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Currículo e Educação

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PÓS
GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA
Pós-graduação em educação da Fabra: caderno de estudos
Serra
2016
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA
MANTENEDOR DO CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA 
CRED. PELA PORT. Nº 2787 DE 12/12/2001, D.O.U. 17/12/2001 – 
ADITADA PELA PORT. Nº 467 DE 13/09/2013, D.O.U 16/09/2013. 
 CNPJ 03.580.192/0001-40
Rua Pouso Alegre, 49 – Barcelona – Serra/ES
Tel.: 27 3241-9093 – www.soufabra.com.br
Copyright@FABRA 2016
Elaboração:
Centro de Ensino Superior Fabra
Revisão: Eber da Cunha Mendes
Diagramação e Produção:
Centro de Ensino Superior Fabra
Catalogação na publicação elaborada pela Biblioteca Central da FABRA.
 Centro de Ensino Superior Fabra.
C39787p Pós-graduação em educação da Fabra : cadernos de 
estudos / Centro de Ensino Superior Fabra; Eber da Cunha 
Mendes (revisor). – Serra, ES: Centro de Ensino Superior 
Fabra, 2016.
 402 p. : il..
 
 ISBN. 978-85-92808-01-3
 
 1. Educação - estudo e ensino. 2. Educação - Brasil.
3. Formação de Professores. I. Título.
 
CDD 370.7
ÍNDICE
MÓDULO 1
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO
UNIDADE I
O CURRÍCULO E SUASMÚLTIPLAS DIMENSÕES ............................................................. 11
UNIDADE II 
CURRÍCULO, CULTURA, DIVERSIDADEE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ........................... 18
UNIDADE III
O CURRÍCULO, LEGISLAÇÕESE POLÍTICAS EDUCACIONAIS........................................ 30
MÓDULO 2
DIDÁTICA
UNIDADE I
ASPECTOS DA DIDÁTICA GERAL....................................................................................... 59
UNIDADE II
A PRÁTICA DOCENTE ......................................................................................................... 72
UNIDADE III
A DIDÁTICA E AS NOVAS TECNOLOGIAS ......................................................................... 99
MÓDULO 3
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
UNIDADE I
AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIANA HISTÓRIA ................................................................ 117
UNIDADE II
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................................... 128
UNIDADE III
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS ........................................................................... 145
MÓDULO 4
ÉTICA E FORMAÇÃODE PROFESSORES
UNIDADE I
FUNDAMENTOS DA ÉTICA .................................................................................................. 173
UNIDADE II 
A ÉTICA NAS RELAÇÕES SOCIAIS .................................................................................... 176
UNIDADE III
ÉTICA E FORMAÇÃO DO PROFESSOR ............................................................................. 181
MÓDULO 5
METODOLOGIA CIENTÍFICA
UNIDADE I
CONCEITO DE PESQUISA E SUAS DIFERENTES CONFIGURAÇÕES ............................ 231
UNIDADE II
MODALIDADES DE PESQUISA ........................................................................................... 243
ANEXO I
ELABORAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO ............................................................................ 267
MÓDULO 6
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
UNIDADE I
POLÍTICA PÚBLICA EM EDUCAÇÃO .................................................................................. 275
UNIDADE II
FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃODE POLÍTICAS EDUCACIONAIS ............................. 290
UNIDADE III
EDUCAÇÃO BÁSICA: GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO E
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 297
MÓDULO 7
PSICOLOGIA E APRENDIZAGEM
UNIDADE I
ORIGEM E EVOLUÇÃO DAPSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO ................................................ 323
UNIDADE II
TEORIAS DA APRENDIZAGEM: ABORDAGENS DA PSICOLOGIA ................................... 326
UNIDADE III
AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA ........................... 349
Serra - ES
FABRA
MÓDULO 1
EMENTA1 
Historicidade dos conceitos e teorias do currículo. Currículo no sistema educacional brasi-
leiro. Relações entre políticas educacionais e currículo. Currículo como instrumento peda-
gógico de construção e reconstrução dos saberes. Currículo, cultura e diversidade.
OBJETIVOS 2 
Geral:
Contribuir para o conhecimento sobre o currículo na sua historicidade, concepção teórico-
conceitual e aplicabilidade no cotidiano escolar.
Específi cos:
Conhecer a historicidade das teorias do currículo na relação com as políticas educacio-· 
nais; 
Apropriar-se dos conhecimentos fundamentais para a elaboração e implementação de · 
propostas curriculares;
Compreender o currículo nos contextos políticos econômicos, culturais e raciais; · 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO3 
UNIDADE I – O currículo e suas múltiplas dimensões
Conceitos, historicidade e teorias do currículo. Currículo no sistema educacional bra-
sileiro.
UNIDADE II – O currículo, legislações e políticas educacionais
Legislações curriculares, Diretrizes Curriculares Nacionais e Formação de professores.
UNIDADE III – Currículo, cultura, diversidade e práticas pedagógicas
Currículo como instrumento pedagógico de construção e reconstrução dos saberes. 
Curriculo, cultura e diversidade.
METODOLOGIA DE ENSINO4 
A proposta metodológica constará de exposição dialogada, debates sobre temas/textos/
livros/fi lmes/músicas, análise e interpretação de textos, exercícios teóricos/práticos referen-
tes ao conteúdo trabalhado, individual e/ou em grupo, etc. 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO5 
Serão considerados os seguintes critérios avaliativos: - argumentação, coerência, originali-
dade, objetividade com vistas ao atendimento dos objetivos propostos no Plano de Ensino. 
Para isso serão utilizados os seguintes instrumentos avaliativos: produção escrita/oral em 
sala de aula, pesquisa/apresentação de seminários, etc.
Caros alunos!
Nosso estudo neste módulo é pautado nas teorias e discussões sobre o cur-
rículo. Estudaremos sobre os conceitos e historicidade. Esta discussão não 
se esgota neste módulo, dada a complexidade deste tema que envolve am-
plos e intensos estudos e pesquisas, sob o ponto de vista das relações en-
tre os diferentes sujeitos na sociedade, assim como, na instituição escolar.
Convive-se hoje em uma sociedade na qual convivem variadas culturas e 
etnias, bem como, grande diversidade de modos de ser, de linguagens e ca-
racterísticas físicas que podem ser utilizadas como critérios de preconceito 
e discriminações. Considerando esta realidade, a escola pode ser palco de 
discriminações, na medida em que ignora as problemáticas relacionadas à 
diversidade. 
Por outro lado, uma escola que tenta propiciar aos alunos os conhecimen-
tos necessários para compreender, se adaptar e construir opiniões, em seus 
contatos com diversos ambientes e pessoas. Que garante no currículo es-
colar o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena (Lei 10.639/03 
e Lei 11.645/08) e aponte caminhos para uma educação para a igualdade 
racial estará contribuindo para a democratização do currículo, no sentido 
de uma educação antirracista, na qual a convivência com as diferenças são 
pautadas pelo reconhecimento dos direitos de cada pessoa e a possibilida-
de de interações baseadas no respeito e igualdade.
Além de possibilitar o aprofundamento do debate sobre a diversidade, este 
módulo tem como proposta, analisar as práticas ocorridas na escola em re-
lação a diversidade étnico-racial.
Em cada unidade vocês terão atividades de leitura, discussão, produção es-
crita, observação e análise de dados, imagens e discursos sobre a diversi-
dade cultural e étnico-racial que serão instrumentos de estudos importantes 
para a formação do profi ssional da educação.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 11
UNIDADE I
O CURRÍCULO E SUAS
MÚLTIPLAS DIMENSÕES
Conceitos, historicidade e teorias do currículo. Currículo no sistema educacional brasileiro.
O QUE É CURRÍCULO?
