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Semiologia Centro Universitário Cesmac Morgana Fernandes Semiologia venosa O sistema venoso funciona como reservatório (grande capacidade de distensão) e condutor de sangue. O fluxo sanguíneo venoso alcança o AD pelos seguintes fatores: 1. Vis a tergo - pressão residual da sístole ventricular - 15mmHg 2. Vis a fronte - pressão do átrio direito + sucção cardíaca sobre as veias centrais + pressão negativa intratorácica + pressão positiva abdominal: maior facilidade do retorno venoso. *Bomba aspirativa: pressão negativa do AD. *Aumento da pressão no átrio (insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar) dificulta o retorno venoso - é evidenciado nas jugulares. *Inspiração aumenta a pressão abdominal e facilita o retorno venoso. - Ondas de pulsos arteriais comprimem as veias, associado a isso, a ação das válvulas orienta o retorno venoso. - Contração da musculatura aumenta a pressão venosa e auxilia o fluxo sanguíneo para o AD. - A compressão se coxim plantar expulsando o sangue para as veias da perna. Anamnese: ✓ Número de gestações e práticas de esporte (esforço intenso) - varizes; ✓ Cirurgias prévias, traumatismos, permanência prolongada no leito, imobilização prolongada, estado de choque, desidratação, antecedentes de neoplasias - trombose venosa; Semiologia Centro Universitário Cesmac Morgana Fernandes ✓ Anticoncepcionais - trombose e varizes Sinais e sintomas: 1. Dor ● Dor intensa + edema e cianose: Trombose Venosa Profunda. ● Queimação e ardência: microvarizes. ● Varizes médias e calibrosas: cansaço, formigamento e queimação nos pés. *permanecer em pé agrava a dor. É mais intensa no período vespertino. *melhora com a deambulação e com a elevação dos membros. 2. Edema Surge no período vespertino e desaparece com o repouso. É mole e depressível. Quase sempre predomina de um lado. 3. Celulite O acúmulo de substâncias decorrente do edema crônico provoca uma reação inflamatória. A pele fica castanho-avermelhada com aumento de temperatura e dor na região. 4. Hiperpigmentação Na hipertensão venosa as hemácias migram para o interstício e são fagocitadas, isso resulta em formação de manchas acastanhadas na pele. 5. Eczema ou dermatite de estase Associadas a varizes e podem ser hipersensíveis. *Agudo: pequenas vesículas que secretam líquido seroso e é acompanhado por prurido intenso, principalmente no período vespertino e a noite. *Crônico: aparecem no terço distal da perna ou no pé, podendo se generalizar. 6. Úlcera Surgem em decorrem do processo inflamatório resultante da estase venosa. Costumam aparecer na região perimaleolar interna. Em casos avançados circundam todo o terço inferior da perna. É rasa, tem bordas nítidas, apresenta secreção purulenta. A dor é maior quando a perna está pendente, melhorando com a elevação. Em geral, úlceras no terço superior tem outra etiologia. 7. Dermatofibrose Surtos de úlceras e celulite causam fibrose com diminuição da espessura da perna ("gargalo de garrafa"). Provava anquilose da articulação tibiotársica e prejudica o retorno venoso. 8. Hemorragias Rompimento das varizes. 9. Hiperidrose Acontece em graus acentuados de trombose profunda. Exame físico ● Inspeção Panorâmica: Paciente em pé e médico distante dois metros durante girando em torno de si. É possível observar a presença de varizes e circulação colateral. Extensão de manchas, eczemas e úlceras. Inspeção próxima: detalhes de lesões. ● Palpação Alteração de temperatura, umidade, sensibilidade e estado da parede venosa. *O trombo recente no interior das varizes provoca dor intensa. Semiologia Centro Universitário Cesmac Morgana Fernandes É indispensável palpar pulso periférico em pacientes com varizes e a sua ausência pode contraindicar cirurgia. Identificar perfurantes insuficientes é importante no pré-operatório de varizes. São reconhecidas pelo alargamento do orifício da aponeurose pela qual passam, para isso, comprime-se a área provável e realiza-se pequenos movimentos circulares. Perfurantes de Cockett - face medial da perna distalmente, perfurante de Boyd - face medial da perna no terço proximal e perfurante de Dodd - face medial da coxa distalmente. Ausculta Tem por finalidade detectar sopros. Manobras especiais 1. Brodie-Trendelenburg modificada 2. Torniquetes múltiplos 3. Perthes 4. Homens 5. Olow 6. Denecke - Payr Exames complementares ● Dopplerfuxometria: veias superficiais ● Dúplex scan ou eco - doppler: anatomia da parede, velocidade e direção do fluxo. Detecção de insuficiência valvar, dilatação e trombose. Exame de escolha. ● Angiotomografia venosa: estudar a árvore venosa. Embolia pulmonar e trombose venosa. Usa grande quantidade de contraste iodado. ● Angiorressonância venosa (fleborressonância): estuda as mesmas áreas da angiotomografia venosa, mas usa o gadolíneo. Pode diferenciar um trombo recente de trombo antigo. ● Arteriografia pulmonar: cateterismo da artéria pulmonar. Só deve ser realizada em casos de grande suspeita de embolia pulmonar. ● Flebografia: É o melhor método para o estudo do sistema venoso. Usa contraste. Doenças das veias 1. Varizes 2. Trombose Venosa 3. Síndrome pós-trombótica 4. Insuficiência venosa crônica