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Distúrbios Nutricionais

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DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS
A natureza da compulsão é basicamente a mesma. Todos os transtornos em geral possuem a mesma etiologia, o que muda é a sublimação do paciente em cada coisa (pode ser comida, compras, jogos, drogas, sexo, trabalho...). A compulsão é causada por uma dor inicial, como um trauma na infância (como abusos sexuais). 
O tratamento da compulsão alimentar é muito difícil, pois não tem como tirar a comida da vida da pessoa, não é possível tratar com abstinência total.
A incidência é muito maior em mulheres (50-60%), mas também ocorre nos homens, além de ter um componente genético um pouco relacionado.
ANOREXIA NERVOSA
Desordem caracterizada por uma imagem distorcida do próprio corpo e um medo mórbido de engordar, o que leva à recusa de manter um peso minimamente normal. É uma doença psiquiátrica.
Subtipos:
· Restritivo:
· Dieta 
· Jejum 
· Exercício físico
· Tipo ingestão compulsiva/purgativa:
· Crises bulímicas regulares ou purgativas durante o episódio atual
· Usam métodos purgativos como vômito, laxantes, diuréticos, enemas, hormônios da tireoide e pílulas para emagrecer
· Prevalência:
· Sexo feminino – 90%
· Localização geográfica Europa e EUA – maior incidência de casos; aumentou 10 vezes o nº de casos nos últimos anos 
· Ásia, países árabes e África raramente aparece
· Classe socioeconômica mais atingida: média alta e alta
· Esportes mais atingidos: 
· Estéticos com maior incidência no ballet (4%)
· Ginástica e patinação artística
· Esportes por categorias de pesos
· Modelos 
QUANDO SURGEM OS PRIMEIROS SINAIS?
· Início da adolescência normalmente 
· O início dos sintomas dá-se de forma bimodal: 13-14 anos, 16-17 anos
· Os dois picos de maior incidência dão-se aos 14 e 16 anos
· Início dos caracteres sexuais secundários = determina o início desta patologia Índice de mortalidade: 
· 4% em anoréxico tratados
· 30% em situações catastróficas
· A família costuma demorar muito para procurar ajuda para a adolescente
CAUSAS
· São desconhecidas 
· Fatores que contribuem para a desordem: 
· Genéticos 
· Sociais familiares 
· Ambientais
SINAIS E SINTOMAS
Esfera alimentar:
· Recusa em ingerir alimentos ricos em carboidratos e gorduras principalmente
· Apresentam apetite “caprichoso” de poucos alimentos ou até mesmo de um único alimento – pacientes que comem pouquíssimo
· Medo intenso e inexplicável de engordar
· Perdem o senso crítico em relação ao seu esquema corpóreo
· Têm dificuldade em comer em locais públicos ou até mesmo na mesa com familiares
Outras áreas do comportamento além da alimentar:
· Grande cuidado com organização
· Senso de responsabilidade apurado 
· Interesse especial pelo valor nutritivo de cada alimento
· Por vezes são exímias cozinheiras
· Passam grande parte do tempo a melhorar as condições nutricionais dos seus familiares
· Preocupação excessiva com o corpo pode ser confundido com vaidade
· Passam horas se olhando no espelho
· Submetem-se a exercícios físicos excessivos
· Diminuem as horas de sono
· Isolamento social e dificuldade para namoros e vida sexual
Sinais:
· Emagrecimento rápido sem causa aparente 
· Cabelos finos e quebradiços 
· Leve alopécia 
· Pilosidade pela pele (lanugo) 
· Interrupção do ciclo menstrual 
· Vômito 
· Perda de ereção nos rapazes
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
· Recusa em manter um peso corporal minimamente normal para uma idade e altura (p.e., perda de peso maior que o necessário para manter um peso de 85% do esperado, ou incapacidade em ganhar o peso esperado para o crescimento, ficando aquém de 85% do previsto –IMC menor 17.5 Kg/ m2
· Medo intenso de ganhar peso ou ficar gorda, mesmo quando muito magra 
· Perturbação na percepção do peso e forma corporal
· Nas meninas após menarca, amenorreia, ou seja, ausência de pelo menos 3 ciclos menstruais consecutivos
· Nos homens após perda de ereção
