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Curso Capacitação Educação Inclusiva e o AEE

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Curso de 
Capacitação: 
Educação Inclusiva e 
o AEE 
 
 
 
 
Educação Inclusiva 
e o Atendimento 
Educacional 
Especializado 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Apresentação ................................................................................... 4 
Agradecimentos ............................................................................... 5 
Módulo 1 ........................................................................................... 6 
Educação inclusiva ........................................................................ 6 
Módulo 2 ......................................................................................... 15 
Atendimento Educacional Especializado, as normas e 
convenções ................................................................................... 15 
Módulo 3 ......................................................................................... 27 
Formas de Educação inclusiva e Acessibilidade ...................... 27 
Módulo 4 ......................................................................................... 33 
Educação, Ciberespaço e Quiz como aprendizado ................... 33 
Módulo 5 ......................................................................................... 41 
Jogos e atividades infantis .......................................................... 41 
REFERÊNCIAS .............................................................................. 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
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5
 
 
 
Módulo 1 
Educação inclusiva 
A educação inclusiva é aquela que busca uma transformação 
social de modo que a educação compreenda todos os grupos da 
sociedade que necessitam de educação, por meio do acesso à 
escola, independentemente do local, seja na cidade ou no campo. A 
educação inclusiva permite que as pessoas participem dos espaços 
de desenvolvimento social, emocional e psíquico-pedagógicos 
(LOPES et al, 2016). 
Deste modo, a escola é o ambiente ideal para garantir o direito 
ao ensino básico e a qualidade educacional a cada aluno. A escola 
que promove a inclusão tem a responsabilidade de proporcionar o 
respeito, o reconhecimento e a diversidade cultural de cada aluno 
(MEC, 2004). 
De acordo com Ceron (2017), a educação inclusiva é aquela 
que oferece o acesso aos alunos portadores de necessidades 
especiais à sala de aula, proporcionando um ambiente igualitário 
para todos os estudantes independentemente de suas condições, 
fazendo com que todos aprendam juntos e convivam com suas 
diferenças. 
6
 
 
 
Quando se trata de educação inclusiva as dúvidas e discussões 
são enormes, pois, a necessidade de capacitação e formação dos 
profissionais ainda não supre as exigências do ensino. A maioria dos 
professores e profissionais da educação não possuem 
especialização ou, mesmo, qualquer tipo de capacitação para 
lecionar aos alunos portadores de necessidades especiais (CERON, 
2017). 
Segundo informações do Ministério da Educação acerca da 
educação inclusiva na escola: 
Nenhuma escola poderá alcançar objetivos significativos, para 
os alunos e para a comunidade na qual se encontra inserida, se 
não tiver um projeto que norteie e dê suporte para a ação de 
cada um de seus agentes. À medida que todos forem envolvidos 
na reflexão sobre a escola, sobre a comunidade da qual se 
originam seus alunos, sobre as necessidades dessa 
comunidade, sobre os objetivos a serem alcançados por meio 
da ação educacional, a escola passa a ser sentida como ela 
realmente é: de todos e para todos (MEC, 2004, p. 10). 
Deste modo, para que ocorra, de fato, a educação inclusiva, a 
escola precisa criar e manter um projeto que envolva os integrantes 
da escola que possam atuar nesse objetivo, de inserção dos alunos 
na comunidade escolar, conforme supracitado na declaração do 
Ministério da Educação. 
Ademais, Ceron (2017) explica que a educação inclusiva se 
caracteriza pela filosofia escolar de que todas as crianças são partes 
integrantes da comunidade escolar, ou seja, precisam conceber o 
sentimento de pertencimento ao ambiente, de modo compreensivo e 
7
 
 
 
autônomo. Deste modo, as crianças com necessidades especiais se 
sentirão acolhidas, sabendo que naquele ambiente, existe respeito 
às diferenças e diversidades, união e comprometimento com a 
qualidade do ensino e aprendizado. 
Outrossim, segundo Diaz et al (2009), a educação inclusiva 
presume que os direitos à educação serão garantidos pela instituição 
de ensino, sobretudo, no que tange às pessoas portadoras de 
necessidades especiais, conforme diretrizes presentes no Estatuto 
da Criança e do Adolescente, na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, dentre outras normas. 
Ademais, foi realizada uma pesquisa com professores com a 
finalidade de responderem perguntas a respeito da educação 
inclusiva. A maioria deles respondeu que a educação inclusiva é 
direcionada para pessoas que não possuem condições de frequentar 
uma escola normal; outros responderam que se trata de uma 
educação própria para pessoas anormais ou deficientes (Diaz et al, 
2009). 
Outros responderam que esse tipo de educação proporcionava 
a inclusão de pessoas deficientes, permitindo-lhes participar do 
processo de aprendizagem de maneira digna. Poucos disseram que 
a educação inclusiva favorecia o cidadão, independente de sua 
condição, gozar dos direitos de cidadão e, que permitia a inclusão de 
deficientes em escolas normais (Diaz et al, 2009). 
8
 
 
 
Todas as crianças tem o direito à educação e sua inclusão 
educacional conforme descrito no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, nos termos a seguir: 
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, 
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para 
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, 
assegurando-se-lhes: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na 
escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
[...]; 
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua 
residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a 
irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da 
educação básica (BRASIL, 1990). 
 
