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Curso de Capacitação: Educação Inclusiva e o AEE Educação Inclusiva e o Atendimento Educacional Especializado SUMÁRIO Apresentação ................................................................................... 4 Agradecimentos ............................................................................... 5 Módulo 1 ........................................................................................... 6 Educação inclusiva ........................................................................ 6 Módulo 2 ......................................................................................... 15 Atendimento Educacional Especializado, as normas e convenções ................................................................................... 15 Módulo 3 ......................................................................................... 27 Formas de Educação inclusiva e Acessibilidade ...................... 27 Módulo 4 ......................................................................................... 33 Educação, Ciberespaço e Quiz como aprendizado ................... 33 Módulo 5 ......................................................................................... 41 Jogos e atividades infantis .......................................................... 41 REFERÊNCIAS .............................................................................. 43 Apresentação Você conhece a empresa Capacitando Brasil – Cursos e Certificados? 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A escola que promove a inclusão tem a responsabilidade de proporcionar o respeito, o reconhecimento e a diversidade cultural de cada aluno (MEC, 2004). De acordo com Ceron (2017), a educação inclusiva é aquela que oferece o acesso aos alunos portadores de necessidades especiais à sala de aula, proporcionando um ambiente igualitário para todos os estudantes independentemente de suas condições, fazendo com que todos aprendam juntos e convivam com suas diferenças. 6 Quando se trata de educação inclusiva as dúvidas e discussões são enormes, pois, a necessidade de capacitação e formação dos profissionais ainda não supre as exigências do ensino. A maioria dos professores e profissionais da educação não possuem especialização ou, mesmo, qualquer tipo de capacitação para lecionar aos alunos portadores de necessidades especiais (CERON, 2017). Segundo informações do Ministério da Educação acerca da educação inclusiva na escola: Nenhuma escola poderá alcançar objetivos significativos, para os alunos e para a comunidade na qual se encontra inserida, se não tiver um projeto que norteie e dê suporte para a ação de cada um de seus agentes. À medida que todos forem envolvidos na reflexão sobre a escola, sobre a comunidade da qual se originam seus alunos, sobre as necessidades dessa comunidade, sobre os objetivos a serem alcançados por meio da ação educacional, a escola passa a ser sentida como ela realmente é: de todos e para todos (MEC, 2004, p. 10). Deste modo, para que ocorra, de fato, a educação inclusiva, a escola precisa criar e manter um projeto que envolva os integrantes da escola que possam atuar nesse objetivo, de inserção dos alunos na comunidade escolar, conforme supracitado na declaração do Ministério da Educação. Ademais, Ceron (2017) explica que a educação inclusiva se caracteriza pela filosofia escolar de que todas as crianças são partes integrantes da comunidade escolar, ou seja, precisam conceber o sentimento de pertencimento ao ambiente, de modo compreensivo e 7 autônomo. Deste modo, as crianças com necessidades especiais se sentirão acolhidas, sabendo que naquele ambiente, existe respeito às diferenças e diversidades, união e comprometimento com a qualidade do ensino e aprendizado. Outrossim, segundo Diaz et al (2009), a educação inclusiva presume que os direitos à educação serão garantidos pela instituição de ensino, sobretudo, no que tange às pessoas portadoras de necessidades especiais, conforme diretrizes presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dentre outras normas. Ademais, foi realizada uma pesquisa com professores com a finalidade de responderem perguntas a respeito da educação inclusiva. A maioria deles respondeu que a educação inclusiva é direcionada para pessoas que não possuem condições de frequentar uma escola normal; outros responderam que se trata de uma educação própria para pessoas anormais ou deficientes (Diaz et al, 2009). Outros responderam que esse tipo de educação proporcionava a inclusão de pessoas deficientes, permitindo-lhes participar do processo de aprendizagem de maneira digna. Poucos disseram que a educação inclusiva favorecia o cidadão, independente de sua condição, gozar dos direitos de cidadão e, que permitia a inclusão de deficientes em escolas normais (Diaz et al, 2009). 