Abaixo, alguns recortes que apresentam teóricos e seus diferentes conceitos de cur-
rículo:
O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder,repre-
sentação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam 
relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades so-
ciais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. 
O currículo corporifi ca relações sociais
(Tomáz Tadeu da Silva)
O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre 
o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, 
suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições. 
(G.Sacristan)
O currículo “está centralmente envolvido naquilo que somos, naquilo que nos torna-
mos e naquilo que nos tornaremos. O currículo produz, o currículo nos produz.”
(Tomáz Tadeu da Silva)
O currículo é um tema fundamental na organização e sistematização do ensino-aprendiza-
gem, pois elenca os conteúdos, sentidos e signifi cados do fazer pedagógico na escola. 
No currículo, estão sistematizados os conhecimentos teórico-práticos necessários à cons-
trução do trabalho pedagógico. Neste sentido, orienta o planejamento e as práticas peda-
gógicas, pois apresenta um caminho a seguir, no que se refere à condução do processo de 
ensino-aprendizagem. 
No entanto, a concepção de currículo não é hegemônica. São diversos os modos de com-
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA12
preender a dimensão e confi guração deste importante instrumento pedagógico. Para Can-
dau e Moreira (2006), o currículo pode ser considerado como:
(a) Os conteúdos a serem ensinados e aprendidos;
(b) As experiências de aprendizagem escolares vivenciadas pelos estudantes; 
(c) Os planos pedagógicos elaborados por profi ssionais da educação;
(d) Os objetivos a serem atingidos por meio do ensino;
(e) Os processos de avaliação, que afetam a determinação dos conteúdos e dos pro-
cedimentos pedagógicos
(MOREIRA; CANDAU, 2006).
Como vimos anteriormente, existem modos diferentes de conceber o currículo. Uma des-
sas formas aponta para um currículo no sentido restrito. Deste modo, existem muitos teóri-
cos que tecem críticas a essa concepção, por desconsiderarem os sentidos e signifi cados, 
além das relações de poder que atravessa o currículo escolar.
“Em sentido restrito currículo escolar é o conjunto de matérias a serem ministradas em 
determinado curso ou grau de ensino. Neste sentido, o currículo abrange dois outros 
conceitos importantes: o de plano de estudos e o de programa de ensino.” 
(Nelson Piletti)
Neste sentido, o currículo é algo palpável – documentos, papéis, registros de conteúdos, 
temas e informações as serem ensinadas na escola. E assim, os elementos simbólicos, 
os aspectos fi losófi cos, políticos, culturais e sociais, são abstraídos, como se não fossem 
currículo.
Sobre o conceito de currículo, no sentido amplo, podemos concluir, a partir dos autores 
abaixo:
Os conhecimentos, valores, relações de poder, identidades, diversidades que queremos 
discutir com os alunos, no sentido da transformação social necessária á construção de uma 
escola de qualidade, assim como a mudança social. Neste sentido, quando organizamos o 
currículo, estes aspectos devem ser considerados.
O currículo deve ser considerado um instrumento de transformação social e sua elaboração 
exige que os atores envolvidos saibam que tipo de aluno, de escola e de sociedade se quer 
formar? Como esse currículo pode contribuir com essa proposição?
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 13
Imagem disponível em: http://unoparmirian.blogspot.com.br/2012/09/curriculo-tradicional.html
O que entendemos por currículo? Um programa de estudos? Um plano de ensino? Um ins-
trumento amplo, diverso atravessado por sentidos, sentimentos, valores, culturas, saberes 
e fazeres populares, tecnológicos de grupos e tempos diferentes? O que você entendeu? 
Faça um pequeno relato a partir da fi gura.
Imagem disponível em: http://curriculoescolaramb.blogspot.com.br/
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA14
Se o conceito de currículo deve considerar a vida, a história, a cultura, as questões sociais, 
enfi m, os conhecimentos produzidos historicamente, isso signifi ca que os planos, docu-
mentos, legislações e outros registros devem ser descartados? Obviamente, estes recur-
sos são indispensáveis, porém, compreendidos para além do simples papel.
Vamos conhecer alguns destes importantes instrumentos de constituição curricular.
PLANO DE ESTUDOS 
É a lista de matérias que devem ser ensinadas em cada grau ou ano escolar, com indi-
cação do tempo de cada uma, expressa geralmente em horas e semanas.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 15
PROGRAMA DE ENSINO
São os conteúdos de cada disciplina e 
em cada ano ou grau, com indicação 
dos objetivos, dos rendimentos dese-
jados e das atividades sugeridas ao 
professor para melhor desenvolvimen-
to do programa e outras instruções 
metodológicas” (OEA Unesco)
Neste documento o professor seleciona quais conteúdos constarão no Programa de Ensino. 
Mas essa seleção não é aleatória, ou seja, deve constar nas diretrizes curriculares nacio-
nais, que são instrumentos orientadores da construção curricular.
O QUE SÃO AS DIRETRIZES CURRICULARES?
São documentos elaborados pelo Conselho Nacional de Educação e Ministério da Educação 
com o objetivo de direcionar o ensino brasileiro, não de forma determinista, mas sendo um 
documento indicativo dos conteúdos sob a perspectiva histórica, cultural, política e social. 
Vamos conhecer agora, as diretrizes da Educação Básica.
As diretrizes se dividem de acordo com o nível e/ou modalidade da Educação Básica, no re-
conhecimento das especifi cidades dos tempos, espaços e alunos brasileiros. Consideram 
também temas curriculares obrigatórios, sendo:
• Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica;
• Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profi ssional Técnica de Nível Médio;
• Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas escolas do campo;
• Consulta referente às orientações para o atendimento da Educação do Campo;
• Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional especializado na Educação 
Básica, modalidade Educação Especial;
• Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA16
privaçãode liberdade nos estabelecimentos penais;
• Reexame do Parecer CNE/CEB nº 23/2008, que institui Diretrizes Operacionais para a 
Educação de Jovens e Adultos – EJA, nos aspectos relativos à duração dos cursos e ida-
de mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade mínima e certifi cação nos exames de 
EJA e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena;
• Diretrizes para o atendimento de educação escolar de crianças, adolescentes e jovens 
em situação de itinerância;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o 
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
• Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental;
(Disponível no Portal do MEC: www.mec.gov.br)
Quando falamos em níveis e modalidades estamos nos referindo aos modos de organiza-
ção do sistema de ensino federal, no que se refere a educação nacional.
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de 
idade, organizada da seguinte forma: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - educação infantilgratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação 
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com defi ciência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, trans-
versal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de 
ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não 
os concluíram na idade própria; (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
Você já deve ter entendido que o currículo é um guia orientador da prática pedagógica,ou 
seja, um apoio ao trabalho de seleção e planejamento das aulas e atividades do profes-
sor. 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 17
O currículo deve levar em conta as 
reais condições nas quais vai se 
concretizar: as condições do pro-
fessor, as condições dos alunos, as 
condições do ambiente escolar, as 
condições da comunidade, as ca-
racterísticas dos materiais didáticos 
disponíveis, etc.
(Barros)
 
