu tamanho ou de sua complexidade gerencial, deve ter as seis funções básicas da Administração. Adaptando essas funções ao setor de alimentação, temos (MEZOMO, 2015): 1) Atividades administrativas: planejar ou prever, organizar, comandar, coordenar e controlar os serviços de alimentação. 24 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 2) Atividades técnicas: prestar assistência nutricional aos comensais (paciente internados, ambulatórios, funcionários e outros). 3) Atividade comercial: realizar previsão, requisição, seleção, compra, conferência, recebimento e distribuição de gêneros alimentícios, utensílios e equipamentos. 4) Atividade contábil: fazer levantamento, mapas, relatório e determinação de custos operacionais. 5) Atividade financeira: controlar material de consumo, aumentar produtividade e racionalizar o trabalho. 6) Atividade de segurança: controlar segurança dos comensais, dos materiais, equipamentos e utensílios. A principalinquietação de Fayol era a direção da empresa no intuito de determinar funções e operações no interior da mesma. Dessa forma, foi o primeiro a estabelecer a clássica visão das funções do administrador: organizar, planejar, coordenar, comandar e controlar (MATOS; PIRES, 2006; CHIAVENATO, 2014) – tais funções serão detalhadas no Tópico 2. 2. Fayol acreditava que os operários deveriam ter grande capacidade técnica, enquanto os cargos de gerência e chefia, mais capacidade administrativa. Relatou, ainda, em seu estudo, que, quando um operário deixa a função técnica (cresce em nível hierárquico), ele dele passar a entender muito mais das funções administrativas do que técnicas, a fim de atingir as metas da empresa (MEZOMO, 2015). Diante disso, podemos concluir que a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, e a Teoria Clássica, desenvolvida por Henry Fayol, se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente (CHIAVENATO, 2014; MEZOMO, 2015). 25© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS A abordagem clássica da Administração foi criada com base nessas duas correntes, que, até certo ponto, são diferentes e opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência. Podemos dizer que os estudos de Taylor e Fayol foram pioneiros e irreversíveis como base para a criação da teoria moderna da Administração (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2013; CHIAVENATO, 2014). Teoria das Relações Humanas A escola humanística da Administração, como também foi chamada a Teoria das Relações Humanas, foi um movimento em oposição à Teoria Clássica da Administração. Elton Mayo, considerado o pioneiro no estudo das relações humanas para o trabalho, coordenou o estudo, na década de 1920, na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company, situada em Chicago, e teve como objetivo avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção. Além disso, analisou ainda fadiga, acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal (turnover) e o efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal (CHIAVENATO, 2014). A partir desse estudo, foi possível fazer as seguintes considerações (MEZOMO, 2015): • A melhor execução do trabalho está mais relacionada à capacidade “social” do que à física do trabalhador. • A motivação do trabalhador está diretamente ligada a recompensas não financeiras. • A divisão do trabalho por meio da especialização não é a forma mais eficiente. 26 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Diante disso, a Teoria das Relações Humanas ressalta a importância de comunicação, participação e liderança para melhorar a produtividade dos trabalhadores de uma empresa. Outro enfoque dessa teoria é alinhar os objetivos da organização aos objetivos individuais dos seus colaboradores (MEZOMO, 2015). Outras características dessa teoria são valorização de integração social e comportamento social dos empregados, necessidades psicológicas e sociais, busca por novas formas de recompensas e sanções não materiais, aceitando, inclusive, uma estrutura informal como forma de melhoria da satisfação do funcionário (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2013). Nesse contexto, surgiu o conceito de homem social: a Teoria das Relações Humanas considerava o colaborador motivado pelo reconhecimento do seu trabalho pelo grupo, contrapondo-se ao conceito de homem econômico, criado pela Teoria Clássica em que era valorizado aquele como maior produtividade (CHIAVENATO, 2014). Ambas as teorias apresentadas até aqui tinham o mesmo objetivo, no entanto usaram de enfoques diferentes. A Teoria Clássica deteve-se no foco na estrutura organizacional e na especialização das tarefas, buscando a eficiência máxima do trabalho para o alcance de lucros; já a Teoria das Relações Humanas faz uma abordagem humanística com ênfase nas pessoas que trabalham nas organizações (MEZOMO, 2015). Teoria Estruturalista Essa teoria surgiu a partir da necessidade de unir os conceitos estudados na Teoria Clássica e na Teoria das Relações 27© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Humanas, buscando excluir os exageros de ambas e ressaltar os conhecimentos adquiridos de forma isolada. Portanto, a Teoria Estruturalista pretende ser uma síntese da Teoria Clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas (informal), propondo uma abordagem múltipla (CHIAVENATO, 2014). Como já dito, os estudos anteriores tinham uma visão isolada de vários aspectos de uma organização e a Teoria Estruturalista, ao contrário, buscou fazer uma análise globalizada de todos os fatores que compõem uma organização. Essa teoria buscou uma perspectiva ampla e equilibrada da organização formal e da organização informal conjuntamente para o desenvolvimento de um estudo não valorativo, ou seja, a favor