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Universidade Federal do Ceará – UFC Centro de Ciências Departamento de Física Disciplina de Física Experimental para Engenharia Semestre 2018.2 PRÁTICA 08 VELOCIDADE DO SOM Aluno (A): Robson Nonato Oliveira da Silva Curso: Bacharelado em Engenharia Elétrica Matrícula: 413141 Turma: 09A Professor: Damião Ferreira da Silva Costa Data de realização da prática: 06/09/2018 Horário de realização da prática: 14:00 -16:00 20/09/2018 Sumário 1. Objetivos ............................................................................................................... 01 2. Material.................................................................................................................. 01 3. Introdução ............................................................................................................. 02 4. Procedimento experimental .................................................................................. 04 5. Questionário ......................................................................................................... 06 6. Conclusão.............................................................................................................. 08 7. Bibliografia .......................................................................................................... 09 1. Objetivos - Determinação da velocidade do som no ar como uma aplicação de ressonância; - Determinação da frequência de um diapasão. 2. Material - Cano de PVC com êmbolo; - Celular com aplicativo “Gerador de Frequência”, que pode ser obtido em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.boedec.hoel.frequencygenerator &hl=pt_BR - Diapasão de frequência desconhecida; - Martelo de borracha; - Termômetro digital; - Paquímetro; - Trena. 01 3. Introdução O som pode ser definido como um conjunto de vibrações produzidas por objetos materiais, os quais dependendo de sua natureza podem variar. Os exemplos mais comuns são os instrumentos musicais, os quais possuem propriedades particulares. O violão tem suas ondas sonoras produzidas por cordas, o saxofone por uma palheta e em uma flauta por uma coluna de ar formada. A esse tipo de onda dá-se o nome de mecânica em razão da necessidade de um meio de propagação, no caso o ar. A velocidade com que o som se propaga depende de diversos fatores, dentre os principais estão: vento, temperatura e umidade. Ao contrário do que muitos pensam, a velocidade independe do volume do som ou da sua frequência, a uma temperatura de 273 K a velocidade do ar é cerca de 330m/s. Alguns fenômenos naturais podem ser explicados a partir do estudo do som, como exemplo tem-se o intervalo entre a percepção de um relâmpago e um trovão, haja vista que devido ao meio de propagação, o som chega após alguns segundos aos ouvidos humanos. A velocidade é diretamente proporcional à temperatura, haja vista que ao passo que aumentasse um grau a partir de 273 K, a velocidade do som aumenta 0,6m/s. Esse fenômeno é explicado pela natureza química do ar, pois no ar morno, as partículas colidem mais frequentemente, demorando assim menos tempo para percorrer uma determinada distância. Cada objeto apresenta uma frequência natural de vibração, característica essa resultado de muitos fatores, sendo a elasticidade e a forma os principais. A interação entre uma frequência natural e uma externa dá-se o nome de ressonância, marcada pela superposição de ondas longitudinais idênticas, resultando numa onda de maior amplitude, o que leva alguns materiais a vibrarem. A ponte de “Tacoma Narrows” no ano de 1940, foi um episódio trágico de ressonância, em que o vento forte atingiu a frequência natural da ponte e fez esta vibrar e colapsar. Figura 1: Ponte de Tacoma Norrows. Fonte: PET-Eng Civil. 