 “O artigo 26 da lei nº. 9 394/96, “os 
currículos do ensino fundamental 
e médio devem ter uma base nacio-
nal comum, a ser complementada 
em cada sistema de ensino e esta-
belecimento escolar por uma parte 
diversifi cada, exigida pelas caracte-
rísticas regionais e locais da socie-
dade, da cultura, da economia e da 
clientelela.
Conforme a informação acima, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 
9394/96) prescreve sobre a organização curricular de base comum, como Lingua portugue-
sa, Matemática, Ciências, Artes, Educação Física, História, Geografi a, Filosofi a, Sociologia. 
E a parte diversifi cada são as disciplinas escolhidas pela comunidade escolar ou pela re-
gião em que se localiza a escola.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA18
UNIDADE II 
CURRÍCULO, CULTURA, DIVERSIDADE
E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
O currículo escolar deve garantir o acesso dos alunos aos conhecimentos universais e saberes populares, 
considerando as diferentes formas de conceber o mundo. Isso signifi ca pensar um currículo plural, dinâmico 
no qual a diversidade seja valorizada. Mas de que diversidade estamos falando?
A diversidade étnico-racial, de gênero, das pessoas com necessidades educacionais 
especiais, das diferenças sociais, culturais, assim como da diversidade sexual e reli-
giosa.
Disponível em: http://www.educafi nanceira.com.br/index.php/educacao-fi nanceira-o-que-ensinar/
Cada grupo humano vivencia aspectos identitários, de suas tradições, que não são fi xas, modifi cam nas rela-
ções interculturais, mas que pode manter certas representações. Esses conhecimentos devem ser conheci-
dos e valorizados e a escola tem a responsabilidade de inserir esses saberes no currículo escolar.
O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre 
o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, 
suposições e aspirações) e a prática possível, dadas determinadas condições.” 
(Sacristan)
Cada grupo humano vivencia aspectos identitários, de suas tradições, que não são fi xas, 
modifi cam nas relações interculturais, mas que pode manter certas representações. Esses 
conhecimentos devem ser conhecidos e valorizados e a escola tem a responsabilidade de 
inserir esses saberes no currículo escolar.
Se o currículo interliga cultura, sociedade e escola é preciso dar visibilidade a esses sabe-
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 19
res, por meio da imersão ao universo da diversidade. O Brasil é um país multicultural e essa 
característica não pode ser desconsiderada no currículo escolar.
Uma escola que se propõe democrática, dinâmica, atualizada e inclusiva institui um cur-
rículo vivo, aberto e em constante movimento de atualização, tendo em vista, a complexi-
dade do mundo atual, a velocidade de informações e a necessidade de ser um espaço de 
todos.
Vimos que existem diferentes concepções de currículo, às vezes, dentro de uma mesma 
escola. Isso signifi ca que o currículo pode ser atravessado por diferentes representações, 
sendo:
CURRÍCULO OCULTO
É a representação de tudo o que os alunos aprendem pela convivência e a esponta-
neidade e o meio a várias práticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepção que 
vigoram no meio social e escolar. O mesmo, não a parece no planejamento, embora 
se constitua como importante na aprendizagem.
É possível identifi car as expressões do currículo oculto, a partir de uma minunciosa e cui-
dadosa análise de como a escola se organiza nos diferentes tempos e espaços. Perceber 
o que está por trás da forma como a instituição seleciona os conteúdos, valoriza ou invi-
sibiliza a diversidade, atende ou discrimina as crianças especiais, as crianças negras, as 
crianças ciganas, as crianças pobres. Identifi car também como a escola acolhe os alunos 
e suas famílias, como administra os espaços como biblioteca, laboratórios, sala de vídeo e 
de informática. Como olha e constrói com os alunos expectativas positivas sobre si mesmos 
e sobre a sua condição de vida. Eis alguns exemplos do que signifi ca currículo oculto, pois 
estes aspectos, geralmente, são naturalizados e, portanto invisibilizados.
CURRÍCULO PRESCRITO OU FORMAL:
Currículo estabelecido pelos sistemas de ensino. Expresso em objetivos, conteúdos 
das áreas ou disciplinas de estudo e, em diretrizes curriculares.
(estabelecidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais e/ou Diretrizes Curriculares 
Nacionais).
Este currículo está instituído nos documentos ofi ciais, ou seja, são os conteúdos, objetivos 
e áreas de conhecimentos encaminhadas pelo Conselho Nacional de Educação a nível 
nacional. Neste sentido, cada estado ou município cria seus próprios programas baseados 
nos documentos e legislações ofi ciais. No entanto, se estes programas não ganham con-
creticidade, tornam-se apenas prescrições.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA20
CURRÍCULO REAL
É o que se faz na prática, o que acontece a 
cada dia dentro da sala de aula com profes-
sores e alunos, em decorrência de um proje-
to pedagógico e dos planos de ensino; é um 
conjunto de relações, tarefas e experiências 
que motivam o conhecimento.
 