COMPLICAÇÕES
Relacionada com a perda de peso:
· Caquexia/desnutrição
· Perda de tecido adiposo 
· Perda da massa muscular 
· Fraqueza, fadiga
Cardiovasculares:
· Perda de músculo cardíaco 
· Baixa PA e frequência cardíaca 
· Bradicardia 
· Arritmias
TGI:
· Esvaziamento gástrico retardado 
· Motilidade intestinal débil 
· Dor abdominal 
· Obstipação
Metabólicas e endócrinas:
· Complicações do metabolismo basal 
· Distúrbios hidroeletrolíticos 
· Hipoglicemia de rebote
· Hipotermia 
· Diminuição de T3 eT4 
· Hipercolesterolémia 
· Osteoporose e osteopenia
· Atraso na maturação sexual 
· Amenorreia 
· Mulher: baixo nível de estrogênios 
· Homem: baixo nível de testosterona
Reprodutivas:
· Infertilidade
· Criança com baixo peso ao nascer
Renal:
· Desidratação
· Alteração das enzimas renais e hepáticas
Neurológicas:
· Depressão
· Atrofias irreversíveis do ventrículo cerebral
Dermatológicas:
· Pele e cabelos secos 
· Queda de cabelo
· Lanugo 
· Edema
COMPLICAÇÕES EM RELAÇÃO À PURGAÇÃO
Metabólicas:
· Alcalose hipocalêmica e hipoclorêmica
· Hipomagnesia 
Dentárias:
· Erosão do esmalte dentário – dentista geralmente consegue diagnosticar
TGI:
· Inflamação e diminuição das glândulas salivares e pancreáticas
· Diminuição da amilase
· Erosão esofágica e gástrica
Neurológicas:
· Fadiga, fraqueza
· Convulsões em casos extremos
TRATAMENTO
É um tratamento difícil, que leva tempo. É uma doença psiquiátrica não tem cura, tem tratamento.
Um dos pilares do tratamento é auxiliar o paciente a reconhecer os sintomas que podem levá-lo a uma recaída 
3 níveis de tratamento 
· Psicoterapia
· Reabilitação nutricional
· Tratamento farmacológico: na maioria das vezes a medicação pode demorar de 10 a 15 dias para atingir o pico de ação da droga no sangue. Não é curativo nem milagroso.
· Não funciona se não forem feitos juntos 
Multidisciplinar: médico, psicólogo, psiquiatra e nutricionista. Todos devem estar se comunicando, para que os 3 níveis de tratamento estejam caminhando juntos.
Objetivos do tratamento:
1. Restauração do peso normal/razoável
· Menstruação e ovulação normais (mulheres) 
· Função sexual e níveis hormonais normais (homem) 
· Desenvolvimento físico e sexual normal nas crianças e adolescentes
É essencial, pois junto com ela vem a normalização do percentual de gordura corporal
Obs.: muito comum ver em olimpíadas atletas que tem % gordura corporal muito baixo e começa a descalcificar, se lesionarem com a força do movimento.
2. Motivação do paciente para recuperar hábitos e comportamentos alimentares saudáveis e participar no tratamento
· Ele deve ser o agente do tratamento 
3. Corrigir pensamentos, sentimentos e atitudes disfuncionais relacionadas com a desordem
4. Corrigir sequelas biológicas e psicológicas da desnutrição
· Hormonais e cerebrais 
5. Tratamento de condições psiquiátricas associadas
6. Garantir suporte e aconselhamento familiar
· Não adianta tratar só o paciente e esquecer que vive no meio de uma família disfuncional, que precisa ser tratada 
7. Prevenir recaídas
Níveis de tratamento:
· Hospitalização (4-10 semanas)
· Hospitalização parcial
· Programas residenciais
· Paciente externo
Escolha do nível de tratamento depende dos: parâmetros físicos + parâmetros comportamentais e psiquiátricos (metabólicas, exames laboratoriais)
PSICÓLOGO
Intervenções:
1. Terapia Individual – educação da anoréctica sobre as suas próprias necessidades; normalizar a sua relação com os alimentos
· Tentando trazer uma relação mais saudável e menos nociva do paciente com o alimento 
2. Terapia familiar – para indivíduos que ainda vivem num núcleo familiar; visa tornar a pessoa mais autônoma 
3. Terapia de grupo – melhorar as relações pessoais da anoréctica
· Muito comum terem problemas de relacionamento 
NUTRICIONISTA
Objetivos:
· Restaurar o peso normal/razoável 
· Normalizar o padrão da dieta 
· Instituir hábitos de vida saudáveis 
· Recuperar a percepção de fome e saciedade
· Ensinar o que é prevenção de uma desnutrição severa 
· Corrigir as alterações biológicas causadas pela desnutriçã