O artigo 53 citado acima, demonstra que a criança e o 
adolescente têm o direito à educação para que possam participar do 
desenvolvimento pedagógico como cidadão e para que possa se 
qualificar para o mercado de trabalho. Ademais,conforme o inciso I, 
o direito à educação proporciona a igualdade de condições e 
permanência escolar, isto quer dizer que tal direito se estende 
também às crianças portadoras de necessidades especiais. 
Ademais, o artigo 54 do ECA diz que é obrigação do Estado: 
“Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: III 
- atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 
1990). 
9
 
 
 
 
Deste modo, o artigo 54 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente é pragmático ao dizer que os alunos portadores de 
necessidades especiais devem receber atendimento especializado, 
de preferência na rede regular de ensino, demonstrando, assim, que 
a norma promove a igualdade, reduzindo as possíveis ações 
discriminatórias. 
De acordo com o Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de 2011 
que trata da Educação Especial e do Atendimento Educacional 
Especializado é responsabilidade da União disponibilizar apoio 
financeiro e técnico em relação à educação nos Estados, Municípios 
e no Distrito Federal com o objetivo de ampliar a oferta de 
atendimento educacional especializado aos alunos com 
necessidades especiais, com transtornos globais do 
desenvolvimento, com altas habilidades ou superdotação, 
sobretudo, preparando os professores com formação especializada 
para propiciar uma educação inclusiva a esses estudantes, conforme 
dita o artigo 5° e inciso IV do referido decreto (BRASIL, 2011). 
Para Araújo e Linhares (2014), a educação inclusiva só pode 
ocorrer quando não há desigualdade da comunidade escolar. No 
entanto, sabem que esse processo de inclusão é um desafio para os 
professores e profissionais da educação, isto é, todos os que 
participam do processo escolar. Deste modo, o desafio enfrentando 
por esses agentes da educação compreende a motivação dos alunos 
10
 
 
 
e a mudança de pensamento em um cenário cultural enraizado 
intrinsecamente na sociedade de maneira involuntária. 
Portanto, a mudança de pensamento é o maior desafio que os 
professores enfrentam ao ensinar os alunos a respeito da inclusão 
dos estudantes portadores de necessidades especiais. Assim, o 
professor tem a responsabilidade de ensinar aos demais alunos que 
os alunos deficientes, oprimidos, vulneráveis e com outras 
necessidades especiais são alunos como qualquer outro e não 
podem ser excluídos e ficarem à margem da sociedade (ARAÚJO; 
LINHARES, 2014). 
As necessidades especiais são o Transtorno do 
Comportamento, o Transtorno do Espectro do Autismo, as Altas 
Habilidades, as Deficiências Múltiplas, a Paralisia Cerebral, a 
Deficiência Visual, a Deficiência Física, o Transtorno do Déficit de 
Atenção com Hiperatividade, a Deficiência Auditiva e outras 
deficiências físicas, a Deficiência Mental e a Síndrome de Down, 
segundo Diaz et al (2009). 
Por conseguinte, a educação inclusiva tem o objetivo de 
promover a inserção de pessoas com tais necessidades especiais 
na escola. Para isso, a escola deve promover condições e recursos 
para que haja um espirito de cooperação e participação entre todos 
os alunos, de modo que, incluam os alunos especiais em todas as 
atividades (ARAÚJO; LINHARES, 2014). 
11
 
 
 
Ademais, para Araújo e Linhares (2014, p. 47): 
Educação inclusiva não significa educação com aspectos e 
baixas perspectivas em relação aos alunos; todavia, a 
concepção do papel extraordinário das situações instigantes, 
com níveis de dificuldade e de complexidade, que é conferida 
aos professores e aos alunos com aprendizagem expressiva é 
um autêntico desafio à criatividade e à ruptura das ideias 
improvisadas, como foi o caso dos grandes precursores da 
educação, que confiaram no grande papel que a educação 
concebia ao acesso à cidadania dos mais desprotegidos. 
 
 
Figura 1: Educação Inclusiva 
Fonte: MEC (2016) 
 
De acordo com o Ministério da Educação a educação inclusiva 
não se restringe apenas à escola especial, mas, passou a ser 
sinônimo de modalidade complementar e suplementar na educação. 
Deste modo, as escolas com educação inclusiva são qualificadas a 
ensinarem aos alunos muito mais do que as operações básicas de 
12
 
 
 
ler, escrever e realizarem operações matemáticas, a educação 
inclusiva promove a acessibilidade e interação social entre grupos e 
alunos, por meio de estudos compartilhados, atividades em grupo, 
brincadeiras diversas, jogos em sala de aula, dentre outros (MEC, 
2016). 
 
