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VICÍOS, DEFEITOS E PRAZOS

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Brenda Amengol 
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VICÍOS, DEFEITOS E PRAZOS 
* O Código de Defesa do Consumidor trata de defeitos nos artigos 12 a 14 e dos vícios 
nos artigos 18 a 20. Vício pertence ao próprio produto ou serviço, jamais atingindo a 
pessoa do consumidor ou outros bens seus. O Defeito vai além do produto ou do serviço 
para atingir o consumidor em seu patrimônio jurídico mais amplo, causa um dano mais 
devastador (seja moral, material, estético ou da imagem). 
* Os vícios podem ser ocultos ou aparentes: Os aparentes ou de fácil constatação, como 
o próprio nome diz, são aqueles que aparecem no singelo uso e consumo do produto (ou 
serviço), são fáceis de identificar. Ocultos são aqueles que só aparecem algum ou muito 
tempo após o uso e/ou que, por estarem inacessíveis ao consumidor no momento da 
aquisição, não são detectados na utilização ordinária. 
* O Código de Defesa do Consumidor, assegura que no caso de defeito (vício) do 
produto ou serviço, seja ele, oculto ou aparente, o prazo para reclamar é de 30 dias 
(bens não duráveis) ou 90 dias (bens duráveis). Logo, se o vício for aparente e de 
fácil constatação, o prazo começará a contar a partir da entrega efetiva do produto. No 
entanto, quando o vício é oculto, o prazo decadencial começará a ser contado a partir 
do momento em que ficar evidenciado o defeito. 
* Vale ressaltar que, no defeito, o direito de reclamar do produto prescreve em 5 anos 
à pretensão de reparar os danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se 
a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria (art. 27, CDC). 
Quando for vício, o direito de reclamar de um produto ou de um serviço é pelo prazo 
decadencial (art. 26 CDC). 
* Segundo o art. 18, CDC, os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não 
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os 
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes 
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as 
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das 
partes viciadas. Quando, não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode 
o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: a substituição do produto por 
outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
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paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; o abatimento 
proporcional do preço. 
* Quanto tratamos de defeitos de fabricação, a própria lei dá um prazo para que o 
consumidor efetue sua reclamação junto ao fornecedor e exija a reparação do produto 
defeituoso. A este prazo, damos o nome de garantia legal e será ela que irá ajudar o 
consumidor na hora de reclamar dos vícios (defeitos), principalmente os ocultos. 
* As partes podem convencionar a redução ou ampliação do prazo, não podendo ser 
inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de 
prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do 
consumidor. 
* A garantia legal independe de termo escrito, pois já está prevista em lei, sendo 
imperativa, obrigatória, total, incondicional e inegociável. O início da contagem do prazo 
para reivindicação começa no mesmo dia da aquisição do produto ou do serviço pelo 
consumidor. Já a garantia contratual é dada por escrito pelo próprio fornecedor, por 
mera liberalidade, é o termo de garantia, devendo ser entregue ao consumidor no 
momento da compra. 
* A garantia contratual é complementar à garantia legal e não é obrigatória, eles devem 
ser somados ao prazo da garantia legal. O fornecedor pode concedê-la ou não. Logo, 
no caso de um eletrodoméstico, tendo este uma garantia legal de 3 meses e o fabricante 
concede termo de garantia de 1 ano, a garantia do produto perfaz um total de 1 ano e 3 
meses. 
* O arrependimento é um direito garantido ao consumidor principalmente no ambiente 
virtual, e, consiste em optar pelo cancelamento do negócio no prazo de 7 dias após a 
compra, a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, 
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do 
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. (art.49, CDC). 
* Vale ressaltar que, a troca não está prevista no Código de Defesa do Consumidor, 
mas para fidelizar clientes, os próprios agentes do mercado varejista estabeleceram 
políticas próprias de troca, especialmente para presentes, numa espécie de auto-
regulamentação para tornar parelhas as condições de competição.

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