8 Todas as crianças tem o direito à educação e sua inclusão educacional conforme descrito no Estatuto da Criança e do Adolescente, nos termos a seguir: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; [...]; V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica (BRASIL, 1990). O artigo 53 citado acima, demonstra que a criança e o adolescente têm o direito à educação para que possam participar do desenvolvimento pedagógico como cidadão e para que possa se qualificar para o mercado de trabalho. Ademais,conforme o inciso I, o direito à educação proporciona a igualdade de condições e permanência escolar, isto quer dizer que tal direito se estende também às crianças portadoras de necessidades especiais. Ademais, o artigo 54 do ECA diz que é obrigação do Estado: “Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1990). 9 Deste modo, o artigo 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente é pragmático ao dizer que os alunos portadores de necessidades especiais devem receber atendimento especializado, de preferência na rede regular de ensino, demonstrando, assim, que a norma promove a igualdade, reduzindo as possíveis ações discriminatórias. De acordo com o Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de 2011 que trata da Educação Especial e do Atendimento Educacional Especializado é responsabilidade da União disponibilizar apoio financeiro e técnico em relação à educação nos Estados, Municípios e no Distrito Federal com o objetivo de ampliar a oferta de atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades especiais, com transtornos globais do desenvolvimento, com altas habilidades ou superdotação, sobretudo, preparando os professores com formação especializada para propiciar uma educação inclusiva a esses estudantes, conforme dita o artigo 5° e inciso IV do referido decreto (BRASIL, 2011). Para Araújo e Linhares (2014), a educação inclusiva só pode ocorrer quando não há desigualdade da comunidade escolar. No entanto, sabem que esse processo de inclusão é um desafio para os professores e profissionais da educação, isto é, todos os que participam do processo escolar. Deste modo, o desafio enfrentando por esses agentes da educação compreende a motivação dos alunos 10 e a mudança de pensamento em um cenário cultural enraizado intrinsecamente na sociedade de maneira involuntária. Portanto, a mudança de pensamento é o maior desafio que os professores enfrentam ao ensinar os alunos a respeito da inclusão dos estudantes portadores de necessidades especiais. Assim, o professor tem a responsabilidade de ensinar aos demais alunos que os alunos deficientes, oprimidos, vulneráveis e com outras necessidades especiais são alunos como qualquer outro e não podem ser excluídos e ficarem à margem da sociedade (ARAÚJO; LINHARES, 2014). As necessidades especiais são o Transtorno do Comportamento, o Transtorno do Espectro do Autismo, as Altas Habilidades, as Deficiências Múltiplas, a Paralisia Cerebral, a Deficiência Visual, a Deficiência Física, o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, a Deficiência Auditiva e outras deficiências físicas, a Deficiência Mental e a Síndrome de Down, segundo Diaz et al (2009). Por conseguinte, a educação inclusiva tem o objetivo de promover a inserção de pessoas com tais necessidades especiais na escola. Para isso, a escola deve promover condições e recursos para que haja um espirito de cooperação e participação entre todos os alunos, de modo que, incluam os alunos especiais em todas as atividades (ARAÚJO; LINHARES, 2014). 11 Ademais, para Araújo e Linhares (2014, p. 47): Educação inclusiva não significa educação com aspectos e baixas perspectivas em relação aos alunos; todavia, a concepção do papel extraordinário das situações instigantes, com níveis de dificuldade e de complexidade, que é conferida aos professores e aos alunos com aprendizagem expressiva é um autêntico desafio à criatividade e à ruptura das ideias improvisadas, como foi o caso dos grandes precursores da educação, que confiaram no grande papel que a educação concebia ao acesso à cidadania dos mais desprotegidos. Figura 1: Educação Inclusiva Fonte: MEC (2016) De acordo com o Ministério da Educação a educação inclusiva não se restringe apenas à escola especial, mas, passou a ser sinônimo de modalidade complementar e suplementar na educação. Deste modo, as escolas com educação inclusiva são qualificadas a ensinarem aos alunos muito mais do que as operações básicas de 12 ler, escrever e realizarem operações matemáticas, a educação inclusiva promove a acessibilidade e interação social entre grupos e alunos, por meio de estudos compartilhados, atividades em grupo, brincadeiras diversas, jogos em sala de aula, dentre outros (MEC, 2016). 