 
13
14
 
 
 
Módulo 2 
Atendimento Educacional Especializado, as normas e 
convenções 
O Atendimento Educacional Especializado ou AEE está 
descrito na Resolução n° 4/2009. O artigo 4° dessa resolução 
classifica os alunos da seguinte maneira: 
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do 
AEE: I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos 
de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou 
sensorial. II – Alunos com transtornos globais do 
desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de 
alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, 
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou 
estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com 
autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, 
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos 
invasivos sem outra especificação. III – Alunos com altas 
habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um 
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do 
conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, 
liderança, psicomotora, artes e criatividade (MEC, 2009). 
 
Conforme supracitado, o público-alvo do Atendimento 
Educacional Especializado, conforme a Resolução 4/2009 são os 
alunos com deficiência intelectual, mental ou física, bem como, os 
alunos com transtornos globais do desenvolvimento, síndrome do 
Autismo, síndrome de Asperger e outras síndromes e, os alunos com 
altas habilidades ou superdotados. 
15
 
 
 
Ademais, a Resolução 4/2009 exige que o professor tenha 
formação para habilitação à docência, assim como, de formação 
“específica” para trabalhar na Educação Especial, conforme artigo 12 
(MEC, 2009). 
Outrossim, o artigo 13 da referida resolução declara que os 
professores do Atendimento Educacional Especializado devem 
identificar, elaborar, produzir e organizar os serviços e os recursos 
pedagógicos, bem como, elaborar estratégias de acessibilidade em 
conformidade com as necessidades dos estudantes que participam 
da Educação Especial no país, segundo artigo 13, inciso I (MEC, 
2009). 
A Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015 conhecida como o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência, possui um capítulo inteiro que 
trata sobre o direito à educação, afirmando o direito que a pessoa 
com deficiência possui, incluindo a educação inclusiva em todos os 
níveis e aprendizado durante toda a vida, com o propósito de 
contribuir com o desenvolvimento cognitivo e das habilidades físicas, 
intelectuais, sensoriais e sociais de cada uma dessas pessoas 
(BRASIL, 2015). 
Além disso, o artigo 28 do referido estatuto apresenta o 
seguinte: 
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e 
modalidades, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; 
16
 
 
 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a 
garantir condições de acesso, permanência, participação e 
aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de 
acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão 
plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento 
educacional especializado, assim como os demais serviços e 
adaptações razoáveis, para atender às características dos 
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao 
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e 
o exercício de sua autonomia;(BRASIL, 2015). 
 
Deste modo, conforme citado acima, a pessoa com deficiência 
tem o direito de receber do poder público, um sistema educacional 
inclusivo, que proporcione o seu aprendizado ao longo de toda a 
vida. Um sistema de educação aprimorado e que promova a 
acessibilidade, permanência e participação do estudante nos 
processos de ensino, sobretudo, reduzindo as barreiras que 
impedem o acesso e progresso da pessoa com deficiência na 
educação, bem como, um projeto pedagógico com atendimento às 
pessoas com necessidades especiais. 
Diaz (2009), informa que o atendimento educacional 
especializado pode ser ofertado nas escolas e nos centros 
especializados. Segundo ele, o Atendimento Educacional 
Especializado funciona como uma política pública de educação 
especial que tem o objetivo de inserir os alunos portadores de 
necessidades especiais no sistema regular de ensino. 
 
Para Anache e Resende (2016), a avaliação de aprendizagem 
dos alunos portadores de deficiência intelectual que, porventura, seja 
17
 
 
 
realizado por alguma instituição de ensino merece atenção, visto 
que, não é algo fácil de se fazer pois, existe uma certa apreensão 
acerca do aprendizado desses indivíduos, sabendo que não 
aprendem de uma maneira um pouco diferente das pessoas que não 
são portadoras. 
Segundo Anache e Resende (2016) estes indivíduos 
necessitam de maior apoio e atenção, devendo ser orientados para 
o desenvolvimento pedagógico. Por causa disso, a avaliação de 
aprendizagem deve ser realizada por meio de atividades 
pedagógico-didáticas que poderão contribuir para o desenvolvimento 
psicológico dos alunos especiais, bem como, influenciando na 
construção do seu caráter e personalidade. 
O Brasil é signatário da Convenção Interamericana para a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência, segundo o Decreto n° 3.956/2001. A 
convenção promove os direitos e garantias dos cidadãos portadores 
de alguma deficiência (BRASIL, 2001). 
O artigo I da referida Convenção define o conceito de 
deficiência e discriminação, nos termos a seguir: 
Para os efeitos desta Convenção, entende-se por: 
1. Deficiência: O termo "deficiência" significa uma restrição 
física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou 
transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais 
atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo 
ambiente econômico e social. 
18
 
 
 
2. Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência: a) 
o termo "discriminação contra as pessoas portadoras de 
deficiência" significa toda diferenciação, exclusão ou restrição 
baseada em deficiência, antecedente de deficiência, 
consequência de deficiência anterior ou percepção de 
deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito 
de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por 
parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos 
humanos e suas liberdades fundamentais. b) Não constitui 
discriminação a diferenciação ou preferência adotada pelo 
Estado Parte para promover a integração social ou o 
desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência, desde 
que a diferenciação ou preferência não limite em si mesma o 
direito à igualdade dessas pessoas e que elas não sejam 
obrigadas a aceitar tal diferenciação ou preferência. Nos casos 
em que a legislação interna preveja a declaração de interdição, 
quando for necessária e apropriada para o seu bem-estar, esta 
não constituirá discriminação (BRASIL, 2001). 
 