Disponível em: http://www.planetay.com.br/capital-cultural-instituicoes-ensino/
Esta concepção é reconhecidamente aquilo que cada escola realmente efetiva como cur-
rículo escolar. Como esse currículo é praticado (FERRAÇO, 2008). Os saberes e fazeres 
potencializados no cotidiano escolar, no dia a dia do trabalho na escola, na sala de aula e 
nos diversos espaços compartilhados, como os museus, as praças, as ruas, o teatro, o ci-
nema, a natureza. O currículo é espaço de movimento, de construção de redes de conheci-
mentos. O professor deve possibilitar o encontro dos diversos saberes, da inventividade, da 
criatividade e sistematizar os conhecimentos, garantindo que haja aprendizagens nessas 
múltiplas relações interações sociais e culturais (Vygotsky).
O currículo não substitui o professor, mas é um instrumento a seu serviço. Cabe ao 
professor orientar e dirigir o processo de ensino-aprendizagem, inclusive modifi cando 
o próprio currículo de acordo com as aptidões, os interesses e as características cul-
turais dos educandos.
Abaixo, alguns temas importantes a serem inseridos no currículo das escolas, de acordo 
com os documentos do MEC.
• Homofobia
• Racismo
• Sexismo
• Xenofobia
• Etnocentrismo
• Discriminações diversas: religiosidade, características físicas, modos de ser, de vestir, 
linguagem, valores
O currículo é sempre carregado de mensagens ideológicas que carregam preconceitos e 
estereótipos. A divulgação dessas mensagens podem se dar por meio dos materiais di-
dáticos utilizados, pelos discursos de alunos e professores, pelas mídias, livros e outros 
recursos didáticos. Mensagens ideológicas que podem fi car na memória e acompanhar os 
sujeitos ao longo da vida. O poder de “evidenciar”a inferioridade do outro atravessa as prá-
ticas pedagógicas e podem apresentar os sujeitos de forma inferior, feia, exótica, e essas 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 21
representações interferem na auto-estima e no aproveitamento escolar dos alunos.
A função do professor é romper com essas mensagens ou utilizá-las para refl exão crítica, 
prezando sempre pela efetivação de um currículo democrático no qual as diferenças não 
são hierarquizadas, mas que se apresentem e dialoguem respeitosamente.
Escolha dois temas dos que estão descritos acima e pesquise sobre discriminação e as 
consequências para a construção de um país justo e democrático.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA22
Como selecionar os conteúdos a serem trabalhados garantindo a diversidade e promoven-
do valores como justiça, solidariedade, respeito e igualdade? Quem defi ne que conheci-
mentos serão transmitidos?
À decisão de se defi nir o conhecimento de alguns grupos como digno de ser transmi-
tido a gerações futuras, enquanto a história e a cultura de outros grupos mal vêem a 
luz do dia, revela algo extremamente importante acerca de quem detém o poder na 
sociedade. 
(Moreira e Silva)
As diretrizes curriculares nacionais do Ministério da Educação (MEC) apresentam os prin-
cípios que devem ser assegurados no currículo e na prática pedagógica:
I – igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na esco-
la;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte 
e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV – respeito à liberdade e aos direitos;
Vimos que os princípios tratam da igualdade de direitos de estar na escola, sem se sentir 
discriminado ou excluído por suas diferenças, sejam físicas, de gênero, social, cultural, de 
sexualidade, de ter alguma limitação física ou mental. 
Não se trata apenas de incluir a diversidade como um tema nos currículos. É preciso ter 
consciência, enquanto docentes, das marcas da diversidade presentes nas diferentes áre-
as do conhecimento e no currículo como um todo: ver a diversidade nos processos de pro-
dução e de seleção do conhecimento escola. Não se trata apenas de incluir a diversidade 
como um tema nos currículos. É preciso ter consciência, enquanto docentes, das marcas 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 23
da diversidade presentes nas diferentes áreas do conhecimento e no currículo como um 
todo: ver a diversidade nos processos de produção e de seleção do conhecimento escola. 
(Moreira; Silva; Gomes)
Disponível em: http://escoladaval.blogspot.com.br/2012/09/curriculo-realprescrito-e-oculto.html
O currículo oculto e a ideologia podem ser identifi cados por meio de atitudes e valores 
transmitidos, subliminarmente, pelas relações sociais e pelas rotinas do cotidiano escolar. 
Deste modo, cada profi ssional da educação deve fi car atento quanto a todas as formas de 
opressão e dominação existentes no espaço escolar 
Rituais
Práticas
Relações hierárquicas
Regras e procedimentos
Modos de organizar o espaço e o tempo na escola
Agrupamentos
Discursos (expressões gestuais e verbais, material 
didático)
...E buscar alternativas de construção de um espaço democrático – lugar de todos.
“A presença dos estereótipos nos materiais pedagógicos, e especifi camente nos livros di-
dáticos, pode promover a exclusão, a cristalização do outro em funções e papéis estigmati-
zados pela sociedade, a auto-rejeição e a baixa auto-estima, que difi cultam a organização 
política do grupo estigmatizado”. (Silva, 2008)
“A presença dos estereótipos nos materiais pedagógicos, e especifi camente nos livros 
didáticos, pode promover a exclusão, a cristalização do outro em funções e papéis es-
tigmatizados pela sociedade, a auto-rejeição e a baixa auto-estima, que difi cultam a 
organização política do grupo estigmatizado”. (Silva, 2008)
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA24
[...] são indispensáveis conhecimentos e experiências que contribuam para formar su-
jeitos autônomos, críticos e criativos que analisem como as coisas passaram a ser o 
que são e como fazer para que elas sejam diferentes do que são hoje 
(Avalos, Santos e Moreira)
Nessa hierarquia, silenciam-se as vozes de muitas de muitos indivíduos e grupos so-
ciais e classifi cam-se seus saberes como indignos de entrarem na sala de aula e de 
serem ensinados e aprendidos.
Nesta perspectiva, o indivíduo passa a ser visto como aquele que, ao longo da vida, deve 
aprender a aprender, cabendo às políticas educacionais pensar a educação sobre quatro 
pilares fundamentais para o seu sucesso, quais sejam: aprender a conhecer, aprender a 
fazer, aprender a viver com os outros e aprender a ser.
Assumindo as decisões e reforçando a concepção de Educação discutida em Jontiem, o 
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI – 
Relatório de Jacques Delors como fi cou conhecido, assim se posiciona:
A educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, 
ao longo de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do co-
nhecimento;
Aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; 
Aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; 
Aprender a viver juntos, a fi m de participar e cooperar com os outros em todas as ati-
vidades humanas; 
Aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes 
(BRASIL/MEC: UNESCO, 1998, p 89-90).
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 25
A Educação escolar deve constituir-se em aju-
da intencional, sistemática, planejada e conti-
nuada para crianças, adolescentes e jovens 
durante um período contínuo e extensivo de 
tempo, diferindo de processos educativos que 
ocorrem em outras instâncias como na famí-
lia, no trabalho, na mídia, no lazer e demais 
espaços de construção de conhecimentos e 
valores para o convívio social. Assim sendo, 
deve ser evitada a abordagem simplista de 
encarar a educação escolar como fator pre-
ponderante para as transformações sociais, 
mesmo reconhecendo-se sua importância 
na construção da democracia (BRASIL/MEC: 
SEF, 1998 a, p.42).
 
