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Aluna: Luisa Trindade Vieira - 72D Professora: Lamara Laguardia Disciplina: Bioquímica 2 Faculdade Ciências Médicas MG Testes de função hepática: Sistema funcional do fígado: O fígado é composto por 3 sistemas: • Hepatócitos bioquímico: ü Reações metabólicas; ü Síntese e degradação das macromoléculas. • Sistema biliar: ü Síntese da bilirrubina: Formada na circulação e transportada até o interior dos hepatócitos, local onde ela passará por um papel de conjugação com o ácido glicurônico para que ela passe a ser secretada pelos canalículos biliares e seja excretada do nosso corpo; ü Síntese de sais biliares. • Sistema Retículo Endotelial: ü Relação com o sistema imune: Células de kupfer (imunologia), tipo de macrófago; ü Regeneração de grupo heme e degradação de globinas., esses macrófagos também são responsáveis pela quebra das nossas hemácias dando origem às nossas bilirrubinas, que entram nos hepatócitos para passar pelo processo de conjugação; Funções do fígado: • Funções circulatórias: Transporta o sangue da circulação portal para a sistêmica: Pega os nutrientes da veia porte e transfere para a veia hepática, e metabolisa esses nutrientes, os transformando em proteínas...; • Funções de secreção: Formação e excreção da bile; • Funções de desintoxicação: Capacidade de transformar substâncias não polares através da conjugação de forma que elas possam ser eliminadas do nosso organismo, tanto na formação da ureia, quanto na formação da bilirrubina, que será eliminada do nosso organismo, através da bile; • Funções hematológicas: Nos embriões ele tem uma importante função na formação hematopoiética; • Funções imunológicas: Células de Kupffer • Funções metabólicas: Metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e vitaminas. Sobre os testes de função hepática: • Os testes de função hepática não são capazes de avaliar quantitativamente a capacidade funcional de hepatócitos, pois o teste de função hepática é a dosagem de componentes no sangue para avaliar se há existência e lesão no fígado, qual a extensão da lesão e qual o tipo de lesão. • Marcadores hepáticos: Utilizados para fazer a avaliação da função hepática, que é feita por meio da retirada do sangue do paciente, para quantificar o nível de enzimas e o de outras substâncias produzidas pelo fígado, sendo elas: Albumina, Alfa-fetoproteína, Aspartato transaminase (ast), Alanina transaminase (alt), Fosfatase alcalina, Gama-glutamil transpeptidase, Lactato desidrogenase. • Para analisar se há obstrução do trato biliar, lesão hepatocelular aguda ou doença crônica do fígado, nós podemos utilizar a avaliação dos níveis de bilirrubina, de aminotransferases, de fosfatase alcalina, de Gama GT, de lactato desidrogenase e de albumina. Ø Albumina: Proteína plasmática com função de regulação osmótica e de transporte (da bilirrubina) e armazenamento. Ela é sintetizada no fígado em forma de pró albumina e sua produção cai pela diminuição de citocinas inflamatórias. É válido lembrar que a alteração na [ ] de albumina não depende somente da síntese aumentada ou diminuída do fígado, mas sim de diversos fatores (tudo isso está no resumo de proteínas plasmáticas); Ø Fosfatase alcalina: 50% da fosfatase alcalina da nossa corrente sanguínea é produzida pelo nosso fígado, 40% pelos nosso ossos e 10% intestinal. Ela é uma enzima que é excretada na nossa bile, logo, quando se tem o aumento de [ ] dessa enzima no nosso sangue, pode-se inferir que há problema na árvore biliar, e na maioria das vezes é na porção extra hepática. Essa enzima tem sua [ ] aumentada em qualquer obstrução da nossa árvore biliar, mas ela também pode estar aumentada em situações de tumores hepáticos, metástases hepáticas, granulomas, nódulos e cistos hepáticos, podendo ser a única alteração laboratorial apresentada nesses casos. Mas deve-se lembrar que ela também é produzida nos nossos ossos, e com isso o aumento de sua [ ] pode se dar diante de raquitismos, fraturas.... O que leva ao que já é dito desde o resumo de enzimas clínicas: Nunca devemos analisar casos isolados de aumento, devemos