Assim, conforme descrito acima, a Convenção Interamericana 
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência define o conceito de deficiência 
como uma restrição mental, sensorial ou física, que pode ser 
permanente ou não, capaz de limitar a capacidade da pessoa para 
exercer alguma atividade. 
Já, o conceito de discriminação contra as pessoas portadoras 
de deficiência se caracteriza pela exclusão ou restrição que alguém 
ou grupo tem em detrimento de uma pessoa, podendo impedir ou 
anular o reconhecimento e o exercício das pessoas com deficiência 
em relação a seus direitos. Todavia, isso não inclui a forma de 
diferenciação, por parte do Estado, para promover a igualdade e 
desenvolvimento social dessas pessoas. 
19
 
 
 
Ademais, o artigo III, item 1 da convenção reconhece que os 
países participantes realizem medidas e políticas públicas para, além 
de outras coisas, promover a educação para as pessoas portadoras 
de necessidades especiais, por meio da criação de leis e normas que 
garantam a plena integração dessas pessoas na sociedade, 
eliminando todas as formas de discriminação (BRASIL, 2001). 
Outrossim, Diaz et al (2009) explica que a Convenção 
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência ao 
definir o conceito de deficiência e discriminação apresenta essa 
concepção como um limite que dispõe tais pessoas e, não, como 
uma impossibilidade imposta a elas. 
Posto isso, o grande desafio da educação inclusiva e a atenção 
especializada para pessoas portadoras de necessidades especiais é 
fazer com elas se sintam acolhidas e que o preconceito seja 
eliminado, de modo que todos os cidadãos respeitem a realidade e 
limites de cada pessoa sem distinção, para que as pessoas com 
deficiência não se sintam excluídas e à margem da sociedade (DIAZ 
et al, 2009). 
Em 2011 foi emitido o Decreto n° 7.611/2011 que trata da 
Educação Especial e do Atendimento Educacional Especializado. 
Este decreto é específico ao tratar do AEE, demonstrando ao poder 
público a sua responsabilidade a respeito da educação para pessoas 
com necessidades especiais (BRASIL, 2011). 
20
 
 
 
Dentre outras coisas, o decreto dispõe o seguinte: 
Art. 2º A educação especial deve garantir os serviços de apoio 
especializado voltado a eliminar as barreiras que possam 
obstruir o processo de escolarização de estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação. 
§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata 
o caput serão denominados atendimento educacional 
especializado, compreendido como o conjunto de atividades, 
recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados 
institucional e continuamente, prestado das seguintes formas: 
I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento, como apoio 
permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes 
às salas de recursos multifuncionais; ou 
II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades 
ou superdotação. 
§ 2º O atendimento educacional especializado deve integrar a 
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da 
família para garantir pleno acesso e participação dos 
estudantes, atender às necessidades específicas das pessoas 
público-alvo da educação especial, e ser realizado em 
articulação com as demais políticas públicas (BRASIL, 2011). 
 
O artigo 2° acima fala da educação especial, que deve 
proporcionar os serviços de apoio especializado com o intuito de 
extinguir as dificuldades que estudantes com deficiência possuem no 
ambiente escolar. Ademais, a educação especial visa complementar 
a formação desses estudantes nas atividades pedagógicas. 
Art. 3º São objetivos do atendimento educacional especializado: 
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no 
ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de 
acordo com as necessidades individuais dos estudantes; 
II - garantir a transversalidade das ações da educação especial 
no ensino regular; 
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e 
pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e 
transversal. aprendizagem; e 
21
 
 
 
IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos 
demais níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL,2011). 
 
O parágrafo 2° do artigo 2° diz que o atendimento educacional 
especializado tem a responsabilidade de promover a integração 
pedagógica na escola, fazendo com que a família participe 
integralmente com os alunos deficientes, ajudando a escola no 
processo de aprendizado. 
O artigo 3° apresenta os objetivos do atendimento educacional 
especializado é o do proporcionar o acesso, participação e 
aprendizado, assim como, incentivar que sejam usados recursos 
didáticos e pedagógicos com o intuito de eliminar as barreiras de 
aprendizagem. 
A Nota Técnica n° 20/2015/MEC/SECADI/DPEE do Ministério 
da Educação dispõe acerca das orientações aos sistemas de ensino 
visando ao cumprimento do artigo 7° da Lei 12764/2012. Dentre 
outras coisas, a nota técnica diz que as instituições de ensino 
públicas ou privadas, em todos os níveis, devem permitir o acesso 
de pessoas com deficiência como garantia de seus direitos (MEC, 
2015). 
A efetivação desse direito decorre da garantia de matrícula e de 
condições para a plena participação e aprendizagem em todos 
os níveis, etapas e modalidades de ensino, em consonância com 
os atuais marcos legais, políticos e pedagógicos da educação 
especial na perspectiva da educação inclusiva (MEC, 2015, p. 
01). 
 