· Desde a questão da função intestinal, flora intestinal saudável 
Individualização do plano alimentar:
· História dietética do paciente
· Especificar o início do quadro, a velocidadeda perda de peso e a sua magnitude – isso precisa estar relatado no prontuário da paciente para que toda equipe conheça a velocidade da perda de peso
· Obs.: ainda que o paciente tenha um IMC normal, se ele tem perda de peso de mais de 10% em 6 meses já é tratado como desnutrido grave
· Especificar a hora e a composição das diversas refeições, principais e pequenas (1.289 kcal+/-150 kcal, com baixa proporção de calorias originadas de gorduras) 
· Hoje deve ter muito cuidado, pois dietas “low carb” estão sendo muito divulgadas e isso gera consequências seríssimas em pacientes que tem transtorno alimentar
· Indicar o local onde são tomadas as refeições e as pessoas com quem são partilhadas 
· Muito importante, pois tem ambientes que são nocivos e ambientes propícios para cada paciente
· Uso de laxativos, diuréticos ou anorexígenos 
· Desencorajar o uso
· Conter uma lista dos gostos e aversões
· Descrever nessa lista, junto com o paciente, o que ele prefere para que possa associar na consulta nutricional o melhor aproveitamento, lançando mão de alimentos mais nutritivos em menores quantidades (pois o paciente não aguenta grandes quantidades alimentares)
· Estabelecer a natureza, frequência e duração das atividades físicas 
· História menstrual
· Equilibrar o aporte energético atual em busca da recomendação energética. 
· Na maioria das vezes não se trabalha “o quanto tem que engordar”, falar palavra engordar é praticamente proibido para esses pacientes. 
· Programa pequenas metas de ganho de peso, para o paciente ir se acostumando com esse ganho de peso em busca da recomendação 
Estabelecimento do peso a atingir:
· Doentes externos – 450g/sem 
· Doentes internos – 0,9 a 1,35 kg/sem
· Obs.: pode variar um pouco para mais ou para menos dependendo da estatura do paciente 
Valor calórico da dieta:
· Dieta hipocalórica (800–1000kcal/dia) aumento gradual 200-300kcal a cada 3-4 dias
· Dieta hipercalórica (3000- 3500 kcal/dia)
· Vai em busca de uma dieta hipercalórica, mas não pode oferecer tudo de uma vez, então inicia com uma dieta hipocalórica 
· Reavalia o paciente a cada semana, se estiver ganhando peso recalcula a dieta semanalmente 
· Ganho de peso gradual sem sobrecarga orgânica, prevenindo assim a syndrome da realimentação
Síndrome de realimentação:
· Síndrome grave que pode levar o paciente a óbito, caracterizada por:
· Retenção de fluidos (edema) 
· Arritmias cardíacas
· Coração não dá conta de trabalhar para irrigar o corpo todo e ainda executar o processo digestivo
· Sobrecarga cardíaca
· Diminuição de eletrólitos (P, K, Mg, Na…) 
· Efeito inicial de “esponja” para repor as reservas para depois ele começar a aparecer mais alto
· Intolerância à glicose
· Pela oferta excessiva
· Disfunção GI
· Pela atrofia de vilosidades intestinais que é clássica da desnutrição 
· Como nas vilosidades tem muitas enzimas é comum esses pacientes desenvolverem intolerância a lactose, desenvolver síndrome de dumping secundária 
Reabilitação nutricional:
· Muito importante monitorar oferta proteica e calórica. Carboidratos estão na base da pirâmide alimentar, não adianta dar só proteína (que está no topo), porque o paciente vai começar a quebrar proteína para obter energia 
Plano alimentar:
· Refeições planejadas e em horas marcadas
· Fornecer nutrientes em quantidade e proporção adequada
· Ter em conta os riscos de edema Alimentos de digestão fácil Consumo diário de leite e derivados 
· Consumo de legumes, saladas e frutas frescas 
· O azeite é a melhor gordura 
· Variar as fontes proteicas para maior equilíbrio dos aa: carne, peixe, ovos 
· Cereais, leguminosas secas e batatas também são importantes 
· Dar alimentos que agradem ao paciente, mas variados para não cair na monotonia 
· Ingestão gradual de alimentos “proibidos” (gorduras, pão, fritos, açúcar,…)