analisar todo o quadro clínico do paciente. Ø Gama-GT: Enzima sintetizada no fígado, nos órgãos do trato gastro intestinal, nos rins e no tecido prostático, que também é excretada por meio da bile. Em 90% das doenças hepatobiliares essa enzima se apresenta em [ ] elevada, mas ela também pode se elevar em neoplasias (primárias e secundárias), na pancreatite aguda e crônica, nas colestases intra e extra hepáticas, na hepatite alcóolica (uso crônico do álcool) e pode ter uma elevação transitória da [ ] no uso de drogas. **É a enzima + sensível que temos para fazer a avaliação do fígado. Ø Aminotransferases: São enzimas extremamente importantes para a avaliação da fração hepática, por serem marcadores sensíveis de lesão ou necrose dos hepatócitos. Elas estão presentes no miocárdio, na musculatura esquelética, nos rins, no pâncreas, no sistema nervoso central, nas hemácias e no fígado, sendo ela muito utilizada para a detecção de hepatites virais. As aminotransferases + utilizadas para os testes de função hepática são: Aspartato aminotransferase (AST ou TGO), que tem sua predominância no citoplasma celular, mas também pode ser encontrada nas mitocôndrias (30%) e está presente em outros órgãos além do fígado, como a musculatura cardíaca e esquelética e possui uma 1/2 vida de 17 horas (era muito utilizada para inferência de infartos, mas por não ser específica, ela caiu em desuso) e alanina aminotransferase (ALT ou TGP), que possui sua 1/2 vida de 27 horas, e pode ser encontrada no citoplasma em alta quantidade no fígado, fazendo com que raramente a sua elevação não esteja relacionada com doenças hepáticas. ❃ Como fazer a avaliação geral desses marcadores de função hepática: Se há uma doença crônica presente que acarreta em danos da síntese do fígado, ocorrerá a diminuição da [ ] de albumina no sangue, além do aumento da aminotransferase e a fosfatase alcalina diante da lesão existente no tecido hepático. Porém se há um aumento de Gama-GT e de fosfatase alcalina, infere-se diagnóstico de colestase/obstrução do ducto biliar (principal motivo do porque esses dois marcadores se elevam). ↳ Indicadores de lesão nos hepatócitos: Aminotransferases. Lembrando que em uma lesão aguda a ALT > AST e em uma lesão crônica a AST > ALT, devido a presença de AST também nas mitocôndrias. ↳ Indicadores de colestase: Fosfatase alcalina e Gama-Gt (elas também são utilizadas como indicadores de tumores hepáticos). ↳ Índice de Ritis: AST/ALT (serve somente para nortear, não é exatamente assim): < 1 = Hepatite virótica aguda, ou hepatite tóxica; = 1 = Hepatite virótica colestática ou hepatite crônica com esteatose; > 1 = Hepatite crônica ativa ou cirrose Muito > 1 = Cirrose descompensada ou carcinomas. Bile: Fluido sintetizado pelo fígado e armazenado na vesícula biliar. Ela vai ser secretada pelo duodeno, através dos nossos ductos biliares. Esse fluido é constituído por sais minerais, colesterol, eletrólitos, fosfolipídeos e urubilinogênio. Funções da bile: • Emulsificar a gordura no intestino, por ela conseguir “dissolver” essa gordura; • Eliminação de produtos do nosso metabolismo; • Eliminação do excesso de colesterol e de produtos tóxicos que não são solúveis o suficiente para serem eliminados pelo nosso rim. Bilirrubina: Bilirrubina se deriva do grupo Heme, na maior parte das vezes, proveniente da hemoglobina, além de algumas proteínas como: mioglobina e o citocromo. Ela é um anel de protopofirina contendo ferro, e é insolúvel em água, e é produzida no nosso corpo diariamente em níveis normais de 250 a 350mg. Diante disso ela é transportada pela albumina até o fígado. Síntese da bilirrubina: • Grupo Heme, proveniente da hemoglobina, mioglobina ou citocromo passa por um processo de clivagem oxidativa pela enzima Heme-Oxidase; • Com essa clivagemocorre a liberação do ferro, que se associa à ferritina, para ser transportado para o nosso estoque de ferro no corpo (fígado principalmente); • O produto da clivagem do grupo Heme, com a saída do ferro é a BILIVERDINA, que posteriormente passa por um processo de redução, pela ação da enzima Biliverina- Redutase; • Com