13 14 Módulo 2 Atendimento Educacional Especializado, as normas e convenções O Atendimento Educacional Especializado ou AEE está descrito na Resolução n° 4/2009. O artigo 4° dessa resolução classifica os alunos da seguinte maneira: Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE: I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial. II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade (MEC, 2009). Conforme supracitado, o público-alvo do Atendimento Educacional Especializado, conforme a Resolução 4/2009 são os alunos com deficiência intelectual, mental ou física, bem como, os alunos com transtornos globais do desenvolvimento, síndrome do Autismo, síndrome de Asperger e outras síndromes e, os alunos com altas habilidades ou superdotados. 15 Ademais, a Resolução 4/2009 exige que o professor tenha formação para habilitação à docência, assim como, de formação “específica” para trabalhar na Educação Especial, conforme artigo 12 (MEC, 2009). Outrossim, o artigo 13 da referida resolução declara que os professores do Atendimento Educacional Especializado devem identificar, elaborar, produzir e organizar os serviços e os recursos pedagógicos, bem como, elaborar estratégias de acessibilidade em conformidade com as necessidades dos estudantes que participam da Educação Especial no país, segundo artigo 13, inciso I (MEC, 2009). A Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015 conhecida como o Estatuto da Pessoa com Deficiência, possui um capítulo inteiro que trata sobre o direito à educação, afirmando o direito que a pessoa com deficiência possui, incluindo a educação inclusiva em todos os níveis e aprendizado durante toda a vida, com o propósito de contribuir com o desenvolvimento cognitivo e das habilidades físicas, intelectuais, sensoriais e sociais de cada uma dessas pessoas (BRASIL, 2015). Além disso, o artigo 28 do referido estatuto apresenta o seguinte: Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; 16 II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;(BRASIL, 2015). Deste modo, conforme citado acima, a pessoa com deficiência tem o direito de receber do poder público, um sistema educacional inclusivo, que proporcione o seu aprendizado ao longo de toda a vida. Um sistema de educação aprimorado e que promova a acessibilidade, permanência e participação do estudante nos processos de ensino, sobretudo, reduzindo as barreiras que impedem o acesso e progresso da pessoa com deficiência na educação, bem como, um projeto pedagógico com atendimento às pessoas com necessidades especiais. Diaz (2009), informa que o atendimento educacional especializado pode ser ofertado nas escolas e nos centros especializados. Segundo ele, o Atendimento Educacional Especializado funciona como uma política pública de educação especial que tem o objetivo de inserir os alunos portadores de necessidades especiais no sistema regular de ensino. Para Anache e Resende (2016), a avaliação de aprendizagem dos alunos portadores de deficiência intelectual que, porventura, seja 17 realizado por alguma instituição de ensino merece atenção, visto que, não é algo fácil de se fazer pois, existe uma certa apreensão acerca do aprendizado desses indivíduos, sabendo que não aprendem de uma maneira um pouco diferente das pessoas que não são portadoras. Segundo Anache e Resende (2016) estes indivíduos necessitam de maior apoio e atenção, devendo ser orientados para o desenvolvimento pedagógico. Por causa disso, a avaliação de aprendizagem deve ser realizada por meio de atividades pedagógico-didáticas que poderão contribuir para o desenvolvimento psicológico dos alunos especiais, bem como, influenciando na construção do seu caráter e personalidade. O Brasil é signatário da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, segundo o Decreto n° 3.956/2001. A convenção promove os direitos e garantias dos cidadãos portadores de alguma deficiência (BRASIL, 2001). O artigo I da referida Convenção define o conceito de deficiência e discriminação, nos termos a seguir: Para os efeitos desta Convenção, entende-se por: 1. Deficiência: O termo "deficiência" significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. 18 2. Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência: a) o termo "discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência" significa toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais. b) Não constitui discriminação a diferenciação ou preferência adotada pelo Estado Parte para promover a integração social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência, desde que a diferenciação ou preferência não limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação ou preferência. Nos casos em que a legislação interna preveja a declaração de interdição, quando for necessária e apropriada para o seu bem-estar, esta não constituirá discriminação (BRASIL, 2001). Assim, conforme descrito acima, a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência define o conceito de deficiência como uma restrição mental, sensorial ou física, que pode ser permanente ou não, capaz de limitar a capacidade da pessoa para exercer alguma atividade. Já, o conceito de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência se caracteriza pela exclusão ou restrição que alguém ou grupo tem em detrimento de uma pessoa, podendo impedir ou anular o reconhecimento e o exercício das pessoas com deficiência em relação a seus direitos. Todavia, isso não inclui a forma de diferenciação, por parte do Estado, para promover a igualdade e desenvolvimento social dessas pessoas. 19 Ademais, o artigo III, item 1 da convenção reconhece que os países participantes realizem medidas e políticas públicas para, além de outras coisas, promover a educação para as pessoas portadoras de necessidades especiais, por meio da criação de leis e normas que garantam a plena integração dessas pessoas na sociedade, eliminando todas as formas de discriminação (BRASIL, 2001). Outrossim, Diaz et al (2009) explica que a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência ao definir o conceito de deficiência e discriminação apresenta essa concepção como um limite que dispõe tais pessoas e, não, como uma impossibilidade imposta a elas. Posto isso, o grande desafio da educação inclusiva e a atenção especializada para pessoas portadoras de necessidades especiais é fazer com elas se sintam acolhidas e que o preconceito seja eliminado, de modo que todos os cidadãos respeitem a realidade e limites de cada pessoa sem distinção, para que as pessoas com deficiência não se sintam excluídas e à margem da sociedade (DIAZ et al, 2009). Em 2011 foi emitido o Decreto n° 7.611/2011 que trata da Educação Especial e do Atendimento Educacional Especializado. Este decreto é específico ao tratar do AEE, demonstrando ao poder público a sua responsabilidade a respeito da educação para pessoas com necessidades especiais (BRASIL, 2011). 20 Dentre outras coisas, o decreto dispõe o seguinte: Art. 2º A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. § 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata o caput serão denominados atendimento educacional especializado, compreendido como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas: I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, como apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas de recursos multifuncionais; ou II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação. § 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas (BRASIL, 2011). O artigo 2° acima fala da educação especial, que deve proporcionar os serviços de apoio especializado com o intuito de extinguir as dificuldades que estudantes com deficiência possuem no ambiente escolar. Ademais, a educação especial visa complementar a formação desses estudantes nas atividades pedagógicas. Art. 3º São objetivos do atendimento educacional especializado: I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e transversal. aprendizagem; e 21 IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL,2011). O parágrafo 2° do artigo 2° diz que o atendimento educacional especializado tem a responsabilidade de promover a integração pedagógica na escola, fazendo com que a família participe integralmente com os alunos deficientes, ajudando a escola no processo de aprendizado. O artigo 3° apresenta os objetivos do atendimento educacional especializado é o do proporcionar o acesso, participação e aprendizado, assim como, incentivar que sejam usados recursos didáticos e pedagógicos com o intuito de eliminar as barreiras de aprendizagem. A Nota Técnica n° 20/2015/MEC/SECADI/DPEE do Ministério da Educação dispõe acerca das orientações aos sistemas de ensino visando ao cumprimento do artigo 7° da Lei 12764/2012. Dentre outras coisas, a nota técnica diz que as instituições de ensino públicas ou privadas, em todos os níveis, devem permitir o acesso de pessoas com deficiência como garantia de seus direitos (MEC, 2015). A efetivação desse direito decorre da garantia de matrícula e de condições para a plena participação e aprendizagem em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, em consonância com os atuais marcos legais, políticos e pedagógicos da educação especial na perspectiva da educação inclusiva (MEC, 2015, p. 01). 