02 Através de experimentos pode-se verificar a velocidade do som no ar, o mais comum e simples é composto por um cano de PVC com altura variável, dessa forma pode ser utilizado tanto um êmbolo quanto uma coluna de água regulável. Como é possivel observar na Figura 1-a, as ondas sonoras que penetram no cano e as refletidas no êmbolo formam uma onda estacionária, constituida por nós (pontos onde há interferência destrutiva) e ventres (onde há interferências construtivas). Ainda nessa imagem observa-se que o comprimento da coluna de ar responsável pela primeira ressonância equivale a λ/4. Percebe-se que a medida que a coluna de ar é acrescida, são construídos novos pontos de resssonância, os quais obedecem à seguinte lei de formação: h2– h1 = λ/4 (Eq.1), onde λ é o comprimento de onda do som no ar. Fazendo uma asssociação com a equação que rege a velocidade em função do comprimento de onda e da frequência, tem-se: V= λ.f (Eq.2) V=2(h2-h1)f (Eq.3) Uma observação importante é que o ventre eu se forma na saída do cano não está localizado exatamente na boca do cano, estando um pouco mais externo, logo é necessário fazer a seguinte correção nesse valor: h1=(λ/4)-0,6 R (Eq.4), onde R é o raio interno do cano. 03 Figura 2: Equipamento utilizado e onda estacionária formada. Fonte: Roteiro UDESC. 4. Procedimento experimental Procedimento 1: Determinação da velocidade do som no ar. 1.1 A frequência do Gerador de Frequências foi ajustada para 560 Hz. 1.2 O alto-falante do celular foi colocado próximo à boca do tubo de PVC, cerca de 1,0 cm de distância. 1.3 Mantendo o celular soando próximo ao tubo, ajustamos o êmbolo de forma a aumentar o comprimento da coluna de ar no cano. Quando verificamos um pico na intensidade sonora, medimos o comprimento com o auxílio de uma trena e prosseguimos para a medição das outras três colunas de forma semelhante à primeira. 1.4 As séries de medidas foram realizadas por três alunos diferentes e os resultados obtidos foram gravados nas tabelas 8.1, 8.2 e 8.3. h1(cm) h2(cm) h3(cm) h4(cm) 13,10 40,30 72,10 104,30 Tabela 8.1. Medidas realizados pelo estudante 1. h1(cm) h2(cm) h3(cm) h4(cm) 12,90 43,60 73,00 103,50 Tabela 8.2. Medidas realizados pelo estudante 2. h1(cm) h2(cm) h3(cm) h4(cm) 13,10 44,50 74,40 105,70 Tabela 8.3. Medidas realizados pelo estudante 3. 1.5 Na tabela 8.4 anotamos as medidas e calculamos a média. Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média(cm) h1(cm) 13,10 12,90 13,10 13,03 h2(cm) 40,30 43,60 44,50 42,80 h3(cm) 72,10 73,00 74,40 73,17 h4(cm) 104,30 103,50 105,70 104,5 04 1.6 Anotamos a temperatura ambiente: tA= 25,4 ºC. 1.7 Medimos o comprimento máximo que a coluna de ar pode ter no cano utilizado: hmax= 110,2cm. 1.8 Medimos, com o paquímetro, o diâmetro interno do cano: dint = 4,7cm. Procedimento 2: Determinação da frequência de um diapasão. 2.1 Repetimos o processo anterior utilizando o diapasão fornecido no lugar do celular. Anotamos os resultados na tabela 8.5. Estudante 1 Estudante 2 Estudante 3 Média(cm) h1(cm) 18,30 17,50 18,2 18,00 h2(cm) 56,50 57,30 56,40 56,73 h3(cm) 96,20 95,50 95,00 95,57 05 Cálculo das velocidades utilizando a Eq. 3: 5. Questionário 1) Determine a velocidade do som: V(m/s) A partir dos valores médios de h1 e h2 317,6 A partir dos valores médios de h2 e h3 340,1 A partir dos valores médios de h3 e h4 350,9 Valor médio 336,2 h1=0,1303+(0,6 x 0,0235) = 0,1444m V1-2= 2(0,4280-0,1444) x 560 = 317,6 m/s V2-3= 2(0,7317-0,4280) x 560 = 340,1 m/s V3-4= 2(1,045-0,4280) x 560 = 350,9 m/s Vm= (317,6+340,1+350,9) / 3 = 336,2 m/s 2) Calcule a velocidade teórica do som no ar, utilizando a equação termodinâmica: V= 331+ (2/3) T em m/s onde T é a temperatura ambiente, em graus Celsius durante o experimento. (A velocidade do som no ar a 0ºC é 331m/s. Para cada grau centígrafo acima de 0 ºC, a velocidade do som aumenta 2/3 m/s.) V= 331+ ((2/3) x 25,4) = 348 m/s 3) Calcule o erro percentual entre o valor da velocidade de propagação do som no ar obtido experimentalmente e o calculado teoricamente. Valor teórico = 348 m/s ; Valor experimental= 336,2 m/s; Erro = ((348 – 336,2) / 348) x 100 = 3,4 % 4) Quais as causas prováveis dos erros cometidos na determinação experimental da velocidade do