O currículo é um dos locais pri-
vilegiados onde se entrecruzam 
saber e poder, representação e 
domínio, discurso e regulação. 
É também no currículo que se 
condensam relações de poder 
que são cruciais para o proces-
so de formação de subjetivida-
des sociais. Em suma, currícu-
lo, poder e identidades sociais 
estão mutuamente implicados. 
O currículo corporifi ca relações 
sociais. (Silva)
(Tomaz T. da Silva)
Vê-se qual é a função social da escola e do currículo na promoção de uma educação verda-
deiramente democrática. A legitimidade dessa proposição está garantida nos documentos e 
legislações. Basta estudar, refl etir e mudar!
 
Os PCN são o referencial curricular nacional sobre os quais a prática educacional brasileira 
deve ser edifi cada. Distribuídos pelo MEC, através da Secretária de Educação Fundamental, 
este referencial é apresentado como sendo fruto de um processo democrático amplamente 
discutido e legitimado por inúmeros pareceres.
Abaixo, dois dos objetivos que exprimem os princípios do respeito à diversidade: 
Compreender a cidadania como participação social e política,
assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA26
sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade,
cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e
exigindo para si o mesmo respeito;
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas
diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma
de mediar confl itos e de tomar decisões coletivas.
(PCN, MEC)
No conjunto dos parâmetros curriculares existem os Temas Transversais. Um destes temas 
trata da Pluralidade Cultural. Este documento é uma importante referência sobre a prática 
com a diversidade cultural. Porém, não podemos esquecer das diretrizes curriculares, que 
são maisatuais e que orientam sobre a inserção da diversidade no currículo das escolas 
brasileiras. Observe o que as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica 
descreve sobre o currículo e a diversidade.
A escola precisa acolher diferentes saberes, diferentes manifestações culturais e dife-
rentes óticas, empenhar-se para se constituir, ao mesmo tempo, em um espaço de he-
terogeneidade e pluralidade, situada na diversidade em movimento, no processo tor-
nado possível por meio de relações intersubjetivas, fundamentada no princípio emanci-
pador. Cabe, nesse sentido, às escolas desempenhar o papel socioeducativo, artístico, 
cultural, ambiental, fundamentadas no pressuposto do respeito e da valorização das 
diferenças, entre outras, de condição física, sensorial e sócio emocional, origem, etnia, 
gênero, classe social, contexto sociocultural, que dão sentido às ações educativas, 
enriquecendo-as, visando à superação das desigualdades de natureza sociocultural e 
socioeconômica. Contemplar essas dimensões signifi ca a revisão dos ritos escolares 
e o alargamento do papel da instituição escolar e dos educadores, adotando medidas 
proativas e ações preventivas.
Diretrizes Curriculares Nacionais/MEC
As diretrizes curriculares indicam também que o currículo seja permeado pela:
Transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pe-
dagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas 
convencionais de forma a estarem presentes em todas elas.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 27
A interdisciplinaridade pressupõe a transferência de métodos de uma disciplina para 
outra. Ultrapassa-as, mas sua fi nalidade inscreve-se no estudo disciplinar. Pela abor-
dagem interdisciplinar ocorre a transversalidade do conhecimento constitutivo de dife-
rentes disciplinas, por meio da ação didático-pedagógica mediada pela pedagogia dos 
projetos temáticos.
A prática pedagógica para a diversidade pressupõe a interdisciplinaridade e a transversa-
lidade. Neste sentido, faz-se necessário levar os alunos a refl etir sobre as questões atuais 
na relação com a história, a cultura, a política e as relações sociais e econômicas. O cur-
rículo não deve ser isolado das problemáticas presentes na sociedade. Pensar um mundo 
melhor não é papel de uma disciplina, tema ou área de conhecimento. O professor precisa 
inovar, ser criativo e instigar os alunos a construção de uma visão holística – ver o mundo 
sob diversos prismas, de forma global e não fragmentada.
Agora, pesquise sobre um tema envolvendo a cidadania das crianças e elabore três ques-
tões que podem possibilitar a visão transdisciplinar do tema estudado. Descreva.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA28
Construção de uma educação básica voltada para a cidadania (...) implica a oferta 
de um ensino de qualidade, ministrada por professores capazes de incorporar ao seu 
trabalho os avanços das pesquisas nas diferentes áreas do conhecimento e de estar 
atentos às dinâmicas sociais e suas implicações no âmbito escolar (BRASIL/MEC: 
SEF, 1998 a, p. 5).
Um currículo para a diversidade envolve músicas, informações atuais, artes, fi losofi a, poe-
sia, encantamento com o mundo e desencantamento com as práticas de violência, injustiça 
e exclusão social e racial. É interessante o trabalho com o currículo de forma transdisci-
plinar, em redes de conhecimentos, distanciando das concepções lineares e deterministas 
oriundas do pensamento cartesiano.
Para Thomaz Popkewitz (Apud NOVOA, 2000, p.132-133), 
“O conceito de hibridação permite-nos conceber de forma não hierárquica a relação 
entre saber e poder, isto é, permite-nos por em causa a idéia de um movimento que 
se desenvolveria num único sentido, das nações centrais para os países periféricos ou 
menos poderosos. Bem pelo contrário, torna-se cada vez mais evidente que o global 
e o local estão inextricavelmente ligados através de padrões complexos que são múl-
tiplos e multidirecionais”
O valor de qualquer currículo, de toda proposta de mudança para a prática educativa, 
se comprova na realidade na qual se realiza, na forma como se concretiza em situ-
ações reais. O currículo na ação é a última expressão de seu valor, pois, enfi m, é na 
prática que todo projeto, toda ideia, toda intenção, se faz realidade de uma forma ou 
outra; se manifesta, adquire signifi cado e valor, independentemente de declarações 
e propósitos de partida. Às vezes, também, à margem das intenções a prática refl ete 
pressupostos e valores muito diversos. 
(SACRISTÁN, 1998, p. 201). 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 29
A discussão aponta para as práticas pedagógicas voltadas para uma educação que pro-
mova o acesso dos estudantes aos conhecimentos antes desconsiderados no currículo 
escolar. Isso signifi ca garantir a inserção dos conteúdos de que trata as Leis 10.639/03 e 
11.645/08, sendo:
Abaixo uma publicação no site da Universidade de São Paulo sobre uma pesquisa 
realizada em escolas paulistas (Publicado em Educação por Redação em 30 de outu-
bro de 2012) 
“Currículo escolar deve levar em conta uso da internet”
João Ortega
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP constatou que, apesar do crescimento do uso 
da internet pelos jovens, a educação pública não acompanhou esta evolução. “Com tantas mudanças no mundo, o 
currículo das escolas não se alterou”, revela a professora Juliana Santos Albach, autora do estudo. Ela entrevistou 
cerca de 25 alunos do último ano do ensino fundamental de uma escola em São Paulo para chegar às conclusões 
do trabalho.
Todos os estudantes analisados contaram que usam a internet corriqueiramente em suas vidas. Os professores co-
nhecem esse fato, mas o currículo das escolas não atenta para isso: as tarefas não têm orientação para a pesquisa 
na rede. A instituição de ensino não se prepara para propor ou receber trabalhos utilizando essa ferramenta.
O uso da internet para auxiliar em pesquisas para a escola é unânime entre os alunos entrevistados. Existe, porém, 
uma visão geral entre eles de que os trabalhos não são aproveitados. “Eles acham que estes trabalhos vão para o 
lixo”, conta Juliana. Por falta de orientação e retorno, as tarefas escolares acabam fi cando sem signifi cado.
Os alunos contaram que não existe problematização do tema dentro da sala de aula. “Ninguém discute o assunto”, 
conta a pesquisadora. “O currículo escolar é estático”, ressalta. A pesquisa, intitulada Os usos que os jovens fazem 
da internet: relações com a escola, procurou exatamente tornar a questão pauta do debate acadêmico, embora não 
dê proposições para uma possível reforma do currículo. Ela foi orientada na dissertação de mestrado pelo professor 
Jaime Francisco Parreira Cordeiro.
Recomendações
Alguns estudantes revelaram que a Wikipédia chega a ser recomendada por alguns professores como fonte de 
pesquisa. Isso demonstra que as possibilidades da internet não foram totalmente compreendidas, visto que a ideia 
de se pesquisar em uma enciclopédia, como se fazia antes do advento dessa ferramenta, ainda é utilizada. Essa 
forma de pesquisa é apenas uma reconstrução do mesmo método usado há muito tempo em outra plataforma.
Aparentemente, ao menos na fala dos alunos, há uma falta de orientações e recomendações para a execução dos 
trabalhos requeridos, fazendo com que os alunos criem critérios próprios para fazer trabalhos usando a internet. 
Ações como checagem de informações em mais de um site e procura por termos bem específi cos em sites de bus-
ca apareceram nas falas dos alunos como formas de tornar as pesquisas mais precisas.
“Essas maneiras de pesquisa parecem não ser aprendidas formalmente”, constata, porém, a professora. “Pelo que 
percebi, os critérios parecem ser intuitivos”, complementa. Após o uso constante da ferramenta, os estudantes, por 
conta própria, aprendem uma forma de pesquisa que parece ser mais segura. Existe uma aula de informática onde 
esse tipo de competência deveria ser abordada,mas, no âmbito da investigação não se pode perceber se esta aula 
contribui para a aprendizagem dos procedimentos que os alunos utilizam.
De acordo com as entrevistas, o que é cobrado pelos professores é que os trabalhos não sejam simplesmente 
copiados de sites. Os alunos têm de parafrasear, juntar ou resumir as informações obtidas, porém sem orientação 
específi ca para isso. Para Juliana, essas questões trazem problemas e “o currículo escolar precisa se remodelar”. 
O objetivo da pesquisadora é, em uma tese de doutorado futura, discutir o tema sob o ponto de vista dos profes-
sores.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA30
UNIDADE III
O CURRÍCULO, LEGISLAÇÕES
E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
LEGISLAÇÕES CURRICULARES, DIRETRIZES CURRICULARES
NACIONAIS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
A legislação Curricular Brasileira
As legislações que orientam a organização curricular das escolas brasileiras constam de 
documentos e leis que tratam dos níveis e modalidades da educação. O objetivo é garantir 
conhecimentos da Base Comum, assim como, as especifi cidades culturais, étnicas, das 
Pessoas com Necessidades Especiais, dos grupos tradicionais, das escolas do campo, 
dentre outras. Apresentamos a seguir, recortes das principais legislações educacionais:
Na Constituição Federal
Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e in-
centivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi cação para o trabalho.
[...] Art. 210 
Serão fi xados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a asse-
gurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacio-
nais e regionais.
§ 1.º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários 
normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2.º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, asse-
gurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas 
e processos próprios de aprendizagem.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesqui-
sa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifesta-
ções culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominante-
mente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
A mesma lei orienta sobre os Princípios que regem a educação brasileira, sendo: 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liber-
dade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fi nalidade o pleno desenvol-
vimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi ca-
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 31
ção para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, 
a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi ciais;
VII - valorização do profi ssional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação 
dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
(Disponível no site do MEC: www.mec.gov.br)
Agora você vai conhecer a Lei 10.639/03 que institui a obrigatoriedade de inclusão dos con-
teúdos sobre a História da África e cultura afro-brasileira no currículo escolar:
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei:
 Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos 
seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, ofi ciais e particula-
res, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da 
História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira 
e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo ne-
gro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no 
âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de 
Literatura e História Brasileiras.
§ 3o (VETADO)”
“Art. 79-A. (VETADO)”
“Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da 
Consciência Negra’.”
 Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
 Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA32
É importante saber que a obrigatoriedade da inserção da Cultura Afro-brasileira no currículo 
escolar se refere a todas as disciplinas e áreas de conhecimento.
CONHECENDO AS DIRETRIZES CURRICULARES
Neste link você acessa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica 
no site do Governo Federal.
http://www.seppir.gov.br/arquivos-pdf/diretrizes-curriculares
No site do MEC, você acessa as DCNERER
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/cnecp_003.pdf
Disponível em: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=8123
Além da Lei 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações 
Étnico-Raciais (DCNERER), a Lei 11.645/08, trata da inserção dos conteúdos de História e 
Cultura Afro-Brasileira e Africana e também da História e Cultura dos Povos Indígenas.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 33
Presidência da República
Casa Civil
Subchefi a para Assuntos Jurídicos
 
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modifi cada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo ofi cial da rede de ensino a obriga-
toriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: Art. 1o
O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
 
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos me privados, torna-se obriga-
tório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. 
§ 1o - O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que 
caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história 
da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o 
negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica 
e política, pertinentes à história do Brasil. 
§ 2º - Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministra-
dos no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e histórias 
brasileiras.” (NR) 
Art. 2o - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Disponível em: www.mec.gov.
 