22 Ademais, enfatiza o direito constitucional definido no artigo 205 da Constituição Federal que promove o direito à educação para todos, sem exceção, para o desenvolvimento de todos os cidadãos, bem como, o atendimento educacional especializado a quem necessita, inclusive, prevendo multa de 03 a 20 salários mínimos para os gestores de instituições de educação e suas autoridades competentes se se recusarem a realizar matrículas de pessoas com qualquer tipo de deficiência (MEC, 2015). O Brasil também é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência assinada em Nova York em 2007, conforme o Decreto n° 6.949/2009. Essa convenção teve o objetivo de contribuir com a prevenção do exercício pleno dos direitos humanos para as pessoas com deficiência, além de promover o respeito à sua dignidade em todo o mundo (BRASIL, 2009). Essa convenção tem como princípios, no que tange às pessoas com deficiência: o respeito à dignidade, a autonomia individual, a liberdade de escolha e independência, o direito a não ser discriminado, a participação integral na sociedade, o direito ao respeito por suas diferenças como parte da diversidade humana, o direito à igualdade entre homem e mulher e de oportunidades, o direito à acessibilidade e o respeito ao desenvolvimento das crianças com deficiência (BRASIL, 2009). 23 Outrossim, como forma de garantir a participação das pessoas com deficiência ao pleno gozo das atividades e oportunidades na vida social, os Estados Partes da Convenção reconheceram o direito das pessoas com deficiência de participar da vida cultural com todos os seus benefícios, conforme descrito no artigo 30 item 5, nos termos a seguir: 5. Para que as pessoas com deficiência participem, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de atividades recreativas, esportivas e de lazer, os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para: a) Incentivar e promover a maior participação possível das pessoas com deficiência nas atividades esportivas comuns em todos os níveis; b) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham a oportunidade de organizar, desenvolver e participar em atividades esportivas e recreativas específicas às deficiências e, para tanto, incentivar a provisão de instrução, treinamento e recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas; c) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso a locais de eventos esportivos, recreativos e turísticos; d) Assegurar que as crianças com deficiência possam, em igualdade de condições com as demais crianças, participar de jogos e atividades recreativas, esportivas e de lazer, inclusive no sistema escolar; e) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso aos serviços prestados por pessoas ou entidades envolvidas na organização de atividades recreativas, turísticas, esportivas e de lazer (BRASIL, 2009). Deste modo, os estados participantes se comprometeram a incentivar a participação das pessoas com deficiência nos esportes, em várias modalidades, com oportunidades de desenvolvimento e treinamento adequado, assim como, o pleno acesso a eventos esportivos, recreativos e turísticos e, para as crianças, o pleno 24 acesso às atividades recreativas escolares, por meio de jogos, esportes e lazer, conforme supramencionado. 25 26 Módulo 3 Formas de Educação inclusiva e Acessibilidade Segundo Lopes et al (2016), a educação inclusiva pode ultrapassar as barreiras do ambiente tradicional de educação urbano. O processo de aprendizagem é direito de todos e uma educação desvinculada pode se tornar um benefício para quem vive longe das grandes cidades. Desse modo, promover a educação para as pessoas que vivem no campo caracteriza-se como uma nova maneira de fazer escola, envolvendo pessoas em todos os lugares. Ademais, o ensino para pessoas que vivem no campo demonstra uma nova forma de educação formal realizada em um espaço de inovação. A educação inclusiva no campo, portanto, contribui para que os camponeses tenham o cumprimento do seu direito adquirido à educação e o conhecimento, além de assegurar o direito ao reconhecimento de suas práticas diferenciadas e, sem dúvida, promover o conhecimento cultural da região e do campo (LOPES et al, 2016). Outra forma de educação inclusiva é a propagação da Língua Brasileira de Sinais, conhecida como Libras. As Libras contribuem para o acesso à educação porque possui características e aspectos linguísticos próprios para as pessoas com deficiência auditiva. As libras trabalham com a morfologia e a sintaxe da língua portuguesa, 27 todavia, com uma linguagem de movimentos e expressões próprias (MEC, 2017). Segundo o Ministério da Educação, a língua de sinais brasileira é oriunda da Língua de Sinais Francesa trazida ao Brasil em 1857 e utilizada na primeira escola de surdos do país. Outrossim, a linguagem de sinais promove a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais. Contudo, a sociedade precisa compreender isso, pois, os surdos veem o mundo por um canal