22
 
 
 
 
Ademais, enfatiza o direito constitucional definido no artigo 205 
da Constituição Federal que promove o direito à educação para 
todos, sem exceção, para o desenvolvimento de todos os cidadãos, 
bem como, o atendimento educacional especializado a quem 
necessita, inclusive, prevendo multa de 03 a 20 salários mínimos 
para os gestores de instituições de educação e suas autoridades 
competentes se se recusarem a realizar matrículas de pessoas com 
qualquer tipo de deficiência (MEC, 2015). 
O Brasil também é signatário da Convenção Internacional sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência assinada em Nova York em 
2007, conforme o Decreto n° 6.949/2009. Essa convenção teve o 
objetivo de contribuir com a prevenção do exercício pleno dos 
direitos humanos para as pessoas com deficiência, além de 
promover o respeito à sua dignidade em todo o mundo (BRASIL, 
2009). 
Essa convenção tem como princípios, no que tange às pessoas 
com deficiência: o respeito à dignidade, a autonomia individual, a 
liberdade de escolha e independência, o direito a não ser 
discriminado, a participação integral na sociedade, o direito ao 
respeito por suas diferenças como parte da diversidade humana, o 
direito à igualdade entre homem e mulher e de oportunidades, o 
direito à acessibilidade e o respeito ao desenvolvimento das crianças 
com deficiência (BRASIL, 2009). 
23
 
 
 
Outrossim, como forma de garantir a participação das pessoas 
com deficiência ao pleno gozo das atividades e oportunidades na 
vida social, os Estados Partes da Convenção reconheceram o direito 
das pessoas com deficiência de participar da vida cultural com todos 
os seus benefícios, conforme descrito no artigo 30 item 5, nos termos 
a seguir: 
5. Para que as pessoas com deficiência participem, em 
igualdade de oportunidades com as demais pessoas, de 
atividades recreativas, esportivas e de lazer, os Estados Partes 
tomarão medidas apropriadas para: 
a) Incentivar e promover a maior participação possível das 
pessoas com deficiência nas atividades esportivas comuns em 
todos os níveis; 
b) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham a 
oportunidade de organizar, desenvolver e participar em 
atividades esportivas e recreativas específicas às deficiências e, 
para tanto, incentivar a provisão de instrução, treinamento e 
recursos adequados, em igualdade de oportunidades com as 
demais pessoas; 
c) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso a 
locais de eventos esportivos, recreativos e turísticos; 
d) Assegurar que as crianças com deficiência possam, em 
igualdade de condições com as demais crianças, participar de 
jogos e atividades recreativas, esportivas e de lazer, inclusive no 
sistema escolar; 
e) Assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso 
aos serviços prestados por pessoas ou entidades envolvidas na 
organização de atividades recreativas, turísticas, esportivas e de 
lazer (BRASIL, 2009). 
 
Deste modo, os estados participantes se comprometeram a 
incentivar a participação das pessoas com deficiência nos esportes, 
em várias modalidades, com oportunidades de desenvolvimento e 
treinamento adequado, assim como, o pleno acesso a eventos 
esportivos, recreativos e turísticos e, para as crianças, o pleno 
24
 
 
 
acesso às atividades recreativas escolares, por meio de jogos, 
esportes e lazer, conforme supramencionado. 
 
 
25
26
 
 
 
Módulo 3 
Formas de Educação inclusiva e Acessibilidade 
Segundo Lopes et al (2016), a educação inclusiva pode 
ultrapassar as barreiras do ambiente tradicional de educação 
urbano. O processo de aprendizagem é direito de todos e uma 
educação desvinculada pode se tornar um benefício para quem vive 
longe das grandes cidades. Desse modo, promover a educação para 
as pessoas que vivem no campo caracteriza-se como uma nova 
maneira de fazer escola, envolvendo pessoas em todos os lugares. 
Ademais, o ensino para pessoas que vivem no campo 
demonstra uma nova forma de educação formal realizada em um 
espaço de inovação. A educação inclusiva no campo, portanto, 
contribui para que os camponeses tenham o cumprimento do seu 
direito adquirido à educação e o conhecimento, além de assegurar o 
direito ao reconhecimento de suas práticas diferenciadas e, sem 
dúvida, promover o conhecimento cultural da região e do campo 
(LOPES et al, 2016). 
Outra forma de educação inclusiva é a propagação da Língua 
Brasileira de Sinais, conhecida como Libras. As Libras contribuem 
para o acesso à educação porque possui características e aspectos 
linguísticos próprios para as pessoas com deficiência auditiva. As 
libras trabalham com a morfologia e a sintaxe da língua portuguesa, 
27
 