nem da empresa, nem do colaborador, ampliando o seu campo a fim de incluir todos os elementos da organização (CHIAVENATO, 2014). Max Weber foi o pioneiro desta teoria e deixou várias obras que serviram de base para os estudos de posteriores estruturalistas. A seguir, destacamos as ideias centrais dessa Teoria Administrativa (MOTTA, 1970): • Homem organizacional: é caracterizado como um homem flexível, tolerante a frustrações, e com a capacidade de pacificar a necessidade de recompensas e o permanente desejo de realização. Capaz de desempenhar diversos papéis em diferentes grupos e organizações. • Conflitos inevitáveis: na Administração, o conflito entre grupos é inerente às relações de produção. Para os estruturalistas, os conflitos entre grupos é um processo social fundamental para o desenvolvimento 28 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS das organizações, embora nem sempre isso aconteça. Nem todos os conflitos são desejáveis, mas ignorar a existência deles pode levar ao aparecimento de conflitos ainda mais complexos e/ou violentos. • Recompensas mistas: para os estruturalistas os incentivos e recompensas deveriam ser mistos, ou seja, tanto monetário quanto de caráter social e psicológico, pois acredita-se que o homem organizacional busca tanto a estabilidade econômica, quanto a sua realização pessoal. A Teoria Estruturalista vê as organizações de forma complexa e em constante relação e intercâmbio com o meio interno e externo. Alia a distribuição hierárquica bem definida da estrutura formal prevista pela Teoria Clássica e a necessidade de mediar conflitos de interesses dos divergentes grupos sociais pertencentes às organizações – própria da Teoria das Relações Humanas (MEZOMO, 2015). Com isso, os estruturalistas acreditavam que existiam dois modelos de organizações (CHIAVENATO, 2014): • Organização racional ou fechada: visão focada no funcionamento interno da empresa; ênfase no planejamento e controle; é um sistema fechado para as influências ambientais e visto sempre no aspecto da certeza; • Organização natural ou aberta: visão focada no funcionamento da empresa e sua interdependência com o ambiente; é um sistema aberto às influências ambientais e não pode ser visto sob o aspecto de completa certeza e controle. 29© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS As Teorias Administrativas anteriores preocuparam-se em estudar os fenômenos que ocorrem dentro das organizações, por isso são criticadas por terem adotado a visão de sistema fechado. O Estruturalismo, em contrapartida, foi a primeira teoria a preocupar-se com a análise interorganizacional, ou seja, com a relação das empresas com o ambiente externo e a relação entre as organizações. O sistema aberto e o modelo natural de organização foram a base dos estudos dos estruturalistas. Além disso, a análiseorganizacional da empresa passou a ser feita por meio de uma abordagem múltipla, ou seja, análises intraorganizacional (fenômenos internos) e interorganizacional (fenômenos externos), em função das relações com outras organizações e com o meio ambiente (CHIAVENATO, 2003). Para os estruturalistas, o ambiente é tudo que envolve externamente a organização, incluindo as outras organizações que formam a sociedade. Consideram, ainda, que as relações entre as partes da organização são de grande importância para atingir os objetivos (MOTTA, 1970). Por fim, ressalta-se a grande importância do Estruturalismo para a construção das Teorias Administrativas, visto que abordou a convergência entre outras teorias anteriores, na tentativa de ampliação e integração dos conceitos. O Estruturalismo mudou o foco de atenção do indivíduo, característico da Teoria Clássica, e do grupo, descrito pela Teoria das Relações Humanas, para a estrutura da organização como um todo. Dessa forma, fica claro que sua ênfase era totalmente voltada para a organização e, posteriormente, para o ambiente, com o surgimento de outros estudos neo-estruturalistas (CHIAVENATO, 2003). 30 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS A seguir, apresentamos um quadro resumindo as principais Teorias Administrativas estudas nesta unidade, a fim de facilitar a sua aprendizagem. Quadro 1 Teorias Administrativas. TEORIA AUTORES PRINCIPAIS FOCO PRINCIPAIS IDEIAS Teoria Clássica Frederick Taylor Tarefas Racionalização do trabalho em nível operacional. Henry Fayol Estrutura Organização formal, determinação das funções administrativas. Teoria das Relações Humanas Elton Mayo Pessoas Organização informal, liderança, comunicação, motivação, trabalho em grupo. Teoria Estruturalista Max Weber Organização Múltipla abordagem, organização formal e informal, análise intraorganizacional e interorganizacional As leituras indicadas no Tópico 3.1. tratam sobre as Teorias Administrativas. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS A administração consiste em alcançar bons resultados por meio da motivação do trabalho de outras pessoas. Para que isso 31© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS ocorra de forma organizada e com sucesso, a administração é realizada por meio de processos administrativos, que incluem atividades administrativas, técnicas e operacionais (TEIXEIRA et al., 2007): • Atividades administrativas incluem as funções de planejamento, organização, direção e controle. • Atividades técnicas são aquelas em que são necessários conhecimentos específicos. • Atividades operacionais referem-se à execução das operações. As funções administrativas são dinâmicas e interagem entre si, como pode ser visto na Figura 1: Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 43). Figura 1 Funções administrativas. 