diferente e, por isso, precisam de atenção especial de políticas públicas voltadas para eles (MEC, 2017). Os alunos com deficiência auditiva, conforme o censo escolar 2016, chegam a quase 22 mil estudantes surdos, mais de 32 mil estudantes com deficiência auditiva e mais de 300 alunos com surdocegueira, todos participantes e matriculados na educação básica. Assim, essas pessoas merecem a atenção e inclusão escolar e da sociedade (MEC, 2017). Diaz et al (2009) dá algumas dicas de como promover a inclusão e acessibilidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais, nos termos a seguir: Outra questão que pode ser resolvida com o trabalho da CF, utilizando o sistema Braille, é evitar a aglutinação de palavras. Isto é, ao se trabalhar com a “leitura” de frases de forma sistematizada e pausada, a criança cega vai observar que as palavras da frase são separadas. Para isso seria proposto formar frases a partir de fichas em Braille de modo que a criança 28 manipule as palavras escritas de forma convencional. Aqui poderia entrar como coadjuvante as manchetes de jornais e revistas, adequadas à idade da criança tanto no sentido do conteúdo (semantismo) quanto no sentido sintático (tamanho). Enfim, a proposta é constituir exercícios que promovam a CF para as crianças cegas, buscando auxiliá-las na aquisição da ortografia oficial da Norma Padrão. Dessa maneira, acreditamos que estas crianças podem até escolher outros suportes de comunicação, a gravação, por exemplo,mas estará apta também a se utilizar do sistema de escrita voltado especificamente para ela. Um exemplo de inclusão social na educação é o que ocorre no Estado do Recife desde 1994 por meio de uma escola que se preocupa com as crianças portadoras de necessidades especiais. Trata-se da Escola Municipal Padre Antônio Henrique que atende estudantes com as mais variadas deficiências, são surdos, com síndrome de Down, paralisia cerebral, dentre outros (MEC, 2011). Com seu ótimo trabalho, a escola reduziu o número de surdos em 2009, contando com 170 alunos surdos passou para 72. Essa redução ocorreu em virtude desses deficientes começarem a conquistar outros espaços por terem se familiarizado com a escola, ou seja, o processo de inclusão foi tão bom que os alunos surdos começaram a frequentar outras escolas por terem aprendido o sentimento de igualdade. Outros deixaram a escola em virtude de sua conclusão no ensino fundamental (MEC, 2011). A escola é um excelente exemplo a ser levado. Além de todo o trabalho, a escola disponibiliza aos alunos um ambiente ideal de aprendizado com uma biblioteca cheia de recursos para todos os alunos, com obras literárias, CDs na linguagem de sinais, livros em 29 Braile e jogos pedagógicos. Além disso, possuem estagiários que ajudam os alunos na leitura e professores qualificados para o trabalho (MEC, 2011). Ademais, Araújo e Linhares (2014, p. 47) falam sobre educação inclusiva e acessibilidade, nos termos a seguir: Educação inclusiva não significa educação com aspectos e baixas perspectivas em relação aos alunos; todavia, a concepção do papel extraordinário das situações instigantes, com níveis de dificuldade e de complexidade, que é conferida aos professores e aos alunos com aprendizagem expressiva é um autêntico desafio à criatividade e à ruptura das ideias improvisadas, como foi o caso dos grandes precursores da educação, que confiaram no grande papel que a educação concebia ao acesso à cidadania dos mais desprotegidos. A acessibilidade é um dos princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Segundo a convenção, um de seus objetivos é proporcionar uma vida normal e independente às pessoas com deficiência, de modo que participem ativa e plenamente dos aspectos da vida. Essas prerrogativas devem ser viabilizadas pelos Estados Membros, que deverão conduzir políticas públicas de acesso à informação, sistemas e tecnologias, meios de transportes, instalações de acesso físico em zonas urbanas e rurais, bem como, acessos à edifícios, rodovias, residências, escolas, hospitais e local de trabalho (BRASIL, 2009). 30 O Ministério da Educação mantém um programa chamado “Escola Acessível”. Esse programa tem o objetivo de fomentar a acessibilidade e a inclusão dos estudantes com deficiência, com transtornos do desenvolvimento ou com altas habilidades e superdotação (MEC, 2011). Aliás, o direito à acessibilidade permite que as pessoas portadoras de necessidades especiais compartilhem os mesmos espaços e locais, os espaços comuns de aprendizagem, utilizando os meios pedagógicos disponibilizados a todos. Acima de tudo, o programa Escola Acessível visa propiciar a acessibilidade arquitetônica e espacial dos ambientes escolares, o qual deve ser comum a todos, sem exceção (MEC, 2011). Figura 2: Acessibilidade Fonte: Guia de Rodas (2019) 31 De maneira específica, o programa Escola Acessível tem a finalidade de adequar as estruturas físicas do ambiente escolar para o funcionamento das salas, com recursos multifuncionais, assim como, a melhora dos sanitários, das portas, a instalação de vias de acesso e corrimão, rampas e sinalização visual, bem como, a compra de móveis, cadeiras de rodas e demais materiais necessárias à promoção da acessibilidade e facilitação da vida dos alunos portadores de necessidades especiais, segundo o Ministério da Educação (MEC, 2011). 