essa redução, é gerada a BILIRRUBINA não conjugada (insolúvel em água). Metabolismo da bilirrubina: • Chega no fígado sendo carreada pela albumina, local onde ela é conjugada, para ser excretada na bile; • Ao chegar no fígado ela é captada por uma proteína denomida LIGANDINA, que realiza o processo de difusão facilitada da bilirrubina para dentro dos hepatócitos; • Dentro dos hepatócitos, a bilirrubina sofre ação da UDP-glicorunil-transferase, que realiza a ligação do ácido glicurônico com a bilirrubina; • Após essa ligação com o ácido, essa bilirrubina é denominada de bilirrubina conjugada, ou seja, já é solúvel em água e pode ser excretada pela nossa bile; • Para que haja o transporte da bilirrubina conjugada para os canalículos biliares, ocorre um processo ativo, ou seja, com gasto de energia; • Ao chegar nos canalículos biliares, ela pode ser transportada para a nossa vesícula biliar (local de armazenamento da bile), ou diretamente para o intestino; • No intestino ela passa por um processo de desconjugação, onde é retirado o ácido glicurônico; • Após esse processo, ela passa por redução, se tornando urobilinogênio, que pode ser reabsorvido novamente para a nossa circulação, ou pode ser oxidado; • Quando ele é oxidado, ele forma a urobilina (substância que da a coloração amarelada da nossa urina) ou a estercobilina (substância que da coloração às nossas fezes → fezes com cor de argila, é um dos principais sintomas de comprometimento do metabolismo de bilirrubina). Causas sa hiperbilirrubina icterícia: • Aumento da síntese de bilirrubina: Aumento do catabolismo do grupo Heme → Aumento da bilirrubina não conjugada; • Diminuição da velocidade de conjugação → Aumento da bilirrubina não conjugada; • Alterações no processo de excreção de origem mecânica: ü Obstrução de origem extra-hepática: Presença de um cálculo no canalículo colédoco; ü Obstrução intra hepática: Obstrução da árvore biliar (canalículos biliares), por edema inflamatório no fígado → Problema de excreção gera o aumento da bilirrubina direta, ou seja, a bilirrubina conjugada. Acúmulo de bilirrubina no plasma: A bilirrubina não conjugada é transportada pela albumina no sangue. Diante disso, quando essa bilirrubina está acumulada na corrente sanguínea, a albumina começa a transferir a substância para as proteínas de membrana. No sistema nervoso central, a bilirrubina é tóxica (substância neurotóxica), e se for acumulada nos neonatos, são geradas lesões irreversíveis nesses sistema. Com isso a [ ] de bilirrubina não conjugada nos neonatos deve ser monitorada cuidadosamente, e em casos de elevação da [ ], pode ser utilizada a fototerapia para proporcionar a excreção da bilirrubina → A bilirrubina não conjugada passa passa da sua forma trans, para a forma cis, que é um pouco + solúvel em água, podendo fazer a excreção da substância em água. Patologias de superprodução de bilirrubina: Valores normais de bilirrubina no soro sanguíneo < 1,2mg/dL, sendo sua maior parte composta por bilirrubina não conjugada (0,8mg/dL). **Não são relacionadas necessariamente a problemas hepáticos. • Anemia Hemolítica: Na anemia hemolítica, a baixa de hemácias se da devido o aumento de hemólise desses eritrócitos. Com esse aumento de hemólise, é gerado um aumento de bilirrubina não conjugada na circulação sanguínea (diante da > liberação de grupo Heme), que excede a capacidade de depuração no fígado → Aumento dos níveis séricos de bilirrubina não conjugada, sem relação com problemas hepáticos. • Síndrome de Gilbert e Síndrome de Crigler-Najjar: Mutação no gene da enzima UDP Glicorunil transferase, sendo essa a enzima responsável pela conjugação da bilirrubina. Com isso, como ela não funciona adequadamente, o nível da bilirrubina não conjugada aumenta, sem relação de problemas com o fígado. → O aumento das [ ] de bilirrubina no soro, gera um quadro de icterícia (pele amarelada), que se dá quando a [ ] da bilirrubina no soro é > 2mg/dL. **Se observado o conjunto dos marcadores, juntamente com os quadros clínicos dos pacientes, podemos concluir diagnósticos.
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