32 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Neste tópico, vamos detalhar as Funções Administrativas. Comecemos pelo planejamento. Planejamento Planejar consiste em determinar os objetivos gerais e específicos da empresa e as melhores condições para execução das operações. Pelo planejamento, são determinados o que fazer, como fazer, quando fazer e quem deve fazer (TEIXEIRA et al., 2007): 1) O que fazer: determinação clara dos objetivos, levando à concentração dos esforços e evitando desperdícios financeiros e de mão de obra. 2) Como fazer: padronização e descrição das atribuições e operações a serem realizadas. 3) Quando fazer: determinação do tempo para execução das tarefas, possibilitando o controle do andamento das operações. 4) Quem deve fazer: estabelecimento de cargos e funções de cada colaborador, a fim de que todos participem da conquista dos objetivos da empresa. O planejamento de uma organização deve levar em consideração os recursos existentes nela, possibilitando alterações no decorrer das ações do planejamento. Por isso, a flexibilidade e a definição clara dos objetivos são características indispensáveis ao bom planejamento, garantindo que a qualquer momento ocorram ajustes para permitir que os objetivos sejam alcançados (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). 33© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Organização Organização pode ser definida como o agrupamento das atividades necessárias para realizar metas e objetivos determinados pelo planejamento. A organização envolve a obtenção de recursos materiais (equipamentos, matéria-prima e instalações) e humanos (mão de obra), além da definição das relações entre as chefias e os empregados das unidades (TEIXEIRA et al., 2007). Sendo assim, organizar é: 1) Dividir e subdividir o trabalho. 2) Agrupar atividades em unidades. 3) Determinar as atribuições e funções individuais e das unidades. 4) Definir as relações entre chefes e colaboradores e entre unidades de trabalho. Algumas das técnicas mais utilizadas para organização do trabalho são organogramas e fluxogramas, que iremos estudar no próximo tópico. Direção A direção é a função administrativa que consiste em orientar, dirigir, dar instruções gerais e específicas, a fim de melhor realizar o trabalho e atingir os objetivos planejados (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015). A direção é uma função privativa das chefias, diferentes do planejamento e da organização, que podem ser realizados por unidades especializadas. A direção é distribuída entre os chefes da empresa, possuindo responsabilidades iguais ou distintas 34 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS em cada órgão de trabalho. Essa função exige comunicação, motivação e liderança (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011): • Comunicação: é necessário que o administrador entenda a ordem que está expedindo e seu real significado, bem como a maneira como seus subordinados irão compreender. É importante comunicar-se com clareza, adequar o tom de voz conforme a ordem expedida e usar expressões de cortesia como “por favor” e “obrigado”, a fim de criar um ambiente de cooperação entre todos. • Motivação: é a predisposição do indivíduo ou do grupo a realizar uma atividade visando atingir um objetivo. A motivação é uma característica psicológica e deve estar presente em toda as etapas da administração. A motivação se dá pela satisfação em atingir as necessidades fisiológicas, sociais, de estima e de autorrealização. O administrador deve concentrar esforços para afinar os interesses dos trabalhadores e da empresa. • Liderança: é uma característica imprescindível em qualquer chefe. Liderar é influenciar as pessoas através da comunicação para realização de objetivos. O verdadeiro líder não usa autoridade opressora, mas comanda com maestria apenas usando a sua liderança. Controle Trata-se da última das funções administrativas, que está presente em todas as funções anteriormente descritas. Objetiva controlar o trabalho, assegurando que tudo que foi planejado, organizado e dirigido realmente cumpriu os objetivos inicialmente traçados. 35© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS O controle deve estar em todos os níveis hierárquicos da organização e, além de verificar as atividades continuamente, deve também detectar falhas e obstáculos em tempo hábil para que se faça a correção (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015). Estabelecer padrões, reformular o planejamento e fornecer dados e informações que contribuirão para os futuros planejamentos também são objetivos dessa função administrativa (TEIXEIRA et al., 2007). O controle deve incidir sobre a mão de obra, sobre a matéria-prima, sobre produtos e serviços e sobre o custo geral da empresa. De maneira resumida, esta funçãoadministrativa consiste em comparar o planejamento e a execução das tarefas, os objetivos pretendidos e os resultados obtidos, a fim de avaliar o desempenho da empresa, apurando as falhas e corrigindo-as no planejamento (TEIXEIRA et al., 2007; ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). s leituras indicadas no Tópico 3.2. tratam sobre as funções administrativas. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 2.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL A estrutura organizacional é representada pelo conjunto de unidades de trabalho e suas relações de interdependência e vias hierárquicas, ou seja, é a base que permite à empresa organizar- se para alcançar seus objetivos (PAYNE-PALACIO; THEIS, 2015). 