· Açúcar apenas se achar necessário, para que não haja recaída, descontrole do nível de glicose/insulina
Suplementos alimentares:
· P, K, Mg, Zn, Cu, Fe
· B12, folato, Ca e vitamina D
Outras opções nutricionais:
· Substituição temporária de comida sólida por suplementos líquidos 
· Geralmente em pequenas refeições ou adicionado a uma refeição, para mesmo no volume pequeno ter uma densidade calórica e nutricional melhor 
· Sonda nasogástrica ou nutrição parenteral
· Em casos que a ingestão alimentar não conseguiu ultrapassar o 70%
· E associar com nutrição parenteral se mesmo com a sonda não ultrapassar os 70% (utilizando veia de grande calibre)
· Isso acontece quando há atrofia das vilosidades intestinais
Esvaziamento gástrico retardado/diminuição da sensação de saciedade:
· Pequenas refeições frequentes ricas em CH (carboidratos, que é a base da pirâmide alimentar)
· Carboidratos complexos, que tem absorção mais demorada 
· Consumo de quantidade moderada de gordura 
· Consumo dos alimentos frios ou temperatura ambiente 
· Limitar frutos e legumes que podem dar sensação de saciedade precoce 
· Limitar cafeína, é muito comum esses paciente ingerirem quantidade excessive de café 
· Uso de suplementos nutricionais líquidos
· Uso de agentes procinéticos para melhorar a velocidade do esvaziamento gástrico 
Medidas gerais:
· Incentivo ao paciente
· Elaboração conjunta da dieta – psicólogo ajuda muito nisso 
· Apresentação de uma alimentação normal para que tome consciência do desvio entre o que come e aquilo que é uma alimentação normal
· Valorização do bem-estar que se sente depois da refeição (não sentir mais culpa após comer)
· Exercício físico
· Adequado à ingestão alimentar e à energia dispendida pelo paciente 
· Ajustar o consumo de alimentos na hora correta a realização da atividade física 
· Ter em conta a densidade óssea e a função cardíaca 
· Fitness ≠ perder peso 
· Momento de descontração e relaxamento
· Aspectos psicológicos a desenvolver simultaneamente
· Ausência de sentimento de culpa quando aumenta a diversidade e a frequência do esquema de alimentação = Estratégia de luta contra o “medo de ficar gorda” 
· Melhoria da insatisfação corporal – psicólogo ajuda muito nisso 
· Os momentos de refeição devem ser períodos de relaxamento
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Objetivos do tratamento:
· Uso após restauração do peso, para ajudar à sua manutenção e normalizar comportamentos alimentares
· Mas muitas vezes ajuda nos pacientes que estão iniciando o tratamento, para conseguir fazê-lo “sair do buraco”
· Tratamento de sintomas psiquiátricos associados à anorexia nervosa
· Cloropromazina 
· Antidepressivos (principal ainda é a fluoxetina)
· Ciproheptidina (orexígeno)
· Fármacosneurolépticos 
· Inibidores da recaptação da serotonina 
· Ansiolíticos
PROGNÓSTICO
· 40% recuperam 
· Peso estável e razoável 
· Dieta e hábitos alimentares razoáveis 
· Ausência de vômitos 
· Menstruação regular 
· Comportamento normal do adolescente. Conseguindo se reintegrar a grupo de amigos 
· 20% peso deficiente
· 20% magros 
· 5-10% obesos
· 5-20% morrem 
· Recaídas frequentes
CAUSAS DE ÓBITO
· Metabólicas 
· Cardiovasculares 
· Imunológicas
· Infecciosas
· Gastrenterologias 
· Suicídio
Permanecem consequências psicológicas e comportamentos obsessivos ao longo da vida: 
· Manias obssesivo-compulsivas
· Relação anormal com a comida
FATORES QUE AFETAM O PROGNÓSTICO
Positivos: 
· Diagnóstico e intervenção precoce 
· Menor perda de peso (velocidade da perda de peso)
· Anorécticos bulímicos 
· Pacientes que induzem o vômito após um episódio hiperfádigo, por ele tender a ter o peso normal
· Idade inferior á adulta 
· Sistemas orgânicos pouco comprometidos 
· Boa relação pais / filhos 
Negativos: 
· Depressão associada 
· Presença de purgação 
· Maior tempo de duração do quadro
Bulimia Nervosa 
ETIMOLOGIA 
Bous –boi + Limos – fome
bulimia = fome de boi 
DEFINIÇÃO
É uma espécie de toxicomania que se traduz por uma espécie de delinquência alimentar. 