Brasília, 10 de março de 2008;LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Fernando Haddad 
Assim como estas diretrizes, a Educação do Campo, Educação Quilombola e outras moda-
lidades, possuem diretrizes específi cas. Você pode conhecer acessando o site do MEC.
Agora você vai conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 
criada em 2009 – Resolução n 5 de 17 de dezembro de 2009, pela Secretaria de Educação 
Básica (MEC).
A DEFINIÇÃO DO CURRÍCULO
Conjunto de práticas que buscam articular as 
experiências e os saberes das crianças com 
os conhecimentos que fazem parte do patri-
mônio cultural, artístico, ambiental, científi co 
e tecnológico, de modo a promover o desen-
volvimento integral de crianças de 0 a 5 anos 
de idade.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA34
PROPOSTA PEDAGÓGICA:
O que é a Proposta Pedagógica?
Proposta pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano orientador das ações 
da instituição e defi ne as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvol-
vimento das crianças que nela são educados e cuidados. É elaborado num processo 
coletivo, com a participação da direção, dos professores e da comunidade escolar.
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), o conceito de crian-
ça considera o sujeito que se constitui na história, na cultura e nas relações sociais. 
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que viven-
cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, 
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, 
produzindo cultura. (p.12)
PRINCÍPIOS DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
As propostas pedagógicas de Educação 
Infantil devem 
respeitar os seguintes princípios:
Éticos: da autonomia, da responsabilida-
de, da solidariedade e do respeito ao bem 
comum, ao meio ambiente e às diferentes 
culturas, identidades e singularidades.
Políticos: dos direitos de cidadania, do 
exercício da criticidade e do respeito à or-
dem democrática.
Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expres-
são nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
Diponível em: http://www.blogbahiageral.com.br/site/educacao-em-foco/2012/08/ufba-divulga-lista-de-aprovados-na-
especializacao-em-docencia-na-educacao-infantil
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 35
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos
A ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO DA EJA
Os cursos de EJA devem pautar-se pela fl exibilidade, tanto de currículo quanto de tem-
po e espaço, para que seja:
I – rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a 
permitir percursos individualizados e conteúdos signifi cativos para os jovens e adul-
tos;
II – provido suporte e atenção individual às diferentes necessidades dos estudantes no 
processo de aprendizagem, mediante atividades diversifi cadas;
III – valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreati-
vas e esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes;
IV – desenvolvida a agregação de competências para o trabalho;
V – promovida a motivação e orientação permanente dos estudantes, visando à maior 
participação nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho;
VI – realizada sistematicamente a formação continuada destinada especifi camente 
aos educadores de jovens e adultos
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial
Os sistemas e as escolas devem proporcionar condições para que o professor da clas-
se comum possa explorar e estimular as potencialidades de todos os estudantes, ado-
tando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na interface, o 
professor do AEE identifi que habilidades e necessidades dos estudantes, organize e 
oriente sobre os serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participa-
ção e aprendizagem dos estudantes.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA36
O currículo para o aluno com necessidades especiais é o mesmo para os ditos “normais”, 
porém, adaptado às suas especifi cidades.
O professor deve garantir que as crianças especiais aprendam, considerando seus ritmos, 
tempos e habilidades.
O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO
A educação para a população rural está prevista no artigo 28 da LDB, em que fi cam 
defi nidas, para atendimento à população rural, adaptações necessárias às peculiarida-
des da vida rural e de cada região, defi nindo orientações para três aspectos essenciais 
à organização da ação
pedagógica:
I – conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interes-
ses dos estudantes da zona rural;
II – organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases 
do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III – adequação à natureza do trabalho na zona rural.
 
O currículo da educação do campo deve considerar as especifi cidades locais onde a escola 
se insere, a cultura e os modos de vida da área rural.
É preciso adaptar o currículo aos interesses dos alunos e da comunidade, potencializando 
a inventividade e criatividade na interação dos conhecimentos com a experiência da vida 
rural.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 37
O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA
A educação escolar indígena tem projeto pedagógico próprio, por escola ou por povo 
indígena, tendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais referentes a cada etapa 
da Educação Básica; as características próprias das escolas indígenas, em respeito 
à especifi cidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade; as realidades sociolín-
guísticas, em cada situação; os conteúdos curriculares especifi camente indígenas e 
os modos próprios de constituição do saber e da cultura indígena; e a participação da 
respectiva comunidade ou povo indígena.
Disponível em: http://www.educacional.com.br/reportagens/EducacaoIndigena/escolasindigenas.asp
A organização curricular da educação escolar indígena requer, portanto, pedagogia própria 
em respeito à especifi cidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação es-
pecífi ca de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional 
comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira
(artigos 5º, 9º, 10, 11 e inciso VIII do artigo 4º da LDB).
A EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas 
em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especifi cidade 
étnico-cultural de cada comunidade e formação específi ca de seu quadro docente, 
observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que 
orientam a Educação Básica brasileira. 
A educação escolar quilombola deve ter como referência valores sociais, culturais, 
históricos e econômicos dessas comunidades. Para tal, a escola deverá se tornar um 
espaço educativo que efetive o diálogo entre o conhecimento escolar e a realidade lo-
cal, valorize o desenvolvimento sustentável, o trabalho, a cultura, a luta pelo direito à 
terra e ao território. Portanto, a escola precisa de currículo, projeto político-pedagógico, 
espaços, tempos, calendários e temas adequados às características de cada comuni-
dade quilombola para que o direito à diversidade se concretize. 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA38
De acordo com o Decreto 4.887/2003, os quilombos são: grupos étnicoraciais segundo 
critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territo-
riais específi cas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à 
opressão histórica sofrida”. (Art. 2ºdo Decreto 4887, de 20/11/2003).
Pesquise sobre a cultura Quilombola e elabore uma atividade interdisciplinar sobre um 
tema a ser escolhido por você. Descreva o tema e que atividade pode ser realizada na es-
cola, em uma turma e disciplina a sua escolha.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 39
Vimos, no documentoDiretrizes Curriculares para a Educação Básica que os currículo deve 
respeitar as diversidades culturais. Por isso, o currículo é sempre plural e não deve ser es-
tático ou universalista.
É preciso, pois, que a escola expresse com clareza o que espera dos alunos, buscan-
do coerência entre o que proclama e o que realiza, ou seja, o que realmente ensina 
em termos de conhecimento. Os alunos provenientes de grupos sociais cuja cultura é 
muito diferente daquela da escola, encontram na diferença entre o que é cobrado e o 
que é ensinado por ela um obstáculo para o seu aproveitamento. Eles precisam fazer 
um esforço muito maior do que os outros para entender a linguagem da escola, seus 
códigos ocultos, uma vez que instituição pressupõe que certos conhecimentos que ela 
não ensina são do domínio de todos, quando na verdade não são.
Para isso, a escola deve acolher os alunos dos diferentes grupos socais, buscando 
construir e utilizar métodos, estratégias e recursos e ensino que melhor atendam às 
suas características cognitivas e culturais. Acolher signifi ca, pois, propiciar aos alunos 
meios para conhecerem a gramática da escola, oferecendo àqueles com maiores di-
fi culdades e menores oportunidades, mais incentivos e renovadas oportunidades de 
se familiarizarem com o modo de entender a realidade que é valorizado pela cultura 
escolar.
COMO AS DISCIPLINAS SÃO ORGANIZADAS
NO CURRÍCULO ESCOLAR?
Os conteúdos sistematizados que fazem parte 
do currículo são denominados componentes cur-
riculares, os quais, por sua vez, se articulam às 
áreas de conhecimento, a saber: 
Linguagens
Matemática 
Ciências da Natureza
Ciências Humanas. 
As áreas de conhecimento favorecem a comunicação entre os conhecimentos e sa-
beres dos diferentes componentes curriculares, mas permitem que os referenciais 
próprios de cada componente curricular sejam preservados.
Disponível em: http://educacaointegralinovadora.blogspot.com.br/2012/10/a-interdisciplinaridade-e-as.html
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA40
Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organi-
zados em relação às áreas de conhecimento:
I – Linguagens:
a) Língua Portuguesa
b) Língua materna, para populações indígenas
c) Língua Estrangeira moderna
d) Arte
e) Educação Física
II – Matemática
III – Ciências da Natureza
IV – Ciências Humanas:
a) História
b) Geografi a
V – Ensino Religioso 
VOCÊ SABIA QUE A MÚSICA É COMPONENTE
OBRIGATÓRIO NO CURRÍCULO ESCOLAR?
A Música constitui conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular 
Arte, o qual compreende, também, as artes visuais, o teatro e a dança.
 