36 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS A estrutura administrativa ou organizacional tem por objetivo fazer a divisão racional do trabalho, de acordo com as especializações, facilitando o alcance das metas traçadas. Nela também são descritas as atribuições e os níveis hierárquicos, evitando transtornos e duplicidade de comando. Ou seja, a estrutura nada mais é do que a descrição da organização da empresa, determinando, de forma clara e objetiva, quais as atribuições e responsabilidades de cada colaborador, e definindo quem tem jurisdição sobre quem e para quê (TEIXEIRA et al., 2007). A estrutura organizacional visa facilitar a administração tornando os trabalhos das unidades mais simples e eficientes de serem coordenados, e dessa forma os objetivos podem ser atingidos com maior facilidade. Organogramas Organogramas permitem a representação gráfica das relações formais que existem dentro da empresa, por meio das linhas de autoridade e responsabilidade. Neles as relações de autoridade são representadas das seguintes formas (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011): 1) Autoridade de linha ou estrutura linear: é caracterizada pelo poder direto do chefe imediato em relação aos seus subordinados. Sua principal vantagem é a liderança hierárquica que favorece a disciplina e minimiza os custos. No entanto, como o poder emana de um único chefe, o mesmo pode tornar-se arbitrário devido à sua supervalorização. Outro problema relacionado à autoridade de linha é que o chefe muitas vezes fica sobrecarregado, retardando tomadas de 37© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS decisões importantes, ou decide com base em análises superficiais. Como exemplo dessa estrutura, temos: Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 50). Figura 2 Organograma de autoridade de linha ou estrutura linear. 2) Autoridade funcional ou estrutura funcional: a estrutura funcional resulta da necessidade de divisão do trabalho por especializações. A autoridade neste caso é dividida e o supervisor não dispõe de total autoridade sobre os subordinados. Possibilita manter o padrão de qualidade do produto ou serviço, pois possui mão de obra especializada. As comunicações são rápidas e menos distorcidas. No entanto, pode ocorrer quebra de disciplina e duplicidade de comando, levando a omissão do chefe quanto a possíveis problemas nas unidades. Como exemplo dessa estrutura, temos: 38 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 51). Figura 3 Organograma de autoridade funcional ou estrutura funcional. 3) Autoridade de assessoria ou linha staff: a principal característica dessa estrutura é a existência simultânea do princípio da hierarquia e da especialização, ou seja, esse organograma reune os dois tipos de estrutura organizacional anteriormente estudados. É a estrutura mais utilizada atualmente, pois, mesmo havendo um chefe hierárquico, este é aconselhado por um especialista, o staff, que emite um parecer técnico a respeito da situação-problema vivenciada na unidade de trabalho, a fim de orientar o chefe sobre qual decisão deve ser tomada. O órgão de especialização ou assessoria está ligado à administração e, portanto, não exerce autoridade sobre os órgãos de linha. A seguir, temos um exemplo de organograma de autoridade de linha: 39© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 52). Figura 4 Organograma de autoridade de assessoria ou linha staff. 4) Autoridade de comitê ou estrutura comissional: nesse tipo de estrutura, a empresa é comandada por uma comissão diretora, ou seja, temos um conselho constituído por membros diretores capazes de deliberar sobre todas as questões a respeito da organização. Eles dividem a autoridade e a responsabilidade. Veja um exemplo de organograma desta estrutura. Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 52). Figura 5 Organograma de autoridade de comitê ou estrutura comissional. 40 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Funcionograma O funcionograma é outra maneira de representar graficamente as estruturas de uma organização. Nele são detalhados setores e departamentos descritos nos organogramas, apontando de forma clara e objetiva quais as funções ou atribuições de cada setor. Além disso, esse gráfico justifica a existência de cada unidade de trabalho da empresa (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). A seguir, apresentamos um exemplo de funcionograma de uma Unidade de Alimentação e Nutrição: Quadro 2 Exemplo de um funcionograma de UAN. SETOR DE ABASTECIMENTO SETOR DE PRODUÇÃO • Faz previsão de compras. • Requisita gêneros ao fornecedor. • Recebe gêneros e materiais. • Controla estoque. • Distribui gêneros e materiais. • Faz programação de cardápio. • Requisita materiais ao abastecimento. • Prepara a alimentação. • Distribui refeições. • Controla custos. • Programa treinamentos. Fonte: Abreu, Spinelli e Pinto (2011, p. 55). As leituras indicadas no Tópico 3.3. tratam sobre as es- truturas organizacionais. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. Vídeo complementar ––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. 41© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS • Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante do material. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador é a condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. TEORIAS ADMINISTRATIVAS A fim de relembrar e aprofundar o conhecimento sobre as Teorias Administrativas, sugerimos as seguintes leituras: • PAIVA, S. M. A. et al. Teorias administrativas na Saúde. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 311- 316, abr./jun. 2010. Disponível em: <http://www.facenf. uerj.br/v18n2/v18n2a24.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. • MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015 (disponível na Biblioteca Virtual Pearson) – Capítulo 3, página 61. 