32 Módulo 4 Educação, Ciberespaço e Quiz como aprendizado O ciberespaço é um conceito utilizado pela primeira vez por William Gibson em 1984 em um romance de ficção-científica chamado de “Neuromancer”. O termo “ciberespaço” utilizado por Gibson pretendeu discutir o conflito entre o homem e a máquina, sobretudo, em relação a robôs e viagens espaciais. O ciberespaço, portanto, elucida um universo paralelo e novo, sob uma representação física e dimensional do universo teórico do conhecimento (MELO NETO, 2007). Ele explica, ainda, que o ciberespaço se trata de um mundo abstrato em que a mente é utilizada em detrimento do corpo para vislumbrar esse novo universo tecnológico. Como exemplo disso, é possível entender esse universo ou ciberespaço quando se utiliza a internet. Os usuários da internet são capazes de acessar o outro lugar do globo a um clique do mouse. Quando se faz uma compra em um site, por exemplo, o indivíduo acessa a loja em um espaço abstrato e multidimensional mesmo não estando lá presente, pois utiliza a sua mente para realizar ações e, não necessariamente precisa do corpo para isso, talvez a mão para digitar e clicar (MELO NETO, 2007). 33 Para Lévy (2010), o ciberespaço funciona como um canal aberto de comunicação, funcionando por intermédio da conexão mundial de computadores e internet, utilizando sistemas eletrônicos e comunicação digital. Portanto, compreende-se que o ciberespaço é um local de comunicação aberto na rede mundial de computadores e dispositivos portáteis e eletrônicos como celulares, tablets, computadores, por exemplo, e com o auxílio da internet. O ciberespaço proporciona a criação e desenvolvimento de novos programas, serviços, códigos de informação e segurança, o aumento das relações humanas, a conexão entre dispositivos, celulares, impressoras, som e imagem, televisões digitais, ou seja, uma infinidade de dispositivos e softwares que facilitam o cotidiano das pessoas e contribuem, sem dúvida, para a melhora e alcance da educação, pois, permite que pessoas em locais distantes consigam estudar por intermédio de um computador, celular e internet (LÉVY, 2010). Por conseguinte, o ciberespaço é um campo que engloba todas as mídias, comunicações, tecnologias e meios de informação. Esse universo aumenta a possibilidade de comunicação por meio de uma dimensão contínua e ilimitada, proporcionando o aprendizado online, desbravando e quebrando as fronteiras da educação ou, que impedem o crescimento e expansão educacional. 34 Deste modo, o ciberespaço é fundamental e está operante na sociedade atual de modo que estão interligados, pois, está presente em todos os lugares, sobretudo, em decorrência do aumento de tecnologias tão essenciais e transformadoras capazes de impulsionar o desenvolvimento de qualquer estado, levando, além de tudo, muita informação a quem não possuía e, tornando o mundo mais globalizado. Por causa disso, as tecnologias de rede ganham maior espaço neste universo, pois, ampliam a conexão e interação entre os humanos por meio da transferência de dados (MACHADO, 2010). Ademais, segundo Machado (2010), o processo de aprendizagem na sociedade atual é um grande desafio, em virtude da complexidade social, sobremaneira, da complexidade do sistema pedagógico que exige procedimentos e regras de ensino dinâmicas e completas para a eficácia do ensino que, ainda, utiliza as tecnologias digitais para o ensino e aprendizado. Neste ponto, as tecnologias digitais são vistas como fenômenos tecnossociais capazes de aprimorar a capacidade de ensino e a interação educacional dos indivíduos. Deste modo, é muito importante a reflexão sobre os processos transformadores que surgiram por meio da tecnologia e do ambiente criado pelo ciberespaço. A tecnologia, portanto, criou fenômenos sociais próprios que alteram a realidadedos indivíduos que passaram a viver dependentes da tecnologia. 