 
 
todavia, com uma linguagem de movimentos e expressões próprias 
(MEC, 2017). 
Segundo o Ministério da Educação, a língua de sinais brasileira 
é oriunda da Língua de Sinais Francesa trazida ao Brasil em 1857 e 
utilizada na primeira escola de surdos do país. Outrossim, a 
linguagem de sinais promove a inclusão das pessoas portadoras de 
necessidades especiais. Contudo, a sociedade precisa compreender 
isso, pois, os surdos veem o mundo por um canal diferente e, por 
isso, precisam de atenção especial de políticas públicas voltadas 
para eles (MEC, 2017). 
Os alunos com deficiência auditiva, conforme o censo escolar 
2016, chegam a quase 22 mil estudantes surdos, mais de 32 mil 
estudantes com deficiência auditiva e mais de 300 alunos com 
surdocegueira, todos participantes e matriculados na educação 
básica. Assim, essas pessoas merecem a atenção e inclusão escolar 
e da sociedade (MEC, 2017). 
Diaz et al (2009) dá algumas dicas de como promover a 
inclusão e acessibilidade para as pessoas portadoras de 
necessidades especiais, nos termos a seguir: 
Outra questão que pode ser resolvida com o trabalho da CF, 
utilizando o sistema Braille, é evitar a aglutinação de palavras. 
Isto é, ao se trabalhar com a “leitura” de frases de forma 
sistematizada e pausada, a criança cega vai observar que as 
palavras da frase são separadas. Para isso seria proposto 
formar frases a partir de fichas em Braille de modo que a criança 
28
 
 
 
manipule as palavras escritas de forma convencional. Aqui 
poderia entrar como coadjuvante as manchetes de jornais e 
revistas, adequadas à idade da criança tanto no sentido do 
conteúdo (semantismo) quanto no sentido sintático (tamanho). 
Enfim, a proposta é constituir exercícios que promovam a CF 
para as crianças cegas, buscando auxiliá-las na aquisição da 
ortografia oficial da Norma Padrão. Dessa maneira, acreditamos 
que estas crianças podem até escolher outros suportes de 
comunicação, a gravação, por exemplo,mas estará apta 
também a se utilizar do sistema de escrita voltado 
especificamente para ela. 
Um exemplo de inclusão social na educação é o que ocorre no 
Estado do Recife desde 1994 por meio de uma escola que se 
preocupa com as crianças portadoras de necessidades especiais. 
Trata-se da Escola Municipal Padre Antônio Henrique que atende 
estudantes com as mais variadas deficiências, são surdos, com 
síndrome de Down, paralisia cerebral, dentre outros (MEC, 2011). 
Com seu ótimo trabalho, a escola reduziu o número de surdos 
em 2009, contando com 170 alunos surdos passou para 72. Essa 
redução ocorreu em virtude desses deficientes começarem a 
conquistar outros espaços por terem se familiarizado com a escola, 
ou seja, o processo de inclusão foi tão bom que os alunos surdos 
começaram a frequentar outras escolas por terem aprendido o 
sentimento de igualdade. Outros deixaram a escola em virtude de 
sua conclusão no ensino fundamental (MEC, 2011). 
A escola é um excelente exemplo a ser levado. Além de todo o 
trabalho, a escola disponibiliza aos alunos um ambiente ideal de 
aprendizado com uma biblioteca cheia de recursos para todos os 
alunos, com obras literárias, CDs na linguagem de sinais, livros em 
29
 
 
 
Braile e jogos pedagógicos. Além disso, possuem estagiários que 
ajudam os alunos na leitura e professores qualificados para o 
trabalho (MEC, 2011). 
Ademais, Araújo e Linhares (2014, p. 47) falam sobre educação 
inclusiva e acessibilidade, nos termos a seguir: 
Educação inclusiva não significa educação com aspectos e 
baixas perspectivas em relação aos alunos; todavia, a 
concepção do papel extraordinário das situações instigantes, 
com níveis de dificuldade e de complexidade, que é conferida 
aos professores e aos alunos com aprendizagem expressiva é 
um autêntico desafio à criatividade e à ruptura das ideias 
improvisadas, como foi o caso dos grandes precursores da 
educação, que confiaram no grande papel que a educação 
concebia ao acesso à cidadania dos mais desprotegidos. 
 
A acessibilidade é um dos princípios da Convenção 
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 
Segundo a convenção, um de seus objetivos é proporcionar uma 
vida normal e independente às pessoas com deficiência, de modo 
que participem ativa e plenamente dos aspectos da vida. Essas 
prerrogativas devem ser viabilizadas pelos Estados Membros, que 
deverão conduzir políticas públicas de acesso à informação, 
sistemas e tecnologias, meios de transportes, instalações de acesso 
físico em zonas urbanas e rurais, bem como, acessos à edifícios, 
rodovias, residências, escolas, hospitais e local de trabalho (BRASIL, 
2009). 
30
 
 
 
O Ministério da Educação mantém um programa chamado 
“Escola Acessível”. Esse programa tem o objetivo de fomentar a 
acessibilidade e a inclusão dos estudantes com deficiência, com 
transtornos do desenvolvimento ou com altas habilidades e 
superdotação (MEC, 2011). 
Aliás, o direito à acessibilidade permite que as pessoas 
portadoras de necessidades especiais compartilhem os mesmos 
espaços e locais, os espaços comuns de aprendizagem, utilizando 
os meios pedagógicos disponibilizados a todos. Acima de tudo, o 
programa Escola Acessível visa propiciar a acessibilidade 
arquitetônica e espacial dos ambientes escolares, o qual deve ser 
comum a todos, sem exceção (MEC, 2011). 
 