3.2. FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS Para aprofundamento e fixação do tema, sugerimos as obras de duas autoras destaques no estudo da Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição. Confira: • PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, M. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. Trad. Cláudia Melo Belhassof e Lúcia Helena de Seixos Brito. 12. ed. Barueri: 42 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS Manole, 2015 (disponível na Biblioteca Virtual Pearson) –Capítulo 13, página 363. • MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015 (disponível na Biblioteca Virtual Pearson) Capítulo 3 , página 68. 3.3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL As sugestões de leitura, a seguir, poderão ser úteis para complementação e aprofundamento desse assunto: • HÖRBE, T. A. N. et al. Desenho da estrutura organizacional de uma empresa familiar do ramo alimentício. Revista Uniabeu, Belford Roxo, v. 8, n. 18, p. 161-177, jan./abr. 2015. Disponível em: <https://revista.uniabeu.edu.br/ index.php/RU/article/view/1636/pdf_188>. Acesso em: 11 set. 2019. • MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015 (disponível na Biblioteca Virtual Pearson) Capítulo 5, página 136. 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) (FGV, 2015 – Adaptada) Em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), as atividades administrativas podem ser aplicadas em etapas anterior, durante e posterior à produção. As atividades administrativas que caracterizam, respectivamente, cada uma dessas etapas são: 43© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS a) Planejamento, comando e coordenação, controle. b) Planejamento, avaliação, estabelecimento de padrões. c) Caracterização, comando e coordenação, definição de custos. d) Supervisão, comando e coordenação, avaliação. e) Treinamento, definição dos cardápios e planejamento, controle. 2) (UFSB/BA, 2017) Sobre as estruturas organizacionais em uma UAN, mar- que “V” para as afirmativas verdadeiras e “F” para as falsas. ( ) O funcionograma é a representação gráfica das relações formais que ocorrem dentro da UAN, pelas linhas de responsabilidades e autoridades. ( ) A autoridade funcional resulta da necessidade de divisão do trabalho e desenvolvimento das especializações. ( ) Autoridade de linha é o poder direto do chefe imediato em relação aos subordinados. ( ) A autoridade funcional tem como desvantagens a ocorrência de quebra de disciplina e a duplicidade do comando. Assinale a sequência correta. a) V, F, F, V. b) F, V, F, F. c) F, V, V, V. d) V, F, V, F. e) F, V, F, V. Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as Questões Autoavaliativas propostas: 1) a. 2) c. 44 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS 5. CONSIDERAÇÕES Esta unidade tratou de alguns aspectos básicos sobre administração geral que são aplicados às Unidades de Alimentação e Nutrição, com foco nas Teorias Administrativas, nas funções administrativas e na estrutura organizacional que servem como base para o gerenciamento dos serviços de alimentação. O tema é extremamente amplo e, portanto, o ideal é que você complemente seus estudos por meio das referências bibliográficas citadas e das sugestões de leitura feitas no decorrer da unidade e no Conteúdo Digital Integrador. Como continuação do assunto, a próxima unidade tratará o planejamento físico e funcional da Unidade de Alimentação e Nutrição. 6. E-REFERÊNCIAS Sites pesquisados CAVALCANTE, Z. V.; SILVA, M. L. S. A importância da Revolução Industrial no mundo da tecnologia. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, 7., 2011, Maringá. Anais... Maringá: Cesumar, 2011. Disponível em: <https://www. unicesumar.edu.br/epcc-2011/wp-content/uploads/sites/86/2016/07/zedequias_ vieira_cavalcante2.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. HÖRBE, T. A. N. et al. Desenho da estrutura organizacional de uma empresa familiar do ramo alimentício. Revista Uniabeu, Belford Roxo, v. 8, n. 18, p. 161-177, jan./abr. 2015. Disponível em: <https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RU/article/view/1636/ pdf_188>. Acesso em: 11 set. 2019. MATOS, E.; PIRES, D. Teorias administrativas e organização do trabalho: de Taylor aos dias atuais, influências no setor Saúde e na Enfermagem. Texto & Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 3, n. 15, p. 508-514, jul. 2006. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/tce/v15n3/v15n3a17.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. MOTTA, F. C. P. O Estruturalismo na teoria das organizações. Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 4, n. 10, p. 23-41, out./dez. 1970. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v10n4/v10n4a02.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. 45© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DE UANS PAIVA, S. M. A. et al. Teorias administrativas na Saúde. Revista Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 311-316, abr./jun. 2010. Disponível em: <http://www.facenf.uerj. br/v18n2/v18n2a24.pdf>. Acesso em: 11 set. 2019. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO, A. M. S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. 4. ed. São Paulo: Metha, 2011. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2014. CHIAVENATO, I. Introdução à Teria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Elsevier, 2003. MEZOMO, I. B. Os serviços de alimentação: planejamento e administração. 6. ed. Barueri: Manole, 2015. PAYNE-PALACIO, J.; THEIS, M. Gestão de negócios em alimentação: princípios e práticas. Trad. Cláudia Melo Belhassof e Lúcia Helena de Seixos Brito. 