35 Outra coisa importante no processo de educação é o uso de jogos. Um dos jogos utilizados na educação é o quiz. O Quiz é um tipo de jogo interativo composto de perguntas e respostas, capaz de proporcionar uma experiência educativa e divertida que encoraja a competição, o relacionamento social e colaborativo e o conhecimento. Esse jogo funciona como uma atividade motivacional e eficiente em relação à educação de determinado assunto (MARTINS, 2016). O Quiz, portanto, é uma categoria de jogo que pode ser utilizada em grupos e apenas uma pessoa. O seu propósito é estimular o desenvolvimento do conhecimento e capacidade colaborativa (SCHIMIGUEL et al, 2015). 36 O quiz permite a aplicação de testes que analisam o conhecimento de maneira lúdica por intermédio da interação entre os participantes e a competição. O quiz pode se apresentar de forma objetiva ou subjetiva, por meio de métodos, questões de múltiplas escolhas e atividades que apresentam os conceitos matemáticas representando situações da vida real (SCHIMIGUEL et al, 2015). Deste modo, o jogo Quiz serve tanto para indivíduos ou grupos sociais, despertando uma série de habilidades de quem faz seu uso 37 como, o desenvolvimento social, o conhecimento colaborativo, a competição, a interação e relacionamento interpessoal e o aprendizado escolar, trazendo a atividade lúdica para a realidade. Serviria, portanto, no processo de aprendizagem das crianças e pessoas portadoras de necessidades especiais, inclusive, como forma de inclusão no ambiente escolar. De acordo com Schimiguel et al (2015) o Quiz, como jogo, na educação, é objeto de estudos relacionados ao ambiente de ensino e o material didático utilizado em sala de aula. O Quiz pode ser usado como forma de melhorar a disciplina e reconhecimento de habilidades e conhecimento por meio de perguntas e respostas. O jogo de Quiz contribui para a melhora da aprendizagem dos alunos em qualquer idade. O Quiz, por conseguinte, serve para facilitar o aprendizado do estudante proporcionando um método de estudo mais dinâmico, temático e capaz de auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno (SILVA et al, 2010). A teoria de Vygostsky aponta o quiz como um processo de construção mental, que utiliza a interação e relacionamento social para o desenvolvimento do conhecimento, assim, quanto são utilizados em sala de aula, o jogo permite uma interação entre professores e alunos. Por isso, a escola deve proporcionar um ambiente em que os alunos recebam conhecimento e conteúdo por meio de jogos e realidades tecnológicas (SILVA et al, 2010). 38 Existem vários benefícios na utilização de jogos de Quiz na educação escolar. O Quiz aprimora os estudos e contribui para o ambiente escolar mais criativo e diversificado, permitindo aos alunos explorar o mundo educacional sobre outra perspectiva. Esse tipo de jogo também contribui para a retenção do aluno e sua participação na escola. O Quiz, ainda, consegue demonstrar falhas no aprendizado por meio dos testes e perguntas, além de facilitar o estudo e a fixação do conteúdo, sem falar que é uma das ferramentas do professor para atrair a atenção do aluno e fazer com que ele aprenda e entesoure o conhecimento (OLIVEIRA; MOITA, 2016). Ademais, o quiz é capaz de despertar o interesse dos alunos em relação ao conteúdo disciplinar, auxiliando os professores a prepararem e realizarem a aula de modo eficiente. O quiz auxilia os professores no conhecimento sobre se o que estão fazendo está em concordância com os métodos corretos de aprendizagem e um feedback sobre o desenvolvimento do aluno, além de proporcionar um ambiente eficaz de relacionamento escolar (OLIVEIRA; MOITA, 2016). Deste modo, conforme Oliveira e Moita (2016), o Quiz é capaz de despertar o interesse dos alunos, sobretudo, quando planejado e preparado de acordo com as necessidades de cada um, atuando como uma forma de feedback para os professores se prepararem para ensinar. Ademais, se feito com regularidade, essa atividade cria um costume de estudo e aprendizagem, auxiliando na motivação e 39 desejo dos alunos. Deste modo, o Quiz é um grande benefício tanto para os alunos quanto para as instituições de ensino. 40 Módulo 5 Jogos e atividades infantis É possível acessar atividades educativas, brincadeiras e jogos criativos para os alunos e crianças por meio do portal: <https://educa.ibge.gov.br/criancas/brincadeiras-2.html> 41 Clique no link abaixoClique no link abaixo e conheça todos ose conheça todos os nossos cursos grátisnossos cursos grátis com direito acom direito a certificado:certificado: http://ibredcursos.com.br/ 42 http://ibredcursos.com.br/ REFERÊNCIAS ANACHE, Alexandra Ayach; RESENDE, Dannielly Araújo Rosado. Caracterização da avaliação da aprendizagem nas salas de recursos multifuncionais para alunos com deficiência intelectual. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, v. 21, n. 66, p. 569- 591, set. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 24782016000300569&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 13 out. 2020. 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