É um distúrbio grave da alimentação, sendo também considerada como faceta trágica da depressão psíquica.
PREVALÊNCIA
Sexo feminino - 90% 
Classe sócio –econômica mais atingida: 
· Média – alta 
· Alta 
Idade mais atingida: 18 –40 anos 
Modalidadescom maiorincidência: moda, dança e atletismo. 
A incidência é grande em cursos secundários e universitários (geralmente em alunos de cursos que tem conhecimento maior sobre alimentação, ex.: nutrição e medicina)
Entre as pacientes existe forte presença de problemas afetivos, transtornos ansiosos, abuso e dependência de drogas.
CAUSAS E FATORES DETERMINANTES
Fatores psicológicos 
Fatores físicos 
Fatores académicos 
Fatores sociais 
Fatores genéticos 
Pressões sociais sobrevalorizam muito a magreza 
Uso de comida e controle de peso
Crises de desenvolvimento e angústia e emocional
CARACTERÍSTICAS
Momentos de voracidade alimentar (episódios hiperfádigos) com frequência de pelo menos 2 vezes por semana em 3 meses consecutivos
Exageradas restrições alimentares – passa um dia inteiro sem comer nada e no outro come muito
Provocam o vômito 
Usam laxantes, processos químicos de emagrecimento 
Exercício físico exagerado 
Comportamentos paradoxais 
Sinais de auto-mutilação e flagelação 
Medo constante em não controlar os ataques de fome 
Hesitação face a comportamentos psicoterápicos – tem mais resistência 
SINAIS E SINTOMAS
Físicos 
· Grandes oscilações de peso 
· Perda de potássio e desidratação 
· Rosto inchado – indução sistemática do vômito (edema das parótidas)
· Garganta irritada e glândulas aumentadas 
· Irritações graves do esôfago–acidez gástrica 
· Fadiga 
· Dificuldade em dormir 
· Irregularidade menstrual 
· Fraqueza muscular 
· Sinal de “russel” 
· Calos nos dedos, principalmente indicador e dedo médio, pela indução de vômito
· Alguns pacientes evitam isso levando algum instrumento para enfiar na garganta sem ferir o dedo
· Erosão do esmalte dentário
Psicológicos 
· Emotividade e depressão 
· Alterações de humor
· Obsessão por dietas 
· Dificuldade de controle 
· Auto-criticismo severo 
· Auto-estima determinada pelo peso 
· Medo de não conseguir parar de comer voluntariamente 
· Sentimento de auto-censura após o episódio bulímico 
· Necessidade de aprovação dos outros
Comportamentais 
· Obsessão por comida 
· Indisposição depois das refeições 
· Comer às escondidas 
· Abuso de laxantes, diuréticos e anorexígenos 
· Uso de clisteres 
· Provocação do vómito 
· Isolamento social 
· Exercício físico em excesso 
· Jejuns prolongados e frequentes 
· Fuga a restaurantes e refeições planejadas
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO 
Episódios de ingestão compulsiva de uma quantidade de alimentos muito superior à maioria das pessoas (chegando a 5000 Kcal por refeição): 
· A nível acelerado e caótico 
· Sem qualquer seleção de alimentos 
· Com o desaparecimento das sensações de prazer ou da obtenção da saciedade 
· Sentimento de total falta de controle na ingestão dos alimentos 
Comportamentos compensatórios decorrentes para perder peso e prevenir o seu ganho: 
· Vômito auto-induzido 
· Abuso de laxantes e outros medicamentos 
· Jejum e exercício físico prolongados 
· Episódios de ingestão compulsiva, seguidos de manobras compensatórias de eliminação, no mínimo 2 vezes semanais durante 3 meses consecutivos.