som nessa prática? Analisando o erro percentual, o qual foi de 3,4%, temos que numerosos aspectos que podem ter influenciado, um deles é a percepção do aumento da intensidade do som, 06 haja vista que devido muitas equipes estarem fazendo o mesmo procedimento no mesmo momento e no mesmo ambiente, isso acaba por interferir em todas as equipes. Após a percepção também pode haver um erro na medição do comprimento do tubo devido a falta de precisão da trena. Além desses fatores existe também a falta de colaboração entre as equipes, haja vista a ocorrência de conversas paralelas durante o procedimento, o que interfere de maneira negativa nos resultados. 5) Nesta prática foram observadas experimentalmente quatro posições de máximos de intensidade sonora. Calcule as posições esperadas para o quinto e o sexto máximo de intensidade sonora. Esses máximos poderiam ser observados com o material utilizado nesta experiência? Justifique. Utilizando a velocidade média encontrada, que foi de 336,2 m/s, podemos através da equação 2, calcular o comprimento de onda e através da equação 3, calcular as próximas posições de máximo. 336,2 = λ x 560 λ = 0,600 m h5= (λ/4) + h4 h5= (0,600/4) + 1,045 = 1,195 m h6= (λ/4) + h5 h6= (0,600/4) + 1,195 = 1,345 m Podemos afirmar que as próximas posições não poderiam ser observadas com o equipamento, pois este possui comprimento máximo de 1,10 m, o que é inferior às medidas posteriores. 6) Qual a frequência do diapasão fornecido? Utilizando a velocidade teórica de 348 m/s e a equação 3 podemos calcular a frequência do diapasão: f =V/(2 x (h2-h1)) f1 = 348 / (2 x (0,5673-0,1800)) = 449,3Hz f2= 348 / (2 x (0,9557-0,5673)) = 448,0 Hz fM=(449,3+448,0) / 2 = 448,6 Hz 7) Quais seriam os valores de h1, h2, h3 se o diapasão tivesse a frequência de 660 Hz? (Não considerar a correção de extremidade). Utilizando a equação 2 podemos descobrir o comprimento de onda, considerando a velocidade do som como 348 m/s. 348 = λ x 660 λ = 0,527 m. Aplicando na equação h1= λ / 4, temos que: h1= 0,527 / 4 = 0,132 m h2 = 0,132 + (0,527 / 2) = 0,396 m h3= 0,396 + (0,527 / 2) = 0,660 m 07 6. Conclusão Através da prática de Velocidade do Som foi possível desenvolver nosso conhecimento acerca da acústica, área do conhecimento responsável por estudar tal fenômeno. Possibilitando assim conciliar o conhecimento teórico ao prático, evidenciando-se na aplicação e compreensão das equações 1, 2 e 3. Por meio de pesquisas acerca do tema verificamos que a não aplicação desses conceitos, principalmente na construção civil, pode acarretar tragédias, como foi o caso da Ponte de Tacoma Norrows, que devido o fenômeno de ressonância veio a entrar em colapso. Já no que tange à verificação da velocidade do som, constatou-se um pequeno erro (3%), principalmente devido à necessidade direta de averiguação da intensidade por meio da audição, que junto com o fato de várias equipes estarem fazendo a mesma prática corroborou com tal desvio. Considerando a etapa de verificação da frequência do diapasão, obtivemos grande êxito, haja vista que o valor real da frequência é 440 Hz e nós encontramos valor de 448,6 Hz, constatando um erro percentual de apenas 1,95%. 08 7. Bibliografia DIAS, Nildo Loiola. Roteiros de aulas práticas de Física. Fortaleza. 2018.Páginas 67 a 70. G.HEWITT, Paul. Física Conceitual.City College de San Francisco. 2002. Páginas 300 a 345. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Biblioteca Universitária. Guia de normalização de trabalhos acadêmicos da Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2013. SEARA DA CIÊNCIA Disponível em: < http://www.searadaciencia.ufc.br/tintim/fisica/ressonancia/ressonancia2.htm> Acesso em: 08 de setembro de 2018 às 22:00hs INFOESCOLA Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/ressonancia/> Acesso em 08 de setembro de 2018 às 23:34hs. SÓ FÍSICA Disponível em: <https://www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulatoria/Ondas/ressonancia.php> Acesso em 08 de setembro de 2018 às 23:00hs. 09