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A nova Base Nacional Comum Curricular e a formação crítica dos sujeitos

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Letras- Português/Literatura
Política Públicas e Formação Crítica
A nova Base Nacional Comum Curricular e a formação crítica dos sujeitos
Rio de Janeiro – RJ
2023
Política Públicas e Formação Crítica
A nova Base Nacional Comum Curricular e a formação crítica dos sujeitos
Trabalho de Currículo e Cultura Educacional à Universidade Veiga de Almeida como parte dos requisitos necessários para a aprovação no Curso de Letras 
( Português- Literatura)
Orientadora: 
Rio de Janeiro – RJ
2023
1. Introdução
 A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que define o que os alunos devem aprender em cada etapa da educação básica. Em 2017, foi homologada uma nova versão da BNCC, que trouxe importantes mudanças para o Ensino Médio. Entre as principais novidades, destacam-se a flexibilização curricular, a ênfase em competências e habilidades, e a oferta de itinerários formativos. No entanto, essa reforma educacional não é consenso no meio acadêmico, e muitos estudiosos questionam a sua eficácia e coerência. Neste artigo, discutiremos a relação entre a nova BNCC e a formação crítica dos sujeitos, buscando identificar os desafios e oportunidades que se apresentam nesse contexto.
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2. Desenvolvimento:
 A nova BNCC propõe uma mudança importante na forma como os conteúdos são organizados e trabalhados na educação básica, buscando uma formação mais integral e voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades. Nesse sentido, a flexibilização curricular e a oferta de itinerários formativos podem contribuir para uma formação mais personalizada e adequada às demandas dos estudantes. Além disso, a ênfase nas competências e habilidades pode ajudar a superar o modelo tradicional de ensino, baseado na transmissão de informações, e promover uma aprendizagem mais significativa e crítica.
No entanto, essas mudanças também apresentam desafios significativos, principalmente no que se refere à formação crítica dos sujeitos. Para que os estudantes desenvolvam uma postura crítica diante do mundo e da realidade, é fundamental que tenham acesso a conteúdo relevantes e diversificados, que permitam uma compreensão mais profunda e abrangente da sociedade e dos seus problemas. Isso implica em uma preocupação com a formação cultural e histórica dos alunos, bem como com a formação política e social.
Ainda que a nova BNCC traga algumas referências a esses temas, há críticas quanto à sua abrangência e profundidade. Como aponta Lopes (2018), a nova BNCC apresenta um "vazio conceitual" em relação à formação política, limitando-se a algumas poucas competências e habilidades relacionadas à cidadania. Além disso, há preocupações com a falta de clareza em relação aos conteúdo a serem trabalhados, o que pode levar a uma fragmentação curricular e à perda de conexão entre os diferentes componentes curriculares.
Nesse sentido, é fundamental que a formação crítica dos sujeitos seja uma preocupação central na implementação da nova BNCC. Isso implica em um esforço para ampliar e aprofundar os conteúdos trabalhados em sala de aula, com uma abordagem mais contextualizada e crítica. Como destaca Freire (1987), a educação deve ser um processo de problematização da realidade, permitindo aos estudantes uma compreensão mais profunda e crítica da sociedade e dos seus problemas.
 Para tanto, é necessário um esforço coletivo dos professores e gestores educacionais, bem como da sociedade como um todo, para garantir uma formação mais ampla e diversificada, que leve em conta as demandas e desafios da atualidade. Isso implica em uma revisão constante dos currículos, com a inclusão de conteúdos relevantes e atualizados, bem como uma formação mais qualificada dos professores, que possam trabalhar de forma interdisciplinar e crítica.
Em resumo, a nova BNCC pode representar uma importante mudança na forma como a educação é concebida e trabalhada no país, buscando uma formação mais integral e voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades. No entanto, é fundamental que essa mudança seja acompanhada de uma preocupação, é importante ressaltar que a formação crítica também deve ser uma construção que ultrapassa as barreiras da escola e se estende para a vida cotidiana dos sujeitos. Para isso, é fundamental que a educação seja vista como um processo contínuo e que valorize não apenas o aprendizado teórico, mas também a prática e a vivência do conhecimento. É preciso incentivar os estudantes a se engajarem em ações sociais e políticas, estimulando a participação cidadã e a reflexão crítica sobre as questões sociais que valorize não apenas o aprendizado teórico, mas também a prática e a vivência do conhecimento. É preciso incentivar os estudantes a se engajarem em ações sociais e políticas, estimulando a participação cidadã e a reflexão crítica sobre as questões sociais.
 Portanto, é importante que a escola se abra para a comunidade, estabelecendo parcerias com organizações da sociedade civil, instituições públicas e privadas e outros agentes da educação. Isso pode possibilitar a realização de atividades extracurriculares, como debates, palestras, visitas técnicas e projetos de intervenção social, que ampliem a formação dos estudantes e estimulem a construção de uma visão crítica e engajada sobre a sociedade.
 Por fim, é importante ressaltar que a formação crítica dos sujeitos é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. Somente por meio de uma educação que valorize a reflexão crítica e a participação cidadã é possível formar indivíduos conscientes de seus direitos e deveres e capazes de atuar de forma ativa.
3. Conclusão:
 Diante das reflexões apresentadas, podemos concluir que a implantação da nova Base Nacional Comum Curricular pode representar uma importante oportunidade para aprimorar a educação no país, buscando uma formação mais ampla e integral dos sujeitos, com ênfase na formação crítica e na construção de competências e habilidades.
 Portanto, para que essa mudança seja efetiva, é fundamental que sejam realizados esforços para ampliar e aprofundar os conteúdos trabalhados em sala de aula, com uma abordagem mais contextualizada e crítica. Além disso, é importante que a formação crítica seja vista como uma construção que ultrapassa as barreiras da escola e se estende para a vida cotidiana dos sujeitos.
 Assim, a implantação da nova BNCC deve ser acompanhada de uma preocupação constante com a formação crítica dos sujeitos, incluindo a revisão constante dos currículos, a inclusão de conteúdos relevantes e atualizados, bem como a formação mais qualificada dos professores, que possam trabalhar de forma interdisciplinar e crítica.
 Por fim, é importante destacar que a formação crítica dos sujeitos é um desafio constante e que exige o envolvimento de toda a sociedade, incluindo os gestores públicos, os professores, as famílias e os próprios estudantes, para que seja possível garantir uma educação de qualidade e formar cidadãos mais conscientes, críticos e participativos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
 LOPES, Alice Casimiro. A BNCC e a formação política do cidadão. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/educacao/a-bncc-e-a-formacao-politica-do-cidadao/. Acesso em: 10 mar. 2023.
Arroyo, M. G. (2013). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Editora Vozes.
Freire, P. (1987). Pedagogia do oprimido. Editora Paz e Terra.
Freitas, L. C. (2018). A nova base curricular do ensino médio brasileiro: um estudo sobre suas contradições. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, 34(2), 293-308.
Lopes, A. C. (2018). A educação e o currículo na BNCC. Cadernos de Pesquisa, 48(167), 602-619.
Sacristán, J. G. (2000). O currículo:Uma reflexão sobre a prática. Artmed 
Editora.

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