 
Figura 2: Acessibilidade 
Fonte: Guia de Rodas (2019) 
31
 
 
 
 
De maneira específica, o programa Escola Acessível tem a 
finalidade de adequar as estruturas físicas do ambiente escolar para 
o funcionamento das salas, com recursos multifuncionais, assim 
como, a melhora dos sanitários, das portas, a instalação de vias de 
acesso e corrimão, rampas e sinalização visual, bem como, a compra 
de móveis, cadeiras de rodas e demais materiais necessárias à 
promoção da acessibilidade e facilitação da vida dos alunos 
portadores de necessidades especiais, segundo o Ministério da 
Educação (MEC, 2011). 
 
 
 
 
 
32
 
 
 
Módulo 4 
Educação, Ciberespaço e Quiz como aprendizado 
O ciberespaço é um conceito utilizado pela primeira vez por 
William Gibson em 1984 em um romance de ficção-científica 
chamado de “Neuromancer”. O termo “ciberespaço” utilizado por 
Gibson pretendeu discutir o conflito entre o homem e a máquina, 
sobretudo, em relação a robôs e viagens espaciais. O ciberespaço, 
portanto, elucida um universo paralelo e novo, sob uma 
representação física e dimensional do universo teórico do 
conhecimento (MELO NETO, 2007). 
Ele explica, ainda, que o ciberespaço se trata de um mundo 
abstrato em que a mente é utilizada em detrimento do corpo para 
vislumbrar esse novo universo tecnológico. Como exemplo disso, é 
possível entender esse universo ou ciberespaço quando se utiliza a 
internet. Os usuários da internet são capazes de acessar o outro 
lugar do globo a um clique do mouse. Quando se faz uma compra 
em um site, por exemplo, o indivíduo acessa a loja em um espaço 
abstrato e multidimensional mesmo não estando lá presente, pois 
utiliza a sua mente para realizar ações e, não necessariamente 
precisa do corpo para isso, talvez a mão para digitar e clicar (MELO 
NETO, 2007). 
33
 
 
 
Para Lévy (2010), o ciberespaço funciona como um canal 
aberto de comunicação, funcionando por intermédio da conexão 
mundial de computadores e internet, utilizando sistemas eletrônicos 
e comunicação digital. 
Portanto, compreende-se que o ciberespaço é um local de 
comunicação aberto na rede mundial de computadores e dispositivos 
portáteis e eletrônicos como celulares, tablets, computadores, por 
exemplo, e com o auxílio da internet. 
O ciberespaço proporciona a criação e desenvolvimento de 
novos programas, serviços, códigos de informação e segurança, o 
aumento das relações humanas, a conexão entre dispositivos, 
celulares, impressoras, som e imagem, televisões digitais, ou seja, 
uma infinidade de dispositivos e softwares que facilitam o cotidiano 
das pessoas e contribuem, sem dúvida, para a melhora e alcance da 
educação, pois, permite que pessoas em locais distantes consigam 
estudar por intermédio de um computador, celular e internet (LÉVY, 
2010). 
Por conseguinte, o ciberespaço é um campo que engloba todas 
as mídias, comunicações, tecnologias e meios de informação. Esse 
universo aumenta a possibilidade de comunicação por meio de uma 
dimensão contínua e ilimitada, proporcionando o aprendizado online, 
desbravando e quebrando as fronteiras da educação ou, que 
impedem o crescimento e expansão educacional. 
34
 
 
 
Deste modo, o ciberespaço é fundamental e está operante na 
sociedade atual de modo que estão interligados, pois, está presente 
em todos os lugares, sobretudo, em decorrência do aumento de 
tecnologias tão essenciais e transformadoras capazes de 
impulsionar o desenvolvimento de qualquer estado, levando, além de 
tudo, muita informação a quem não possuía e, tornando o mundo 
mais globalizado. Por causa disso, as tecnologias de rede ganham 
maior espaço neste universo, pois, ampliam a conexão e interação 
entre os humanos por meio da transferência de dados (MACHADO, 
2010). 
Ademais, segundo Machado (2010), o processo de 
aprendizagem na sociedade atual é um grande desafio, em virtude 
da complexidade social, sobremaneira, da complexidade do sistema 
pedagógico que exige procedimentos e regras de ensino dinâmicas 
e completas para a eficácia do ensino que, ainda, utiliza as 
tecnologias digitais para o ensino e aprendizado. Neste ponto, as 
tecnologias digitais são vistas como fenômenos tecnossociais 
capazes de aprimorar a capacidade de ensino e a interação 
educacional dos indivíduos. 
Deste modo, é muito importante a reflexão sobre os processos 
transformadores que surgiram por meio da tecnologia e do ambiente 
criado pelo ciberespaço. A tecnologia, portanto, criou fenômenos 
sociais próprios que alteram a realidadedos indivíduos que 
passaram a viver dependentes da tecnologia. 
35
 