COMPLICAÇÕES 
· Fadiga e perda de energia 
· Menstruação irregular ou inexistente 
· Desidratação 
· Obstipação 
· Diarreia 
· Lesão das extremidades nervosas que alimentam as fibras musculares do intestino 
· Falta de ar 
· Batimentos cardíacos irregulares 
· Depressão 
· Alopécia 
· Inchaço e dores de estômago 
· Enfraquecimento da estrutura óssea 
· Perda do esmalte dentário 
· Irritação crónica da garganta 
· Problemas de fígado e rins 
· Aumento da glândula parótida 
· Desequilíbrio hidro-eletrolítico 
· Mãos e pés inchados 
· Hipotensão 
· Úlceras 
· Dilatação e ruptura gástrica 
· Escoriações nas mãos e nasarticulações 
· Anemia
TRATAMENTO
O tratamento deve ser conduzido por uma equipa composta de:
· Psiquiatra 
· Psicólogo 
· Nutricionista 
· Endocrinologista 
· Assistente social 
O primeiro objetivo do tratamento é acabar com o ciclo de ingestão compulsiva, seguida de manobras purgativas ou de jejum prolongado. 
Estabelecimento de um padrão alimentar regular e disciplinado
TIPOS DE TRATAMENTO
Objetivos claros e etapas bem definidas sobre a terapia adotada para o doente. 
Um tratamento adequado da bulimia nervosa deverá incluir: 
Tratamento psicológico 
Tratamento farmacológico/Medicação 
Aconselhamento nutricional 
Internação em casos muito graves
TRATAMENTO PSICOLÓGICO
Objetivo: 
· Analisar e modificar os pensamentos, crenças e sentimentos que desencadeiam e perpetuam o ciclo bulímico. 
O tratamento psicológicopassa pelas seguintes terapias: 
· Terapia cognitivo-comportamental 
· Terapia familiar 
· Terapia de grupo
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
Tratamento psicoterapêutico mais eficaz para a doença. 
Objetivo: - extinção de hábitos ou atitudes incorretas e a sua substituição por novos padrões apropriados e não provocadores de ansiedade. 
3 fases sobrepostas:
1ª fase: - educar o paciente sobre a doença e os processos que a mantêm. - auxiliá-lo a regularizar a sua alimentação. 
2ª e 3ª fases: - ajuda na manutenção da mudança do hábito alimentar.
TERAPIA FAMILIAR 
Fundamental para aqueles que mantêm uma forte dependência emocional das famílias. 
Objetivo: modificação do padrão de comportamento alimentar, conseguida pela aliança terapêutica estabelecida com a família.
TERAPIA DE GRUPO
Partilha de experiências individuais: o doente apercebe-se que não está sozinho e que a recuperação é possível.
Discutidas e planeadas actividades, regras do tratamento e suas modificações com a evolução do tratamento.
Psicoterapia interpessoal variante psicodinâmica desta terapia, sendo a primeira com efeitos equivalentes aos da terapia cognitivo-comportamental.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
Antidepressivos: o seu uso deriva da associação frequente desta doença com a doença depressiva. 
Funciona como complemento dos métodos de reabilitação nutricional e de psicoterapia. 
Não é o tratamento principal, nem o mais eficaz!
ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL
Essencial para que o doente saiba exatamente aquilo que deverá comer consoante o distúrbio alimentar de que padece. 
Objetivos: 
· Reconhecimento do verdadeiro valor dos nutrientes e da sua importância na alimentação 
· Correção dos erros alimentares e introdução ou restabelecimento de padrões alimentares adequados. 
· Ajuda na planificação do guia de refeições, baseada no conhecimento da história dietética do bulimico. 
Comportamento alimentar saudável 
Padrão de refeições regular e disciplinado
INTERNAÇÃO
Só ocorre quando existem complicações clínicas, risco de suicídio, ou quando houver fracasso do tratamento no ambulatório.
BULIMIA X ANOREXIA
Bulimia
· Idade atingida: 18-40 anos 
· Não há perda significativa de peso 
· Satisfação com um peso abaixo da média 
· Nem sempre ocorre amenorreia 
· Guarda segredo 
· Passa facilmente despercebida 
· Internação rara 
· Períodos de voracidade alimentar 
Anorexia 
· Idade atingida: 13-14 anos;16-17 anos 
· Perda significativa de peso 
· Preferência pela magreza extrema 
· Amenorreia 
· Facilmente diagnosticada 
· Internação mais frequente 
· Dietas loucas e restritivas

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