12. ed. Barueri: Manole, 2015. TEIXEIRA, S. et al. Administração aplicada às Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2007. © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 47 PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN Objetivos • Caracterizar as Unidades de Alimentação e Nutrição. • Compreender o planejamento físico e funcional de uma Unidade de Alimentação e Nutrição. • Conhecer layouts de cozinhas industriais, fluxogramas e equipamentos utilizados para produção de alimentos. • Entender sobre custos com insumos e mão de obra. Conteúdos • Caracterização de Unidade de Alimentação e Nutrição • Estrutura física de Unidade de Alimentação e Nutrição • Layout e equipamentos. • Custos de insumos e mão de obra. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite ao conteúdo desta obra; busque outras informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas apresentadas ao final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é um fator determinante para o seu crescimento intelectual. UNIDADE 2 48 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 2) O estudo desta unidade requer aprofundamento em conceitos sobre a estruturação e ambiência dos serviços de alimentação. Por isso, indicamos a leitura da Resolução RDC nº 216, que dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. 3) Ainda como indicação leitura para ajudar na compreensão do conteúdo, temos os livros Gestão de negócios em alimentação e Gestão da qualidade em serviços de alimentação, todos disponíveis na Biblioteca Virtual Pearson. 49© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 1. INTRODUÇÃO A alimentação coletiva é considerada um fenômeno contemporâneo, visto que, a cada ano que se passa, mais pessoas optam, especialmente nos grandes centros urbanos, por alimentar-se fora de casa (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). Com isso, os serviços de alimentação necessitam acompanhar as inovações e a evolução dos hábitos e costumes alimentares da sociedade, preocupando-se em oferecer refeições cada vez melhores (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011). Com base nisso, o planejamento físico e funcional de uma UAN visa garantir adequadas e funcionais instalações, permitindo uma operacionalizaçãoracional e de alta qualidade, cumprindo todas as normas de higiene, com foco na qualidade dos serviços prestados para os funcionários e comensais (MEZOMO, 2015). A qualidade do serviço e as condições higiênico-sanitárias das refeições são impactadas diretamente pelo planejamento físico. Quando este é adequado, e aliado à escolha certa dos equipamentos e ao número correto de funcionários, o objetivo principal dos serviços de alimentação é atingindo (POHREN et al, 2014). O profissional nutricionista é um dos responsáveis pelo planejamento dos serviços de alimentação, desde a determinação do projeto de construção, até o funcionamento completo de instalações e equipamentos. Sendo assim, é importantíssimo estudar sobre o planejamento físico e funcional de cozinhas industriais, bem como sobre as normas técnicas de higiene e de instalações vigentes no país, a fim de garantir um ambiente operacional para os funcionários e refeições de qualidade para os comensais. 50 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador. 2.1. CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO As Unidades de Alimentação e Nutrição são empresas ou órgãos de uma empresa responsáveis pela produção de refeições, cujo objetivo principal é fornecer alimentação balanceada, ou seja, em quantidade suficiente, com qualidade completa e adequada as características e hábitos alimentares dos comensais, além de segura do ponto de vista higiênico-sanitário (TEIXEIRA et al., 2007; POHREN et al., 2014). Dentro desse contexto, as UAN podem ser consideradas órgãos fins ou meios: • Primárias ou órgão fins: são as UANs localizadas em hospitais e centros de saúde, que contribuem diretamente para o alcance do objetivo final dessas entidades, correspondendo ao conjunto de bens e serviços, a fim de prevenir, melhorar e/ou recuperar a saúde da população atendida. • Secundárias ou órgãos meios: são as UANs localizadas em indústrias, escolas, asilos, creches e abrigos. Colaboram na melhora da aprendizagem, na redução das taxas de absenteísmo, reduzindo acidentes de trabalho, promovendo hábitos alimentares saudáveis e, assim, prevenindo e mantendo a saúde da população 51© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN atendida. Dessa forma, estas UANs dão suporte para que a entidade a cumpra suas atividades fins. As UANs podem ser estabelecidas em complexos industriais, empresas, escolas, configurando-se em diversas formas ou modelos de gerenciamento (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; NÓBREGA, 2011): 1) Autogestão: a própria empresa se encarrega de providenciar instalações e equipamentos, contratar e treinar equipe especializada, adquirir matéria-prima e gerenciar todo processo produtivo das refeições. 2) Concessão ou terceirização (serviço de terceiros): a contratação de serviços se dá por meio de empresas, intermediárias entre o tomador de serviços e a mão de obra, mediante contrato de prestação de serviços. A relação de empregos se faz entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviços. De acordo com Teixeira, Oliveira e Rego (2004), as modalidades do serviço de terceiros são: a) Refeição transportada: a refeição é preparada em cozinha industrial e transportada até o local de trabalho. No que se refere a espaço físico, equipamentos, despesas de gás, luz, combustível e mão de obra para o preparo das refeições, a empresa contratante é isenta. b) Administração de cozinha e refeitório: a empresa contrata os serviços de uma terceira, que utiliza as instalações da primeira para o preparo e distribuição das refeições. Nesta modalidade os tipos de gerenciamento podem ser diferenciados em: 52 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN • Gestão: o gerenciamento de recursos humanos e materiais é de responsabilidade da contratada, sendo cobrado da contratante um preço fixo pela refeição servida. O preço fixo é traduzido por custo mais lucro e a forma de reajuste é definida no contrato. • Mandato: o gerenciamento é dividido entre contratada e contratante, cabendo ou não à contratante a aquisição e gerenciamento de recursos materiais e à contratada a alocação de recursos humanos de acordo com a política salarial da contratante, se assim o desejar. Incide sobre os custos uma taxa de administração. • Refeição convênio: os empregados da empresa fazem suas refeições em restaurantes conveniados com empresas operadoras de vales, tíquetes, cupons, cheques etc. • Alimentação convênio: a empresa fornece senhas, tíquetes etc. para aquisição de gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais. • Cesta de alimentos: a empresa beneficiária fornece os alimentos em embalagens especiais, garantindo ao trabalhador ao menos uma refeição diária. Os serviços de terceiros ou terceirização vem sendo largamente utilizado por indústrias e hospitais que fornecem alimentação a seus trabalhadores, pacientes e acompanhantes (TEXEIRA et al., 2004). Independentemente do tipo de UAN ou da modalidade como ela é gerenciada, o importante é desenvolver de forma clara e precisa o seu objetivo. 53© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN Sistema de distribuição de refeições Determinar o sistema de distribuição das refeições e o padrão do cardápio do Serviço de Alimentação é fundamental para o adequado planejamento físico e funcional, visto que o número de comensais atendidos determina, quase que exclusivamente, a área física da cozinha e do refeitório, a capacidade e a quantidade de equipamentos, a capacidade do estoque e até mesmo o número de funcionários (MEZOMO, 2015). De forma geral, em hospitais são oferecidas cinco refeições diariamente para os pacientes: desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. Já os funcionários recebem a alimentação conforme turno de trabalho. É importante ressaltar que cada local determina quantas e quais refeições irão servir aos seus funcionários; isso depende da política interna de cada empresa ou estabelecimento. O sistema de distribuição está intimamente ligado ao fluxograma do serviço de alimentação, aos equipamentos disponíveis, ao espaço e à área de distribuição determinada. A seguir, são descritos os sistemas de distribuição mais utilizados nas UANs hospitalares para a alimentação de pacientes (MEZOMO, 2015). Sistema centralizado Esse sistema é considerado mais prático, higiênico e funcional. A refeição é preparada, distribuída, porcionada e identificada na própria cozinha. As vantagens desse sistema são: 1) menor manipulação dos alimentos e, consequentemente, menor contaminação. 54 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 2) melhor conservação da temperatura dos alimentos, pela rapidez e racionalização do próprio sistema. 3) melhor supervisão e controle por parte do nutricionista. 4) maior integração de esforços do próprio pessoal do serviço de alimentação. 5) supressão das copas superdimensionadas e equipadas das unidades de internação. Esse sistema é utilizado em alguns hospitais, no entanto o custo da refeição poder mais elevado, pois demanda mais mão de obra e utilização de produtos descartáveis. Sistema descentralizado Nesse sistema, a refeição é preparada na cozinha, os alimentos são acondicionados em carros térmicos e transportados para copas das unidades de internação hospitalares, onde serão porcionados e identificados. É o principal sistema utilizado na distribuição de refeições hospitalares, apesar das inúmeras desvantagens que ele apresenta e que são listadas a seguir:1) Maior manipulação dos alimentos, colaborando para um aumento no grau de contaminação. 2) Perda na apresentação dos alimentos, pelo excesso de manipulação e transporte. 3) Maior evasão ou desvio de refeições das copas das unidades de internação, tornando o porcionamento inadequado às exigências fisiológicas do paciente. 4) Supervisão precária. 5) Maior possibilidade de trocas ou enganos na distribuição das refeições. 55© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN Sistema misto Nesse sistema, uma parte da refeição é centralizada e outra parte, descentralizada. Por exemplo: a dieta normal (geral) e as especiais de rotina têm distribuição descentralizada, enquanto as dietas especiais de controle têm distribuição centralizada. Ou, ainda, refeições principais são centralizadas e refeições complementares (desjejum, lanche e ceia), descentralizadas. Para funcionários de empresas, funcionários de hospitais e acompanhantes, outros sistemas de distribuição podem ser utilizados: • Sistema cafeteira fixa ou balcão térmico: o comensal é servido por funcionários da empresa de alimentação ao passar pelo balcão de distribuição em badejas de aço inoxidável ou em pratos. • Sistema esteira rolante: o comensal recebe a refeição em uma bandeja lacrada por meio de um guichê de distribuição. Esse sistema tem como desvantagem o grande desperdício de alimentos, já que o funcionário não pode escolher qual alimento deseja comer e nem a quantidade. • Sistema self-service: um dos sistemas mais utilizados nos refeitórios de industriais, tem um alto padrão de cardápio e permite que o comensal se sirva de todas as preparações. As leituras indicadas no Tópico 3.1. tratam sobre a caracterização das Unidades de Alimentação e Nutrição. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado. 56 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 2.2. PLANEJAMENTO DE CARDÁPIOS E GASTRONOMIA HOS� PITALAR Define-se de preparações que constituem todas as refeições de um dia ou período determinado (SANTOS, 2016). Também conhecido como menu, lista ou carta, o cardápio é um dos elementos primordiais no planejamento físico e funcional de Unidade de Alimentação e Nutrição, pois ele é a ferramenta que inicia o processo produtivo (MEZOMO, 2015). É a partir do planejamento do cardápio que se determina a ingestão de nutrientes, pode-se favorecer os aspectos ergonômicos, dimensionamento físico, escolha de equipamentos, escalas de trabalho, determinar a mão de obra, periodicidade de entrega dos gêneros, custo de venda e custo operacional (FONSECA; SANTANA, 2012). O planejamento do cardápio deve levar em consideração vários fatores, como: 1) Necessidades nutricionais e hábitos alimentares da clientela atendida. 2) Disponibilidade de gêneros, levando em consideração apresentação e aspecto das preparações. 3) Recursos humanos disponíveis. 4) Disponibilidade de área e equipamentos. 5) Localização geográfica do restaurante. 6) Produtos e serviços da concorrência. 7) Tipo de trabalho realizado pelo cliente (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; TEIXEIRA et al., 2010). 57© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN Tipos de cardápios Os tipos de cardápios diferenciam-se segundo custo e números de preparações: • Cardápio popular, trivial simples ou padrão operacional: apresenta preparações simples e de baixo custo. Por exemplo: arroz, feijão, frango assado, salada de tomate e alface. • Cardápio tipo médio, trivial médio ou padrão administrativo: possui maior número de preparações e maior complexidade, diversificação de custo. Por exemplo: arroz à grega, panquecas, tortas diversas. • Cardápio liberal, de luxo ou diretoria: apresenta preparações sofisticadas e/ou mais elaboradas, utiliza cortes de carnes nobres e maior número de opções de pratos proteicos, saladas e sobremesas. A seguir, apresentamos a estrutura de um cardápio simples, normalmente seguido pelas Unidades de Alimentação e Nutrição institucionais, ou seja, de indústrias e hospitais: 1) Entrada (fria ou quente): saladas, sopas, caldos, torradas, salgados, antepastos. 2) Prato base ou acompanhamento: arroz e feijão (ou outra leguminosa). 3) Prato proteico ou principal: carne, frango, peixe em diferentes preparações. 4) Opção: outro prato proteico em opção ao prato principal – por exemplo, se o prato principal for carne ao molho, a opção deverá ser um frango assado no forno. 5) Guarnição: acompanha o prato principal – por exemplo, purês, batatas, farofa, massas e outros. 58 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN 6) Sobremesa: frutas ou doces. 7) Líquidos: água ou sucos. Elaboração do cardápio Na elaboração do cardápio de um serviço de alimentação, alguns aspectos são importantes: 1) Usar preparações leves e de baixa complexidade na segunda-feira. 2) Não fixar preparações nos dias de semana – por exemplo, panquecas às quartas-feiras. 3) Não utilizar muitas frituras. 4) Não ofertar mais de uma preparação nova/teste no mesmo dia. 5) Planejar com antecedência a frequência das preparações e alimentos no cardápio. 6) Utilizar a criatividade para variar as preparações com o mesmo gênero alimentício. 7) Avaliar as cores do cardápio, a fim de evitar monotonia e desinteresse do cliente (PIROTTA; MARCHIORI, 2017). Atentos a essas observações, podemos criar uma planilha mensal única, com todos os dias da semana, para realizar o registro das preparações a serem servidas. A seguir, temos um exemplo de planilha que utilizada na elaboração de cardápios: 59© ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN Quadro 1 Planilha para elaboração de cardápios. COMPONENTES SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA Proteína 1 Proteína 2 Prato base Guarnição Salada Sobremesa Suco Proteína 1 Proteína 2 Prato base Guarnição Salada Sobremesa Suco Proteína 1 Proteína 2 Prato base Guarnição Salada Sobremesa Suco Fonte: adaptado de Abreu, Spinelli e Pinto (2011). 60 © ADMINISTRAÇÃO DE UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO UNIDADE 2 – PLANEJAMENTO FÍSICO-FUNCIONAL DE UAN O cardápio de uma UAN deve atender às necessidades do cliente, ser equilibrado nutricionalmente, garantir a segurança higiênico-sanitária da refeição, além de ser harmoniosa em cores e sabores (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; TEIXEIRA et al., 2010; SÃO JOSÉ, 2014). Dessa forma, é muito importante que, como nutricionistas, sempre que elaborarmos um cardápio, busquemos seguir as leis da Nutrição: quantidade, qualidade, harmonia e adequação, além de observar as recomendações nutricionais do Guia alimentar da população brasileira e da pirâmide dos alimentos (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2011; TEIXEIRA et al., 2010). Gastronomia hospitalar A Gastronomia hospitalar é um novo conceito que vem, ao longo dos anos, quebrando o tabu de que a refeição dos hospitais é ruim e sem graça. Unindo os princípios de Gastronomia, Nutrição, Hotelaria e Terapêutica Hospitalar, visa atender as necessidades nutricionais, recuperando o estado de saúde dos pacientes, bem como oferecer alimentação atrativa para os acompanhantes e funcionários, por meio de refeições mais elaboradas (SILVA; MAURÍCIO, 2013). O objetivo da dieta hospitalar é garantir o fornecimento de nutrientes ao paciente internado e, assim, manter ou recuperar seu estado nutricional. No entanto, é necessário elaborar a alimentação dos pacientes pensando não só em suprir suas necessidades de nutrientes, mas também em proporcionar bem- estar físico e mental (SOUZA; NAKASATO, 2011). Ao aliar as técnicas da Gastronomia ao conhecimento dietoterápico, procura-se facilitar a adesão à dieta hospitalar, melhorando aparência, textura, cores, sabores e a apresentação.
Compartilhar