Disponível em: http://acertodecontas.blog.br/atualidades/musica-sera-disciplina-obrigatoria-na-grade-curricular-do-ensino-basico/
E O ENSINO RELIGIOSO? É OBRIGATÓRIO? O QUE DIZ AS DIRETRIZES?
O Ensino Religioso, de matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação 
básica do cidadão e constitui componente curricular dos horários normais das escolas 
públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e reli-
giosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo.
Pesquise o signifi cado de proselitismo e faça uma relação com a Constituição Brasileira 
quando descreve sobre o Estado Laico.
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 41
Estudamos que o currículo escolar possui as disciplinas obrigatórias (Base Comum) e a 
parte diversifi cada. O estudo de uma língua estrangeira é parte diversifi cada. Veja o que diz 
as diretrizes nacionais:
Na parte diversifi cada do currículo do Ensino Fundamental, será incluído, obrigatoria-
mente, a partir do 6º ano, o ensino de, pelo menos, uma Língua Estrangeira moderna, 
cuja escolha fi cará a cargo da comunidade escolar que poderá optar, entre elas, pela 
Língua Espanhola, nos termos da Lei nº 11.161/2005. É necessário esclarecer que lín-
gua indígena ou outras formas usuais de expressão verbal de certas comunidades não 
podem ocupar o lugar do ensino de Língua Estrangeira moderna.
As escolas devem propiciar ao aluno condições de desenvolver a capacidade de aprender, 
como quer a Lei nº 9.394/96, em seu artigo 32, mas com prazer e gosto, tornando suas ati-
vidades desafi adoras, atraentes e divertidas. Isso vale tanto para a base nacional comum 
como para a parte diversifi cada. Esta última, por estar voltada para aspectos e interesses 
regionais e locais, pode incluir a abordagem de temas que proporcionem aos estudan-
tes maior compreensão e interesse pela realidade em que vivem. (Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Básica)
O CURRÍCULO NO ENSINO FUNDAMENTAL
O Ensino Fundamental é um dos níveis da Educação Básica e pode ser organizado de 
diferentes formas, considerando as modalidades, como EJA, Educação Profi ssional, 
Educação do Campo, Educação Quilombola, Educação Escolas Indígena, por exemplo.Do 
Ensino Fundamental faz parte as séries iniciais (1ª ao 5º ano) e séries fi nais (6º ao 9º ano). 
Nas séries iniciais, o ensino pode ser organizado em Ciclos, como descreve as Diretrizes 
Curriculares:
Art. 18 O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a es-
truturação de um projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os 
modos de ser e de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contex-
tos sociais.
Art. 19 Ciclos, séries e outras formas de organização a que se refere a Lei nº 9.394/96 
serão compreendidos como tempos e espaços interdependentes e articulados entre si, 
ao longo dos 9 (nove) anos de duração do Ensino Fundamental.
Art. 18 e 19 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica
Isso signifi ca que o sistema educacional brasileiro pode se constituir de diferentes formas. 
No que se refere a séries, anos ou ciclos de aprendizagem, inclusive, com aprovação au-
tomática.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA42
A AVALIAÇÃO É PARTE DO CURRÍCULO
Avaliar não é tarefa fácil e, portanto exige refl exão sobre a prática do professor, assim como a 
orientação a partir das difi culdades e potencialidades identifi cadas no processo avaliativo.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
identifi car potencialidades e difi culdades de aprendizagem e detectar problemas de en-a) 
sino;
subsidiar decisões sobre a utilização de estratégias e abordagens de acordo com as b) 
necessidades dos alunos, criar condições de intervir de modo imediato e a mais longo 
prazo para sanar difi culdades e redirecionar o trabalho docente;
manter a família informada sobre o desempenho dos alunos;c) 
reconhecer o direito do aluno e da família de discutir os resultados de avaliação, inclu-d) 
sive em instâncias superiores à escola, revendo procedimentos sempre que as reivindi-
cações forem procedentes. 
(Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica) 
A avaliação deve considerar os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e o professor 
deve utilizar diferentes instrumentos de avaliação. Essa deve ser processual, ou seja, du-
rante o processo e não somente por meio de provas.
E a escola de Tempo Integral? É realidade atual a ampliação do tempo escolar, ou seja, 
as escolas brasileiras terão que aderir a programas e projetos de Educação em Tempo 
Integral. Neste sentido, qual é a orientação das diretrizes em relação ao currículo da edu-
cação em Tempo Integral?
§ 1º O currículo da escola de tempo integral, concebido como um projeto educativo 
integrado implica a ampliação da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento 
de atividades como o acompanhamento pedagógico, o reforço e o aprofundamento da 
aprendizagem, a experimentação e a pesquisa científi ca, a cultura e as artes, o esporte 
e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a afi rmação da cultura dos di-
reitos humanos, a preservação do meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras, 
articuladas aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e 
práticas socioculturais.Disponível em: http://claudeko-claudeko.blogspot.com.br/2010/02/nova-escola-e-de-tempo-integral.html
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 43
A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
CONSIDERANDO o que dispõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948; 
a Declaração das Nações Unidas sobre a Educação e Formação em Direitos Humanos 
(Resolução A/66/137/2011); a Constituição Federal de 1988; a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996); o Programa Mundial de Educação em Direitos 
Humanos (PMEDH 2005/2014), o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3/Decreto 
nº 7.037/2009); o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH/2006); e as 
diretrizes nacionais emanadas pelo Conselho Nacional de Educação, bem como outros do-
cumentos nacionais e internacionais que visem assegurar o direito à educação a todos(as.
Art. 3º A Educação em Direitos Humanos, com a fi nalidade de promover a educação 
para a mudança e a transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios:
I - dignidade humana;
II - igualdade de direitos;
III - reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades;
IV - laicidade do Estado;
V - democracia na educação;
VI - transversalidade, vivência e globalidade; e
VII - sustentabilidade socioambiental.
Você deve ter percebido que o currículo escolar representa todas as práticas escolares e 
a fi losofi a, princípios, sentido e signifi cados de cada ação no espaço escolar. No entanto, 
esse fazer como uma política de democratização da escola pública requer a atenção à par-
ticipação da comunidade escolar nas discussões e decisões da instituição. O grêmio estu-
dantil, lideranças de turma, participação da comunidade escolar no conselho de classe, as-
sim como a atuação ativa do Conselho de Escola são alguns dos espaços de participação 
política dos diferentes atores na construção de uma escola de qualidade.
A Constituição Brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) apon-
tam para a promoção da participação da comunidade escolar, tendo em vista a democrati-
zação da escola. A LDB reafi rma a gestão democrática como um dos seus mais importantes 
princípios.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, pos-
sibilitando o envolvimento de profi ssionais e usuários no processo de tomada de de-
cisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso, proporciona um me-
lhor conhecimento dos objetivos e metas, estrutura e organização e de sua dinâmica, 
das relações da escola com a comunidade, e favorece uma aproximação. (LIBÂNEO, 
2004, p. 102)
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA44
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A formação de professores é fundamental na construção de uma escola de qualidade. São 
muitos os temas/conteúdos que devem ser garantidos no currículo escolar e nem todos 
os professores foram formados para essas frentes de trabalho. Um exemplo é o ensino da 
História da África e cultura afro-brasileira, História e cultura dos povos indígenas, educa-
ção em direitos humanos, a inclusão do estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente, a 
educação ambiental, a educação quilombola, a educação do campo, enfi m, questões que 
exigem aprofundamentos que somente a formação continuada contribuirá na preparação 
dos profi ssionais. 
Obviamente, nem todos estes temas são exigidos dos professores de todas as escolas, 
se considerarmos as diferenças regionais das escolas. Exemplo é a educação escolar in-
dígena, específi ca dos povos indígenas. Porém, a história e cultura dos povos indígenas 
é conteúdo obrigatório em todas as escolas, independente do nível ou modalidade, escola 
pública ou particular. Isso acontece também com a maioria dos temas citados acima. O 
Ministério da Educação tem possibilitado a formação de professores em muitas áreas e 
temas. As universidades públicas e particulares, assim como as ONGs também oferecem 
formação de professores, em diversos temas. É fundamental que cada professor busque a 
formação contínua e se aproprie dos conhecimentos incluídos nas diferentes diretrizes cur-
riculares, com o objetivo de se qualifi car para a educação nestes novos tempos.
 