 
 
 
Outra coisa importante no processo de educação é o uso de 
jogos. Um dos jogos utilizados na educação é o quiz. O Quiz é um 
tipo de jogo interativo composto de perguntas e respostas, capaz de 
proporcionar uma experiência educativa e divertida que encoraja a 
competição, o relacionamento social e colaborativo e o 
conhecimento. Esse jogo funciona como uma atividade motivacional 
e eficiente em relação à educação de determinado assunto 
(MARTINS, 2016). 
O Quiz, portanto, é uma categoria de jogo que pode ser 
utilizada em grupos e apenas uma pessoa. O seu propósito é 
estimular o desenvolvimento do conhecimento e capacidade 
colaborativa (SCHIMIGUEL et al, 2015). 
36
 
 
 
 
O quiz permite a aplicação de testes que analisam o 
conhecimento de maneira lúdica por intermédio da interação entre 
os participantes e a competição. O quiz pode se apresentar de forma 
objetiva ou subjetiva, por meio de métodos, questões de múltiplas 
escolhas e atividades que apresentam os conceitos matemáticas 
representando situações da vida real (SCHIMIGUEL et al, 2015). 
Deste modo, o jogo Quiz serve tanto para indivíduos ou grupos 
sociais, despertando uma série de habilidades de quem faz seu uso 
37
 
 
 
como, o desenvolvimento social, o conhecimento colaborativo, a 
competição, a interação e relacionamento interpessoal e o 
aprendizado escolar, trazendo a atividade lúdica para a realidade. 
Serviria, portanto, no processo de aprendizagem das crianças e 
pessoas portadoras de necessidades especiais, inclusive, como 
forma de inclusão no ambiente escolar. 
De acordo com Schimiguel et al (2015) o Quiz, como jogo, na 
educação, é objeto de estudos relacionados ao ambiente de ensino 
e o material didático utilizado em sala de aula. O Quiz pode ser 
usado como forma de melhorar a disciplina e reconhecimento de 
habilidades e conhecimento por meio de perguntas e respostas. O 
jogo de Quiz contribui para a melhora da aprendizagem dos alunos 
em qualquer idade. 
O Quiz, por conseguinte, serve para facilitar o aprendizado do 
estudante proporcionando um método de estudo mais dinâmico, 
temático e capaz de auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno 
(SILVA et al, 2010). 
A teoria de Vygostsky aponta o quiz como um processo de 
construção mental, que utiliza a interação e relacionamento social 
para o desenvolvimento do conhecimento, assim, quanto são 
utilizados em sala de aula, o jogo permite uma interação entre 
professores e alunos. Por isso, a escola deve proporcionar um 
ambiente em que os alunos recebam conhecimento e conteúdo por 
meio de jogos e realidades tecnológicas (SILVA et al, 2010). 
38
 
 
 
Existem vários benefícios na utilização de jogos de Quiz na 
educação escolar. O Quiz aprimora os estudos e contribui para o 
ambiente escolar mais criativo e diversificado, permitindo aos alunos 
explorar o mundo educacional sobre outra perspectiva. Esse tipo de 
jogo também contribui para a retenção do aluno e sua participação 
na escola. O Quiz, ainda, consegue demonstrar falhas no 
aprendizado por meio dos testes e perguntas, além de facilitar o 
estudo e a fixação do conteúdo, sem falar que é uma das 
ferramentas do professor para atrair a atenção do aluno e fazer com 
que ele aprenda e entesoure o conhecimento (OLIVEIRA; MOITA, 
2016). 
Ademais, o quiz é capaz de despertar o interesse dos alunos 
em relação ao conteúdo disciplinar, auxiliando os professores a 
prepararem e realizarem a aula de modo eficiente. O quiz auxilia os 
professores no conhecimento sobre se o que estão fazendo está em 
concordância com os métodos corretos de aprendizagem e um 
feedback sobre o desenvolvimento do aluno, além de proporcionar 
um ambiente eficaz de relacionamento escolar (OLIVEIRA; MOITA, 
2016). 
Deste modo, conforme Oliveira e Moita (2016), o Quiz é capaz 
de despertar o interesse dos alunos, sobretudo, quando planejado e 
preparado de acordo com as necessidades de cada um, atuando 
como uma forma de feedback para os professores se prepararem 
para ensinar. Ademais, se feito com regularidade, essa atividade cria 
um costume de estudo e aprendizagem, auxiliando na motivação e 
39
 
 
 
desejo dos alunos. Deste modo, o Quiz é um grande benefício tanto 
para os alunos quanto para as instituições de ensino. 
 
 
 
40
 
 
 
Módulo 5 
Jogos e atividades infantis 
 
É possível acessar atividades educativas, brincadeiras e jogos 
criativos para os alunos e crianças por meio do portal: 
 <https://educa.ibge.gov.br/criancas/brincadeiras-2.html> 
 
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