CURRÍCULO E NOVAS TECNOLOGIAS
Atualmente, o mundo globalizado tem exigido competências no uso das tecnologias na vida 
pessoal e profi ssional. A comunicação instantânea transmite informações cotidianas que 
povoam o imaginário das pessoas construindo sentidos impressos no universo simbólico e 
material. A escola não pode se manter neutra e distante destes instrumentos tecnológicos, 
todavia, precisa inseri-los no cotidiano escolar de forma crítica, visando ampliar os conheci-
mentos dos alunos, possibilitando a interação com a diversidade de fatos, fenômenos, lin-
guagens, culturas, além da contextualidade histórica, econômica e política das informações 
vivenciadas por alunos e professores.
“[...] a escola de hoje precisa propor respostas 
educativas e metodológicas em relação a novas 
exigências de formação postas pelas realidades 
contemporâneas como a capacitação tecnológi-
ca, a diversidade cultural, a alfabetização tecno-
lógica, a superinformação, o relativismo ético, a 
consciência ecológica. (Libâneo)
Disponível em: http://cassiplima.blogspot.com.br/2012/12/as-tecnologias-da-informacao-e-da.html
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 45
Faça uma pesquisa sobre as Novas Tecnologias na escola. Identifi que em uma escola, que 
recursos tecnológicos são disponíveis e como são utilizados pelos professores. Registre 
aqui a sua pesquisa.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA46
A GESTÃO ESCOLAR NA CONSTITUIÇÃO DO
CURRÍCULO: O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO?
A responsabilidade de construir e atualizar o currículo escolar é de toda a escola, com a 
participação da comunidade escolar – professores, profi ssionais da escola, famílias, socie-
dade civil. Mas, quem vai conduzir esse processo? Obviamente a equipe gestora, sendo 
diretor e pedagogo. Neste sentido, é fundamental que haja motivação para que todos par-
ticipem e se envolvam neste trabalho.
O currículo estará evidenciado no Projeto Político Pedagógico ou Proposta Pedagógica 
da instituição escolar. Vamos entender melhor como deve ocorrer este processo e quais 
devem ser as intenções e fi losofi a deste trabalho a partir da legislação e de intelectuais da 
área da gestão escolar.
Veja o que diz a Constituição Federal (1988)
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
(...) IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi ciais; 
(...) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei.
Em relação ao ensino público, a gestão deverá ser sempre democrática, na forma da lei. 
Isso signifi ca que a escola deve ser um espaço sistematizado de debates sobre o ensinar 
e aprender, sobre as relações entre os diferentes atores e função social da instituição es-
colar.
Nesta mesma perspectiva, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB/1996) reforça o principio da 
gestão democrática prescrito na Constituição, em seu artigo 14:
Art. 14 – Os sistemas de ensino defi nirão as normas de gestão democrática do ensino 
público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os se-
guintes princípios: 
I - participação dos profi ssionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da 
escola; 
II - participação da comunidade escolar local em conselhos escolares ou equivalen-
tes.
Como se vê, a gestão democrática aparece como constrição legal e, ao mesmo tempo, 
resume-se como “participação”, entendida mais como forma de representação da comuni-
dade, gestão de recursos fi nanceiros, e menos como dispositivos gerenciais e técnicos de 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 47
funcionamento da escola, reduzindo a especifi cidade dos processos efetivos de gestão, ou 
seja, o conjunto dos meios e condições de caráter intelectual, material, gerencial, fi nanceiro 
de asseguraro processo de ensino e aprendizagem.
(Libâneo)
O momento de construção do PPP é também de construção do currículo, entendido no 
sentido amplo, conforme estudamos na Unidade I. Neste momento, os encaminhamentos 
dos debates em torno da organização curricular, nas suas diferentes confi gurações, serão 
delineados.
A concepção democrática-participativa defende a explicitação de objetivos sócio-políti-
cos e pedagógicos da escola, pela equipe escolar. Baseia-se na relação orgânica entre 
a direção e a participação dos membros da equipe, garantindo-se a gestão participati-
va mas, também, a gestão da participação. Busca objetividade no trato das questões 
da organização e gestão, mediante coleta de informações reais, sem prejuízo da con-
sideração dos signifi cados subjetivos e culturais.
 (Libâneo)
A inclusão nas legislações brasileiras: o currículo escolar e os alunos com necessidades 
educacionais especiais. 
Vimos anteriormente que todos os alunos têm direito a estar na escola e aprender. Assim, 
os alunos com NEE, necessitam de adaptações no espaço físico da escola, nos materiais 
didático-pedagógicos e nas práticas educativas. Neste sentido, o currículo escolar pode 
garantir efetivamente a inclusão.
Segundo a UNESCO
[...] As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas con-
dições físicas, intelectuais, emocionais, linguística e outras. Devem acolher crianças 
com defi ciência ou bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crian-
ças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias linguísticas étnicas ou 
culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas.
O currículo, na perspectiva da inclusão deverá garantir a língua de sinais (libra) para os alu-
nos com defi ciência auditiva e o braile, para os alunos com defi ciência visual.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA48
A LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO DE LIBRAS NA ESCOLA 
O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da 
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e no art. 
18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000:
CAPÍTULO II
 DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR
 Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos 
de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, 
e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sis-
tema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios.
 § 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o 
curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso 
de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profi s-
sionais da educação para o exercício do magistério.
 § 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos 
de educação superior e na educação profi ssional, a partir de um ano da publicação 
deste Decreto.
O que a legislação descreve sobre a formação de professores para o ensino de Libras no 
currículo escolar:
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS
 Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries fi nais do ensi-
no fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível 
superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: 
Libras/Língua Portuguesa como segunda língua.
 
CURRÍCULO E EDUCAÇÃO 49
A escola deve identifi car os alunos com defi ciência auditiva e buscar junto aos órgãos com-
petentes, a garantia do tradutor de libras para estes. O PPP da escola precisa incluir esse 
direito, tendo em vista ser um direito constitucional.
O BRAILE NA ESCOLA
Assim como o ensino na língua de sinais, os alunos com defi ciência visual têm direito a 
adaptações de materiais didático-pedagógicos e no caso de cegueira, o ensino por meio 
de libras.
Mas é preciso buscar caminhos para, como educadores, atuarmos nesta sociedade 
com suas múltiplas linguagens – que constituem e representam o mundo de modo 
a possibilitarmos a formação de cidadãos propositivos, aqueles que são capazes de 
selecionar as informações, articulá-las e construir conhecimento, a fi m de não apenas 
reconhecer criticamente a realidade, mas principalmente, propor soluções para os 
problemas 
(ABREU)
O ensino por meio do Braille requer formação de professor, no sentido de adaptar todo o 
material como: textos, histórias, atividades e outros materiais. Exige a aquisição de mate-
riais específi cos que garantam ao aluno cego, o acesso a uma diversidade de instrumentos 
que facilitarão sua aprendizagem. 
As tecnologias também são fundamentais no processo ensino-aprendizagem dos alunos 
com defi ciência visual, como computador, internet, quadro digital, mídias, aparelho de som, 
dentre outros recursos específi cos para pessoas com cegueira.
O CURRÍCULO NO ENSINO MÉDIO
O currículo do Ensino Médio passou por muitas transformações nas últimas décadas. 
Atualmente a organização se diferencia de acordo as especifi cidades locais, no ofereci-
mento do ensino profi ssionalizante pode se dar em supletivo, provão, na modalidade indí-
gena, quilombola ou no formato Ensino Médio Integrado.
Observe a confi guração do Ensino Médio nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Básica:
Art. 7º A organização curricular do Ensino Médio tem uma base nacional comum e uma 
parte diversifi cada que não devem constituir blocos distintos, mas um todo integrado, 
de modo a garantir tanto conhecimentos e saberes comuns necessários a todos os es-
tudantes, quanto uma formação que considere a diversidade e as características locais 
e especifi cidades regionais.
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR FABRA50
Art. 8º O currículo é organizado em áreas de conhecimento, a saber:
I – Linguagens;
II – Matemática;
III – Ciências da Natureza;
IV – Ciências Humanas.
A distribuição dos conteúdos no Ensino Médio conjugam componentes curriculares e áreas 
de conhecimentos, devendo ser trabalhados de forma contextualizada, integrado ao mundo 
do trabalho. 
Art. 9º A legislação nacional determina componentes obrigatórios que devem ser trata-
dos em uma ou mais das áreas de conhecimento para compor o currículo:
I – são defi nidos pela LDB:
a) o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico 
e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil;
a) o ensino da Arte, especialmente em suas expressões regionais, de forma a promo-
ver o desenvolvimento cultural dos estudantes, com a Música como seu conteúdo obri-
gatório, mas não exclusivo;
b) a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da instituição de ensino, sendo 
sua prática facultativa ao estudante nos casos previstos em Lei;
c) o ensino da História do Brasil, que leva em conta as contribuições das diferentes 
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indí-
gena, africana e europeia;
d) o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, no âmbito de todo o currí-
culo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e Histórias 
brasileiras;
e) a Filosofi a e a Sociologia em todos os anos do curso;
f) uma língua estrangeira moderna na parte diversifi cada, escolhida pela comuni-
dade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da 
instituição.
Além destes conteúdos, os temas transversais também devem ser garantidos em todo o 
currículo escolar do Ensino Médio. A inclusão, os direitos humanos, a ética, a relação com 
o mundo trabalho e a profi ssionalização também são objetivos deste nível de ensino.
CURRÍCULO

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